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Daniel 1 - O campo que leva ao Céu




Silvânia dos Santos Moreira tinha 23 anos quando se formou no curso de Filosofia e
Ciências Exatas na cidade de Presidente Venceslau, SP, em 2007. Nesse período, ela
lecionava para crianças numa área rural do município de Rosana, quase na divisa com o
Mato Grosso do Sul, a 174 km de sua cidade. Durante a semana, levantava-se às 5h30
para tomar o ônibus que a levava ao local de trabalho. Às 16h30 tomava outro ônibus
para a faculdade. Quando chegava em casa, eram sempre 2h da madrugada.

A despeito da rotina massacrante, Silvânia separava tempo para Deus e sabia que sua
vida espiritual dependia desses momentos. Depois de ministrar as aulas do período da
manhã, assim que os alunos iam embora, ela aproveitava o ambiente rural, com vista
para um campo gramado que sumia no horizonte, se sentava e mantinha comunhão com
o Criador. Lia a Bíblia e falava com seu Pai Celestial. Esses momentos a fortaleceram
também para falar do amor de Deus aos outros.

Na faculdade, havia um professor ateu cuja inteligência e conhecimentos na área de
exatas eram bem conhecidos. Certa ocasião, Silvânia e ele tiveram um diálogo em sala
de aula. Ele afirmava não existirem comprovações da veracidade da Bíblia, mas
Silvânia sentia que ele queria mesmo era testar a fé dela diante dos colegas; fazê-la
vacilar ou se sentir intimidada. Silvânia não tinha apenas teoria religiosa na cabeça. Ela
conhecia o Criador de quem falava e essa convicção, aliada a orações e à paciência
cativaram a amizade do professor. Antes de se formar, ela o presenteou com um livro
sobre as profecias de Daniel. O professor prometeu que iria lê-lo, em consideração à
aluna a quem aprendera a respeitar.

“Por mais difícil e trabalhoso que seja o ambiente em que estejamos, o que realmente
importa são as nossas escolhas de fidelidade para com Deus”, afirma a jovem.

Há cerca de 2.600 anos, um jovem teve que ser fiel em circunstâncias muito difíceis.
Seu nome era Daniel. Soldados liderados pelo rei babilônico Nabucodonosor invadiram
Jerusalém e arrancaram filhos e filhas dos braços dos pais. Os mais inteligentes e
bonitos foram raptados. Enquanto transpunha os 1.500 km que separam Jerusalém de
Babilônia, quantos pensamentos devem ter passado pela mente do jovem hebreu: O que
o esperava na capital pagã? Será que voltaria a ver a família algum dia? O que o rei
pagão faria com todos aqueles jovens presos?

Assim que chegaram à cidade, os cativos hebreus passaram por um processo de
aculturação. O plano do rei era mudar a mente e o caráter dos israelitas, e ele começou
sua estratégia trocando o nome deles. Daniel significa “Deus é meu juiz”. Seu novo
nome passou a ser Beltessazar, ou seja, “[o deus] Bel proteja a sua vida”. Outros três
jovens cativos se chamavam Hananias (“o Senhor demonstra a Sua graça”), Misael
(“quem é como Deus?”) e Azarias (“o Senhor ajuda”). Foram rebatizados,
respectivamente, de Sadraque (algo como “sob o comando de Aku” [o deus-lua],
Mesaque (“quem é como Aku?”) e Abede-Nego (“servo [do deus] Nabu”).

O rei bem que tentou, mas o coração e a mente daqueles jovens já tinham Dono. O
negócio era intensificar o processo de “transmutação mental”. Os garotos foram
matriculados na “Universidade Federal de Babilônia”. Ali aprenderam a língua, os
costumes, a ciência e a religião dos caldeus. Receberam o diploma. Mas o caráter
permaneceu intacto. Eles haviam decidido assim muito tempo antes.

Outra prova difícil (desta vez gastronômica) está registrada no verso 8 do capítulo 1 do
livro de Daniel: “Mas Daniel propôs no coração não se contaminar com a porção do
manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia.” Seria uma honra poder se alimentar com
as mesmas finas iguarias consumidas pelo monarca, mas Daniel e seus amigos não
estavam preocupados com honras humanas e privilégios passageiros. Estavam, antes,
preocupados em manter a mente limpa para terem discernimento intelectual e espiritual
num mundo que queria sufocá-los. Conforme escreveu Ellen White, “jamais podereis
conseguir um bom caráter só com o desejá-lo. Isto só poderá ser obtido mediante labor”
(Mensagens aos Jovens, p. 348).

Essa fibra e força de vontade dos três hebreus realmente surpreendem, porque, do ponto
de vista humano, o que eles tinham a ganhar em se manterem fiéis à sua religião?
Aparentemente, Deus os havia abandonado à própria sorte. Não havia ninguém da
“igreja” para condená-los, caso cedessem à pressão. Nem mesmo os pais estavam ali
para observá-los. Mas eles sabiam que viviam à vista de um Deus santo e que “todas as
coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:28), mesmo as coisas
ruins para as quais não temos respostas enquanto as estamos experimentando. Qual o
segredo da força dos quatro amigos? Isso ficará mais evidente no próximo capítulo.
Mas, por hora, é preciso deixar claro que “[Daniel] foi brilhante exemplo daquilo que os
homens podem chegar a ser quando unidos com o Deus da sabedoria” (Santificação, p.
19).

