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RELAÇÃO ENTRE O FILME MATRIX,
 MITO DA CAVERNA DE PLATÃO E
          EDUCAÇÃO

     OFICINA PEDAGÓGICA

         Prof. Paulo
MATRIX
   Direção de Andy Wachowski e Larry Wachowski,
    E.U.A – 1999.
   Herói: Neo. É guiado por Morfeu para ouvir o
    oráculo. Uma profetisa pergunta a Neo se ele leu o
    que estava escrito na porta de entrada da casa em
    que acabou de entrar. Afirma que não. Então ela lê
    para ele: “Conhece-te a ti mesmo”.
   Grécia antiga: em Delfos há um templo dedicado a
    Apolo e no portal de entrada está escrito:
    “Conhece-te a ti mesmo”.
MATRIX
   Em Atenas muitos afirmavam que Sócrates era
    sábio e ele desejava saber o que significava ser um
    sábio e se ele poderia ser chamado sábio.
   Sócrates vai ao templo e o oráculo, que era uma
    mulher, perguntou-lhe: “O que você sabe?” Ele
    respondeu: “Só sei que nada sei”. Ao que o oráculo
    disse: “Sócrates é o mais sábio de todos os
    homens, pois é o único que sabe que não sabe”.
MATRIX
   Por que o paralelo entre Neo e Sócrates?
   Neo = “novo”, “renovado”.
   Morfeu = (mitologia grega) – filho do Sono e da
    Noite, tinha asas, voava em absoluto silêncio. Ao
    pousar levemente na cabeça de um ser humano,
    tocando-o com uma papoula vermelha, tinha o
    poder de fazê-lo adormecer e sonhar e também de
    aparecer-lhe no sonho, tomando forma humana.
MATRIX
   No filme Morfeu comunica-se com Neo dessa
    maneira. Neo acorda assustado com o ruído de
    uma mensagem na tela de seu computador. Morfeu
    sempre pergunta a Neo se ele tem sempre a
    impressão de estar dormindo e sonhando, como se
    nunca tivesse certeza de estar realmente desperto.
   Morfeu lhe mostra a Matrix, que é um computador
    gigantesco que tem o poder de usar e controlar a
    inteligência humana para dominar o mundo,
    criando uma realidade virtual ou uma falsa
    realidade na qual todos acreditam.
MATRIX
   Por que Neo é escolhido? Ele recebe a missão de
    libertar o mundo do poder de Matrix, por ser um
    pirata eletrônico, isto é, alguém capaz de invadir
    programas, decifrar códigos e mensagens, mas,
    sobretudo, porque ele também é capaz de rivalizar
    com a própria Matrix e competir com ela.
O MITO DA CAVERNA
       (PLATÃO – REPÚBLICA,
             LIVRO VII)
   Um grupo de pessoas moram numa caverna desde sua infância,
    presos por correntes nas pernas e no pescoço. Não conseguem
    mover-se. Vê somente o que se passa à sua frente. A luz que chega
    ao fundo da caverna vem de uma fogueira que fica sobre um monte
    atrás dos prisioneiros, lá fora. Entre esse fogo e os moradores da
    caverna, existe um caminho, com um pequeno muro, por onde as
    pessoas passam levando à cabeça vários tipos de objetos. Os
    prisioneiros conhecem as coisas pela sombra projetada na parede à
    sua frente. Consideram as imagens refletidas em forma de sombra
    como reais. Um dos presos se liberta. Ao sair da caverna, seus olhos
    ficam ofuscados com a luz do sol. Após habituar-se à luz, percebe os
    objetos, as pessoas, os animais como realmente são. Este homem
    retorna à caverna, dá a boa nova aos companheiros ainda presos.
    Logo em seguida os prisioneiros condenam-no como louco e matam-
    no.
EDUCAÇÃO
   Mundo interior da caverna; sombra : é o mundo das
    aparências. Os sentidos (dóxa = opinião) nos enganam.
   Como educadores, podemos pensar os conceitos de homem,
    sociedade, aprendizado, currículo, educação, avaliação, segundo a
    terminologia de Gramsci, pelo bom senso (núcleo sadio do senso
    comum).
   Mundo exterior da caverna: é o mundo real.
   Será que conhecemos o mundo real de nossos alunos?
    Conhecemos nossos alunos como realmente são ou os vemos
    através de nossos filtros mentais (crenças, valores, verdades,
    definição de ser humano alheios à realidade de nossos alunos)?
    Foucault diz que o poder é produtor de verdades sobre o indivíduo.
