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Química 1
Química Geral 1
Pré-Vestibular
Teoria e Exercícios Propostos
índice.química 1


Capítulo 01. Modelos Atômicos
  1. Introdução à química ............................................................................................ 9
  2. Modelo Atômico de Dalton ..................................................................................... 9
  3. Modelo Atômico de Thomson ................................................................................. 9
  4. Modelo Atômico de Rutherford ............................................................................... 9
  5. Modelo Atômico Clássico ..................................................................................... 10
  6. Conceitos Fundamentais ...................................................................................... 10
      6.1.   Número Atômico ...................................................................................................... 10
      6.2.   Número de Massa .................................................................................................... 11
      6.3.   Elemento Químico .................................................................................................... 11
      6.4.   Isótopos, Isóbaros e Isótonos .................................................................................. 11
  7. Modelo Atômico de Rutherford-Bohr ...................................................................... 12
  8. Modelo Atômico Atual ......................................................................................... 12
      8.1.   Números Quânticos .................................................................................................. 13
      8.2.   Distribuição Eletrônica ............................................................................................... 13
      8.3.   Distribuição Eletrônica em Átomos Neutros ............................................................... 14
      8.4.   Distribuição Eletrônica de íons ................................................................................... 15

Capítulo 02. Tabela Periódica
  1. Introdução ......................................................................................................... 16
  2. Tabela Periódica Moderna ................................................................................... 18
  3. Distribuição Eletrônica na Tabela Periódica ............................................................ 20
      3.1.   Períodos .................................................................................................................. 20
      3.2.   Famílias .................................................................................................................... 20
      3.3.   Distribuição Eletrônica .............................................................................................. 21
      3.4.   Elementos de Transição ............................................................................................ 22
      3.5.   Elementos de Transição Interna ............................................................................... 22
  4. Propriedades ..................................................................................................... 22
      4.1. Propriedades Aperiódicas .......................................................................................... 22
      4.2. Propriedades Periódicas ............................................................................................ 22

Capítulo 03. Ligação Química
  1. Introdução ......................................................................................................... 27
  2. Teoria dos Octetos .............................................................................................. 27
  3. Ligação Iônica ou Eletrovalente ............................................................................ 27
                                                                                                                                                PV2D-06-QUI-11




      3.1. Notação ou Fórmula de Lewis ................................................................................... 28
      3.2. Estrutura Cristalina dos Compostos Iônicos ................................................................ 28
      3.3. Características dos Compostos Iônicos ...................................................................... 28
índice.química 1

  4. Ligação Covalente ............................................................................................... 28
      4.1. Ligação Covalente Normal ......................................................................................... 29
      4.2. Ligação Covalente Dativa ou Coordenada ................................................................. 30
      4.3. Anomalias do Octeto ............................................................................................... 30
  5. Ligação Metálica ................................................................................................. 30
      5.1. Propriedade dos Metais ........................................................................................... 31
      5.2. Estrutura dos Metais ................................................................................................. 31
  6. Geometria Molecular ........................................................................................... 31
  7. Polaridade de Ligações ........................................................................................ 33
      7.1. Ligação Covalente Apolar (Não-Polar) ....................................................................... 33
      7.2. Ligação Covalente Polar ........................................................................................... 33
  8. Polaridade de Moléculas ...................................................................................... 34
      8.1. Molécula Apolar ........................................................................................................ 34
      8.2. Molécula Polar .......................................................................................................... 34
  9. Forças Intermoleculares ...................................................................................... 34
      9.1. Dipolo Instantâneo – Dipolo Induzido ou Forças de Dispersão de London .................. 34
      9.2. Forças de Dipolo Permanente ou Dipolo-Dipolo ......................................................... 35
      9.3. Ligações (Pontes) de Hidrogênio .............................................................................. 35
  10. Pontos de Fusão e Ebulição das Substâncias Moleculares ...................................... 35
      10.1. Estado Físico das Substâncias Moleculares ............................................................... 35
      10.2. Solubilidade ........................................................................................................... 36

Capítulo 04. Funções Inorgânicas
  1. Teoria de Arrhenius ............................................................................................ 37
      1.1. Dissociação e Ionização ............................................................................................. 37
      1.2. Grau de Ionização (ou de Dissociação Iônica) ............................................................ 38
  2. Ácidos ............................................................................................................... 38
      2.1. Introdução ............................................................................................................... 38
      2.2. Definição Segundo Arrhenius .................................................................................... 38
      2.3. Classificação dos Ácidos ............................................................................................ 38
      2.4. Regra Prática para Determinação da Força de um Ácido ............................................ 39
      2.5. Fórmula Estrutural .................................................................................................... 39
      2.6. Formulação e Nomenclatura ..................................................................................... 40
      2.7. Ionização dos Ácidos ................................................................................................. 42
      2.8. Nomenclatura dos Ânions ......................................................................................... 42
  3. Bases ................................................................................................................ 43
      3.1. Definição segundo Arrhenius .................................................................................... 43
      3.2. Classificação .............................................................................................................. 43
      3.3. Indicadores Ácido-Base ............................................................................................. 43
      3.4. Formulação .............................................................................................................. 43
      3.5. Principais cátions ...................................................................................................... 44
      3.6. Nomenclatura das bases ........................................................................................... 44
índice.química 1

     4. Sais .................................................................................................................. 44
          4.1. Definição segundo Arrhenius .................................................................................... 44
          4.2. Reação de neutralização ........................................................................................... 44
          4.3. Classificação e Nomenclatura dos sais ........................................................................ 45
          4.4. Fórmula geral ........................................................................................................... 46
          4.5. Tabela de ânions ...................................................................................................... 46
          4.6. Fórmula e nome dos sais .......................................................................................... 47
          4.7. Regras de solubilidade dos sais em água .................................................................... 47
     5. Cotidiano de Ácidos, Bases e Sais ......................................................................... 47
          5.1. Principais ácidos e seus usos ..................................................................................... 47
          5.2. Principais bases e seus usos ...................................................................................... 48
          5.3. Principais sais e seus usos ......................................................................................... 49
     6. Óxidos .............................................................................................................. 49
          6.1.   Definição .................................................................................................................. 49
          6.2.   Fórmula Geral ........................................................................................................... 49
          6.3.   Nomenclatura dos Óxidos ......................................................................................... 49
          6.4.   Óxidos ácidos ou anidridos ........................................................................................ 50
          6.5.   Óxidos Básicos .......................................................................................................... 50
          6.6.   Óxidos Neutros ........................................................................................................ 51
          6.7.   Óxidos Anfóteros ...................................................................................................... 51
          6.8.   Óxidos Duplos, Mistos ou Salinos ............................................................................... 51
          6.9.   Peróxidos ................................................................................................................. 51
     7. Cotidiano dos Óxidos ........................................................................................... 51

Capítulo 05. Reações Químicas
     1. Introdução ........................................................................................................ 53
     2. Classificação ...................................................................................................... 53
          2.1.   Reações       de    Síntese ou Adição .................................................................................. 53
          2.2.   Reações       de    Análise ou Decomposição ....................................................................... 53
          2.3.   Reações       de    Deslocamento ou Simples Troca ............................................................. 53
          2.4.   Reações       de    Dupla Troca ........................................................................................... 53
     3. Ocorrência das Reações ...................................................................................... 53
          3.1 Reações de Deslocamento ou Simples Troca .............................................................. 54
          3.2. Dupla Troca .............................................................................................................. 55

Exercícios Propostos .................................................................................................................................. 57
                                                                                                                                                             PV2D-06-QUI-11
.01                         Química Geral 1


Capítulo 01. Modelos Atômicos
   1. Introdução à química                               3. “Átomos de elementos diferentes apre-
                                                     sentam massa e propriedades diferentes”.
    As origens da Química são muito antigas.             4. “Átomos são permanentes e indivisíveis
O homem pré-histórico provavelmente                  e não podem ser criados, nem destruídos”.
maravilhou-se quando, pela primeira vez,
                                                         5. “As reações químicas comuns não pas-
conseguiu produzir o fogo. Aprendeu a cozer
                                                     sam de uma reorganização dos átomos”.
alimentos, usar argila para produzir vasos e
potes, e talvez tenha descoberto acidental-              6. “Os compostos são formados pela com-
mente que algumas pedras azuis (minério de           binação de átomos de elementos diferentes
cobre), quando aquecidas ao fogo, produziam          em proporções fixas”.
cobre metálico, e que este, quando aquecido              As idéias de Dalton permitiram, na época,
junto com estanho, produzia o bronze.                explicar com sucesso por que a massa é con-
    Portanto, o homem passou pelas “idades”          servada durante uma reação química (Lei de
da pedra, do bronze e do ferro, sempre apren-        Lavoisier) e também a lei da composição de-
dendo a produzir novos materiais.                    finida (Lei de Proust).
    Por volta do ano 400 a.C., surgem os pri-
meiros conceitos teóricos da Química.                   3. Modelo Atômico de
    Demócrito e Leucipo, filósofos gregos, afir-
mavam que toda matéria era constituída por              Thomson
minúsculas partículas, às quais deram o nome            Em 1897, J.J. Thomson, baseando-se em
de átomos. Essa idéia foi rejeitada por Platão e     alguns experimentos, propôs um novo mo-
Aristóteles, que tinham muito maior influên-         delo atômico.
cia na época.                                           Segundo Thomson, o átomo seria um
    Apenas em 1650 d.C. o conceito de átomo          aglomerado composto de uma parte de partículas
foi novamente proposto pelo filósofo francês         positivas pesadas (prótons) e de partículas ne-
Pierre Cassendi.                                     gativas (elétrons), mais leves. Este modelo fi-
    Em 1808, John Dalton, baseando-se em vári-       cou conhecido como “pudim de passas”.
as observações experimentais sobre gases e rea-
ções químicas, forneceu a primeira idéia científi-      4. Modelo Atômico de
ca do átomo, chamada de “Teoria Atômica”.
                                                        Rutherford
   2. Modelo Atômico de Dalton                           Em 1911, Ernest Rutherford, estudando a
   John Dalton, professor inglês, propôs, ba-        trajetória de partículas α (partículas positi-
seado em suas experiências, uma explicação           vas) emitidas pelo elemento radioativo
da natureza da matéria. Os principais pos-           polônio, bombardeou uma lâmina fina de
tulados da teoria de Dalton são:                     ouro. Ele observou que a maioria das partí-
   1. “Toda matéria é composta por minús-            culas α atravessavam a lâmina de ouro sem
culas partículas chamadas átomos”.                   sofrer desvio em sua trajetória; que algumas
   2. “Os átomos de um determinado elemen-           das partículas sofriam desvio em sua traje-
                                                     tória; outras, em número muito pequeno, ba-
to são idênticos em massa e apresentam as
                                                     tiam na lâmina e voltavam.
mesmas propriedades químicas”.

Capítulo 01. Modelos Atômicos                                       PV2D-06-QUI-11         9
Química Geral 1

                                                          Adotando-se como padrão a massa do
                                                       próton, observou-se que sua massa era prati-
                                                       camente igual à massa do nêutron e 1836 vezes
                                                       mais pesada que o elétron, concluindo-se que:
                                                                1 1 ≈ 1 2 → 1 1 = 1234 1 3 1
                                                          Prótons, nêutrons e elétrons são denomina-
                                                       dos partículas elementares ou fundamentais.
                                                          Algumas características físicas das partí-
   Rutherford concluiu que a lâmina de ouro            culas atômicas fundamentais:
não era constituída de átomos maciços e pro-
pôs que um átomo seria constituído de um nú-
cleo muito pequeno carregado positivamente
(no centro do átomo) e muito denso, rodeado
por uma região comparativamente grande
onde estariam os elétrons em movimentos
orbitais. Essa região foi chamada de eletrosfera.
   Segundo o modelo de Rutherford, o tama-
nho do átomo seria de 10 000 e 100 000 vezes
maior que seu núcleo.
                                                          6. Conceitos Fundamentais
   Observemos que Rutherford teve que ad-                 6.1. Número Atômico
mitir os elétrons orbitando ao redor do nú-
cleo, porque, sendo eles negativos, se estives-
sem parados, acabariam indo de encontro ao                 Número atômico (Z) é o número de
núcleo, que é positivo.                                 prótons do núcleo de um átomo. É o nú-
                                                        mero que identifica o átomo.
   5. Modelo Atômico Clássico
                                                          A representação do número atômico dos
    As partículas positivas do núcleo foram
                                                       átomos é:
chamadas de prótons.
    Em 1932, Chadwick isolou o nêutron, cuja
                                                                            ZE
existência já era prevista por Rutherford.
    Portanto, o modelo atômico clássico é cons-
tituído de um núcleo, onde se encontram os                Num átomo neutro, cuja carga elétrica
prótons e nêutrons, e de uma eletrosfera, onde         total é zero, o número de prótons é igual ao
estão os elétrons orbitando em torno do núcleo.        número de elétrons. O número de elétrons,
                                                       nesse caso, pode ser considerado igual ao
                                                       número atômico.
123456
        1789
6
7
        2
86
Exemplo
        3                                                 O átomo de magnésio (Mg) tem número
45
86
58 454
86
5 
                       −                               atômico 12 (Z = 12).
                                                          Significado: no núcleo do átomo de Mg
                                                       existem 12 prótons. No átomo neutro de Mg
                             Modelo atômico clássico
                                                       existem 12 prótons e 12 elétrons.




