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Livro vai tudo bem   pr marcio valadao
Livro vai tudo bem   pr marcio valadao
Livro vai tudo bem   pr marcio valadao
Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Edição outubro/2008



Gerência de Comunicação

     Ana Paula Costa

Transcrição:

     Else Albuquerque

Copidesque:

     Adriana Santos

Revisão:

     Ana Paula Costa e Marcelo Ferreira

Capa e Diagramação:

     Luciano Buchacra
Introdução

   “Vai tudo bem?” Antes que se prontifique
a responder, há de convir comigo que se não
cumprimentou alguém assim, já foi cumpri-
mentado nesses termos. Assim acontece co-
nosco inúmeras vezes. E como bom mineiro
que somos, quem sabe até nos dirigimos a al-
guém com essa colocação: “Cê tá bem?”
   Mineirice à parte, você pode concordar co-
migo que nem sempre estamos interessados
na resposta, seja a que daremos ou que os ou-
tros nos darão. Fazemos a pergunta mais por
hábito que, necessariamente, por interesse, e
continuamos no nosso caminho. E se formos
sinceros conosco mesmos, com o nosso próxi-

                     5
mo e com o Pai, não estamos dispostos a ser
pacientes. Provavelmente, se pararmos para
ouvir o que as pessoas têm a nos dizer quan-
do as cumprimentamos, elas irão desabafar,
dizendo: “Olha, não vai muito bem! Meu filho
saiu de casa; meu marido foi mandado embora
do emprego; estou sem dinheiro etc.” E por aí vai.
Normalmente, as pessoas fazem a pergunta e
não esperam a resposta. Mais que uma questão
de interesse, a pergunta é mais força de hábito,
educação, saudação, que realmente desejo de
saber o que se passa com a pessoa.
    É sobre isso que quero tratar. Por que as-
sim procedemos muitas vezes? Seria culpa da
pressa, da correria, do chamado “tempos mo-
dernos?” Ou por que não estamos dispostos a
ouvir o que os outros têm a nos dizer? O que a
Palavra tem a nos ensinar acerca disso?
    Em mais uma publicação da nossa Série
Mensagens, queremos trazer algo que cremos
vir do coração do nosso Amado Pai, que sem-
pre esteve de ouvidos e coração abertos para
nos receber. Abra o seu coração para receber a
Palavra de Deus, o Pai!
    Amado leitor, a minha oração é para que Se-
nhor fale com você, e que durante o decorrer
da leitura dessa pequena e poderosa mensa-

                        6
gem, o doce Espírito toque o seu coração.

    Uma ótima leitura! E que a sua vida seja edi-
ficada.
    Em nome de Jesus! Amém!




                       7
8
tudo bem
    mesmo com
    o “menIno
      morto?”

embora essa forma decostumeira em nos-
    sos dias,
              corriqueira e
                            cumprimento não
é tão recente quanto parece. Ela também está
inserida na Bíblia. O profeta Eliseu, falando ao
comandante do rei da Síria, Naamã, cerca de
novecentos anos antes de Jesus Cristo, fez uso
da referida frase. Em 2 Reis, capítulo 4, verso 26
lemos: “Corre ao seu encontro e dize-lhe: Vai tudo

                        9
bem contigo, com teu marido, com o menino?
Ela respondeu: Tudo bem.” No capítulo 5, verso
21, está escrito: “Então, foi Geazi em alcance de
Naamã; Naamã, vendo que corria atrás dele, sal-
tou do carro a encontrá-lo e perguntou: Vai tudo
bem? Ele responde: Tudo vai bem.” Veja o que
o que está registrado no capítulo 9, verso 11
(parte b): “Saindo Jeú aos servos de seu senhor,
disseram-lhe: Vai tudo bem?”
    Não somos os únicos que fazemos esta per-
gunta. Quando nos voltamos para as páginas
da Bíblia, podemos nos admirar ao ver quan-
tas e quantas vezes encontramos a expressão
“Vai tudo bem?” No capítulo 4, verso 26 de 2
Reis, também fora usada por Geazi, o servo do
profeta Eliseu, a uma mulher, a uma sunamita.
Esta era uma mulher jovem, casada com um
homem muito rico, mas velho, e ela não tinha
filhos. Eliseu sempre passava em frente à casa
do casal, em Suném. Esta senhora, certa vez,
voltou-se para o seu marido e disse: “[...] Eis que
este homem que passa por aqui é um santo ho-
mem de Deus.” (2 Reis 4.9b).
    Não que Eliseu carregasse uma bandei-
ra com os dizeres: “Sou um homem de Deus”.
Nada disso. Mas todos que entravam em con-
tato com ele, percebiam que se tratava de um

                        10
homem de Deus. Ela disse: “Vamos construir
um quarto, mobiliá-lo, e quando o profeta pas-
sar por aqui, teremos o privilégio de hospedá-lo
em nossa casa”. (Veja 2 Reis 4.10). E assim foi.
Houve um momento que Eliseu percebeu que
aquela mulher era muito triste porque, dentro
do contexto de Israel, não ter muitos filhos era
um estigma tremendo. Eliseu orou e disse à
mulher: “Olha, daqui há um ano, vamos voltar
aqui e você terá um filho em seus braços.” (Verso
16). Ela disse: “Como?” Abro um parêntese aqui.
Nunca devemos perguntar a Deus: “Como?”
Deus é um Deus de milagres. É um Deus que
age, que trabalha. Fecho o parêntese.
    Decorrido exatamente um ano, a criança
nasceu. Agora já crescido, o menino foi com
seu pai ao campo. Mas, de repente, começou
a sentir-se mal, com dores na cabeça. O pai o
levou para casa, dispensou-lhe todos os cuida-
dos, mas nada parecia surtir efeito. O menino
então morreu. O que fez a mãe? “Vou procurar
o profeta”, disse ela. “Se esta criança veio como
uma bênção do Senhor, ele será uma bênção em
minha vida”. Deixou a criança morta em casa e
foi procurar o profeta.
    É interessante que Eliseu, nas Escrituras, é
também uma figura do Espírito Santo, que está

                       11
sempre presente, sempre intercedendo, vindo
ao nosso auxílio, ao nosso encontro. Eliseu per-
cebeu que a mulher vinha e mandou que Geazi
fosse ao encontro dela. E ele foi. A ordem foi:
“Partiu ela, pois, e foi ter com o homem de Deus,
ao monte Carmelo. Vendo-a de longe o homem
de Deus, disse a Geazi, seu moço: Eis aí a suna-
mita; corre ao seu encontro e dize-lhe: Vai tudo
bem contigo, com teu marido, com o menino? Ela
responde: Tudo bem.” (2 Reis 4. 25-26). Imagine
a situação: o filho que fora tão esperado, tão
desejado, motivo de alegria e satisfação, agora
estava morto em casa, e Geazi a perguntar: “Vai
tudo bem?” Porque será que a mãe respondeu
que tudo ia bem? Por que ela disse “tudo bem”,
enquanto os acontecimentos daquele dia ti-
nham sido os piores de sua vida?
    Hoje continuamos a fazer a mesma pergun-
ta que Geazi fez: “Vai tudo bem?” Também con-
tinuamos responder da mesma maneira que
a sunamita respondeu: “Tudo bem”. Apesar de
em casa estarmos passando por conflitos tre-
mendos, ainda assim dizemos: “Vai tudo bem!”.
É o lar que está se desfazendo, o alimento que
falta na panela, o desemprego que atinge a fa-
mília, a prisão de algum familiar, o diagnóstico
dos médicos de uma grave enfermidade, a dor

                       12
da perda de um ente querido... Enfim, situações
horríveis, em que nada vai bem, e que quando
alguém pergunta se tudo está bem, a respos-
ta é um sim, tudo está bem. Qual será então
o motivo desta habitual resposta? Por que as
pessoas respondem assim?




