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FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS
INSTITUTO EDUCACIONAL CÂNDIDA DE SOUZA
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO
AVALIAÇÃO DOS RISCOS EM ATIVIDADES DE MOVIMENTAÇÃO DE
MATERIAIS ENVOLVENDO GRUA: UM ESTUDO DE CASO NO CANTEIRO DE
OBRAS DO EDIFÍCIO TORONTO
José Devanir de Miranda
Belo Horizonte
2012
JOSÉ DEVANIR DE MIRANDA
AVALIAÇÃO DOS RISCOS EM ATIVIDADES DE MOVIMENTAÇÃO DE
MATERIAIS ENVOLVENDO GRUA: UM ESTUDO DE CASO NO CANTEIRO DE
OBRAS DO EDIFÍCIO TORONTO
Relatório Técnico-Científico apresentado ao
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Segurança no Trabalho, como requisito parcial
à obtenção do título de Especialista em
Engenharia de Segurança no Trabalho.
Orientador: Prof. MSc. Luciano José Vieira
Franco
Belo Horizonte
2012
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por possibilitar a elaboração deste trabalho. Aos meus familiares e à Bia
pelo apoio durante os momentos em que neguei-lhes atenção em razão dos estudos e
elaboração deste. Ao orientador, que sempre esteve presente nos momentos que dele
necessitei. Ao corpo docente da FEAMIG, que me colocou devidamente na trilha da vitória. A
todos os colegas com os quais convivi durante o curso.
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o
mais inteligente, mas o que melhor se
adapta às mudanças”.
(CHARLES DARWIN)
MIRANDA, José Devanir. METODOLOGIA DE PESQUISA DE AVALIAÇÃO DOS RISCOS EM
ATIVIDADES DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS ENVOLVENDO GRUA: UM ESTUDO DE
CASO NO CANTEIRO DE OBRAS DO EDIFÍCIO TORONTO. 2012. 60f. Relatório Técnico Científico
(Pós Graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho), Faculdade de Engenharia de Minas Gerais,
dezembro. 2012.
RESUMO
Este trabalho avalia os riscos de acidentes em atividades envolvendo gruas de base fixa, bem
como os aspetos de segurança de acordo com a Norma Regulamentadora – NR18, no que diz
respeito à montagem, operação, manutenção e desmontagem, em canteiro de obras de uma
edificação na cidade de Belo Horizonte. Avalia também as dificuldades encontradas pela
construtora em cumprir as determinações descritas no Plano de Cargas devido as constantes
mudanças do lay out de áreas de cargas e descarga e estocagem de materiais. A metodologia
utilizada compreende em uma análise que abrange pesquisas em artigos, teses, livros, notícias,
legislações vigentes, internet e bibliotecas para busca do conhecimento sobre os riscos de
acidentes e incidentes inerentes a atividades com o equipamento. O estudo caracteriza-se pela
pesquisa exploratória qualitativa, embasada em referências bibliográficas, reportagens e
estudos de caso. Para a coleta de dados foi aplicado questionário a pessoas envolvidas com a
logística do canteiro de obras. Os resultados obtidos identificou que estes trabalhadores apesar
de possuírem ciência dos riscos que estão sendo expostas todas as pessoas que transitam sob a
área de varredura da lança da grua, não possuem liberdade para aplicar seus conhecimentos
devido a pressões internas provindas da administração da obra para o cumprimento do
cronograma, aumentando os riscos de incidentes e acidentes. Nesse sentido, cabe à empresa
aperfeiçoar os estudos de fatores internos e externos que possam interferir no cronograma da
obra antes de sua elaboração e promover a conscientização dos administradores da obra sobre
os fatos analisados.
Palavras-chave: Grua; Canteiro de obras; Segurança; NR18; Acidentes.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1: Canteiros de obras com gruas em desacordo 1997 – 2006 .................................11
TABELA 1- Detalhamento do item da NR18.14.24 Gruas – 2006.........................................12
FIGURA 2: Imagem de grua.................................................................................................................15
FIGURA 3: Guindastes Medievais..........................................................................................19
FIGURA 4: Grua de base fixa.................................................................................................20
FIGURA 5: Grua de base móvel..............................................................................................21
FIGURA 6: Grua Ascensorial..................................................................................................22
FIGURA 7: Grua autopropelida...............................................................................................22
FIGURA 8: Mini Gruas...........................................................................................................23
FIGURA 9: Quadro com os principais prejuízos de um acidente de trabalho.........................26
FIGURA 10: Tipos de acidentes mais frequentes que levaram à morte no ano de 2007........28
FIGURA 11: Acidente fatal em Nova Lima MG ....................................................................30
FIGURA 12: Acidente fatal em Campinas SP.........................................................................31
FIGURA 13: Acidente fatal em Salvador BA.........................................................................32
FIGURA 14: Acidente com maior grua do mundo..................................................................33
FIGURA 15: Imagens da grua na edificação...........................................................................35
QUADRO 1: Respostas sobre instalação montagem e desmontagem ....................................40
QUADRO 2: Respostas sobre manutenção preventiva mensal...............................................41
QUADRO 3: Respostas sobre operações da grua....................................................................42
QUADRO 4: Respostas sobre amarração e cargas e sinalização ............................................44
GLOSSÁRIO
Anemômetro: Instrumento utilizado para medir a velocidade do vento, geralmente instalado
no ponto mais alto da grua. (CRANE SERVICE, 2011).
Autopropelida - máquina ou equipamento que possui movimento próprio. (NR-18).
Carga: É todo e qualquer objeto de movimento e içamento. (CRANE SERVICE, 2011).
Fim de curso: Dispositivo localizado próximo a ponta da lança para impedir que o gancho
toque ás roldanas da lança. (CRANE SERVICE, 2011).
Grua: É um guindaste de lança horizontal suportada por uma estrutura metálica vertical,
denominada “torre”, em torno da qual, gira seu braço rotativo denominado “lança”.
(CRUZ,1997).
Guindaste: Equipamento para elevação e movimentação de cargas, provido de lança fixa ou
giratória, montado sobre base estacionária ou giratória. (CRANE SERVICE, 2011).
NR- Normas Regulamentadoras: Conjunto de normas de observância obrigatória pelas
empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem
como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
Plano Movimentação de Carga: Documento mais elaborado e é realizado quando há
necessidade de um maior detalhamento do planejamento. (CRANE SERVICE, 2011).
Plano de Rigging: Planejamento elaborado para operações rotineiras de movimentação de
cargas. (CRANE SERVICE, 2011).
Telescopagem: É um sistema que permite a elevação da altura da grua. A telescopagem da
grua consiste na inserção de elementos à sua torre através de uma abertura na lateral da gaiola,
permitindo a elevação de sua altura. Essa abertura é permitida pelo deslizamento da gaiola de
telescopagem sobre os elementos de torre, através de um sistema de êmbolo hidráulico ou
cabos de aço tracionados. (CRANE SERVICE, 2011).
Troley: Carrinho que se movimenta horizontalmente suportado pela lança da grua. Seu
objetivo é transportar a carga até a ponta da lança. (CRANE SERVICE, 2011).
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
FEAMIG - Faculdade de Engenharia de Minas Gerais
NR- Normas Regulamentadoras.
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
UDESC- Universidade do Estado de Santa Catarina
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................10
1.1 Problema da Pesquisa.......................................................................................................12
1.2 Objetivo Geral...................................................................................................................13
1.3 Objetivos Específicos........................................................................................................13
1.4 Justificativa........................................................................................................................14
1.5 Caracterização da Empresa.............................................................................................15
2 REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................................17
2.1 Equipamentos de Guindar...............................................................................................17
2.2 História do Guindaste.......................................................................................................18
2.3 Tipos de Grua....................................................................................................................20
2.3.1 Grua de Base Fixa............................................................................................................20
2.3.2 Grua de Base Móvel.........................................................................................................21
2.3.3 Grua Ascensorial..............................................................................................................21
2.3.4 Grua Autopropelida.........................................................................................................22
2.3.5 Mini Gruas.......................................................................................................................23
2.4 Riscos de acidentes associados a atividades envolvendo gruas.....................................23
2.4.1 Riscos de acidentes durante a montagem, manutenção, telescopagem e desmontagem de
gruas..........................................................................................................................................24
2.4.2 Riscos de acidentes durante operações da grua...............................................................24
2.4.3 Acidente de trabalho........................................................................................................25
2.4.4 Custos de Acidentes de trabalho......................................................................................26
2.4.5 Prevenção de Acidentes no Trabalho...............................................................................29
2.4.6 Reportagens de Acidentes envolvendo Gruas.................................................................29
3 METODOLOGIA................................................................................................................34
3.1 Tipo de Pesquisa................................................................................................................34
3.2 Universo da Pesquisa........................................................................................................34
3.3 Técnicas de Amostragem..................................................................................................35
3.4 Seleção dos Sujeitos...........................................................................................................36
3.5 Instrumentos de Coleta de Dados....................................................................................36
3.6 Técnica de Análise de Dados............................................................................................37
3.7 Limitações da Pesquisa.....................................................................................................37
4 RESULTADOS DA PESQUISA........................................................................................38
5 CONCLUSÕES....................................................................................................................46
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................48
REFERÊNCIAS
APÊNDICES
10
1 INTRODUÇÃO
Para o desenvolvimento da indústria da construção civil e a alimentação do mercado
imobiliário aquecido, exige-se cada vez mais tecnologias que auxiliam na implementação de
recursos para seu desenvolvimento e cumprimento de prazos impostos. As construtoras, para
manter a competitividade, vêm adotando mecanismos que ajudam a minimizar os prazos de
execução das obras e maximizar os lucros, sem que haja perdas na qualidade do produto final.
Conforme Cruz (1997), o subsetor de edificações, possui grande importância para a economia,
por ser fundamental para as demais atividades e para o conjunto da população. Este setor é
caracterizado por processos tradicionais e peculiaridades, o que diferencia dos demais ramos
de atividades. Desta forma, a industrialização da construção civil exige uma série de
inovações tecnológicas inseridas nos canteiros de obras que visam aumentar a eficiência dos
meios produtivos da construção.
O setor logístico, considerado item fundamental durante a execução de um empreendimento,
também recebe constantemente investimentos em equipamentos capazes de alimentar
plenamente toda a demanda de materiais dos canteiros de obras.
Um dos meios mais eficazes de satisfazer os anseios logísticos de distribuição de cargas
dentro do canteiro de obras de construção civil é a mecanização da movimentação de cargas
com emprego das gruas.
Segundo Rousselet (1999), a grua é um guindaste de lança horizontal, que é suportada por
uma estrutura metálica vertical, denominada “torre”, em torno da qual gira uma lança rotativa
de 360°.
11
Grandes feitos da construção civil sem a utilização de gruas tornariam economicamente
inviáveis tanto em custos quanto aos prazos. Porém, sua utilização ainda limita-se a obras de
grande porte devido sua complexibilidade e exigência de requerimento de mão de obra
qualificada durante sua montagem, operação, manutenção e desmontagem. Existem também
legislações específicas que determinam a elaboração do Plano de Cargas, sinalização e
demarcação dos canteiros de obras, cursos e treinamentos específicos para operadores e
sinaleiros. Esse equipamento pode oferecer elevados riscos de acidentes a todos que laboram
ou trafegam em seu entorno caso não sejam seguidas todas as exigências Legais e
recomendações do fabricante. (CRANE SERVICE, 2011).
A FIGURA 1 apresenta o gráfico do percentual de uma série histórica de irregularidades
encontradas nos canteiros de obras do Estado de Pernambuco em relação às gruas fiscalizadas
entre os anos de 1997 e 2006.
FIGURA 1: Canteiros de obras com gruas em desacordo 1997 – 2006
Fonte: SINDUSCON/PE (2012).
12
Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Pernambuco, as
estatísticas demonstram que apesar dos índices de irregularidades das obras fiscalizadas
apresentarem declínio, ainda ocorrem vários acidentes e incidentes com esta máquina naquele
Estado.
Pode ser observado no gráfico 1, que o ano de 2006 (0,86%) apresentou um
percentual de canteiros de obras em não conformidade com as gruas inferior aos
anos anteriores. A tabela 1 retrata quais os subitens que foram notificados durante o
ano de 2006, sendo a ausência de área específica de carga e descarga da grua como a
irregularidade de maior registro. (SINDUSCON/PE 2006, p.42).
Tabela 1- Detalhamento do item da NR18.14.24 Gruas – 2006
Item NR Gruas 2006
18.14.24.12 As áreas de carga/descarga não são delimitadas de forma a permitir
acesso às mesmas somente de pessoal envolvido na operação.
0,86%
18.14.24.13 A grua não possui alarme sonoro. 0,29%
Fonte: SINDUSCON/PE (2012).
1.1 Problema de Pesquisa
As atividades relacionadas à movimentação de cargas com emprego de gruas em canteiros de
obras oferecem altos riscos de acidentes. Uma reportagem do jornalista Guilherme Santos
mostrada no programa Balanço Geral intitulada “Grua quebrou”, apresentada por Raimundo
Varela em 12.05.2011. Rede Record, TV Itapoã, Salvador, Bahia, mostra um acidente com
uma grua em um canteiro de obras que por pouco não causou uma tragédia.
13
Dentro deste contexto a pesquisa visa responder a seguinte questão: Quais são os principais
riscos de acidentes em atividades envolvendo gruas de torre e base fixa e quais são as medidas
e/ou métodos para neutralização ou a eliminação dos riscos das atividades?
1.2 Objetivo Geral
O Objetivo geral deste estudo é avaliar os principais riscos de acidentes em atividades
envolvendo gruas de base fixa, bem como os aspetos de segurança envolvendo este
equipamento, de acordo com a Norma Regulamentadora – NR 18, no que diz respeito à
montagem, operação, manutenção e desmontagem, em canteiro de obras. Consiste também,
após a identificação e avaliação dos principais problemas, sugerir medidas e/ou métodos que
possam neutralizar a ação destes agentes de risco.
1.3 Objetivos Específicos
a) Evidenciar os riscos existentes na utilização de gruas de torre fixa em um canteiro de
obra, envolvendo a segurança dos trabalhadores direta e indiretamente relacionados
com a operação do equipamento como a amarração de cargas.
b) Analisar em específico, a montagem, operação e a manutenção de gruas, visando
identificar os agentes de risco em operações que envolvam este tipo de atividade.
14
c) Identificar as principais dificuldades enfrentadas pela empresa na organização do seu
lay out, bem como a demarcação e sinalização do canteiro de obras em consonância
com o Plano de Cargas e as exigências da Norma Regulamentadora NR 18.
1.4 Justificativa
Devido ao elevado número de acidentes em operações envolvendo gruas em canteiros de
obras em várias partes do Brasil e do mundo, despertou-se o interesse em estudar este
fenômeno apesar da escassez de bibliografias que auxiliariam na coleta de dados e na
comparação dos resultados.
Diante dos fatos sintetizados acima, este trabalho consiste em mostrar a sociedade os
principais riscos de acidentes em canteiros de obras que adotam gruas para a movimentação
de cargas, e as principais dificuldades que as construtoras enfrentam para organizar e manter
seu lay out, bem como o cumprimento dos requisitos legais impostos pelas Normas
Regulamentadoras.
O trabalho resume, portanto, em proporcionar conhecimentos mais apurados no que tange o
gerenciamento dos principais riscos em operações supracitadas aos profissionais e
responsáveis pela montagem, operação e desmontagem de gruas em seus canteiros de obras.
As trocas de informações possibilitam a melhoria contínua dessas atividades fazendo com que
competitividade não comprometa sua segurança.
15
1.5 Caracterização da Empresa
A execução do projeto de construção do Condomínio do Edifício Toronto1
, campo de estudo
desta pesquisa, está localizado na região centro sul da cidade de Belo Horizonte.
Para agilizar o setor logístico desta obra, foi alocada uma grua marca Potain tipo de base fixa,
cujo alcance útil da lança é de cinquenta metros, altura final da torre, oitenta e cinco metros,
objeto de estudo desta pesquisa.
Figura 2: Imagem de grua
Fonte: Crane Service (2012).
Possui inicialmente duzentos cinquenta trabalhadores compostos por Engenheiros,
Encarregados, Mestre obras, Técnicos de Segurança no Trabalho, Operador de grua e demais
1 O nome do edifício é fictício para ser mantido o sigilo necessário na pesquisa científica.
16
trabalhadores da construção civil. Trata-se de um projeto de execução de uma edificação
vertical de salas comerciais distribuídas em dezenove pavimentos. O projeto do edifício
dispõe também de um heliporto, um pilotis e seis subsolos de estacionamentos comportando
vagas para automóveis, motos e bicicletas, ocupando uma área de 11.620,30 m2
.
17
2 REFENCIAL TEÓRICO
A seguir, serão apresentadas as definições de grua dadas pelos principais autores, suas
características básicas, e os tipos destes equipamentos atualmente disponíveis e mais
utilizados no auxílio de movimentação de cargas em canteiros de obras de construção civil.
Além dos riscos de acidentes associados a atividades envolvendo gruas, bem como os custos e
riscos dos acidentes de trabalho. Foram levantados também os acidentes noticiados
envolvendo gruas.
2.1 Equipamentos de Guindar
Segundo Rousselet (1999), a grua é um guindaste de lança horizontal, que é suportada por
uma estrutura metálica vertical, denominada “torre”, em torno da qual, sua lança rotativa gira
360°. Ele afirma que suportado pela lança, movimenta um “troley” (carrinho), que suporta um
gancho dependurado através de cabos de aço. Na extremidade da lança é instalado um “fim de
curso”, para impedir a queda do troley.
A Grua é uma estrutura metálica de grande porte, pode ter altura de trabalho de no mínimo 10
metros a 150 metros ou mais conforme a necessidade, (SCIGLIANO, 2008). Afirma também
que ela é conhecida como guindaste de torre fixa. A grua é um equipamento desenvolvido
para movimentar cargas em diversos segmentos da engenharia. Este equipamento tornou-se
18
uma peça fundamental para içar cargas em canteiro de obras de construção civil e em outras
vertentes da engenharia devido à sua eficiência e versatilidade.
A característica básica que torna possível a denominação “grua” é a existência de uma lança
(horizontal, inclinada ou articulada), que é suportada por uma torre vertical metálica, que
pode ser fixa ou giratória. (LICHTENSTEIN; 1987).
