Investidores despertam para o potencial do golfe no Brasil. O país terá 30 novos campos e amplia oferta de resorts de luxo. Número de praticantes triplica e atrai grandes patrocinadores. Cresce o circuito de torneios exclusivos para empresários e altos executivos.
1. ESPECIAL
NEGÓCIOS
EM JOGO
SUPLEMENTO – 31 DE MARÇO, 2011
Investidores despertam
para o potencial
do golfe no Brasil
País terá 30 novos campos e amplia oferta de resorts de luxo
Número de praticantes triplica e atrai grandes patrocinadores
Cresce o circuito de torneios exclusivos para empresários e altos executivos
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2. A2 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL NEGÓCIOS EM JOGO | Quinta-feira, 31.3.2011
ARTIGO
Oportunidade única
golfe brasileiro passa por um departamento de marketing profissionali- mercado imobiliário e de material esporti-
O
momento único. O potencial zado já captou patrocínios de empresas de vo. Não é a toa que o esportista mais bem
de negócios do esporte em ponta, que descobriram as vantagens de li- pago da história é Tiger Woods, um golfista.
nosso país já era muito im- gar suas marcas a um esporte praticado por Começaremos este ano o CBG Pro Tour,
portante por conta do turis- formadores de opinião e tomadores de de- o Circuito Brasileiro de Golfe, torneio vol-
mo de golfe. No final de 2009, cisão. HSBC, CreditSuisse Hedging-Griffo, tado para profissionais. A ideia dessa com-
o Brasil foi eleito o Destino de Golfe Revela- Gillette, Bombril e Embrase são algumas petição é promover a entrada de mais atle-
ção do Ano pela Associação Internacional das empresas que têm colhido bons frutos tas brasileiros nos principais circuitos
dos Operadores de Turismo de Golfe, maior por conta de seu apoio ao esporte. mundiais nos próximos anos. O Aberto do
entidade do setor. Também em 2009 veio a Temos excelentes atletas estudando Brasil, principal competição profissional
melhor notícia: o Rio de Janeiro vai sediar nos Estados Unidos e representando bem do país organizada pela CBG, tende a cres-
em 2016 o retorno do golfe às Olimpíadas. suas faculdades no circuito universitário cer em importância ao longo dos próximos
Esse era um momento aguardado pelo es- americano. Num futuro breve, esses mes- anos, atraindo jogadores do mundo todo e
porte há décadas, abrindo oportunidades mos atletas estarão lutando por vagas nos se tornando mais um palco para que nos-
sem precedentes para o golfe brasileiro. principais circuitos mundiais e, claro, na sos atletas de ponta possam brilhar.
A Confederação Brasileira de Golfe está Olimpíada. No final de 2010, o paulista AConfederaçãoBrasileiradeGolfevaitra-
preparada para os desafios que vem pela Alexandre Rocha se classificou para o PGA balhar duro nos próximos anos para que as
frente. Sabemos que há muito trabalho a Tour, que reúne a elite do golfe mundial, R a chi d H a dur a Or r a Olimpíadas não sejam apenas um fim, mas
fazer. Além de trabalhar em conjunto com numa prova de que nossos atletas têm Presidente da um meio para o desenvolvimento do esporte
Confederação
as principais entidades mundiais do espor- muito potencial a ser mostrado ao mundo. Brasileira de Golfe no país. O golfe, além de excelente oportuni-
te e com o Comitê Olímpico Brasileiro para No mundo inteiro o golfe é uma potên- dade de negócios, é um esporte envolvente e
que os Jogos de 2016 sejam um sucesso ab- cia, com mais de 60 milhões de praticantes apaixonante, que pode ser praticado tanto
soluto, temos como desafio preparar nos- espalhados por todos os continentes. O es- poratletasdealtorendimentocomotambém
sos atletas para representarem bem o País. porte é um dos poucos, senão o único, que por menores de oito anos e maiores de 80
A palavra-chave para desenvolver o está intimamente envolvido com indús- anos. O legadoqueoRio2016 deixaráaogolfe
golfe brasileiro é o profissionalismo. Nosso trias bilionárias como a de turismo, de brasileiro é algo que não será desperdiçado.
Líderes abandonam as salas de reuniões
para selar acordo entre boas tacadas
ubstitua a mesa de reuniões Segundo o diretor comercial da Em- de golfe. Lá eles jogam, almoçam, encerram
Empresas
S
por um gramado verde. As brase, Douglas Delamar, as ações vincula- a partida e jantam. Dessa forma, criam-se
utilizam o canetas são deixadas de das à modalidade rendem 8% do número amizades e negócios acabam sendo feitos
lado. No seu lugar, surgem total de clientes à entidade – que possui dentro do golfe. O esporte permite isso”.