                      13
14
razões e
          reações

aque asaspessoasnão estão bem.razõesbem,
   mados, quero considerar três

enquanto coisas
                 dizem que tudo vai
                                      por-

                                A primeira
delas: ausência de simpatia. Há pessoas que
não são simpáticas, que não sabem comparti-
lhar da dor ou da alegria do outro, que não têm
habilidade de atrair ou consolar os aflitos, que
não criam confiança, que não estão preparadas
para aconselhar ou dispostas a dar um pouco
da sua vida em favor do outro. Há pessoas que
não dão liberdade e abertura para o outro di-
zer que não vai bem. Então, pela lógica, não faz

                      15
sentido ou importância dizer que não está bem.
A estas pessoas, o sofredor não abre o coração,
pois sabem que não terão um ombro para cho-
rar. Não há espaço para dividir a dor. Note que
a sunamita disse que estava tudo bem para
Geazi, que era o servo do profeta Eliseu. Era o
moço para o qual Eliseu disse: “Corra, pergunte
à mulher se vai tudo bem”. É interessante obser-
var que quando ela chegou diante do profeta,
no momento quando ela se encontrou com
Eliseu, ela disse o seguinte: “Disse ela: Pedi eu a
meu senhor algum filho? Não disse eu: Não me
enganes?” (Verso 28, capítulo 4). Quando ela
se encontrou com Eliseu, a primeira coisa que
ela fez foi abrir o seu coração. Para Geazi ela não
disse nada; apenas “tudo bem”. Mas para Eliseu,
ela abriu o coração, rasgou a alma. Podemos ima-
ginar a fala dela: “Não fui eu que pedi a Deus esta
criança. Era impossível, mas você foi um instrumen-
to de Deus para que eu recebesse esse filho. Ele me
deu tanta alegria, tanta vida, e agora está morto”.
    As pessoas que inspiram confiança ofere-
cem aos outros a liberdade de abrir o coração.
Eliseu era assim, mas Geazi era um profissional
do ministério, aquele que fazia porque tinha
que fazer, porque era mandado a fazer. E fazia
só o que precisava fazer, e por isso, não inspi-

                        16
rava confiança. A sunamita agarrou os pés de
Eliseu quando o viu. Olha o que diz o verso 27:
“Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao mon-
te, abraçou-lhe os pés. Então, se chegou Geazi
para arrancá-la; mas o homem de Deus lhe disse:
Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e
o Senhor mo encobriu e não mo manifestou.” Ali
estava a mulher, agarrada aos pés do profeta,
prostrada, chorando. Ele não perguntou a ela
se tudo estava bem. Ele viu no semblante da-
quela mãe as lágrimas. Percebeu a tristeza que
cobria o seu rosto. Quando a mulher disse que a
criança havia morrido, Eliseu disse: “Tome o seu
bordão, Geazi, vá onde está o corpo da criança e
coloque o bordão sobre a criança.” (4.29). Gea-
zi foi e colocou o bordão sobre a criança, mas
ela ainda continuava morta. Ciente do fato, o
próprio profeta toma a iniciativa. Ele deitou-se
sobre a criança, colocou suas mãos nas mãos
do menino, seus olhos sob os olhos dela, sua
face sobre a face dela. Ele assim procedeu uma,
duas vezes, e lá, pela terceira vez, a criança dá
sinal de vida. O fôlego lhe retorna. Estava viva.
Eliseu, pela graça do Senhor, comunicou-lhe a
vida.
    Amada ovelha, saiba que quando as pesso-
as não vão bem, não adianta passar um bordão

                       17
como se o mesmo fosse uma varinha mágica. É
preciso contato; é preciso passar vida; é preciso
estar ali com o “morto” para que ele recupere a
vida; é preciso que você passe a sua vida para
a vida dele. Quantos mortos espirituais estão
por este mundo afora; quantos desviados, afas-
tados do Caminho! Vocês sabiam que há mais
pessoas desviadas, que um dia estiveram no
Caminho, e que hoje estão fora das igrejas do
que pessoas dentro das igrejas? Não adianta
um profissional passar um bordão por cima,
chegar e perguntar: “Tudo bem?” Porque ele vai
dizer: “Tudo bem”, quando lá no fundo ele pode
estar debaixo das garras do diabo, vivendo a
morte, o sofrimento, a angústia, as lágrimas.
   Que Deus possa levantar, em nosso meio,
homens e mulheres como Eliseu, que não te-
nham vergonha de se aproximarem daqueles
que há muito perderam a vida espiritual, e as-
sim colocarem as mãos e transmitir-lhes a vida,
para que a recuperem. Muitas vezes, as pesso-
as dizem que tudo vai bem em resposta ime-
diata à falta de simpatia e apreço da parte de
quem fez a pergunta. E quem pergunta dessa
maneira, é porque não quer ouvir o outro falar
dos seus dramas, das suas angústias, dos seus
medos e sofrimentos. A resposta que a sunami-

                       18
ta dera a Geazi fora em razão da falta de segu-
rança dela, uma vez que Geazi parece não ter
demonstrado empatia. Ela não sentia confian-
ça para desabafar com ele, pois Geazi não lhe
inspirara confiança.
   A segunda razão porque muitos dizem que
vai tudo bem é o orgulho. Muitos preferem
guardar a aparência e não querem dar o bra-
ço a torcer. Evitam fazer a confissão de dor, de
fraqueza, de temor. Quando você lê os Evange-
lhos e acompanha as palavras de Jesus, perce-
ba que Ele sempre tinha uma compaixão muito
grande para com as pessoas. Mas havia um tipo
especial de pessoas que tratava com certa du-
reza. Eram os fariseus. Jesus os chamava de hi-
pócritas. Hipócrita é aquele que aparenta uma
coisa que não é. Muitas pessoas dizem: “Vai
tudo bem?” E o outro responde: “Tudo bem”. Por
quê? Por causa do orgulho. Ele não quer dizer
que está mal. Não quer compartilhar os proble-
mas. Não quer desabafar. Acha vergonhoso di-
zer: “Olha, nesta semana lá em casa, foi terrível.
Briguei com minha mulher a semana toda. Ela foi
para a casa da mãe dela e levou as crianças. Foi
uma guerra”.
   Quantas vezes, a pessoa está doente e não
diz nada a ninguém. Quantas vezes a pessoa

