2. Fazendo acontecer...
Um planejamento participativo deve estar
baseado no princípio da descentralização, no
desenvolvimento de ações conjuntas. Para
isso, necessita do envolvimento das pessoas.
Esse trabalho participativo deverá, portanto,
mobilizar a ajuda mútua, o diálogo e a
complementariedade entre os envolvidos,
buscando sempre a mobilização do potencial
humano.
3. Fazendo acontecer...
Assim, por meio do enfoque participativo,
disponibiliza-se técnicas e instrumentos apropriados
para mobilizar esse potencial, com o apoio de um
moderador, da visualização móvel, da
problematização, do trabalho em pequenos grupos,
das sessões em plenária, da documentação e da
avaliação progressiva, entre outros.
4. Vamos recapitular o que é
Metodologia?
Responde à pergunta de Como Fazer!!!
Deve apresentar Definição de Ações
Deve haver lógica e sequência entre as ações
Deve haver coerência entre as atividades
previstas, os objetivos e a justificativa
Deve apresentar coerência interna entre
a justificativa e as atividades
5. Metodologia...
PARTICIPAÇÃO DIVERSA
PARTICIPAÇÃO ABERTA
PARTICIPAÇÃO ATIVA
“... metodologia, que constitui o estudo dos métodos,
instrumental, que se refere ao conjunto de instrumentos
disponíveis e utilizados na prática, e instrumento, que é a
ferramenta participativa. Nos instrumentos, diferenciamos:
técnica participativa, uma maneira, uma prática, um jeito de
executar algumas ações que possibilitam a participação em
grupo; e método participativo, um caminho previamente
estruturado que orienta o trabalho em grupo a partir de uma
sequência de etapas, e que muitas vezes envolve a
utilização de diferentes técnicas” (BROSE, 2001).
6. Lembre-se:
A participação é um processo, requer
treino e, fundamentalmente, mudança de
comportamento e de atitude.
Assim, demanda uma revisão em nossas
condutas para qualificarmos
as nossas atitudes e posturas, com muita
transparência e total acesso a todas as
informações.
A participação não pode ser igualitária
e democrática quando a estrutura
de poder concentra as decisões em um
grupo minoritário.
7. Conhecendo a realidade
a) Delimitação do objeto (município ou comunidade)
Equipe técnica efetua levantamento de dados gerais
e mapas do município.
b) Diagnóstico
Análise do processo de evolução do município.
A história deve ser complementada por uma análise
técnica e reflexão participativa dos atores sociais sobre
a realidade atual e suas principais características.
8. O diagnóstico deve promover
O levantamento detalhado de dados e informações
que possam caracterizar as condições de vida dos
potenciais beneficiários
A identificação e avaliação das iniciativas similares
de caráter público ou privado
A identificação das percepções, das experiências e
das expectativas dos potenciais beneficiários em
relação à problemática
9. O diagnóstico deve promover
O envolvimento genuíno dos atores sociais
e institucionais relevantes no processo
O levantamento da bibliografia relevante sobre
o tema, tanto do ponto de vista teórico quanto
da análise de experiências similares
10. Fatores chaves para
um diagnóstico
consistente segundo
Domingos Armani:
Ter objetivos e resultados
claramente definidos
Construir um clima
de colaboração e
envolvimento da equipe
Sempre contar com a
participação de potenciais
beneficiários diretos
do projeto em todas
as principais atividades
planejadas
Ouvir os integrantes
envolvidos de forma a
harmonizar divergências
11. O que é o diagnóstico rápido
participativo?
É uma técnica participativa de diagnóstico pela qual
os atores sociais são envolvidos no processo de
forma a provocar uma reflexão sobre sua situação,
suas experiências e seus interesses, estimulando sua
capacidade de reflexão e ação autônoma, como
condição para que possam tornar-se sujeitos da
ação.
12. Algumas ferramentas/técnicas...
Mapeamento participativo da paisagem local, a partir
de consulta documental e de caminhadas dirigidas;
Entrevistas com informantes chave: experiências,
histórias, conhecimentos;
Organização de grupos focais;
Dinâmica de grupo;
Observação participante;
Enquetes;
Visão de Futuro.
13. Apresente em sua concepção, formas de estimular
o público envolvido a mergulhar numa reflexão crítica
sobre sua realidade para transformá-la;
Capacite as pessoas em planejar previamente
seu futuro;
Permita refletir no decorrer da ação e buscar os
resultados, seja com os planos, seja com princípios
ou ideais;
Estimule a formação da consciência crítica e a
capacidade de agir > refletir > agir sobre a realidade;
Alguns ganhos...