Conforme Lichtenstein (1987), o maior objetivo da utilização de gruas é a racionalização do
transporte de materiais e insumos dentro do canteiro de obras. Se a utilização de gruas em
canteiro de obras for bem planejada, a movimentação de cargas torna-se muito eficaz e
segura. Sua possibilidade de transportar cargas horizontal e verticalmente aliadas à
capacidade de movimentação de materiais de grandes proporções proporciona a grua grande
eficiência na movimentação de cargas.
2.2 História do Guindaste
Segundo a UDESC (2012), o guindaste provavelmente é de origem grega ou romana, porém
não existem registros anteriores ao século I a.C.
Os grandes monumentos de pedra construídos pelo homem antes dessa época, como por
exemplo as pirâmides do Egito, foram edificados sem auxílio de nenhum mecanismo de
suspensão.
19
Figura 3: Guindastes Medievais
Fonte: UDESC (2012).
A maior parte do conhecimento sobre os guindastes antigos conforme UDESC (2012), vem
dos escritos do arquiteto romano Vitrúvio (século I a.C.) e de Héron de Alexandria (século I
d.C.). O mais simples dos guindastes descritos compunha-se apenas de uma única estaca
fincada no chão, que era erguida e sustentada por um par de cabos amarrados em sua
extremidade superior. Em seu topo, prendia-se a roldana por onde corria a corda utilizada para
suspender os materiais. Essa corda era normalmente operada por um molinete fixo num dos
lados da estaca, junto à base.
Continuam informando que apesar de poder levantar cargas verticalmente, os guindastes
romanos eram muito limitados, pois, não podiam erguer cargas acima de suas estacas de
sustentação e o ângulo de giro para a direita ou para esquerda oferecia sérios riscos de
desequilibrá-lo, restringindo a operação.
Outro problema era a imobilidade do equipamento, que precisava ser desmontado a cada
etapa da construção. Afirmam que “A força humana utilizada para fazer funcionar o molinete
permaneceu insubstituível até o advento das máquinas a vapor”.
20
2.3 Tipos de Grua
Atualmente, existem diversos tipos de gruas classificadas como: grua de base fixa, grua de
base móvel (sobre trilhos), grua ascensional, grua autopropelida e mini gruas.
2.3.1 Gruas de Base Fixa
As gruas fixas são caracterizadas pela base da torre chumbada sobre um bloco de concreto.
Sua ascensão e ancoragem são realizadas de acordo com a necessidade da obra, sendo que a
fixação da ancoragem e a altura livre serão limitadas de acordo com a capacidade de cada
equipamento e lança gira livremente 360°. (CRANE SERVICE, 2011).
Figura 5: Grua de base fixa
Fonte: MECALUX ESTANTES (2012).
21
2.3.2 Gruas de Base Móvel
São gruas montadas sobre base metálica com lastro e trucks de translação que por sua vez se
move sobre trilhos, permitindo que todo conjunto se desloque horizontalmente. (CRANE
SERVICE, 2011).
Figura 5: Grua de base móvel
Fonte: MECALUX ESTANTES (2012).
2.3.3 Gruas Ascensionais
As gruas ascensionais são fixadas entre lajes normalmente instaladas dentro do fosso do
elevador por meio de gravatas metálicas e é ascendida ao passo que a edificação se eleva.
(CRANE SERVICE, 2011).
22
Figura 6: Grua de torre Ascensional
Fonte: MECALUX ESTANTES (2012).
2.3.4 Gruas Autopropelidas
Guindaste de base móvel e lança fixa para içamento e movimentação de pequenas peças.
Geralmente encontradas em oficinas e transportadoras. (CRANE SERVICE, 2011).
Figura 7: Grua de torre autopropelida
Fonte: MECALUX ESTANTES (2012).
23
2.3.5 Mini Gruas
As Mini Gruas são equipamentos utilizados com extensor para içar cargas em pequenos
espaços e são reconhecidas pela NR-18, possuem boa resistência, são de fácil manuseio e
instalação, ágil e eficaz para içamentos de cargas de até 500kg (CRANE SERVICE, 2011).
Figura 8: Mini Grua
Fonte: Crane Service ( 2012).
2.4 Riscos de acidentes associados a atividades envolvendo gruas
Para Pampalon (2008), os principais acidentes com vítimas ocorridos nos últimos tempos
envolvendo gruas, tiveram relação com sua montagem e operação ocasionado acidentes com
quedas de trabalhadores e/ou desabamento do próprio equipamento.
24
2.4.1 Riscos de acidentes durante a montagem, manutenção, telescopagem e desmontagem da
grua
Conforme informações da Crane Service (2011), os principais riscos de acidentes associados
ás atividades de montagem, manutenção, telescopagem e desmontagem da grua são:
Queda de pessoas em altura durante a deslocação e trabalhos na torre;
Queda de pessoas em altura durante a deslocação e trabalhos da lança e contra-lança;
Queda de pessoas dos passadiços e plataformas de serviço;
Esmagamento ou arrastamento provocado pelas polias, tambores ou engrenagens dos
sistemas de movimentação e de elevação;
2.4.2 Riscos de acidentes durante as operações da grua
Segundo a Crane Service (2011), os principais riscos de acidentes associados ás atividades de
operação incorreta da grua são:
Desequilíbrio ou queda da grua devido a deficiencia do lastro da base ou do
contrapeso;
Queda da carga e/ou desestabilização devido a ventos acima de 42 KM/h;
Queda da carga devido ao abaoroamento com objetos parados;
Queda da carga devido à ruptura do cabo;
Contacto elétrico indirecto, devido a defeitos de isolamento;
25
Contato elétrico direto, devido ao contato da estrutura e acessórios da grua, com linhas
eléctricas aéreas.
2.4.3 Acidente do Trabalho
Segundo a Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991, Art. 19, acidente do trabalho é aquele que
ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, ou, ainda, pelo serviço de trabalho de
segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a
perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária. Já incidente é a
ocorrência que sem ter resultado em danos á saúde ou a integridade física de pessoas tinha
potencial para causar tais agravos. (BRASIL, 1991).
O trabalhador da construção civil, em sua maioria, são pessoas simples e com baixo nível de
escolaridade. Além de enfrentarem as condições de trabalho penosas, nem sempre encontram
respaldo protetivo adequado à sua saúde e integridade física. Comparados a outras indústrias
de transformação, os trabalhadores da construção civil geralmente possuem menos instrução,
impossibilitando até mesmo o reconhecimento dos riscos aos quais estão expostos.
(OLIVEIRA e PILON, 2003).
26
2.4.4 Custos de Acidentes de Trabalho
Conforme Torreira (1999) ocorrência de acidentes acarretam prejuízos para o acidentado, para
a empresa e para a nação.
A FIGURA 8 a seguir representa os principais prejuízos de um acidente de trabalho.
Figura 9: Quadro com os principais prejuízos de um acidente de trabalho
Fonte: (VIEIRA, 2005, p.55) apud (ROBOREDO, 1990).
27
A seguir são apresentados os principais fatores que envolvem os custos de acidentes segundo
Vieira (2005, p.55):
a) Fatores Humanos: acidente com lesão acarretam despesas médicas hospitalares,
farmacêuticas, etc.
b) Agentes produtivos: danos a máquinas, equipamentos, ferramentas, matéria prima,
etc. Quando resulta da ocorrência do acidente.
c) Tempo: qualquer acidente gera perda de tempo e, consequentemente, perda de
produção e de mão de obra qualificada.
d) Instalações físicas: acidente poderão acarretar custos na edificação.
Segundo Torreira (1999, p. 27) os custos diretos e indiretos com acidentes de trabalho são:
a) Custos diretos:
São aqueles que incidem diretamente sobre o acidentado com encargos e
despesas. Estes custos geralmente incluem despesas médicas e hospitalares,
pagamentos de indenizações e substituições durante a recuperação, manutenção,
reparos e/ou substituição de materiais e/ou equipamentos danificados.
b) Custos indiretos:
- perdas de horas de trabalho do acidentado afastado;
- tempo gasto durante o socorro do acidentado;
- tempo gasto para realizar levantamentos e investigações sobre as causas da
ocorrência do acidente e elaboração de relatórios;
28
- tempo gasto para assistir o acidentado;
- tempo gasto em primeiros socorros, serviço médico e pessoal da segurança;
- danos ocorridos com ferramentas, máquinas, equipamentos, materiais e
propriedade;
- prejuízo econômico devido ao cumprimento de prazos e pagamento de multas;
- perda de produtividade até o retorno do trabalhador às condições de trabalho;
- perdas devido à diminuição da produção.
Conforme gráfico da figura 9 observa-se que o setor de construção civil foi responsável por
46,42% do total dos tipos de acidentes mais frequentes que levaram à morte no ano 2007,
sendo que a queda de altura foi responsável por 74,0% de todos eles.
As manutenções e as telescopagens de gruas se caracterizam principalmente pela exposição
dos trabalhadores a riscos de acidentes de queda de altura.
FIGURA 10: Tipos de acidentes mais frequentes que levaram à morte no ano de 2007
Fonte: Inspeção Geral do Trabalho (2007).
29
2.4.5 Prevenção de Acidentes no Trabalho
De acordo com Torreira (1999, p.32) é necessário seguir os seguintes passos para a prevenção
de acidentes de trabalho:
- substituir materiais e/ou equipamentos por outros mais seguros;
- treinar o trabalhador efetivamente no que se refere à procedimentos e práticas de segurança;
- instruir os trabalhadores sobre a melhor forma de se executar a atividade com segurança;
-estabelecer procedimentos de segurança a serem observadas durante a utilização de
determinados produtos;
- informar aos trabalhadores sobre os riscos e perigos existentes na execução de suas tarefas e
formas de minimizá-los;
- informar aos trabalhadores suas responsabilidades civis e criminais no âmbito do trabalho;
- motivar os trabalhadores através programas de segurança, sobre a necessidade da
preservação da vida, da saúde e da integridade física através de sua participação efetiva.
2.4.4 Reportagens de Acidentes envolvendo Gruas
A seguir serão apresentadas algumas reportagens sobre os principais acidentes com gruas
reportados.
Como exemplo de acidentes envolvendo gruas cita-se o divulgado em nove de outubro de
2010, pelo canal se Notícias Terra, envolvendo três pessoas em canteiro de obras na região
30
metropolitana de Belo Horizonte. Segundo informações prestadas pelo Corpo de Bombeiros,
ao canal de Notícia Terra (2010), o braço da grua, que estava a mais de 80 m de altura, se
soltou após um movimento brusco.
Um dos operários caiu do equipamento e morreu na hora. Outro operário foi socorrido,
diagnosticado com múltiplas fraturas. Um terceiro operário, que usava cinto de segurança
ficou preso pelo equipamento a uma altura de 50 metros durante três horas. Em depoimento a
construtora responsável pela obra iniciou a apuração para verificar as causas do acidente já
que os operários estavam sob a responsabilidade de outra empresa com contrato terceirizado.
Figura 11 Acidente fatal em Nova Lima - MG
Fonte: Terra Notícia, (2012).
Outro acidente com grua envolvendo vítima fatal foi registrado em Campinas, em dez de
junho de 2011, segundo jornal EPCampinas.
31
O equipamento estava em um canteiro de obras que ao carregar um bloco de concreto, parte
da estrutura caiu sobre o refeitório, onde estava o funcionário Josideide Oliveira Pires que
morreu imediatamente sob os escombros. A vítima usava os equipamentos de segurança e era
encarregado de uma empresa terceirizada que fornecia pisos à obra, segundo depoimentos.
Figura 12 Acidente fatal em Campinas SP
Fonte: EPCampinas. (2012).
Outros dois trabalhadores ficaram feridos, mas não correm risco de morte. Um carro e um
caminhão também foram atingidos pela grua. O motorista do carro ficou ferido e foi levado
para o hospital. O condutor do caminhão não ficou ferido, mas houve vazamento de
combustível. A grua era alugada e segundo a empresa responsável apresentava perfeitas
condições de utilização.
Em Salvador dois operários morreram e um ficou ferido em consequência da queda de uma
grua no canteiro de obras na avenida principal da cidade no dia 08 de setembro de 2010. No
momento da desmontagem, a grua caiu e arremessou dois operários ao chão onde morreram
32
imediatamente. Outra vítima, que passava pelo local, foi atingida por uma parte do
equipamento e fraturou as pernas.
Figura 13 Acidente fatal em Salvador BA
Fonte: Jornal Notícias (2012).
Em informação vinculada em 28 de janeiro de 2012, na página online da UOL, foi registrado
acidente de trabalho envolvendo grua, no centro da cidade de Cascavel no Paraná. O
equipamento caiu sobre casa em terreno ao lado da construção. Não foi registrado nenhum
ferido. O Sindicado dos Trabalhadores da Indústria e da Construção Civil da cidade declarou
a importância de verificar a causa do acidente. A suspeita seria falha humana durante a
desmontagem da grua que estava sobre a responsabilidade de uma empresa terceirizada dentro
do canteiro de obras como todos os acidentes relatados.
Segundo o Jornal de Notícias a maior grua do mundo localizada nos EUA, na refinaria de
LyondellBasell no Texas, com capacidade para levantar 362 mil quilos, entrou em colapso
acidentando dois operários.
33
Os acidentes com gruas têm gerado, ultimamente, alguma polemica nos
Estados Unidos. Só desde Março, dois acidentes na cidade de Nova Iorque
custaram a vida a nove pessoas. Um inquérito da agência Associated Press
(AP) apurou que as normas para as operações com gruas variam de cidade
para cidade, e algumas nem têm qualquer norma sobre a sua utilização e
construção. O Texas é o estado que registra maior número de mortos com
estas máquinas, com 26 mortos em 2005 e 2006. (JORNAL DE NOTÍCIAS,
2008).
Figura 14 Acidente com maior grua do mundo
Fonte: Jornal de Notícias (2008)
Diante dos acidentes citados observa-se com clareza que o manejo de gruas necessita de
rigoroso cuidado com as normas de segurança devido seu alto grau de periculosidade.
34
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de Pesquisa
Este estudo consiste em uma pesquisa exploratória qualitativa, embasada em referências
bibliográficas e em pesquisa de campo utilizando também a técnica de questionários e
observações voltadas para a investigação dos principais riscos de acidentes em operações de
movimentação de cargas envolvendo gruas e quais são os fatores que dificultam o
cumprimento da Norma Regulamentadora (NR- 18) em um canteiro analisado.
De acordo com Chizzotti (2008), a pesquisa exploratória arremete na busca do conhecimento
em diversas fontes, com o objetivo de responder investigações que surgem por meio da
reflexão individual ou coletiva dos pesquisadores.
3.2 Universo da Pesquisa
Foi escolhida como campo empírico uma grua da marca Potain utilizada na execução do
projeto de uma obra predial de salas comerciais, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.
Trabalham no entorno desta grua 250 pessoas, sendo que o Operador da grua, os Sinaleiros, o
Mestre de obras, o Engenheiro responsável pelo equipamento e o Técnico de Segurança serão
envolvidos diretamente nesta pesquisa.
35
Figura 15: Imagem da Grua na edificação
Fonte: Arquivos do pesquisador (2012)
3.3 Técnicas de Amostragem
A técnica de amostragem escolhida foi a não aleatória devido à pesquisa ter caráter
qualitativo.
Foram realizadas entrevistas e aplicados questionários aos trabalhadores que laboram
diretamente com a grua no canteiro de obras de construção do Condomínio do Edifício
Toronto. Foram selecionados porque estão diretamente envolvidos na operação, sinalização,
manutenção da grua e administração do canteiro atendendo aos objetivos desta pesquisa.
36
3.4 Seleção dos Sujeitos
Para aprofundar a coleta dos dados, foram aplicados questionários ao Mestre de obras, ao
Operador, ao Sinaleiro, ao Engenheiro responsável direto pela manutenção preventiva e
corretiva da grua e a Técnica de Segurança no Trabalho.
Esses profissionais supracitados foram escolhidos por possuírem experiências anteriores
adquiridas em outras empresas no que tange movimentação de cargas em canteiros de obras
envolvendo gruas. Durante este estudo, os trabalhadores envolvidos nas atividades avaliadas
concordaram voluntariamente em participar desta pesquisa.
Os sujeitos selecionados foram entrevistados em seus setores de trabalho e responderam os
questionários que se encontra no ANEXO I.
3.5 Instrumentos de coleta de dados
Foram elaborados e aplicados questionários direcionados aos supracitados e demais
responsáveis pelo cumprimento do Plano de Cargas dispostos em APÊNDICE. Estas questões
tiveram a finalidade avaliar os principais riscos de acidentes em atividades de movimentação
de materiais envolvendo grua no canteiro de obras do edifício Toronto, bem como o
cumprimento do Plano de Cargas.
37
3.6 Técnica de Análise de Dados
A técnica de análise de dados utilizada foi qualitativa e quantitativa.
3.7 Limitações da Pesquisa
As limitações encontradas referem-se à falta de bibliografias relacionadas ao assunto
abordado e a pouca precisão dos dados coletados durante as entrevistas, principalmente com
os trabalhadores que possuem baixa instrução.
A pesquisa também pode ter sofrido distorções devido à tendência do Mestre de obras em
justificar a necessidade de cumprir o cronograma e o Engenheiro atentar para não expor as
informações que possam contrariar os objetivos da organização.
38
4 RESULTADOS DA PESQUISA
Os entrevistados durante esta pesquisa foram o Engenheiro Civil, que possui trinta e sete anos
de idade e doze anos de experiência em montagem e manutenção de gruas em canteiros de
obras do setor da construção civil. O Sinaleiro possui vinte e cinco anos de idade, concluiu o
ensino fundamental e possui dois de experiência na função. O Operador da grua possui vinte e
seis anos de idade, três anos de experiência na função e cursou o ensino médio completo. A
Técnica de Segurança possui vinte e cinco anos de idade e cinco especificamente nesta
atividade. Já o Mestre de Obras de sessenta e cinco anos de idade e trinta e cinco anos de
experiência possui o ensino fundamental incompleto.
Com exceção do Mestre de Obras, os entrevistados foram unânimes ao responder que o
conflito dos interesses entre empreiteiros, construtor e segurança do trabalho da obra são
fatores que dificultam o cumprimento do Plano de Cargas. A Técnica de Segurança concorda
com os supracitados e acrescenta que o desconhecimento dos riscos envolvidos no içamento
de cargas, associado ao despreparo das pessoas envolvidas na atividade, são fatores que
aumentam a probabilidade de ocorrência de incidentes e acidentes de trabalho.