                       19
sofre, mas escolhe sofrer calada. Não adianta!
Podemos enganar aos outros, mas não po-
demos enganar a Deus e nem a nós mesmos.
Deus nos conhece e o nosso eu é tão forte, que
não nos dobramos. Quantas foram as vezes em
que alguém perguntou a você se vai tudo bem
e você responde que “sim”, que tudo estava
bem, mas por dentro, sua vontade era dizer:
“Não, eu não vou bem”. Mas você pensa: “Eu não
vou falar porque senão, vou incomodar a pessoa.
Afinal de contas, ela já tem tantos problemas”.
Mas saiba, querido, que não deve ser assim.
O pior é que muitas vezes, aquele que tem o
orgulho de se abrir para as pessoas mantém o
mesmo orgulho para se abrir para Deus, tam-
bém. Aqueles que não se abrem para as pesso-
as, também não se abrem para Deus. Têm difi-
culdades em fazer uma oração parecida com a
de Ana. Esta oração está em 1 Samuel, capítulo
1, versos 15 e 16. Ana estava no templo orando.
Aproximou-se dela o sacerdote que disse: “Você
está bêbada, que negócio é este de ficar aí falan-
do sozinha? Isto está errado”. Mas veja a respos-
ta de Ana: “Porém Ana respondeu: Não, senhor
meu! Eu sou mulher atribulada de espírito; não
bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho
derramando a minha alma. Não tenhas, pois, a

                       20
tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso
da minha ansiedade e da minha aflição é que te-
nho falado até agora.” “Vai tudo bem, Ana?” E ela
disse: “Não! Eu estou aqui derramando a minha
alma diante de Deus”.
    Quando deixamos de lado o orgulho, o Es-
pírito de Deus em nós comunica esta verdade:
a necessidade de passarmos esta realidade uns
para os outros. É muito difícil vermos um rei
chorar. Houve um rei em Israel chamado Eze-
quias, que chorou. Quando perguntaram para
ele se tudo estava bem, ele não quis dizer que
tudo ia bem. Podemos verificar o que ele dis-
se no livro de Isaías, capítulo 38. Eu creio que
todos podemos concordar de que um simples
expor da alma já gera um alívio. Então será por
que muitos continuam mentindo à sua alma,
dizendo que está tudo bem, quando as coisas
não estão bem? Vejamos o que o rei Ezequias
fez: “Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma
enfermidade mortal; veio ter com ele o profeta
Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o Se-
nhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás
e não viverás. Então, virou Ezequias o rosto para
a parede e orou ao Senhor. E disse: Lembra-te,
Senhor, peço-te, de que andei diante de ti com
fidelidade, com inteireza de coração e fiz o que

                        21
era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo. En-
tão, veio a palavra do Senhor a Isaías, dizendo:
Vai e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus
de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas
lágrimas; acrescentarei, pois, aos teus dias quin-
ze anos. Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a
ti e a esta cidade, e defenderei esta cidade. Ser-
te-á isto da parte do Senhor como sinal de que o
Senhor cumprirá esta palavra que falou: eis que
farei retroceder dez graus a sombra lançada pelo
sol declinante no relógio de Acaz. Assim, retroce-
deu o sol os dez graus que já havia declinado.”
(Isaías 38. 1-8).
    Ezequias tinha uma coroa, belas roupas,
muito servos, mas o que adiantava tudo isto se
ele estava com uma doença mortal! Acontece
que ele não quis encobrir o seu sofrimento e
mascarar a sua dor. Ele não quis dizer “vai tudo
bem” quando, na verdade, tudo ia de mal a
pior. Ele se abriu para Deus e chorou. Não fo-
ram lágrimas apenas; o texto nos afirma que
ele chorou muitíssimo. Era pranto, lágrimas de
uma dor na alma.
    É importante você saber que sempre há al-
guém perto de você, como Igreja de Jesus, que
está disposto a chorar com os que choram e a
se alegrar com os que se alegram, conforme

                        22
está escrito em Romanos, capítulo 12, verso 15:
“Alegrai com os que se alegram, e chorai com os
que choram.” Em Gálatas 6.2 está escrito assim:
“Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumpri-
reis a lei de Cristo.” Muitos acham que a Lei de
Cristo é o sábado. É não fazer isto ou não fa-
zer aquilo. Saiba, amada ovelha, que a Lei de
Cristo requer não apenas o amor ao próximo,
mas aos inimigos também, tendo como mode-
lo o amor de Deus. Por isso, a Palavra nos diz
para “levarmos as cargas uns dos outros e, assim,
cumpriremos a lei de Cristo.” O próprio Senhor
Jesus, no Getsêmani, se esvaziou do orgulho
que porventura pudesse ter como Filho do Rei.
Houve um momento quando ele disse: “A mi-
nha alma está profundamente triste até à morte;
ficai aqui e vigiai comigo.” (Mateus 26.38). Ali es-
tavam Pedro, Tiago e João, três dos seus discí-
pulos queridos. Jesus abriu o coração para eles.
O Mestre não se envergonhou de compartilhar
o que estava sentindo naquele momento.
    O Deus que se fez homem, Jesus Cristo, ne-
cessitou naquela hora de trevas e de angústia
da companhia de irmãos. “A minha alma está
profundamente triste até à morte; ficai aqui e
vigiai comigo.” O Calvário se aproximava, mas
Jesus não sentia medo da morte. Ele não tinha

                        23
medo dos cravos; não era isto. Ele não estava
com medo da tortura que os soldados iriam lhe
infligir. Ele temia o momento quando o Pai volta-
ria o rosto contra o seu Filho; o momento quando
o abandono seria completo, quando estaria absor-
vendo os nossos pecados, nossas enfermidades,
nossas dores, nossas mazelas; tudo de ruim do ho-
mem cairia sobre Ele. Ele se transformaria em mal-
dição em nosso lugar. Ele disse: “A minha alma está
profundamente triste até à morte.” Ele não encobriu
isto. Se alguém perguntasse “vai tudo bem?”, Ele
diria: “A minha alma está profundamente triste até à
morte, ficai aqui e vigiai comigo.”
    Mas o que aconteceu? Os homens falharam.
Os homens sempre falham. Naquela hora em
que Ele precisava da companhia dos discípu-
los, o que eles fizeram? Dormiram. Os discípu-
los dormiram. Mas há uma verdade nas Escri-
turas: o nosso Deus não dorme. Os homens
falharam, mas o nosso Deus não falha. Aleluia!
Naquele momento de sofrimento, de tremen-
da dor, quando o Senhor dizia: “A minha alma
está profundamente triste até à morte, ficai aqui
e vigiai comigo”; quando os homens dormiram,
é dito em Lucas 22.43: “Então, lhe apareceu um
anjo do céu que o confortava.” Se os homens fa-
lharem, Deus nunca vai falhar.