14. Alguns ganhos...
Percepção integral do território;
Construção de alianças;
Articulação entre as demandas sociais,
e as ofertas das políticas públicas;
Descentralização;
Caráter multidimensional e multisetorial;
Enfoque sistêmico.
15. Cartografia Social
Afinal, o que é um
mapeamento?
Um processo de coleta e registro
de informações e percepções
sobre determinado território em
que se vive e/ou trabalha.
Ele se destina a produzir
informações que possam ser
visualizadas de forma rápida,
a partir de um mapa que permita
observar um território e suas
interações, podendo ser
constantemente atualizado.
16. Cartografia Social
Para propor ações é preciso
conhecer a fundo a comunidade.
O mapeamento serve para dar as
informações necessárias para
discutir os problemas e recursos
disponíveis, orientar a priorização
de problemas que se pretende
enfrentar e dar base para elaborar
os planos de ação. Serve também
para monitorar a situação da
comunidade e observar
as mudanças.
E para que vamos fazer
esse mapeamento?
17. Cartografia Social
E para que vamos fazer
esse mapeamento?
Portanto, o mapeamento é
extremamente necessário para a
proposição de ações na comunidade,
sejam elas vindas de ONGs, seja das
políticas públicas.
19. O que mapear?
Informações gerais: 1) A história da comunidade;
2) A distribuição da população; os tipos
de habitação/áreas de risco;
3) Principais ruas/vias de acesso; tipo de
pavimentação;
5) As características geográficas: topografia
(região montanhosa, plana etc.);
6) Abastecimento de água e esgoto;
7) Coleta de lixo;
8) Instituições;
9) Outros aspectos considerados relevantes pelo
grupo de trabalho;
10) Número de habitantes e a distribuição por
idade e gênero (pirâmide).
20. Situação de educação 1) Escolas locais e de referência;
2) Participação comunitária na escola;
3) Existência dos diversos níveis escolares;
4] Creches;
5) Explicadoras;
6) Mães crecheiras.
O que mapear?
21. 1) Equipamentos de saúde
(Programa Saúde da Família (PSF),
Unidades Básica de Saúde (UBS),
Posto de saúde);
2) Recursos comunitários (agentes de
saúde);
3) Recursos religiosos (benzedeiras,
terreiros, igrejas evangélicas etc.).
O que mapear?
Situação da saúde
22. Situação
socioeconômica
e cultural:
1) As atividades da comunidade
e os recursos locais;
2) A existência de associações, grupos
culturais, políticos, religiosos etc;
3) Universo cultural;
4) Áreas para a prática de
esporte e lazer;
5) A existência de lan houses;
6) A relação com a violência
(as delimitações de território,
tráfico de drogas, violência doméstica);
7) Outros aspectos relevantes.
O que mapear?
23. 1) Conselho Tutelar;
2) CAS (Coordenadoria
de Assistência Social);
3) Como estamos vivendo?
A comunidade dispõe de
saneamento básico?
O transporte coletivo atende às
necessidades da comunidade?
Onde as crianças e os adolescentes
estudam?
A comunidade dispõe de serviço de
saúde?
O que mapear?
Outros
24. Onde se recorre quando alguém
fica doente?
Quais os espaços de lazer
disponíveis na comunidade?
Onde as crianças brincam?
Como é o comércio na comunidade?
Onde as pessoas trabalham?
As pessoas são felizes?
E várias outras perguntas...
O que mapear?
Outros
27. O mapeamento
do território permite:
Identificar e localizar os principais problemas e também
as principais potencialidades da comunidade e seu entorno.
Identificar aspectos de maior interesse para a realização
de pesquisas quantitativas e qualitativas (buscar dados
secundários; enquetes; pesquisa de opinião/percepção).
Uma visualização rápida e fácil dos pontos que têm
relevância para fazer um planejamento ajustado ao
território.
Marcar as ações planejadas e desenvolvidas pela
instituição.
28. Objetivos da descrição de
um problema
1) reunir suas distintas interpretações possíveis
em um só significado;
2) precisar o que deve ser explicado: definir seu
significado em termos de quantidade e qualidade,
tempo e localização;
3) evidenciar o problema de uma forma monitorável,
isto é, que permita o acompanhamento de sua evolução;
4) permitir que sejam previstas ou definidas fontes de
verificação para a descrição construída.
29. Análise de Problemas
Passos:
analisar uma situação
existente;
identificar os problemas
mais relevantes;
construir um diagrama
(Árvore de Problemas)
visualizando as relações
de causa – efeito.
Como se faz?
identificar o problema
inicial (central);
definir causas relevantes
do problema inicial (central);
definir os efeitos
(consequências) relevantes;
construir a Árvore
de Problemas.
