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AUTO DA COMPADECIDA
   Ariano Suassuna

   Ariano Suassuna, nascido na cidade de
    João Pessoa, no Estado da Paraíba é
   um dos maiores representantes da forte
        e pura raiz popular da Arte e da
   Literatura nordestinas. Traz ele, em sua
    bagagem literária, histórias cheias de
                  brasilidade.
O título
Segundo Hênio Tavares, auto significa toda obra representativa e dramática
de assunto religioso muito comum na idade média. Procede de “actum” –
aito-auto. Este termo assume, hoje, um sentido geral o qual se refere a
peças teatrais populares.

 A peça recebeu o nome Auto da compadecida devido ao fato de ser a
compadecida aquela que auxilia seu filho, Manuel – Jesus Cristo –,
durante a reflexão de cada personagem nos dois planos: no celestial, onde
se reflete a essência de cada indivíduo, e no terrestre, onde se reflete a
aparência de cada um.

Dessa forma, a compadecida acaba por estimular cada personagem a
refletir sobre eles mesmos, fazendo um diagnóstico de suas vidas.
No grupo, há pecados de toda natureza: mentira, adultério, assassinato,
ganância... E o diabo é o promotor. Quando tudo parece perdido, João Grilo
apela para Nossa Senhora, que surge e se compadece.
O PROFANO E O SAGRADO
A parte mais interessante da trama é quando os personagens
chegam ao plano celestial e são julgados, revelando o profano e o
sagrado. É de se observar que há uma contradição entre esses
dois planos, o mesmo em que o autor Gil Vicente apresentava em
seus autos durante o medievalismo.
O texto tem como objetivo causar uma catarse psicológica de
valores morais no âmbito social e religioso dos interlocutores ou
espectadores da trama.
 Há passagem de um plano a outro, implicando o chamado joco-
sério do “ser e do parecer”, que se dá por meio da transformação:
vida e morte. É nessa mudança de plano que o texto atinge o seu
ápice ou clímax.
 Os personagens entram em disjunção com a vida e em conjunção
com a morte. Segundo a Compadecida, em seu julgamento, quem
é “sagrado” na terra, poderá ser “profano” no céu. Talvez, o que
Dante já tenha nos mostrado, na sua clássica obra “A Divina
Comédia”.
JUSTIÇA E MISERICÓRDIA
O autor recupera o conflito entre a Justiça
e a Misericórdia com a cena do Auto da
Compadecida e apresenta um contraste
entre o espiritual e o carnal, segundo os
preceitos da Idade Média, com o diálogo
entre o pícaro João Grilo e o Tribunal
Celeste.
Com sua morte, a alma desse nordestino,
astuto e fraudulento, se vê perdida e roga
pela misericórdia da Virgem diante das
apelações do Diabo, que pede a justiça
divina.
O juízo final
Suassuna ao criar este Juízo Final consegue
fundir a este legado cristão, os intuitos de crítica
social e o folclore nordestino em uma mesma
cena, que culmina com a compaixão da Virgem
Santa para com a alma do anti-herói,João Grilo.
A riqueza da cena do tribunal nos causa um
deslumbramento pelo grande efeito fotográfico
que evidencia a oposição entre dois mundos. O
que lembra muito bem os pintores góticos que
contrapõem à transparência luminosa das figuras
sagradas, à espessura apagada e simples dos
personagens terrestres.
A arte gótica
       Sabe-se que no auge da Idade
Média, quando a Europa estava
deixando para trás a lembrança da
Idade das Trevas, dirigindo-se para
uma nova e radiante era de
prosperidade e confiança, surge o
estilo gótico. O cristianismo entrava,
então, numa fase triunfante de sua
história.
A arte gótica
A arte gótica, produzida
principalmente com fins religiosos,
revela em muitas de suas pinturas
recursos didáticos que faziam o
cristianismo visível para a população
inculta, expostas com ícones para
intensificar a contemplação e a
prece. Imagens devocionais, os
ícones, geralmente, entronizavam as
figuras de Cristo e de Nossa
Senhora.
RELAÇÃO DO ESTILO GÓTICO
      COM A OBRA
Grandes mestres góticos criaram
imagens de grande pureza e força
persuasiva e espiritual. Assim é o
quadro cênico que se apresenta na
obra: com suas belíssimas vestes, as
imagens narram pictoricamente uma
intensa espiritualidade em que se vê
um Cristo negro entronizado, ladeado
pela Virgem e por anjos vindos do
céu.
Ilustrações do filme O Auto da
        Compadecida
O CRISTO E A VIRGEM
       MARIA
APARIÇÃO DO DIABO
PERSONAGENS
A peça apresenta quinze personagens de cena e uma
personagem de ligação e comando do espetáculo.