                        24
A terceira razão porque muitos optam por
dizer que vai tudo bem é a ignorância. Quando
alguém lhe pergunta se vai tudo bem, alguns
não respondem à sua dor, ao seu problema, à
sua angústia ou ao seu medo pela ignorância.
Alguns podem responder afirmativamente:
“Tudo bem”, ou “Tudo jóia”, “Tudo cem por cento”,
“Tudo sob controle”. E os crentes dizem “Tudo
em paz”, porque desconhecem, muitas vezes, o
sinal. Geazi, quando se encontrou com Naamã,
este perguntou: “Tudo bem?” E ele disse: “Tudo
bem”. Mas o que estava fazendo Geazi? Ele es-
tava mentindo; ele estava ali vilipendiando Na-
amã, e dentro de poucos minutos, Geazi ficaria
leproso por causa da mentira que ele iria falar.
Ele, por ignorância, estava dizendo: “Tudo bem”.
Geazi não estava se importando com o pecado
que estava praticando. (2 Reis 5.19-27).
    Muitas vezes, a pessoa está vivendo em pe-
cado, em tormento, uma vida de imoralidade,
um namoro sujo, situações as mais escabrosas,
e quando lhe perguntam: “Tudo bem?”, ele diz:
“Tudo bem”. Por ignorância, porque não quer
afirmar ou desconhece que aquela situação é
uma situação pecaminosa e que todo pecado
leva à morte, à destruição, ao mal.


                       25
26
Porque
 cremos é que
 tudo vaI bem

vai verdadeiro crente tudo bem mesmo?
   O
         tudo bem? Vai
                          pode afirmar, sem
mentir, que vai tudo bem. Sem mentiras, sem
recursos da auto-sugestão, com lucidez, com
firmeza. Em meio a qualquer circunstância, o
crente em Deus depende da sua relação com o
Senhor, da sua fé pessoal, da sua posição den-
tro da vontade soberana do Senhor. O crente
pode dizer: “Vai tudo bem”! Sabe por quê? “Sa-
bemos que todas as coisas cooperam para o bem

                     27
daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados segundo o seu propósito.” (Romanos
8.28). O crente no Senhor Jesus tem a compre-
ensão de que o Senhor está no Trono e que Ele
tem sempre o melhor para as nossas vidas, em
toda e qualquer circunstância. Vai tudo bem,
porque eu sei que Deus me ama. Vai tudo bem,
porque eu sei que Deus me vê. Vai tudo bem,
porque eu sei que todas as coisas cooperam
para o meu bem.
    Se você vir apenas o que os seus olhos natu-
rais vêem, você vai dizer: “Não vai bem”. O mes-
mo profeta Eliseu estava no monte quando o
exército da Síria cercou o monte com milhares
e milhares de soldados, com espadas, lanças e
cavalos, tudo preparado para a batalha, para
dizimar Israel, para destruir. Eliseu estava no
monte tranqüilo. Se alguém perguntasse para
ele: “Eliseu, vai tudo bem?” Ele poderia dizer:
“Vai tudo bem”. Mas se perguntassem para o
moço: “Vai tudo bem?”, o moço, com medo,
poderia dizer: “Não, não vai tudo bem! Veja o
exército, o inimigo, as circunstâncias!”. Será que
Eliseu estava mentindo? Será que ele estava ta-
peando? Por que Eliseu poderia dizer que tudo
ia bem e o outro dizer que nada estava bem? O
cenário era o mesmo, os dois estavam na mes-

                       28
ma distância, ali no monte, mas por que um
dizia: “Vai bem”, e o outro dizia: “Não vai bem?”
Eliseu orou e disse: “Senhor, abra os olhos do
meu servo”. No momento que os olhos espiritu-
ais daquele jovem foram abertos, qual não foi
a sua surpresa, quando ele olhou e viu que o
monte estava totalmente cercado pelo Senhor
dos Exércitos com seus anjos, seus cavaleiros e
seus soldados espirituais, e o moço então pôde
ver que “mais são os que estão conosco do que
os que estão contra nós” (2 Reis 6.16). Um via o
mundo espiritual e o outro via, apenas, o mun-
do natural.
    Não é que o crente em Jesus faça qualquer
tipo de tapeação, mas ele vê o mundo espiri-
tual, ele entende esta realidade. Foi preciso
que Deus abrisse os olhos do moço para que
ele pudesse ver além. A carta aos Filipenses foi
escrita por Paulo quando ele estava em uma
prisão, no fundo de um cárcere. Essa carta re-
vela a alegria. Você encontra, pelo menos cinco
vezes, a palavra alegria. Encontra-se a expres-
são “regozijai-vos”, onze vezes. E observem que
ela foi escrita dentro de uma prisão. Se alguém
perguntasse a Paulo, algemado ali: “Vai tudo
bem?” Paulo iria dizer: “Vai tudo bem”. Por quê?
Por que ele podia dizer isto? No final da sua

                       29
carta, no capítulo 4, versículos 10 a 13, ele rela-
tou: “Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque,
agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vos-
so cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos
faltava oportunidade. Digo isto, não por causa da
pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e
qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como
também ser honrado; de tudo e em todas as circuns-
tâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como
de fome; assim de abundância como de escassez;
tudo posso naquele que me fortalece.”
    Querido, não se trata de uma resignação
compulsória ao sofrimento. O apóstolo, real-
mente, se coloca acima das circunstâncias. Ele
se faz senhor da situação. A grande caracterís-
tica da carta aos Filipenses é a alegria. “Alegrai-
vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-
vos.” (Capítulo 4, verso 4).
    Vai tudo bem? Você pode dizer: “Sim, vai
bem”; porque o Senhor está no Trono e Ele tem
tudo sob o seu controle. Mas há momentos em
que você vai precisar da ajuda de um irmão ou
irmã, da sua oração, da sua companhia, da sua
presença. Quando você perguntar a alguém
“vai tudo bem?”, pare um pouco, escute o seu
irmão ou irmã e seja uma verdadeira bênção
para ele.

