1. (ou: um poema sobre a Esperança)(ou: um poema sobre a Esperança)
2. E o amor de Deus é a própria esperança se derramando sobre toda a criação.E o amor de Deus é a própria esperança se derramando sobre toda a criação.
O amor de Deus está presente por toda parte.
A natureza fala da sua grandeza em cada detalhe.A natureza fala da sua grandeza em cada detalhe.
3. Quando observamos as cinzas de um campo queimado,
talvez pensemos que a vida ali se extinguiu para sempre.
Mas em pouco tempo as plantas brotam, mais verdes que nunca,
mostrando que nada consegue deter a vida.
4. Quando vemos os escombros deixados pela fúria das tempestades,
pode nos parecer que nada mais poderá existir em tão deprimente paisagem.
No entanto, em breve tempo, as mãos hábeis e competentes dos homensNo entanto, em breve tempo, as mãos hábeis e competentes dos homens
deixam o local em condições de ser habitado novamente.deixam o local em condições de ser habitado novamente.
5. Quando olhamos vastas extensões de terras esturricadas pela estiagem,
temos a impressão de que a vida bateu em retirada para sempre.temos a impressão de que a vida bateu em retirada para sempre.
6. Mas, para espanto de todos, a chuva cai de mansinho, penetrando
o solo castigado, acordando as sementes que jaziam adormecidas e,
em pouco tempo, o que era deserto se converte
em imenso jardim multicolorido.
7. É assim que Deus nos fala daÉ assim que Deus nos fala da
esperança a cada instante.esperança a cada instante.
Foi observando esses pequenosFoi observando esses pequenos
detalhes da naturezadetalhes da natureza
que um poeta escreveuque um poeta escreveu
o poemao poema
que reproduzimos a seguir:que reproduzimos a seguir:
8. E eu que achei que a
lua não brilhasse sobre
os mortos no campo
da guerrilha,
sobre a relva que
encobre a armadilha
ou sobre o esconderijo
da quadrilha...
Mas brilha.
9. E achei que nenhum pássaro
cantasse,
se um lavrador não mais colhe
o que planta,
se uma família
vai dormir sem janta
com um soluço preso
na garganta...
Mas canta.Mas canta.
10. Também pensei que a chuva nãoTambém pensei que a chuva não
regasse a folha cujo leite queimaregasse a folha cujo leite queima
e cega, a carnívora flor que oe cega, a carnívora flor que o
inseto pega ou o espinho ocultoinseto pega ou o espinho oculto
na macega...na macega...
Mas rega.
11. Pensei, também,Pensei, também,
que o orvalho nãoque o orvalho não
beijasse abeijasse a
venenosa cobravenenosa cobra
que rasteja, noque rasteja, no
silêncio da noitesilêncio da noite
sertaneja, sobre assertaneja, sobre as
ruínas deruínas de
esquecida igreja…esquecida igreja…
Mas beija.Mas beija.
12. Imaginei que a água não lavasse o chicote que em sangue deprava, quando,Imaginei que a água não lavasse o chicote que em sangue deprava, quando,
de forma monstruosa e brava, abre trilhas de dor na pele escrava…de forma monstruosa e brava, abre trilhas de dor na pele escrava…
Mas lava.Mas lava.
13. Apostei que nenhuma
borboleta - por ser um vivo
exemplo de esperança -
dançaria contente, leve e
mansa sobre o túmulo de
uma criança...
Mas dança.
14. E eu pensei que o solE eu pensei que o sol
não mais aquecesse os camposnão mais aquecesse os campos
que a guerra empobrece,que a guerra empobrece,
onde tomba do homem a própriaonde tomba do homem a própria
espécie,espécie,
e a sombra da dor enlouquece…e a sombra da dor enlouquece…
Mas aquece.Mas aquece.
15. Por isso achei que eu nãoPor isso achei que eu não
mais fizessemais fizesse
poema algum,poema algum,
após tanto embaraço,após tanto embaraço,
tanta decepção,tanta decepção,
tanto cansaçotanto cansaço
e tanta espera,e tanta espera,
em vão, por teu abraço…em vão, por teu abraço…
Mas faço.Mas faço.
16. O mesmo calor solar, que mantém no estado líquidoO mesmo calor solar, que mantém no estado líquido
a água dos rios e dos mares,a água dos rios e dos mares,
conduz a seiva à fronde das árvores e faz pulsar o coraçãoconduz a seiva à fronde das árvores e faz pulsar o coração
dos abutres e das pombas.dos abutres e das pombas.
17. A luz que espalha o verde nosA luz que espalha o verde nos
prados e nutre as plantas comprados e nutre as plantas com
um sopro impalpável tambémum sopro impalpável também
povoa a atmosfera depovoa a atmosfera de
maravilhosas belezas aéreas.maravilhosas belezas aéreas.
O som que estremece aO som que estremece a
folhagem canta na orla dosfolhagem canta na orla dos
bosques,bosques,
ruge nas plagas marinhas.ruge nas plagas marinhas.
18. Em tudo vemos, enfim, umaEm tudo vemos, enfim, uma
correlação de forças físicascorrelação de forças físicas
que abrange num mesmoque abrange num mesmo
sistema a totalidade da vidasistema a totalidade da vida
sob a comunhão dassob a comunhão das
mesmas leis.mesmas leis.
Que são asQue são as
soberanassoberanas
leis divinas.leis divinas.
19. Texto:Texto:
Recebido via e-mail,Recebido via e-mail,
sem indicação de autoria.sem indicação de autoria.
Agradeço a quem souberAgradeço a quem souber
e puder dizer-me o nomee puder dizer-me o nome
do autor.do autor.
Imagens:
fotoplatfoma,
photoforum. ru
e recebidas via e-mail
Música:
Rhapsody on a ThemeRhapsody on a Theme
Of PaganiniOf Paganini
Ernesto CortazarErnesto Cortazar
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Eliana CrivellariEliana Crivellari
em 21/8/2014em 21/8/2014
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