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Hospital São Lucas



    Qual é o seu diagnostico?


Apresentação: Andressa Salviano
Orientação: Márcia Murta
Anamnese
   Identificação: MCWG, sexo feminino, 46 anos, branca,
    natural do Rio de Janeiro, reside em Teresópolis há 11 anos

   HDA: Paciente transferida para Hospital São Lucas no dia
    02/04/11 para prosseguimento de investigação de febre de
    origem obscura de inicio há aproximadamente 2 anos.
    Apresentava dor abdominal em HCD associado a piora do
    padrão da febre (elevação da temperatura e aumento da
    freqüência), desnutrição, dispneia e cansaço.
    Iniciou ciprofloxacino devido E.coli multissensível presente
    em hemocultura realizada na admissão.
    No dia 15/04/11, 10 hs após punção de veia jugular interna
    direita, evoluiu com pico Hipertensivo associado a Dispnéia
    e queda da saturação não responsiva a VNI. Necessitando
    de IOT e transferência para CTI.
Anamnese
   HPP:
    Doença Renal Policística com cistos Renais e Hepáticos e
    Insuficiência Renal Crônica em acompanhamento com
    nefrologista desde 2004, período em que apresentava Clearance
    de Creatinina 52 ml/min e anemia (Htc:34% Hg: 11,4)

    Em Maio de 2005 apresentou anemia desproporcional ao grau de
    comprometimento renal sendo investigada com EDA que
    evidenciou Pangastrite e H. pylori que foi tratado.

    Em Abril de 2007 persistia com anemia sendo iniciado reposição
    de Eritropoetina com melhora posterior.

    Em Agosto de 2009 apresentou ITU e novo episódio de anemia
    sendo tratado com ciprofloxacino e aumento da dose de
    eritropoetina.
Anamnese
   HPP:
    Em Dezembro de 2009 iniciou quadro de febre vespertina
    com calafrios sendo encaminhada para hematologista com
    suspeita de linfoma. Entretanto, não foi possível concluir
    investigação devido falta de gânglio periférico. A
    investigação para BK foi negativa.
    Em abril de 2010 foi internada com quadro infeccioso sem
    foco aparente e hemocultura positiva para Enterobacter,
    sendo tratada com ciprofloxacino. Evoluiu com piora da
    função renal e acidose metabólica grave sendo indicado
    diálise de urgência através de VFD. No dia 26/04 foi
    observado trombose de MID, retirado cateter de diálise e
    puncionado novo acesso em VJD.
    Foi encaminhada para cirurgião vascular para confecção de
    acesso definitivo com implantação de prótese vascular em
    MSD que evoluiu com trombose logo após.
Anamnese
    HPP:
    Em 24/05/2010 foi instalado novo cateter para diálise em
    VFE que evoluiu com trombose e sangramento intenso Peri
    - cateter, sendo retirado após 6 dias e necessitando de nova
    internação devido anemia severa.
    Em 03/06 foi realizado Biopsia de Medula Óssea e
    implantado cateter de tenckhoff visando manutenção do
    tratamento dialítico com diálise peritoneal. Realizado
    pulsoterapia com melhora parcial do quadro.
    Evoluiu com vazamento do líquido peritoneal pelo orifício
    de inserção do cateter e peritonite, sendo necessária a
    retirada do cateter.      Apresentou melhora do quadro,
    seguindo em tratamento conservador até dia 14/04/2011
Anamnese
   HPP:
    Ovário policístico.
    TVP bilateral em uso regular de cumadin
    Internação Hospitalar em março de 2011 com
    Toracocentese no dia 28/03: Derrame Pleural a Direita com
    saída de secreção sero hematica em pequena quantidade
    PET-SCAN: Hipercaptação de Contraste em nódulo
    hepático
    TC Abdômen (02/04): Lamina líquida subpleural bilateral,
    mais evidente a direita; ascite pequena a moderada; Fígado
    de    dimensões     aumentadas,     contornos   lobulados,
    densidade heterogênea as custas de múltiplas imagens
    hipodensas de tamanho variado, a maior medindo cerca de
    10 cm em segmento VII e VIII; Baço aumentado de volume
    medindo cerca 16,7 cm; Rins de dimensões aumentadas e
    contornos lobulados, apresentando múltiplas imagens
    hipodensas de tamanhos variados
Anamnese
   Historia Gestacional: Gesta 2, Para 1, Aborto 1(Espontâneo).
    refere sangramento nas 1ª semanas de gestação tendo que
    permanecer em repouso absoluto nos meses seguintes.
    Parto cesárea sem intercorrências.




   História Familiar: Pai , portador de Esclerose Múltipla, falecido
    aos 85 anos por complicações de HAS e DM; Mãe, portadora
    de Alteração Cardíaca Congênita (Não soube especificar),
    Enfisema Pulmonar (tabagismo), AVC, falecida aos 85 anos
    por complicação pulmonar. Irmão, 48 anos, vivo, hígido
    Filho, vivo, 22 anos, hígido
Qual o seu diagnostico????
Diagnóstico Sindrômico

  Insuficiência Respiratória Aguda
                 +
  Síndrome Febril à esclarecer
                 +
  Doença Policística (Renal e Hepática)
    com Insufuciência Renal Crônica
Diagnóstico Etiológico
 Pulmão ??? (Drenagem Recente e
  Acesso Novo)

 Cistos Renais e Hepáticos???

 TVP???