      10             PV2D-06-QUI-11                                    Capítulo 01. Modelos Atômicos
Química Geral 1

   Representação                                       Exemplo

                        12Mg
                                                              13456789
33
597
⎯ ⎯⎯⎯→ 12                         13456789
33
597
34
                                                    12 12     2
                                                              3345297
⎯
                                                                                   1
 −          −
                                                                                                             2
                                                                                                             33
5297
4                                              4
                                                                                                    7
   6.2. Número de Massa                             56787
                                                   9
77
7
67


                                                     Se um átomo perde elétrons, ele se torna
     Número de massa (A) é a soma do               um íon positivo, chamado cátion.
  número de prótons (Z) e do número de
  nêutrons (N) existentes no núcleo de um            Exemplo
  átomo.
                                                          123456789
                      123456789

                                                        1 3
24

869
 ⎯
9
1
 → 567 3
24

869

                                                          2                         1+ 2
                                                                                               −
                                                      34
                                                                        ⎯⎯⎯
   A=Z+N
                                                      12
                                                     567873234869

                                                          4
                                                   9
765

7
765

7 324869

                                                                                           4
   Representação
                                                       6.4. Isótopos, Isóbaros e Isótonos
                 2 1 ou 1 2
                 1     1
   Exemplo                                              Isótopos: são átomos que apresentam
   Um átomo neutro tem 19 prótons e 21 nêu-          o mesmo número atômico (Z) e diferentes
trons, portanto:                                     números de massa (A).
   Z = 19        N = 21
   A = Z + N = 19 + 21 = 40                           Os isótopos são átomos de um mesmo ele-
                                                   mento químico (mesmo Z), e que apresentam
   Representação
                                                   diferentes números de nêutrons, resultando
                   40          34
                                                   assim diferentes números de massa.
                19E     ou     12 1
                                                      Exemplo

                                                          1                   2               3
                                                          11                  11              11
   6.3. Elemento Químico
                                                        234567 89
5367 53
567

     Elemento químico é o conjunto de áto-
                                                                         35              34
  mos que apresentam o mesmo número                              14 
           14 

  atômico (Z) (mesma identidade química).                     737 737

    Observações                                         Isóbaros: são átomos que apresentam
                                                     diferentes números atômicos (Z) e mes-
    Como vimos anteriormente, um átomo é
                                                     mo número de massa (A).
eletricamente neutro quando o número de
prótons é igual ao número de elétrons, porém
um átomo pode perder ou ganhar elétrons na             Exemplo
eletrosfera, sem sofrer alteração no seu núcleo,          K40 e 20Ca40
                                                       19
originando partículas carregadas positiva ou            C14 e 7N14
negativamente, denominadas íons.                       6


    Se um átomo ganha elétrons, ele se torna
um íon negativo, chamado ânion.



Capítulo 01. Modelos Atômicos                                                 PV2D-06-QUI-11                     11
Química Geral 1

                                                     5. Ao voltar ao nível mais interno, o elé-
      Isótonos: são átomos que apresentam
                                                  tron emite um quantum de energia, na forma
  diferentes números atômicos (Z), diferen-
                                                  de luz de cor bem definida ou outra radiação
  tes números de massa, e o mesmo núme-
                                                  eletromagnética (fóton).
  ro de nêutrons (N).

   Exemplos
   12
     Mg26           e      14
                                Si28
   N=A–Z
   N = 26 – 12 = 14        N = 28 – 14 = 14

    Cl37
   17
                    e       Ca40
                           20
   N = 37 – 17 = 20        N = 40 – 20 = 20          6. Cada órbita é denominada de estado
                                                  estacionário e pode ser designada por letras
   7. Modelo Atômico de                           K, L, M, N, O, P, Q. As camadas podem apre-
                                                  sentar:
   Rutherford-Bohr                                   K = 2 elétrons
    Bohr, baseando-se nos estudos feitos em          L = 8 elétrons
relação ao espectro do átomo de hidrogênio e         M = 18 elétrons
na teoria proposta em 1900 por Planck (Teo-
                                                     N = 32 elétrons
ria Quântica), segundo a qual a energia não é
emitida em forma contínua, mas em ”blocos”,          O = 32 elétrons
denominados quanta de energia, propôs os se-         P = 18 elétrons
guintes postulados:                                  Q = 2 elétrons
    1. Os elétrons nos átomos descrevem sem-
pre órbitas circulares ao redor do núcleo, cha-      7. Cada nível de energia é caracterizado
madas de camadas ou níveis de energia.            por um número quântico (n), que pode assu-
    2. Cada um desses níveis possui um valor      mir valores inteiros: 1, 2, 3, etc.
determinado de energia (estados estacionários).
    3. Os elétrons só podem ocupar os níveis
que tenham uma determinada quantidade de
energia.
    4. Os elétrons podem saltar de um nível
para outro mais externo, desde que absor-
vam uma quantidade bem definida de ener-
gia (quantum de energia).
                                                     8. Modelo Atômico Atual
                                                     A teoria de Bohr explicava muito bem o
                                                  que ocorria com o átomo de hidrogênio, mas
                                                  apresentou-se inadequada para esclarecer os
                                                  espectros atômicos de outros átomos com
                                                  dois ou mais elétrons.




        12         PV2D-06-QUI-11                                 Capítulo 01. Modelos Atômicos
Química Geral 1

    Até 1900 tinha-se a idéia de que a luz pos-        8.1. Números Quânticos
suía caráter de onda. A partir dos trabalhos            Schrödinger propôs que cada elétron em
realizados por Planck e Einstein, este último       um átomo tem um conjunto de quatro núme-
propôs que a luz seria formada por partícu-         ros quânticos que determinam sua energia e
las-onda, ou seja, segundo a mecânica               o formato da sua nuvem eletrônica, dos quais
quântica, as ondas eletromagnéticas podem           discutiremos dois:
mostrar algumas das propriedades caracte-
rísticas de partículas e vice-versa. A nature-              I. Número Quântico Principal (n)
za dualística onda-partícula passou a ser acei-        O número quântico principal está associ-
ta universalmente.                                  ado à energia de um elétron e indica em qual
    Em 1924, Louis de Broglie sugeriu que os elé-   nível de energia está o elétron. Quando n au-
trons, até então considerados partículas típicas,   menta, a energia do elétron aumenta e, na
possuiriam propriedades semelhantes às ondas.       média, ele se afasta do núcleo. O número
                                                    quântico principal (n) assume valores intei-
     A todo elétron em movimento está as-           ros, começando por 1.
  sociada uma onda característica (Princí-             n = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...
  pio da Dualidade).
                                                            K L M N O P Q
    Ora, se um elétron se comporta como onda,
como é possível especificar a posição de uma              II. Número Quântico Secundário (l)
onda em um dado instante? Podemos deter-               Cada nível energético é constituído de um
minar seu comprimento de onda, sua ener-            ou mais subníveis, os quais são representados
gia, e mesmo a sua amplitude, porém não há          pelo número quântico secundário, que está as-
possibilidade de dizer exatamente onde está         sociado ao formato geral da nuvem eletrônica.
o elétron.                                             Como os números quânticos n e 1 estão
    Além disso, considerando-se o elétron           relacionados, os valores do número quântico
uma partícula, esta é tão pequena que, se ten-      1 serão números inteiros começando por 0
tássemos determinar sua posição e velocida-         (zero) e indo até um máximo de (n – 1).
de num determinado instante, os próprios               1 = 0, 1, 2, ...(n – 1)
instrumentos de medição iriam alterar essas            Para os átomos conhecidos, teremos:
determinações. Assim, Heisenberg enunciou
                                                       1 =0, 1, 2, 3
o chamado Princípio da Incerteza:
                                                          s, p, d, f(tipo de subnível)
     Não é possível determinar a posição e             O número máximo de elétrons em cada
  a velocidade de um elétron, simultanea-           subnível é:
  mente, num mesmo instante.
    Em 1926, Erwin Schrödinger, devido à im-
possibilidade de calcular a posição exata de
um elétron na eletrosfera, desenvolveu uma
equação de ondas (equação muito complexa,
envolvendo cálculo avançado, e não tentare-
mos desenvolvê-la aqui), que permitia deter-           8.2. Distribuição Eletrônica
minar a probabilidade de encontrarmos o                A distribuição (configuração) eletrônica
elétron numa dada região do espaço.                 nos descreve o arranjo dos elétrons em um
                                                    átomo , fornecendo o número de elétrons em
    Assim, temos que a região do espaço onde
                                                    cada nível principal e subnível. Os elétrons
é máxima a probabilidade de encontrarmos
                                                    preenchem os subníveis em ordem crescente
o elétron é chamada de orbital.

Capítulo 01. Modelos Atômicos                                     PV2D-06-QUI-11           13
Química Geral 1

de energia. Um subnível deve estar totalmen-
te preenchido para depois iniciarmos o pre-
enchimento do subnível seguinte.
    O cientista Linus Pauling formulou um
diagrama que possibilita distribuir os elé-
trons em ordem crescente de energia dos ní-
veis e subníveis.

            Diagrama de Pauling




                                                    O sentido das flechas indica os subníveis e níveis
                                                                     em ordem crescente de energia.
                                                   Exemplo
                                                   1
                                                    H      –          1s1
                                                   2
                                                    He     –          1s2
                                                   3
                                                    Li     –          1s2 2s1
                                                   4
                                                    Be     –          1s2 2s2
                                                   5
                                                    B      –          1s2 2s2 2p1
                                                   11
                                                      Na   –          1s2 2s2 2p6 3s1
   O sentido das flechas indica os subníveis         K     –          1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
                                                   19
e níveis em ordem crescente de energia.              Fe    –          1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
                                                   26

   8.3. Distribuição Eletrônica em
                                                   A distribuição eletrônica pode ser repre-
   Átomos Neutros
                                                sentada em ordem crescente de energia ou
   Para fazermos a distribuição eletrônica de
                                                por camadas. Por exemplo:
um átomo neutro, devemos conhecer o seu
número atômico (Z) e, conseqüentemente, seu
número de elétrons e distribuí-los em ordem
crescente de energia dos subníveis, segundo
o diagrama de Pauling.