golfe como tacos. Papéis e formalidades cerca de 520 associados. “A empresa sem-
ferramenta ficam no escritório. Metas e pre teve o interesse em apoiar o golfe, tem CIR CU ITO E MPR E SA R IA L
alvos são discutidos a cada lance até o a ver com o gosto dos seus proprietários. Para atender à demanda de golfistas-exe-
para a acordo final. A bola no buraco sela um Em 2010, a Embrase apoiou 32 eventos li- cutivos, a Golfe & Cia – a primeira organi-
concretização contrato e a possibilidade de futuros ne- gados ao esporte – todos eles voltados ao zadora de eventos voltada à modalidade
gócios. Em muitas ocasiões, o golfe age networking. O golfe nos faz conhecer no- no Brasil – promove há nove anos o Cir-
de negócios como ferramenta para a concretização de vos clientes”, afirmou Delamar. cuito Empresarial de Golfe. De acordo
e networking negócios e networking. Várias são as em- Segundo o executivo, a estratégia de utili- com Paulo Pimentel, diretor da empresa, a
presas que enxergam no golfe um instru- zar o golfe mostra o quanto a empresa é dife- ideia de fazer esse torneio se deveu à qua-
TEXTO D O U G L A S W ILLI AM S mento para marketing de relacionamen- renciada. “Caso um cliente queira marcar lificação desse tipo de jogadores.
to. Em algumas delas, o esporte é visto uma reunião com nosso presidente, ele é re- “A gente percebeu que tinha na mão
como um dos principais vértices para cebidocomumcafédamanhãemnossasede. um segmento altamente qualificado no
atrair clientes. Depois, um helicóptero os leva até um clube aspecto financeiro. E há algo mais que une
Fotos: divulgação
o relacionamento interpessoal ao golfe. O
campo é bonito. O tempo de jogo é de
4h30, mas para o golfista é um período
prazeroso. A hora passa voando. Dessa
forma, um executivo encontra outro de
forma totalmente desarmada e num lugar
propício para negociar. Mas além de ter
esse componente forte, eles são apaixona-
dos pelo golfe”, explicou.
Papear com o alto executivo de uma im-
portante companhia sem maiores cerimô-
nias é uma das principais ações do Circuito.
“No campo você pode conversar com o pre-
sidente ou diretor de uma empresa. Se você
não o conhece e quer encontrá-lo num es-
critório, vai passar uma agenda para dali 30,
40 dias, para uma reunião de 30 minutos. O
golfe possibilita que você esteja com ele por
4h30. Dessa forma, o Circuito acaba permi-
tindo o marketing de relacionamento”,
afirmou o diretor da Golfe & Cia.
Pimentel disse ainda que o Circuito Em-
presarial permite dois tipos de ferramentas
de marketing de relacionamento em suas
etapas. “Há ações isoladas – para tratamen-
to individual –, ou coletivas – com eventos
sociais ao final de cada torneio”, salientou o
dirigente, revelando que a Golfe & Cia pro-
moverá entre 30 e 40 eventos em 2011.
3. BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL NEGÓCIOS EM JOGO | Quinta-feira, 31.3.2011 | A3
HSBC LPGA Brasil Cup 2011.
O HSBC patrocina o principal circuito feminino de golfe do mundo. Venha acompanhar uma das etapas mais importantes do
ano com a presença das maiores jogadoras da atualidade. Dias 28 e 29 de maio, no Itanhangá Golf Club, no Rio de Janeiro.
Incentivado pela: Patrocínio:
HSBC Bank Brasil S.A. - Banco Múltiplo | SAC HSBC 0800 729 5977 | SAC e Ouvidoria HSBC Deficientes Auditivos 0800 701 5934 | Ouvidoria do HSBC 0800 701 3904 | hsbc.com.br/ouvidoria
HSBC Bank Brasil S.A. – Banco Múltiplo
4. A4 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL NEGÓCIOS EM JOGO | Quinta-feira, 31.3.2011
ESTÍMULO AO TURISMO
Golfe atrai capital
estrangeiro para
resorts de luxo
País tem cerca de 30 campos em construção; hotéis
exclusivos deverão movimentar R$ 1,1 bi ao ano
TEXTO D O U G L A S W ILLI AM S
Brasil se tornou o novo oásis O mercado de golfe movimenta cerca de
O
de resorts com campos de US$ 10 bilhões por ano no mundo e os re-
golfe. No momento, em tor- sorts registram entre os hóspedes 25% de
no de 30 projetos do gênero estrangeiros. Diante desses números, a
estão em execução no País. Embratur, a CBG e a Associação Brasileira
Alguns serão inaugurados de Resorts assinaram no último mês de de-
ainda em 2011. E eles são construídos nos zembro um acordo para promover o Brasil
mais diversos estados brasileiros. Seja no no exterior. Ele prevê apoio à comerciali-
Norte, Nordeste ou Sul, o turismo de golfe zação dos produtos, serviços e destinos de
virou vedete, por conta da alta demanda golfe e resorts, além da qualificação de
de turistas-golfistas mundo afora. profissionais que atuam na área.