30. A “Árvore de Problemas” permite a visualização:
de um problema inicial que enuncia e sintetiza a
situação - problema;
das causas imediatas que determinam os sintomas
(descritores) do problema e que, de um modo geral,
estão dentro do espaço de governabilidade do ator
social que iniciou o processo de planejamento;
das causas mais distantes da situação - problema,
muitas vezes de pouca ou nenhuma governabilidade
do(s) ator(es) iniciador(es) do processo;
A árvore de problemas
31. A árvore de problemas
A “Árvore de Problemas” permite a visualização:
dos efeitos da situação - problema já em curso ou
em potencial;
de algumas atividades que deverão ser realizadas.
32. A árvore de problemas
Consequências diretas
e essenciais
Problema Central
Causas diretas
e essenciais
Representação
da problemática
33. Visão de Futuro
Usando cartões para construir visão.
Grupo deve eleger uma das seguintes perguntas
chaves dependendo das necessidades do grupo:
“Qual é sua visão ou seu sonho para sua
comunidade”, “quais as duas ou três coisas que
gostaria de ver modificadas em sua comunidade”.
Os participantes põem suas respostas em 5-8 cartões
(uma ideia em cada cartão).
Colocam seus cartões na parede e tratam de agrupá-
las para formar temas e categorias.
34. Processo pedagógico
participativo de educação popular
Auto-reflexão: Utilização de perguntas temáticas
geradoras da mesma.
Escuta: A partir das perguntas temáticas e da análise de
sua própria experiência. Necessita de um processo de
enriquecimento da escuta das experiências dos outros e
dos estudos de caso. Simultaneamente se introduz a
teoria a partir das leituras previamente selecionadas.
Diálogo: A partir da reflexão grupal, da análise do caso
selecionado ou de uma realidade concreta. Isto permitirá
ao estudante a reflexão e compreensão da realidade.
35. Processo pedagógico
participativo de educação popular
Ação: Sobre o caso selecionado, continuando em
trabalho grupal, propor soluções e alternativas à
situação problema (processo comunitário e
reflexão grupal).
Síntese: Em um novo momento, todos os
presentes (docente e participantes) integram,
perante a reflexão, os temas da realidade e as
propostas para a ação (praxis), avaliam as
alternativas e os argumentos que estão presentes
em cada situação e concluem.
36. Estratégias para a construção de uma
política pública de forma participativa
Enuncie 4 barreiras e 4 facilitadores para construir uma
política pública no contexto local.
Enuncie 3 tendências das políticas e para cada uma delas
identifique os valores que predominam e os atores mais
importantes para torná-las realidade.
Enuncie 4 estratégias chaves para desenvolver uma política
pública a nível local.
Identifique, para cada estratégia, os atores principais e o
grau de responsabilidade (em porcentagem) de cada um
deles. Pense na construção, desenvolvimento e avaliação
da estratégia dentro do campo das políticas públicas.
37. Trabalhando em REDE
Uma REDE é:
um padrão de organização constituído
por elementos autônomos, que cooperam
entre si de forma horizontal
é um modo não-hierárquico de
organização da ação colaborativa
é um fenômeno organizacional, capaz de
auto-regulação produzido por uma
dinâmica de conectividade
Cassio Martinho.
“Redes – uma introdução às dinâmicas da
conectividade e da auto-organização”
38. Que tipos de redes
estão “na rede”?
As mídias sociais
As redes comunitárias
As redes setoriais
42. Empoderamento e Governança
Participativa como complementares
“Um processo de ação social de indivíduos e grupos em
comunidades para aumentar o controle sobre a vida e
facilitar transformações ao nível individual, social e das
condições materiais” (Wallerstein, 1992).
Um processo de diálogo em que sujeitos passivos se
convertem em atores participativos. (Freire, 1970).
Permitir que as pessoas possam reconhecer e aproveitar as
potencialidades das estruturas locais.
Requer que se retirem as barreiras formais e informais.
Requer o fortalecimento recíproco da inversão pública
e da sociedade civil.
43. O que possibilita...
Tanto a aquisição da emancipação individual quanto
a consciência coletiva necessária para a superação
da “dependência social e dominação política".
Favorece a criação e ampliação de espaços e
situações onde a participação ativa dos excluídos
ou dos que tenham acesso limitado a bens sociais
seja crescente e permanente.
44. Empoderamento devolve poder e dignidade
a quem desejar o estatuto de cidadania, e
principalmente a liberdade de decidir e controlar
seu próprio destino com responsabilidade e
respeito ao outro.
O que possibilita...