                        30
conclusão

Houve umDeus olhou para olá homem e
     do Éden,
               instante, quando no Jardim

fez uma pergunta: “Adão, onde estás?” Não que
Deus não estivesse vendo Adão, porque nin-
guém pode se esconder de seus olhos, mas Ele
estava perguntando: “Adão, tudo bem?” E Adão
se escondeu e disse: “Vai tudo bem”. Acontece
que nada estava indo bem. Ele havia pecado,
tinha feito roupas com folhas de figueira, ten-
tando tampar o seu pecado, escondendo-se do
Senhor.
   Quando a pessoa perde o relacionamento
com Deus, perde o relacionamento com o pró-
ximo também. Que você tenha a liberdade de

                      31
parar e responder, realmente do seu coração:
“Vai tudo bem”. Você pode dizer que vai tudo
muito bem, porque o cristão está além das cir-
cunstâncias. Mas, quando necessitar, que você
possa dividir a sua carga com outro. Deus viu
que a situação do homem não ia bem e não
cruzou os braços. Deus enviou Jesus, o seu
Filho, para pagar o preço do nosso resgate e,
desta forma, podermos afirmar: “Vai tudo bem
porque o Senhor me ama”.
    Filho, que por meio da leitura desse livro,
o Senhor tenha lhe abençoado! Que o nome
dele seja glorificado por meio da sua vida!
Você pode se alegrar porque o Senhor está no
Trono. Você pode se alegrar porque, acima das
circunstâncias, está o poder do nosso Deus.
Você pode se regozijar porque o Senhor o ama
e você é o alvo do amor e do carinho dele. “Ale-
grai-vos sempre, (não algumas vezes, mas sem-
pre), no Senhor”.

   Deus abençoe!

   Pr. Márcio Valadão




                        32
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34
35
Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