“Nos últimos 10 anos, o número de cam-
pos abertos em resorts cresceu bastante. ESTRE IA N A PARAÍBA
Temos casos no Amazonas, Ceará, Sergipe, O Águas da Serra Golf Club foi inaugurado no
Paraíba e Rio Grande do Norte. E essa ten- últimodia19nacidadedeBananeiras,naPa-
dência não vai parar mais. O crescimento raíba. Tornou-se, assim, o primeiro campo
social e econômico e o aumento da segu- de golfe do Estado e o oitavo campo de golfe
rança no Brasil fizeram os grandes conglo- do Nordeste. O campo de nove buracos é um
merados investirem mais no País”, afirmou projeto de R$ 4 milhões e foi desenhado por
o vice-presidente de marketing da CBG. Sebastião Neres, da NGA Golf. “O empresá-
De acordo com a Embratur (Instituto rio que construiu o campo na Paraíba (Alírio
Brasileiro de Turismo), os mais de 45 resorts Trindade Leite) consultou várias pessoas
que existem no Brasil geram durante um evento na Bahia
um faturamento de cerca de e chegou ao meu nome”,
R$ 1,1 bilhão ao ano. O gasto afirmou Neres.
médio de um golfista em Há 12 anos no mercado
viagem é de 30% a 50% de projetos de campos de
maior que o de um turista golfe, o projetista ressalta o
comum. Por tudo isso, todo crescimento do setor no
grande investimento no se- Brasil. “Nosso mercado tem
tor é recompensado. Po- evoluído bastante. A NGA
rém, um pouco de paciên- trabalha hoje com três pro-
cia também é necessário. jetos de campo de golfe: um
“O empreendedor bra- com prazo de entrega para
sileiro vê o golfe com oti- “O clima tropical esse ano e outros dois para
mismo. Ele pode passar os favorece muito o 2012. Todos eles estão atre-
três anos após a inaugura- Brasil, pois pode-se lados a condomínios de re-
ção com um certo aperto,
mas depois o investimen-
to é valorizado em torno
jogar golfe o ano
inteiro. O ambiente
sorts, muito graças a esse
boom imobiliário”.
O Águas da Serra Golf
O jogo que pode mudar
de sete vezes mais. É um é convidativo” Club faz parte do Águas da
retorno grande”, afirmou Michael Rumpf-Gail, Serra Haras & Golf, um em-
Sebastião Neres, projetis- presidente do preendimento que reúne
Douglas Delamar é
ta da NGA Golf, especiali- Complexo Terravista condomínio de 665 lotes de um desses apaixonados
zada em desenvolver 450 m² a 8.000 m², sendo 60
campos de golfe. deles ao redor do campo. O
que deve tudo —
Neres fez uma comparação da tendência empreendimento possui ainda o Serra Golf ou quase —
brasileira com a situação da Argentina, país Hotel, instalado num casarão restaurado de
em que o esporte é mais disseminado. “O 1920 localizado no centro da cidade, a 5 mi-
ao esporte.
investimento no Brasil tem crescido a cada nutos de carro do condomínio e do campo. Depois de um começo
dia. Podemos nos comparar à distância A cidade turística de Bananeiras fica a
com a Argentina. O nosso bom momento 141 km de João Pessoa, capital do Estado, a sem compromisso,
econômico e a crise que os vizinhos vive- 150 km de Natal (RN) e a 70 km de Campi- tornou-se dirigente
ram fizeram o Brasil se tornar a bola da vez na Grande (PB). Numa altitude superior a
no golfe. A economia tem favorecido isso”. 600 metros, possui clima ameno que atrai de federação,
Outro fator preponderante que faz o turistas o ano inteiro. conseguiu emprego
País se tornar um destino procurado pelo O condomínio Águas da Serra Haras &
ramo de resorts foi lembrado pelo presi- Golf, o Águas da Serra Golf Club e o Hotel e até casou (!) em
dente do Complexo Terravista, de Tranco- Serra Golfe são projetos do Grupo LTL Cons- um campo de golfe
so (BA), Michael Rumpf-Gail: o clima tro- truções, do empresário Alírio Trindade Lei-
pical. “Isso é muito favorável para o Brasil, te. “Investimos no golfe por acreditar no
pois pode se jogar golfe o ano inteiro. Te- crescimento do esporte e por saber do forte
mos um ambiente convidativo. Acho que potencial turístico da prática”, diz Trindade
estados como a Bahia e outros podem se Leite. “Campos de golfe atraem turistas e
aproveitar desse potencial”. agregam valor ao empreendimento.”
5. BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL NEGÓCIOS EM JOGO | Quinta-feira, 31.3.2011 | A5
Fotos: divulgação
Com vista para as Trancoso
falésias da Costa do
Descobrimento, o sedia campo
Terravista Golf Course,
na Bahia, é considerado
o melhor campo do país
paradisíaco
O Terravista Golf Course
é a alma do Complexo
Terravista, localizado em
Trancoso, no sul da Bahia.
