O documento discute diferentes uvas tintas cultivadas em diversos países, incluindo Tannat do Uruguai, Malbec da Argentina, Carmenère do Chile e Merlot do Brasil e Bordeaux. Fornece detalhes sobre as características sensoriais e gastronômicas de cada variedade, bem como informações históricas e geográficas sobre sua produção.
2. TANNAT - URUGUAI
MALBEC - ARGENTINA
CARMENÉRE - CHILE
MERLOT - BRASIL
3. A Tannat, como seu próprio nome indica,
é uma uva com grande quantidade de
taninos, que são os elementos que, além
de dar cor, dão ao vinho tinto sua
característica de maior ou menor
adstringência. A variedade Tannat é rica
em antioxidantes naturais, que ajudam a
prevenir doenças.
4. O Uruguai está na mesma latitude que as
melhores regiões vitivinícolas da Argentina,
Chile, África do Sul e Austrália. Localizado
entre a Argentina e o Brasil e voltado para o
Oceano Atlântico e o Rio de la Plata, possui
um território de 177 mil km² . A produção de
vinhos no Uruguai teve início no final do
século XIX, com a imigração de bascos e
franceses para a região. Um deles, Pascual
Harriague, teria sido o introdutor da
variedade Tannat na região, que até hoje se
vê sendo produzida no país.
5. Superior uva tinta, originalmente procedente
de Bordeaux (França), similar a Merlot, mas
com maior concentração de taninos e
antocianos (cor). Os vinhos de uva Tannat são
sempre de bom corpo e muita cor, tendo
entretanto taninos macios. Hoje pouco -- ou
nada -- utilizada na origem, é muito cultivada
na América Latina (Chile, Argentina, Uruguai e
Brasil).
6. Saboroso, de cor rubi violáceo intensa,
escura, com aromas de frutas maduras,
ameixas, tâmaras e figos. O paladar
inconfundível lembra um pouco a
Merlot, mas com mais acidez (suave) e
menos açucares, dando a nítida
sensação de adstringência dos
supertaninos presentes em profusão.
7. * Costela no bafo ou um simples frango
assado com polenta e agrião. Pato
assado com purê de batatas e cubos de
queijo amarelo (gruyère ou provolone),
couve fresca refogada. Presunto cru ou
cozido, e pizza marguerita ou calabresa.
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9. Uva tinta originária da região de Bordeaux (França).
Trata-se de uma casta muito semelhante a Merlot, e
com as mesmas características de cor rubi violácea,
sabor maduro de frutas secas e especiarias; no
paladar nota-se um leve adocicado, devido
principalmente aos taninos redondos e elevada
alcoolicidade que alcança. Capaz de produzir vinhos
de guarda; sendo que em menos de 3 anos
apresenta vinhos desequilibrados, onde álcool,
acidez e taninos guerreiam contra o consumidor.
10. Como outras uvas francesas, espalhou-se
pelo mundo; é bastante utilizada em
vinhos varietais, principalmente na
Argentina e Califórnia. Na França ainda
entra como corte nos vinhos Bordeaux,
junto com Cabernet Sauvignon e
Cabernet Franc. Mas sua terra hoje é
Mendoza.
11. O vinho Malbec varietal apresenta uma bela
cor vermelho púrpura, intensa, e aroma
frutado revelando vinho novo; no paladar
apresenta-se saboroso e macio, indicando que
os açúcares escondem bem os taninos. Os
mais envelhecidos, se foram bem produzidos,
apresentarão grande harmonia, bom corpo, e
longo fim de boca (com leve amargor).
12. Harmoniza-se com carnes vermelhas,
churrasco, feijoada, e queijos fortes, pois tem
taninos e antocianos (pigmentos da uva)
fortes, mas não agressivos -- quando bem
elaborados e envelhecidos 2 ou 3 anos,
podendo ser até bem mais. Não combinará
com defumados, nem com gorgonzola, nem
com massas com tomates. Muito menos com
saladas.
13.
14. Uva tinta de alta qualidade, variedade da uva cabernet,
originária de Bordeaux (Fr.), mas hoje naturalizada
chilena. Originalmente, era conhecida no séc. XVIII como
"grand vidure" (e a cabernet franc como "vidure"), mas
essa designação sumiu. Produz ótimos vinhos varietais,
com muita estrutura e sabor marcante. Permite
envelhecimento para os vinhos bem elaborados. Devido
a sua potência, não deve ser utilizada em vinhos de
consumo imediato, pois antes de 3-4 anos os vinhos
estarão desequilibrados devido à acidez e aos taninos
agressivos. Devido à sua recente redescorta (meados
década de 90) no Chile, não há hoje vinhos Carmenère
de mais de 8 anos, mas é uma uva com grande potencial
para guarda de 10, 20 anos, ou até mais.
15. Hoje, pode-se dizer que a Carmenère é uma
uva chilena e lá encontra sua plena
expressão, mas aparece também na
Califórnia e na Argentina. Os vinhos são via-
de-regra varietais, mas podem aparecer
combinados com cabernet sauvignon, ou
mesmo shiraz. Alguns Tops chilenos usam
Carmenère em seu corte.
16. O vinho carmenère é saboroso e encorpado, um
pouco mais tânico que a cabernet sauvignon, e
menos ácido que a cabernet franc, com um
nítido e delicado amargor secundário. Tem
coloração rubi violácea acentuada. Suas boas
características só aparecem depois de alguns
anos; sendo assim, vinhos carmenère de menos
de 3 anos são completamente desequilibrados,
com elevada acidez e taninos agressivos
(adstringente).
17. Carnes vermelhas, feijoada (é isso
mesmo) e assados. Não deve ser
utilizada para acompanhar pratos com
molho de tomate ou pratos leves e
saladas. Uma boa pedida para o
"fondue" bourguignone (carne).
18.
19. Uma das melhores uvas do mundo, original
de Bordeaux (França). É hoje das mais
cultivadas em todo mundo, produzindo
excelentes varietais. Na sua origem, entra na
composição dos grandes bordeaux,
habilmente combinada com cabernet
sauvignon e cabernet franc ou verdot. Tem
ampla capacidade de envelhecimento.
20. A região imbatível do Merlot é Saint-
Emilion, em Bordeaux. Ali são feitas peças
divinas como Chateau Cheval Blanc e
Chateau Petrus. Fora dali, espalha-se por
todo o mundo, sendo digno de nota os
Merlot chilenos californianos, e neo-
zelandeses. Na Itália tem feito boas
combinações com a SanGiovese.
21. Novamente, os divinos são uma experiência à
parte. Os bons varietais mortais têm
características semelhantes á Malbec,
entretanto considera-se a Merlot via-de-regra
superior a Malbec; sua cor rubi-violácea forte,
densa, já revela no visual o vinho de aromas
maduros que virá; no paladar, preenche a boca e
mostra frutas maduras e, se teve
envelhecimento, um nítido tabaco, notas de
baunilha e especiarias, e um toque de couro,
com tato macio e final de boca longo e
persistente.
22. Devido ao seu corpo pleno e taninos robustos e
equilibrados, será sempre boa companhia para
carnes, caças e aves mais consistentes (frango
não!). Com seu toque macio dos açucares
remanescentes, e o bom equilíbrio entre acidez e
álcool, e taninos e antocianos presentes, é bom
acompanhamento também para pratos de carne
de porco, pernil, lombinho grelhado, com
batatas, ou num toque mais brasileiro, aipim
(mandioca) frita, ervilhas. Não esquecer dos
queijos amarelos.