    Utilizamos “nosso poder” para dizer o que são nossos alunos sem
    levar em conta o que eles dizem deles mesmos, ou seja, definimos
    uma verdade sobre o aluno sem que ele participe da construção de
    sua verdade?
EDUCAÇÃO
   Correntes: conhecimento dogmático
   Há educadores que possuem conceitos
    pedagógicos cristalizados, resistindo ao que é
    novo.
   Ofuscamento dos olhos: o novo sempre traz
    medos, inseguranças, espanto. Após pesquisas e
    estudos adquirimos novos conhecimentos que
    iluminam as ações pedagógicas e docentes. É
    deixar as velhas crenças, valores, hábitos e
    costumes por outros novos. É também mudar a
    estrutura de nossos pensamentos.
EDUCAÇÃO
   Luz da fogueira: o conhecimento que vem
    através do lógos (razão). O conhecimento
    verdadeiro vem da epistéme (ciência).
   Segundo Marilena Chauí, o senso crítico possui
    três características: 1) capacidade para julgar,
    discernir e decidir corretamente; 2) exame racional
    de todas as coisas sem preconceito e sem pré-
    julgamento; 3) atividade de examinar e avaliar
    detalhadamente uma ideia, um valor, um costume,
    um comportamento, uma obra artística ou
    científica.
EDUCAÇÃO
   Perceber os objetos, as pessoas, os animais como
    realmente são: deixar o estado de ingenuidade, da mera
    opinião (senso comum) e adotar o senso crítico.
   Sol: representa o Bem.
   O homem que se libertou das correntes/Neo de
    Matrix: o educador, à maneira de Sócrates, é um maiêutico,
    isto é, o que ajuda no parto das ideias, o que desperta as
    qualidades dormentes de seus educandos.
   “Conhece-te a ti mesmo” = voltar-se para o próprio interior e
    analisar criticamente as opiniões cristalizadas, os
    preconceitos imbutidos, as crenças inquestionadas e, assim
    desconfiar das aparências e assumir as atitudes de busca da
    verdade (estudos, leituras, pesquisas constantes – itens
    necessários para refletir e melhorar as práticas educativas),
    amor pela sabedoria (Bem) que se consegue pelo esforço
    reflexivo.
BIBLIOGRAFIA
   CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Ática: São
    Paulo, 2005, pp. 9-24.
   FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Graal:
    Rio de Janeiro, 1993.
   SÃO PAULO (Estado). Secretaria da
    Educação. Ciências Humanas e suas
    Tecnologias – Filosofia – Caderno do
    Professor, Volume I, 3ª série, São Paulo: SEE,
    2009, pp. 23-35.

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Matrix, mito da caverna e educação

  • 1. RELAÇÃO ENTRE O FILME MATRIX, MITO DA CAVERNA DE PLATÃO E EDUCAÇÃO OFICINA PEDAGÓGICA Prof. Paulo
  • 2. MATRIX  Direção de Andy Wachowski e Larry Wachowski, E.U.A – 1999.  Herói: Neo. É guiado por Morfeu para ouvir o oráculo. Uma profetisa pergunta a Neo se ele leu o que estava escrito na porta de entrada da casa em que acabou de entrar. Afirma que não. Então ela lê para ele: “Conhece-te a ti mesmo”.  Grécia antiga: em Delfos há um templo dedicado a Apolo e no portal de entrada está escrito: “Conhece-te a ti mesmo”.
  • 3. MATRIX  Em Atenas muitos afirmavam que Sócrates era sábio e ele desejava saber o que significava ser um sábio e se ele poderia ser chamado sábio.  Sócrates vai ao templo e o oráculo, que era uma mulher, perguntou-lhe: “O que você sabe?” Ele respondeu: “Só sei que nada sei”. Ao que o oráculo disse: “Sócrates é o mais sábio de todos os homens, pois é o único que sabe que não sabe”.
  • 4. MATRIX  Por que o paralelo entre Neo e Sócrates?  Neo = “novo”, “renovado”.  Morfeu = (mitologia grega) – filho do Sono e da Noite, tinha asas, voava em absoluto silêncio. Ao pousar levemente na cabeça de um ser humano, tocando-o com uma papoula vermelha, tinha o poder de fazê-lo adormecer e sonhar e também de aparecer-lhe no sonho, tomando forma humana.
  • 5. MATRIX  No filme Morfeu comunica-se com Neo dessa maneira. Neo acorda assustado com o ruído de uma mensagem na tela de seu computador. Morfeu sempre pergunta a Neo se ele tem sempre a impressão de estar dormindo e sonhando, como se nunca tivesse certeza de estar realmente desperto.  Morfeu lhe mostra a Matrix, que é um computador gigantesco que tem o poder de usar e controlar a inteligência humana para dominar o mundo, criando uma realidade virtual ou uma falsa realidade na qual todos acreditam.