         Gerência de Comunicação



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  • 4. Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha Edição outubro/2008 Gerência de Comunicação Ana Paula Costa Transcrição: Else Albuquerque Copidesque: Adriana Santos Revisão: Ana Paula Costa e Marcelo Ferreira Capa e Diagramação: Luciano Buchacra
  • 5. Introdução “Vai tudo bem?” Antes que se prontifique a responder, há de convir comigo que se não cumprimentou alguém assim, já foi cumpri- mentado nesses termos. Assim acontece co- nosco inúmeras vezes. E como bom mineiro que somos, quem sabe até nos dirigimos a al- guém com essa colocação: “Cê tá bem?” Mineirice à parte, você pode concordar co- migo que nem sempre estamos interessados na resposta, seja a que daremos ou que os ou- tros nos darão. Fazemos a pergunta mais por hábito que, necessariamente, por interesse, e continuamos no nosso caminho. E se formos sinceros conosco mesmos, com o nosso próxi- 5
  • 6. mo e com o Pai, não estamos dispostos a ser pacientes. Provavelmente, se pararmos para ouvir o que as pessoas têm a nos dizer quan- do as cumprimentamos, elas irão desabafar, dizendo: “Olha, não vai muito bem! Meu filho saiu de casa; meu marido foi mandado embora do emprego; estou sem dinheiro etc.” E por aí vai. Normalmente, as pessoas fazem a pergunta e não esperam a resposta. Mais que uma questão de interesse, a pergunta é mais força de hábito, educação, saudação, que realmente desejo de saber o que se passa com a pessoa. É sobre isso que quero tratar. Por que as- sim procedemos muitas vezes? Seria culpa da pressa, da correria, do chamado “tempos mo- dernos?” Ou por que não estamos dispostos a ouvir o que os outros têm a nos dizer? O que a Palavra tem a nos ensinar acerca disso? Em mais uma publicação da nossa Série Mensagens, queremos trazer algo que cremos vir do coração do nosso Amado Pai, que sem- pre esteve de ouvidos e coração abertos para nos receber. Abra o seu coração para receber a Palavra de Deus, o Pai! Amado leitor, a minha oração é para que Se- nhor fale com você, e que durante o decorrer da leitura dessa pequena e poderosa mensa- 6
  • 7. gem, o doce Espírito toque o seu coração. Uma ótima leitura! E que a sua vida seja edi- ficada. Em nome de Jesus! Amém! 7
  • 8. 8
  • 9. tudo bem mesmo com o “menIno morto?” embora essa forma decostumeira em nos- sos dias, corriqueira e cumprimento não é tão recente quanto parece. Ela também está inserida na Bíblia. O profeta Eliseu, falando ao comandante do rei da Síria, Naamã, cerca de novecentos anos antes de Jesus Cristo, fez uso da referida frase. Em 2 Reis, capítulo 4, verso 26 lemos: “Corre ao seu encontro e dize-lhe: Vai tudo 9
  • 10. bem contigo, com teu marido, com o menino? Ela respondeu: Tudo bem.” No capítulo 5, verso 21, está escrito: “Então, foi Geazi em alcance de Naamã; Naamã, vendo que corria atrás dele, sal- tou do carro a encontrá-lo e perguntou: Vai tudo bem? Ele responde: Tudo vai bem.” Veja o que o que está registrado no capítulo 9, verso 11 (parte b): “Saindo Jeú aos servos de seu senhor, disseram-lhe: Vai tudo bem?” Não somos os únicos que fazemos esta per- gunta. Quando nos voltamos para as páginas da Bíblia, podemos nos admirar ao ver quan- tas e quantas vezes encontramos a expressão “Vai tudo bem?” No capítulo 4, verso 26 de 2 Reis, também fora usada por Geazi, o servo do profeta Eliseu, a uma mulher, a uma sunamita. Esta era uma mulher jovem, casada com um homem muito rico, mas velho, e ela não tinha filhos. Eliseu sempre passava em frente à casa do casal, em Suném. Esta senhora, certa vez, voltou-se para o seu marido e disse: “[...] Eis que este homem que passa por aqui é um santo ho- mem de Deus.” (2 Reis 4.9b). Não que Eliseu carregasse uma bandei- ra com os dizeres: “Sou um homem de Deus”. Nada disso. Mas todos que entravam em con- tato com ele, percebiam que se tratava de um 10
  • 11. homem de Deus. Ela disse: “Vamos construir um quarto, mobiliá-lo, e quando o profeta pas- sar por aqui, teremos o privilégio de hospedá-lo em nossa casa”. (Veja 2 Reis 4.10). E assim foi. Houve um momento que Eliseu percebeu que aquela mulher era muito triste porque, dentro do contexto de Israel, não ter muitos filhos era um estigma tremendo. Eliseu orou e disse à mulher: “Olha, daqui há um ano, vamos voltar aqui e você terá um filho em seus braços.” (Verso 16). Ela disse: “Como?” Abro um parêntese aqui. Nunca devemos perguntar a Deus: “Como?” Deus é um Deus de milagres. É um Deus que age, que trabalha. Fecho o parêntese. Decorrido exatamente um ano, a criança nasceu. Agora já crescido, o menino foi com seu pai ao campo. Mas, de repente, começou a sentir-se mal, com dores na cabeça. O pai o levou para casa, dispensou-lhe todos os cuida- dos, mas nada parecia surtir efeito. O menino então morreu. O que fez a mãe? “Vou procurar o profeta”, disse ela. “Se esta criança veio como uma bênção do Senhor, ele será uma bênção em minha vida”. Deixou a criança morta em casa e foi procurar o profeta. É interessante que Eliseu, nas Escrituras, é também uma figura do Espírito Santo, que está 11
  • 12. sempre presente, sempre intercedendo, vindo ao nosso auxílio, ao nosso encontro. Eliseu per- cebeu que a mulher vinha e mandou que Geazi fosse ao encontro dela. E ele foi. A ordem foi: “Partiu ela, pois, e foi ter com o homem de Deus, ao monte Carmelo. Vendo-a de longe o homem de Deus, disse a Geazi, seu moço: Eis aí a suna- mita; corre ao seu encontro e dize-lhe: Vai tudo bem contigo, com teu marido, com o menino? Ela responde: Tudo bem.” (2 Reis 4. 25-26). Imagine a situação: o filho que fora tão esperado, tão desejado, motivo de alegria e satisfação, agora estava morto em casa, e Geazi a perguntar: “Vai tudo bem?” Porque será que a mãe respondeu que tudo ia bem? Por que ela disse “tudo bem”, enquanto os acontecimentos daquele dia ti- nham sido os piores de sua vida? Hoje continuamos a fazer a mesma pergun- ta que Geazi fez: “Vai tudo bem?” Também con- tinuamos responder da mesma maneira que a sunamita respondeu: “Tudo bem”. Apesar de em casa estarmos passando por conflitos tre- mendos, ainda assim dizemos: “Vai tudo bem!”. É o lar que está se desfazendo, o alimento que falta na panela, o desemprego que atinge a fa- mília, a prisão de algum familiar, o diagnóstico dos médicos de uma grave enfermidade, a dor 12
  • 13. da perda de um ente querido... Enfim, situações horríveis, em que nada vai bem, e que quando alguém pergunta se tudo está bem, a respos- ta é um sim, tudo está bem. Qual será então o motivo desta habitual resposta? Por que as pessoas respondem assim? 13
  • 14. 14
  • 15. razões e reações aque asaspessoasnão estão bem.razõesbem, mados, quero considerar três enquanto coisas dizem que tudo vai por- A primeira delas: ausência de simpatia. Há pessoas que não são simpáticas, que não sabem comparti- lhar da dor ou da alegria do outro, que não têm habilidade de atrair ou consolar os aflitos, que não criam confiança, que não estão preparadas para aconselhar ou dispostas a dar um pouco da sua vida em favor do outro. Há pessoas que não dão liberdade e abertura para o outro di- zer que não vai bem. Então, pela lógica, não faz 15
  • 16. sentido ou importância dizer que não está bem. A estas pessoas, o sofredor não abre o coração, pois sabem que não terão um ombro para cho- rar. Não há espaço para dividir a dor. Note que a sunamita disse que estava tudo bem para Geazi, que era o servo do profeta Eliseu. Era o moço para o qual Eliseu disse: “Corra, pergunte à mulher se vai tudo bem”. É interessante obser- var que quando ela chegou diante do profeta, no momento quando ela se encontrou com Eliseu, ela disse o seguinte: “Disse ela: Pedi eu a meu senhor algum filho? Não disse eu: Não me enganes?” (Verso 28, capítulo 4). Quando ela se encontrou com Eliseu, a primeira coisa que ela fez foi abrir o seu coração. Para Geazi ela não disse nada; apenas “tudo bem”. Mas para Eliseu, ela abriu o coração, rasgou a alma. Podemos ima- ginar a fala dela: “Não fui eu que pedi a Deus esta criança. Era impossível, mas você foi um instrumen- to de Deus para que eu recebesse esse filho. Ele me deu tanta alegria, tanta vida, e agora está morto”. As pessoas que inspiram confiança ofere- cem aos outros a liberdade de abrir o coração. Eliseu era assim, mas Geazi era um profissional do ministério, aquele que fazia porque tinha que fazer, porque era mandado a fazer. E fazia só o que precisava fazer, e por isso, não inspi- 16