O Mestre de Obras discorda que haja jogo de interesses e garante que os fatores que
interferem no cumprimento do Plano de Cargas é o cronograma apertado imposto pelos
investidores da construção do edifício e a falta de espaço para armazenamento de materiais.
Sobre a demarcação do canteiro, ressalta que este acaba ficando comprometida devido à
redução do espaço causado pelo avanço natural das obras.
39
Todos os entrevistados negaram ter presenciado acidentes envolvendo gruas, mas já tiveram
conhecimento de tal fato através de reportagens pelos canais livres de comunicação com
exceção da Técnica de segurança que presenciou um acidente fatal envolvendo grua na região
metropolitana de Belo Horizonte.
Já os incidentes como o içamento de cargas sobre pessoas, queda de materiais, abalroamento
de cargas, todos os entrevistados relataram que são eventos comuns durante a jornada de
trabalho e já foram presenciadas várias vezes durante suas experiências em atividades desta
natureza.
Para o Engenheiro responsável pelo equipamento, com ampla experiência sobre este assunto,
os principais desencadeadores de acidentes com queda de materiais, queda de trabalhadores
durante a montagem, manutenção e desmontagem da grua são oriundos do não cumprimento
das normas previstas pela NR 18 e pelo fabricante do equipamento. De acordo com ele, içar
cargas acima da capacidade do equipamento, transportar cargas sobre área de vivência,
utilizar cintas e cabos de aço (estropos) em mal estado de conservação, bem como arrastar
cargas no chão, além de operar o equipamento durante condições climáticas adversas são
exemplos de descumprimento da Norma Regulamentadora NR18 e são ações comuns em
canteiros de obras. Continua relatando que o não cumprimento do Plano de Cargas elaborado
pela obra, a amarração incorreta das cargas, além da utilização de acessórios inadequados, são
fatores preocupantes, pois além de oferecer riscos de morte às pessoas que estiverem no
perímetro de cobertura da lança da grua, coloca em risco também o equilíbrio do equipamento
e a segurança do Operador.
40
Ele alerta para a necessidade de capacitar os responsáveis pela produção como: Engenheiros
de obras, Mestre de Obras, Encarregados e Segurança no Trabalho para que tenham
conhecimento sobre os riscos e capacidades do equipamento.
Todos os entrevistados, exceto o Mestre de Obras que preferiu não se manifestar,
concordaram com o Engenheiro sobre a necessidade da engenharia da obra dar autonomia e
respaldo ao departamento de segurança, para que possam fiscalizar de forma plena e controlar
efetivamente as atividades.
Adaptados de ENGEL (2008) os quadros apresentados a seguir foram utilizados nesta
pesquisa para avaliar se os itens obrigatórios de suma importância impostos pela Norma
Regulamentadora NR18, estão sendo cumpridos de acordo com depoimento do Engenheiro
responsável pelo equipamento.
Quadro 1- Respostas sobre instalação montagem e desmontagem
A.1) INSTALAÇÃO (MONTAGEM /DESMONTAGEM) SIM NÃO NA
A 1.1) A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estão afastados no mínimo 3
metros de qualquer obstáculo?
X
A 1.2) A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estão afastados da rede elétrica? X
A 1.3) Estime o afastamento, em metros: Acima de 40 metros X
A 1.4) Os fios elétricos possuem isolamento, caso a ponta da lança e o cabo de aço de
sustentação estejam próximos da rede elétrica?
X
A 1.5) A grua possui pára raios e aterramento? X
A 1.6) Houve algum acidente na montagem ou desmontagem?
Caso positivo, relate o ocorrido.
X
A 1.7) A grua de base fixa está montada sobre um chumbador fixado numa base de
concreto e possui ART do responsável?
X
A 1.8) Durante a montagem, foi efetuada aterramento da estrutura, com cabos elétricos de
tamanho adequado?
X
A 1.9) Durante a desmontagem se desliga o interruptor geral, botoeira e a tomada de
alimentação do painel elétrico secundário e principal?
X
A 1.10) Retira-se os pesos da contra lança antes de desmontá-la? X
A 1.11) A lança possuem placas visíveis na grua e indicadas com as capacidades das
cargas máximas?
X
Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008).
41
Observa-se que as atividades analisadas no quadro I, referente à montagem e desmontagem da
grua, parte que compete ao Engenheiro responsável pelo equipamento, todos os itens
analisados estão de acordo com os procedimentos básicos de segurança.
Também adaptado de Engel (2008) o quadro 2 abaixo, respondido pelo Engenheiro
responsável, referente à manutenção preventiva do equipamento.
Quadro 2 – Respostas sobre manutenção preventiva mensal
A.2) MANUTENÇÃO PREVENTIVA (MENSAL) SIM NÃO NA
A.2.1) É verificado se todos os parafusos se mantêm apertados, especialmente na torre e
rolamento e se todos os pinos são bifurcados originais.
X
A.2.2) Com a corrente elétrica desligada, verifica-se visualmente o estado do interior do
armário elétrico.
X
A.2.3) Ainda com a corrente elétrica desligada, verifica-se o aperto dos terminais na
caixa dos motores e freios.
X
A.2.4) É comparado e ajustado se necessário, as folgas dos freios eletromagnéticos,
principalmente no motor da elevação.
X
A.2.5) Verifica-se o bom estado do aterramento elétrico e se existem próximo ao cabo
elétrico umidade suficiente de modo a estabelecer-se condução elétrica.
X
A.2.6) Efetua-se medições a tensão de alimentação da grua e aos consumos dos motores,
no arranque e em regime de trabalho, observando se existem valores anormais.
X
A.2.7) É comprovado o bom estado estrutural, com ausência de fissuras ou deformações
permanentes.
X
A.2.8) É cumprido o estabelecido no manual do fabricante quanto ao manuseio e
manutenção da grua.
X
Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008).
Conforme os dados obtidos através do quadro 2, observa-se que não é avaliada
periodicamente a capacidade de dissipação de sobrecargas elétricas através do aterramento.
Não é realizada sistematicamente também a aferição dos valores de consumo de energia dos
motores, objetivando analisar se os mesmos possuem potencia suficiente para manter o
equipamento funcionando conforme as características originais do fabricante.
42
O quadro 3, questionários B1 e B2, direcionados ao Operador da Grua, forneceram os
seguintes dados.
Quadro 3 – Respostas sobre operações da grua
B.1) OPERAÇÃO SIM NÃO NA
B.1.1) Operador tem idade mínima de 18 anos? X
B.1.2) Foi submetido a exame admissional médico e psicotécnico antes da sua nomeação.? X
B.1.3) Possui noções elementares de eletromecânica? X
B.1.4) Sabe os principais mecanismos e interpreta a documentação que acompanha a grua? X
B.1.5) Verifica diariamente e faz check List da grua? X
B.1.6) Verifica os níveis de óleo dos redutores e conhece os pontos de lubrificação? X
B.1.7) Teve treinamento especifico de operação? X
B.1.8) Operador e pessoal auxiliar usam capacete de segurança em todo o momento? X
B.1.9) Usa luvas adequadas ao manusear cabos ou outros elementos ásperos ou cortantes? X
B.1.10) Cinturão de segurança (tipo paraquedista), em todos os trabalhos de conservação,
ancorados em pontos sólidos da estrutura da torre ou lança?
X
B.1.11) Trabalhador qualificado, com função anotada em carteira de trabalho? X
B.1.12) Manobras de movimentação devem ser executadas por meio de códigos de sinais
convencionais (NR-18) rádio com frequência exclusiva
X
B.2) UTILIZAÇÃO SIM NÃO NA
B.2.1) É proibido recolher cargas fora do alcance da grua ou utilizar a grua para fazer
trações oblíquas de qualquer tipo.
X
B.2.2) Não se remove cargas presas ao solo ou que estejam com qualquer tipo de fixação. X
B.2.3) Não se balança cargas para depositá-las fora do alcance da grua. X
B.2.4) A grua tem mecanismo de segurança contra sobrecarga. X
B.2.5) Não se transporta pessoal com a grua. X
B.2.6) Não se passa cargas por cima das pessoas sem as devidas precauções. X
B.2.7) Não trabalhar com grua sob ventos excessivos (superiores a 42 km/h) ou na
iminência de tempestades,possíveis de provocar descargas elétricas.
X
B.2.8) É acionado o sinal sonoro pelo operador sempre que houver movimentação de
carga.
X
B.2.9) Existem passagens segura nos andares de ancoragens da grua. X
Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008).
43
No que compete à operação da grua, observa-se que operador é capacitado para a atividade,
possui treinamentos, a empregadora fornece os EPI necessários e condições adequadas para o
trabalho. Portanto, o trabalhador não verifica os níveis de óleo dos redutores e nem possui
noções elementares de eletromecânica. Esta deficiência do Operador se dá devido à locadora
do equipamento possuir um cronograma mensal de manutenções preventivas e equipes de
técnicos em manutenção especializadas em gruas.
Ao realizar o chek list diário, caso o Operador perceba quaisquer alteração, este paralisa a
atividade e comunica ao setor de segurança da obra que por sua vez, solicita uma vistoria
técnica da empresa responsável pela manutenção do equipamento..
Diante das circunstâncias impostas pelos gerentes das obras, o Operador e os Sinaleiros não
conseguem executar suas atividades sem passar a carga suspensa sobre trabalhadores de
outros setores. Ao ser questionado sobre o acionamento do sinal sonoro para alertar as pessoas
que estiverem sob a carga suspensa, o Operador enfatiza que a distancia vertical entre a
campainha da grua e as pessoas, associada à ruídos provindos de outros setores dificultam a
percepção pelos trabalhadores.
Sobre atividades com ventos acima do permitido, o Operador atribui este descumprimento à
pressões provindas do setor de produção para manutenção de outras frentes de serviço.
O quadro 4 a seguir, foi direcionado à Técnica de Segurança no Trabalho e teve o objetivo de
avaliar os níveis de interação e apoio deste setor com as atividades de movimentação de
cargas suspensas.
44
Quadro 4- Respostas sobre amarração e cargas e sinalização
C.1) AMARRAÇÃO DE CARGAS E SINALIZAÇÃO SIM NÃO NA
C.1.1) Todas as áreas de cargas / descargas são delimitadas (guarda-corpo, pintura,
cavalete, etc.).
X
C.1.2) O trajeto a ser percorrido pela lança da grua é isolado, para que, em momento
algum, as pessoas fiquem sob a carga (NR-18).
X
C.1.3) A carga é observada em todo o momento durante o seu transporte. X
C.2.4) O gancho é dotado de trava de segurança em perfeito estado. X
C.1.5) As plataformas para recebimento de material cerâmico tem rodapé de 20 cm, e
carga colocada bem distribuída, para evitar a queda.
X
C.1.6) Para elevar pallet, serão necessárias cintas simétricas por debaixo da plataforma
de madeira.
X
C.1.7) Retira-se do serviço cabos de aço, cintas, manilhas e estropos que estiverem
danificados.
X
C.1.8) É realizado check list diário de cabos de aço, cintas, manilhas e estropos para
detectar possíveis danos.
X
C.1.9) Possui rádio com frequência exclusiva para sinaleiros e operado. X
C.1.10) É proibido fazer alterações ou, sem prévio acordo do fabricante, usar peças de
substituição que não sejam originais.
X
Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008).
Foi constatado que o setor de segurança acompanha sistematicamente as atividades
relacionadas à grua, porém, aspectos fundamentais do Plano de Cargas não estão sendo
cumpridos como: a não delimitação das áreas de carga e descarga e a passagem de cargas
sobre pessoas. Ao ser questionada, a Técnica de Segurança atribuiu o fato à falta de apoio dos
demais responsáveis pela obra e à sobrecarga de trabalho imposta aos trabalhadores
envolvidos na atividade.
Como resultado desta pesquisa, observou-se que os trabalhadores envolvidos nas atividades
de içamento de materiais com grua no canteiro de obras avaliado possuem conhecimento das
Normas Regulamentadoras e das exigências impostas pelo fabricante do equipamento. Porém,
estes trabalhadores não possuem liberdade de atuação e de aplicação de seus conhecimentos
devido ao jogo de interesse dos administradores da obra que nem sempre possuem
45
conhecimentos suficientes sobre os riscos de acidentes durante a tomada de decisão sobre a
movimentação de cargas suspensas.
Ficou evidenciado que apesar de haver uma preocupação em relação a probabilidade de
ocorrência de acidentes, os administradores do canteiro de obras acabam priorizando a
produção e banalizando a ocorrência dos incidentes.
Foi percebido também que estes trabalhadores possuem uma jornada de trabalho exaustiva,
inclusive os trabalhos aos sábados são rotineiros e as horas extras são quase como um regime
obrigatório. O trabalho sob pressão gera stress e compromete a saúde do trabalhador e
consequentemente a segurança dos que estão em seu entorno.
Ao executar atividade com ventos superiores a 60 KM/h, aumenta significativamente a
possibilidade de quedas de cargas e abalroamento. Porém este tipo de comportamento é
rotineiro e fere a NR 18 da Portaria 3214/78, Anexo III.
As atividades relacionadas à montagem e manutenção, por serem executadas pela empresa
locadora da grua, são seguidos os procedimentos básicos de segurança e os trabalhadores
envolvidos são treinados e qualificados para a atividade.
Quanto à demarcação do canteiro de Obras, este possui apenas placas de sinalização, mas não
é demarcado e a passagem de pessoas feita pelo centro da área de carga e descarga,
contrariando o Plano de Cargas e as normas de segurança.
46
5 CONCLUSÕES
Conclui-se a partir dos dados coletados, apresentados e analisados, que os principais acidentes
envolvendo gruas são tratados de forma banal como pequenos incidentes que não deveriam
ser menosprezados, pois são indicadores da probabilidade de ocorrência de acidentes de maior
gravidade.
É importante ressaltar que os trabalhadores ao se fazerem expostos a carga excessiva de
trabalho devido a necessidade da manutenção de materiais nas frentes de serviço, perdem a
autonomia, o poder de decisão e as condições de aplicar seus conhecimentos, criando
condições que propiciam à ocorrência dos incidentes e acidentes e o descumprimento do
Plano de Cargas.
Para inibir a influência do jogo de interesses dos administradores da obra sobre os operadores
deste sistema, seria necessário que fosse realizada uma pesquisa sobre o clima da região como
a média das precipitações de chuvas, a probabilidade de ventos e de descargas elétricas antes
da realização do cronograma de execução da obra. Se estas considerações estivessem contidas
no cronograma, certamente evitaria a exposição dos trabalhadores ao excesso de horas
trabalhadas para mantê-lo atualizado. Outra ação seria a manutenção de um responsável
direto, conhecedor da Norma e com poder de decisão e atuação para acompanhar a
movimentação da grua, bem como toda programação logística do equipamento e o
treinamento de capacitação para os administradores da obra sobre os riscos oferecidos pela
atividade.
47
Todos os dados citados contribuem para a elucidação do problema de pesquisa explicitado
neste trabalho, porém é importante ressaltar que devido à banalização com a qual são tratados
os incidentes envolvendo gruas não há estatísticas oficiais sobre o assunto já que estes
pequenos incidentes não são registrados.
Em relação aos eventos analisados, observa-se através das noticias levantadas no referencial
bibliográfico que dos seis acidentes envolvendo gruas apresentados foram contabilizados
treze mortos e seis feridos. Fica claro, portanto que a atividade com grua em canteiro de obras
é de grande periculosidade quando não observada criteriosamente as Normas
Regulamentadoras e as recomendações do fabricante.
Este problema não é exclusivo do Brasil, pois nos Estados Unidos, o Texas é o Estado que
registrou o maior número de mortos em acidentes com esta máquina. Foram vinte e seis
mortos entre os anos de 2005 e 2006 naquele Estado, segundo o Jornal de Notícias.
48
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final da pesquisa foi possível identificar os principais agentes de risco com as respectivas
medidas para neutralizações:
- O jogo de interesse dos administradores da obra que retira dos trabalhadores envolvidos na
atividade o poder de decisão e o cumprimento do Plano de Cargas:
- O despreparo dos administradores da obra em relação aos riscos oferecidos pela
movimentação de cargas içadas no canteiro de obras;
- Falta de espaço no canteiro de obras para armazenamento de materiais, uma vez que este
necessita de mudanças frequentes devido estarem situado em locais que serão construídos;
- A deficiência da sinalização do canteiro de obras e a permissão de cargas suspensas sobre
trabalhadores de atividades diversas.
Os métodos de neutralização destes riscos são:
- Proporcionar maior autonomia aos trabalhadores envolvidos na atividade para que possam
decidir se há ou não condições de içar determinados materiais sob situações adversas;
- Que os administradores da obra recebam orientações de segurança por pessoa capacitada
sobre os riscos decorrentes das atividades para que saibam de suas responsabilidades em caso
de acidentes;
- Antes de iniciar a obra, elaborar um projeto que permita aos executores sequenciar a obra de
modo que as áreas de armazenamento de materiais possam ser remanejadas para locais que
não ofereçam riscos adicionais a outros setores e passagens de pedestres;
- Treinamento de todos os trabalhadores da obra sobre os riscos a que estão expostos e
proibição de caminhos alternativos de cargas em locais não prescritos no Plano de Cargas.
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<http://www1.sindusconpe.com.br/cms/export/sites /default/sinduscon/ pt/
arquivos/Campanha_2006_parte_2.pdf > Acesso em 10 set. 2012.
APÊNDICE
Questionário adaptado de ENGEL (2008) aplicado ao Engenheiro responsável pela
manutenção da grua e à Técnica de Segurança
Idade:............................... Tempo de Profissão:..............................
1) Há quanto tempo você atua na área de construção civil?
2) Em sua opinião, quais são os fatores que dificultam a operação da grua e cumprimento
do Anexo III da NR18 Plano de Cargas?
3) Você já presenciou algum incidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais
sobre o assunto.
4) Você já presenciou algum acidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais
sobre o assunto.
5) Em sua opinião quais são os principais riscos de acidentes que podem ser fatais dentro
de um canteiro de obras que movimenta materiais com gruas?