  • 6. MATRIX  Por que Neo é escolhido? Ele recebe a missão de libertar o mundo do poder de Matrix, por ser um pirata eletrônico, isto é, alguém capaz de invadir programas, decifrar códigos e mensagens, mas, sobretudo, porque ele também é capaz de rivalizar com a própria Matrix e competir com ela.
  • 7. O MITO DA CAVERNA (PLATÃO – REPÚBLICA, LIVRO VII)  Um grupo de pessoas moram numa caverna desde sua infância, presos por correntes nas pernas e no pescoço. Não conseguem mover-se. Vê somente o que se passa à sua frente. A luz que chega ao fundo da caverna vem de uma fogueira que fica sobre um monte atrás dos prisioneiros, lá fora. Entre esse fogo e os moradores da caverna, existe um caminho, com um pequeno muro, por onde as pessoas passam levando à cabeça vários tipos de objetos. Os prisioneiros conhecem as coisas pela sombra projetada na parede à sua frente. Consideram as imagens refletidas em forma de sombra como reais. Um dos presos se liberta. Ao sair da caverna, seus olhos ficam ofuscados com a luz do sol. Após habituar-se à luz, percebe os objetos, as pessoas, os animais como realmente são. Este homem retorna à caverna, dá a boa nova aos companheiros ainda presos. Logo em seguida os prisioneiros condenam-no como louco e matam- no.
  • 8. EDUCAÇÃO  Mundo interior da caverna; sombra : é o mundo das aparências. Os sentidos (dóxa = opinião) nos enganam.  Como educadores, podemos pensar os conceitos de homem, sociedade, aprendizado, currículo, educação, avaliação, segundo a terminologia de Gramsci, pelo bom senso (núcleo sadio do senso comum).  Mundo exterior da caverna: é o mundo real.  Será que conhecemos o mundo real de nossos alunos? Conhecemos nossos alunos como realmente são ou os vemos através de nossos filtros mentais (crenças, valores, verdades, definição de ser humano alheios à realidade de nossos alunos)? Foucault diz que o poder é produtor de verdades sobre o indivíduo. Utilizamos “nosso poder” para dizer o que são nossos alunos sem levar em conta o que eles dizem deles mesmos, ou seja, definimos uma verdade sobre o aluno sem que ele participe da construção de sua verdade?
  • 9. EDUCAÇÃO  Correntes: conhecimento dogmático  Há educadores que possuem conceitos pedagógicos cristalizados, resistindo ao que é novo.  Ofuscamento dos olhos: o novo sempre traz medos, inseguranças, espanto. Após pesquisas e estudos adquirimos novos conhecimentos que iluminam as ações pedagógicas e docentes. É deixar as velhas crenças, valores, hábitos e costumes por outros novos. É também mudar a estrutura de nossos pensamentos.
  • 10. EDUCAÇÃO  Luz da fogueira: o conhecimento que vem através do lógos (razão). O conhecimento verdadeiro vem da epistéme (ciência).  Segundo Marilena Chauí, o senso crítico possui três características: 1) capacidade para julgar, discernir e decidir corretamente; 2) exame racional de todas as coisas sem preconceito e sem pré- julgamento; 3) atividade de examinar e avaliar detalhadamente uma ideia, um valor, um costume, um comportamento, uma obra artística ou científica.
  • 11. EDUCAÇÃO  Perceber os objetos, as pessoas, os animais como realmente são: deixar o estado de ingenuidade, da mera opinião (senso comum) e adotar o senso crítico.  Sol: representa o Bem.  O homem que se libertou das correntes/Neo de Matrix: o educador, à maneira de Sócrates, é um maiêutico, isto é, o que ajuda no parto das ideias, o que desperta as qualidades dormentes de seus educandos.  “Conhece-te a ti mesmo” = voltar-se para o próprio interior e analisar criticamente as opiniões cristalizadas, os preconceitos imbutidos, as crenças inquestionadas e, assim desconfiar das aparências e assumir as atitudes de busca da verdade (estudos, leituras, pesquisas constantes – itens necessários para refletir e melhorar as práticas educativas), amor pela sabedoria (Bem) que se consegue pelo esforço reflexivo.
  • 12. BIBLIOGRAFIA  CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Ática: São Paulo, 2005, pp. 9-24.  FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Graal: Rio de Janeiro, 1993.  SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Ciências Humanas e suas Tecnologias – Filosofia – Caderno do Professor, Volume I, 3ª série, São Paulo: SEE, 2009, pp. 23-35.