 Neoplasia???
Que Exames Solicitar???
   Rx Torax
    ◦ 02/04: Elevação de hemicupula diafragmática direita +
      Lâminas de Atelectasia em base
    ◦   15/04: Velamento Total HT D (Sem Imagem Disponível)


   Exames Laboratoriais:
    Hemograma Completo, PCR, GSA e Lactato, Ureia e
    Creatinina, Eletrolitos, Coagulograma, TGO, TGP, BR
    Totais e Frações, LDH, Proteínas Totais e Frações
   Ecocardiograma Transtorácico e Doppler de MMIIS
   Toracocentese para Diagnóstico e Tratamento
    TC Crânio, Tórax, Abdômen e pelve
Exames Laboratoriais
02/04/2011                              15/04/2011
HG: 7,2                                 HG:11,4
HTC: 23,2%                              HTC:33,3%
Leucócitos: 23.100(0/1/0/0/5/77/10/7)   Leucócitos:52.800(0/2/0/0/16/71/3/8)
Plaquetas:128.000                       Plaquetas:183.000
Ureia:178                               Ureia :160
Creatinina: 7,3                         Creatinina:6,2
Na:138      K: 4,6     PO4:6,1          Na: 133      K:5,0     Mg:1,8        PO4:9,3
TGO:29      TGP:21                      TGO:74       TGP:24
FA: 368     Gama GT:202                 FA:359       Gama GT:184
BR Totais:0,7        D:0,5   I:0,2      BR Totais:1,3        D:0,4   I:0,9
                                        PCR:27,61            LDH:354
                                        VHS:86       Lactato:15
                                        TAP:38% INR:1,7 PTT:1.8
                                        PH:7,22 PCO2:39,3 PO2:84
                                        HCO3:15,5 SatO2:94,8% BE: -11,0
Toracocentese:
   GRAN: Negativo
   BAAR: Negativo
   Mycobactéria: Negativo
   Cultura: E. coli Multissesível



   CITOLOGIA GLOBAL E ESPECIFICA (Liquido Pleural)
   EXAME MACROSCOPICO COR: MARROM
   ASPECTO: TURVO
   EXAME MICROSCOPICO
    ◦   HEMACIAS: 285 /mm3
    ◦   HEMACIAS CRENADAS :- %
    ◦   LEUCOCITOS: Incontáveis com presença de grumos
                        Polimorfonucleares: 32%
                        Mononucleares: 68%
   GLICOSE: 2
   LDH: 1833
   COLESTEROL: 44
   PROTEÍNAS TOTAIS: 4,O
    ◦   ALBUMINA: 1,3
   TRIGLICERÍDEOS: 78
   BILIRRUBINA TOTAIS: 0,5
Toracocentese:
Critério de Light (Exsudato):
   Relação Proteínas Totais do Líquido Pleural/ Soro > 0,5
    ◦ 4/5,3 = 0,7




    ◦ 1833/354 = 5,1
                    Exsudato
    LDH Líquido Pleural/ Soro > 0,6



    LDH do Líquido Pleural > 2/ 3 o limite superior do valor de
    referencia do LDH sérico (VR:230) - 2 x 230/3 = 153
    ◦ 1833
Ecocardiograma TT e Doplpler de
MMIIS
    Função Sistólica de VE preservada; Análise segmentar
     normal, Prolapso VM com sinais de degeneração
     mixomatosa e Insufuciência Mitral leve; Ausência de HAP, VD
     de dimensão aumentada e normocontrátil



    MID: Material Trombotico remanescente em Veia Femural
     Comum, ocupando 60% da luz do vaso
    MIE: Compressibilidade reduzida em 50% em todo sistema
     femural
TC Abdômen em 02/04
TC de Abdômen em 02/04
TC de Abdômen em 02/04
Diagnóstico


   Rutura de Cisto Hepático Infectado
               com
Formação de Fístula Pleural e Empiema
             associado à
    Choque Séptico Grave por E.coli
Admissão no CTI
 Ao Exame: PCT sem sedação, intubada, mal adaptada a
 prótese ventilatória em modo PCV(Ppico: 18 Peep: 8 Fio2:
 0,8% VC: 600 P/F: 105), hipocorada 3+/4+, desidratada 2+/4+,
 emagrecida, acianótica, anictérica, afebril
 S. Vitais: PA: 110x76 FC: 146 FR:24 Sat O2: 94%
 AR: MV Reduzido em HT D com roncos difusos
 ACV: RCR 2T BNF
 ABD: Ascitico, peristalse presente
 MMIIS: Presença de hematomas em ambas as coxas, sem
 edemas

 Realizado sedação, punção de veia profunda(Jugular
 Esquerda pela possibilidade de compressão devido a
 discrasia), transfusão de 2 unidades de plasma e
 associação de antibióticos (Ciprofloxacino + Vancomicina +
 Tazocin) visando cobertura para E.coli, GRAN positivos,
 Anaeróbio e GRAN negativo incluindo Pseudomonas
 aeruginosa.
Evolução no CTI
 Paciente anúrica, submetida a diálise, em poucas horas
 evoluiu com necessidade de aminas em dose crescente e
 instabilidade hemodinâmica não sendo possível realizar
 investigação com exame de imagem. Manteve-se discrásica
 sendo necessário o uso de plasma regular.
 No dia 19/04 apesar de melhora clínica e necessidade de
 doses menores de amina, apresentou dificuldade para
 desmame de Ventilação Mecânica, picos febris, com
 temperatura máxima de 40,6º C, em vários períodos e
 importante queda do nível sérico de plaquetas (183.000 para
 74.000) com elevação da porcentagem de eosinófilos (10%)
 sendo levantado a hipótese de alterações laboratoriais
 causada pelo Tazocin e HSA.
 Realizado TC cranio, seios da face, torax, abdômen e pelve
 e substituído Tazocin por Meropenem e suspenso
 Vancomicina.
TC Crânio, Torax, Abdômen e Pelve
em 19/04
TC Crânio, Torax, Abdômen e
Pelve em 19/04
TC Crânio, Torax, Abdômen e
Pelve em 19/04
Evolução no CTI
   No dia 21/04 apresentou piora do padrão ventilatório
   associado a queda da saturação, necessidade de aumento
   do suporte de O2 (Sat O2: 84% e FIO2: 100%), e
   instabilidade hemodinâmica.
   Feito Aspiração de Secreção Traqueal (Espessa e
   purulenta), Aumento da dose de amina, Rx Tórax, GSA
   (PO2: 87 e PCO2: 47,2) e contato com Cirurgia Torácica que
   avaliou a paciente e optou por não abordar cirurgicamente,
   naquele momento, devido instabilidade e risco de
   sangramento (Hg:7,6 Htc: 24,2 Plq: 79.000 Leucócitos:
   15.800     TAP:42%    INR: 1,55    PTT: 1,6).    Realizado
   desobstrução do circuito.