   PRINCIPAL: João Grilo

   OUTRAS: Chicó, Padre João, Sacristão, Padeiro, Mulher
do Padeiro, Bispo, Cangaceiro, o Encourado, Manuel, a
Compadecida, Antônio Morais, Frade, Severino do Aracaju,
Demônio.

   LIGAÇÃO: Palhaço

   As personagens são colocadas em primeiro lugar na
análise da estrutura da peça, porque elas assumem uma
posição simbólica, e é desse simbolismo que deriva a
importância do texto.    ·
PERSONAGENS
João Grilo é a personagem principal, porque atua como
criador de todas as situações da peça. Além disso,
representa o nordestino, astuto, inteligente. Seu nome
também simboliza a cultura nordestina, da mesma forma
que : Severino, Encourado e Chicó.

    · As demais personagens compõem o quadro de cada
situação.

    · O Palhaço, representando o autor, liga o circo à
representação do Auto da Compadecida.

   Organizado o quadro desses personagens, vejamos
agora as características de cada uma delas.
PERSONAGENS
a) JOÃO GRILO. A dimensão de sua importância surge logo
no início da peça quando as personagens são apresentadas
ao público pelo Palhaço. Apenas duas personagens se
dirigem ao público. Uma, a chamado do Palhaço, a atriz que
vai representar a Compadecida, e João Grilo.

João Grilo é uma figura típica do nordestino sabido e
analfabeto. Habituado a sobreviver e a viver a partir de
expedientes, trabalha na padaria, vive em desconforto, e a
miséria é sua companheira. Sua fé nas artimanhas que cria,
reflete, no fundo, uma forma de crença arraigada na
proteção que recebe, embora sem saber, da Compadecida.
É essa convicção que o salva. E ele recebe nova
oportunidade de Manuel (Cristo), retornando- o à vida e à
companhia de Chicó. É uma oportunidade inusitada de
ressurreição e retorno à existência. Caberá a ele provar que
essa oportunidade foi ou não bem aproveitada.
PERSONAGENS
  b) CHICÓ. Companheiro constante de João Grilo e,
especialmente, seu diálogo. Chicó envolve-se nos expedientes de
João Grilo e é seu parceiro, mais por solidariedade do que por convicção
íntima. Mas é um amigo leal.
    c) PADRE JOÃO, O BISPO e o SACRISTÃO. Essas
personagens, embora de atuação diversa, estão concentradas em torno de
simonia e da cobiça, relacionada com a situação contida no testamento do
cachorro.
    d) ANTÔNIO MORAIS. É a autoridade decorrente do poder
econômico, resquício do coronelismo nordestino, a quem se curvam a
política, os sacerdotes e a gente miúda.
    e) PADEIRO e sua MULHER. Encarnam, por um lado, a
exploração do homem pelo homem e, de outro, o adultério.
    f) SEVERINO DO ARACAJU e o CANGACEIRO.
Representam a crueldade sádica, e desempenham um papel importante na
seqüência de número cinco, porque nessa seqüência matam e são mortos.
Com isso, propicia-se a ressurreição e o julgamento.
PERSONAGENS
    g) O ENCOURADO e o DEMÔNIO. Julgam, aguardando seu benefício,
isto é, o aumento da clientela do inferno. É importante verificar que
representam, de alguma forma, um instrumento da Justiça, encarnado em
Manuel (O Cristo).
O encourado é uma espécie de auter ego do diabo, que, segundo uma
crença do sertão do Nordeste, é um homem muito moreno, que se veste
como um vaqueiro. (p.140) Daí o nome Encourado.

    h) MANUEL. É o Cristo negro, justo e onisciente, encarnação do verbo
e da lei. Atua como julgador final da prudência mundana, do preconceito,
do falso testemunho, da velhacaria, da arrogância, da simonia ( venda dos
objetos sagrados, venda de indulgências), da preguiça. De personagem a
personagem, todos têm seu pecado definido e analisado, com sabedoria e
com prudência.

   i) A COMPADECIDA. É Nossa Senhora, invocada por João Grilo, o ser
que lhe dará a segunda oportunidade da vida. Funciona efetivamente como
medianeira, plena de misericórdia, intervindo a favor de quem nela crê,
João Grilo.
PERSONAGENS
J) O Palhaço realiza, nessa peça, o papel do Corifeu
(mestre do coro), como no teatro clássico, e sua intervenção
corresponde à parábase da comédia clássica – trecho fora
do enredo dramático em que as idéias e as intenções ficam
claramente expressas, quando um personagem se dirige ao
público:
“Ao escrever esta peça, onde combate o
mundanismo, praga de sua igreja, o autor quis ser
representado por um palhaço, para indicar que
sabe, mais do que ninguém, que sua lama é um
velho catre, cheio de insensatez e de solércia. Ele
não tinha o direito de tocar nesse tema, mas
ousou fazê-lo, baseado no espírito popular de sua
gente, porque acredita que esse povo sofre, é um
povo e tem direito a certas intimidades” (p.23-24).
SITUAÇÃO/ PERSONAGENS/
  CONTEÚDO DA SITUAÇÃO
1ª) João Grilo, Chicó e Padre João: a bênção do cachorro da
mulher do padeiro.Expediente de João Grilo: o cachorro pertence
ao Major Antônio Morais.