Quando o chefe dos eunucos manifestou preocupação com a negativa dos hebreus de
comer os “mac-lanches” babilônios, Daniel fez uma proposta movido por santa ousadia:
que lhes fosse permitido comer legumes e beber água por dez dias. Desafio aceito. No
fim daquele período, os quatro israelitas estavam plenamente saudáveis e foram
considerados dez vezes mais inteligentes que os demais sábios do reino.

Quando Deus nos pede que abramos mão de certas coisas, é porque sabe o que é melhor
para nós. Ele criou nosso corpo e sabe que alimentos e hábitos lhe fazem bem. Ele criou
nossos sentimentos e sabe que relacionamentos nos serão benéficos e edificantes. Ele
criou nossa mente e sabe que entretenimentos poderão moldá-la para o bem. Por trás de
cada negativa divina (não coma isso, não vá àquele lugar, não namore essa pessoa...)
existe uma bênção. Existe proteção. Existe um futuro seguro.

De certa forma, somos cativos neste mundo de pecado. Além das tragédias a que
estamos sujeitos deste lado da eternidade, o inimigo exerce todo o seu poder na tentativa
sutil de distorcer nosso caráter cristão. Usa a internet, a televisão, a música,
relacionamentos, professores, livros e revistas para destruir os fundamentos de nossa fé.
Se não estivermos construindo sobre a Rocha (Jesus), certamente seremos arrastados
com a avalanche de mundanismo, licenciosidade e descrença que destrói o planeta.

Daniel provou o gosto amargo da perda e da separação. Assim como Silvânia, que teve
que viver uma rotina difícil, estressante, que apontava na direção contrária do Céu. Mas
ele escolheu ser fiel. Sentava-se em frente ao “campo”, orava e lia as Escrituras. Como
veremos adiante, fortalecido por esse relacionamento íntimo com o Criador, Daniel foi
capaz de testemunhar num ambiente hostil e tocar a vida do maior monarca de sua
época.

Não importa o problema pelo qual você esteja passando ou a rotina acachapante em que
esteja vivendo, manter comunhão com o Pai é a coisa mais importante; deve ser o
principal compromisso em sua agenda. Sua vida eterna depende disso – e deve começar
ali mesmo, em frente ao “campo”.

(Michelson Borges, jornalista e mestre em teologia)