6) O que você acha que as obras podem fazer para melhorar a segurança em operações
envolvendo gruas em canteiros de obras?
Quadro 1- Respostas sobre instalação montagem e desmontagem
A.1) INSTALAÇÃO (MONTAGEM /DESMONTAGEM) SIM NÃO NA
A 1.1) A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estão afastados no mínimo 3
metros de qualquer obstáculo?
A 1.2) A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estão afastados da rede elétrica?
A 1.3) Estime o afastamento, em metros: Acima de 40 metros
A 1.4) Os fios elétricos possuem isolamento, caso a ponta da lança e o cabo de aço de
sustentação estejam próximos da rede elétrica?
A 1.5) A grua possui pára raios e aterramento?
A 1.6) Houve algum acidente na montagem ou desmontagem?
Caso positivo, relate o ocorrido.
A 1.7) A grua de base fixa está montada sobre um chumbador fixado numa base de
concreto e possui ART do responsável?
A 1.8) Durante a montagem, foi efetuada aterramento da estrutura, com cabos elétricos de
tamanho adequado?
A 1.9) Durante a desmontagem se desliga o interruptor geral, botoeira e a tomada de
alimentação do painel elétrico secundário e principal?
A 1.10) Retira-se os pesos da contra lança antes de desmontá-la?
A 1.11) A lança possuem placas visíveis na grua e indicadas com as capacidades das
cargas máximas?
Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008).
Quadro 2 – Respostas sobre manutenção preventiva mensal
A.2) MANUTENÇÃO PREVENTIVA (MENSAL) SIM NÃO NA
A.2.1) É verificado se todos os parafusos se mantêm apertados, especialmente na torre e
rolamento e se todos os pinos são bifurcados originais.
A.2.2) Com a corrente elétrica desligada, verifica-se visualmente o estado do interior do
armário elétrico.
A.2.3) Ainda com a corrente elétrica desligada, verifica-se o aperto dos terminais na
caixa dos motores e freios.
A.2.4) É comparado e ajustado se necessário, as folgas dos freios eletromagnéticos,
principalmente no motor da elevação.
A.2.5) Verifica-se o bom estado do aterramento elétrico e se existem próximo ao cabo
elétrico umidade suficiente de modo a estabelecer-se condução elétrica.
A.2.6) Efetua-se medições a tensão de alimentação da grua e aos consumos dos motores,
no arranque e em regime de trabalho, observando se existem valores anormais.
A.2.7) É comprovado o bom estado estrutural, com ausência de fissuras ou deformações
permanentes.
A.2.8) É cumprido o estabelecido no manual do fabricante quanto ao manuseio e
manutenção da grua.
Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008).
Questionário aplicado ao Operador da Grua
Idade:............................... Tempo de Profissão:..............................
1) Há quanto tempo você atua como operador de grua?
2) Você conhece o Plano de Cargas d a grua? Em sua opinião, quais sãos os fatores que
dificultam a operação da grua e o cumprimento do Plano de cargas?
3) Você já presenciou algum incidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais
sobre o assunto.
4) Você já presenciou algum acidente com vítimas envolvendo gruas? Caso positivo
comente mais sobre o assunto.
5) Em sua opinião quais são os principais riscos de acidentes que podem ser fatais dentro
de um canteiro de obras que movimenta materiais com gruas?
Quadro 3 – Respostas sobre operações da grua
B.1) OPERAÇÃO SIM NÃO NA
B.1.1) Operador tem idade mínima de 18 anos?
B.1.2) Foi submetido a exame admissional médico e psicotécnico antes da sua nomeação.?
B.1.3) Possui noções elementares de eletromecânica?
B.1.4) Sabe os principais mecanismos e interpreta a documentação que acompanha a grua?
B.1.5) Verifica diariamente e faz check List da grua?
B.1.6) Verifica os níveis de óleo dos redutores e conhece os pontos de lubrificação?
B.1.7) Teve treinamento especifico de operação?
B.1.8) Operador e pessoal auxiliar usam capacete de segurança em todo o momento?
B.1.9) Usa luvas adequadas ao manusear cabos ou outros elementos ásperos ou cortantes?
B.1.10) Cinturão de segurança (tipo paraquedista), em todos os trabalhos de conservação,
ancorados em pontos sólidos da estrutura da torre ou lança?
B.1.11) Trabalhador qualificado, com função anotada em carteira de trabalho?
B.1.12) Manobras de movimentação devem ser executadas por meio de códigos de sinais
convencionais (NR-18) rádio com frequência exclusiva
B.2) UTILIZAÇÃO SIM NÃO NA
B.2.1) É proibido recolher cargas fora do alcance da grua ou utilizar a grua para fazer
trações oblíquas de qualquer tipo.
B.2.2) Não se remove cargas presas ao solo ou que estejam com qualquer tipo de fixação.
B.2.3) Não se balança cargas para depositá-las fora do alcance da grua.
B.2.4) A grua tem mecanismo de segurança contra sobrecarga.
B.2.5) Não se transporta pessoal com a grua.
B.2.6) Não se passa cargas por cima das pessoas sem as devidas precauções.
B.2.7) Não trabalhar com grua sob ventos excessivos (superiores a 42 km/h) ou na
iminência de tempestades,possíveis de provocar descargas elétricas.
B.2.8) É acionado o sinal sonoro pelo operador sempre que movimentar carga.
B.2.9) Existem passagens segura nos andares de ancoragens da grua.
Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008)
Questionário aplicado ao Sinaleiro da grua
Idade:............................... Tempo de Profissão:..............................
1) Há quanto tempo você atua como operador de grua?
2) Você conhece o Plano de cargas da grua? Em sua opinião, quais sãos os fatores que
dificultam a operação da grua e o cumprimento do Plano de cargas?
3) Você já presenciou algum incidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais
sobre o assunto.
4) Você já presenciou algum acidente com vítimas envolvendo gruas? Caso positivo
comente mais sobre o assunto.
5) Em sua opinião quais são os principais riscos de acidentes que podem ser fatais dentro
de um canteiro de obras que movimenta materiais com gruas?
Quadro 4- Respostas sobre amarração e cargas e sinalização
C.1) AMARRAÇÃO DE CARGAS E SINALIZAÇÃO SIM NÃO NA
C.1.1) Todas as áreas de cargas / descargas são delimitadas (guarda-corpo, pintura,
cavalete, etc.).
C.1.2) O trajeto a ser percorrido pela lança da grua é isolado, para que, em momento
algum, as pessoas fiquem sob a carga (NR-18).
C.1.3) A carga é observada em todo o momento durante o seu transporte.
C.2.4) O gancho é dotado de trava de segurança em perfeito estado.
C.1.5) As plataformas para recebimento de material cerâmico tem rodapé de 20 cm, e
carga colocada bem distribuída, para evitar a queda.
C.1.6) Para elevar pallet, serão necessárias cintas simétricas por debaixo da plataforma
de madeira.
C.1.7) Retira-se do serviço cabos de aço, cintas, manilhas e estropos que estiverem
danificados.
C.1.8) É realizado check list diário de cabos de aço, cintas, manilhas e estropos para
detectar possíveis danos.
C.1.9) Possui rádio com frequência exclusiva para sinaleiros e operado.
C.1.10) É proibido fazer alterações ou, sem prévio acordo do fabricante, usar peças de
substituição que não sejam originais.
Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008)
Questionário aplicado ao Mestre Obras
Idade:............................... Tempo de Profissão:..............................
1) Há quanto tempo você atua na área de construção civil?
2) Em sua opinião, quais sãos os fatores que dificultam a operação da grua e o
cumprimento do Plano de cargas?
3) Você já presenciou algum incidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais
sobre o assunto.
4) Você já presenciou algum acidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais
sobre o assunto.
5) Em sua opinião quais são os principais riscos de acidentes que podem ser fatais dentro
de um canteiro de obras que movimenta materiais com gruas?
6) Os trabalhadores são pressionados a trabalhar sob condições desfavoráveis e fazer horas
extras diariamente?
NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO ANEXO III - PLANO DE CARGAS PARA GRUAS
(Incluído pela Portaria SIT n.º 114, de 17 de janeiro de 2005)
I - DADOS DO LOCAL DE INSTALAÇÃO DO(s) EQUIPAMENTO(s): nome do
empreendimento, endereço completo e número máximo de trabalhadores na obra.
II - DADOS DA EMPRESA RESPONSÁVEL PELA OBRA: razão social; endereço
completo; CNPJ; telefone; fac-símile, endereço eletrônico e Responsável Técnico com
número do registro no CREA.
III - DADOS DO(s) EQUIPAMENTO(s): tipo; altura inicial e final; comprimento da lança;
capacidade de ponta; capacidade máxima; alcance; marca; modelo e ano de fabricação e
demais características singulares do equipamento.
IV - Não havendo identificação de fabricante, deverá ser atendido o disposto no item
18.14.24.15. V - FORNECEDOR(es) / LOCADOR(es) DO(s) EQUIPAMENTO(s) /
PROPRIETÁRIO(s) DO(s) EQUIPAMENTO(s): razão social; endereço completo; CNPJ;
telefone; fac-símile, endereço eletrônico (se houver) e Responsável Técnico com número do
registro no CREA.
VI - RESPONSÁVEL(is) PELA MANUTENÇÃO DA(s) GRUA(s): razão social; endereço
completo; CNPJ; telefone; fac-símile, endereço eletrônico e Responsável Técnico com
número do registro no CREA e número de registro da Empresa no CREA.
VII - RESPONSÁVEL(is) PELA MONTAGEM E OUTROS SERVIÇOS DA(s) GRUA(s):
razão social; endereço completo; CNPJ; telefone; fac-símile, endereço eletrônico e
Responsável Técnico com número do registro no CREA e número de registro da Empresa no
CREA.
VIII - LOCAL DE INSTALAÇÃO DA(s) GRUA(s) – Deverá ser elaborado um croqui ou
planta de localização do equipamento no canteiro de obras, a partir da Planta Baixa da obra na
projeção do térreo e ou níveis pertinentes, alocando, pelo menos, os seguintes itens:
a) Canteiro(s) / containeres / áreas de vivência;
b) Vias de acesso / circulação de pessoal / veículos;
c) Áreas de carga e descarga de materiais;
d) Áreas de estocagem de materiais;
e) Outros equipamentos (elevadores, guinchos, geradores e outros);
f) Redes elétricas, transformadores e outras interferências aéreas;
g) Edificações vizinhas, recuos, vias, córregos, árvores e outros;
h) Projeção da área de cobertura da lança e contra- lança;
i) Projeção da área de abrangência das cargas com indicações dos trajetos.
j) Todas as modificações tanto nas áreas de carregamento quanto no posicionamento ou outras
alterações verticais ou horizontais.
IX - SISTEMA DE SEGURANÇA – Deverão ser observados, no mínimo, os seguintes itens:
a) Existência de plataformas aéreas fixas ou retráteis para carga e descarga de materiais;
b) Existência de placa de advertência referente às cargas aéreas, especialmente em áreas de
carregamento e descarregamento, bem como de trajetos de acordo com o item 18.27.1 – alínea
“g” desta NR;
c) Uso de colete refletivo;
d) A comunicação entre o sinaleiro/amarrador e o operador de grua, deverá estar prevista no
Plano de Carga, observando-se o uso de rádio comunicador em freqüência exclusiva para esta
operação.
X - PESSOAL TÉCNICO – QUALIFICAÇÃO MÍNIMA EXIGIDA:
a) Operador da Grua – deve ser qualificado de acordo com o item 18.37.5 desta NR e ser
treinado conforme o conteúdo programático mínimo, com carga horária mínima definida pelo
fabricante, locador ou responsável pela obra, devendo, a partir do treinamento, ser capaz de
operar conforme as normas de segurança utilizando os EPI necessários para o acesso à cabine
e para a operação, bem como, executar inspeções periódicas semanais. Este profissional deve
integrar cada “Plano de Carga” e ser capacitado para as seguintes responsabilidades: operação
do equipamento de acordo com as determinações do fabricante e realização de “Lista de
Verificação de Conformidades” (check-list) com freqüência mínima semanal ou periodicidade
inferior, conforme especificação do responsável técnico do equipamento.
b) Sinaleiro/Amarrador de cargas – deve ser qualificado de acordo com o item 18.37.5 desta
NR e ser treinado conforme o conteúdo programático mínimo, com carga horária mínima de 8
horas. Deve estar qualificado a operar conforme as normas de segurança, bem como, a
executar inspeção periódica com periodicidade semanal ou outra de menor intervalo de
tempo, conforme especificação do responsável técnico pelo equipamento. Este profissional
deve integrar cada “Plano de Carga” e ser capacitado para as seguintes responsabilidades:
amarração de cargas para o içamento; escolha correta dos materiais de amarração de acordo
com as características das cargas; orientação para o operador da grua referente aos
movimentos a serem executados; observância às determinações do Plano de Cargas e
sinalização e orientação dos trajetos.
XI - RESPONSABILIDADES:
a) Responsável pela Obra – Deve observar o atendimento dos seguintes itens de segurança:
aterramento da estrutura da grua, implementação do PCMAT prevendo a operação com gruas,
independentemente do Plano de Cargas; fiscalização do isolamento de áreas, de trajetos e da
correta aplicação das determinações do Plano de Cargas; elaboração, implementação e
coordenação do Plano de Cargas; disponibilização de instalações sanitárias a uma distância
máxima de 30m (trinta metros) no plano vertical e de 50m (cinquenta metros) no plano
horizontal em relação à cabine do operador, não se aplicando para gruas com altura livre
móvel superiores às especificadas; verificar registro e assinatura no livro de inspeções de
máquinas e equipamentos, requerido no item 18.22.11 desta NR e a confirmação da correta
operacionalização de todos os dispositivos de segurança constantes no item 18.14.24.11, no
mínimo, após às seguintes ocasiões: a) instalação do equipamento; b) cada alteração
geométrica ou de posição do equipamento; c) cada operação de manutenção e ou regulagem
nos sistemas de freios do equipamento, com especial atenção para o sistema de freio do
movimento vertical de cargas.
b) Responsável pela Manutenção, Montagem e Desmontagem – Deve designar pessoal com
treinamento e qualificação para executar as atividades que deverão sempre estar sob
supervisão de profissional legalmente habilitado, durante as atividades de manutenção,
montagem, desmontagem, telescopagem, ascensão e conservação do equipamento; checagem
da operacionalização dos dispositivos de segurança, bem como, entrega técnica do
equipamento e registro destes eventos em livro de inspeção ou relatório específico.
c) Responsável pelo Equipamento: Deve fornecer equipamento em perfeito estado de
conservação e funcionamento como definido pelo Manual do Fabricante, observando o
disposto no item 18.14.24.15 desta NR, mediante emissão de ART– Anotação de
Responsabilidade Técnica – referente à liberação técnica efetuada antes da entrega.
XII - MANUTENÇÃO E ALTERAÇÃO NO EQUIPAMENTO
Toda intervenção no equipamento deve ser registrada em relatório próprio a ser fornecido,
mediante recibo, devendo tal relatório, ser registrado ou anexado ao livro de inspeção de
máquinas e equipamentos.
Os serviços de montagem, desmontagem, ascensões, telescopagens e manutenções, devem
estar sob supervisão e responsabilidade de engenheiro legalmente habilitado responsável com
emissão de ART – Anotação de Responsabilidade Técnica – específica para a obra e para o
equipamento em questão.
XIII - DOCUMENTAÇÃO OBRIGATÓRIA NO CANTEIRO
No canteiro de obras deverá ser mantida a seguinte documentação mínima relativa à(s)
grua(s):
a) Contrato de locação, se houver;
b) Lista de Verificação de Conformidades (check-list) a cargo do operador da grua;
c) Lista de Verificação de Conformidades (check-list) a cargo do Sinaleiro/Amarrador de
cargas referente aos materiais de içamento.
d) Livro de inspeção da grua conforme disposto no item 18.22.11 desta NR-18;
e) Comprovantes de qualificação e treinamento do pessoal envolvido na operacionalização e
operação da grua;
f) Cópia da ART - Anotação de Responsabilidade Técnica – do engenheiro responsável nos
casos previstos nesta NR;
g) Plano de Cargas devidamente preenchido e assinado em todos os seus itens;
h) Documentação sobre esforços atuantes na estrutura do edifício conforme disposto no item
18.14.24.3 desta NR;
i) Atestado de aterramento elétrico com medição ômica, conforme NBR 5410 e 5419,
elaborado por profissional legalmente habilitado e realizado semestralmente.
j) Manual do fabricante e ou operação contendo no mínimo:
- Lista de Verificação de Conformidades (check-list) para o operador de grua
- Lista de Verificação de Conformidades (check-list) para o sinaleiro/amarrador de carga
- Instruções de segurança e operação.
XIV - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
O conteúdo para treinamento dos Operadores de Gruas e Sinaleiro/Amarrador de Cargas
deverá conter pelo menos as seguintes informações:
- Definição; Funcionamento; Montagem e Instalação; Operação; Sinalização de Operações;
Amarração de Cargas; Sistemas de Segurança; Legislação e Normas Regulamentadoras – NR-
5, NR-6, NR-17 e NR-18.

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  • 1. FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS INSTITUTO EDUCACIONAL CÂNDIDA DE SOUZA PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO AVALIAÇÃO DOS RISCOS EM ATIVIDADES DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS ENVOLVENDO GRUA: UM ESTUDO DE CASO NO CANTEIRO DE OBRAS DO EDIFÍCIO TORONTO José Devanir de Miranda Belo Horizonte 2012
  • 2. JOSÉ DEVANIR DE MIRANDA AVALIAÇÃO DOS RISCOS EM ATIVIDADES DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS ENVOLVENDO GRUA: UM ESTUDO DE CASO NO CANTEIRO DE OBRAS DO EDIFÍCIO TORONTO Relatório Técnico-Científico apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança no Trabalho. Orientador: Prof. MSc. Luciano José Vieira Franco Belo Horizonte 2012
  • 3. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por possibilitar a elaboração deste trabalho. Aos meus familiares e à Bia pelo apoio durante os momentos em que neguei-lhes atenção em razão dos estudos e elaboração deste. Ao orientador, que sempre esteve presente nos momentos que dele necessitei. Ao corpo docente da FEAMIG, que me colocou devidamente na trilha da vitória. A todos os colegas com os quais convivi durante o curso.