     14            PV2D-06-QUI-11                                 Capítulo 01. Modelos Atômicos
Química Geral 1

   8.4. Distribuição Eletrônica de íons             Para a distribuição do íon Fe3+, é neces-
   A distribuição eletrônica de íons é seme-     sária a retirada de um elétron do subnível d.
lhante à dos átomos neutros. Lembrando que
um íon é formado a partir da perda ou ganho              Fe3+: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5
                                                    26
de elétrons que ocorre com um átomo e que
os elétrons serão retirados ou recebidos sem-
pre da última camada eletrônica (mais ex-           17
                                                         Cl: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
terna), chamada camada de valência, e não
do subnível mais energético, teremos, por
                                                               1 ganha 1e na camada de valência
exemplo, as seguintes distribuições:
                                                           –
                                                    17
                                                         Cl : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
    Na: 1s2 2s2 2p6 3s1
   11

         1 perde 1e da camada de valência
    Na+: 1s2 2s2 2p6
   11



    Fe: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
   26

              1 perde 2e da camada de valência
    Fe2+: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6
   26




Capítulo 01. Modelos Atômicos                                       PV2D-06-QUI-11           15
Química Geral 1


Capítulo 02. Tabela Periódica
   1. Introdução                                  varam que, quando várias propriedades eram
                                                  representadas graficamente em função da
   No início dos anos de 1800, os cientistas já   massa atômica, obtinha-se, para cada caso,
conheciam um número considerável de ele-          uma curva periódica.
mentos, inclusive algumas de suas proprie-            O trabalho realizado por Mendeleev foi
dades químicas e físicas. Surgiu, então, a ne-    tão profundo e minucioso que acabou sendo
cessidade de se organizar os elementos em         utilizado como base da tabela periódica mo-
uma tabela, de modo a se ter grupos de ele-       derna, chegando a prever a existência de ele-
mentos que apresentassem propriedades quí-        mentos ainda não conhecidos na época, como
micas semelhantes.                                o gálio (chamado por ele de Eka-alumínio) e o
   Vários trabalhos foram produzidos nes-         germânio (Eka-silício), prevendo suas propri-
se sentido, mas dois deles, realizados inde-      edades com grande precisão.
pendentemente, tiveram valor fundamental
no desenvolvimento do conceito de periodi-            Para estimar a massa atômica do germânio,
cidade química para construir a tabela peri-      ele tomou a média das massas do Si (massa
ódica dos elementos. Foram os trabalhos           atômica = 28) e Sn (massa atômica = 118).
efetuados por Lothar Meyer (alemão) e Dmitri
Ivanovich Mendeleev (russo).                                                34 + 554
                                                       massa atômica 12 =            = 67
                                                                               3
   Ambos listaram os elementos em ordem
crescente de suas massas atômicas e obser-




     16            PV2D-06-QUI-11                                  Capítulo 02. Tabela Periódica
Química Geral 1




    Comparando a tabela formulada por                      partir do estudo dos espectros de emissão de
Mendeleev e a tabela periódica atual, encon-               vários elementos, determinou o número de
tramos três situações nas quais os elementos               prótons de cada elemento químico.
se encontram fora da seqüência crescente em                    Com a determinação do número de
relação à massa atômica:                                   prótons (número atômico Z) de cada elemen-
    O argônio (39,948) antecede o potássio                 to, ele pôde comprovar que as propriedades
(39,098); o cobalto (58,933) antecede o níquel             periódicas eram em função do número atô-
(58,693); e o telúrio (127,60) antecede o iodo (126,90).   mico crescente e não da massa atômica, como
    Estas anomalias foram resolvidas, em                   tinha sido estabelecido por Mendeleev.
1914, por um inglês, H. G. J. Moseley, que, a



Capítulo 02. Tabela Periódica                                            PV2D-06-QUI-11           17
Química Geral 1

   A Lei Periódica é estabelecida nestes                Isso significa que, quando os elementos são
   termos:                                           ordenados em ordem crescente de números
   “As propriedades dos elementos químicos são uma   atômicos, observa-se uma repetição periódi-
função periódica do número atômico”.                 ca de suas propriedades.




   2. Tabela Periódica Moderna
    Os elementos encontram-se dispostos em
ordem crescente de número atômico e suas
posições são estabelecidas através de suas
distribuições eletrônicas.
    A tabela periódica atual é formada por:
    a) sete linhas horizontais, chamadas de
períodos. Cada período, exceto o primeiro, co-
meça com um metal alcalino e termina, exceto
o último, que ainda se encontra-se incomple-
to, com um gás nobre .
    A estrutura da tabela periódica fica as-
                                                      Observação – No 6º período, incluir a sé-
sim, representada:
                                                      rie dos lantanídios e no 7º período a série
                                                      dos actnídios, que estão indicados abaixo
                                                      da tabela.



      18             PV2D-06-QUI-11                                   Capítulo 02. Tabela Periódica
Química Geral 1

    b) As 18 colunas verticais são denomina-        Os elementos artificiais são classificados em:
das de grupos ou famílias. Os elementos que         – cisurânicos: apresentam número atômi-
pertencem a uma mesma família apresentam        co abaixo do urânio (Z = 92). Apenas dois:
propriedades semelhantes.
                                                    o tecnécio (Z = 43) e o promécio (Z = 61).
    As famílias são designadas pelas letras A
                                                    – transurânicos: apresentam número atô-
e B e denominadas de subgrupo; o grupo é
                                                mico acima do urânio (Z = 92). O urânio é o
indicado por algarismo romano de I a VIII.
                                                último elemento natural, portanto todos os
Por exemplo, o Sc pertence ao grupo III,
                                                elementos com número atômico acima do
subgrupo B, ou simplesmente IIIB, enquanto
                                                urânio são artificiais.
o Boro pertence ao grupo III, subgrupo A, ou
simplesmente IIIA. Recentemente, a                  d) Os elementos, na tabela periódica,
American Chemical Society recomendou a          também podem ser classificados como:
substituição dos algarismos romanos por             – metais: correspondem a 80% dos elemen-
números de 1 a 18, para indicar as famílias     tos conhecidos. São bons condutores de calor
da tabela periódica.                            e eletricidade e sua condutividade elétrica di-
    Por exemplo: o magnésio pertence a famí-    minui com o aumento da temperatura; são
lia IIA ou 2; o carbono, à família IVA ou 14.   dúcteis e maleáveis; sólidos à temperatura
                                                ambiente, com exceção do mercúrio que é lí-
    Algumas famílias recebem denominações
                                                quido.
especiais:
                                                    – não-metais (ametais): com poucas exce-
    IA ou 1 = metais alcalinos
                                                ções, esse elementos não conduzem corrente
    IIA ou 2 = metais alcalino-terrosos         elétrica ou calor (são isolantes). Encontram-
    VIA ou 16 = calcogênios                     se nos estados físicos sólido, líquido e gasoso,
    VIIA ou 17 = halogênios                     em condições ambientes.
    VIIIA ou 18 = gases nobres                      – semimetais ou metalóides: possuem pro-
                                                priedades intermediárias entre as de um
 Observação – O hidrogênio não pertence         metal e um não-metal. Sua condutividade elé-
 à família dos metais alcalinos, e não se en-   trica é pequena e tende a aumentar com a ele-
 caixa em nenhum outro grupo, pois apre-        vação da temperatura. São seis os elementos
 senta propriedades diferentes de todos os      considerados semimetais: boro (B) sílico (Si),
 demais elementos químicos.                     germânio (Ge), arsênio (As), antimônio (Sb) e
                                                telúrio (Te).
   c) Elementos naturais: são encontrados
na natureza.                                     Observação – O Polônio (Po) é um elemen-
   Elementos artificiais: são produzidos em      to cuja condutividade elétrica é típica de
laboratórios.                                    um metal, ou seja, diminui com o aumen-
                                                 to da temperatura.




Capítulo 02. Tabela Periódica                                  PV2D-06-QUI-11            19
Química Geral 1

   Resumindo podemos indicar:




   3. Distribuição Eletrônica na                   – elementos do 7º período possuem 7 ní-
                                                veis de energia ocupados por elétrons.
   Tabela Periódica                                Exemplo

                                                          1                 1
                                                          1
   3.1. Períodos                                    Na 14       24 1 26 2   34 3
                                                   11           12 4
                                                                 3 3
    Os elementos que pertencem ao mesmo                 5           7        8
período apresentam o mesmo número de ca-            O Na se encontra no 3º período, pois pos-
madas eletrônicas. Portanto, todos os elemen-   sui 3 níveis ocupados por e–, e número quântico
tos de um dado período têm em comum a ca-       principal, n = 3, para a camada de valência.
mada de valência, e o número quântico prin-
cipal desta camada é igual ao número do pe-        3.2. Famílias
ríodo.                                             Os elementos pertencentes a uma mesma
    Assim:                                      família apresentam propriedades químicas se-
    – elementos do 1º período possuem 1 ní-     melhantes, pelo fato de possuírem o mesmo
vel de energia ocupado por elétrons.            número de elétrons na camada de valência.
    – elementos do 2º período possuem 2 ní-        Exemplos
veis de energia ocupados por elétrons.             Para a família A, o número da família, em
   1                                            algarismo romano, indica o número de elé-
                                                trons na camada de valência.


       20          PV2D-06-QUI-11                                Capítulo 02. Tabela Periódica
Química Geral 1

    Por exemplo: IA = 1e na camada de            elétrons de valência. Por exemplo:
valência.
                                                    Família 13 = 13 – 10 = 3 e na camada de
    IIA = 2 e na camada de valência              valência.
    A exceção fica com 2He = 1s2, que pertence
à família VIIIA.                                    3.3. Distribuição Eletrônica
                                                    Os elementos de uma mesma família apre-
   Também pode ser utilizada a numeração
                                                 sentam diferentes graus de semelhança em
das famílias 1, 2 e de 13 a 18, onde a encon-
                                                 suas propriedades químicas. Na família A, a
tramos:
                                                 variação de tais propriedades é mais regular,
   Família 1 = 1 e na camada de valência.        o que confere a esses elementos o nome de
                                                 representativos. Neles, o elétron mais
   Família 2 = 2 e na camada de valência.
                                                 energético encontra-se num subnível s (IA e
  A partir da família 13, subtrair 10 do nú-     IIA) ou p (IIIA a VIIIA).
mero do grupo para encontrar o número de




    Obs. – O Hélio possui número atômico
z = 2, portanto encontramos:

             15 = 3 ⇒ 3 62789
9
             3
            1
             2
   1 12 = 34 25
2
5
4
             362725
2
8
93
             4
   – O elétron de maior energia encontra-se
na camada de valência, para os elementos re-
presentativos. Portanto, podemos fazer a se-
guinte relação:




Capítulo 02. Tabela Periódica                                  PV2D-06-QUI-11           21
Química Geral 1

   3.4. Elementos de Transição                                 O subnível f, de maior energia, encontra-
    Os elementos de transição, no centro da ta-             se na antepenúltima camada e apresenta 2
bela periódica (IIIB até IIB, ou 3 a 12) possuem            elétrons na camada de valência. A represen-
como subnível de maior energia o subnível d,                tação do preenchimento eletrônico para os
que se encontra na penúltima camada. Portan-                elementos de transição interna fica:
to, os metais de transição preenchem subníveis                              ns2 (n – 2) f
nos quais o número quântico principal é uma
unidade menor que o número do período. Afo-
ra algumas exceções, podemos considerar que
                                                                       1
                                                                       1 2 34 ⇒ 567894
54
1
1
95
                                                                       2
os elementos de transição apresentam 2 elé-                            3
                                                               Em que: 1 2 4 ⇒ 567894
54
1
95

trons na camada de valência e podem ser re-                    Exemplo
presentados da seguinte maneira:
                      ns2 (n – 1)d
    Exemplificando, podemos dizer que o 21Sc
encontra-se no 4º período, cuja camada de
valência é 4s2, e possui subnível de maior
energia, 3d.
    Para localizarmos o número da família,                     4. Propriedades
utilizando a distribuição eletrônica, basta so-
mar o número de elétrons que se encontram                      4.1. Propriedades Aperiódicas
no subnível de maior energia com o número                       São propriedades que têm seus valores só
de elétrons da camada de valência.                          aumentando ou só diminuindo quando coloca-
    Por exemplo:                                            das em função do número atômico crescente.
                                                                São poucas as propriedades aperiódicas
                                                            e, dentre elas, temos, por exemplo:
   Obs. – Alguns metais de transição, não se-                   – a massa atômica, que aumenta com o
guem a distribuição eletrônica de Linus                     aumento do número atômico.
Pauling, dentre os quais destacamos:
   Família 6 ou VIB
   Crômio e Molibidênio

   12 123   45 1 65 1 67 3 85 1 87 3 124
                                     954 8
 5
                                     3 3
                              Deveria apresentar: 4s23d4
   Família 11 ou IB
   Cobre, Prata e Ouro

   12 123   45 1 65 1 67 3 85 1 87 3 95423
                                     1 8
4
                                      3
                                          45


                               Deveria apresentar: 4s23d9

   3.5. Elementos de Transição Interna
   São os elementos pertencentes à série dos
lantanídeos (6º período) e actnídeos (7º período)
e que apresentam subnível mais energético o                    4.2. Propriedades Periódicas
subnível f. São considerados pertencentes à                    São aquelas que apresentam variação pe-
família IIIB ou 3 e estão indicados em linhas               riódica na tabela, crescendo e decrescendo, à
fora e abaixo da tabela periódica.                          medida que o Z aumenta.

