O documento discute o conceito de desenvolvimento sustentável à luz de autores como Guimarães, Sachs e Harvey. Apresenta desenvolvimento sustentável como um conceito vago e indefinido devido a diferentes interesses. Propõe uma transformação estrutural profunda com foco em justiça social. Apontam desafios do capitalismo flexível em promover cidadania participativa no contexto pós-moderno.
1. Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento
e Meio Ambiente
Disciplina: Desenvolvimento e Sustentabilidade
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL E PÓS
MODERNIDADE
LUIS FERNANDO F. AMSTALDEN
Discentes: Danniely Benício, Glória e Maria das
Dores
2. 1. Apresentação
Este capítulo foi baseado em 2 textos que
analisam a questão do desenvolvimento
sustentável (Guimarães,1995 e Sachs,1994) e
um trabalho que trata de grandes
transformações sociais, econômicas,políticas e
culturais da atualidade (Harvey, 1994).
Síntese ( pensamentos e problemas principais)
Discussão ( Como as propostas dos primeiros
se entrelaçam com as colocações do segundo)
3. A Síntese e a discussão vão abordar pontos
centrais como:
4. • Todas as discussões e debates tentaram:
• Ampliar os horizontes;
• Colocar ideias e problemas;
• Levar uma provocação reflexiva;
• Enriquecer o debate.
5. 2. Desenvolvimento Sustentável:
Um conceito Indefinido.
Guimarães: Conceito tão popular quanto
vago, esta diversidade de interesses e
opiniões está profundamente ligada as
diferenças sócio econômicas, políticas e
geopolíticas entre grupos
sociais, classes, setores empresariais, países
e regiões.
“enverdecimento” do discurso.
“conservadorismo dinâmico”
6. “Tendência inercial do sistema para resistir á
mudança, promovendo a aceitação do
discurso transformador, precisamente para
garantir que nada mude”.
“Avanço do neoliberalismo”
Surgem os slogans e atitude pouco profunda
que visam construir a imagem de empresas e
empreendedorismo “ Verdes”.
7. Reprodução do capital em
1º ritmo
acelerado, substituição de
mão de obra com aumento
da capacidade produtiva
Geram uma crise de
superacumulação do
capitalismo
Impedem o D.S. pois o
mercado tem necessidades
imediatas e não tem fôlego
para investimento a longo
prazo.
8. 2º O que há de comum nas idéias de
sustentabilidade?
Garantia de recursos e qualidade ambiental para
as gerações atuais e futuras.
Porém não pode ser operacionalizado pelo
mercado.
“Longo prazo” e “gerações futuras” são palavras
estranhas para o mercado.
10. • Guimarães propõe: Uma verdadeira
transformação estrutural profunda, com uma
nítida preocupação social com os grupos
excluídos e marginalizados social e
economicamente.
• Sachs Considera o modelo atual esgotado e
propõe profundas transformações na
tecnologia, política, economia, relações
internacionais e formas produtivas.
11. Justiça social;
Absorção de mão de obra;
Incentivos de pequenos negócios (para os
desempregados), fábricas, cooperativas, pequenas
unidades de produção rural, etc.
Uma significativa descentralização e uma
despadronização tanto da produção quanto do
consumo.
12. Sachs propõe 2 medidas mais “subjetivas”:
A diminuição espontânea do
superconsumo dos ricos;
Solidariedade entre
países, regiões, grupos sociais e pessoas que
buscam soluções.
13. • Ponto de confluência entre Sachs e Guimarães:
• As propostas não poderiam ser executadas pelo mercado e nem
por um estado desmantelado.
• O D.S. necessita de um estado articulado e forte.
• Incentivando cooperativas;
• Novas formas de inserção dos desempregados num novo
sistema produtivo;
• Cobrança de taxas sobre usos de recursos
ambientais, desenvolvimento tecnológicos, distribuição de
renda, etc.
• O estado forte não é o único agente, mais também a articulação
com a sociedade civil.