  • 4. “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”. (CHARLES DARWIN)
  • 5. MIRANDA, José Devanir. METODOLOGIA DE PESQUISA DE AVALIAÇÃO DOS RISCOS EM ATIVIDADES DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS ENVOLVENDO GRUA: UM ESTUDO DE CASO NO CANTEIRO DE OBRAS DO EDIFÍCIO TORONTO. 2012. 60f. Relatório Técnico Científico (Pós Graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho), Faculdade de Engenharia de Minas Gerais, dezembro. 2012. RESUMO Este trabalho avalia os riscos de acidentes em atividades envolvendo gruas de base fixa, bem como os aspetos de segurança de acordo com a Norma Regulamentadora – NR18, no que diz respeito à montagem, operação, manutenção e desmontagem, em canteiro de obras de uma edificação na cidade de Belo Horizonte. Avalia também as dificuldades encontradas pela construtora em cumprir as determinações descritas no Plano de Cargas devido as constantes mudanças do lay out de áreas de cargas e descarga e estocagem de materiais. A metodologia utilizada compreende em uma análise que abrange pesquisas em artigos, teses, livros, notícias, legislações vigentes, internet e bibliotecas para busca do conhecimento sobre os riscos de acidentes e incidentes inerentes a atividades com o equipamento. O estudo caracteriza-se pela pesquisa exploratória qualitativa, embasada em referências bibliográficas, reportagens e estudos de caso. Para a coleta de dados foi aplicado questionário a pessoas envolvidas com a logística do canteiro de obras. Os resultados obtidos identificou que estes trabalhadores apesar de possuírem ciência dos riscos que estão sendo expostas todas as pessoas que transitam sob a área de varredura da lança da grua, não possuem liberdade para aplicar seus conhecimentos devido a pressões internas provindas da administração da obra para o cumprimento do cronograma, aumentando os riscos de incidentes e acidentes. Nesse sentido, cabe à empresa aperfeiçoar os estudos de fatores internos e externos que possam interferir no cronograma da obra antes de sua elaboração e promover a conscientização dos administradores da obra sobre os fatos analisados. Palavras-chave: Grua; Canteiro de obras; Segurança; NR18; Acidentes.
  • 6. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1: Canteiros de obras com gruas em desacordo 1997 – 2006 .................................11 TABELA 1- Detalhamento do item da NR18.14.24 Gruas – 2006.........................................12 FIGURA 2: Imagem de grua.................................................................................................................15 FIGURA 3: Guindastes Medievais..........................................................................................19 FIGURA 4: Grua de base fixa.................................................................................................20 FIGURA 5: Grua de base móvel..............................................................................................21 FIGURA 6: Grua Ascensorial..................................................................................................22 FIGURA 7: Grua autopropelida...............................................................................................22 FIGURA 8: Mini Gruas...........................................................................................................23 FIGURA 9: Quadro com os principais prejuízos de um acidente de trabalho.........................26 FIGURA 10: Tipos de acidentes mais frequentes que levaram à morte no ano de 2007........28 FIGURA 11: Acidente fatal em Nova Lima MG ....................................................................30 FIGURA 12: Acidente fatal em Campinas SP.........................................................................31 FIGURA 13: Acidente fatal em Salvador BA.........................................................................32 FIGURA 14: Acidente com maior grua do mundo..................................................................33 FIGURA 15: Imagens da grua na edificação...........................................................................35 QUADRO 1: Respostas sobre instalação montagem e desmontagem ....................................40 QUADRO 2: Respostas sobre manutenção preventiva mensal...............................................41 QUADRO 3: Respostas sobre operações da grua....................................................................42 QUADRO 4: Respostas sobre amarração e cargas e sinalização ............................................44
  • 7. GLOSSÁRIO Anemômetro: Instrumento utilizado para medir a velocidade do vento, geralmente instalado no ponto mais alto da grua. (CRANE SERVICE, 2011). Autopropelida - máquina ou equipamento que possui movimento próprio. (NR-18). Carga: É todo e qualquer objeto de movimento e içamento. (CRANE SERVICE, 2011). Fim de curso: Dispositivo localizado próximo a ponta da lança para impedir que o gancho toque ás roldanas da lança. (CRANE SERVICE, 2011). Grua: É um guindaste de lança horizontal suportada por uma estrutura metálica vertical, denominada “torre”, em torno da qual, gira seu braço rotativo denominado “lança”. (CRUZ,1997). Guindaste: Equipamento para elevação e movimentação de cargas, provido de lança fixa ou giratória, montado sobre base estacionária ou giratória. (CRANE SERVICE, 2011). NR- Normas Regulamentadoras: Conjunto de normas de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Plano Movimentação de Carga: Documento mais elaborado e é realizado quando há necessidade de um maior detalhamento do planejamento. (CRANE SERVICE, 2011).
  • 8. Plano de Rigging: Planejamento elaborado para operações rotineiras de movimentação de cargas. (CRANE SERVICE, 2011). Telescopagem: É um sistema que permite a elevação da altura da grua. A telescopagem da grua consiste na inserção de elementos à sua torre através de uma abertura na lateral da gaiola, permitindo a elevação de sua altura. Essa abertura é permitida pelo deslizamento da gaiola de telescopagem sobre os elementos de torre, através de um sistema de êmbolo hidráulico ou cabos de aço tracionados. (CRANE SERVICE, 2011). Troley: Carrinho que se movimenta horizontalmente suportado pela lança da grua. Seu objetivo é transportar a carga até a ponta da lança. (CRANE SERVICE, 2011).
  • 9. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas FEAMIG - Faculdade de Engenharia de Minas Gerais NR- Normas Regulamentadoras. TCC - Trabalho de Conclusão de Curso UDESC- Universidade do Estado de Santa Catarina
  • 10. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................10 1.1 Problema da Pesquisa.......................................................................................................12 1.2 Objetivo Geral...................................................................................................................13 1.3 Objetivos Específicos........................................................................................................13 1.4 Justificativa........................................................................................................................14 1.5 Caracterização da Empresa.............................................................................................15 2 REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................................17 2.1 Equipamentos de Guindar...............................................................................................17 2.2 História do Guindaste.......................................................................................................18 2.3 Tipos de Grua....................................................................................................................20 2.3.1 Grua de Base Fixa............................................................................................................20 2.3.2 Grua de Base Móvel.........................................................................................................21 2.3.3 Grua Ascensorial..............................................................................................................21 2.3.4 Grua Autopropelida.........................................................................................................22 2.3.5 Mini Gruas.......................................................................................................................23 2.4 Riscos de acidentes associados a atividades envolvendo gruas.....................................23 2.4.1 Riscos de acidentes durante a montagem, manutenção, telescopagem e desmontagem de gruas..........................................................................................................................................24 2.4.2 Riscos de acidentes durante operações da grua...............................................................24 2.4.3 Acidente de trabalho........................................................................................................25 2.4.4 Custos de Acidentes de trabalho......................................................................................26 2.4.5 Prevenção de Acidentes no Trabalho...............................................................................29 2.4.6 Reportagens de Acidentes envolvendo Gruas.................................................................29 3 METODOLOGIA................................................................................................................34 3.1 Tipo de Pesquisa................................................................................................................34 3.2 Universo da Pesquisa........................................................................................................34 3.3 Técnicas de Amostragem..................................................................................................35 3.4 Seleção dos Sujeitos...........................................................................................................36 3.5 Instrumentos de Coleta de Dados....................................................................................36 3.6 Técnica de Análise de Dados............................................................................................37 3.7 Limitações da Pesquisa.....................................................................................................37 4 RESULTADOS DA PESQUISA........................................................................................38 5 CONCLUSÕES....................................................................................................................46 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................48 REFERÊNCIAS APÊNDICES
  • 11. 10 1 INTRODUÇÃO Para o desenvolvimento da indústria da construção civil e a alimentação do mercado imobiliário aquecido, exige-se cada vez mais tecnologias que auxiliam na implementação de recursos para seu desenvolvimento e cumprimento de prazos impostos. As construtoras, para manter a competitividade, vêm adotando mecanismos que ajudam a minimizar os prazos de execução das obras e maximizar os lucros, sem que haja perdas na qualidade do produto final. Conforme Cruz (1997), o subsetor de edificações, possui grande importância para a economia, por ser fundamental para as demais atividades e para o conjunto da população. Este setor é caracterizado por processos tradicionais e peculiaridades, o que diferencia dos demais ramos de atividades. Desta forma, a industrialização da construção civil exige uma série de inovações tecnológicas inseridas nos canteiros de obras que visam aumentar a eficiência dos meios produtivos da construção. O setor logístico, considerado item fundamental durante a execução de um empreendimento, também recebe constantemente investimentos em equipamentos capazes de alimentar plenamente toda a demanda de materiais dos canteiros de obras. Um dos meios mais eficazes de satisfazer os anseios logísticos de distribuição de cargas dentro do canteiro de obras de construção civil é a mecanização da movimentação de cargas com emprego das gruas. Segundo Rousselet (1999), a grua é um guindaste de lança horizontal, que é suportada por uma estrutura metálica vertical, denominada “torre”, em torno da qual gira uma lança rotativa de 360°.
  • 12. 11 Grandes feitos da construção civil sem a utilização de gruas tornariam economicamente inviáveis tanto em custos quanto aos prazos. Porém, sua utilização ainda limita-se a obras de grande porte devido sua complexibilidade e exigência de requerimento de mão de obra qualificada durante sua montagem, operação, manutenção e desmontagem. Existem também legislações específicas que determinam a elaboração do Plano de Cargas, sinalização e demarcação dos canteiros de obras, cursos e treinamentos específicos para operadores e sinaleiros. Esse equipamento pode oferecer elevados riscos de acidentes a todos que laboram ou trafegam em seu entorno caso não sejam seguidas todas as exigências Legais e recomendações do fabricante. (CRANE SERVICE, 2011). A FIGURA 1 apresenta o gráfico do percentual de uma série histórica de irregularidades encontradas nos canteiros de obras do Estado de Pernambuco em relação às gruas fiscalizadas entre os anos de 1997 e 2006. FIGURA 1: Canteiros de obras com gruas em desacordo 1997 – 2006 Fonte: SINDUSCON/PE (2012).
  • 13. 12 Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Pernambuco, as estatísticas demonstram que apesar dos índices de irregularidades das obras fiscalizadas apresentarem declínio, ainda ocorrem vários acidentes e incidentes com esta máquina naquele Estado. Pode ser observado no gráfico 1, que o ano de 2006 (0,86%) apresentou um percentual de canteiros de obras em não conformidade com as gruas inferior aos anos anteriores. A tabela 1 retrata quais os subitens que foram notificados durante o ano de 2006, sendo a ausência de área específica de carga e descarga da grua como a irregularidade de maior registro. (SINDUSCON/PE 2006, p.42). Tabela 1- Detalhamento do item da NR18.14.24 Gruas – 2006 Item NR Gruas 2006 18.14.24.12 As áreas de carga/descarga não são delimitadas de forma a permitir acesso às mesmas somente de pessoal envolvido na operação. 0,86% 18.14.24.13 A grua não possui alarme sonoro. 0,29% Fonte: SINDUSCON/PE (2012). 1.1 Problema de Pesquisa As atividades relacionadas à movimentação de cargas com emprego de gruas em canteiros de obras oferecem altos riscos de acidentes. Uma reportagem do jornalista Guilherme Santos mostrada no programa Balanço Geral intitulada “Grua quebrou”, apresentada por Raimundo Varela em 12.05.2011. Rede Record, TV Itapoã, Salvador, Bahia, mostra um acidente com uma grua em um canteiro de obras que por pouco não causou uma tragédia.
  • 14. 13 Dentro deste contexto a pesquisa visa responder a seguinte questão: Quais são os principais riscos de acidentes em atividades envolvendo gruas de torre e base fixa e quais são as medidas e/ou métodos para neutralização ou a eliminação dos riscos das atividades? 1.2 Objetivo Geral O Objetivo geral deste estudo é avaliar os principais riscos de acidentes em atividades envolvendo gruas de base fixa, bem como os aspetos de segurança envolvendo este equipamento, de acordo com a Norma Regulamentadora – NR 18, no que diz respeito à montagem, operação, manutenção e desmontagem, em canteiro de obras. Consiste também, após a identificação e avaliação dos principais problemas, sugerir medidas e/ou métodos que possam neutralizar a ação destes agentes de risco. 1.3 Objetivos Específicos a) Evidenciar os riscos existentes na utilização de gruas de torre fixa em um canteiro de obra, envolvendo a segurança dos trabalhadores direta e indiretamente relacionados com a operação do equipamento como a amarração de cargas. b) Analisar em específico, a montagem, operação e a manutenção de gruas, visando identificar os agentes de risco em operações que envolvam este tipo de atividade.
  • 15. 14 c) Identificar as principais dificuldades enfrentadas pela empresa na organização do seu lay out, bem como a demarcação e sinalização do canteiro de obras em consonância com o Plano de Cargas e as exigências da Norma Regulamentadora NR 18. 1.4 Justificativa Devido ao elevado número de acidentes em operações envolvendo gruas em canteiros de obras em várias partes do Brasil e do mundo, despertou-se o interesse em estudar este fenômeno apesar da escassez de bibliografias que auxiliariam na coleta de dados e na comparação dos resultados. Diante dos fatos sintetizados acima, este trabalho consiste em mostrar a sociedade os principais riscos de acidentes em canteiros de obras que adotam gruas para a movimentação de cargas, e as principais dificuldades que as construtoras enfrentam para organizar e manter seu lay out, bem como o cumprimento dos requisitos legais impostos pelas Normas Regulamentadoras. O trabalho resume, portanto, em proporcionar conhecimentos mais apurados no que tange o gerenciamento dos principais riscos em operações supracitadas aos profissionais e responsáveis pela montagem, operação e desmontagem de gruas em seus canteiros de obras. As trocas de informações possibilitam a melhoria contínua dessas atividades fazendo com que competitividade não comprometa sua segurança.
  • 16. 15 1.5 Caracterização da Empresa A execução do projeto de construção do Condomínio do Edifício Toronto1 , campo de estudo desta pesquisa, está localizado na região centro sul da cidade de Belo Horizonte. Para agilizar o setor logístico desta obra, foi alocada uma grua marca Potain tipo de base fixa, cujo alcance útil da lança é de cinquenta metros, altura final da torre, oitenta e cinco metros, objeto de estudo desta pesquisa. Figura 2: Imagem de grua Fonte: Crane Service (2012). Possui inicialmente duzentos cinquenta trabalhadores compostos por Engenheiros, Encarregados, Mestre obras, Técnicos de Segurança no Trabalho, Operador de grua e demais 1 O nome do edifício é fictício para ser mantido o sigilo necessário na pesquisa científica.
  • 17. 16 trabalhadores da construção civil. Trata-se de um projeto de execução de uma edificação vertical de salas comerciais distribuídas em dezenove pavimentos. O projeto do edifício dispõe também de um heliporto, um pilotis e seis subsolos de estacionamentos comportando vagas para automóveis, motos e bicicletas, ocupando uma área de 11.620,30 m2 .
  • 18. 17 2 REFENCIAL TEÓRICO A seguir, serão apresentadas as definições de grua dadas pelos principais autores, suas características básicas, e os tipos destes equipamentos atualmente disponíveis e mais utilizados no auxílio de movimentação de cargas em canteiros de obras de construção civil. Além dos riscos de acidentes associados a atividades envolvendo gruas, bem como os custos e riscos dos acidentes de trabalho. Foram levantados também os acidentes noticiados envolvendo gruas. 2.1 Equipamentos de Guindar Segundo Rousselet (1999), a grua é um guindaste de lança horizontal, que é suportada por uma estrutura metálica vertical, denominada “torre”, em torno da qual, sua lança rotativa gira 360°. Ele afirma que suportado pela lança, movimenta um “troley” (carrinho), que suporta um gancho dependurado através de cabos de aço. Na extremidade da lança é instalado um “fim de curso”, para impedir a queda do troley. A Grua é uma estrutura metálica de grande porte, pode ter altura de trabalho de no mínimo 10 metros a 150 metros ou mais conforme a necessidade, (SCIGLIANO, 2008). Afirma também que ela é conhecida como guindaste de torre fixa. A grua é um equipamento desenvolvido para movimentar cargas em diversos segmentos da engenharia. Este equipamento tornou-se
  • 19. 18 uma peça fundamental para içar cargas em canteiro de obras de construção civil e em outras vertentes da engenharia devido à sua eficiência e versatilidade. A característica básica que torna possível a denominação “grua” é a existência de uma lança (horizontal, inclinada ou articulada), que é suportada por uma torre vertical metálica, que pode ser fixa ou giratória. (LICHTENSTEIN; 1987). Conforme Lichtenstein (1987), o maior objetivo da utilização de gruas é a racionalização do transporte de materiais e insumos dentro do canteiro de obras. Se a utilização de gruas em canteiro de obras for bem planejada, a movimentação de cargas torna-se muito eficaz e segura. Sua possibilidade de transportar cargas horizontal e verticalmente aliadas à capacidade de movimentação de materiais de grandes proporções proporciona a grua grande eficiência na movimentação de cargas. 2.2 História do Guindaste Segundo a UDESC (2012), o guindaste provavelmente é de origem grega ou romana, porém não existem registros anteriores ao século I a.C. Os grandes monumentos de pedra construídos pelo homem antes dessa época, como por exemplo as pirâmides do Egito, foram edificados sem auxílio de nenhum mecanismo de suspensão.
  • 20. 19 Figura 3: Guindastes Medievais Fonte: UDESC (2012). A maior parte do conhecimento sobre os guindastes antigos conforme UDESC (2012), vem dos escritos do arquiteto romano Vitrúvio (século I a.C.) e de Héron de Alexandria (século I d.C.). O mais simples dos guindastes descritos compunha-se apenas de uma única estaca fincada no chão, que era erguida e sustentada por um par de cabos amarrados em sua extremidade superior. Em seu topo, prendia-se a roldana por onde corria a corda utilizada para suspender os materiais. Essa corda era normalmente operada por um molinete fixo num dos lados da estaca, junto à base. Continuam informando que apesar de poder levantar cargas verticalmente, os guindastes romanos eram muito limitados, pois, não podiam erguer cargas acima de suas estacas de sustentação e o ângulo de giro para a direita ou para esquerda oferecia sérios riscos de desequilibrá-lo, restringindo a operação. Outro problema era a imobilidade do equipamento, que precisava ser desmontado a cada etapa da construção. Afirmam que “A força humana utilizada para fazer funcionar o molinete permaneceu insubstituível até o advento das máquinas a vapor”.