     22                  PV2D-06-QUI-11                                      Capítulo 02. Tabela Periódica
Química Geral 1

                                                                          Esquema




                I. Raio Atômico                                        II. Raios Iônicos
   É muito difícil medir o raio de um átomo
                                                                  Raio de Cátion
isolado, pois a eletrosfera não apresenta um
                                                      Quando um átomo perde elétron, a
limite bem definido. Mas, quando átomos de
                                                  repulsão da nuvem eletrônica diminui, dimi-
um elemento empacotam-se em sólidos, são          nuindo o seu tamanho. Inclusive pode ocor-
encontradas distâncias definidas de um nú-        rer perda do último nível de energia e quanto
cleo ao outro. Portanto, vamos considerar o       menor a quantidade de níveis, menor o raio.
raio atômico como sendo a metade da dis-
                                                      Portanto:
tância entre os núcleos de dois átomos vizi-
nhos.                                                 raio do átomo  raio do cátion

                                                           1115
9
8
                                                           3115798                                    1118
9
                                                       345 2                        − 45 − 3 1             31287
9
                                                                                                      45 8 2
                                                           32587 ⎯ ⎯⎯⎯→
                                                                             11 2
                                                                                                         +

                                                                                                           33897
11                                             11
                                                           3
                                                           46757879
4                                     3678797
5
                                                                                                           4
                                                        1s2 2s2 2p6 3s1               1s2 2s2 2p6
                                                                                    +
                                                                  raio Na  raio Na
                                                                 Raio do Ânion
                                                     Quando um átomo ganha elétron, aumen-
   Nas famílias (coluna vertical) os raios atô-
                                                  ta a repulsão da nuvem eletrônica, aumen-
micos aumentam de cima para baixo, pois,
                                                  tando o seu tamanho.
nesse sentido, aumenta o número de níveis
de energia dos átomos.                               raio do átomo  raio do ânion
   Por exemplo: um átomo do 1º período tem
apenas um nível de energia, portanto terá
                                                                                                        18 prótons
                                                                                                        310 elétrons
menor raio atômico que um átomo do 2º pe-
                                                         114
8
7                                     3
                                                                                                        32 níveis
ríodo (da mesma família) que tem dois níveis
de energia.
                                                         314687
                                                      34 2                   ⎯
                                                                           11 2   + 4 5 − 31
                                                                         ⎯ ⎯⎯ → O 2 −
                                                                                                        3de energia
                                                                                                        2
                                                  1
                                                         32476

                                                         356467689
                                    3expansão do
                                                                                                        3nível de
    Nos períodos (linha horizontal), confor-
me caminhamos para a direita, aumenta o
                                                         4                                              3
número atômico (número de prótons) para                                                                 3energia
                                                                                                        4
átomos de mesmo número de níveis de ener-
gia, portanto aumenta a atração do núcleo               1s2 2s2 2p4                                     1s2 2s2 2p6
pela eletrosfera, diminuindo o tamanho do
                                                                 Íons Isoelétricos
átomo e conseqüentemente o raio.                     Íons isoelétricos são os que apresentam
   Assim, o raio atômico cresce da direita        igual número de elétrons e, portanto, o núme-
para a esquerda nos períodos.                     ro de níveis é o mesmo. Assim, quanto maior

Capítulo 02. Tabela Periódica                                          PV2D-06-QUI-11                         23
Química Geral 1

for o número atômico, maior será a atração do                 IV. Afinidade Eletrônica ou Eletroafinidade
núcleo pela eletrosfera e menor o raio.                         É a quantidade de energia liberada quan-
    Exemplo                                                 do um átomo neutro, isolado no estado gaso-
            2+             1+          1–                   so, recebe um elétron.
       12Mg      ,    11Na     ,    9F