Fundado em 2004,
é o campo de golfe mais
conhecido do Brasil.
Desenhado pelo americano
Dan Blankenship,
é considerado pela revista
americana Golf Digest
como o melhor campo
de resort turístico do país.
Tanta fama se explica
primeiro pela beleza do
local onde está instalado.
Parte do campo foi
construída no alto das
falésias que enfeitam
a Costa do Descobrimento.
A ideia para a construção
do campo partiu de
Blankenship e recebeu
o aval do presidente do
Terravista, Michael Rumpf-
-Gail. “Quando elaboramos
o projeto do resort,
o projetista me disse
que primeiro deveríamos
pensar num campo de
golfe. Isso começou em
meados dos anos 90, mais
exatamente em 1997. Eu
tinha uma casa na região
de Trancoso. Percebi
que ali tinha várias
possibilidades de se fazer
um grande investimento,
tinha espaço para isso”.
A área escolhida
compreendia um terreno
que tinha dois quilômetros
de frente para o mar sobre
as falésias. “Não mexemos
na vegetação – não
quisemos promover
desmatamento algum.
Tudo com o espírito de
respeito à natureza”,
salientou o empresário.
r a vida de um executivo Além do espaço para
o campo de golfe de
18 buracos, foi construído
um aeroporto com pista
vida pessoal e profissional de timo é considerado sagrado, uma vez que no. Era o mês de maio. Foi quando voltei a de 1,5 mil metros, para
A
Douglas Delamar certamente geralmente consagra campeões e se encon- ter contato com aquele que emprestou o comportar até os maiores
seria outra se ele jogasse fute- tra mais próximo da sede do clube. Apesar helicóptero para o meu casamento, Wag- jatos particulares do mundo.
bol todas as quartas-feiras à da proposta inusitada, ela ganhou o respal- ner Martins, presidente da Embrase”. O cartão-postal do campo
noite. A partir de 1998, in- do dos associados. “Os próprios golfistas Martins convidou Delamar para ser o é o buraco 14, pois ele
centivado pelo irmão e pela ajudaram na cerimônia. Um deles até pro- diretor comercial de sua empresa, radica- exige uma tacada precisa
curiosidade, decidiu bater uma bolinha em videnciou um helicóptero para os convi- da há mais de duas décadas nas áreas de se- por cima do despenhadeiro.
outros gramados. Ao se dedicar ao golfe, De- dados e a noiva. Foi a primeira que houve gurança e vigilância patrimonial e serviços “O Terravista chama a
lamar pôde presidir uma federação esta- uma casamento assim no Brasil – e até gerais e que conta com 14 mil funcionários. atenção pelo fato de ser
dual, fazer networking a ponto de rece- onde sei , a única até aqui”, afirmou. A oferta partiu justamente pelo fato do instalado ao lado da Mata
ber convite de emprego e casar no Logo depois, uma proposta profissional presidente querer alguém ligado ao golfe Atlântica, sobre as falésias.
green do buraco 18 de um tradi- fez Delamar ir para Recife (PE). Mas o gol- para investir no setor. O executivo aceitou É um dos melhores campos
cional clube paulistano. fe seguiu em sua vida. No Caxangá Golf & o convite prontamente, e desde então des- do mundo, e foi eleito
Tudo isso aconteceu grada- Country Club, continuou a jogar e se en- envolve trabalhos ligados à modalidade. o melhor do Brasil.
tivamente em sua vida. As pri- volver com o esporte, até virar presidente Treze anos depois de sua primeira taca- As pessoas que jogam
meiras tacadas foram no driving da Federação Pernambucana de Golfe. Lá, da, Delamar, hoje com 39 anos, comemo- lá querem voltar, muito
range da Federação Paulista de ajudou a completar o campo do Caxangá. ra o ingresso do esporte em sua vida. “O graças à obra feita
Golfe, em São Paulo (SP). Seu jogo golfe nos permite a possibilidade de con- por Deus lá.” D . W.
foi se aperfeiçoando com tempo, as- REV IRAVOLTA tatar dirigentes, presidentes, CEOs. Além
sim como sua rede de contatos. Em 2008, decidiu retornar para São Paulo. disso, melhorou minha concentração, afi-
Em 2003, uma tacada arrojada: deci- E o golfe seguiu viagem com ele. Desta vez, nal sua ideologia é muito tranquila. Ela
diu se casar. A ideia era fazer a cerimônia de para uma reviravolta profissional. “Em preza pela sequência de movimentos cor-
casamento no green do buraco 18 do Guara- 2009, fui participar de um evento em que retos. É isso o que mais importa, onde quer
piranga. Em um campo de 18 buracos, o úl- muitos diziam reunir 40% do PIB paulista- que se atue”. D . W .