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Daniel 1

  • 1. Daniel 1 - O campo que leva ao Céu Silvânia dos Santos Moreira tinha 23 anos quando se formou no curso de Filosofia e Ciências Exatas na cidade de Presidente Venceslau, SP, em 2007. Nesse período, ela lecionava para crianças numa área rural do município de Rosana, quase na divisa com o Mato Grosso do Sul, a 174 km de sua cidade. Durante a semana, levantava-se às 5h30 para tomar o ônibus que a levava ao local de trabalho. Às 16h30 tomava outro ônibus para a faculdade. Quando chegava em casa, eram sempre 2h da madrugada. A despeito da rotina massacrante, Silvânia separava tempo para Deus e sabia que sua vida espiritual dependia desses momentos. Depois de ministrar as aulas do período da manhã, assim que os alunos iam embora, ela aproveitava o ambiente rural, com vista para um campo gramado que sumia no horizonte, se sentava e mantinha comunhão com o Criador. Lia a Bíblia e falava com seu Pai Celestial. Esses momentos a fortaleceram também para falar do amor de Deus aos outros. Na faculdade, havia um professor ateu cuja inteligência e conhecimentos na área de exatas eram bem conhecidos. Certa ocasião, Silvânia e ele tiveram um diálogo em sala de aula. Ele afirmava não existirem comprovações da veracidade da Bíblia, mas Silvânia sentia que ele queria mesmo era testar a fé dela diante dos colegas; fazê-la vacilar ou se sentir intimidada. Silvânia não tinha apenas teoria religiosa na cabeça. Ela conhecia o Criador de quem falava e essa convicção, aliada a orações e à paciência cativaram a amizade do professor. Antes de se formar, ela o presenteou com um livro sobre as profecias de Daniel. O professor prometeu que iria lê-lo, em consideração à aluna a quem aprendera a respeitar. “Por mais difícil e trabalhoso que seja o ambiente em que estejamos, o que realmente importa são as nossas escolhas de fidelidade para com Deus”, afirma a jovem. Há cerca de 2.600 anos, um jovem teve que ser fiel em circunstâncias muito difíceis. Seu nome era Daniel. Soldados liderados pelo rei babilônico Nabucodonosor invadiram Jerusalém e arrancaram filhos e filhas dos braços dos pais. Os mais inteligentes e bonitos foram raptados. Enquanto transpunha os 1.500 km que separam Jerusalém de
  • 2. Babilônia, quantos pensamentos devem ter passado pela mente do jovem hebreu: O que o esperava na capital pagã? Será que voltaria a ver a família algum dia? O que o rei pagão faria com todos aqueles jovens presos? Assim que chegaram à cidade, os cativos hebreus passaram por um processo de aculturação. O plano do rei era mudar a mente e o caráter dos israelitas, e ele começou sua estratégia trocando o nome deles. Daniel significa “Deus é meu juiz”. Seu novo nome passou a ser Beltessazar, ou seja, “[o deus] Bel proteja a sua vida”. Outros três jovens cativos se chamavam Hananias (“o Senhor demonstra a Sua graça”), Misael (“quem é como Deus?”) e Azarias (“o Senhor ajuda”). Foram rebatizados, respectivamente, de Sadraque (algo como “sob o comando de Aku” [o deus-lua], Mesaque (“quem é como Aku?”) e Abede-Nego (“servo [do deus] Nabu”). O rei bem que tentou, mas o coração e a mente daqueles jovens já tinham Dono. O negócio era intensificar o processo de “transmutação mental”. Os garotos foram matriculados na “Universidade Federal de Babilônia”. Ali aprenderam a língua, os costumes, a ciência e a religião dos caldeus. Receberam o diploma. Mas o caráter permaneceu intacto. Eles haviam decidido assim muito tempo antes. Outra prova difícil (desta vez gastronômica) está registrada no verso 8 do capítulo 1 do livro de Daniel: “Mas Daniel propôs no coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia.” Seria uma honra poder se alimentar com as mesmas finas iguarias consumidas pelo monarca, mas Daniel e seus amigos não estavam preocupados com honras humanas e privilégios passageiros. Estavam, antes, preocupados em manter a mente limpa para terem discernimento intelectual e espiritual num mundo que queria sufocá-los. Conforme escreveu Ellen White, “jamais podereis conseguir um bom caráter só com o desejá-lo. Isto só poderá ser obtido mediante labor” (Mensagens aos Jovens, p. 348). Essa fibra e força de vontade dos três hebreus realmente surpreendem, porque, do ponto de vista humano, o que eles tinham a ganhar em se manterem fiéis à sua religião? Aparentemente, Deus os havia abandonado à própria sorte. Não havia ninguém da “igreja” para condená-los, caso cedessem à pressão. Nem mesmo os pais estavam ali para observá-los. Mas eles sabiam que viviam à vista de um Deus santo e que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:28), mesmo as coisas ruins para as quais não temos respostas enquanto as estamos experimentando. Qual o segredo da força dos quatro amigos? Isso ficará mais evidente no próximo capítulo. Mas, por hora, é preciso deixar claro que “[Daniel] foi brilhante exemplo daquilo que os homens podem chegar a ser quando unidos com o Deus da sabedoria” (Santificação, p. 19). Quando o chefe dos eunucos manifestou preocupação com a negativa dos hebreus de comer os “mac-lanches” babilônios, Daniel fez uma proposta movido por santa ousadia: que lhes fosse permitido comer legumes e beber água por dez dias. Desafio aceito. No
  • 3. fim daquele período, os quatro israelitas estavam plenamente saudáveis e foram considerados dez vezes mais inteligentes que os demais sábios do reino. Quando Deus nos pede que abramos mão de certas coisas, é porque sabe o que é melhor para nós. Ele criou nosso corpo e sabe que alimentos e hábitos lhe fazem bem. Ele criou nossos sentimentos e sabe que relacionamentos nos serão benéficos e edificantes. Ele criou nossa mente e sabe que entretenimentos poderão moldá-la para o bem. Por trás de cada negativa divina (não coma isso, não vá àquele lugar, não namore essa pessoa...) existe uma bênção. Existe proteção. Existe um futuro seguro. De certa forma, somos cativos neste mundo de pecado. Além das tragédias a que estamos sujeitos deste lado da eternidade, o inimigo exerce todo o seu poder na tentativa sutil de distorcer nosso caráter cristão. Usa a internet, a televisão, a música, relacionamentos, professores, livros e revistas para destruir os fundamentos de nossa fé. Se não estivermos construindo sobre a Rocha (Jesus), certamente seremos arrastados com a avalanche de mundanismo, licenciosidade e descrença que destrói o planeta. Daniel provou o gosto amargo da perda e da separação. Assim como Silvânia, que teve que viver uma rotina difícil, estressante, que apontava na direção contrária do Céu. Mas ele escolheu ser fiel. Sentava-se em frente ao “campo”, orava e lia as Escrituras. Como veremos adiante, fortalecido por esse relacionamento íntimo com o Criador, Daniel foi capaz de testemunhar num ambiente hostil e tocar a vida do maior monarca de sua época. Não importa o problema pelo qual você esteja passando ou a rotina acachapante em que esteja vivendo, manter comunhão com o Pai é a coisa mais importante; deve ser o principal compromisso em sua agenda. Sua vida eterna depende disso – e deve começar ali mesmo, em frente ao “campo”. (Michelson Borges, jornalista e mestre em teologia)