   11256789
555511156789
55551456789

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Química geral até reações

  • 2.
  • 4.
  • 5. índice.química 1 Capítulo 01. Modelos Atômicos 1. Introdução à química ............................................................................................ 9 2. Modelo Atômico de Dalton ..................................................................................... 9 3. Modelo Atômico de Thomson ................................................................................. 9 4. Modelo Atômico de Rutherford ............................................................................... 9 5. Modelo Atômico Clássico ..................................................................................... 10 6. Conceitos Fundamentais ...................................................................................... 10 6.1. Número Atômico ...................................................................................................... 10 6.2. Número de Massa .................................................................................................... 11 6.3. Elemento Químico .................................................................................................... 11 6.4. Isótopos, Isóbaros e Isótonos .................................................................................. 11 7. Modelo Atômico de Rutherford-Bohr ...................................................................... 12 8. Modelo Atômico Atual ......................................................................................... 12 8.1. Números Quânticos .................................................................................................. 13 8.2. Distribuição Eletrônica ............................................................................................... 13 8.3. Distribuição Eletrônica em Átomos Neutros ............................................................... 14 8.4. Distribuição Eletrônica de íons ................................................................................... 15 Capítulo 02. Tabela Periódica 1. Introdução ......................................................................................................... 16 2. Tabela Periódica Moderna ................................................................................... 18 3. Distribuição Eletrônica na Tabela Periódica ............................................................ 20 3.1. Períodos .................................................................................................................. 20 3.2. Famílias .................................................................................................................... 20 3.3. Distribuição Eletrônica .............................................................................................. 21 3.4. Elementos de Transição ............................................................................................ 22 3.5. Elementos de Transição Interna ............................................................................... 22 4. Propriedades ..................................................................................................... 22 4.1. Propriedades Aperiódicas .......................................................................................... 22 4.2. Propriedades Periódicas ............................................................................................ 22 Capítulo 03. Ligação Química 1. Introdução ......................................................................................................... 27 2. Teoria dos Octetos .............................................................................................. 27 3. Ligação Iônica ou Eletrovalente ............................................................................ 27 PV2D-06-QUI-11 3.1. Notação ou Fórmula de Lewis ................................................................................... 28 3.2. Estrutura Cristalina dos Compostos Iônicos ................................................................ 28 3.3. Características dos Compostos Iônicos ...................................................................... 28
  • 6. índice.química 1 4. Ligação Covalente ............................................................................................... 28 4.1. Ligação Covalente Normal ......................................................................................... 29 4.2. Ligação Covalente Dativa ou Coordenada ................................................................. 30 4.3. Anomalias do Octeto ............................................................................................... 30 5. Ligação Metálica ................................................................................................. 30 5.1. Propriedade dos Metais ........................................................................................... 31 5.2. Estrutura dos Metais ................................................................................................. 31 6. Geometria Molecular ........................................................................................... 31 7. Polaridade de Ligações ........................................................................................ 33 7.1. Ligação Covalente Apolar (Não-Polar) ....................................................................... 33 7.2. Ligação Covalente Polar ........................................................................................... 33 8. Polaridade de Moléculas ...................................................................................... 34 8.1. Molécula Apolar ........................................................................................................ 34 8.2. Molécula Polar .......................................................................................................... 34 9. Forças Intermoleculares ...................................................................................... 34 9.1. Dipolo Instantâneo – Dipolo Induzido ou Forças de Dispersão de London .................. 34 9.2. Forças de Dipolo Permanente ou Dipolo-Dipolo ......................................................... 35 9.3. Ligações (Pontes) de Hidrogênio .............................................................................. 35 10. Pontos de Fusão e Ebulição das Substâncias Moleculares ...................................... 35 10.1. Estado Físico das Substâncias Moleculares ............................................................... 35 10.2. Solubilidade ........................................................................................................... 36 Capítulo 04. Funções Inorgânicas 1. Teoria de Arrhenius ............................................................................................ 37 1.1. Dissociação e Ionização ............................................................................................. 37 1.2. Grau de Ionização (ou de Dissociação Iônica) ............................................................ 38 2. Ácidos ............................................................................................................... 38 2.1. Introdução ............................................................................................................... 38 2.2. Definição Segundo Arrhenius .................................................................................... 38 2.3. Classificação dos Ácidos ............................................................................................ 38 2.4. Regra Prática para Determinação da Força de um Ácido ............................................ 39 2.5. Fórmula Estrutural .................................................................................................... 39 2.6. Formulação e Nomenclatura ..................................................................................... 40 2.7. Ionização dos Ácidos ................................................................................................. 42 2.8. Nomenclatura dos Ânions ......................................................................................... 42 3. Bases ................................................................................................................ 43 3.1. Definição segundo Arrhenius .................................................................................... 43 3.2. Classificação .............................................................................................................. 43 3.3. Indicadores Ácido-Base ............................................................................................. 43 3.4. Formulação .............................................................................................................. 43 3.5. Principais cátions ...................................................................................................... 44 3.6. Nomenclatura das bases ........................................................................................... 44
  • 7. índice.química 1 4. Sais .................................................................................................................. 44 4.1. Definição segundo Arrhenius .................................................................................... 44 4.2. Reação de neutralização ........................................................................................... 44 4.3. Classificação e Nomenclatura dos sais ........................................................................ 45 4.4. Fórmula geral ........................................................................................................... 46 4.5. Tabela de ânions ...................................................................................................... 46 4.6. Fórmula e nome dos sais .......................................................................................... 47 4.7. Regras de solubilidade dos sais em água .................................................................... 47 5. Cotidiano de Ácidos, Bases e Sais ......................................................................... 47 5.1. Principais ácidos e seus usos ..................................................................................... 47 5.2. Principais bases e seus usos ...................................................................................... 48 5.3. Principais sais e seus usos ......................................................................................... 49 6. Óxidos .............................................................................................................. 49 6.1. Definição .................................................................................................................. 49 6.2. Fórmula Geral ........................................................................................................... 49 6.3. Nomenclatura dos Óxidos ......................................................................................... 49 6.4. Óxidos ácidos ou anidridos ........................................................................................ 50 6.5. Óxidos Básicos .......................................................................................................... 50 6.6. Óxidos Neutros ........................................................................................................ 51 6.7. Óxidos Anfóteros ...................................................................................................... 51 6.8. Óxidos Duplos, Mistos ou Salinos ............................................................................... 51 6.9. Peróxidos ................................................................................................................. 51 7. Cotidiano dos Óxidos ........................................................................................... 51 Capítulo 05. Reações Químicas 1. Introdução ........................................................................................................ 53 2. Classificação ...................................................................................................... 53 2.1. Reações de Síntese ou Adição .................................................................................. 53 2.2. Reações de Análise ou Decomposição ....................................................................... 53 2.3. Reações de Deslocamento ou Simples Troca ............................................................. 53 2.4. Reações de Dupla Troca ........................................................................................... 53 3. Ocorrência das Reações ...................................................................................... 53 3.1 Reações de Deslocamento ou Simples Troca .............................................................. 54 3.2. Dupla Troca .............................................................................................................. 55 Exercícios Propostos .................................................................................................................................. 57 PV2D-06-QUI-11
  • 8.
  • 9. .01 Química Geral 1 Capítulo 01. Modelos Atômicos 1. Introdução à química 3. “Átomos de elementos diferentes apre- sentam massa e propriedades diferentes”. As origens da Química são muito antigas. 4. “Átomos são permanentes e indivisíveis O homem pré-histórico provavelmente e não podem ser criados, nem destruídos”. maravilhou-se quando, pela primeira vez, 5. “As reações químicas comuns não pas- conseguiu produzir o fogo. Aprendeu a cozer sam de uma reorganização dos átomos”. alimentos, usar argila para produzir vasos e potes, e talvez tenha descoberto acidental- 6. “Os compostos são formados pela com- mente que algumas pedras azuis (minério de binação de átomos de elementos diferentes cobre), quando aquecidas ao fogo, produziam em proporções fixas”. cobre metálico, e que este, quando aquecido As idéias de Dalton permitiram, na época, junto com estanho, produzia o bronze. explicar com sucesso por que a massa é con- Portanto, o homem passou pelas “idades” servada durante uma reação química (Lei de da pedra, do bronze e do ferro, sempre apren- Lavoisier) e também a lei da composição de- dendo a produzir novos materiais. finida (Lei de Proust). Por volta do ano 400 a.C., surgem os pri- meiros conceitos teóricos da Química. 3. Modelo Atômico de Demócrito e Leucipo, filósofos gregos, afir- mavam que toda matéria era constituída por Thomson minúsculas partículas, às quais deram o nome Em 1897, J.J. Thomson, baseando-se em de átomos. Essa idéia foi rejeitada por Platão e alguns experimentos, propôs um novo mo- Aristóteles, que tinham muito maior influên- delo atômico. cia na época. Segundo Thomson, o átomo seria um Apenas em 1650 d.C. o conceito de átomo aglomerado composto de uma parte de partículas foi novamente proposto pelo filósofo francês positivas pesadas (prótons) e de partículas ne- Pierre Cassendi. gativas (elétrons), mais leves. Este modelo fi- Em 1808, John Dalton, baseando-se em vári- cou conhecido como “pudim de passas”. as observações experimentais sobre gases e rea- ções químicas, forneceu a primeira idéia científi- 4. Modelo Atômico de ca do átomo, chamada de “Teoria Atômica”. Rutherford 2. Modelo Atômico de Dalton Em 1911, Ernest Rutherford, estudando a John Dalton, professor inglês, propôs, ba- trajetória de partículas α (partículas positi- seado em suas experiências, uma explicação vas) emitidas pelo elemento radioativo da natureza da matéria. Os principais pos- polônio, bombardeou uma lâmina fina de tulados da teoria de Dalton são: ouro. Ele observou que a maioria das partí- 1. “Toda matéria é composta por minús- culas α atravessavam a lâmina de ouro sem culas partículas chamadas átomos”. sofrer desvio em sua trajetória; que algumas 2. “Os átomos de um determinado elemen- das partículas sofriam desvio em sua traje- tória; outras, em número muito pequeno, ba- to são idênticos em massa e apresentam as tiam na lâmina e voltavam. mesmas propriedades químicas”. Capítulo 01. Modelos Atômicos PV2D-06-QUI-11 9
