2. Teologia do Corpo – Relembrando
a Estrutura
• Parte 1: Quem somos nós
– A) Homem Original
– B) Homem Histórico
– C) Homem Escatológico
• Parte 2: Como devemos viver
– A) Celibato para o Reino de Deus
– B) A sacramentalidade do matrimônio
– C) Amor e fecundidade – reflexões sobre a
“Humanae Vitae”
4. Cristo volta nossa atenção para o
“princípio”
• Os fariseus vieram perguntar-lhe para pô-lo à prova: É
permitido a um homem rejeitar sua mulher por um
motivo qualquer? Respondeu-lhes Jesus: Não lestes
que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e
disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e
se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só
carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne.
Portanto, não separe o homem o que Deus uniu.
Disseram-lhe eles: Por que, então, Moisés ordenou dar
um documento de divórcio à mulher, e rejeitá-la? Jesus
respondeu-lhes: É por causa da dureza de vosso
coração que Moisés havia tolerado o divórcio das
mulheres; mas no princípio não era assim. (Mt 19, 3-8)
5. Por que Jesus nos remete ao
princípio?
• Jesus não cai na armadilha dos argumentos dos
fariseus, mas nos remete ao princípio, terminando a
conversação com clara autoridade – fim da discussão.
• Foi ali que tudo começou – a intenção, o plano original
de Deus está revelado ali, antes do pecado ter entrado
na história – pergunte ao artista sobre sua obra e você
conhecerá o que é sua obra.
• Jesus quer que olhemos para nossa “pré-história
teológica” onde podemos ver claramente o modelo para
todos os outros relacionamentos do homem com Deus,
com a criação, com os outros seres humanos e do
homem com seu próprio corpo.
6. Por que Jesus nos remete ao
princípio?
• Jesus quer que olhemos para nós mesmos
AGORA, em comparação com o lugar de onde
viemos.
• Ele quer que nos vejamos dentro do grande
Plano de seu Pai.
• Ele quer que vejamos que nossos
relacionamentos não são baseados no pecado;
nossa identidade, nossos relacionamentos não
estão fundados na propensão do homem ao
pecado, mas no plano de Deus.
• A Teologia do Corpo tem suas raízes no
“PRINCÍPIO”.
7. Dois relatos da criação
Primeiro relato (Gen 1) Segundo relato (Gen 2)
“Elohim” – sacerdotal “Iaveh”
Sete dias Revelação da
experiência humana
Do começo ao fim Dois estados originais
de graça e pecado
Teológico e filosófico A experiência revela
o homem no seu corpo
8. O que o PRINCÍPIO nos ensina?
• Solidão original
• União original
• Nudez original
• Significado esponsal do corpo
• Inocência original
• Conhecimento e procriação
9. Solidão Original
• Deus criou o homem e disse: “Não é bom que o homem
esteja sozinho. Quero dar-lhe uma ajuda que seja
adequada (similar a ele mesmo)”.
• Sozinho? Significa que ele não é como os animais que
nomeou. Ele tem um corpo, assim como os animais,
mas não é como eles.
• “Sozinho” também significa que ele só é completo com
se tiver outro ser como ele mesmo, alguém para quem
ele possa se doar.
• O homem (ser humano) adormeceu sendo um só, mas a
humanidade acordou sendo homem e mulher
10. A criação de Eva – Michelângelo – Detalhe da Capela Sistina
11. Unidade original
• O homem disse: “Afinal, eis aqui a carne da minha carne
e osso dos meus ossos”. Amor. Aceitação. Confiança.
• A masculinidade e a feminilidade superam a solidão e
são uma afirmação um do outro.
• O homem não é uma imagem de Deus apenas sendo
criatura dotada de inteligência, mas também sendo
homem e mulher.
• Assim como a Trindade vive numa comunhão que é
doação de si, o homem e a mulher vivem em uma
comunhão que é doação de vida, e isso é realizado
especialmente no ato no qual eles se tornam “uma só
carne”.
12. Nudez original
• Homem e mulher estavam nus, mas ainda
assim não sentiam vergonha.
• Temos que reconstruir esses eventos, porque
vivemos na era depois do pecado original, e não
compreendemos a nudez na pureza.
• O homem apreciava a feminilidade da mulher, e
vice-versa – sem pecado – sem temer a
propensão ao pecado do outro (porque ela não
existia).
• Assim que entrou o pecado no mundo, entrou
também a vergonha, e essa é a fronteira entre a
inocência e o pecado.
13. Nudez original
• A nudez aqui não se refere aos olhos do corpo,
mas efetivamente aos olhos do coração.
• Homem e mulher podiam olhar, admirar
gentilmente um ao outro e ver Deus em seus
corpos.
• Eles podiam aceitar completamente o dom da
outra pessoa e seu corpo e aceitar o que Deus
lhes deu como dom para o outro.
• Esse é o significado esponsal do corpo.
14. Significado Esponsal do Corpo
• O corpo era experimentado pelo homem e pela
mulher como um dom um para o outro.
• O DOM é LIVRE: livre de pecado, livre da
vergonha, livre do egoísmo. Homem e mulher
livremente se davam um para o outro. Isso
requer domínio de si mesmo.
• ESPONSAL significa que tem a capacidade de
expressar amor através de um DOM altruísta, e
portanto LIVRE.
• Isso preenche os desejos mais profundos do
homem de AMAR e de SER AMADO. Isso é a
verdadeira felicidade.
15. Significado Esponsal do Corpo
• Deus criou o ser humano para o
matrimônio
• Deus os criou casados
• O significado esponsal do corpo
permanece, apesar da distorção (a partir
do pecado original)
• Os celibatários se dão a Deus
16. Inocência Original
• O homem experimentava a inocência em
plenitude através de seu corpo
• Não era uma ausência de conhecimento,
mas uma ausência de pecado, junto com
a plenitude de Deus
• Inocência – contemplar o mistério de
Deus através do corpo humano
17. Conhecimento e procriação
• “Adão conheceu sua esposa Eva, que concebeu
e deu à luz Caim, e disse, ‘Recebi do Senhor
um homem’”.
• No ato do enlace esponsal homem e mulher
conheceram um ao outro em sua masculinidade
e feminilidade, mas também conheceram a
própria masculinidade e feminilidade
• Isso se tornou conhecimento da paternidade e
da maternidade – dando luz a uma nova criança
18. Conhecimento e procriação
• Foi assim que homem e mulher conheceram
Deus como Criador, através de seus próprios
corpos.
• Isso se repete com cada nova vida humana
• É assim também que homem e mulher vêm a
possuir um ao outro não apenas como
masculino e feminino, mas também como pai e
mãe de uma criança que pertence a eles.
• Depois do pecado, veio a morte, embora ainda
tenhamos esperança de “conhecer” que a vida
supera a morte
19. Conclusão
• É através do “Princípio” que podemos saber de
onde viemos, a fim de saber para onde vamos.
• Ainda hoje muitas pessoas questionam Jesus e
a Igreja, como os fariseus fizeram, mas Jesus
continua apontando para o “Princípio”.
• Se queremos compreender a redenção de
nossos corpos, temos que compreender o
“princípio”.