Hipotransparência Heterogênea HTD sugestiva de Septações Pleurais
Evolução no CTI
 RX Tórax em 22/04
Evolução no CTI
    Apesar de melhora em transparência pulmonar, paciente mantinha padrão
    ventilatório e troca gasosa ruim (Peep e FIO2 elevadas) associado a piora
    clinica e laboratorial importante. Aguardava estabilização do quadro para
    drenagem de cisto hepático guiada por TC. Após 11 dias de Ventilação
    Mecânica foi submetida a traqueostomia.
   Em 25/04:
   Hg: 9,8 Htc: 31,7 Plq: 59.000
   Leucócitos:66.500 (0/0/1/2/20/66/5/6)
   PTT: 1,5 TAP: 71% INR:1,18
   PH: 7,42 PCO2: 37,3 PO2: 79,8 ABE: 0,1 HCO3: 23,9 SO2: 96,7

    Em 28/04 foi realizado TC de Crânio, Tórax e Abdômen além da Drenagem
    do Cisto Hepático com colocação de pigtail em selo d’água em HTD e
    coletado material para cutura que mostrou crescimento de E.coli e
    Pseudomonas alcaligenes multissensíveis.
TC de Crânio, Tórax e Abdômen
em 28/04
TC de Crânio, Tórax e Abdômen
em 28/04
Evolução no CTI
  Em 01/05 após redução significativa dos níveis séricos de
  plaquetas (28.000) Hg: 6,7 e Htc: 22,7% juntamente com cultura
  de secreção traqueal positiva para Acinetobacter, opta-se pela
  substituição do Meropenem pela Tigeciclina, realização de
  EDA que evidenciou Gastrite Hemorrágica Grave e Transfusão
  de 2 Concentrados de Hemácias e 8 UI de Plasma.
  Paciente evoluiu com melhora do padrão ventilatório e da troca
  gasosa, conseguindo suportar desmame de Ventilação
  Mecânica e estabilidade clínica e hemodinâmica com doses
  decrescente de amina. Entretanto, manteve plaquetopenia e
  alargamento do TAP e PTT sendo solicitado no dia 07/05
  parecer da Hematologia por suspeita de CIVD associada ao
  quadro infeccioso, dosagem de D-dimero e fibrinogênio.
  Por orientação da Hematologia foi reposto Criopreciptado
D-dímero: > 9.000 (VR: 68-500) Fibrinogênio: 95,5 (VR:180-350)
  (1UI/10kg) para manter fibrinogênio > 100
Evolução no CTI
 Após Transfusão de Criopreciptado paciente evoluiu com
 recuperação dos níveis séricos de plaquetas, mantendo-se
 fora de Ventilação Mecânica, estável hemodinamicamente
 com expressiva melhora laboratorial.
 No dia 13/05 foi suspenso Tigeciclina, recebendo alta para
 UVC no dia 16/05.

 Exames Laboratoriais em 16/05:
 Hg: 6,9 Htc:23% Plq: 128.000
 Leucócitos: 13.500 (0/4/0/0/8/69/12/7)
 Ureia: 45 Creatinina: 1,1
 Na: 137   K: 3,3    Mg: 1,6
 PCR: 3,1
Evolução na UVC
 Paciente mantendo estabilidade clinica com melhora
 significativa, iniciou dieta pastosa de prova com boa
 aceitação e realizou TC de controle no dia 20/05, retirou
 cânula de TQT, completou curso de antibiótico terapia de
 40 dias com ciprofloxacino no dia 25/05 e retirou Dreno de
 Tórax no dia 28/05.
 No dia 29/05 foi transferida para quarto e fez uso de Clavulin
 por 10 dias devido Sinusite vista em TC.
 No dia 07/07 foi submetida a confecção de FAV para HD em
 MSE, recebendo alta para casa no dia 12/07 com 52Kg, em
 bom estado geral, respirando em ar ambiente e
 deambulando.
Evolução na UVC
RX em 16/05
Cyst Infections in Patients with Autosomal Dominant
Polycystic Kidney Disease
Marion Salle´e,* Ce´dric Rafat,* Jean-Ralph Zahar,† Benoît Paulmier,‡ Jean-
Pierre Gru¨ nfeld,*
Bertrand Knebelmann,* and Fadi Fakhouri*

*Department of Nephrology and †Department of Microbiology, Hoˆpital Necker,
‡Department of Nuclear Medicine,
Hoˆpital Europe´en Georges Pompidou, Universite´ Paris Descartes,
Assistance Publique–Hoˆpitaux de Paris, Paris, France
Clin J Am Soc Nephrol 4: 1183-1189, 2009. doi: 10.2215/CJN.01870309
Materials and Methods:
We identified using a computerized data base all patients who had ADPKD
and were admitted to the nephrology department of Hopital Necker (Paris,
France) between January 1998 and August 2008 with renal and/or hepatic
cyst infection.
Diagnostic criteria for ADPKD were the presence of polycystic kidney and a
typical familial history or, in the absence of familial history, the presence of
three or more (unilateral or bilateral) renal cysts for individuals aged between
15 to 39 yr, two or more cysts in each kidney for individuals aged 40 to 59
yr, and four or more cysts in each kidneyfor individuals aged 60 yr according to
Pei et al. (4).
The diagnosis of cyst infections and radiologic evaluation were based on
the following criteria commonly used in clinical practice:

• Cyst infection was considered as definite in the presence of a cyst
aspiration showing evidence of infection (neutrophils debris and/or
microorganism).

• Cyst infection was considered as likely in the presence of all of the
following features: Fever (temperature 38.5°C for 3 d), abdominal pain
(particularly a palpable area of renal or liver tenderness), increased C-
reactive protein (CRP; 50 mg/L), and the absence of any significant recent
intracystic bleeding (based on the results of an abdominal computed
tomography [CT] scan) or other causes of fever.
• Kidney and liver ultrasound data were considered positive when debris
with a thick wall and/or a distal acoustic enhancement were detected in at
least one cyst.