  • 10. Química Geral 1 Adotando-se como padrão a massa do próton, observou-se que sua massa era prati- camente igual à massa do nêutron e 1836 vezes mais pesada que o elétron, concluindo-se que: 1 1 ≈ 1 2 → 1 1 = 1234 1 3 1 Prótons, nêutrons e elétrons são denomina- dos partículas elementares ou fundamentais. Algumas características físicas das partí- Rutherford concluiu que a lâmina de ouro culas atômicas fundamentais: não era constituída de átomos maciços e pro- pôs que um átomo seria constituído de um nú- cleo muito pequeno carregado positivamente (no centro do átomo) e muito denso, rodeado por uma região comparativamente grande onde estariam os elétrons em movimentos orbitais. Essa região foi chamada de eletrosfera. Segundo o modelo de Rutherford, o tama- nho do átomo seria de 10 000 e 100 000 vezes maior que seu núcleo. 6. Conceitos Fundamentais Observemos que Rutherford teve que ad- 6.1. Número Atômico mitir os elétrons orbitando ao redor do nú- cleo, porque, sendo eles negativos, se estives- sem parados, acabariam indo de encontro ao Número atômico (Z) é o número de núcleo, que é positivo. prótons do núcleo de um átomo. É o nú- mero que identifica o átomo. 5. Modelo Atômico Clássico A representação do número atômico dos As partículas positivas do núcleo foram átomos é: chamadas de prótons. Em 1932, Chadwick isolou o nêutron, cuja ZE existência já era prevista por Rutherford. Portanto, o modelo atômico clássico é cons- tituído de um núcleo, onde se encontram os Num átomo neutro, cuja carga elétrica prótons e nêutrons, e de uma eletrosfera, onde total é zero, o número de prótons é igual ao estão os elétrons orbitando em torno do núcleo. número de elétrons. O número de elétrons, nesse caso, pode ser considerado igual ao número atômico. 123456 1789 6
  • 11. 7 2 86
  • 12. Exemplo 3 O átomo de magnésio (Mg) tem número 45 86
  • 14. 5 − atômico 12 (Z = 12). Significado: no núcleo do átomo de Mg existem 12 prótons. No átomo neutro de Mg Modelo atômico clássico existem 12 prótons e 12 elétrons. 10 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 01. Modelos Atômicos
  • 15. Química Geral 1 Representação Exemplo 12Mg 13456789
  • 19. 34 12 12 2 3345297
  • 20. 1 − − 2 33 5297
  • 21. 4 4 7 6.2. Número de Massa 56787 9
  • 22. 77
  • 23. 7 67 Se um átomo perde elétrons, ele se torna Número de massa (A) é a soma do um íon positivo, chamado cátion. número de prótons (Z) e do número de nêutrons (N) existentes no núcleo de um Exemplo átomo. 123456789 123456789 1 3
  • 26. 24 869 2 1+ 2 − 34 ⎯⎯⎯ A=Z+N 12 567873234869 4 9
  • 27. 765 7
  • 28. 765 7 324869 4 Representação 6.4. Isótopos, Isóbaros e Isótonos 2 1 ou 1 2 1 1 Exemplo Isótopos: são átomos que apresentam Um átomo neutro tem 19 prótons e 21 nêu- o mesmo número atômico (Z) e diferentes trons, portanto: números de massa (A). Z = 19 N = 21 A = Z + N = 19 + 21 = 40 Os isótopos são átomos de um mesmo ele- mento químico (mesmo Z), e que apresentam Representação diferentes números de nêutrons, resultando 40 34 assim diferentes números de massa. 19E ou 12 1 Exemplo 1 2 3 11 11 11 6.3. Elemento Químico 234567 89 5367 53
  • 29. 567 Elemento químico é o conjunto de áto- 35 34 mos que apresentam o mesmo número 14 14 atômico (Z) (mesma identidade química). 737 737 Observações Isóbaros: são átomos que apresentam diferentes números atômicos (Z) e mes- Como vimos anteriormente, um átomo é mo número de massa (A). eletricamente neutro quando o número de prótons é igual ao número de elétrons, porém um átomo pode perder ou ganhar elétrons na Exemplo eletrosfera, sem sofrer alteração no seu núcleo, K40 e 20Ca40 19 originando partículas carregadas positiva ou C14 e 7N14 negativamente, denominadas íons. 6 Se um átomo ganha elétrons, ele se torna um íon negativo, chamado ânion. Capítulo 01. Modelos Atômicos PV2D-06-QUI-11 11
  • 30. Química Geral 1 5. Ao voltar ao nível mais interno, o elé- Isótonos: são átomos que apresentam tron emite um quantum de energia, na forma diferentes números atômicos (Z), diferen- de luz de cor bem definida ou outra radiação tes números de massa, e o mesmo núme- eletromagnética (fóton). ro de nêutrons (N). Exemplos 12 Mg26 e 14 Si28 N=A–Z N = 26 – 12 = 14 N = 28 – 14 = 14 Cl37 17 e Ca40 20 N = 37 – 17 = 20 N = 40 – 20 = 20 6. Cada órbita é denominada de estado estacionário e pode ser designada por letras 7. Modelo Atômico de K, L, M, N, O, P, Q. As camadas podem apre- sentar: Rutherford-Bohr K = 2 elétrons Bohr, baseando-se nos estudos feitos em L = 8 elétrons relação ao espectro do átomo de hidrogênio e M = 18 elétrons na teoria proposta em 1900 por Planck (Teo- N = 32 elétrons ria Quântica), segundo a qual a energia não é emitida em forma contínua, mas em ”blocos”, O = 32 elétrons denominados quanta de energia, propôs os se- P = 18 elétrons guintes postulados: Q = 2 elétrons 1. Os elétrons nos átomos descrevem sem- pre órbitas circulares ao redor do núcleo, cha- 7. Cada nível de energia é caracterizado madas de camadas ou níveis de energia. por um número quântico (n), que pode assu- 2. Cada um desses níveis possui um valor mir valores inteiros: 1, 2, 3, etc. determinado de energia (estados estacionários). 3. Os elétrons só podem ocupar os níveis que tenham uma determinada quantidade de energia. 4. Os elétrons podem saltar de um nível para outro mais externo, desde que absor- vam uma quantidade bem definida de ener- gia (quantum de energia). 8. Modelo Atômico Atual A teoria de Bohr explicava muito bem o que ocorria com o átomo de hidrogênio, mas apresentou-se inadequada para esclarecer os espectros atômicos de outros átomos com dois ou mais elétrons. 12 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 01. Modelos Atômicos
  • 31. Química Geral 1 Até 1900 tinha-se a idéia de que a luz pos- 8.1. Números Quânticos suía caráter de onda. A partir dos trabalhos Schrödinger propôs que cada elétron em realizados por Planck e Einstein, este último um átomo tem um conjunto de quatro núme- propôs que a luz seria formada por partícu- ros quânticos que determinam sua energia e las-onda, ou seja, segundo a mecânica o formato da sua nuvem eletrônica, dos quais quântica, as ondas eletromagnéticas podem discutiremos dois: mostrar algumas das propriedades caracte- rísticas de partículas e vice-versa. A nature- I. Número Quântico Principal (n) za dualística onda-partícula passou a ser acei- O número quântico principal está associ- ta universalmente. ado à energia de um elétron e indica em qual Em 1924, Louis de Broglie sugeriu que os elé- nível de energia está o elétron. Quando n au- trons, até então considerados partículas típicas, menta, a energia do elétron aumenta e, na possuiriam propriedades semelhantes às ondas. média, ele se afasta do núcleo. O número quântico principal (n) assume valores intei- A todo elétron em movimento está as- ros, começando por 1. sociada uma onda característica (Princí- n = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ... pio da Dualidade). K L M N O P Q Ora, se um elétron se comporta como onda, como é possível especificar a posição de uma II. Número Quântico Secundário (l) onda em um dado instante? Podemos deter- Cada nível energético é constituído de um minar seu comprimento de onda, sua ener- ou mais subníveis, os quais são representados gia, e mesmo a sua amplitude, porém não há pelo número quântico secundário, que está as- possibilidade de dizer exatamente onde está sociado ao formato geral da nuvem eletrônica. o elétron. Como os números quânticos n e 1 estão Além disso, considerando-se o elétron relacionados, os valores do número quântico uma partícula, esta é tão pequena que, se ten- 1 serão números inteiros começando por 0 tássemos determinar sua posição e velocida- (zero) e indo até um máximo de (n – 1). de num determinado instante, os próprios 1 = 0, 1, 2, ...(n – 1) instrumentos de medição iriam alterar essas Para os átomos conhecidos, teremos: determinações. Assim, Heisenberg enunciou 1 =0, 1, 2, 3 o chamado Princípio da Incerteza: s, p, d, f(tipo de subnível) Não é possível determinar a posição e O número máximo de elétrons em cada a velocidade de um elétron, simultanea- subnível é: mente, num mesmo instante. Em 1926, Erwin Schrödinger, devido à im- possibilidade de calcular a posição exata de um elétron na eletrosfera, desenvolveu uma equação de ondas (equação muito complexa, envolvendo cálculo avançado, e não tentare- mos desenvolvê-la aqui), que permitia deter- 8.2. Distribuição Eletrônica minar a probabilidade de encontrarmos o A distribuição (configuração) eletrônica elétron numa dada região do espaço. nos descreve o arranjo dos elétrons em um átomo , fornecendo o número de elétrons em Assim, temos que a região do espaço onde cada nível principal e subnível. Os elétrons é máxima a probabilidade de encontrarmos preenchem os subníveis em ordem crescente o elétron é chamada de orbital. Capítulo 01. Modelos Atômicos PV2D-06-QUI-11 13
  • 32. Química Geral 1 de energia. Um subnível deve estar totalmen- te preenchido para depois iniciarmos o pre- enchimento do subnível seguinte. O cientista Linus Pauling formulou um diagrama que possibilita distribuir os elé- trons em ordem crescente de energia dos ní- veis e subníveis. Diagrama de Pauling O sentido das flechas indica os subníveis e níveis em ordem crescente de energia. Exemplo 1 H – 1s1 2 He – 1s2 3 Li – 1s2 2s1 4 Be – 1s2 2s2 5 B – 1s2 2s2 2p1 11 Na – 1s2 2s2 2p6 3s1 O sentido das flechas indica os subníveis K – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 19 e níveis em ordem crescente de energia. Fe – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6 26 8.3. Distribuição Eletrônica em A distribuição eletrônica pode ser repre- Átomos Neutros sentada em ordem crescente de energia ou Para fazermos a distribuição eletrônica de por camadas. Por exemplo: um átomo neutro, devemos conhecer o seu número atômico (Z) e, conseqüentemente, seu número de elétrons e distribuí-los em ordem crescente de energia dos subníveis, segundo o diagrama de Pauling. 14 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 01. Modelos Atômicos
  • 33. Química Geral 1 8.4. Distribuição Eletrônica de íons Para a distribuição do íon Fe3+, é neces- A distribuição eletrônica de íons é seme- sária a retirada de um elétron do subnível d. lhante à dos átomos neutros. Lembrando que um íon é formado a partir da perda ou ganho Fe3+: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5 26 de elétrons que ocorre com um átomo e que os elétrons serão retirados ou recebidos sem- pre da última camada eletrônica (mais ex- 17 Cl: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 terna), chamada camada de valência, e não do subnível mais energético, teremos, por 1 ganha 1e na camada de valência exemplo, as seguintes distribuições: – 17 Cl : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 Na: 1s2 2s2 2p6 3s1 11 1 perde 1e da camada de valência Na+: 1s2 2s2 2p6 11 Fe: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6 26 1 perde 2e da camada de valência Fe2+: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6 26 Capítulo 01. Modelos Atômicos PV2D-06-QUI-11 15
  • 34. Química Geral 1 Capítulo 02. Tabela Periódica 1. Introdução varam que, quando várias propriedades eram representadas graficamente em função da No início dos anos de 1800, os cientistas já massa atômica, obtinha-se, para cada caso, conheciam um número considerável de ele- uma curva periódica. mentos, inclusive algumas de suas proprie- O trabalho realizado por Mendeleev foi dades químicas e físicas. Surgiu, então, a ne- tão profundo e minucioso que acabou sendo cessidade de se organizar os elementos em utilizado como base da tabela periódica mo- uma tabela, de modo a se ter grupos de ele- derna, chegando a prever a existência de ele- mentos que apresentassem propriedades quí- mentos ainda não conhecidos na época, como micas semelhantes. o gálio (chamado por ele de Eka-alumínio) e o Vários trabalhos foram produzidos nes- germânio (Eka-silício), prevendo suas propri- se sentido, mas dois deles, realizados inde- edades com grande precisão. pendentemente, tiveram valor fundamental no desenvolvimento do conceito de periodi- Para estimar a massa atômica do germânio, cidade química para construir a tabela peri- ele tomou a média das massas do Si (massa ódica dos elementos. Foram os trabalhos atômica = 28) e Sn (massa atômica = 118). efetuados por Lothar Meyer (alemão) e Dmitri Ivanovich Mendeleev (russo). 34 + 554 massa atômica 12 = = 67 3 Ambos listaram os elementos em ordem crescente de suas massas atômicas e obser- 16 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica
  • 35. Química Geral 1 Comparando a tabela formulada por partir do estudo dos espectros de emissão de Mendeleev e a tabela periódica atual, encon- vários elementos, determinou o número de tramos três situações nas quais os elementos prótons de cada elemento químico. se encontram fora da seqüência crescente em Com a determinação do número de relação à massa atômica: prótons (número atômico Z) de cada elemen- O argônio (39,948) antecede o potássio to, ele pôde comprovar que as propriedades (39,098); o cobalto (58,933) antecede o níquel periódicas eram em função do número atô- (58,693); e o telúrio (127,60) antecede o iodo (126,90). mico crescente e não da massa atômica, como Estas anomalias foram resolvidas, em tinha sido estabelecido por Mendeleev. 1914, por um inglês, H. G. J. Moseley, que, a Capítulo 02. Tabela Periódica PV2D-06-QUI-11 17
  • 36. Química Geral 1 A Lei Periódica é estabelecida nestes Isso significa que, quando os elementos são termos: ordenados em ordem crescente de números “As propriedades dos elementos químicos são uma atômicos, observa-se uma repetição periódi- função periódica do número atômico”. ca de suas propriedades. 2. Tabela Periódica Moderna Os elementos encontram-se dispostos em ordem crescente de número atômico e suas posições são estabelecidas através de suas distribuições eletrônicas. A tabela periódica atual é formada por: a) sete linhas horizontais, chamadas de períodos. Cada período, exceto o primeiro, co- meça com um metal alcalino e termina, exceto o último, que ainda se encontra-se incomple- to, com um gás nobre . A estrutura da tabela periódica fica as- Observação – No 6º período, incluir a sé- sim, representada: rie dos lantanídios e no 7º período a série dos actnídios, que estão indicados abaixo da tabela. 18 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica
