1. CECÍLIA MEIRELES
(Rio de Janeiro 1901-1964)
“Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de
meu pai e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes
ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas,
ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com
a morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o
Eterno. Em toda a minha vida, nunca me esforcei por ganhar, nem me
espantei por perder. A noção ou o sentimento de transitoriedade de
tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade”.
Cecília Meireles
Lecionou literatura e cultura brasileiras, literatura portuguesa e
crítica literária tanto no Brasil quanto no exterior;
Ministrou cursos e conferências sobre folclore, teatro, literatura
hispano-americana e pedagogia;
Foi poeta, cronista, jornalista, tradutora;
Em 1919 publica seu primeiro livro (“Espectros”);
Em 1934 fundou a primeira biblioteca de literatura infantil do
país;
Em 1935 seu marido se suicida;
Em 1953 publica a obra épica-lírica “O Romanceiro da
Inconfidência”;
Em 1958 publica sua obra poética;
2. A MUSA CONTRA O DITADOR
(artigo da Folha de São Paulo 04/08/96)
Publicação de 960 artigos sobre Educação em 1930 e 1933
no jornal carioca “Diário de Notícias”
POLÍTICA
SOFRE
PERSEGUIÇÃO
IDEOLÓGICA
ESTÉTICA
“Cecília assistiu à ascensão de um estado autoritário e de uma Igreja
Católica que tentava recuperar seu poder após 40 anos de uma
república laica, com ares positivistas. A Revolução de 30 traz para a
Igreja Católica a possibilidade de reaver o poder embora sua
popularidade fosse incontestável”.
PROVAS HISTÓRICAS:
Em 1931 Nossa Senhora Aparecida é consagrada padroeira
do Brasil e é inaugurado o Cristo Redentor.
FATOS:
Vaga ao cargo de professor de Literatura pela Escola
Normal;
Em 1937 sua biblioteca é invadida;
Prêmio da Academia Brasileira de Letras em 1938.
3. CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Vinculada ao grupo da Revista Festa de orientação espiritualista;
Apresenta-se
simbolistas;
como
herdeira
de
algumas
características
Rigidamente não pode ser associada a nenhuma escola literária;
No Modernismo brasileiro é a maior representante da poesia
intimista e espiritualista
Expressa uma visão muito particular do mundo:
Cromatismo
Associações sensoriais
Musicalidade
Sinestesias
Culto da beleza imaterial
Preferência pela abstração
Recorrência de símbolos:
o oceano, o vento, a água, o espaço, a música, a solidão
(desintegração de si)
PRINCIPAIS TEMAS:
O ETERNO
O EFÊMERO
A METAMORFOSE
(MUDANÇA DAS COISAS)
4. ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA (1953)
Desmistificação quanto à
alienação da autora
Fuga do intimismo
Sensibilidade poética
e pesquisa histórica
Poesia social e
fato histórico
Tematiza a liberdade, justiça,
traição, idealismo
ROMANCE
forma poética medieval
A OBRA É DIVIDIDA EM 5 PARTES
I – descrição do ambiente
II – descoberta dos planos
III – morte de Cláudio Manuel da Costa
IV – o destino de Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto;
V – a presença de D. Maria, rainha de Portugal e confirmação das
sentenças.
Os acontecimentos são vistos como emblemáticos
ensinamentos podem ser associados a outras situações:
e
seus
Toda vez que um justo grita,
Um carrasco o vem calar.
Quem não presta fica vivo,
Quem é bom mandam matar.
(Cecília Meireles – Romanceiro da Inconfidência)
5. CANÇÃO MÍNIMA
No mistério do Sem-Fim
Equilibra-se um planeta
E no planeta, um jardim:
e no jardim, um canteiro;
no canteiro, uma violeta
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta.
(Cecília Meireles, Viagem, 1939)
CANÇÃO MÍNIMA
No mistério do Sem-Fim
Equilibra-se um planeta
E no planeta (Equilibra-se) um jardim:
e no jardim (Equilibra-se) um canteiro;
no canteiro (Equilibra-se) uma violeta
e, sobre ela (Equilibra-se) o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
(Equilibra-se)
a asa de uma borboleta.