• Kidney and liver CT scan and magnetic resonance imaging (MRI) data
were considered positive when enhanced wall thickening and/or
perilesional inflammation was detected in at least one cyst.

• Efficacy of antibiotic treatment and infection eradication were defined by
the disappearance of fever, normalization of CRP levels, and at least two
negative blood and/or urine cultures.
Resultados
    Foram identificados 389 pacientes, nesse período, com
    Doença Renal Policística
   Desses 389: 33 pacientes e 41 episódios de Infecção
    Cística:   8 episódios de casos definidos e 33 episódios
    casos prováveis
    Dos 33 pacientes que tiveram Infecção Cística: 29
    apresentaram Infecção em Cisto Renal e 4 apresentaram
    Infecção em Cisto Hepático.
    Dos 4 pacientes que tiveram Infecção de Cisto Hepático,
    todos estavam em Diálise
    Todos os pacientes, exceto um, apresentaram como
    quadro inicial Dor Abdominal e Febre
Resultados
    PET SCAN foi capaz de identificar todos os casos de
    Infecção Cística
    Documentação Microbiológica foi realizada em 75% dos
    episódios(n=31) através de Urinocultura, Hemocultura e
    Cultura do Líquido Cístico
    Urinocultura foi positiva em 39% dos episódios (n=16),
    Hemocultura foi positiva em 24% dos episódios (n=10) e
    Cultura do Líquido Cístico foi positiva em 12% dos
    episódios (n=5)
    E. coli foi responsável por 74% dos casos (n=23)
        - 27%das Cepas de E.coli foram resistentes a Beta Lactâmicos


   Os antibióticos mais utilizados foram: Fluoroquinolona,
    Beta Lactâmico, Aminoglicosídeo, SMT-TMP e Vancomicina
Resultados
    Monoterapia foi utilizada inicialmente em 18 episódios ( 12
    com Fluoroquinolona e 6 com Beta Lactâmico) e em 8
    episódios os antibióticos escolhidos tiveram que ser
    trocados.
    Desses 8 episódios em que a de troca de antibiótico foi
    necessária, 5 tiveram que realizar          associação de
    antibióticos.



Discussão
    Infecção Cística foi responsável por cerca de 10% das
    internações hospitalares dos doentes com Doença Renal
    Policística
    O isolamento da bactéria responsável pela infecção não
    foi freqüente
Discussão
    Cursos repetidos de antibiótico terapia e procedimentos
    invasivos podem levar a cepas resistentes
    Cistos maiores que 5 cm, principalmente hepáticos,
    tiveram que ser drenados
   Nesse estudo a associação de Antibióticos se mostrou
    mais eficaz na resolução dos casos do que monoterapia.
   Tempo médio de tratamento foi de 5 semanas.
    Os médicos não devem esquecer do diagnóstico de
    Infecção Cística em pacientes com Doença Renal
    Policística e que se apresentam com Dor Abdominal e
    Febre
Conclusão

    PET SCAN é o padrão ouro no diagnóstico e seguimento
    dos pacientes com infecção cística.
    TC se mostrou eficaz para diagnóstico de Sangramento
    Cístico
   Cistos com diâmetro maior que 5 cm devem ser tratado
    com drenagem e antibiótico terapia
    Tratamento de escolha é associação de Antibióticos,
    incluindo uma Fluoroquinilona
Doença Renal Policística
Definições e Epidemiologia:
    Distúrbio genético que se caracteriza pela formação de cistos
    renais bilaterais proeminentes e em expansão.
    Classificada com base no padrão da herança: Doença Renal
    Policística Autossômica Dominante ou Recessiva
    Prevalência: Dominante: Varia entre 1:400 e 1:1000 (Adulto)
                   Recessiva: Varia 1:6.000 e 1:50.000 (Infantil)
    Constituem a 4ª causa principal de doença renal terminal
   Acomete igualmente ambos os sexos e todas as raças
   Nos EUA são responsáveis por um custo anual de mais de 1
    bilhão de dólares para seu tratamento
Doença Renal Policística
Patogenia da Formação dos Cistos
    Os cistos se originam a partir de evaginações de qualquer
    porção dos túbulos e aumentam de tamanho até se
    separarem destes.
    O estimulo para dilatação tubular ainda não foi
    identificado, mas é provável que ele ocorra de centenas a
    milhares de vezes
    A proliferação das células de revestimento dos cistos e o
    transporte anormal de solutos, resultando em secreção
    luminal efetiva de NaCl estão implicados na formação e
    expansão dos cistos
    Infecção Secundária, Hemorragia e Ruptura dos cistos são
    as complicações mais comuns
    Quando ocorre invasão suficiente do parênquima renal
    pelos cistos ou por fibrose intersticial surge Insuficiência
    Renal e Doença Renal Terminal
Doença Renal Policística
Manifestações Clínicas
    Apresentação altamente variável
    Surge na terceira ou quarta década de vida
    Aumento do tamanho dos rins; dor ou distensão abdominal;
    nictúria (defeito na concentração da urina); infecção
    recorrente do trato urinário; formação de cálculos renais
    (oxalato de cálcio e ácido úrico) ou até mesmo descoberta
    de maneira incidental após radiografia
    50% dos pacientes desenvolvem Hipertensão Arterial
    Sistêmica
    4 a 15% dos pacientes desenvolvem aneurismas cerebrais
    saculares. (Prevalência de 4 a 10 vezes maior que a da
    população geral). Estes costumam romper quando ainda
    pequenos acometendo indivíduos 10 anos mais jovens do
    que na população geral
Doença Renal Policística
Manifestações Clínicas

   30 a 80% dos pacientes apresentam cistos hepáticos e são
    mais comuns em mulheres multíparas (Maiores e mais
    Sintomáticos)

   Formação de cistos em outros órgãos: Pâncreas, Baço,
    Cérebro, Ovários, Testículos

   25% dos pacientes desenvolvem prolapso da válvula mitral

   Maior prevalência   de Aneurisma de aorta abdominal e
    hérnias inguinais
Doença Renal Policística
Diagnóstico
    Apenas 60% dos indivíduos com Doença Renal Policística
    possuem História familiar positiva, sendo necessária a
    investigação de pais ou avós assintomáticos.
    Indivíduos com menos de 30 anos: Presença de 2 cistos
    renais em um ou em ambos os rins
    Entre 30 e 59 anos: dois cistos renais em cada rim
    Acima de 60 anos: quatro cistos renais em cada rim

Tratamento
    Não existe tratamento para impedir a formação e progressão
    dos cistos renais e hepáticos
    Monitorização e tratamento das complicações
    Cistos muito dolorosos podem ser aspirados, abertos ou
    realizado esclerose com etanol
   Aconselhamento: Os filhos tem 50% chance de herdar uma
    mutação que irá causar a doença
Muito Obrigada!!!