  • 37. Química Geral 1 b) As 18 colunas verticais são denomina- Os elementos artificiais são classificados em: das de grupos ou famílias. Os elementos que – cisurânicos: apresentam número atômi- pertencem a uma mesma família apresentam co abaixo do urânio (Z = 92). Apenas dois: propriedades semelhantes. o tecnécio (Z = 43) e o promécio (Z = 61). As famílias são designadas pelas letras A – transurânicos: apresentam número atô- e B e denominadas de subgrupo; o grupo é mico acima do urânio (Z = 92). O urânio é o indicado por algarismo romano de I a VIII. último elemento natural, portanto todos os Por exemplo, o Sc pertence ao grupo III, elementos com número atômico acima do subgrupo B, ou simplesmente IIIB, enquanto urânio são artificiais. o Boro pertence ao grupo III, subgrupo A, ou simplesmente IIIA. Recentemente, a d) Os elementos, na tabela periódica, American Chemical Society recomendou a também podem ser classificados como: substituição dos algarismos romanos por – metais: correspondem a 80% dos elemen- números de 1 a 18, para indicar as famílias tos conhecidos. São bons condutores de calor da tabela periódica. e eletricidade e sua condutividade elétrica di- Por exemplo: o magnésio pertence a famí- minui com o aumento da temperatura; são lia IIA ou 2; o carbono, à família IVA ou 14. dúcteis e maleáveis; sólidos à temperatura ambiente, com exceção do mercúrio que é lí- Algumas famílias recebem denominações quido. especiais: – não-metais (ametais): com poucas exce- IA ou 1 = metais alcalinos ções, esse elementos não conduzem corrente IIA ou 2 = metais alcalino-terrosos elétrica ou calor (são isolantes). Encontram- VIA ou 16 = calcogênios se nos estados físicos sólido, líquido e gasoso, VIIA ou 17 = halogênios em condições ambientes. VIIIA ou 18 = gases nobres – semimetais ou metalóides: possuem pro- priedades intermediárias entre as de um Observação – O hidrogênio não pertence metal e um não-metal. Sua condutividade elé- à família dos metais alcalinos, e não se en- trica é pequena e tende a aumentar com a ele- caixa em nenhum outro grupo, pois apre- vação da temperatura. São seis os elementos senta propriedades diferentes de todos os considerados semimetais: boro (B) sílico (Si), demais elementos químicos. germânio (Ge), arsênio (As), antimônio (Sb) e telúrio (Te). c) Elementos naturais: são encontrados na natureza. Observação – O Polônio (Po) é um elemen- Elementos artificiais: são produzidos em to cuja condutividade elétrica é típica de laboratórios. um metal, ou seja, diminui com o aumen- to da temperatura. Capítulo 02. Tabela Periódica PV2D-06-QUI-11 19
  • 38. Química Geral 1 Resumindo podemos indicar: 3. Distribuição Eletrônica na – elementos do 7º período possuem 7 ní- veis de energia ocupados por elétrons. Tabela Periódica Exemplo 1 1 1 3.1. Períodos Na 14 24 1 26 2 34 3 11 12 4 3 3 Os elementos que pertencem ao mesmo 5 7 8 período apresentam o mesmo número de ca- O Na se encontra no 3º período, pois pos- madas eletrônicas. Portanto, todos os elemen- sui 3 níveis ocupados por e–, e número quântico tos de um dado período têm em comum a ca- principal, n = 3, para a camada de valência. mada de valência, e o número quântico prin- cipal desta camada é igual ao número do pe- 3.2. Famílias ríodo. Os elementos pertencentes a uma mesma Assim: família apresentam propriedades químicas se- – elementos do 1º período possuem 1 ní- melhantes, pelo fato de possuírem o mesmo vel de energia ocupado por elétrons. número de elétrons na camada de valência. – elementos do 2º período possuem 2 ní- Exemplos veis de energia ocupados por elétrons. Para a família A, o número da família, em 1 algarismo romano, indica o número de elé- trons na camada de valência. 20 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica
  • 39. Química Geral 1 Por exemplo: IA = 1e na camada de elétrons de valência. Por exemplo: valência. Família 13 = 13 – 10 = 3 e na camada de IIA = 2 e na camada de valência valência. A exceção fica com 2He = 1s2, que pertence à família VIIIA. 3.3. Distribuição Eletrônica Os elementos de uma mesma família apre- Também pode ser utilizada a numeração sentam diferentes graus de semelhança em das famílias 1, 2 e de 13 a 18, onde a encon- suas propriedades químicas. Na família A, a tramos: variação de tais propriedades é mais regular, Família 1 = 1 e na camada de valência. o que confere a esses elementos o nome de representativos. Neles, o elétron mais Família 2 = 2 e na camada de valência. energético encontra-se num subnível s (IA e A partir da família 13, subtrair 10 do nú- IIA) ou p (IIIA a VIIIA). mero do grupo para encontrar o número de Obs. – O Hélio possui número atômico z = 2, portanto encontramos: 15 = 3 ⇒ 3 62789 9 3 1 2 1 12 = 34 25
  • 40.
  • 41.
  • 42. 2
  • 43. 5
  • 44. 4 362725 2
  • 45. 8
  • 46. 93 4 – O elétron de maior energia encontra-se na camada de valência, para os elementos re- presentativos. Portanto, podemos fazer a se- guinte relação: Capítulo 02. Tabela Periódica PV2D-06-QUI-11 21
  • 47. Química Geral 1 3.4. Elementos de Transição O subnível f, de maior energia, encontra- Os elementos de transição, no centro da ta- se na antepenúltima camada e apresenta 2 bela periódica (IIIB até IIB, ou 3 a 12) possuem elétrons na camada de valência. A represen- como subnível de maior energia o subnível d, tação do preenchimento eletrônico para os que se encontra na penúltima camada. Portan- elementos de transição interna fica: to, os metais de transição preenchem subníveis ns2 (n – 2) f nos quais o número quântico principal é uma unidade menor que o número do período. Afo- ra algumas exceções, podemos considerar que 1 1 2 34 ⇒ 567894 54
  • 48. 1 1 95 2 os elementos de transição apresentam 2 elé- 3 Em que: 1 2 4 ⇒ 567894 54 1 95 trons na camada de valência e podem ser re- Exemplo presentados da seguinte maneira: ns2 (n – 1)d Exemplificando, podemos dizer que o 21Sc encontra-se no 4º período, cuja camada de valência é 4s2, e possui subnível de maior energia, 3d. Para localizarmos o número da família, 4. Propriedades utilizando a distribuição eletrônica, basta so- mar o número de elétrons que se encontram 4.1. Propriedades Aperiódicas no subnível de maior energia com o número São propriedades que têm seus valores só de elétrons da camada de valência. aumentando ou só diminuindo quando coloca- Por exemplo: das em função do número atômico crescente. São poucas as propriedades aperiódicas e, dentre elas, temos, por exemplo: Obs. – Alguns metais de transição, não se- – a massa atômica, que aumenta com o guem a distribuição eletrônica de Linus aumento do número atômico. Pauling, dentre os quais destacamos: Família 6 ou VIB Crômio e Molibidênio 12 123 45 1 65 1 67 3 85 1 87 3 124 954 8 5 3 3 Deveria apresentar: 4s23d4 Família 11 ou IB Cobre, Prata e Ouro 12 123 45 1 65 1 67 3 85 1 87 3 95423 1 8 4 3 45 Deveria apresentar: 4s23d9 3.5. Elementos de Transição Interna São os elementos pertencentes à série dos lantanídeos (6º período) e actnídeos (7º período) e que apresentam subnível mais energético o 4.2. Propriedades Periódicas subnível f. São considerados pertencentes à São aquelas que apresentam variação pe- família IIIB ou 3 e estão indicados em linhas riódica na tabela, crescendo e decrescendo, à fora e abaixo da tabela periódica. medida que o Z aumenta. 22 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica
  • 49. Química Geral 1 Esquema I. Raio Atômico II. Raios Iônicos É muito difícil medir o raio de um átomo Raio de Cátion isolado, pois a eletrosfera não apresenta um Quando um átomo perde elétron, a limite bem definido. Mas, quando átomos de repulsão da nuvem eletrônica diminui, dimi- um elemento empacotam-se em sólidos, são nuindo o seu tamanho. Inclusive pode ocor- encontradas distâncias definidas de um nú- rer perda do último nível de energia e quanto cleo ao outro. Portanto, vamos considerar o menor a quantidade de níveis, menor o raio. raio atômico como sendo a metade da dis- Portanto: tância entre os núcleos de dois átomos vizi- nhos. raio do átomo raio do cátion 1115
  • 50. 9 8 3115798 1118 9 345 2 − 45 − 3 1 31287 9 45 8 2 32587 ⎯ ⎯⎯⎯→ 11 2 + 33897
  • 51. 11 11 3 46757879 4 3678797
  • 52. 5 4 1s2 2s2 2p6 3s1 1s2 2s2 2p6 + raio Na raio Na Raio do Ânion Quando um átomo ganha elétron, aumen- Nas famílias (coluna vertical) os raios atô- ta a repulsão da nuvem eletrônica, aumen- micos aumentam de cima para baixo, pois, tando o seu tamanho. nesse sentido, aumenta o número de níveis de energia dos átomos. raio do átomo raio do ânion Por exemplo: um átomo do 1º período tem apenas um nível de energia, portanto terá 18 prótons 310 elétrons menor raio atômico que um átomo do 2º pe- 114
  • 53. 8 7 3 32 níveis ríodo (da mesma família) que tem dois níveis de energia. 314687 34 2 ⎯ 11 2 + 4 5 − 31 ⎯ ⎯⎯ → O 2 − 3de energia 2 1 32476 356467689 3expansão do 3nível de Nos períodos (linha horizontal), confor- me caminhamos para a direita, aumenta o 4 3 número atômico (número de prótons) para 3energia 4 átomos de mesmo número de níveis de ener- gia, portanto aumenta a atração do núcleo 1s2 2s2 2p4 1s2 2s2 2p6 pela eletrosfera, diminuindo o tamanho do Íons Isoelétricos átomo e conseqüentemente o raio. Íons isoelétricos são os que apresentam Assim, o raio atômico cresce da direita igual número de elétrons e, portanto, o núme- para a esquerda nos períodos. ro de níveis é o mesmo. Assim, quanto maior Capítulo 02. Tabela Periódica PV2D-06-QUI-11 23
  • 54. Química Geral 1 for o número atômico, maior será a atração do IV. Afinidade Eletrônica ou Eletroafinidade núcleo pela eletrosfera e menor o raio. É a quantidade de energia liberada quan- Exemplo do um átomo neutro, isolado no estado gaso- 2+ 1+ 1– so, recebe um elétron. 12Mg , 11Na , 9F 11256789
  • 57. 2135 2135 2135 1 2 1 3 + 2 − → 1 2−1 3 + 2324567 3 − 3 3 − − A eletroafinidade pode ser entendida como a medida da intensidade com que o átomo 112 1+ 134 + 15 − captura o elétron. Nas famílias e nos períodos, a eletroafinidade III. Energia (ou Potencial) de Ionização aumenta com a diminuição do raio atômico, pois, É a energia necessária para retirar um elé- quanto menor o raio, maior a atração exercida tron de um átomo (ou íon) isolado no estado pelo núcleo. gasoso. 1 2 1 3 + 2324567 → 1 2+1 3 + 2 − Esquema Quando retiramos um elétron de um áto- mo eletricamente neutro (1ª energia de ionização), gasta-se uma certa quantidade de energia, a qual, geralmente, é expressa em elé- trons-volt (eV). Se formos retirar um segundo elétron (2ª energia de ionização), gasta-se uma quantidade maior de energia, pois, à medida que cada e- é retirado, o raio atômico diminui. V. Eletronegatividade Exemplo É a capacidade que um átomo possui de atrair para si o par de elétrons, compartilha- + 12 123 + 34 445678 9 → 12 123 + 9− do com outro átomo. + 5+ 12 123 + 3 5 445
  • 58. 7 9 → 12 123 + 9− Nas famílias e nos períodos, a eletro- 5+ 6+ 12 123 + 3 6 445 7 9 → 12 123 + 9− negatividade cresce conforme o elemento apresenta o menor raio atômico, com exce- Nas famílias e nos períodos, a energia de ção dos gases nobres, pois a atração do nú- ionização aumenta conforme diminui o raio cleo pela camada de valência será maior. atômico, pois, quanto menor o tamanho do áto- mo, maior a atração do núcleo pela eletrosfera Esquema e, portanto, mais difícil retirar o elétron. Esquema 24 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica
  • 59. Química Geral 1 VI. Volume Atômico VIII. Pontos de Fusão e de Ebulição É o volume ocupado por 1 mol de átomos Os pontos de fusão e ebulição são, respec- (6,0 · 1023 átomos) do elemento no estado sólido. tivamente, as temperaturas nas quais o ele- Assim, o volume atômico depende, além mento passa do estado sólido para o líquido e do volume dos átomos, do espaçamento que do estado líquido para o gasoso. ocorre entre eles. Nas famílias, os pontos de fusão e de ebuli- Nas famílias, o volume atômico aumenta ção aumentam de acordo com a densidade, de acordo com o aumento do raio. pois, quanto mais denso e compacto o retículo cristalino, mais difícil a separação dos átomos. Nos períodos, o volume atômico aumenta de acordo com o aumento do raio, mais ou Nas famílias dos metais alcalinos e dos menos do centro da tabela para a esquerda; alcalino-terrosos, o crescimento é oposto ao já do lado direito, a variação é oposta, isto é, das demais. devido ao maior espaçamento que ocorre en- Nos períodos, os pontos de fusão e de ebu- tre os átomos, principalmente nos metais. lição aumentam também com o aumento da densidade. Esquema Esquema VII. Densidade Absoluta Densidade (d) de um elemento é a razão entre sua massa (m) e seu volume (V). 2 IX. Eletropositividade ou Caráter Metálico 1= É a capacidade que um átomo possui de 3 doar elétrons. Nas famílias, a densidade aumenta de Nas famílias e nos períodos, a eletroposi- cima para baixo, pois, nesse sentido, a massa tividade aumenta conforme aumenta o raio cresce mais que o volume. atômico, pois, quanto maior o raio, menor a Nos períodos, a densidade aumenta das ex- atração do núcleo pela eletrosfera, mais fácil tremidades para o centro, pois, quanto menor de doar elétrons. o volume, maior a densidade, já que a variação de massa nos períodos é muito pequena. Esquema Esquema Capítulo 02. Tabela Periódica PV2D-06-QUI-11 25
  • 60. Química Geral 1 X. Reatividade Química Esquema Um elemento é considerado muito reativo, quando perde ou ganha elétrons com facili- dade. Portanto, para os metais, a reatividade aumenta à medida que diminui o potencial de ionização; para os ametais, a reatividade aumenta à medida que aumenta o potencial de ionização. 26 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica
  • 61. Química Geral 1 Capítulo 03. Ligação Química 1. Introdução 3. Ligação Iônica ou Verifica-se, na natureza, que a grande mai- Eletrovalente oria dos elementos químicos encontra-se liga- dos a outros, e que somente alguns (os gases É a ligação que se estabelece entre íons, nobres) estão no estado atômico isolado. unidos por fortes forças eletrostáticas. Ocor- re com transferência de elétrons do metal Isso levou os cientistas a concluírem que para o ametal, formando cátions (íons positi- os átomos de gases nobres possuem uma con- vos) e ânions (íons negativos), respectivamen- figuração eletrônica que lhes assegura esta- te, ou do metal para o hidrogênio. bilidade. Exemplos Os gases nobres apresentam 8 elétrons na última camada eletrônica, com exceção do 1º) Ligação química entre um átomo de hélio, que possui 2 elétrons, já que a camada sódio e um átomo de cloro, formando cloreto K comporta no máximo 2 elétrons. de sódio. Essa análise levou os cientistas Lewis e Kossel a criarem a chamada Teoria ou Regra do Octeto. Configuração eletrônica dos átomos de gases nobres ⇒ Na+ Cl– cloreto de sódio Os íons Na+ e Cl– formados, respectiva- mente, pela perda e ganho de elétrons (com a finalidade de se estabilizarem) se atraem, provocando uma união entre íons, daí o nome ligação iônica. 2º) Ligação química entre um átomo de magnésio e átomos de cloro. 2. Teoria dos Octetos Os átomos ligam-se a fim de adquirirem uma configuração mais estável, geralmente com 8 elétrons na última camada. Os átomos, ao se ligarem, fazem-no por meio dos elétrons da última camada, poden- do perder, ganhar ou compartilhar os elétrons até atingirem a configuração estável. Como cada átomo de magnésio perde 2 Surgem, assim, as ligações químicas. elétrons e cada átomo de cloro só pode ga- Capítulo 03. Ligação Química PV2D-06-QUI-11 27
  • 62. Química Geral 1 nhar 1 elétron, serão necessários 2 átomos de pois não existe a partícula individualizada cloro para receber os 2 elétrons cedidos pelo NaCl, já que íons positivos tendem a atrair para átomo de magnésio. o seu redor íons negativos, e vice-versa. Observação: o total de e– cedidos deve ser No sólido NaCl, cada Na+ tem seis íons igual ao total de e– recebidos. Cl– ao seu redor, e vice-versa. Os íons, por- tanto, dispõem-se de forma ordenada, for- mando o chamado retículo cristalino. 3º) Ligação química entre alumínio e oxi- gênio. 1 6623 23 6633 33 ⎯5678693 ⎯→ 45 2 − 4 3 3 4 3 1 6 2+ 12 45617 7 8 7 8 ⎯⎯⎯ 1 124 124 1 2 1 3 4 3 966617 666 27 28 6666666666 ⎯ ⎯⎯⎯ → 6669 4 1 123