2ª)João Grilo, Chicó, Antônio Morais, Padre: chega o Major
Antônio Morais.Expediente de João Grilo: o Padre João está
maluco, benze a todos e chama todo mundo de cachorro.

3ª )João Grilo, Padre, Mulher,Padeiro, Chicó, Sacristão, Bispo:
o testamento do cachorro morto.Expediente de João Grilo: o
cachorro morto, encomendado em latim e tudo mais, deixa no seu
testamento dinheiro para o Sacristão, para o Padre e para o
Bispo.Fonte do dinheiro: o Padeiro e sua mulher.

4ª João Grilo, Chicó, Mulher: a mulher do Padeiro lamenta a
perda de seu cachorro.Expediente de João Grilo: arranja-lhe um
gato que descome dinheiro. Vende-o e faz seu lucro.
SITUAÇÃO/ PERSONAGENS/
  CONTEÚDO DA SITUAÇÃO
5ª João Grilo, Chicó, Bispo, Padre, Padeiro, Frade,
Sacristão, Mulher, Severino (do Aracaju), Cangaceiro: o
assalto do cangaceiro a Severino do Aracaju. Expediente de
João Grilo: a gaita que fecha o corpo e ressuscita. A bexiga
cheia de sangue.Evento especial: todas as personagens
morrem, inclusive João Grilo. Salva-se Chicó.

6ª Palhaço, João Grilo, Chicó, todas as demais
personagens, Demônio, o Encourado, Manuel:
ressurreição no picadeiro do circo. O Julgamento pelo
Demônio, pelo Encourado e por Manuel (Cristo).Expediente
de João Grilo: forçar o julgamento, ouvindo os pecadores.

7ª Todas as personagens e a Compadecida: condenação
dos pecadores, Expediente de João Grilo: apelo à
misericórdia da Virgem Maria.
CUNHO CRÍTICO
O espectador atento sabe ler, na belíssima, alegórica e
inusitada cena, quando Jesus dá aos homens uma nova
oportunidade de salvação, um tom didático que alerta
sobre os pecados. Assim, João Grilo, com seu discurso
cheio de picardia, é salvo pela intervenção majestosa e
piedosa da Compadecida. Jogo de trevas e luz, contraste
entre o profano e o sagrado, a cena em questão resgata,
com seus entes sobrenaturais, a combinação entre o real e
o fantástico, expressão bem completa do estilo naturalista
gótico.

Reunindo, desta maneira, o mundo de hoje e o de
ontem, essa instigadora obra, faz uma releitura da
redenção do homem por Cristo e da exaltação e
adoração da Virgem Maria. Contraditoriamente, mostra-
nos todas as vilezas próprias dos seres humanos. Não
escapam, tão pouco, os representantes da Igreja.
CUNHO CRÍTICO
Suassuna, com o Auto da Compadecida, traz de
volta o que nos salta aos olhos: o Renascimento
ainda cheio de influências da Idade Média com
seu ponto de vista enfocado em direção ao
colorido das minúcias dos vitrais góticos.
No calor de fortes luzes e cores, ilumina- se a
cena do juízo universal, reveladora: diante da
morte, a sátira social, a denúncia moral e a
igualdade podem- se harmonizar. Além do mais,
o entretenimento e o deleite próprios das obras
picarescas estão presentes, repletos de críticas
às indulgências e às orações, com a conivência
de um teatro alegórico, que personifica conceitos
e instituições.
INTENÇÕES DA OBRA
  Sua intenção clara e expressa é de natureza
moral, e de moral católica;

    Os componentes estruturais do texto revelam
personagens que simbolizam pecados (maiores
ou menores), que recebem o direito ao
julgamento, que gozam do livre-arbítrio e que são
ou não condenados.

    Percebe-se, de outro lado, que a preocupação
maior reside em compor um auto de moralidade,
ao estilo quinhentista português (modelo Gil
Vicente).
INTENÇÕES DA OBRA
A peça se embasa em determinadas tradições
localistas e regionalistas do folclore, com vistas à
sua sublimação como instrumento pitoresco de
comunicação com o público.
     Com isso, nota-se que a realidade regional
brasileira, especificamente a realidade nordestina,
está presente por meio de seus instrumentos
culturais mais significativos, as crenças e a
literatura de cordel.
     O autor, ao analisar essa realidade brasileira,
moraliza os homens, isto é, dinamiza nas suas
consciências a noção do dever humano e da
responsabilidade de cada um em relação a seus
semelhantes e em relação a Deus, onisciente e
onipresente.
CONCLUSÃO
Como proposição estética, o Auto da Compadecida procura
corporificar as seguintes noções:

    1- a criação artística, o teatro em particular, devem levar o povo
e a cultura desse povo a ele mesmo. Daí o circo, seu picadeiro e a
representação dentro da representação.
    2- menos do que essa realidade regional e cultural de um povo,
o que importa é criar um projeto que defina idéias e concepções
universais (as da Igreja, no caso) com o fim de conscientizar o
público e levá-lo à reflexão. Por esse motivo, a realidade regional
nordestina é, no caso, instrumento de uma idéia e não fim em si
mesma;
    3- criar um texto teatral é, antes de tudo, criá-lo para uma
encenação, daí a absoluta liberdade que o Autor dá para qualquer
modalidade de encenação.
    4- a presença do signo lingüístico é importante, pois é por meio da
    linguagem que revela o símbolo é que se percebem as características
    humanas, em especial os nordestinos, sua pureza de alma, sua
    simplicidade e, ao mesmo tempo, seus pecados, fraquezas e vilezas.
TRECHOS SIGNIFICATIVOS

Ironia expressa nas palavras do palhaço:

    ... “Espero que todos os presentes aproveitem
os ensinamentos desta peça e reformem suas
vidas, se bem que eu tenho certeza de que
todos os que estão aqui são uns verdadeiros
santos, praticantes da virtude, do amor a Deus
e ao próximo, sem maldade, sem mesquinhez,
incapazes de julgar e de falar mal dos outros,
generosos, sem avareza, ótimos patrões,
excelentes empregados, sóbrios, castos e
pacientes .”(p.137)
TRECHOS SIGNIFICATIVOS
Esperteza de João Grilo:

” Esse era um cachorro inteligente. Antes de
morrer, olhava para a torre da igreja toda vez que
o sino batia. Nesses últimos tempos, já doente
para morrer, botava uns olhos bem compridos
para os lados daqui, latindo na maior tristeza. Até
que meu patrão entendeu, como a minha patroa,
é claro, que ele queria ser abençoado e morrer
como cristão. Mas nem assim ele sossegou. Foi
preciso que o patrão prometesse que vinha
encomendar a benção e que, no caso de ele
morrer, teria um enterro em latim. Que em troca
do enterro acrescentaria no testamento dele dez
contos de réis para o padre e três para o
sacristão.” (p.63-64).
TRECHOS SIGNIFICATIVOS
 Hipocrisia do Padre:
 “Zangar nada, João! Quem é um ministro
 de Deus para ter direito de se zangar?
 Falei por falar, mas também vocês não
 tinham dito de quem era o cachorro.”
 “Estou acertando as contas com o padre, a
 qualquer hora acerto com o patrão! Eu
 conheço o ponto fraco do homem, Chicó.”
TRECHOS SIGNIFICATIVOS

 Chantagem de João Grilo com o
 padre:
 “Ah, e a safadeza é essa? Isso é
 nada, Padre João! Muito pior é
 enterrar cachorro em latim, como se
 fosse cristão, e nem por isso eu vou
 chamá-lo de safado.”
TRECHOS SIGNIFICATIVOS
 Bispo falando ao padre sobre o enterro do
 cachorro:
 “Se é proibido? É mais que proibido! Código
 Canônico, artigo 1627, parágrafo único, letra K.
 Padre, o senhor vai ser suspenso.”
 Expediente do João Grilo:
 “É mesmo uma vergonha! Um cachorro safado
 daquele se atrever a deixar três contos de réis
 para o sacristão, quatro para o padre e seis para o
 bispo, é demais.”
 “Bispo: -Como?”
TRECHOS SIGNIFICATIVOS
 Bispo com hipocrisia:
 “É por isso que eu vivo dizendo que
 os animais também são criaturas de
 Deus. Que animal inteligente! Que
 sentimento nobre!”
 Mais tarde, o bispo: “ Não resta
 nenhuma dúvida, foi tudo legal, certo
 e permitido. Código canônico, artigo
 368, parágrafo terceiro, letra b.”
Bibliografia utilizada:
Vestibular-76 (1976), da Editora O Lutador-MG, edição dirigida aos
exames vestibulares da UFMG. ARRAES, Guel. O Auto da
Compadecida. São Paulo: Globo Filmes, 2000.
BECKETT, Wendy. História da Pintura. São Paulo: Ática, 1997.
CAVALCANTI, Carlos. Conheça os Estilos de Pintura: da pré-história
ao realismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.