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Caso clinico

  • 1. Hospital São Lucas Qual é o seu diagnostico? Apresentação: Andressa Salviano Orientação: Márcia Murta
  • 2. Anamnese  Identificação: MCWG, sexo feminino, 46 anos, branca, natural do Rio de Janeiro, reside em Teresópolis há 11 anos  HDA: Paciente transferida para Hospital São Lucas no dia 02/04/11 para prosseguimento de investigação de febre de origem obscura de inicio há aproximadamente 2 anos. Apresentava dor abdominal em HCD associado a piora do padrão da febre (elevação da temperatura e aumento da freqüência), desnutrição, dispneia e cansaço. Iniciou ciprofloxacino devido E.coli multissensível presente em hemocultura realizada na admissão. No dia 15/04/11, 10 hs após punção de veia jugular interna direita, evoluiu com pico Hipertensivo associado a Dispnéia e queda da saturação não responsiva a VNI. Necessitando de IOT e transferência para CTI.
  • 3. Anamnese  HPP: Doença Renal Policística com cistos Renais e Hepáticos e Insuficiência Renal Crônica em acompanhamento com nefrologista desde 2004, período em que apresentava Clearance de Creatinina 52 ml/min e anemia (Htc:34% Hg: 11,4) Em Maio de 2005 apresentou anemia desproporcional ao grau de comprometimento renal sendo investigada com EDA que evidenciou Pangastrite e H. pylori que foi tratado. Em Abril de 2007 persistia com anemia sendo iniciado reposição de Eritropoetina com melhora posterior. Em Agosto de 2009 apresentou ITU e novo episódio de anemia sendo tratado com ciprofloxacino e aumento da dose de eritropoetina.
  • 4. Anamnese  HPP: Em Dezembro de 2009 iniciou quadro de febre vespertina com calafrios sendo encaminhada para hematologista com suspeita de linfoma. Entretanto, não foi possível concluir investigação devido falta de gânglio periférico. A investigação para BK foi negativa. Em abril de 2010 foi internada com quadro infeccioso sem foco aparente e hemocultura positiva para Enterobacter, sendo tratada com ciprofloxacino. Evoluiu com piora da função renal e acidose metabólica grave sendo indicado diálise de urgência através de VFD. No dia 26/04 foi observado trombose de MID, retirado cateter de diálise e puncionado novo acesso em VJD. Foi encaminhada para cirurgião vascular para confecção de acesso definitivo com implantação de prótese vascular em MSD que evoluiu com trombose logo após.
  • 5. Anamnese  HPP: Em 24/05/2010 foi instalado novo cateter para diálise em VFE que evoluiu com trombose e sangramento intenso Peri - cateter, sendo retirado após 6 dias e necessitando de nova internação devido anemia severa. Em 03/06 foi realizado Biopsia de Medula Óssea e implantado cateter de tenckhoff visando manutenção do tratamento dialítico com diálise peritoneal. Realizado pulsoterapia com melhora parcial do quadro. Evoluiu com vazamento do líquido peritoneal pelo orifício de inserção do cateter e peritonite, sendo necessária a retirada do cateter. Apresentou melhora do quadro, seguindo em tratamento conservador até dia 14/04/2011
  • 6. Anamnese  HPP: Ovário policístico. TVP bilateral em uso regular de cumadin Internação Hospitalar em março de 2011 com Toracocentese no dia 28/03: Derrame Pleural a Direita com saída de secreção sero hematica em pequena quantidade PET-SCAN: Hipercaptação de Contraste em nódulo hepático TC Abdômen (02/04): Lamina líquida subpleural bilateral, mais evidente a direita; ascite pequena a moderada; Fígado de dimensões aumentadas, contornos lobulados, densidade heterogênea as custas de múltiplas imagens hipodensas de tamanho variado, a maior medindo cerca de 10 cm em segmento VII e VIII; Baço aumentado de volume medindo cerca 16,7 cm; Rins de dimensões aumentadas e contornos lobulados, apresentando múltiplas imagens hipodensas de tamanhos variados
  • 7. Anamnese  Historia Gestacional: Gesta 2, Para 1, Aborto 1(Espontâneo). refere sangramento nas 1ª semanas de gestação tendo que permanecer em repouso absoluto nos meses seguintes. Parto cesárea sem intercorrências.  História Familiar: Pai , portador de Esclerose Múltipla, falecido aos 85 anos por complicações de HAS e DM; Mãe, portadora de Alteração Cardíaca Congênita (Não soube especificar), Enfisema Pulmonar (tabagismo), AVC, falecida aos 85 anos por complicação pulmonar. Irmão, 48 anos, vivo, hígido Filho, vivo, 22 anos, hígido
  • 8. Qual o seu diagnostico????
  • 9. Diagnóstico Sindrômico Insuficiência Respiratória Aguda + Síndrome Febril à esclarecer + Doença Policística (Renal e Hepática) com Insufuciência Renal Crônica
  • 10. Diagnóstico Etiológico Pulmão ??? (Drenagem Recente e Acesso Novo) Cistos Renais e Hepáticos??? TVP??? Neoplasia???
  • 11. Que Exames Solicitar???  Rx Torax ◦ 02/04: Elevação de hemicupula diafragmática direita + Lâminas de Atelectasia em base ◦ 15/04: Velamento Total HT D (Sem Imagem Disponível)  Exames Laboratoriais: Hemograma Completo, PCR, GSA e Lactato, Ureia e Creatinina, Eletrolitos, Coagulograma, TGO, TGP, BR Totais e Frações, LDH, Proteínas Totais e Frações  Ecocardiograma Transtorácico e Doppler de MMIIS  Toracocentese para Diagnóstico e Tratamento  TC Crânio, Tórax, Abdômen e pelve