14. Desenvolvimento
Sustentável, Planejamento e Cidadania
O papel de planejador e incrementador do Estado
Só pode ser exercido com correção se houver o
crescimento da cidadania
Crescimento de uma participação verdadeira e plena nos
destinos do planejamento e na gestão da sociedade.
15. TERCEIRO SETOR – SOCIEDADE CIVIL
Que ocupe espaços dentro do
Independente tanto do aparato estatal, pressione
Estado quanto dos grandes esse mesmo aparato e faça
grupos econômicos, porém frente ao poder organizado
com capacidade dos grandes grupos
interventora similar a estes. econômicos legitimando e
fortalecendo o Estado.
16. Sociedade Civil
ONG’s, Sindicatos, Associações de Bairros e
outros grupos de interesses civis organizados e
participativos.
A simples existência
Não existem propostas de ação acabadas: desses grupos, agindo e
Fóruns, assentos junto ao poder legislativo e pressionando de acordo
executivo. com seus interesses, já
seria um grande avanço.
Ocupar espaços na Acreditamos num Estado
mídia, seja na oficial seja forte e num poder civil
Ocupar espaço no
na organização de sues organizado, sem o qual o
Estado: Política Partidária
próprios meios de próprio Estado não é
comunicação e difusão. capaz de se articular.
17. Questão Fundamental
Atingir uma Problema, tanto em
termos de organização
DEMOCRACI Desafio desde a propriamente dita
A mais plena revolução Francesa quanto em termos de
agrupamento dos
e participativa interesses comuns.
18. Diferença de
Interesses
• São diferenciados e seus interesses nem sempre se
GRUPOS coadunam.
CIVIS
• Níveis de preocupação entre: Operário
desempregados, componente da alta classe média, que
QUESTÃO milita em grupos ambientais e um empresário.
AMBIENTAL
• Não se dá somente entre privilegiados e excluídos do
capital, mas também entre os próprios grupos e países
pobres, que são diferentes quanto a seus
CONFLITO
objetivos, necessidades imediatas e bases culturais.
19. Desafio Duplo
Motivar e favorecer o surgimento Harmonizar, articular e compor
dessas associações e grupos alianças entre os diferentes
civis: destronar o Estado e o grupos sociais em direção ao DS
mercado, impondo seus e ao ambientalismo: criar uma
interesses a eles. solidariedade.
20. Acumulação Flexível e Cidadania
Participativa
David Harvey (1994) “Condição Pós Moderna”
Plano
econômic
o
Plano Plano
cultural Industrializaçã social
o
Plano
político
21. Plano Econômico
Consumo e Modernidade Papel duplo
produção “Fordismo Incentivar a
industrial de Keynesiano” produção/
massa Proteger os
direitos
trabalhistas
22. Plano Político
intervetor
Estado de
Bem Estar
Social
Conquista
para os
trabalhadore
s
23. Plano Sociocultural
Marxismo Liberalismo
“Mega Teorias”
Psicanálise Linhas de
(Freud) pensamento
24. No entanto o Fordismo
Keynesiano não foi isento de
problema
No ano de 1953
Primeira grande crise do petróleo
Combustível fóssil não renovável
Encarecimento, inviabilização gerando inflação
Confluência com a questão
ambiental
25. Descobriu-se que o sistema não era
sustentável economicamente e
ambientalmente a longo prazo
Alto Consumo
de matéria
prima
Poluição Esgotament
Contaminaç Lixo o de outras
atmosféric
ão por urbano e matérias
ae
agrotóxicos tóxico primas
hídrica
26. As “mega teorias” passar a ser questionadas
e até mesmo rejeitadas
Teorias que Mérito de resgatar a voz
privilegiam e a identidade de
análises
mais grupos até então
localizadas marginalizados
Porém não são capazes
Marxismo
de propor ações
conjuntas
27. Com isso, quais as consequências e
reações do Capital para a sua manutenção?