MENÉNDEZ PELÁEZ, Jesús. Historia de la Literatura Española.
Volumen II: Renacimiento Y Barroco. León: Editorial Everest, S.A. ,
1993.
REIS PINHEIRO, Suely. Carlitos: A Paródia Gestual do Herói. Tese de
Doutorado. Universidade de São Paulo. São Paulo, 1995.
SARAIVA, António José & LOPES, Óscar. História da Literatura
Portuguesa. Porto: Porto Editora, 3ª Edição.
SUASSUNA. Ariano. A Compadecida e o Romanceiro Nordestino. In:
Literatura Popular em versos. Estudos. R.J., MEC, Fundação Casa de
Rui Barbosa, 1973. v.1.
Ilustrações do filme O Auto da Compadecida

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Auto da Compadecida

  • 1. AUTO DA COMPADECIDA Ariano Suassuna Ariano Suassuna, nascido na cidade de João Pessoa, no Estado da Paraíba é um dos maiores representantes da forte e pura raiz popular da Arte e da Literatura nordestinas. Traz ele, em sua bagagem literária, histórias cheias de brasilidade.
  • 2. O título Segundo Hênio Tavares, auto significa toda obra representativa e dramática de assunto religioso muito comum na idade média. Procede de “actum” – aito-auto. Este termo assume, hoje, um sentido geral o qual se refere a peças teatrais populares. A peça recebeu o nome Auto da compadecida devido ao fato de ser a compadecida aquela que auxilia seu filho, Manuel – Jesus Cristo –, durante a reflexão de cada personagem nos dois planos: no celestial, onde se reflete a essência de cada indivíduo, e no terrestre, onde se reflete a aparência de cada um. Dessa forma, a compadecida acaba por estimular cada personagem a refletir sobre eles mesmos, fazendo um diagnóstico de suas vidas. No grupo, há pecados de toda natureza: mentira, adultério, assassinato, ganância... E o diabo é o promotor. Quando tudo parece perdido, João Grilo apela para Nossa Senhora, que surge e se compadece.
  • 3. O PROFANO E O SAGRADO A parte mais interessante da trama é quando os personagens chegam ao plano celestial e são julgados, revelando o profano e o sagrado. É de se observar que há uma contradição entre esses dois planos, o mesmo em que o autor Gil Vicente apresentava em seus autos durante o medievalismo. O texto tem como objetivo causar uma catarse psicológica de valores morais no âmbito social e religioso dos interlocutores ou espectadores da trama. Há passagem de um plano a outro, implicando o chamado joco- sério do “ser e do parecer”, que se dá por meio da transformação: vida e morte. É nessa mudança de plano que o texto atinge o seu ápice ou clímax. Os personagens entram em disjunção com a vida e em conjunção com a morte. Segundo a Compadecida, em seu julgamento, quem é “sagrado” na terra, poderá ser “profano” no céu. Talvez, o que Dante já tenha nos mostrado, na sua clássica obra “A Divina Comédia”.
  • 4. JUSTIÇA E MISERICÓRDIA O autor recupera o conflito entre a Justiça e a Misericórdia com a cena do Auto da Compadecida e apresenta um contraste entre o espiritual e o carnal, segundo os preceitos da Idade Média, com o diálogo entre o pícaro João Grilo e o Tribunal Celeste. Com sua morte, a alma desse nordestino, astuto e fraudulento, se vê perdida e roga pela misericórdia da Virgem diante das apelações do Diabo, que pede a justiça divina.
  • 5. O juízo final Suassuna ao criar este Juízo Final consegue fundir a este legado cristão, os intuitos de crítica social e o folclore nordestino em uma mesma cena, que culmina com a compaixão da Virgem Santa para com a alma do anti-herói,João Grilo. A riqueza da cena do tribunal nos causa um deslumbramento pelo grande efeito fotográfico que evidencia a oposição entre dois mundos. O que lembra muito bem os pintores góticos que contrapõem à transparência luminosa das figuras sagradas, à espessura apagada e simples dos personagens terrestres.
  • 6. A arte gótica Sabe-se que no auge da Idade Média, quando a Europa estava deixando para trás a lembrança da Idade das Trevas, dirigindo-se para uma nova e radiante era de prosperidade e confiança, surge o estilo gótico. O cristianismo entrava, então, numa fase triunfante de sua história.
  • 7. A arte gótica A arte gótica, produzida principalmente com fins religiosos, revela em muitas de suas pinturas recursos didáticos que faziam o cristianismo visível para a população inculta, expostas com ícones para intensificar a contemplação e a prece. Imagens devocionais, os ícones, geralmente, entronizavam as figuras de Cristo e de Nossa Senhora.