45. Impactos do Empoderamento no
nível comunitário
Social:
Aumenta a Participação da
Comunidade
Aumenta a Liderança da Comunidade
Aumenta a Coesão Social
Política:
Elaboração das Políticas Públicas
Material:
Mudanças de Condições
Novos Recursos
Menos Desigualdade
46. Na prática...
São formas de agir que privilegiam os sujeitos.
Objetivos são definidos coletivamente;
São atores sociais que se comprometem a superar, de
maneira integrada, os problemas sociais;
Cada membro é autônomo, com diferenças entre si;
Estabelecem-se acordos de cooperação,
reciprocidade e aliança, como meios de encontrar
saídas para intervir na realidade social e complexa;
Viabiliza a participação e a democratização na tomada
de decisão.
47. Leituras recomendadas:
BORSE, Markus (org) Metodologias participativas. TOMO Editorial.
Amencar. Porto Alegre, 2004.
FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL
http://www.fbb.org.br
MATHIAS, Alvaro. Políticas Públicas Saudáveis Integradas em Rede. Políticas
Integradas em Rede e a Construção de Espaços Saudáveis: boas práticas para a
Iniciativa do Rostos, Vozes e Lugares. Brasília: Organização Pan-Americana da
Saúde, 2010. 187 p.: il. ISBN: 978-85-7967-062-6.
http://www.fec.unicamp.br/~labinur/Arquivos_PDF/Politicas_integradas_esp_saudaveis_RVL.pdf
NEUMANN, Lycia Tramujas Vasconcellos. Desenvolvimento comunitário baseado em
talentos e recursos locais. São Paulo: Global, 2004.
48. Leituras recomendadas:
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Municípios e Comunidades Saudáveis – Guia dos
prefeitos para promover a qualidade de vida.Brasília: OPAS, 2004. Disponível em
http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd63/MCS_Guiapor/MCS_Guiapor.pdf
REDE DE INFORMAÇÕES DO TERCEIRO SETOR
http://www.ongsbrasil.com.br/default.asp?Pag=2&Destino=InstituicoesTemplate&CodigoInstituicao=1933&Instituicao=Rits
%20Rede%20de%20Informacoes%20Para%20o%20Terceiro%20Setor
REDE DE MUNICÍPIOS POTENCIALMENTE SAUDÁVEIS (Brasil).
www.redemunicipiosps.org.br
49. Leituras recomendadas:
REDE DE TECNOLOGIA SOCIAL
http://rts.ibict.br
VALLA, Victor Vincent. Educação popular, saúde comunitária
e apoio social numa conjuntura de globalização.
Cadernos de Saúde Pública[online]. 1999, vol.15,
suppl.2 [cited 2010-02-09], pp. S7-S14. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1999000600002
WESTPHAL, Márcia Faria. O Movimento Cidades/Municípios
Saudáveis: um compromisso com a qualidade de vida.
Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro,5(1):39-51,2000. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232000000100005&lng=en&nrm=iso
50. Referências
BAPTISTA, M. Veras. Planejamento Social intencionalidade e
instrumentação. São Paulo: Lisboa, 2007.
BORDENAVE, Juan E. Dias. O que é Participação. (7ª ed.) São
Paulo: Editora Brasiliense, 1992 (Coleção Primeiros Passos, nº
95).
BROSE, M. (Org.) Metodologia Participativa; Uma introdução a 29
instrumentos. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2001.
Dagnino, E. (2004) Sociedade Civil, Participação e Cidadania: de
que estamos falando? Em D.Mato (coord.), Políticas de
Ciudadania y Sociedad Civil em Tiempos de Globalización (pp.95-
110). Caracas, FACES, Universidad Central de Venezuela.
DEMO, Pedro. Participação é conquista. São Paulo: Cortez, 1999.
51. Referências
EDMUNDO, Katia; NUNES, Nilza Rogéria de Andrade.
Construção Compartilhada de Soluções Locais: guia de
elaboração de projetos. Rio de Janeiro: CEDAPS, 2014.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido, 17ª. ed. Rio de
Janeiro, Paz e Terra, 1987.
IERVOLINO, SA.; PELICIONI, MCF. A utilização do grupo
focal como metodologia qualitativa na promoção da saúde.
Rev Esc Enf USP, v. 35, n.2, p.115-21, jun, 2001.
52. Referências
KOGA, Dirce. Cidades entre territórios de vida e territórios
vividos. Revista Serviço Social e Sociedade. no. 72, São
Paulo: Cortez, 2002.
______. Medidas de cidades entre territórios de vida e
territórios vividos. São Paulo: Cortez, 2003.
Le Monde Diplomatique. Brasil, (O Reencantamento da
Cartografia) Junho, 2009-37-38.
MARTINHO, Cassio (org). Redes - uma introdução às
dinâmicas da conectividade e da auto-organização”. WWF-
Brasil, 2003.