  • 17. rava confiança. A sunamita agarrou os pés de Eliseu quando o viu. Olha o que diz o verso 27: “Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao mon- te, abraçou-lhe os pés. Então, se chegou Geazi para arrancá-la; mas o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma está em amargura, e o Senhor mo encobriu e não mo manifestou.” Ali estava a mulher, agarrada aos pés do profeta, prostrada, chorando. Ele não perguntou a ela se tudo estava bem. Ele viu no semblante da- quela mãe as lágrimas. Percebeu a tristeza que cobria o seu rosto. Quando a mulher disse que a criança havia morrido, Eliseu disse: “Tome o seu bordão, Geazi, vá onde está o corpo da criança e coloque o bordão sobre a criança.” (4.29). Gea- zi foi e colocou o bordão sobre a criança, mas ela ainda continuava morta. Ciente do fato, o próprio profeta toma a iniciativa. Ele deitou-se sobre a criança, colocou suas mãos nas mãos do menino, seus olhos sob os olhos dela, sua face sobre a face dela. Ele assim procedeu uma, duas vezes, e lá, pela terceira vez, a criança dá sinal de vida. O fôlego lhe retorna. Estava viva. Eliseu, pela graça do Senhor, comunicou-lhe a vida. Amada ovelha, saiba que quando as pesso- as não vão bem, não adianta passar um bordão 17
  • 18. como se o mesmo fosse uma varinha mágica. É preciso contato; é preciso passar vida; é preciso estar ali com o “morto” para que ele recupere a vida; é preciso que você passe a sua vida para a vida dele. Quantos mortos espirituais estão por este mundo afora; quantos desviados, afas- tados do Caminho! Vocês sabiam que há mais pessoas desviadas, que um dia estiveram no Caminho, e que hoje estão fora das igrejas do que pessoas dentro das igrejas? Não adianta um profissional passar um bordão por cima, chegar e perguntar: “Tudo bem?” Porque ele vai dizer: “Tudo bem”, quando lá no fundo ele pode estar debaixo das garras do diabo, vivendo a morte, o sofrimento, a angústia, as lágrimas. Que Deus possa levantar, em nosso meio, homens e mulheres como Eliseu, que não te- nham vergonha de se aproximarem daqueles que há muito perderam a vida espiritual, e as- sim colocarem as mãos e transmitir-lhes a vida, para que a recuperem. Muitas vezes, as pesso- as dizem que tudo vai bem em resposta ime- diata à falta de simpatia e apreço da parte de quem fez a pergunta. E quem pergunta dessa maneira, é porque não quer ouvir o outro falar dos seus dramas, das suas angústias, dos seus medos e sofrimentos. A resposta que a sunami- 18
  • 19. ta dera a Geazi fora em razão da falta de segu- rança dela, uma vez que Geazi parece não ter demonstrado empatia. Ela não sentia confian- ça para desabafar com ele, pois Geazi não lhe inspirara confiança. A segunda razão porque muitos dizem que vai tudo bem é o orgulho. Muitos preferem guardar a aparência e não querem dar o bra- ço a torcer. Evitam fazer a confissão de dor, de fraqueza, de temor. Quando você lê os Evange- lhos e acompanha as palavras de Jesus, perce- ba que Ele sempre tinha uma compaixão muito grande para com as pessoas. Mas havia um tipo especial de pessoas que tratava com certa du- reza. Eram os fariseus. Jesus os chamava de hi- pócritas. Hipócrita é aquele que aparenta uma coisa que não é. Muitas pessoas dizem: “Vai tudo bem?” E o outro responde: “Tudo bem”. Por quê? Por causa do orgulho. Ele não quer dizer que está mal. Não quer compartilhar os proble- mas. Não quer desabafar. Acha vergonhoso di- zer: “Olha, nesta semana lá em casa, foi terrível. Briguei com minha mulher a semana toda. Ela foi para a casa da mãe dela e levou as crianças. Foi uma guerra”. Quantas vezes, a pessoa está doente e não diz nada a ninguém. Quantas vezes a pessoa 19
  • 20. sofre, mas escolhe sofrer calada. Não adianta! Podemos enganar aos outros, mas não po- demos enganar a Deus e nem a nós mesmos. Deus nos conhece e o nosso eu é tão forte, que não nos dobramos. Quantas foram as vezes em que alguém perguntou a você se vai tudo bem e você responde que “sim”, que tudo estava bem, mas por dentro, sua vontade era dizer: “Não, eu não vou bem”. Mas você pensa: “Eu não vou falar porque senão, vou incomodar a pessoa. Afinal de contas, ela já tem tantos problemas”. Mas saiba, querido, que não deve ser assim. O pior é que muitas vezes, aquele que tem o orgulho de se abrir para as pessoas mantém o mesmo orgulho para se abrir para Deus, tam- bém. Aqueles que não se abrem para as pesso- as, também não se abrem para Deus. Têm difi- culdades em fazer uma oração parecida com a de Ana. Esta oração está em 1 Samuel, capítulo 1, versos 15 e 16. Ana estava no templo orando. Aproximou-se dela o sacerdote que disse: “Você está bêbada, que negócio é este de ficar aí falan- do sozinha? Isto está errado”. Mas veja a respos- ta de Ana: “Porém Ana respondeu: Não, senhor meu! Eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a minha alma. Não tenhas, pois, a 20
  • 21. tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que te- nho falado até agora.” “Vai tudo bem, Ana?” E ela disse: “Não! Eu estou aqui derramando a minha alma diante de Deus”. Quando deixamos de lado o orgulho, o Es- pírito de Deus em nós comunica esta verdade: a necessidade de passarmos esta realidade uns para os outros. É muito difícil vermos um rei chorar. Houve um rei em Israel chamado Eze- quias, que chorou. Quando perguntaram para ele se tudo estava bem, ele não quis dizer que tudo ia bem. Podemos verificar o que ele dis- se no livro de Isaías, capítulo 38. Eu creio que todos podemos concordar de que um simples expor da alma já gera um alívio. Então será por que muitos continuam mentindo à sua alma, dizendo que está tudo bem, quando as coisas não estão bem? Vejamos o que o rei Ezequias fez: “Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o Se- nhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás. Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao Senhor. E disse: Lembra-te, Senhor, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração e fiz o que 21
  • 22. era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo. En- tão, veio a palavra do Senhor a Isaías, dizendo: Vai e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; acrescentarei, pois, aos teus dias quin- ze anos. Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti e a esta cidade, e defenderei esta cidade. Ser- te-á isto da parte do Senhor como sinal de que o Senhor cumprirá esta palavra que falou: eis que farei retroceder dez graus a sombra lançada pelo sol declinante no relógio de Acaz. Assim, retroce- deu o sol os dez graus que já havia declinado.” (Isaías 38. 1-8). Ezequias tinha uma coroa, belas roupas, muito servos, mas o que adiantava tudo isto se ele estava com uma doença mortal! Acontece que ele não quis encobrir o seu sofrimento e mascarar a sua dor. Ele não quis dizer “vai tudo bem” quando, na verdade, tudo ia de mal a pior. Ele se abriu para Deus e chorou. Não fo- ram lágrimas apenas; o texto nos afirma que ele chorou muitíssimo. Era pranto, lágrimas de uma dor na alma. É importante você saber que sempre há al- guém perto de você, como Igreja de Jesus, que está disposto a chorar com os que choram e a se alegrar com os que se alegram, conforme 22
  • 23. está escrito em Romanos, capítulo 12, verso 15: “Alegrai com os que se alegram, e chorai com os que choram.” Em Gálatas 6.2 está escrito assim: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumpri- reis a lei de Cristo.” Muitos acham que a Lei de Cristo é o sábado. É não fazer isto ou não fa- zer aquilo. Saiba, amada ovelha, que a Lei de Cristo requer não apenas o amor ao próximo, mas aos inimigos também, tendo como mode- lo o amor de Deus. Por isso, a Palavra nos diz para “levarmos as cargas uns dos outros e, assim, cumpriremos a lei de Cristo.” O próprio Senhor Jesus, no Getsêmani, se esvaziou do orgulho que porventura pudesse ter como Filho do Rei. Houve um momento quando ele disse: “A mi- nha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.” (Mateus 26.38). Ali es- tavam Pedro, Tiago e João, três dos seus discí- pulos queridos. Jesus abriu o coração para eles. O Mestre não se envergonhou de compartilhar o que estava sentindo naquele momento. O Deus que se fez homem, Jesus Cristo, ne- cessitou naquela hora de trevas e de angústia da companhia de irmãos. “A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.” O Calvário se aproximava, mas Jesus não sentia medo da morte. Ele não tinha 23