  • 12. Exames Laboratoriais 02/04/2011 15/04/2011 HG: 7,2 HG:11,4 HTC: 23,2% HTC:33,3% Leucócitos: 23.100(0/1/0/0/5/77/10/7) Leucócitos:52.800(0/2/0/0/16/71/3/8) Plaquetas:128.000 Plaquetas:183.000 Ureia:178 Ureia :160 Creatinina: 7,3 Creatinina:6,2 Na:138 K: 4,6 PO4:6,1 Na: 133 K:5,0 Mg:1,8 PO4:9,3 TGO:29 TGP:21 TGO:74 TGP:24 FA: 368 Gama GT:202 FA:359 Gama GT:184 BR Totais:0,7 D:0,5 I:0,2 BR Totais:1,3 D:0,4 I:0,9 PCR:27,61 LDH:354 VHS:86 Lactato:15 TAP:38% INR:1,7 PTT:1.8 PH:7,22 PCO2:39,3 PO2:84 HCO3:15,5 SatO2:94,8% BE: -11,0
  • 13. Toracocentese:  GRAN: Negativo  BAAR: Negativo  Mycobactéria: Negativo  Cultura: E. coli Multissesível  CITOLOGIA GLOBAL E ESPECIFICA (Liquido Pleural)  EXAME MACROSCOPICO COR: MARROM  ASPECTO: TURVO  EXAME MICROSCOPICO ◦ HEMACIAS: 285 /mm3 ◦ HEMACIAS CRENADAS :- % ◦ LEUCOCITOS: Incontáveis com presença de grumos Polimorfonucleares: 32% Mononucleares: 68%  GLICOSE: 2  LDH: 1833  COLESTEROL: 44  PROTEÍNAS TOTAIS: 4,O ◦ ALBUMINA: 1,3  TRIGLICERÍDEOS: 78  BILIRRUBINA TOTAIS: 0,5
  • 14. Toracocentese: Critério de Light (Exsudato):  Relação Proteínas Totais do Líquido Pleural/ Soro > 0,5 ◦ 4/5,3 = 0,7  ◦ 1833/354 = 5,1 Exsudato LDH Líquido Pleural/ Soro > 0,6  LDH do Líquido Pleural > 2/ 3 o limite superior do valor de referencia do LDH sérico (VR:230) - 2 x 230/3 = 153 ◦ 1833
  • 15. Ecocardiograma TT e Doplpler de MMIIS  Função Sistólica de VE preservada; Análise segmentar normal, Prolapso VM com sinais de degeneração mixomatosa e Insufuciência Mitral leve; Ausência de HAP, VD de dimensão aumentada e normocontrátil  MID: Material Trombotico remanescente em Veia Femural Comum, ocupando 60% da luz do vaso  MIE: Compressibilidade reduzida em 50% em todo sistema femural
  • 16. TC Abdômen em 02/04
  • 17. TC de Abdômen em 02/04
  • 18. TC de Abdômen em 02/04
  • 19. Diagnóstico Rutura de Cisto Hepático Infectado com Formação de Fístula Pleural e Empiema associado à Choque Séptico Grave por E.coli
  • 20. Admissão no CTI Ao Exame: PCT sem sedação, intubada, mal adaptada a prótese ventilatória em modo PCV(Ppico: 18 Peep: 8 Fio2: 0,8% VC: 600 P/F: 105), hipocorada 3+/4+, desidratada 2+/4+, emagrecida, acianótica, anictérica, afebril S. Vitais: PA: 110x76 FC: 146 FR:24 Sat O2: 94% AR: MV Reduzido em HT D com roncos difusos ACV: RCR 2T BNF ABD: Ascitico, peristalse presente MMIIS: Presença de hematomas em ambas as coxas, sem edemas Realizado sedação, punção de veia profunda(Jugular Esquerda pela possibilidade de compressão devido a discrasia), transfusão de 2 unidades de plasma e associação de antibióticos (Ciprofloxacino + Vancomicina + Tazocin) visando cobertura para E.coli, GRAN positivos, Anaeróbio e GRAN negativo incluindo Pseudomonas aeruginosa.
  • 21. Evolução no CTI Paciente anúrica, submetida a diálise, em poucas horas evoluiu com necessidade de aminas em dose crescente e instabilidade hemodinâmica não sendo possível realizar investigação com exame de imagem. Manteve-se discrásica sendo necessário o uso de plasma regular. No dia 19/04 apesar de melhora clínica e necessidade de doses menores de amina, apresentou dificuldade para desmame de Ventilação Mecânica, picos febris, com temperatura máxima de 40,6º C, em vários períodos e importante queda do nível sérico de plaquetas (183.000 para 74.000) com elevação da porcentagem de eosinófilos (10%) sendo levantado a hipótese de alterações laboratoriais causada pelo Tazocin e HSA. Realizado TC cranio, seios da face, torax, abdômen e pelve e substituído Tazocin por Meropenem e suspenso Vancomicina.
  • 22. TC Crânio, Torax, Abdômen e Pelve em 19/04
  • 23. TC Crânio, Torax, Abdômen e Pelve em 19/04
  • 24. TC Crânio, Torax, Abdômen e Pelve em 19/04
  • 25. Evolução no CTI No dia 21/04 apresentou piora do padrão ventilatório associado a queda da saturação, necessidade de aumento do suporte de O2 (Sat O2: 84% e FIO2: 100%), e instabilidade hemodinâmica. Feito Aspiração de Secreção Traqueal (Espessa e purulenta), Aumento da dose de amina, Rx Tórax, GSA (PO2: 87 e PCO2: 47,2) e contato com Cirurgia Torácica que avaliou a paciente e optou por não abordar cirurgicamente, naquele momento, devido instabilidade e risco de sangramento (Hg:7,6 Htc: 24,2 Plq: 79.000 Leucócitos: 15.800 TAP:42% INR: 1,55 PTT: 1,6). Realizado desobstrução do circuito. Hipotransparência Heterogênea HTD sugestiva de Septações Pleurais
  • 26. Evolução no CTI RX Tórax em 22/04
  • 27. Evolução no CTI Apesar de melhora em transparência pulmonar, paciente mantinha padrão ventilatório e troca gasosa ruim (Peep e FIO2 elevadas) associado a piora clinica e laboratorial importante. Aguardava estabilização do quadro para drenagem de cisto hepático guiada por TC. Após 11 dias de Ventilação Mecânica foi submetida a traqueostomia.  Em 25/04:  Hg: 9,8 Htc: 31,7 Plq: 59.000  Leucócitos:66.500 (0/0/1/2/20/66/5/6)  PTT: 1,5 TAP: 71% INR:1,18  PH: 7,42 PCO2: 37,3 PO2: 79,8 ABE: 0,1 HCO3: 23,9 SO2: 96,7 Em 28/04 foi realizado TC de Crânio, Tórax e Abdômen além da Drenagem do Cisto Hepático com colocação de pigtail em selo d’água em HTD e coletado material para cutura que mostrou crescimento de E.coli e Pseudomonas alcaligenes multissensíveis.