6. A6 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL NEGÓCIOS EM JOGO | Quinta-feira, 31.3.2011
POPULARIZAÇÃO DO GOLFE ESPORTE DA ELITE
OS TIPOS DE TACO
Argentina inspira
A BOLA E O APOIO
Cover: cobertura
modelo brasileiro Grip: punho
Para dirigentes do esporte, desafio é converter
interesse empresarial em formação de talentos;
para isso, país precisará de mais campos públicos Dimple: alvéolo
TEXTO D O U G L A S W ILLI AM S
Tee: nome do pino de
plástico que sustenta
omo transformar o apoio dade de ser utilizada para a Olimpíada a bola na primeira
C
tacada, também é o
maciço de grandes empresas uma área nas imediações do Recreio dos
local onde é dada a
em semente para a geração Bandeirantes. Aí a coisa mudará bastan- primeira tacada em Bola em
de talentos profissionais? te. A partir disso, o Tour Europeu e o PGA cada buraco tamanho real
Para isso, uma das grandes (dois dos principais circuitos profissio- (4,2 cm)
ambições a construção de nais do mundo) viriam realizar torneios
campos públicos no Brasil. Somente a par- com maior freqüência no Brasil”, afir-
tir deste ciclo é que a Confederação Brasi- mou o dirigente.
leira de Golfe (CBG) entende que a modali- Além do centro de excelência, a CBG
dade se consolidará no país. Segundo o espera a viabilização de parcerias para
vice-presidente de marketing da CBG, instalar escolinhas para a geração de no-
Paulo Pacheco, esse trabalho fará do golfe vos golfistas. “Com as Olimpíadas, gran-
um esporte mais próximo da população. des conglomerados começaram a se atre-
“No golfe, a grande maioria dos clubes é lar ao golfe. Várias empresas estão
fechada e cara. Precisamos de campo pú- apoiando escolinhas de base. Isso é im-
blico para facilitar o acesso à população e portante para o futuro e vai de encontro ao Shaft: haste
de investimento na base. Todas as grandes sistema profissional criado dentro da CBG,
empresas iriam ajudar nesse processo. O que prevê inclusive a formação de profes-
Governo Federal, por meio do Ministério sores para a base do nosso golfe”.
do Esporte, e os Estados têm esse interesse. O golfe já participou de duas Olimpía-
Acredito que dentro de dois anos o quadro das: 1900, em Paris (França), e 1904, em
Head: cabeça
cabeça
será diferente”, vislumbra o dirigente. Saint Louis (EUA). Em 1908, o esporte
O exemplo argentino foi lembrado por deveria ser uma das modalidades dos Jo-
Pacheco. “Fazemos um intercâmbio com a gos de Londres, mas uma desavença en-
federação local. Lá é possível encontrar di- tre Estados Unidos e Grã-Bretanha can-
versos campos públicos. O Angel Cabrera celou a disputa – os norte-americanos Putter: taco específico
específiico Iron taco e ferro,
Iron: t de ferro
n: Wood:
Wo taco usa para jogadas
ood: usado s
(principal golfista argentino da atualidade queriam que a modalidade fosse a stroke usado para no putt ng
putting
tin usado para jogadas
usa o
ado jogadas
ogadas
s de longa distância. Tem esse
distância
a.
e vencedor de dois torneios majors) era play, em que todos disputam contra to- green, ou seja, para
para curtas
cur s
rtas nome
me cabeça
nom pois sua cab costuma
beça
caddie (carregador de tacos). A inclusão dos e vence quem dá menos tacadas, en- colocar a b l no b raco
l bola buraco ser d madeira
de d i
social foi fundamental na vida dele. Ter um quanto que os britânicos queriam o
golfe como o da Argentina seria um sonho match play, em que cada jogador enfren- O MOVIMENTO BÁSICO
para o Brasil”. ta um adversário por vez em chaves eli-
1 2 3
Aliar a formação de talentos e suporte minatórias, num mata-mata.
financeiro é o principal objetivo da CBG A prática só obteve sucesso para retor-
hoje. “Queremos fomentar o golfe e abrir nar para as Olimpíadas em 2016. Pela pri-
portas para grandes investimentos no es- meira vez, todas as maiores entidades do
porte. Desse modo, formaremos atletas esporte, como R&A (Royal & Ancient Golf
dentro de uma linha profissionalizante Club, que rege o golfe na maior parte do
desde a base. Queremos que eles tenham mundo, incluindo o Brasil), USGA (United
acesso a intercâmbios em outros países. States Golf Association, que rege o golfe
Até hoje ainda não conseguimos formar nos EUA e no México), PGA (Associação
um atleta que figure entre os 50, 100 me- dos Profissionais de Golfe dos EUA), LPGA
lhores do mundo. Essa é a nossa inten- (Associação Feminina das Profissionais de
ção”, disse o vice-presidente de marke- Golfe dos EUA), European Tour (Circuito Swing: balanço do corpo para dar a tacada
ting da entidade. Europeu), entre outras, se uniram em tor-
no desse objetivo comum.