  • 8. RELAÇÃO DO ESTILO GÓTICO COM A OBRA Grandes mestres góticos criaram imagens de grande pureza e força persuasiva e espiritual. Assim é o quadro cênico que se apresenta na obra: com suas belíssimas vestes, as imagens narram pictoricamente uma intensa espiritualidade em que se vê um Cristo negro entronizado, ladeado pela Virgem e por anjos vindos do céu.
  • 9. Ilustrações do filme O Auto da Compadecida
  • 10. O CRISTO E A VIRGEM MARIA
  • 12. PERSONAGENS A peça apresenta quinze personagens de cena e uma personagem de ligação e comando do espetáculo. PRINCIPAL: João Grilo OUTRAS: Chicó, Padre João, Sacristão, Padeiro, Mulher do Padeiro, Bispo, Cangaceiro, o Encourado, Manuel, a Compadecida, Antônio Morais, Frade, Severino do Aracaju, Demônio. LIGAÇÃO: Palhaço As personagens são colocadas em primeiro lugar na análise da estrutura da peça, porque elas assumem uma posição simbólica, e é desse simbolismo que deriva a importância do texto. ·
  • 13. PERSONAGENS João Grilo é a personagem principal, porque atua como criador de todas as situações da peça. Além disso, representa o nordestino, astuto, inteligente. Seu nome também simboliza a cultura nordestina, da mesma forma que : Severino, Encourado e Chicó. · As demais personagens compõem o quadro de cada situação. · O Palhaço, representando o autor, liga o circo à representação do Auto da Compadecida. Organizado o quadro desses personagens, vejamos agora as características de cada uma delas.
  • 14. PERSONAGENS a) JOÃO GRILO. A dimensão de sua importância surge logo no início da peça quando as personagens são apresentadas ao público pelo Palhaço. Apenas duas personagens se dirigem ao público. Uma, a chamado do Palhaço, a atriz que vai representar a Compadecida, e João Grilo. João Grilo é uma figura típica do nordestino sabido e analfabeto. Habituado a sobreviver e a viver a partir de expedientes, trabalha na padaria, vive em desconforto, e a miséria é sua companheira. Sua fé nas artimanhas que cria, reflete, no fundo, uma forma de crença arraigada na proteção que recebe, embora sem saber, da Compadecida. É essa convicção que o salva. E ele recebe nova oportunidade de Manuel (Cristo), retornando- o à vida e à companhia de Chicó. É uma oportunidade inusitada de ressurreição e retorno à existência. Caberá a ele provar que essa oportunidade foi ou não bem aproveitada.
  • 15. PERSONAGENS b) CHICÓ. Companheiro constante de João Grilo e, especialmente, seu diálogo. Chicó envolve-se nos expedientes de João Grilo e é seu parceiro, mais por solidariedade do que por convicção íntima. Mas é um amigo leal. c) PADRE JOÃO, O BISPO e o SACRISTÃO. Essas personagens, embora de atuação diversa, estão concentradas em torno de simonia e da cobiça, relacionada com a situação contida no testamento do cachorro. d) ANTÔNIO MORAIS. É a autoridade decorrente do poder econômico, resquício do coronelismo nordestino, a quem se curvam a política, os sacerdotes e a gente miúda. e) PADEIRO e sua MULHER. Encarnam, por um lado, a exploração do homem pelo homem e, de outro, o adultério. f) SEVERINO DO ARACAJU e o CANGACEIRO. Representam a crueldade sádica, e desempenham um papel importante na seqüência de número cinco, porque nessa seqüência matam e são mortos. Com isso, propicia-se a ressurreição e o julgamento.
  • 16. PERSONAGENS g) O ENCOURADO e o DEMÔNIO. Julgam, aguardando seu benefício, isto é, o aumento da clientela do inferno. É importante verificar que representam, de alguma forma, um instrumento da Justiça, encarnado em Manuel (O Cristo). O encourado é uma espécie de auter ego do diabo, que, segundo uma crença do sertão do Nordeste, é um homem muito moreno, que se veste como um vaqueiro. (p.140) Daí o nome Encourado. h) MANUEL. É o Cristo negro, justo e onisciente, encarnação do verbo e da lei. Atua como julgador final da prudência mundana, do preconceito, do falso testemunho, da velhacaria, da arrogância, da simonia ( venda dos objetos sagrados, venda de indulgências), da preguiça. De personagem a personagem, todos têm seu pecado definido e analisado, com sabedoria e com prudência. i) A COMPADECIDA. É Nossa Senhora, invocada por João Grilo, o ser que lhe dará a segunda oportunidade da vida. Funciona efetivamente como medianeira, plena de misericórdia, intervindo a favor de quem nela crê, João Grilo.