  • 24. medo dos cravos; não era isto. Ele não estava com medo da tortura que os soldados iriam lhe infligir. Ele temia o momento quando o Pai volta- ria o rosto contra o seu Filho; o momento quando o abandono seria completo, quando estaria absor- vendo os nossos pecados, nossas enfermidades, nossas dores, nossas mazelas; tudo de ruim do ho- mem cairia sobre Ele. Ele se transformaria em mal- dição em nosso lugar. Ele disse: “A minha alma está profundamente triste até à morte.” Ele não encobriu isto. Se alguém perguntasse “vai tudo bem?”, Ele diria: “A minha alma está profundamente triste até à morte, ficai aqui e vigiai comigo.” Mas o que aconteceu? Os homens falharam. Os homens sempre falham. Naquela hora em que Ele precisava da companhia dos discípu- los, o que eles fizeram? Dormiram. Os discípu- los dormiram. Mas há uma verdade nas Escri- turas: o nosso Deus não dorme. Os homens falharam, mas o nosso Deus não falha. Aleluia! Naquele momento de sofrimento, de tremen- da dor, quando o Senhor dizia: “A minha alma está profundamente triste até à morte, ficai aqui e vigiai comigo”; quando os homens dormiram, é dito em Lucas 22.43: “Então, lhe apareceu um anjo do céu que o confortava.” Se os homens fa- lharem, Deus nunca vai falhar. 24
  • 25. A terceira razão porque muitos optam por dizer que vai tudo bem é a ignorância. Quando alguém lhe pergunta se vai tudo bem, alguns não respondem à sua dor, ao seu problema, à sua angústia ou ao seu medo pela ignorância. Alguns podem responder afirmativamente: “Tudo bem”, ou “Tudo jóia”, “Tudo cem por cento”, “Tudo sob controle”. E os crentes dizem “Tudo em paz”, porque desconhecem, muitas vezes, o sinal. Geazi, quando se encontrou com Naamã, este perguntou: “Tudo bem?” E ele disse: “Tudo bem”. Mas o que estava fazendo Geazi? Ele es- tava mentindo; ele estava ali vilipendiando Na- amã, e dentro de poucos minutos, Geazi ficaria leproso por causa da mentira que ele iria falar. Ele, por ignorância, estava dizendo: “Tudo bem”. Geazi não estava se importando com o pecado que estava praticando. (2 Reis 5.19-27). Muitas vezes, a pessoa está vivendo em pe- cado, em tormento, uma vida de imoralidade, um namoro sujo, situações as mais escabrosas, e quando lhe perguntam: “Tudo bem?”, ele diz: “Tudo bem”. Por ignorância, porque não quer afirmar ou desconhece que aquela situação é uma situação pecaminosa e que todo pecado leva à morte, à destruição, ao mal. 25
  • 26. 26
  • 27. Porque cremos é que tudo vaI bem vai verdadeiro crente tudo bem mesmo? O tudo bem? Vai pode afirmar, sem mentir, que vai tudo bem. Sem mentiras, sem recursos da auto-sugestão, com lucidez, com firmeza. Em meio a qualquer circunstância, o crente em Deus depende da sua relação com o Senhor, da sua fé pessoal, da sua posição den- tro da vontade soberana do Senhor. O crente pode dizer: “Vai tudo bem”! Sabe por quê? “Sa- bemos que todas as coisas cooperam para o bem 27
  • 28. daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8.28). O crente no Senhor Jesus tem a compre- ensão de que o Senhor está no Trono e que Ele tem sempre o melhor para as nossas vidas, em toda e qualquer circunstância. Vai tudo bem, porque eu sei que Deus me ama. Vai tudo bem, porque eu sei que Deus me vê. Vai tudo bem, porque eu sei que todas as coisas cooperam para o meu bem. Se você vir apenas o que os seus olhos natu- rais vêem, você vai dizer: “Não vai bem”. O mes- mo profeta Eliseu estava no monte quando o exército da Síria cercou o monte com milhares e milhares de soldados, com espadas, lanças e cavalos, tudo preparado para a batalha, para dizimar Israel, para destruir. Eliseu estava no monte tranqüilo. Se alguém perguntasse para ele: “Eliseu, vai tudo bem?” Ele poderia dizer: “Vai tudo bem”. Mas se perguntassem para o moço: “Vai tudo bem?”, o moço, com medo, poderia dizer: “Não, não vai tudo bem! Veja o exército, o inimigo, as circunstâncias!”. Será que Eliseu estava mentindo? Será que ele estava ta- peando? Por que Eliseu poderia dizer que tudo ia bem e o outro dizer que nada estava bem? O cenário era o mesmo, os dois estavam na mes- 28
  • 29. ma distância, ali no monte, mas por que um dizia: “Vai bem”, e o outro dizia: “Não vai bem?” Eliseu orou e disse: “Senhor, abra os olhos do meu servo”. No momento que os olhos espiritu- ais daquele jovem foram abertos, qual não foi a sua surpresa, quando ele olhou e viu que o monte estava totalmente cercado pelo Senhor dos Exércitos com seus anjos, seus cavaleiros e seus soldados espirituais, e o moço então pôde ver que “mais são os que estão conosco do que os que estão contra nós” (2 Reis 6.16). Um via o mundo espiritual e o outro via, apenas, o mun- do natural. Não é que o crente em Jesus faça qualquer tipo de tapeação, mas ele vê o mundo espiri- tual, ele entende esta realidade. Foi preciso que Deus abrisse os olhos do moço para que ele pudesse ver além. A carta aos Filipenses foi escrita por Paulo quando ele estava em uma prisão, no fundo de um cárcere. Essa carta re- vela a alegria. Você encontra, pelo menos cinco vezes, a palavra alegria. Encontra-se a expres- são “regozijai-vos”, onze vezes. E observem que ela foi escrita dentro de uma prisão. Se alguém perguntasse a Paulo, algemado ali: “Vai tudo bem?” Paulo iria dizer: “Vai tudo bem”. Por quê? Por que ele podia dizer isto? No final da sua 29
  • 30. carta, no capítulo 4, versículos 10 a 13, ele rela- tou: “Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vos- so cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circuns- tâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece.” Querido, não se trata de uma resignação compulsória ao sofrimento. O apóstolo, real- mente, se coloca acima das circunstâncias. Ele se faz senhor da situação. A grande caracterís- tica da carta aos Filipenses é a alegria. “Alegrai- vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai- vos.” (Capítulo 4, verso 4). Vai tudo bem? Você pode dizer: “Sim, vai bem”; porque o Senhor está no Trono e Ele tem tudo sob o seu controle. Mas há momentos em que você vai precisar da ajuda de um irmão ou irmã, da sua oração, da sua companhia, da sua presença. Quando você perguntar a alguém “vai tudo bem?”, pare um pouco, escute o seu irmão ou irmã e seja uma verdadeira bênção para ele. 30
  • 31. conclusão Houve umDeus olhou para olá homem e do Éden, instante, quando no Jardim fez uma pergunta: “Adão, onde estás?” Não que Deus não estivesse vendo Adão, porque nin- guém pode se esconder de seus olhos, mas Ele estava perguntando: “Adão, tudo bem?” E Adão se escondeu e disse: “Vai tudo bem”. Acontece que nada estava indo bem. Ele havia pecado, tinha feito roupas com folhas de figueira, ten- tando tampar o seu pecado, escondendo-se do Senhor. Quando a pessoa perde o relacionamento com Deus, perde o relacionamento com o pró- ximo também. Que você tenha a liberdade de 31
  • 32. parar e responder, realmente do seu coração: “Vai tudo bem”. Você pode dizer que vai tudo muito bem, porque o cristão está além das cir- cunstâncias. Mas, quando necessitar, que você possa dividir a sua carga com outro. Deus viu que a situação do homem não ia bem e não cruzou os braços. Deus enviou Jesus, o seu Filho, para pagar o preço do nosso resgate e, desta forma, podermos afirmar: “Vai tudo bem porque o Senhor me ama”. Filho, que por meio da leitura desse livro, o Senhor tenha lhe abençoado! Que o nome dele seja glorificado por meio da sua vida! Você pode se alegrar porque o Senhor está no Trono. Você pode se alegrar porque, acima das circunstâncias, está o poder do nosso Deus. Você pode se regozijar porque o Senhor o ama e você é o alvo do amor e do carinho dele. “Ale- grai-vos sempre, (não algumas vezes, mas sem- pre), no Senhor”. Deus abençoe! Pr. Márcio Valadão 32
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  • 36. Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha Gerência de Comunicação Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG www.lagoinha.com 36