RIO-2016: UM DIVISOR DE ÁGUAS A Federação Internacional de Golfe
Pacheco vê os Jogos Olímpicos de 2016, (IGF, na sigla em inglês) propôs ao COI ENTREVISTA | ALEXANDRE ROCHA | ESTRELA DO GOLFE BRASILEIRO
que serão realizados no Rio para 2016 uma disputa de
de Janeiro, como ponto- stroke play em 72 buracos, Ele é o primeiro atleta do país
-chave nesse processo. sendo 18 buracos por dia, a obter o acesso ao principal
Para o vice-presidente de PALAVRA-CHAVE num torneio de quatro circuito do golfe mundial em
marketing da CBG, esse dias, com 60 homens e 60 29 anos. A façanha de conseguir
será um divisor de águas
para o golfe brasileiro, tan-
✽ mulheres. Terão vagas nos
torneios os 15 primeiros
o cartão do PGA Tour colocou o
paulista Alexandre Rocha, de 33
to no que diz respeito a in- Nome vem do Kolb, colocados nos rankings anos, como uma das referências
vestimento no esporte mundiais masculino e fe- do esporte no país. Mas a tarefa
quanto na criação de alter- “taco” em alemão minino, independente- foi árdua. Ele levou quase
nativas para a falta de cam- mente da nacionalidade. 10 anos tentando ingressar no
pos públicos. Embora a origem do termo Como o Brasil será sede das grupo dos melhores profissionais
“Esse processo deverá seja germânica, a tese mais Olimpíadas de 2016, espe- do mundo. Para 2011, suas
ser intensificado quando provável é que o golfe ra-se que os golfistas brasi- pretensões são de marcar
tivermos um centro de tenha surgido na Escócia, leiros tenham vaga garan- o maior número de pontos
treinamentos, possivel- entre os séculos XIV e XV. tida na disputa, mas isso possíveis para se manter
Divulgação
mente dentro do campo O esporte também teria ainda não foi definido pela no PGA Tour. A seguir,
que será utilizado para os inspiração no paganica, jogo IGF (Federação Interna- Rocha analisa o atual
Jogos. Existe a possibili- praticado pelos romanos. cional de Golfe). momento do golfe no Brasil.
7. BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL NEGÓCIOS EM JOGO | Quinta-feira, 31.3.2011 | A7
O CAMPO CARACTERÍSTICAS
Veja algumas das partes mais importantes DO JOGO DADOS DE 2010 SOBRE O GOLFE
do campo, também conhecido como Course NO BRASIL
Par: referência da média de
tacadas para embocar a bola em No Brasil, o golfe é um esporte em pleno
cada buraco. A soma dos pares desenvolvimento, movimenta cerca de R$ 500
dos 18 buracos é o par do campo milhões por ano, segundo Confederação Brasileira de
Golfe (CBG). Esta modalidade vem ganhando cada vez
Albatroz: acertar o buraco com mais adeptos e locais propícios para sua prática no
três tacadas abaixo do par país. Em 2010, o mercado brasileiro estava estimado
estabelecido em 25 mil praticantes, contra apenas 7 mil em 2000
Birdie: acertar o buraco com uma PERFIL DO GOLFISTA BRASILEIRO
Rough: local de grama tacada abaixo do par
mais alta e difícil de jogar,
Tee: ponto de saída geralmente perto de
árvores e arbustos
Bogey: acertar o buraco com
uma tacada acima do par
34,5%
dos golfistas nacionais são proprietários de empresas
Eagle: acertar o buraco com duas
tacadas abaixo do par 44,4%
são dirigentes ou ocupam cargos de decisão nas
Stroke-Play: modalidade em empresas que trabalham
que vence o jogador que
cumprir os 18 buracos com
menor número de tacadas
22,5%
Green: área onde têm renda mensal entre R$ 15.000,00 e R$ 25.000,00
fica o buraco, onde a
grama é fina, VOCABULÁRIO NÚMERO DE CAMPOS
compacta e aparada DO GOLFE
rente ao solo 110
há 10 anos eram 80
Chip Shot: tacada curta,
Fairway: pista perto do green
CAMPOS LIGADOS A CONDOMÍNIOS
Driver: nome do taco usado para
tacadas de longa distância, usado
18
para a saída CAMPOS LIGADOS A DESTINOS TURÍSTICOS
Divot: pedaço de grama
arrancada com a cabeça do taco
20
15 ligados a resorts ou hotéis e outros 5 em pontos
ao bater na bola turísticos, em convênio com hotéis próximos
Hole: buraco sinalizado por uma NÚMERO DE PRATICANTES
bandeira colorida
Out of Bounds: terreno
25 mil
há 10 anos eram 7 mil
considerado fora de campo. O
Hazzard: obstáculo de água jogador é obrigado a repetir a PROJETOS DE NOVOS CAMPOS EM ANDAMENTO
ou areia (esse também é
chamado de bunker)
tacada, do local onde bateu,
perdendo uma tacada 30 a 40
principalmente ligados a resorts no Nordeste
Clube
Stance: posição do jogador na
hora da tacada Clubes fechados: o custo de um título num clube de alto