  • 21. 20 2.3 Tipos de Grua Atualmente, existem diversos tipos de gruas classificadas como: grua de base fixa, grua de base móvel (sobre trilhos), grua ascensional, grua autopropelida e mini gruas. 2.3.1 Gruas de Base Fixa As gruas fixas são caracterizadas pela base da torre chumbada sobre um bloco de concreto. Sua ascensão e ancoragem são realizadas de acordo com a necessidade da obra, sendo que a fixação da ancoragem e a altura livre serão limitadas de acordo com a capacidade de cada equipamento e lança gira livremente 360°. (CRANE SERVICE, 2011). Figura 5: Grua de base fixa Fonte: MECALUX ESTANTES (2012).
  • 22. 21 2.3.2 Gruas de Base Móvel São gruas montadas sobre base metálica com lastro e trucks de translação que por sua vez se move sobre trilhos, permitindo que todo conjunto se desloque horizontalmente. (CRANE SERVICE, 2011). Figura 5: Grua de base móvel Fonte: MECALUX ESTANTES (2012). 2.3.3 Gruas Ascensionais As gruas ascensionais são fixadas entre lajes normalmente instaladas dentro do fosso do elevador por meio de gravatas metálicas e é ascendida ao passo que a edificação se eleva. (CRANE SERVICE, 2011).
  • 23. 22 Figura 6: Grua de torre Ascensional Fonte: MECALUX ESTANTES (2012). 2.3.4 Gruas Autopropelidas Guindaste de base móvel e lança fixa para içamento e movimentação de pequenas peças. Geralmente encontradas em oficinas e transportadoras. (CRANE SERVICE, 2011). Figura 7: Grua de torre autopropelida Fonte: MECALUX ESTANTES (2012).
  • 24. 23 2.3.5 Mini Gruas As Mini Gruas são equipamentos utilizados com extensor para içar cargas em pequenos espaços e são reconhecidas pela NR-18, possuem boa resistência, são de fácil manuseio e instalação, ágil e eficaz para içamentos de cargas de até 500kg (CRANE SERVICE, 2011). Figura 8: Mini Grua Fonte: Crane Service ( 2012). 2.4 Riscos de acidentes associados a atividades envolvendo gruas Para Pampalon (2008), os principais acidentes com vítimas ocorridos nos últimos tempos envolvendo gruas, tiveram relação com sua montagem e operação ocasionado acidentes com quedas de trabalhadores e/ou desabamento do próprio equipamento.
  • 25. 24 2.4.1 Riscos de acidentes durante a montagem, manutenção, telescopagem e desmontagem da grua Conforme informações da Crane Service (2011), os principais riscos de acidentes associados ás atividades de montagem, manutenção, telescopagem e desmontagem da grua são: Queda de pessoas em altura durante a deslocação e trabalhos na torre; Queda de pessoas em altura durante a deslocação e trabalhos da lança e contra-lança; Queda de pessoas dos passadiços e plataformas de serviço; Esmagamento ou arrastamento provocado pelas polias, tambores ou engrenagens dos sistemas de movimentação e de elevação; 2.4.2 Riscos de acidentes durante as operações da grua Segundo a Crane Service (2011), os principais riscos de acidentes associados ás atividades de operação incorreta da grua são: Desequilíbrio ou queda da grua devido a deficiencia do lastro da base ou do contrapeso; Queda da carga e/ou desestabilização devido a ventos acima de 42 KM/h; Queda da carga devido ao abaoroamento com objetos parados; Queda da carga devido à ruptura do cabo; Contacto elétrico indirecto, devido a defeitos de isolamento;
  • 26. 25 Contato elétrico direto, devido ao contato da estrutura e acessórios da grua, com linhas eléctricas aéreas. 2.4.3 Acidente do Trabalho Segundo a Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991, Art. 19, acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, ou, ainda, pelo serviço de trabalho de segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária. Já incidente é a ocorrência que sem ter resultado em danos á saúde ou a integridade física de pessoas tinha potencial para causar tais agravos. (BRASIL, 1991). O trabalhador da construção civil, em sua maioria, são pessoas simples e com baixo nível de escolaridade. Além de enfrentarem as condições de trabalho penosas, nem sempre encontram respaldo protetivo adequado à sua saúde e integridade física. Comparados a outras indústrias de transformação, os trabalhadores da construção civil geralmente possuem menos instrução, impossibilitando até mesmo o reconhecimento dos riscos aos quais estão expostos. (OLIVEIRA e PILON, 2003).
  • 27. 26 2.4.4 Custos de Acidentes de Trabalho Conforme Torreira (1999) ocorrência de acidentes acarretam prejuízos para o acidentado, para a empresa e para a nação. A FIGURA 8 a seguir representa os principais prejuízos de um acidente de trabalho. Figura 9: Quadro com os principais prejuízos de um acidente de trabalho Fonte: (VIEIRA, 2005, p.55) apud (ROBOREDO, 1990).
  • 28. 27 A seguir são apresentados os principais fatores que envolvem os custos de acidentes segundo Vieira (2005, p.55): a) Fatores Humanos: acidente com lesão acarretam despesas médicas hospitalares, farmacêuticas, etc. b) Agentes produtivos: danos a máquinas, equipamentos, ferramentas, matéria prima, etc. Quando resulta da ocorrência do acidente. c) Tempo: qualquer acidente gera perda de tempo e, consequentemente, perda de produção e de mão de obra qualificada. d) Instalações físicas: acidente poderão acarretar custos na edificação. Segundo Torreira (1999, p. 27) os custos diretos e indiretos com acidentes de trabalho são: a) Custos diretos: São aqueles que incidem diretamente sobre o acidentado com encargos e despesas. Estes custos geralmente incluem despesas médicas e hospitalares, pagamentos de indenizações e substituições durante a recuperação, manutenção, reparos e/ou substituição de materiais e/ou equipamentos danificados. b) Custos indiretos: - perdas de horas de trabalho do acidentado afastado; - tempo gasto durante o socorro do acidentado; - tempo gasto para realizar levantamentos e investigações sobre as causas da ocorrência do acidente e elaboração de relatórios;
  • 29. 28 - tempo gasto para assistir o acidentado; - tempo gasto em primeiros socorros, serviço médico e pessoal da segurança; - danos ocorridos com ferramentas, máquinas, equipamentos, materiais e propriedade; - prejuízo econômico devido ao cumprimento de prazos e pagamento de multas; - perda de produtividade até o retorno do trabalhador às condições de trabalho; - perdas devido à diminuição da produção. Conforme gráfico da figura 9 observa-se que o setor de construção civil foi responsável por 46,42% do total dos tipos de acidentes mais frequentes que levaram à morte no ano 2007, sendo que a queda de altura foi responsável por 74,0% de todos eles. As manutenções e as telescopagens de gruas se caracterizam principalmente pela exposição dos trabalhadores a riscos de acidentes de queda de altura. FIGURA 10: Tipos de acidentes mais frequentes que levaram à morte no ano de 2007 Fonte: Inspeção Geral do Trabalho (2007).
  • 30. 29 2.4.5 Prevenção de Acidentes no Trabalho De acordo com Torreira (1999, p.32) é necessário seguir os seguintes passos para a prevenção de acidentes de trabalho: - substituir materiais e/ou equipamentos por outros mais seguros; - treinar o trabalhador efetivamente no que se refere à procedimentos e práticas de segurança; - instruir os trabalhadores sobre a melhor forma de se executar a atividade com segurança; -estabelecer procedimentos de segurança a serem observadas durante a utilização de determinados produtos; - informar aos trabalhadores sobre os riscos e perigos existentes na execução de suas tarefas e formas de minimizá-los; - informar aos trabalhadores suas responsabilidades civis e criminais no âmbito do trabalho; - motivar os trabalhadores através programas de segurança, sobre a necessidade da preservação da vida, da saúde e da integridade física através de sua participação efetiva. 2.4.4 Reportagens de Acidentes envolvendo Gruas A seguir serão apresentadas algumas reportagens sobre os principais acidentes com gruas reportados. Como exemplo de acidentes envolvendo gruas cita-se o divulgado em nove de outubro de 2010, pelo canal se Notícias Terra, envolvendo três pessoas em canteiro de obras na região
  • 31. 30 metropolitana de Belo Horizonte. Segundo informações prestadas pelo Corpo de Bombeiros, ao canal de Notícia Terra (2010), o braço da grua, que estava a mais de 80 m de altura, se soltou após um movimento brusco. Um dos operários caiu do equipamento e morreu na hora. Outro operário foi socorrido, diagnosticado com múltiplas fraturas. Um terceiro operário, que usava cinto de segurança ficou preso pelo equipamento a uma altura de 50 metros durante três horas. Em depoimento a construtora responsável pela obra iniciou a apuração para verificar as causas do acidente já que os operários estavam sob a responsabilidade de outra empresa com contrato terceirizado. Figura 11 Acidente fatal em Nova Lima - MG Fonte: Terra Notícia, (2012). Outro acidente com grua envolvendo vítima fatal foi registrado em Campinas, em dez de junho de 2011, segundo jornal EPCampinas.
  • 32. 31 O equipamento estava em um canteiro de obras que ao carregar um bloco de concreto, parte da estrutura caiu sobre o refeitório, onde estava o funcionário Josideide Oliveira Pires que morreu imediatamente sob os escombros. A vítima usava os equipamentos de segurança e era encarregado de uma empresa terceirizada que fornecia pisos à obra, segundo depoimentos. Figura 12 Acidente fatal em Campinas SP Fonte: EPCampinas. (2012). Outros dois trabalhadores ficaram feridos, mas não correm risco de morte. Um carro e um caminhão também foram atingidos pela grua. O motorista do carro ficou ferido e foi levado para o hospital. O condutor do caminhão não ficou ferido, mas houve vazamento de combustível. A grua era alugada e segundo a empresa responsável apresentava perfeitas condições de utilização. Em Salvador dois operários morreram e um ficou ferido em consequência da queda de uma grua no canteiro de obras na avenida principal da cidade no dia 08 de setembro de 2010. No momento da desmontagem, a grua caiu e arremessou dois operários ao chão onde morreram
  • 33. 32 imediatamente. Outra vítima, que passava pelo local, foi atingida por uma parte do equipamento e fraturou as pernas. Figura 13 Acidente fatal em Salvador BA Fonte: Jornal Notícias (2012). Em informação vinculada em 28 de janeiro de 2012, na página online da UOL, foi registrado acidente de trabalho envolvendo grua, no centro da cidade de Cascavel no Paraná. O equipamento caiu sobre casa em terreno ao lado da construção. Não foi registrado nenhum ferido. O Sindicado dos Trabalhadores da Indústria e da Construção Civil da cidade declarou a importância de verificar a causa do acidente. A suspeita seria falha humana durante a desmontagem da grua que estava sobre a responsabilidade de uma empresa terceirizada dentro do canteiro de obras como todos os acidentes relatados. Segundo o Jornal de Notícias a maior grua do mundo localizada nos EUA, na refinaria de LyondellBasell no Texas, com capacidade para levantar 362 mil quilos, entrou em colapso acidentando dois operários.
  • 34. 33 Os acidentes com gruas têm gerado, ultimamente, alguma polemica nos Estados Unidos. Só desde Março, dois acidentes na cidade de Nova Iorque custaram a vida a nove pessoas. Um inquérito da agência Associated Press (AP) apurou que as normas para as operações com gruas variam de cidade para cidade, e algumas nem têm qualquer norma sobre a sua utilização e construção. O Texas é o estado que registra maior número de mortos com estas máquinas, com 26 mortos em 2005 e 2006. (JORNAL DE NOTÍCIAS, 2008). Figura 14 Acidente com maior grua do mundo Fonte: Jornal de Notícias (2008) Diante dos acidentes citados observa-se com clareza que o manejo de gruas necessita de rigoroso cuidado com as normas de segurança devido seu alto grau de periculosidade.
  • 35. 34 3 METODOLOGIA 3.1 Tipo de Pesquisa Este estudo consiste em uma pesquisa exploratória qualitativa, embasada em referências bibliográficas e em pesquisa de campo utilizando também a técnica de questionários e observações voltadas para a investigação dos principais riscos de acidentes em operações de movimentação de cargas envolvendo gruas e quais são os fatores que dificultam o cumprimento da Norma Regulamentadora (NR- 18) em um canteiro analisado. De acordo com Chizzotti (2008), a pesquisa exploratória arremete na busca do conhecimento em diversas fontes, com o objetivo de responder investigações que surgem por meio da reflexão individual ou coletiva dos pesquisadores. 3.2 Universo da Pesquisa Foi escolhida como campo empírico uma grua da marca Potain utilizada na execução do projeto de uma obra predial de salas comerciais, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Trabalham no entorno desta grua 250 pessoas, sendo que o Operador da grua, os Sinaleiros, o Mestre de obras, o Engenheiro responsável pelo equipamento e o Técnico de Segurança serão envolvidos diretamente nesta pesquisa.
  • 36. 35 Figura 15: Imagem da Grua na edificação Fonte: Arquivos do pesquisador (2012) 3.3 Técnicas de Amostragem A técnica de amostragem escolhida foi a não aleatória devido à pesquisa ter caráter qualitativo. Foram realizadas entrevistas e aplicados questionários aos trabalhadores que laboram diretamente com a grua no canteiro de obras de construção do Condomínio do Edifício Toronto. Foram selecionados porque estão diretamente envolvidos na operação, sinalização, manutenção da grua e administração do canteiro atendendo aos objetivos desta pesquisa.
  • 37. 36 3.4 Seleção dos Sujeitos Para aprofundar a coleta dos dados, foram aplicados questionários ao Mestre de obras, ao Operador, ao Sinaleiro, ao Engenheiro responsável direto pela manutenção preventiva e corretiva da grua e a Técnica de Segurança no Trabalho. Esses profissionais supracitados foram escolhidos por possuírem experiências anteriores adquiridas em outras empresas no que tange movimentação de cargas em canteiros de obras envolvendo gruas. Durante este estudo, os trabalhadores envolvidos nas atividades avaliadas concordaram voluntariamente em participar desta pesquisa. Os sujeitos selecionados foram entrevistados em seus setores de trabalho e responderam os questionários que se encontra no ANEXO I. 3.5 Instrumentos de coleta de dados Foram elaborados e aplicados questionários direcionados aos supracitados e demais responsáveis pelo cumprimento do Plano de Cargas dispostos em APÊNDICE. Estas questões tiveram a finalidade avaliar os principais riscos de acidentes em atividades de movimentação de materiais envolvendo grua no canteiro de obras do edifício Toronto, bem como o cumprimento do Plano de Cargas.
  • 38. 37 3.6 Técnica de Análise de Dados A técnica de análise de dados utilizada foi qualitativa e quantitativa. 3.7 Limitações da Pesquisa As limitações encontradas referem-se à falta de bibliografias relacionadas ao assunto abordado e a pouca precisão dos dados coletados durante as entrevistas, principalmente com os trabalhadores que possuem baixa instrução. A pesquisa também pode ter sofrido distorções devido à tendência do Mestre de obras em justificar a necessidade de cumprir o cronograma e o Engenheiro atentar para não expor as informações que possam contrariar os objetivos da organização.
  • 39. 38 4 RESULTADOS DA PESQUISA Os entrevistados durante esta pesquisa foram o Engenheiro Civil, que possui trinta e sete anos de idade e doze anos de experiência em montagem e manutenção de gruas em canteiros de obras do setor da construção civil. O Sinaleiro possui vinte e cinco anos de idade, concluiu o ensino fundamental e possui dois de experiência na função. O Operador da grua possui vinte e seis anos de idade, três anos de experiência na função e cursou o ensino médio completo. A Técnica de Segurança possui vinte e cinco anos de idade e cinco especificamente nesta atividade. Já o Mestre de Obras de sessenta e cinco anos de idade e trinta e cinco anos de experiência possui o ensino fundamental incompleto. Com exceção do Mestre de Obras, os entrevistados foram unânimes ao responder que o conflito dos interesses entre empreiteiros, construtor e segurança do trabalho da obra são fatores que dificultam o cumprimento do Plano de Cargas. A Técnica de Segurança concorda com os supracitados e acrescenta que o desconhecimento dos riscos envolvidos no içamento de cargas, associado ao despreparo das pessoas envolvidas na atividade, são fatores que aumentam a probabilidade de ocorrência de incidentes e acidentes de trabalho. O Mestre de Obras discorda que haja jogo de interesses e garante que os fatores que interferem no cumprimento do Plano de Cargas é o cronograma apertado imposto pelos investidores da construção do edifício e a falta de espaço para armazenamento de materiais. Sobre a demarcação do canteiro, ressalta que este acaba ficando comprometida devido à redução do espaço causado pelo avanço natural das obras.
  • 40. 39 Todos os entrevistados negaram ter presenciado acidentes envolvendo gruas, mas já tiveram conhecimento de tal fato através de reportagens pelos canais livres de comunicação com exceção da Técnica de segurança que presenciou um acidente fatal envolvendo grua na região metropolitana de Belo Horizonte. Já os incidentes como o içamento de cargas sobre pessoas, queda de materiais, abalroamento de cargas, todos os entrevistados relataram que são eventos comuns durante a jornada de trabalho e já foram presenciadas várias vezes durante suas experiências em atividades desta natureza. Para o Engenheiro responsável pelo equipamento, com ampla experiência sobre este assunto, os principais desencadeadores de acidentes com queda de materiais, queda de trabalhadores durante a montagem, manutenção e desmontagem da grua são oriundos do não cumprimento das normas previstas pela NR 18 e pelo fabricante do equipamento. De acordo com ele, içar cargas acima da capacidade do equipamento, transportar cargas sobre área de vivência, utilizar cintas e cabos de aço (estropos) em mal estado de conservação, bem como arrastar cargas no chão, além de operar o equipamento durante condições climáticas adversas são exemplos de descumprimento da Norma Regulamentadora NR18 e são ações comuns em canteiros de obras. Continua relatando que o não cumprimento do Plano de Cargas elaborado pela obra, a amarração incorreta das cargas, além da utilização de acessórios inadequados, são fatores preocupantes, pois além de oferecer riscos de morte às pessoas que estiverem no perímetro de cobertura da lança da grua, coloca em risco também o equilíbrio do equipamento e a segurança do Operador.
