Contribuições do fotojornalismo na construção das identidades contemporâneas uma análise dos olhares veiculados na mídia impressa
1. VIII Colóquio Técnico-Cientifíco do UniFOA
Contribuições do fotojornalismo na construção das identidades
contemporâneas: uma análise dos olhares veiculados na mídia impressa
PINNA, Aline da Fonseca; FELICIANO, Luiz Antonio
Fundação Oswaldo Aranha (UniFOA) - Centro Universitário de VoltaRedonda
Introdução:
Este trabalho procura abordar as contribuições do fotojornalismo na construção dos
sujeitos, na sociedade contemporânea. A partir dos avanços tecnológicos, a
fotografia ganha outros aspectos na vida cotidiana, principalmente pela
instantaneidade na captura da imagem e a liberdade na alteração da realidade
fotografada. Nesse sentido, faz-se necessária uma abordagem do fotojornalismo e
da sua postura frente aos avanços que a tecnologia permitiu. A fotografia carrega,
pela sua gênese, refrações (MACHADO, 1984) que se reforçam e se redesenham
de acordo com o topos em que se encontra o fotógrafo. Por esse viés, fotógrafo
amador e fotojornalista comungam com as mesmas diretrizes para o fotográfico.
Porém, com conhecimentos de causa e intencionalidades diferentes na produção e
na recepção das mensagens visuais. Para pensar a problematização levantada são
estudadas fotografias do jornal O Globo. Foram escolhidas cinco imagens que
estamparam a capa, durante o mês de maio, de 2014. A escolha aconteceu de
forma aleatória. Acredita-se que essa abordagem foi a mais correta para a busca
das semelhanças ou dessemelhanças nos olhares profissional e amador. E, ainda,
as intersecções a que estão sujeitas.
Objetivo:
Entender como a fotografia digital tem influenciado o fotojornalismo e como isso se
reflete na construção dos sujeitos contemporâneos. É importante, desse modo,
identificar elementos que fazem parte do fotojornalismo e que têm relação direta
com as práticas sociais contemporâneas, sobretudo, com as novas maneiras de
relacionamento da sociedade com a prática fotográfica diária.
Metodologia:
Parte do desenvolvimento do trabalho se deu a partir de considerações em
conteúdos teóricos que abordam a temática levantada. Num outro viés, uma
abordagem analítica tem sido desenvolvida, como ponto de apoio – ou, mesmo,
2. VIII Colóquio Técnico-Cientifíco do UniFOA
contraponto – às abordagens teóricas. Dessa maneira, uma análise em fotografias
de cinco capas do jornal “O Globo”, do mês de maio de 2014, se encontra em fase
de finalização. A escolha das fotos aconteceu de forma aleatória. Porém, procurou-
se evidenciar as semelhanças que as mesmas apresentavam com as fotografias
amadoras cotidianas. O método utilizado para a análise é o comparativo (GIL, 2008)
por possibilitar identificar as semelhanças e dessemelhanças entre o fotojornalismo
e a fotografia amadora.
Resultados:
Hoje, veem-se imagens a todo o instante, pois elas são tiradas a qualquer momento.
Com os diversos recursos disponíveis, os programas têm facilitado às alterações nas
fotografias. Essa prática se naturalizou na vida das pessoas comuns. Mesmo que as
fotografias proporcionem um olhar diante da realidade, elas podem causar um
estranhamento com a sua manipulação. Com a fotografia digital inserida no
fotojornalismo, dá para perceber a influência da tecnologia sobre as relações sociais.
A internet possibilitou uma diversificação nos modos de veiculação da notícia. Isso
contribuiu para o aparecimento de jornais e revistas online. Daí surge o
webjornalismo como um recurso narrativo jornalístico. Esse aparecimento facilita o
surgimento do “fotojornalistas amadores”. Várias empresas de notícias tem se
aproveitado da generosa produção fotográfica amadora para estampar imagens em
seus sites de notícias.
Conclusão:
A tecnologia tem possibilitado maior produção fotográfica. A internet facilita a
veiculação de conteúdos. O webjornalismo surge com o propósito de agilizar a
veiculação de informações jornalísticas. A inserção de fotografias amadoras, nesses
espaços, possibilita a criação de fotojornalistas amadores. Os reflexos do
fotojornalismo vão estar presentes nas fotografias das pessoas comuns, que
passam a olhar o cotidiano como conteudistas. O fotojornalismo ganha um pouco da
cara dos olhares amadores. Acreditamos, dessa maneira, na contribuição da
fotografia amadora para a construção de uma nova “estética visual”, nos parâmetros
propostos por André Parente (2007) e na influência do fotojornalismo profissional
nos modos de olhar o cotidiano.
3. VIII Colóquio Técnico-Cientifíco do UniFOA
Referências bibliográficas:
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imprensa da era pós-fotográfica. Dissertação de mestrado. Rio de Janeiro: UFRJ,
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partir da análise das imagens fotojornalísticas. disponíveis no UOL Notícias”.
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2008.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. São Paulo: Atlas,
2008.
MACHADO, Arlindo. A Ilusão Especular. Introdução à Fotografia. Rio de Janeiro: Ed.
Brasiliense, Funarte, 1984.
PARENTE, André. “Cinema em trânsito: do dispositivo do cinema ao cinema do
dispositivo”. In: PENAFRIA, Manuela; MARTINS, Índia Mara (Org.). Estéticas do
digital: Cinema e Tecnologia. Covilhã-PT: Livros LabCom,2007.
PERSICHETTI, Simonetta. “A encruzilhada do fotojornalismo”. Discursos
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SOUSA, Jorge Pedro. Uma história crítica do fotojornalismo ocidental. Porto:
Universidade Fernando Pessoa, 1998, 320 p.
Palavras-chave: Fotojornalismo; fotografia digital; subjetividades; O Globo,
fotografias.
aline.pinna@yahoo.com.br