  • 17. PERSONAGENS J) O Palhaço realiza, nessa peça, o papel do Corifeu (mestre do coro), como no teatro clássico, e sua intervenção corresponde à parábase da comédia clássica – trecho fora do enredo dramático em que as idéias e as intenções ficam claramente expressas, quando um personagem se dirige ao público: “Ao escrever esta peça, onde combate o mundanismo, praga de sua igreja, o autor quis ser representado por um palhaço, para indicar que sabe, mais do que ninguém, que sua lama é um velho catre, cheio de insensatez e de solércia. Ele não tinha o direito de tocar nesse tema, mas ousou fazê-lo, baseado no espírito popular de sua gente, porque acredita que esse povo sofre, é um povo e tem direito a certas intimidades” (p.23-24).
  • 18. SITUAÇÃO/ PERSONAGENS/ CONTEÚDO DA SITUAÇÃO 1ª) João Grilo, Chicó e Padre João: a bênção do cachorro da mulher do padeiro.Expediente de João Grilo: o cachorro pertence ao Major Antônio Morais. 2ª)João Grilo, Chicó, Antônio Morais, Padre: chega o Major Antônio Morais.Expediente de João Grilo: o Padre João está maluco, benze a todos e chama todo mundo de cachorro. 3ª )João Grilo, Padre, Mulher,Padeiro, Chicó, Sacristão, Bispo: o testamento do cachorro morto.Expediente de João Grilo: o cachorro morto, encomendado em latim e tudo mais, deixa no seu testamento dinheiro para o Sacristão, para o Padre e para o Bispo.Fonte do dinheiro: o Padeiro e sua mulher. 4ª João Grilo, Chicó, Mulher: a mulher do Padeiro lamenta a perda de seu cachorro.Expediente de João Grilo: arranja-lhe um gato que descome dinheiro. Vende-o e faz seu lucro.
  • 19. SITUAÇÃO/ PERSONAGENS/ CONTEÚDO DA SITUAÇÃO 5ª João Grilo, Chicó, Bispo, Padre, Padeiro, Frade, Sacristão, Mulher, Severino (do Aracaju), Cangaceiro: o assalto do cangaceiro a Severino do Aracaju. Expediente de João Grilo: a gaita que fecha o corpo e ressuscita. A bexiga cheia de sangue.Evento especial: todas as personagens morrem, inclusive João Grilo. Salva-se Chicó. 6ª Palhaço, João Grilo, Chicó, todas as demais personagens, Demônio, o Encourado, Manuel: ressurreição no picadeiro do circo. O Julgamento pelo Demônio, pelo Encourado e por Manuel (Cristo).Expediente de João Grilo: forçar o julgamento, ouvindo os pecadores. 7ª Todas as personagens e a Compadecida: condenação dos pecadores, Expediente de João Grilo: apelo à misericórdia da Virgem Maria.
  • 20. CUNHO CRÍTICO O espectador atento sabe ler, na belíssima, alegórica e inusitada cena, quando Jesus dá aos homens uma nova oportunidade de salvação, um tom didático que alerta sobre os pecados. Assim, João Grilo, com seu discurso cheio de picardia, é salvo pela intervenção majestosa e piedosa da Compadecida. Jogo de trevas e luz, contraste entre o profano e o sagrado, a cena em questão resgata, com seus entes sobrenaturais, a combinação entre o real e o fantástico, expressão bem completa do estilo naturalista gótico. Reunindo, desta maneira, o mundo de hoje e o de ontem, essa instigadora obra, faz uma releitura da redenção do homem por Cristo e da exaltação e adoração da Virgem Maria. Contraditoriamente, mostra- nos todas as vilezas próprias dos seres humanos. Não escapam, tão pouco, os representantes da Igreja.
  • 21. CUNHO CRÍTICO Suassuna, com o Auto da Compadecida, traz de volta o que nos salta aos olhos: o Renascimento ainda cheio de influências da Idade Média com seu ponto de vista enfocado em direção ao colorido das minúcias dos vitrais góticos. No calor de fortes luzes e cores, ilumina- se a cena do juízo universal, reveladora: diante da morte, a sátira social, a denúncia moral e a igualdade podem- se harmonizar. Além do mais, o entretenimento e o deleite próprios das obras picarescas estão presentes, repletos de críticas às indulgências e às orações, com a conivência de um teatro alegórico, que personifica conceitos e instituições.
  • 22. INTENÇÕES DA OBRA Sua intenção clara e expressa é de natureza moral, e de moral católica; Os componentes estruturais do texto revelam personagens que simbolizam pecados (maiores ou menores), que recebem o direito ao julgamento, que gozam do livre-arbítrio e que são ou não condenados. Percebe-se, de outro lado, que a preocupação maior reside em compor um auto de moralidade, ao estilo quinhentista português (modelo Gil Vicente).
  • 23. INTENÇÕES DA OBRA A peça se embasa em determinadas tradições localistas e regionalistas do folclore, com vistas à sua sublimação como instrumento pitoresco de comunicação com o público. Com isso, nota-se que a realidade regional brasileira, especificamente a realidade nordestina, está presente por meio de seus instrumentos culturais mais significativos, as crenças e a literatura de cordel. O autor, ao analisar essa realidade brasileira, moraliza os homens, isto é, dinamiza nas suas consciências a noção do dever humano e da responsabilidade de cada um em relação a seus semelhantes e em relação a Deus, onisciente e onipresente.
