Imaginação para criar relação com o espaço social e as pessoas
1. Diário de Coimbra
Imaginação para criar relação com o espaço social e as pessoas
A X Semana Cultural da Universidade de Coimbra arranca hoje, dia em que a instituição comemora
718 anos. A imaginação é o tema central da edição deste ano. Com cerca de 60 iniciativas previstas,
a semana pretende criar uma relação com o espaço social, onde se inclui a Universidade e a cidade,
e com a vida das pessoas que nele vivem
A imaginação é o tema central da X Semana Cultural da Universidade de Coimbra (UC). Entre hoje,
dia em que a instituição comemora 718 anos, e o dia 8 de Março, artes plásticas, cinema, colóquios,
dança, desporto, exposições, música, teatro, workshops e o dia aberto integram o programa. Uma
lista de cerca de 60 iniciativas em que o objectivo passa por criar uma relação com o espaço social,
onde se inclui a Universidade e a cidade de Coimbra, e com a vida das pessoas que nele vivem.
A novidade da décima edição da Semana Cultural reside no facto de, este ano, os espectáculos,
exposições ou actuações serem complementados por workshops desenvolvidos pelos próprios
artistas, com os resultados a serem apresentados publicamente. Deste modo, o público sente-se
parte activa do evento, além de fazer com que espaços, habitualmente destinados a outros fins,
ganhem, ainda que por horas, vida artística.
Apesar de muitos apresentarem a UC como um mundo fechado, a X Semana Cultural pretende, tal
como refere José António Bandeirinha, pró-reitor para a Cultura, mostrar precisamente o contrário.
Por isso, trata-se de uma semana privilegiada para dar a conhecer ao exterior as múltiplas
actividades desenvolvidas na instituição, integrando-as com eventos profissionais e alcançando a
conjugação de espectáculo, ciência e prática formativa.
Organizada pela Reitoria da UC, através do Gabinete do Pró-Reitor para a Cultura, o evento cultural
deste ano aposta na realização de cruzamentos. Entre as actividades externas e as internas. Entre
colóquios, espectáculos e exposições. Entre a Universidade e a cidade. Entre os universitários, os
artistas e os públicos. Uma interacção de experiências e saberes geradora de estímulos e novos
conhecimentos para quem neles participar.
A apresentação da fanfarra provençal “Auprès de ma blonde” abre hoje, às 11h30, na Praça 8 de
Maio, e às 17h30, na Rua Larga, a X Semana Cultural. Segundo o folheto de promoção da iniciativa
cultural da UC, trata-se de «uma fanfarra de bolso, cheia de momentos hilariantes, nascida e
alimentada na rua, aberta a tudo, que se instala para redescobrir dias de festa, baseando o seu
trabalho no escutar e na improvisação».
Programa variado
Além da missa solene, com a participação do Coro dos Antigos Orfeonistas, na Capela de S. Miguel,
às 12h00, o primeiro dia contempla, ainda, um workshop de teatro, designado “Pequenas
lembranças”, que decorre até terça-feira, e uma exposição com obras da artista Catarina Saraiva,
que se prolonga até 31 de Março. O Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) recebe, às 21h30, o
espectáculo de aniversário da UC. Coreografado por Madalena Victorino, “Caruma” é um
espectáculo de arte comunitária, que vai colocar em palco cerca de 50 pessoas, da comunidade
académica e da cidade.
Amanhã, às 15h00, no Jardim Botânico, decorre a iniciativa “Como surgiram as plantas”, que tem
repetição marcada para 8 de Março. Destaque para o Dia Aberto da UC, agendado para segunda-
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feira, entre as 9h00 e as 11h30, dia em que tem lugar a inauguração da mostra de vídeo do artista
plástico Miguel Soares. A exibição de “A tale of three cities” prolonga-se até ao dia 29 deste mês, na
Capela do Colégio das Artes.
Oficinas de dança, música, teatro, artes plásticas, encontro com escritores, artesanato, jogos, provas
de bebidas e petiscos. A “Festa dos sons, saberes e sabores”, que decorre entre as 15h30 e as
18h00, no Pólo I, vai permitir a partilha festiva e interactiva de conhecimento, de tradições e de
diferentes formas de ser e de estar entre os promotores e o público. A iniciativa está prevista para
terça-feira. Pelas 17h00, é inaugurada a exposição bibliográfica “Luiz Pacheco e as Edições
Contraponto”, na Sala de S. Pedro da Biblioteca Geral. A Via Latina acolhe, das 21h00 às 23h00,
observações nocturnas, com o acompanhamento do astrónomo Vasco Elói Duarte.
Na quarta-feira, entre as 10h30 e as 19h30, a Praça Velha acolhe o evento desportivo denominado
“Estratégia activa Coimbra XXI”. Voltas em bicicleta, jogos tradicionais, o peddy-paper “Descobrir
Coimbra pelo desporto”, o “Aulão fitness”, com actuação de aeróbica, raga, latina e combat, e uma
maratona de dança activa integram a actividade desportiva.
“Os vivos”, pelo Teatro O Bando, é a iniciativa que merece destaque na quinta-feira. Com encenação
de João Brites e texto de Jacinto Lucas Pires, a peça sobe ao palco do TAGV, às 21h30, situação
que se repete no dia seguinte. No dia 8, a II Gala dos Antigos Estudantes da UC, marcada para as
21h30, no TAGV, encerra o programa da X Semana Cultural, em que as iniciativas profissionais
foram desenhadas por Giacomo Scalisi, consultor de programação, e pela coreógrafa Madalena
Victorino, em torno da ideia da imaginação como abrigo.
Pró-reitor para a Cultura destaca “proximidade”
«Todos os anos há inovação, porque há sempre uma temática nova», começou por lembrar José
António Bandeirinha, pró-reitor para a Cultura da Universidade de Coimbra (UC), destacando que o
objectivo passa por «tornar a Universidade mais aberta às pessoas que vêm de fora», de forma a
mostrar que a Semana Cultural «não é uma coisa que se passa dentro dos muros, como se diz
muitas vezes».
Preparada desde Abril do ano passado, a X Semana Cultural tem a imaginação como tema. «Refere-
se à imaginação que temos de usar quotidianamente em todas as coisas que fazemos», explicou
Bandeirinha, antes de sublinhar que a iniciativa se vira para o exterior, promovendo eventos na
Praça 8 de Maio, Praça Velha e Escola Secundária Jaime Cortesão.
«Há uma aposta muito forte na proximidade com as pessoas e a cidade», afirmou o pró-reitor para a
Cultura da UC, realçando que «o programa convida as pessoas a vir ao seu seio». «O público que
vai ver os espectáculos da Semana Cultural também vai, ao mesmo tempo, ver os espaços onde vão
ser criados», revelou, para, de seguida, garantir que «a interacção do programa foi o que agradou a
toda a gente».
João Henriques
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