  • 28. TC de Crânio, Tórax e Abdômen em 28/04
  • 29. TC de Crânio, Tórax e Abdômen em 28/04
  • 30. Evolução no CTI Em 01/05 após redução significativa dos níveis séricos de plaquetas (28.000) Hg: 6,7 e Htc: 22,7% juntamente com cultura de secreção traqueal positiva para Acinetobacter, opta-se pela substituição do Meropenem pela Tigeciclina, realização de EDA que evidenciou Gastrite Hemorrágica Grave e Transfusão de 2 Concentrados de Hemácias e 8 UI de Plasma. Paciente evoluiu com melhora do padrão ventilatório e da troca gasosa, conseguindo suportar desmame de Ventilação Mecânica e estabilidade clínica e hemodinâmica com doses decrescente de amina. Entretanto, manteve plaquetopenia e alargamento do TAP e PTT sendo solicitado no dia 07/05 parecer da Hematologia por suspeita de CIVD associada ao quadro infeccioso, dosagem de D-dimero e fibrinogênio. Por orientação da Hematologia foi reposto Criopreciptado D-dímero: > 9.000 (VR: 68-500) Fibrinogênio: 95,5 (VR:180-350) (1UI/10kg) para manter fibrinogênio > 100
  • 31. Evolução no CTI Após Transfusão de Criopreciptado paciente evoluiu com recuperação dos níveis séricos de plaquetas, mantendo-se fora de Ventilação Mecânica, estável hemodinamicamente com expressiva melhora laboratorial. No dia 13/05 foi suspenso Tigeciclina, recebendo alta para UVC no dia 16/05. Exames Laboratoriais em 16/05: Hg: 6,9 Htc:23% Plq: 128.000 Leucócitos: 13.500 (0/4/0/0/8/69/12/7) Ureia: 45 Creatinina: 1,1 Na: 137 K: 3,3 Mg: 1,6 PCR: 3,1
  • 32. Evolução na UVC Paciente mantendo estabilidade clinica com melhora significativa, iniciou dieta pastosa de prova com boa aceitação e realizou TC de controle no dia 20/05, retirou cânula de TQT, completou curso de antibiótico terapia de 40 dias com ciprofloxacino no dia 25/05 e retirou Dreno de Tórax no dia 28/05. No dia 29/05 foi transferida para quarto e fez uso de Clavulin por 10 dias devido Sinusite vista em TC. No dia 07/07 foi submetida a confecção de FAV para HD em MSE, recebendo alta para casa no dia 12/07 com 52Kg, em bom estado geral, respirando em ar ambiente e deambulando.
  • 34. Cyst Infections in Patients with Autosomal Dominant Polycystic Kidney Disease Marion Salle´e,* Ce´dric Rafat,* Jean-Ralph Zahar,† Benoît Paulmier,‡ Jean- Pierre Gru¨ nfeld,* Bertrand Knebelmann,* and Fadi Fakhouri* *Department of Nephrology and †Department of Microbiology, Hoˆpital Necker, ‡Department of Nuclear Medicine, Hoˆpital Europe´en Georges Pompidou, Universite´ Paris Descartes, Assistance Publique–Hoˆpitaux de Paris, Paris, France Clin J Am Soc Nephrol 4: 1183-1189, 2009. doi: 10.2215/CJN.01870309 Materials and Methods: We identified using a computerized data base all patients who had ADPKD and were admitted to the nephrology department of Hopital Necker (Paris, France) between January 1998 and August 2008 with renal and/or hepatic cyst infection. Diagnostic criteria for ADPKD were the presence of polycystic kidney and a typical familial history or, in the absence of familial history, the presence of three or more (unilateral or bilateral) renal cysts for individuals aged between 15 to 39 yr, two or more cysts in each kidney for individuals aged 40 to 59 yr, and four or more cysts in each kidneyfor individuals aged 60 yr according to Pei et al. (4).
  • 35. The diagnosis of cyst infections and radiologic evaluation were based on the following criteria commonly used in clinical practice: • Cyst infection was considered as definite in the presence of a cyst aspiration showing evidence of infection (neutrophils debris and/or microorganism). • Cyst infection was considered as likely in the presence of all of the following features: Fever (temperature 38.5°C for 3 d), abdominal pain (particularly a palpable area of renal or liver tenderness), increased C- reactive protein (CRP; 50 mg/L), and the absence of any significant recent intracystic bleeding (based on the results of an abdominal computed tomography [CT] scan) or other causes of fever. • Kidney and liver ultrasound data were considered positive when debris with a thick wall and/or a distal acoustic enhancement were detected in at least one cyst. • Kidney and liver CT scan and magnetic resonance imaging (MRI) data were considered positive when enhanced wall thickening and/or perilesional inflammation was detected in at least one cyst. • Efficacy of antibiotic treatment and infection eradication were defined by the disappearance of fever, normalization of CRP levels, and at least two negative blood and/or urine cultures.
  • 36. Resultados  Foram identificados 389 pacientes, nesse período, com Doença Renal Policística  Desses 389: 33 pacientes e 41 episódios de Infecção Cística: 8 episódios de casos definidos e 33 episódios casos prováveis  Dos 33 pacientes que tiveram Infecção Cística: 29 apresentaram Infecção em Cisto Renal e 4 apresentaram Infecção em Cisto Hepático.  Dos 4 pacientes que tiveram Infecção de Cisto Hepático, todos estavam em Diálise  Todos os pacientes, exceto um, apresentaram como quadro inicial Dor Abdominal e Febre