  • 24. CONCLUSÃO Como proposição estética, o Auto da Compadecida procura corporificar as seguintes noções: 1- a criação artística, o teatro em particular, devem levar o povo e a cultura desse povo a ele mesmo. Daí o circo, seu picadeiro e a representação dentro da representação. 2- menos do que essa realidade regional e cultural de um povo, o que importa é criar um projeto que defina idéias e concepções universais (as da Igreja, no caso) com o fim de conscientizar o público e levá-lo à reflexão. Por esse motivo, a realidade regional nordestina é, no caso, instrumento de uma idéia e não fim em si mesma; 3- criar um texto teatral é, antes de tudo, criá-lo para uma encenação, daí a absoluta liberdade que o Autor dá para qualquer modalidade de encenação. 4- a presença do signo lingüístico é importante, pois é por meio da linguagem que revela o símbolo é que se percebem as características humanas, em especial os nordestinos, sua pureza de alma, sua simplicidade e, ao mesmo tempo, seus pecados, fraquezas e vilezas.
  • 25. TRECHOS SIGNIFICATIVOS Ironia expressa nas palavras do palhaço: ... “Espero que todos os presentes aproveitem os ensinamentos desta peça e reformem suas vidas, se bem que eu tenho certeza de que todos os que estão aqui são uns verdadeiros santos, praticantes da virtude, do amor a Deus e ao próximo, sem maldade, sem mesquinhez, incapazes de julgar e de falar mal dos outros, generosos, sem avareza, ótimos patrões, excelentes empregados, sóbrios, castos e pacientes .”(p.137)
  • 26. TRECHOS SIGNIFICATIVOS Esperteza de João Grilo: ” Esse era um cachorro inteligente. Antes de morrer, olhava para a torre da igreja toda vez que o sino batia. Nesses últimos tempos, já doente para morrer, botava uns olhos bem compridos para os lados daqui, latindo na maior tristeza. Até que meu patrão entendeu, como a minha patroa, é claro, que ele queria ser abençoado e morrer como cristão. Mas nem assim ele sossegou. Foi preciso que o patrão prometesse que vinha encomendar a benção e que, no caso de ele morrer, teria um enterro em latim. Que em troca do enterro acrescentaria no testamento dele dez contos de réis para o padre e três para o sacristão.” (p.63-64).
  • 27. TRECHOS SIGNIFICATIVOS Hipocrisia do Padre: “Zangar nada, João! Quem é um ministro de Deus para ter direito de se zangar? Falei por falar, mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro.” “Estou acertando as contas com o padre, a qualquer hora acerto com o patrão! Eu conheço o ponto fraco do homem, Chicó.”
  • 28. TRECHOS SIGNIFICATIVOS Chantagem de João Grilo com o padre: “Ah, e a safadeza é essa? Isso é nada, Padre João! Muito pior é enterrar cachorro em latim, como se fosse cristão, e nem por isso eu vou chamá-lo de safado.”
  • 29. TRECHOS SIGNIFICATIVOS Bispo falando ao padre sobre o enterro do cachorro: “Se é proibido? É mais que proibido! Código Canônico, artigo 1627, parágrafo único, letra K. Padre, o senhor vai ser suspenso.” Expediente do João Grilo: “É mesmo uma vergonha! Um cachorro safado daquele se atrever a deixar três contos de réis para o sacristão, quatro para o padre e seis para o bispo, é demais.” “Bispo: -Como?”
  • 30. TRECHOS SIGNIFICATIVOS Bispo com hipocrisia: “É por isso que eu vivo dizendo que os animais também são criaturas de Deus. Que animal inteligente! Que sentimento nobre!” Mais tarde, o bispo: “ Não resta nenhuma dúvida, foi tudo legal, certo e permitido. Código canônico, artigo 368, parágrafo terceiro, letra b.”
  • 31. Bibliografia utilizada: Vestibular-76 (1976), da Editora O Lutador-MG, edição dirigida aos exames vestibulares da UFMG. ARRAES, Guel. O Auto da Compadecida. São Paulo: Globo Filmes, 2000. BECKETT, Wendy. História da Pintura. São Paulo: Ática, 1997. CAVALCANTI, Carlos. Conheça os Estilos de Pintura: da pré-história ao realismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967. MENÉNDEZ PELÁEZ, Jesús. Historia de la Literatura Española. Volumen II: Renacimiento Y Barroco. León: Editorial Everest, S.A. , 1993. REIS PINHEIRO, Suely. Carlitos: A Paródia Gestual do Herói. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. São Paulo, 1995. SARAIVA, António José & LOPES, Óscar. História da Literatura Portuguesa. Porto: Porto Editora, 3ª Edição. SUASSUNA. Ariano. A Compadecida e o Romanceiro Nordestino. In: Literatura Popular em versos. Estudos. R.J., MEC, Fundação Casa de Rui Barbosa, 1973. v.1. Ilustrações do filme O Auto da Compadecida