  • 41. 40 Ele alerta para a necessidade de capacitar os responsáveis pela produção como: Engenheiros de obras, Mestre de Obras, Encarregados e Segurança no Trabalho para que tenham conhecimento sobre os riscos e capacidades do equipamento. Todos os entrevistados, exceto o Mestre de Obras que preferiu não se manifestar, concordaram com o Engenheiro sobre a necessidade da engenharia da obra dar autonomia e respaldo ao departamento de segurança, para que possam fiscalizar de forma plena e controlar efetivamente as atividades. Adaptados de ENGEL (2008) os quadros apresentados a seguir foram utilizados nesta pesquisa para avaliar se os itens obrigatórios de suma importância impostos pela Norma Regulamentadora NR18, estão sendo cumpridos de acordo com depoimento do Engenheiro responsável pelo equipamento. Quadro 1- Respostas sobre instalação montagem e desmontagem A.1) INSTALAÇÃO (MONTAGEM /DESMONTAGEM) SIM NÃO NA A 1.1) A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estão afastados no mínimo 3 metros de qualquer obstáculo? X A 1.2) A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estão afastados da rede elétrica? X A 1.3) Estime o afastamento, em metros: Acima de 40 metros X A 1.4) Os fios elétricos possuem isolamento, caso a ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estejam próximos da rede elétrica? X A 1.5) A grua possui pára raios e aterramento? X A 1.6) Houve algum acidente na montagem ou desmontagem? Caso positivo, relate o ocorrido. X A 1.7) A grua de base fixa está montada sobre um chumbador fixado numa base de concreto e possui ART do responsável? X A 1.8) Durante a montagem, foi efetuada aterramento da estrutura, com cabos elétricos de tamanho adequado? X A 1.9) Durante a desmontagem se desliga o interruptor geral, botoeira e a tomada de alimentação do painel elétrico secundário e principal? X A 1.10) Retira-se os pesos da contra lança antes de desmontá-la? X A 1.11) A lança possuem placas visíveis na grua e indicadas com as capacidades das cargas máximas? X Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008).
  • 42. 41 Observa-se que as atividades analisadas no quadro I, referente à montagem e desmontagem da grua, parte que compete ao Engenheiro responsável pelo equipamento, todos os itens analisados estão de acordo com os procedimentos básicos de segurança. Também adaptado de Engel (2008) o quadro 2 abaixo, respondido pelo Engenheiro responsável, referente à manutenção preventiva do equipamento. Quadro 2 – Respostas sobre manutenção preventiva mensal A.2) MANUTENÇÃO PREVENTIVA (MENSAL) SIM NÃO NA A.2.1) É verificado se todos os parafusos se mantêm apertados, especialmente na torre e rolamento e se todos os pinos são bifurcados originais. X A.2.2) Com a corrente elétrica desligada, verifica-se visualmente o estado do interior do armário elétrico. X A.2.3) Ainda com a corrente elétrica desligada, verifica-se o aperto dos terminais na caixa dos motores e freios. X A.2.4) É comparado e ajustado se necessário, as folgas dos freios eletromagnéticos, principalmente no motor da elevação. X A.2.5) Verifica-se o bom estado do aterramento elétrico e se existem próximo ao cabo elétrico umidade suficiente de modo a estabelecer-se condução elétrica. X A.2.6) Efetua-se medições a tensão de alimentação da grua e aos consumos dos motores, no arranque e em regime de trabalho, observando se existem valores anormais. X A.2.7) É comprovado o bom estado estrutural, com ausência de fissuras ou deformações permanentes. X A.2.8) É cumprido o estabelecido no manual do fabricante quanto ao manuseio e manutenção da grua. X Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008). Conforme os dados obtidos através do quadro 2, observa-se que não é avaliada periodicamente a capacidade de dissipação de sobrecargas elétricas através do aterramento. Não é realizada sistematicamente também a aferição dos valores de consumo de energia dos motores, objetivando analisar se os mesmos possuem potencia suficiente para manter o equipamento funcionando conforme as características originais do fabricante.
  • 43. 42 O quadro 3, questionários B1 e B2, direcionados ao Operador da Grua, forneceram os seguintes dados. Quadro 3 – Respostas sobre operações da grua B.1) OPERAÇÃO SIM NÃO NA B.1.1) Operador tem idade mínima de 18 anos? X B.1.2) Foi submetido a exame admissional médico e psicotécnico antes da sua nomeação.? X B.1.3) Possui noções elementares de eletromecânica? X B.1.4) Sabe os principais mecanismos e interpreta a documentação que acompanha a grua? X B.1.5) Verifica diariamente e faz check List da grua? X B.1.6) Verifica os níveis de óleo dos redutores e conhece os pontos de lubrificação? X B.1.7) Teve treinamento especifico de operação? X B.1.8) Operador e pessoal auxiliar usam capacete de segurança em todo o momento? X B.1.9) Usa luvas adequadas ao manusear cabos ou outros elementos ásperos ou cortantes? X B.1.10) Cinturão de segurança (tipo paraquedista), em todos os trabalhos de conservação, ancorados em pontos sólidos da estrutura da torre ou lança? X B.1.11) Trabalhador qualificado, com função anotada em carteira de trabalho? X B.1.12) Manobras de movimentação devem ser executadas por meio de códigos de sinais convencionais (NR-18) rádio com frequência exclusiva X B.2) UTILIZAÇÃO SIM NÃO NA B.2.1) É proibido recolher cargas fora do alcance da grua ou utilizar a grua para fazer trações oblíquas de qualquer tipo. X B.2.2) Não se remove cargas presas ao solo ou que estejam com qualquer tipo de fixação. X B.2.3) Não se balança cargas para depositá-las fora do alcance da grua. X B.2.4) A grua tem mecanismo de segurança contra sobrecarga. X B.2.5) Não se transporta pessoal com a grua. X B.2.6) Não se passa cargas por cima das pessoas sem as devidas precauções. X B.2.7) Não trabalhar com grua sob ventos excessivos (superiores a 42 km/h) ou na iminência de tempestades,possíveis de provocar descargas elétricas. X B.2.8) É acionado o sinal sonoro pelo operador sempre que houver movimentação de carga. X B.2.9) Existem passagens segura nos andares de ancoragens da grua. X Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008).
  • 44. 43 No que compete à operação da grua, observa-se que operador é capacitado para a atividade, possui treinamentos, a empregadora fornece os EPI necessários e condições adequadas para o trabalho. Portanto, o trabalhador não verifica os níveis de óleo dos redutores e nem possui noções elementares de eletromecânica. Esta deficiência do Operador se dá devido à locadora do equipamento possuir um cronograma mensal de manutenções preventivas e equipes de técnicos em manutenção especializadas em gruas. Ao realizar o chek list diário, caso o Operador perceba quaisquer alteração, este paralisa a atividade e comunica ao setor de segurança da obra que por sua vez, solicita uma vistoria técnica da empresa responsável pela manutenção do equipamento.. Diante das circunstâncias impostas pelos gerentes das obras, o Operador e os Sinaleiros não conseguem executar suas atividades sem passar a carga suspensa sobre trabalhadores de outros setores. Ao ser questionado sobre o acionamento do sinal sonoro para alertar as pessoas que estiverem sob a carga suspensa, o Operador enfatiza que a distancia vertical entre a campainha da grua e as pessoas, associada à ruídos provindos de outros setores dificultam a percepção pelos trabalhadores. Sobre atividades com ventos acima do permitido, o Operador atribui este descumprimento à pressões provindas do setor de produção para manutenção de outras frentes de serviço. O quadro 4 a seguir, foi direcionado à Técnica de Segurança no Trabalho e teve o objetivo de avaliar os níveis de interação e apoio deste setor com as atividades de movimentação de cargas suspensas.
  • 45. 44 Quadro 4- Respostas sobre amarração e cargas e sinalização C.1) AMARRAÇÃO DE CARGAS E SINALIZAÇÃO SIM NÃO NA C.1.1) Todas as áreas de cargas / descargas são delimitadas (guarda-corpo, pintura, cavalete, etc.). X C.1.2) O trajeto a ser percorrido pela lança da grua é isolado, para que, em momento algum, as pessoas fiquem sob a carga (NR-18). X C.1.3) A carga é observada em todo o momento durante o seu transporte. X C.2.4) O gancho é dotado de trava de segurança em perfeito estado. X C.1.5) As plataformas para recebimento de material cerâmico tem rodapé de 20 cm, e carga colocada bem distribuída, para evitar a queda. X C.1.6) Para elevar pallet, serão necessárias cintas simétricas por debaixo da plataforma de madeira. X C.1.7) Retira-se do serviço cabos de aço, cintas, manilhas e estropos que estiverem danificados. X C.1.8) É realizado check list diário de cabos de aço, cintas, manilhas e estropos para detectar possíveis danos. X C.1.9) Possui rádio com frequência exclusiva para sinaleiros e operado. X C.1.10) É proibido fazer alterações ou, sem prévio acordo do fabricante, usar peças de substituição que não sejam originais. X Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008). Foi constatado que o setor de segurança acompanha sistematicamente as atividades relacionadas à grua, porém, aspectos fundamentais do Plano de Cargas não estão sendo cumpridos como: a não delimitação das áreas de carga e descarga e a passagem de cargas sobre pessoas. Ao ser questionada, a Técnica de Segurança atribuiu o fato à falta de apoio dos demais responsáveis pela obra e à sobrecarga de trabalho imposta aos trabalhadores envolvidos na atividade. Como resultado desta pesquisa, observou-se que os trabalhadores envolvidos nas atividades de içamento de materiais com grua no canteiro de obras avaliado possuem conhecimento das Normas Regulamentadoras e das exigências impostas pelo fabricante do equipamento. Porém, estes trabalhadores não possuem liberdade de atuação e de aplicação de seus conhecimentos devido ao jogo de interesse dos administradores da obra que nem sempre possuem
  • 46. 45 conhecimentos suficientes sobre os riscos de acidentes durante a tomada de decisão sobre a movimentação de cargas suspensas. Ficou evidenciado que apesar de haver uma preocupação em relação a probabilidade de ocorrência de acidentes, os administradores do canteiro de obras acabam priorizando a produção e banalizando a ocorrência dos incidentes. Foi percebido também que estes trabalhadores possuem uma jornada de trabalho exaustiva, inclusive os trabalhos aos sábados são rotineiros e as horas extras são quase como um regime obrigatório. O trabalho sob pressão gera stress e compromete a saúde do trabalhador e consequentemente a segurança dos que estão em seu entorno. Ao executar atividade com ventos superiores a 60 KM/h, aumenta significativamente a possibilidade de quedas de cargas e abalroamento. Porém este tipo de comportamento é rotineiro e fere a NR 18 da Portaria 3214/78, Anexo III. As atividades relacionadas à montagem e manutenção, por serem executadas pela empresa locadora da grua, são seguidos os procedimentos básicos de segurança e os trabalhadores envolvidos são treinados e qualificados para a atividade. Quanto à demarcação do canteiro de Obras, este possui apenas placas de sinalização, mas não é demarcado e a passagem de pessoas feita pelo centro da área de carga e descarga, contrariando o Plano de Cargas e as normas de segurança.
  • 47. 46 5 CONCLUSÕES Conclui-se a partir dos dados coletados, apresentados e analisados, que os principais acidentes envolvendo gruas são tratados de forma banal como pequenos incidentes que não deveriam ser menosprezados, pois são indicadores da probabilidade de ocorrência de acidentes de maior gravidade. É importante ressaltar que os trabalhadores ao se fazerem expostos a carga excessiva de trabalho devido a necessidade da manutenção de materiais nas frentes de serviço, perdem a autonomia, o poder de decisão e as condições de aplicar seus conhecimentos, criando condições que propiciam à ocorrência dos incidentes e acidentes e o descumprimento do Plano de Cargas. Para inibir a influência do jogo de interesses dos administradores da obra sobre os operadores deste sistema, seria necessário que fosse realizada uma pesquisa sobre o clima da região como a média das precipitações de chuvas, a probabilidade de ventos e de descargas elétricas antes da realização do cronograma de execução da obra. Se estas considerações estivessem contidas no cronograma, certamente evitaria a exposição dos trabalhadores ao excesso de horas trabalhadas para mantê-lo atualizado. Outra ação seria a manutenção de um responsável direto, conhecedor da Norma e com poder de decisão e atuação para acompanhar a movimentação da grua, bem como toda programação logística do equipamento e o treinamento de capacitação para os administradores da obra sobre os riscos oferecidos pela atividade.
  • 48. 47 Todos os dados citados contribuem para a elucidação do problema de pesquisa explicitado neste trabalho, porém é importante ressaltar que devido à banalização com a qual são tratados os incidentes envolvendo gruas não há estatísticas oficiais sobre o assunto já que estes pequenos incidentes não são registrados. Em relação aos eventos analisados, observa-se através das noticias levantadas no referencial bibliográfico que dos seis acidentes envolvendo gruas apresentados foram contabilizados treze mortos e seis feridos. Fica claro, portanto que a atividade com grua em canteiro de obras é de grande periculosidade quando não observada criteriosamente as Normas Regulamentadoras e as recomendações do fabricante. Este problema não é exclusivo do Brasil, pois nos Estados Unidos, o Texas é o Estado que registrou o maior número de mortos em acidentes com esta máquina. Foram vinte e seis mortos entre os anos de 2005 e 2006 naquele Estado, segundo o Jornal de Notícias.
  • 49. 48 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final da pesquisa foi possível identificar os principais agentes de risco com as respectivas medidas para neutralizações: - O jogo de interesse dos administradores da obra que retira dos trabalhadores envolvidos na atividade o poder de decisão e o cumprimento do Plano de Cargas: - O despreparo dos administradores da obra em relação aos riscos oferecidos pela movimentação de cargas içadas no canteiro de obras; - Falta de espaço no canteiro de obras para armazenamento de materiais, uma vez que este necessita de mudanças frequentes devido estarem situado em locais que serão construídos; - A deficiência da sinalização do canteiro de obras e a permissão de cargas suspensas sobre trabalhadores de atividades diversas. Os métodos de neutralização destes riscos são: - Proporcionar maior autonomia aos trabalhadores envolvidos na atividade para que possam decidir se há ou não condições de içar determinados materiais sob situações adversas; - Que os administradores da obra recebam orientações de segurança por pessoa capacitada sobre os riscos decorrentes das atividades para que saibam de suas responsabilidades em caso de acidentes; - Antes de iniciar a obra, elaborar um projeto que permita aos executores sequenciar a obra de modo que as áreas de armazenamento de materiais possam ser remanejadas para locais que não ofereçam riscos adicionais a outros setores e passagens de pedestres; - Treinamento de todos os trabalhadores da obra sobre os riscos a que estão expostos e proibição de caminhos alternativos de cargas em locais não prescritos no Plano de Cargas.
  • 50. REFERÊNCIAS BARBOSA, R. R. GUINDASTE MÓVEL E GRUA FIXA NO CANTEIRO DE OBRAS. Salvador, Bahia. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Católica de Salvador. 2009. BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora - NR 18. Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. Disponível em: <http://www.mte.gov.br>. Acesso em 10 jun.. 2012. BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora - Nº 11- Transporte, movimentação, armazenagem e manuseios de materiais. Disponível em: <http://www.mte.gov.br>. Acesso em 10 jun.. 2012. CAMPELO, F. C. B., Aspectos de Segurança e Medicina do Trabalho: nos Arranjos Físicos de Canteiros de Obras. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Gramado, RS. 1997 (Anais). CHIZZOTTI, A. Pesquisa em Ciências Humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991. CRANE SERVICE (2008). Soluções em guindastes e movimentações de carga. Belo Horizonte. Disponível em:< comercial@craneservice.com.br>. Acesso em 05 jun 2012. CRUZ, S. M., OLIVEIRA, J. H. R de. Dificuldades Encontradas na Adequação à NR-18 pelas Empresas de Construção Civil de Santa Maria. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Gramado, RS. 1997 (Anais). ENGEL, J. B. A segurança na utilização da grua na construção do edifício. Salvador, Bahia. Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade Católica do Salvador. 2008. ESPINELLI, Ubiraci Lemes de Souza (2008). Revista Construção e Mercado, nº81 – Abril 2008.
  • 51. Guia trabalhista. Acidente do trabalho. Conceito e caracterização. Disponível em:<http://www.guiatrabalhista.com.br/noticias/trabalhista210306.htm> Acesso em 10 out. 2012. LICHTENSTEIN N. B. O uso da grua na construção do edifício. Escola Politécnica da USP. São Paulo, 1987. Mecalux Estantes LTDA. Disponível em: < http://www.logismarket.pt/munditubo/grua-de- montagem-rapida/1233048120-966243956-p.html>. Acesso em 20 mai 2012. NBR ISSO 4309, Equipamentos de movimentação de carga- cabos de aço – cuidados, manutenção, instalação, inspeção e descarte. BRASIL, NORMAS REGULAMENTADORAS – NR – 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, 2012. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D3226A41101323B2EBBDF5E70/nr_18_14.pdf Acesso em 07 de OUT. de 2012. PAMPALON, Gianfranco. Prevenção de acidente do trabalho com quedas. Ministério do Trabalho e Emprego. MPT – Procuradoria Regional do Trabalho da 2º Região. S/d. Disponível em: <http://www.prt2.mpt.gov.br>. Acesso em 07 out. 2010. Pesquisa Google Brasil. Grua quebrou. Disponível em:< (http://www.youtube.com/watch?v=t395pBYkuhw)> Acesso em: 21/10/2012. ROUSSELET, Edison da Silva, A Segurança na Obra: Manual Técnico de Segurança do Trabalho em Edificações Prediais. – Rio de Janeiro: Interciência: Sobes, 1999. SCIGLIANO, Walter Antônio. Manual de utilização de Gruas, São Paulo: Pini, 2008. Universidade de Santa Catarina, A mecânica de uma ferramenta muito antiga. Mundo Físico. Disponível em: <http://www.mundofisico.joinville.udesc.br/index.php.>. Acesso em 10 jun. 2012. PAMPALON, Gianfranco. Prevenção de acidente do trabalho com quedas. Ministério do Trabalho e Emprego. MPT – Procuradoria Regional do Trabalho da 2º Região. S/d. Disponível em: <http://www.prt2.mpt.gov.br>. Acesso em 12 out. 2012.