  • 37. Resultados  PET SCAN foi capaz de identificar todos os casos de Infecção Cística  Documentação Microbiológica foi realizada em 75% dos episódios(n=31) através de Urinocultura, Hemocultura e Cultura do Líquido Cístico  Urinocultura foi positiva em 39% dos episódios (n=16), Hemocultura foi positiva em 24% dos episódios (n=10) e Cultura do Líquido Cístico foi positiva em 12% dos episódios (n=5)  E. coli foi responsável por 74% dos casos (n=23) - 27%das Cepas de E.coli foram resistentes a Beta Lactâmicos  Os antibióticos mais utilizados foram: Fluoroquinolona, Beta Lactâmico, Aminoglicosídeo, SMT-TMP e Vancomicina
  • 38. Resultados  Monoterapia foi utilizada inicialmente em 18 episódios ( 12 com Fluoroquinolona e 6 com Beta Lactâmico) e em 8 episódios os antibióticos escolhidos tiveram que ser trocados.  Desses 8 episódios em que a de troca de antibiótico foi necessária, 5 tiveram que realizar associação de antibióticos. Discussão  Infecção Cística foi responsável por cerca de 10% das internações hospitalares dos doentes com Doença Renal Policística  O isolamento da bactéria responsável pela infecção não foi freqüente
  • 39. Discussão  Cursos repetidos de antibiótico terapia e procedimentos invasivos podem levar a cepas resistentes  Cistos maiores que 5 cm, principalmente hepáticos, tiveram que ser drenados  Nesse estudo a associação de Antibióticos se mostrou mais eficaz na resolução dos casos do que monoterapia.  Tempo médio de tratamento foi de 5 semanas.  Os médicos não devem esquecer do diagnóstico de Infecção Cística em pacientes com Doença Renal Policística e que se apresentam com Dor Abdominal e Febre
  • 40. Conclusão  PET SCAN é o padrão ouro no diagnóstico e seguimento dos pacientes com infecção cística.  TC se mostrou eficaz para diagnóstico de Sangramento Cístico  Cistos com diâmetro maior que 5 cm devem ser tratado com drenagem e antibiótico terapia  Tratamento de escolha é associação de Antibióticos, incluindo uma Fluoroquinilona
  • 41. Doença Renal Policística Definições e Epidemiologia:  Distúrbio genético que se caracteriza pela formação de cistos renais bilaterais proeminentes e em expansão.  Classificada com base no padrão da herança: Doença Renal Policística Autossômica Dominante ou Recessiva  Prevalência: Dominante: Varia entre 1:400 e 1:1000 (Adulto) Recessiva: Varia 1:6.000 e 1:50.000 (Infantil)  Constituem a 4ª causa principal de doença renal terminal  Acomete igualmente ambos os sexos e todas as raças  Nos EUA são responsáveis por um custo anual de mais de 1 bilhão de dólares para seu tratamento
  • 42. Doença Renal Policística Patogenia da Formação dos Cistos  Os cistos se originam a partir de evaginações de qualquer porção dos túbulos e aumentam de tamanho até se separarem destes.  O estimulo para dilatação tubular ainda não foi identificado, mas é provável que ele ocorra de centenas a milhares de vezes  A proliferação das células de revestimento dos cistos e o transporte anormal de solutos, resultando em secreção luminal efetiva de NaCl estão implicados na formação e expansão dos cistos  Infecção Secundária, Hemorragia e Ruptura dos cistos são as complicações mais comuns  Quando ocorre invasão suficiente do parênquima renal pelos cistos ou por fibrose intersticial surge Insuficiência Renal e Doença Renal Terminal
  • 43. Doença Renal Policística Manifestações Clínicas  Apresentação altamente variável  Surge na terceira ou quarta década de vida  Aumento do tamanho dos rins; dor ou distensão abdominal; nictúria (defeito na concentração da urina); infecção recorrente do trato urinário; formação de cálculos renais (oxalato de cálcio e ácido úrico) ou até mesmo descoberta de maneira incidental após radiografia  50% dos pacientes desenvolvem Hipertensão Arterial Sistêmica  4 a 15% dos pacientes desenvolvem aneurismas cerebrais saculares. (Prevalência de 4 a 10 vezes maior que a da população geral). Estes costumam romper quando ainda pequenos acometendo indivíduos 10 anos mais jovens do que na população geral
  • 44. Doença Renal Policística Manifestações Clínicas  30 a 80% dos pacientes apresentam cistos hepáticos e são mais comuns em mulheres multíparas (Maiores e mais Sintomáticos)  Formação de cistos em outros órgãos: Pâncreas, Baço, Cérebro, Ovários, Testículos  25% dos pacientes desenvolvem prolapso da válvula mitral  Maior prevalência de Aneurisma de aorta abdominal e hérnias inguinais
  • 45. Doença Renal Policística Diagnóstico  Apenas 60% dos indivíduos com Doença Renal Policística possuem História familiar positiva, sendo necessária a investigação de pais ou avós assintomáticos.  Indivíduos com menos de 30 anos: Presença de 2 cistos renais em um ou em ambos os rins  Entre 30 e 59 anos: dois cistos renais em cada rim  Acima de 60 anos: quatro cistos renais em cada rim Tratamento  Não existe tratamento para impedir a formação e progressão dos cistos renais e hepáticos  Monitorização e tratamento das complicações  Cistos muito dolorosos podem ser aspirados, abertos ou realizado esclerose com etanol  Aconselhamento: Os filhos tem 50% chance de herdar uma mutação que irá causar a doença