nível pode custar mais de R$ 100 mil. Mas o modelo de
Yards: jardas. No golfe, as clube de golfe fechado a visitantes está dando lugar a
distâncias são medidas em campos abertos ao público e campos de resorts
jardas. Cada jarda equivale a
91,4 centímetros Campos semi públicos e clubes: cada vez mais surgem
no país os chamados campos semi-públicos, ou seja,
pertencem à iniciativa privada e têm o lucro como
NA HORA DO ESFORÇO... objetivo, mas são abertos a quem queira jogar (depois
de pagar, é claro). Além disso, há a explosão dos campos
de resorts turísticos, semi-públicos por natureza
Path: caminho Driving ranges: junto com os campos semi públicos, são
os grandes responsáveis pela popularização do golfe no
país. São academias de golfe que estão surgindo nos
grandes centros urbanos – já há cerca de 12 no Brasil
Infografia Anderson Cattai
todo, metade delas na Grande São Paulo
Equipamentos: são necessários 14 tacos para jogar
Bunker: bancos de golfe. Dá para comprar equipamentos usados por menos
areia que servem de R$ 1.000. Um bom conjunto novo para iniciantes está
como obstáculo na faixa dos R$ 2 mil. Um conjunto voltado para atletas
de ponta pode custar mais de R$ 5 mil
Caddie: carregador Golf car: carrinho usado percorrer distâncias
de tacos maiores e carregar equipamento Fonte: CBG
Ano após ano, o Brasil tem de campos de golfe públicos, “O apoio das O apoio das empresas é vital Os resorts no Brasil
se desenvolvido no mundo que ajudam a facilitar o acesso para o desenvolvimento começaram a investir
do golfe. A que se deve à prática. A categoria dos empresas é vital para de novos talentos. Como na construção de campos
esse crescimento brasileiro profissionais de golfe também o desenvolvimento moro nos EUA há muitos anos, de golfe para engrossar
na modalidade? precisa ser mais valorizada, não tenho acompanhado o turismo no país. Qual a
O Brasil ainda tem muito a com o surgimento de mais de novos talentos” de perto os torneios brasileiros, importância desse movimento
crescer no golfe. O esporte e mais torneios dentro do mas sei que cada vez mais para a modalidade?
ainda é visto como elitista no Brasil, pois é o golfe de alto e mais empresas ligam suas Essa é uma das maneiras de
País e não é feito um trabalho rendimento que faz surgir marcas ao esporte. se popularizar o esporte, pois
forte para mudar isso. Tenho os novos praticantes. As vantagens de patrocinar muitas pessoas têm o primeiro
convicção de que o Brasil o golfe são muitas, pois contato com o golfe durante as
é potencialmente uma nova Como você tem visto ainda é um esporte praticado férias. Os campos de resorts
fronteira do golfe a ser o aumento do número de principalmente por são por natureza abertos, ou
descoberta, principalmente na empresas e investidores tomadores de decisão. seja, basta pagar para jogar, ao
área de turismo. A única forma interessados em apoiar o Com a Olimpíada, o interesse contrário dos clubes fechados
do esporte realmente crescer e golfe? Eles podem ajudar no da mídia está cada vez que exigem que a pessoa seja
de descobrirmos e formarmos desenvolvimento de novos maior, o que proporciona um sócia para poder ter um contato
novos talentos é com a criação talentos no golfe brasileiro? retorno do investimento. com o golfe. D .W.
8. A8 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL NEGÓCIOS EM JOGO | Quinta-feira, 31.3.2011
JOGADA DE MARKETING
Marcela Beltrão
Então, como o foco na terra do futebol é
Para o diretor da Gillette, José Cirilo, o golfe, o HSBC vem usando essa monta-
alta performance e precisão do esporte nha de dinheiro para patrocinar torneios,
se encaixam nos atributos da marca como o HSBC LPGA Brasil Cup, e em ações
de relacionamento junto aos seus clientes
e funcionários. Entre 2008 e 2011, a insti-
tuição financeira deverá ter se envolvido
em 30 competições, ao passo que entre
2012 e 2016, deverão ser mais 40.
Mas o interesse do banco por essa mo-
dalidade também atinge outro vértice do
marketing, ou seja, o de reforçar os valo-
res da marca junto aos seus diversos pú-
blicos-alvo. “O golfe é um esporte elegan-
te, com fair play e global”, afirma Maria
Fernanda, que considera essas caracterís-
ticas em linha com os valores do HSBC.
Além disso, a executiva destaca que o
aporte de recursos também incrementa a
difusão desse esporte no Brasil, tornando-
-o mais abrangente.