  • 52. TORREIRA, Raul Peragallo. Manual de segurança industrial. São Paulo: Margus Publicações, 1999. VIEIRA, Sebastião Ivone. Manual de saúde e segurança do trabalho: segurança, higiene e medicina do trabalho, volume 3 – São Paulo: LTr, 2005. Sindicado da Indústria da construção civil de Pernambuco. Pesquisa das condições inseguras de obras da construção civil em Pernambuco. Disponível em: <http://www1.sindusconpe.com.br/cms/export/sites /default/sinduscon/ pt/ arquivos/Campanha_2006_parte_2.pdf > Acesso em 10 set. 2012.
  • 53. APÊNDICE Questionário adaptado de ENGEL (2008) aplicado ao Engenheiro responsável pela manutenção da grua e à Técnica de Segurança Idade:............................... Tempo de Profissão:.............................. 1) Há quanto tempo você atua na área de construção civil? 2) Em sua opinião, quais são os fatores que dificultam a operação da grua e cumprimento do Anexo III da NR18 Plano de Cargas? 3) Você já presenciou algum incidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais sobre o assunto. 4) Você já presenciou algum acidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais sobre o assunto. 5) Em sua opinião quais são os principais riscos de acidentes que podem ser fatais dentro de um canteiro de obras que movimenta materiais com gruas? 6) O que você acha que as obras podem fazer para melhorar a segurança em operações envolvendo gruas em canteiros de obras? Quadro 1- Respostas sobre instalação montagem e desmontagem A.1) INSTALAÇÃO (MONTAGEM /DESMONTAGEM) SIM NÃO NA A 1.1) A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estão afastados no mínimo 3 metros de qualquer obstáculo? A 1.2) A ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estão afastados da rede elétrica? A 1.3) Estime o afastamento, em metros: Acima de 40 metros A 1.4) Os fios elétricos possuem isolamento, caso a ponta da lança e o cabo de aço de sustentação estejam próximos da rede elétrica? A 1.5) A grua possui pára raios e aterramento? A 1.6) Houve algum acidente na montagem ou desmontagem? Caso positivo, relate o ocorrido. A 1.7) A grua de base fixa está montada sobre um chumbador fixado numa base de concreto e possui ART do responsável? A 1.8) Durante a montagem, foi efetuada aterramento da estrutura, com cabos elétricos de tamanho adequado? A 1.9) Durante a desmontagem se desliga o interruptor geral, botoeira e a tomada de alimentação do painel elétrico secundário e principal? A 1.10) Retira-se os pesos da contra lança antes de desmontá-la? A 1.11) A lança possuem placas visíveis na grua e indicadas com as capacidades das cargas máximas? Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008).
  • 54. Quadro 2 – Respostas sobre manutenção preventiva mensal A.2) MANUTENÇÃO PREVENTIVA (MENSAL) SIM NÃO NA A.2.1) É verificado se todos os parafusos se mantêm apertados, especialmente na torre e rolamento e se todos os pinos são bifurcados originais. A.2.2) Com a corrente elétrica desligada, verifica-se visualmente o estado do interior do armário elétrico. A.2.3) Ainda com a corrente elétrica desligada, verifica-se o aperto dos terminais na caixa dos motores e freios. A.2.4) É comparado e ajustado se necessário, as folgas dos freios eletromagnéticos, principalmente no motor da elevação. A.2.5) Verifica-se o bom estado do aterramento elétrico e se existem próximo ao cabo elétrico umidade suficiente de modo a estabelecer-se condução elétrica. A.2.6) Efetua-se medições a tensão de alimentação da grua e aos consumos dos motores, no arranque e em regime de trabalho, observando se existem valores anormais. A.2.7) É comprovado o bom estado estrutural, com ausência de fissuras ou deformações permanentes. A.2.8) É cumprido o estabelecido no manual do fabricante quanto ao manuseio e manutenção da grua. Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008). Questionário aplicado ao Operador da Grua Idade:............................... Tempo de Profissão:.............................. 1) Há quanto tempo você atua como operador de grua? 2) Você conhece o Plano de Cargas d a grua? Em sua opinião, quais sãos os fatores que dificultam a operação da grua e o cumprimento do Plano de cargas? 3) Você já presenciou algum incidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais sobre o assunto. 4) Você já presenciou algum acidente com vítimas envolvendo gruas? Caso positivo comente mais sobre o assunto. 5) Em sua opinião quais são os principais riscos de acidentes que podem ser fatais dentro de um canteiro de obras que movimenta materiais com gruas?
  • 55. Quadro 3 – Respostas sobre operações da grua B.1) OPERAÇÃO SIM NÃO NA B.1.1) Operador tem idade mínima de 18 anos? B.1.2) Foi submetido a exame admissional médico e psicotécnico antes da sua nomeação.? B.1.3) Possui noções elementares de eletromecânica? B.1.4) Sabe os principais mecanismos e interpreta a documentação que acompanha a grua? B.1.5) Verifica diariamente e faz check List da grua? B.1.6) Verifica os níveis de óleo dos redutores e conhece os pontos de lubrificação? B.1.7) Teve treinamento especifico de operação? B.1.8) Operador e pessoal auxiliar usam capacete de segurança em todo o momento? B.1.9) Usa luvas adequadas ao manusear cabos ou outros elementos ásperos ou cortantes? B.1.10) Cinturão de segurança (tipo paraquedista), em todos os trabalhos de conservação, ancorados em pontos sólidos da estrutura da torre ou lança? B.1.11) Trabalhador qualificado, com função anotada em carteira de trabalho? B.1.12) Manobras de movimentação devem ser executadas por meio de códigos de sinais convencionais (NR-18) rádio com frequência exclusiva B.2) UTILIZAÇÃO SIM NÃO NA B.2.1) É proibido recolher cargas fora do alcance da grua ou utilizar a grua para fazer trações oblíquas de qualquer tipo. B.2.2) Não se remove cargas presas ao solo ou que estejam com qualquer tipo de fixação. B.2.3) Não se balança cargas para depositá-las fora do alcance da grua. B.2.4) A grua tem mecanismo de segurança contra sobrecarga. B.2.5) Não se transporta pessoal com a grua. B.2.6) Não se passa cargas por cima das pessoas sem as devidas precauções. B.2.7) Não trabalhar com grua sob ventos excessivos (superiores a 42 km/h) ou na iminência de tempestades,possíveis de provocar descargas elétricas. B.2.8) É acionado o sinal sonoro pelo operador sempre que movimentar carga. B.2.9) Existem passagens segura nos andares de ancoragens da grua. Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008) Questionário aplicado ao Sinaleiro da grua Idade:............................... Tempo de Profissão:.............................. 1) Há quanto tempo você atua como operador de grua? 2) Você conhece o Plano de cargas da grua? Em sua opinião, quais sãos os fatores que dificultam a operação da grua e o cumprimento do Plano de cargas? 3) Você já presenciou algum incidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais sobre o assunto.
  • 56. 4) Você já presenciou algum acidente com vítimas envolvendo gruas? Caso positivo comente mais sobre o assunto. 5) Em sua opinião quais são os principais riscos de acidentes que podem ser fatais dentro de um canteiro de obras que movimenta materiais com gruas? Quadro 4- Respostas sobre amarração e cargas e sinalização C.1) AMARRAÇÃO DE CARGAS E SINALIZAÇÃO SIM NÃO NA C.1.1) Todas as áreas de cargas / descargas são delimitadas (guarda-corpo, pintura, cavalete, etc.). C.1.2) O trajeto a ser percorrido pela lança da grua é isolado, para que, em momento algum, as pessoas fiquem sob a carga (NR-18). C.1.3) A carga é observada em todo o momento durante o seu transporte. C.2.4) O gancho é dotado de trava de segurança em perfeito estado. C.1.5) As plataformas para recebimento de material cerâmico tem rodapé de 20 cm, e carga colocada bem distribuída, para evitar a queda. C.1.6) Para elevar pallet, serão necessárias cintas simétricas por debaixo da plataforma de madeira. C.1.7) Retira-se do serviço cabos de aço, cintas, manilhas e estropos que estiverem danificados. C.1.8) É realizado check list diário de cabos de aço, cintas, manilhas e estropos para detectar possíveis danos. C.1.9) Possui rádio com frequência exclusiva para sinaleiros e operado. C.1.10) É proibido fazer alterações ou, sem prévio acordo do fabricante, usar peças de substituição que não sejam originais. Fonte: Arquivo do pesquisador adaptado de ENGEL (2008) Questionário aplicado ao Mestre Obras Idade:............................... Tempo de Profissão:.............................. 1) Há quanto tempo você atua na área de construção civil? 2) Em sua opinião, quais sãos os fatores que dificultam a operação da grua e o cumprimento do Plano de cargas? 3) Você já presenciou algum incidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais sobre o assunto. 4) Você já presenciou algum acidente envolvendo gruas? Caso positivo comente mais sobre o assunto.
  • 57. 5) Em sua opinião quais são os principais riscos de acidentes que podem ser fatais dentro de um canteiro de obras que movimenta materiais com gruas? 6) Os trabalhadores são pressionados a trabalhar sob condições desfavoráveis e fazer horas extras diariamente?
  • 58. NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO ANEXO III - PLANO DE CARGAS PARA GRUAS (Incluído pela Portaria SIT n.º 114, de 17 de janeiro de 2005) I - DADOS DO LOCAL DE INSTALAÇÃO DO(s) EQUIPAMENTO(s): nome do empreendimento, endereço completo e número máximo de trabalhadores na obra. II - DADOS DA EMPRESA RESPONSÁVEL PELA OBRA: razão social; endereço completo; CNPJ; telefone; fac-símile, endereço eletrônico e Responsável Técnico com número do registro no CREA. III - DADOS DO(s) EQUIPAMENTO(s): tipo; altura inicial e final; comprimento da lança; capacidade de ponta; capacidade máxima; alcance; marca; modelo e ano de fabricação e demais características singulares do equipamento. IV - Não havendo identificação de fabricante, deverá ser atendido o disposto no item 18.14.24.15. V - FORNECEDOR(es) / LOCADOR(es) DO(s) EQUIPAMENTO(s) / PROPRIETÁRIO(s) DO(s) EQUIPAMENTO(s): razão social; endereço completo; CNPJ; telefone; fac-símile, endereço eletrônico (se houver) e Responsável Técnico com número do registro no CREA. VI - RESPONSÁVEL(is) PELA MANUTENÇÃO DA(s) GRUA(s): razão social; endereço completo; CNPJ; telefone; fac-símile, endereço eletrônico e Responsável Técnico com número do registro no CREA e número de registro da Empresa no CREA. VII - RESPONSÁVEL(is) PELA MONTAGEM E OUTROS SERVIÇOS DA(s) GRUA(s): razão social; endereço completo; CNPJ; telefone; fac-símile, endereço eletrônico e Responsável Técnico com número do registro no CREA e número de registro da Empresa no CREA. VIII - LOCAL DE INSTALAÇÃO DA(s) GRUA(s) – Deverá ser elaborado um croqui ou planta de localização do equipamento no canteiro de obras, a partir da Planta Baixa da obra na projeção do térreo e ou níveis pertinentes, alocando, pelo menos, os seguintes itens: a) Canteiro(s) / containeres / áreas de vivência; b) Vias de acesso / circulação de pessoal / veículos; c) Áreas de carga e descarga de materiais; d) Áreas de estocagem de materiais; e) Outros equipamentos (elevadores, guinchos, geradores e outros); f) Redes elétricas, transformadores e outras interferências aéreas; g) Edificações vizinhas, recuos, vias, córregos, árvores e outros; h) Projeção da área de cobertura da lança e contra- lança; i) Projeção da área de abrangência das cargas com indicações dos trajetos. j) Todas as modificações tanto nas áreas de carregamento quanto no posicionamento ou outras alterações verticais ou horizontais. IX - SISTEMA DE SEGURANÇA – Deverão ser observados, no mínimo, os seguintes itens: a) Existência de plataformas aéreas fixas ou retráteis para carga e descarga de materiais; b) Existência de placa de advertência referente às cargas aéreas, especialmente em áreas de carregamento e descarregamento, bem como de trajetos de acordo com o item 18.27.1 – alínea “g” desta NR; c) Uso de colete refletivo;
  • 59. d) A comunicação entre o sinaleiro/amarrador e o operador de grua, deverá estar prevista no Plano de Carga, observando-se o uso de rádio comunicador em freqüência exclusiva para esta operação. X - PESSOAL TÉCNICO – QUALIFICAÇÃO MÍNIMA EXIGIDA: a) Operador da Grua – deve ser qualificado de acordo com o item 18.37.5 desta NR e ser treinado conforme o conteúdo programático mínimo, com carga horária mínima definida pelo fabricante, locador ou responsável pela obra, devendo, a partir do treinamento, ser capaz de operar conforme as normas de segurança utilizando os EPI necessários para o acesso à cabine e para a operação, bem como, executar inspeções periódicas semanais. Este profissional deve integrar cada “Plano de Carga” e ser capacitado para as seguintes responsabilidades: operação do equipamento de acordo com as determinações do fabricante e realização de “Lista de Verificação de Conformidades” (check-list) com freqüência mínima semanal ou periodicidade inferior, conforme especificação do responsável técnico do equipamento. b) Sinaleiro/Amarrador de cargas – deve ser qualificado de acordo com o item 18.37.5 desta NR e ser treinado conforme o conteúdo programático mínimo, com carga horária mínima de 8 horas. Deve estar qualificado a operar conforme as normas de segurança, bem como, a executar inspeção periódica com periodicidade semanal ou outra de menor intervalo de tempo, conforme especificação do responsável técnico pelo equipamento. Este profissional deve integrar cada “Plano de Carga” e ser capacitado para as seguintes responsabilidades: amarração de cargas para o içamento; escolha correta dos materiais de amarração de acordo com as características das cargas; orientação para o operador da grua referente aos movimentos a serem executados; observância às determinações do Plano de Cargas e sinalização e orientação dos trajetos. XI - RESPONSABILIDADES: a) Responsável pela Obra – Deve observar o atendimento dos seguintes itens de segurança: aterramento da estrutura da grua, implementação do PCMAT prevendo a operação com gruas, independentemente do Plano de Cargas; fiscalização do isolamento de áreas, de trajetos e da correta aplicação das determinações do Plano de Cargas; elaboração, implementação e coordenação do Plano de Cargas; disponibilização de instalações sanitárias a uma distância máxima de 30m (trinta metros) no plano vertical e de 50m (cinquenta metros) no plano horizontal em relação à cabine do operador, não se aplicando para gruas com altura livre móvel superiores às especificadas; verificar registro e assinatura no livro de inspeções de máquinas e equipamentos, requerido no item 18.22.11 desta NR e a confirmação da correta operacionalização de todos os dispositivos de segurança constantes no item 18.14.24.11, no mínimo, após às seguintes ocasiões: a) instalação do equipamento; b) cada alteração geométrica ou de posição do equipamento; c) cada operação de manutenção e ou regulagem nos sistemas de freios do equipamento, com especial atenção para o sistema de freio do movimento vertical de cargas. b) Responsável pela Manutenção, Montagem e Desmontagem – Deve designar pessoal com treinamento e qualificação para executar as atividades que deverão sempre estar sob supervisão de profissional legalmente habilitado, durante as atividades de manutenção, montagem, desmontagem, telescopagem, ascensão e conservação do equipamento; checagem da operacionalização dos dispositivos de segurança, bem como, entrega técnica do equipamento e registro destes eventos em livro de inspeção ou relatório específico.
  • 60. c) Responsável pelo Equipamento: Deve fornecer equipamento em perfeito estado de conservação e funcionamento como definido pelo Manual do Fabricante, observando o disposto no item 18.14.24.15 desta NR, mediante emissão de ART– Anotação de Responsabilidade Técnica – referente à liberação técnica efetuada antes da entrega. XII - MANUTENÇÃO E ALTERAÇÃO NO EQUIPAMENTO Toda intervenção no equipamento deve ser registrada em relatório próprio a ser fornecido, mediante recibo, devendo tal relatório, ser registrado ou anexado ao livro de inspeção de máquinas e equipamentos. Os serviços de montagem, desmontagem, ascensões, telescopagens e manutenções, devem estar sob supervisão e responsabilidade de engenheiro legalmente habilitado responsável com emissão de ART – Anotação de Responsabilidade Técnica – específica para a obra e para o equipamento em questão. XIII - DOCUMENTAÇÃO OBRIGATÓRIA NO CANTEIRO No canteiro de obras deverá ser mantida a seguinte documentação mínima relativa à(s) grua(s): a) Contrato de locação, se houver; b) Lista de Verificação de Conformidades (check-list) a cargo do operador da grua; c) Lista de Verificação de Conformidades (check-list) a cargo do Sinaleiro/Amarrador de cargas referente aos materiais de içamento. d) Livro de inspeção da grua conforme disposto no item 18.22.11 desta NR-18; e) Comprovantes de qualificação e treinamento do pessoal envolvido na operacionalização e operação da grua; f) Cópia da ART - Anotação de Responsabilidade Técnica – do engenheiro responsável nos casos previstos nesta NR; g) Plano de Cargas devidamente preenchido e assinado em todos os seus itens; h) Documentação sobre esforços atuantes na estrutura do edifício conforme disposto no item 18.14.24.3 desta NR; i) Atestado de aterramento elétrico com medição ômica, conforme NBR 5410 e 5419, elaborado por profissional legalmente habilitado e realizado semestralmente. j) Manual do fabricante e ou operação contendo no mínimo: - Lista de Verificação de Conformidades (check-list) para o operador de grua - Lista de Verificação de Conformidades (check-list) para o sinaleiro/amarrador de carga - Instruções de segurança e operação. XIV - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: O conteúdo para treinamento dos Operadores de Gruas e Sinaleiro/Amarrador de Cargas deverá conter pelo menos as seguintes informações: - Definição; Funcionamento; Montagem e Instalação; Operação; Sinalização de Operações; Amarração de Cargas; Sistemas de Segurança; Legislação e Normas Regulamentadoras – NR- 5, NR-6, NR-17 e NR-18.