1. Semana da Arte Moderna de
1922
A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro
Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como
objetivo mostrar as novas tendências artísticas
que já vigoravam na Europa. Esta nova forma
de expressão não foi compreendida pela elite
paulista, que era influenciada pelas formas
estéticas européias mais conservadoras. O
idealizador deste evento artístico e cultural foi
o pintor Di Cavalcanti.
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5. Os sapos Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos!
(Manuel Bandeira)
O meu verso é bom
”Enfunando os papos, Frumento sem joio
Saem da penumbra, Faço rimas com
Aos pulos, os sapos. Consoantes de apoio.
A luz os deslumbra.
Vai por cinqüenta anos
Em ronco que aterra, Que lhes dei a norma:
Berra o sapo-boi: Reduzi sem danos
- "Meu pai foi à guerra!" A formas a forma.
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Clame a saparia
O sapo-tanoeiro, Em críticas céticas:
Parnasiano aguado, Não há mais poesia,
Diz: - "Meu cancioneiro Mas há artes poéticas . . ."
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
6. “Queremos luz, ar, ventiladores,
aeroplanos, reivindicações obreiras,
idealismos, motores, chaminés de fábricas,
sangue, velocidade, sonho em nossa arte.
Que o rufo de um automóvel, nos trilhos
de dois versos, espante da poesia o último
deus homérico, que ficou
anacronicamente a dormir e a sonhar, na
era do jazz band e do cinema, com a
flauta dos pastores da Arcádia e os seios
divinos de Helena.”
Menotti del Piccha
7. Modernismo: Geração 1922/30
Busca pelo moderno, original e polêmico, com o
nacionalismo em suas múltiplas facetas. A volta
das origens, através da valorização do indígena e
a língua falada pelo povo, também foram
abordados. Contudo, o nacionalismo foi
empregado de duas formas distintas: a crítica,
alinhado a esquerda política através da denúncia
da realidade, e a ufanista, exagerado e de
extrema direita. Devido à necessidade de
definições e de rompimento com todas as
estruturas do passado foi a fase mais radical,
assumindo um caráter anárquico e destruidor.
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10. Algumas características da
linguagem modernista:
- Fragmentação e flashes cinematográficos.
O capoeira
- Qué apanhá soldado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
(Oswald Andrade)
11. - Ironia, humor, piada, paródia.
senhor feudal
Se Pedro Segundo
Vier aqui
Com história
Eu boto ele na cadeia
Oswald Andrade
12. - Temas extraídos do cotidiano.
Poema só para Jaime Ovalle
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um
[cigarro e fiquei pensando...
Humildemente pensando na vida e nas
mulheres que amei.
Manuel Bandeira
13. A Orgia intelectual
Movimentos e revistas:
1-) Revista Klaxon (Mensário 1922-23)
Recebe este nome do termo usado para designar a
buzina externa dos automóveis. Primeiro periódico
modernista, é conseqüência das agitações em
torno da Semana de Arte Moderna. Inovadora em
todos os sentidos: gráfico, existência de
publicidade, oposição entre o velho e o novo.
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15. 2-) Manifesto da Poesia Pau-Brasil
A poesia Pau-Brasil pretendia então, da mesma
forma que a primeira riqueza brasileira, a árvore
de mesmo nome, se revestir de um caráter
primitivista, assumindo criticamente os contrastes
históricos e culturais aos quais a população do país
foi submetida. É uma tentativa de síntese capaz de
unir o "lado doutor" da cultura brasileira com o
lado popular. Esse manifesto também apresenta
uma proposta de literatura vinculada à realidade
brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil.
16. • A poesia existe nos fatos. Os casebres de
açafrão e de ocre nos verdes da Favela sob o
azul cabralino são fatos estéticos.
• A língua sem arcaísmos, sem erudição.
Natural e neológica. A contribuição
milionária de todos os erros. Como falamos.
Como somos.
17. Erro de português(Oswald Andrade)
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
18. 3-) Verde-Amarelismo ou Escola da Anta (1926-1929)
Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti del
Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo em
resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil, criticando-se
o “nacionalismo afrancesado” de Oswald. Sua
proposta era de um nacionalismo primitivista,
ufanista, identificado com o fascismo, evoluindo para
o Integralismo. Idolatria do tupi e a anta é eleita
símbolo nacional. Em maio de 1929, o grupo verde-
amarelista publica o manifesto "Nhengaçu Verde-
Amarelo — Manifesto do Verde-Amarelismo ou da
Escola da Anta".
19. 4-) Manifesto Regionalista de 1926
Os anos de 1925 a 1930 marcam a divulgação do Modernismo pelas
vários estados brasileiros. Assim é que o Centro Regionalista do
Nordeste, com sede em Recife, lança o Manifesto Regionalista de
1926, em que procura "desenvolver o sentimento de unidade do
Nordeste" dentro dos novos valores modernistas. Apresenta como
proposta "trabalhar em prol dos interesses da região nos seus
aspectos diversos: sociais, econômicos e culturais". Além de
promover conferências, exposições de arte, congressos, o Centro
editaria uma revista.
Vale lembrar que, a partir da década de 1930, o regionalismo
nordestino resultou em brilhantes obras literárias, com nomes que
vão de Graciliano Ramos, José Lins do Rego, José Américo de
Almeida, Rachel de Queiroz e Jorge Amado, no romance, a João
Cabral de Melo Neto, na poesia.
20. 5-) Revista Antropofagia (1928-1929)
É a nova etapa do Pau-Brasil, sendo resposta a Escola da
Anta. Seu nome origina-se da tela Abaporu (O que come)
de Tarsila do Amaral.
O Antropofagismo foi caracterizado pela assimilação
(“deglutição”) crítica das vanguardas e culturas europeias,
com o fim de recriá-las, tendo em vista o redescobrimento
do Brasil em sua autenticidade primitiva. Contou com
duas fases, sendo a primeira com dez números (1928 –
1929), sob direção de Antônio Alcântara Machado e
gerência de Raul Bopp, e a segunda publicada
semanalmente em 16 números no jornal Diário de São
Paulo em 1929, tendo como secretário Geraldo Ferraz.