TA CA D A MA IS R E NTE
Ampliar a penetração do golfe, que também
é compartilhado pelo diretor de marketing
da Gillette no Brasil, José Cirilo. Desde 2008
investindo na modalidade, como na Copa
Mach 3 Cup, o executivo lembra que se “a
gente apoiar somente o futebol, que é o que
dá visibilidade, não há como desenvolver
os demais esportes no Brasil”. A Gillette,
que não revela valores de investimento em
marketing, afirma que patrocina em média
3 eventos relacionados ao golfe por ano.
Mas mesmo mantendo os números em
sigilo, o diretor da Gillette conta que da
verba total de marketing, 45% está rela-
cionada às ações com as diversas modali-
dades esportivas. Também pudera. A
marca Gillette está a um século envolvida
de alguma maneira com o esporte. “Entre
2008 e 2011, nossa verba de marketing
cresceu 25% e o valor destinado ao golfe
está embutido nesse incremento”, afirma.
Segundo o diretor de marketing da
companhia, além da presença no golfe re-
forçar a marca institucional da Gillette, o
Número de praticantes do golfe esporte também conversa com alguns va-
lores presentes nos produtos da empresa.
“A modalidade é de alta performance e
no país triplica em dez anos precisão, que são características dos nos-
sos produtos”, diz.
Para Eduardo Rezende, vice-presiden-
te Comercial e de Produtos da Brunoro
Crescimento atrai patrocinadores como HSBC, que deve investir Sport Business (BSB), é natural que as
R$ 23 milhões até 2016; Gillette usa esporte para reforçar a marca grandes empresas, que buscam ações de
relacionamento, se interessem por espor-
TEXTO MAU R ÍCIO C AP EL A tes como o golfe. “É uma modalidade que
tem essa característica de relacionamento
e de estreitamento de negócios, porque
uma partida de golfe não dura menos do
brasileiro sempre esteve lhados por 110 gramados, segundo a Con- que duas horas”, lembra o executivo da
O
acostumado a desfilar seu
“swing” pelos campos de
futebol mundo afora. Mas a
julgar pelos recentes nú-
meros e o crescente inte-
resse por parte de grandes empresas, o
país também tem boas chances de fazer
federação Brasileira de Golfe (CBG).
O HSBC está de olho no desenvolvi-
mento dessa modalidade e não pretende
perder oportunidades. “Queremos ser a
empresa oficial do golfe no Brasil até
2016”, afirma Maria Fernanda La Regina,
diretora de marketing do HSBC no país. E a
“
Queremos ser
a empresa oficial
do golfe no Brasil”
Maria Fernanda La Regina,
BSB, empresa de marketing e negócios no
esporte fundada há 9 anos e que esteve en-
volvida em negócios de mais de R$ 300
milhões em patrocínio por meio de enti-
dades esportivas e eventos. A BSB não re-
vela o seu faturamento.
De fato, a conexão entre negócios e gol-
um “hole-in-one” no mundo dos negó- meta está longe de ser um discurso. Entre diretora de fe faz sentido. Até porque se uma compa-
cios do golfe, ou seja, colocar a bolinha no 2008 e 2016, o banco deverá aportar ao marketing do HSBC nhia tem interesse em se relacionar com
buraco em apenas uma tacada. Principal- menos R$ 23 milhões, sendo que uma par- seu público-alvo por meio do golfe, o
mente, porque o esporte voltará a ser mo- te dos recursos virá da Lei de Incentivo ao mesmo público-alvo também está ciente
dalidade olímpica justamente em 2016 Esporte. E essa cifra, avisa Maria Fernan- de que uma partida dessa modalidade é
quando o Rio de Janeiro sediará os jogos, da, tem tudo para crescer, caso a institui- capaz de aumentar a sua rede de contatos.
algo que não acontecia desde as Olimpía- ção financeira se decida, por exemplo, a Além disso, destaca o executivo da BSB,
das de 1904. patrocinar algum jogador. Do montante já “o golfe não vem crescendo apenas na
Para se ter uma ideia do forte cresci- mapeado, R$ 10 milhões estão sendo apli- classe de maior poder aquisitivo”. Com o
mento do golfe por aqui, que seduz com- cados no período entre 2008 e 2011. aumento da renda do brasileiro e as migra-
panhias do porte do HSBC e da Procter & A afirmação categórica da executiva em ções entre as classes sociais no País, espor-
Gamble com a marca Gillette, em uma dé- relação ao golfe no País tem explicação e é tes antes mais elitizados vem ganhando
cada, o número de praticantes mais que simples. Segundo ela, esse esporte é a novos adeptos. Tanto é assim que Rezende
triplicou e a quantidade de campos subiu prioridade da empresa no Brasil, ao con- não esconde que a BSB vem estudando
quase 38%. Em outras palavras, se há 10 trário do mundo, onde o HSBC tem uma essa modalidade. “Temos interesse e esta-
anos eram 7 mil jogadores e 80 campos, estratégia de dividir os esforços de mos buscando entender as empresas en-
hoje esse contingente soma 25 mil espa- marketing entre o golfe, tênis e rúgbi. volvidas no golfe”, finaliza.