• Uso de combustíveis
renováveis • Grande
(Proálcool desenvolvimento
brasileiro);
tecnológico
• Readaptação de
carros para menor Poupar • Substituição de
consumo; trabalhadores por
• Técnicas de custos máquinas
reciclagem de (mecanização e
dejetos mais informática
nocivos.
28. Com isso, quais as consequências e
reações do Capital para a sua manutenção?
Deslocamento
para países
Novas técnicas pobres =
gerenciais e terceirização Desemprego
administrativas
Descentralizaçã
“reengenharia” o das unidades
de produção
29. Estado Inflação do
arrecadam mercado/corte de
menos
auxílios e serviços
impostos
Desempre sociais
go
Sindicato Trabalhadores
s com hesitam em
menos participar de
filiados sindicatos
Desarticulação da sociedade civil e do
Estado
30. Cultura do “descarte”
(por Alvin Toffler citado por Harvey)
Temor e insegurança pelos trabalhadores gerando
falta de solidariedade com questões menos
imediatistas
31. Reduz o mercado Crise da
Redução da mão de obra
consumidor superacumulação
Resposta empresarial
(“obsolecência programada)
Produtos “descartáveis”
Atinge diretamente a
com meia vida cada vez
questão ambiental
mais curta
32. Diante da situação que o capital de giro tem
que ser rapidamente recuperado...
Como pensar em
desenvolvimento
sustentável?
Muitas vezes é pensada em fechar o ano
fiscal no azul e não repensar a produção a
longo prazo.
33. Pensamento pós moderno : “volatilidade”
Como ter uma cidadania forte num
momento tão individualista?
Como elaborar um projeto comum com
a diversidade de interesses existente?
Dificuldade Dificuldade
objetiva subjetiva
Operacionaliza Elaborar projetos
r a cidadania comuns capazes
participativa de unir grupos
34. A criação de “Imagens”
Produtos como “sistemas de
símbolos e signos”
força poder
Bem estar
Qualidade
de vida
35. A influência da mídia
Promove e logo depois destrói
“imagens voláteis”
Constrói a identidade em função da
capacidade de consumo
36. Impede que os
O apego ao ricos diminuam
consumo espontaneamente
o seu consumo
É necessário o rompimento
radical de paradigmas por
um outro mais despojado (o
caso das empresas)
37. Com isso a situação é complexa...e
representa grandes desafios
Crise ambiental
O Capitalismo
grave
Esgotamento de um sistema Desarticula a sociedade civil e do
produtivo em termos ambientais Estado
Necessidade de substituição de “flexibiliza” a produção e elimina
novas formas produtivas postos de trabalho
Fortalecer o Estado e a sociedade
Produção de uma cultura de signos
civil (solidariedade, cidadania e o
e imagens voláteis
terceiro poder)
38. Considerações Finais – em busca de
algumas propostas
O objetivo não é de esgotar
questões, mas sim de levantar
problemas confrontando autores
analisados e lançando algumas
provocações.
• Demonstrando que não se pode
pensar o DS, o meio ambiente e a
condição pós moderna de forma
separada.
39. Questões importantes
Contradições entre os diferentes
grupos sociais
A construção de um projeto de DS é um
exercício conflituoso
“revolucionário”
...as transformações e mudanças
necessárias são muito amplas e conflitivas.
40. DS - Conceito Revolucionário
• De transformação profunda e possivelmente traumática.
Sentido
• Interesses corporativistas enormes, conflitos, toda uma estrutura
sócio-econômica e cultural que, embora voltada para o
efêmero, é profundamente penetrante, tanto no nível dos grupos
Enfrentar sociais quanto no nível individual.
• De pensamento e paradigma científico.
Termos
41. O DS parece inatingível por uma série de
atitudes e práticas reformistas
• Pensar na totalidade sem perder de vista as suas
limitações para a elaborações de projetos
comuns, que por sua vez podem levar à cidadania, à
rearticulação e reforma do Estado e ao DS.
Abertura enquanto pesquisadores e
instituições à comunidade mais ampla.
• Preservando a autonomia do pensamento acadêmico
e promovendo a construção da cidadania.