  • 63. 91 6 − 3 3 6 3− 5 1 3 4 1 4 ⎯ 4 5 ⇒ 123 2 + 4 1 − 1 2 Cada átomo de alumínio perde 3 e– , cada átomo de oxigênio ganha 2 e– e, então, para que o total de e– perdidos seja igual ao total de e– ganhos, 2 alumínios (perda de 6 e–) se ligam a 3 oxigênios (ganho de 6 e–). Os compostos iônicos (compostos que apresentam ligação iônica) são eletricamen- te neutros, ou seja, a soma total das cargas 3.3. Características dos Compostos positivas é igual à soma total das cargas ne- gativas. Iônicos a) Estado físico: em condições ambientes, são As ligações iônicas ocorrem, como regra sólidos, cristalinos, duros e quebradiços. Apre- geral, entre os elementos que tendem a per- sentam elevados pontos de fusão e ebulição. der elétrons e que possuem 1, 2 ou 3 elétrons na última camada (metais) e os elementos que b) Condução de eletricidade: como sóli- tendem a ganhar elétrons e que possuem 5, 6 dos, não conduzem eletricidade, pois os íons ou 7 elétrons na última camada (ametais). encontram-se presos ao retículo cristalino. Quando fundidos (estado líquido) tornam-se 3.1. Notação ou Fórmula de Lewis bons condutores, já que os íons ficam livres Esta fórmula representa os elementos para se moverem. através dos elétrons do último nível (elé- Em solução aquosa, também são bons con- trons de valência), indicando-os por pontos dutores, pois a água separa os íons do retículo ou cruzetas. cristalino. Exemplo: 4. Ligação Covalente 3.2. Estrutura Cristalina dos A ligação covalente ocorre quando os áto- Compostos Iônicos mos ligados possuem tendência de ganhar elé- A fórmula NaCl é usada para representar o trons. Não há transferência de elétrons de um cloreto de sódio e indica a proporção com que átomo para outro, e sim um compartilhamento os íons participam do retículo cristalino (1 : 1), de elétrons entre eles. 28 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 03. Ligação Química
  • 64. Química Geral 1 A ligação covalente ocorre entre: 2º) HCl (fórmula molecular do cloreto de – hidrogênio – hidrogênio hidrogênio) – hidrogênio – não-metal – não-metal – não-metal 1 4516 1 1 → 789 9
  • 65. 717 1 − Obs– Os semimetais também podem ser incluídos. 1 7723 23 7733 33 → 89 9
  • 66. 71 12 5 16 1 3 6 124 124 6 3 4 3 5 6 2 2 4.1. Ligação Covalente Normal Ocorre entre dois átomos que comparti- lham pares de elétrons. Os átomos partici- pantes da ligação devem contribuir com um elétron cada, para a formação de cada par eletrônico. Assim, na molécula de hidrogênio (H2), cuja distribuição eletrônica é 3º) H2O (fórmula molecular da água) 1 1 1 − 23 1 1 3415 1 1 → 6789 8616
  • 67. 1 − 1 falta um elétron para cada átomo de hi- drogênio para ficar com a camada K comple- 2 4 15 1 6623 23 → 789 8626
  • 68. 1 3 5 124 3 4 6 5 ta (dois elétrons). Os dois átomos de hidrogênio se unem for- mando um par eletrônico comum a eles (compartilhamento). Desta forma, cada áto- mo de hidrogênio adquire a estrutura do gás nobre Hélio (He). Quando o par compartilhado é represen- Quando encontramos um único par de elé- tado por um traço (—), temos a chamada fór- trons compartilhado entre dois elementos, a mula estrutural. ligação é denominada de simples. H — H (fórmula estrutural) H2 (fórmula molecular) Procedendo da mesma forma, veremos Para dois pares de elétrons compartilha- mais alguns exemplos: dos entre dois elementos, a ligação é denomi- 1º) Cl2 (fórmula molecular do gás cloro) nada de dupla. 1 3 3 94 3 12 456 17 88 27 23 88 37 33 3 12 4 12 4 3 3 96 →
  • 69. 81 7 5 2 Finalmente, para três pares de elétrons compartilhados entre dois elementos, a liga- ção é denominada de tripla. Capítulo 03. Ligação Química PV2D-06-QUI-11 29
  • 70. Química Geral 1 4.2. Ligação Covalente Dativa ou • b) BF3 Coordenada Na ligação covalente normal, o par de elé- trons compartilhado é proveniente um de cada átomo. Mas, para explicar certas estruturas das substâncias, foi necessário admitir a forma- ção de pares de elétrons provenientes de um • c) NO só átomo; assim, temos a chamada ligação covalente dativa ou ligação coordenada. • d) Ocorrem casos em que se verificam ca- Exemplo madas de valência expandidas, ou seja, apre- SO2 (fórmula molecular do dióxido de en- sentam mais de oito elétrons, por exemplo: xofre) Observação – Convencionou-se represen- tar a ligação dativa por uma seta orienta- da do átomo que “cede” o par de e– para o átomo que o “recebe”; porém, moderna- mente, o uso da seta indicando a ligação dativa tende a ser substituído por um tra- ço de covalente normal. 5. Ligação Metálica 4.3. Anomalias do Octeto É a força que mantém unidos os átomos e • a) BeF2 cátions dos metais. Teoria do “mar de elétrons” ou teoria da “nuvem eletrônica” A principal característica dos metais é a eletropositividade (tendência de doar elé- trons), assim os elétrons da camada de 30 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 03. Ligação Química
  • 71. Química Geral 1 valência saem facilmente do átomo e ficam em igualdade de massa com qualquer outro “passeando” pelo metal, o átomo que perde material, os metais ocupem menor volume. elétrons se transforma num cátion, que, em III) Pontos de fusão e ebulição elevados: os seguida, pode recapturar esses elétrons, vol- metais apresentam elevadas temperatu- tando a ser átomo neutro. O metal seria um ras de fusão e ebulição, isto acontece por- aglomerado de átomos neutros e cátions, que a ligação metálica é muito forte. imersos num “mar de elétrons livres” que es- IV)Condutividades térmica e elétrica eleva- taria funcionando como ligação metálica, man- tendo unidos os átomos e cátions de metais. das: os metais são bons condutores de ca- lor e eletricidade pelo fato de possuírem 5.1. Propriedade dos Metais elétrons livres. I) Brilho metálico: o brilho será tanto mais V) Resistência à tração: os metais resistem intenso quanto mais polida for a superfí- às forças de alongamentos de suas super- cie metálica, assim os metais refletem fícies, o que ocorre também como conse- muito bem a luz. qüência da “força” da ligação metálica. II) Densidade elevada: os metais são geral- mente muito densos, isto resulta das estru- VI)Maleabilidade: a propriedade que permi- turas compactas devido à grande intensi- te a obtenção de lâminas de metais. dade da força de união entre átomos e VII) Ductibilidade: a propriedade que permite cátions (ligação metálica), o que faz com que, a obtenção de fios de metais. 5.2. Estrutura dos Metais O agrupamento dos átomos dos metais dá origem ao reticulado cristalino. Existem três tipos de reticulados cristalinos mais comuns dentre os metais. São eles: 6. Geometria Molecular Teoria da Repulsão dos Pares Eletrônicos da Camada de Valência (Sidgwick, Powell e Gillespie) permite prever a geometria de moléculas e íons poliatômicos. Nestas espécies, um átomo central está rodeado por dois, três, quatro ou mais pares de elétrons (no Ensino Médio somente estudaremos até 4 pares de e–). Estes pares eletrônicos existentes ao redor do átomo central “orientam” a geometria da molécula, prevendo ângulos entre as ligações e determinando a posição de outros átomos (representados por seus núcleos) em relação ao átomo central. Capítulo 03. Ligação Química PV2D-06-QUI-11 31
  • 72. Química Geral 1 Exemplos A teoria 1º) A molécula BeH2 Os pares eletrônicos que envolvem um áto- mo central, por repulsão, se afastam ao → 2 pares = linear (orientação). máximo uns dos outros. → os 3 núcleos ficam na mesma linha = geometria linear. Assim: 2º) A molécula BF3 – os pares eletrônicos existentes ao redor do átomo central “orientam” a geometria da molécula; → 3 pares = triangular (orientação). – quem “determina” a geometria da molé- cula é a posição dos núcleos dos átomos que constituem a molécula. Seqüência para Determinação da → os núcleos estão todos no mes- Geometria Molecular – Montar a fórmula eletrônica da substân- mo plano e são separados por ângulos de cia contando os pares de e– ao redor do 120° = geometria triangular. núcleo central. 3º) A molécula CH4 Considere: a) ligações –, =, ≡ e →, como um único par de e–; b) o pares de e– ao redor do átomo central → 4 pares = tetraédrica (ori- que não participam das ligações. entação). Os pares eletrônicos se repelem ao máximo. → a figura geométrica formada pelos núcleos de moléculas é um tetraedro regular. 4º) A molécula NH3 → 4 pares = tetraédrica (ori- entação). → a figura geométrica formada pelos núcleos da molécula é uma pirâmide = geometria piramidal. 32 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 03. Ligação Química
  • 73. Química Geral 1 5º) A molécula H2O 7.2. Ligação Covalente Polar É a ligação que ocorre quando os dois elé- trons de ligação estão deslocados mais para um dos átomos, ou seja, a densidade da nu- → 4 pares = tetraédrica (orientação). vem eletrônica é maior em torno do átomo mais eletronegativo. A eletronegatividade é a tendência do áto- → os três núcleos da molécula si- mo atrair o par eletrônico na ligação covalente. tuam-se no plano, mas não na mesma linha = A fila de eletronegatividade para os principais geometria angular. elementos pode ser representada: A dupla ou tripla ligação é considerada nes- ta teoria como ligação simples (1 par de e–). Exemplos 6º) A molécula CO2 Exemplo ⇒ 2 pares = linear. 7º) A molécula HCN Como o cloro é mais eletronegativo que o ⇒ 2 pares = linear. hidrogênio, ele atrai para mais perto de si o 8º) A molécula SO3 par de elétrons compartilhado, originando a formação de um dipolo. O cloro, por ser mais eletronegativo, ad- ⇒ 3 pares = tri- quire uma carga parcial negativa (σ–) e o hi- drogênio uma carga parcial positiva (σ+). angular. A formação do dipolo é representada por 1 7. Polaridade de Ligações um vetor mi ( µ ), chamado momento dipolar, e orientado no sentido do átomo menos para A polaridade mostra como os elétrons que o mais eletronegativo. fazem a ligação covalente estão distribuídos entre os dois átomos que se ligam. Outros exemplos 7.1. Ligação Covalente Apolar (Não- Polar) É a ligação que ocorre quando os dois elé- trons de ligação estão igualmente comparti- lhados pelos dois núcleos, ou seja, não há di- ferença de eletronegatividade entre os dois átomos que se ligam. Portanto, ocorre sempre que dois átomos idênticos se ligam. Exemplos Capítulo 03. Ligação Química PV2D-06-QUI-11 33
  • 74. Química Geral 1 8. Polaridade de Moléculas Exemplos A polaridade de uma molécula depende do tipo de ligação (polar ou apolar) que ocorre entre os átomos e da geometria da molécula. 8.1. Molécula Apolar Ocorrerá quando: a) todas as ligações entre os átomos forma- dores da molécula forem apolares. Exemplo 1−1 1 2345678 2 Molécula apolar 3 598 5 4 5
  • 75.
  • 76. Obs. – Todo hidrocarboneto é molécula apolar. b) a soma total dos momentos dipolares for 1 1 2 igual a zero µ 12134 = 1 . 9. Forças Intermoleculares Exemplos As forças intermoleculares são forças de atração que ocorrem entre as moléculas (intermoleculares), mantendo-as unidas, e são bem mais fracas, quando comparadas às for- ças intramoleculares (ligação iônica e covalen- te), encontradas entre íons e átomos, que for- mam a substância. Essas forças atuam princi- palmente no estado sólido e líquido das subs- tâncias e são denominadas de forças de Van der Waals, em homenagem ao físico holandês que, em 1873, fez a previsão da existência de tais forças. São três os tipos de forças intermoleculares 8.2. Molécula Polar que ocorrem entre as moléculas. Ocorrerá quando tivermos ligações pola- res e a soma total dos momentos dipolares 9.1. Dipolo Instantâneo – Dipolo 1 2 for diferente de zero µ 12134 ≠ 1 . Induzido ou Forças de Dispersão de London Esta força ocorre entre moléculas apolares e é basicamente de natureza elétrica. Numa molécula apolar como, por exemplo, H2, os elétrons estão eqüidistantes dos núcleos, mas 34 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 03. Ligação Química
  • 77. Química Geral 1 num determinado instante, a nuvem eletrô- Exemplos nica pode se aproximar mais em relação a um dos núcleos, estabelecendo um dipolo ins- tantâneo, o qual, por sua vez, induz as de- mais moléculas a formar dipolos, originando uma força de atração elétrica, de pequena in- tensidade, entre elas. As moléculas, unidas por essas forças, for- mam, na fase sólida, os chamados cristais moleculares, como, por exemplo, cristais de gelo seco (CO2), ou cristais de iodo (I2), que por estarem unidos por estas forças de pequena intensidade passam facilmente da fase sólida para a fase gasosa, sofrendo o que chamamos de sublimação. 10. Pontos de Fusão e Ebuli- 9.2. Forças de Dipolo Permanente ou ção das Substâncias Dipolo-Dipolo Moleculares São forças de atração de natureza elétrica que ocorrem entre as moléculas polares. 10.1. Estado Físico das Substâncias As moléculas, por apresentarem um dipo- Moleculares lo permanente, ou seja, um pólo de carga po- Quando uma substância molecular muda sitiva e outro de carga negativa, atraem-se de estado físico, as moléculas tendem a se se- mutuamente , de modo que o pólo positivo de parar umas das outras, rompendo assim a uma molécula atrai o pólo negativo de outra força intermolecular. Quanto mais forte a for- molécula e assim sucessivamente. ça intermolecular, mais unidas estarão as mo- Exemplo léculas, mais difícil será separá-las, mais ca- lor será necessário e, portanto, maiores serão os pontos de fusão e ebulição da substância. Basicamente dois fatores, massa molecular e forças intermoleculares, influenciam as pro- As forças de dipolo permanente são bem priedades físicas (PF e PE) das substâncias mais intensas do que as forças de dipolo in- moleculares. Tanto o ponto de fusão como o duzido. ponto de ebulição tendem a crescer com o au- mento da massa molecular e das forças 9.3. Ligações (Pontes) de Hidrogênio intermoleculares. São forças de atração de natureza elétrica a) Considerando-se moléculas de massa que também ocorrem entre as moléculas po- molecular aproximadamente iguais, te- lares (tipo dipolo permanente), sendo, porém, remos: de maior intensidade. Ocorrem quando um átomo de H ligado a um átomo muito eletronegativo (F, O e N) de uma molécula é atraído por um par de elé- trons não compartilhados no átomo de F, O ou N de outra molécula. Capítulo 03. Ligação Química PV2D-06-QUI-11 35
  • 78. Química Geral 1 Exemplo 10.2. Solubilidade F2 HCl H2O Para que uma substância (soluto) se dis- (PE ≅ – 188 °C) (PE ≅ – 83 °C) (PE = 100 °C) solva em outra substância (solvente) é neces- sário que ocorra interação entre as molécu- b) Considerando-se moléculas com mesmo las soluto-solvente. Por exemplo, soluto for- tipo de força intermolecular, teremos: mado por moléculas apolares é facilmente 1234597 dissolvido em solvente apolar, pois as forças 1234561277261489 825 ⇒ 4764 4769 de interação entre as moléculas do soluto e
  • 79. 123456 2124 983469674 do solvente apresentam intensidades próxi- Exemplos mas, o que facilita a interação entre elas. Soluto apolar não é dissolvido em solvente formado 11 23 1 451 61 por moléculas que apresentam ligações de hi- 7789
  • 80. 9
  • 81. 9
  • 82. 9
  • 83. drogênio, pois entre as moléculas soluto- 89 − ° 2
  • 84. 9 − ° 2
  • 87. solvente não existe interação, e a tendência é as moléculas do solvente ficarem agrupadas c) Considerando-se moléculas com mesmo formando uma fase de mistura. tipo de força intermolecular e mesma massa molecular, teremos: Portanto, podemos concluir que “seme- lhante dissolve semelhante”, ou seja, subs- 84676 tâncias moleculares ou iônicas tendem a se 1234567839 7389
  • 88. 9 33 ⇒ 64567 dissolver em um solvente também polar, e 37 3937 349 3 296 substância molecular apolar tende a se dis- solver em um solvente apolar. Este caso é observado em cadeias carbônicas (todas as famílias de compostos orgânicos) nas quais o aumento de ramificações faz com que a molécula apresente menor área superficial, en- fraquecendo as forças intermoleculares. Exemplo: 36 PV2D-06-QUI-11 Capítulo 03. Ligação Química