O documento discute planejamento em saúde, definindo-o como um processo de desenvolver, executar, monitorar e avaliar propostas de ação para intervir em uma situação de saúde. Ele busca atender necessidades de interferir no futuro, enfrentar eventos futuros e coordenar recursos. Planejamento requer analisar recursos, problemas e atores. Um plano de saúde deve descrever a situação de saúde, identificando problemas, e analisar determinantes e condicionantes de saúde. Ferramentas como SWOT e análise situacional
2. PLANEJAMENTO EM SAÚDE
É um processo que consiste em desenhar,executar,
acompanhar e avaliar um conjunto de propostas de ação
com vistas à intervenção sobre um determinado recorte
de realidade.
É um instrumento de racionalização das ações no
setor de saúde, realizada por atores sociais, orientadas
por um propósito de manter ou modificar uma
determinada situação de saúde.(Tancredi, 2002).
3. O PLANEJAMENTO BUSCA ATENDER 3 TIPOS
DE NECESSIDADES:
Necessidade ou vontade de interferir no curso dos
acontecimentos e criar o futuro;
Necessidade de enfrentar eventos futuros
conhecidos ou previsíveis;
Necessidade de coordenar eventos e recursos
entre si.
4. Para Planejar temos que Saber?
Quais são os RECURSOS disponíveis?
Quais os PROBLEMAS principais e potenciais que
enfrentamos?
Quem são os ATORES que podem solucionar estes
problemas?
6. PARA REALIZAÇÃO DE UM PLANO DE SAÚDE É
NECESSÁRIO DESCREVER:
A Situação de Saúde, identificando os problemas através do
levantamento de dados como:
Perfil de saúde doença da população (morbimortalidade, condições
de vida, trabalho, entre outros);
Território e rede tanto de apoio social como de saúde;
Características e finalidade do serviço
7. ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE
O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO-SITUACIONAL, desenvolvido por Carlos
Matus é um dos tipos mais utilizado em saúde. Foi concebido na década de 80
por Carlos Matus, economista chileno, como proposta teórico metodológica para
planejar e governar. Essencialmente ele propõe que dirigentes que planejam são
parte da realidade planejada, coexistindo com outros atores que também
planejam nessa mesma realidade, o que requer diálogo e interação.
E define a análise da situação como uma forma de organizar os processos e
as ações para atuar sobre as situações selecionadas, com o propósito de
resolver problemas e atender às necessidades de uma população em um
determinado território.
8. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICOSITUACIONAL
“É um processo de formulação de estratégias organizacionais, no qual
se busca a inserção da organização e de sua missão no ambiente em
que ela esta atuando” (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003, p.39).
“É o processo contínuo de, sistematicamente e com o maior
conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que
envolvem
riscos;
organizar
sistematicamente
as
atividades
necessárias à execução dessas decisões e, através de uma
retroalimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas
decisões em confronto com as expectativas alimentadas” (DRUCKER,
1984, p.133-136).
Fonte: Chiavenato; Sapiro – 2003
9. Deve considerar
Missão: é a declaração do propósito e do alcance da organização.
Refere-se ao papel da organização dentro da sociedade em que está
inserida e significa a razão de ser e de existir. A missão da
organização deve ser definida em termos de satisfazer a alguma
necessidade do ambiente externo e não em termos de oferecer algum
produto ou serviço. A missão está associada ao ‘negócio’ da
organização.
Visão: é o sonho acalentado pela organização. Refere-se àquilo que a
organização deseja ser no futuro. É a explicação de por que,
diariamente, todos se levantam e se dedicam a maior parte de seus
dias para o desenvolvimento da organização em que trabalham.
Fonte Adaptada: Chiavenato; Sapiro – 2003
10. Planejamento Estratégico
Diagnóstico
"É a análise crítica da situação" (FERREIRA; OLIVEIRA).
"É pesquisar como as coisas são feitas, observar quais as necessidades, estudar os
meios que se tem para fazê-las e o modo como as coisas vão indo" (WATERSTON).
"Envolve a análise e síntese dos fatos, isto é, um exame detalhado das condições atuais.
A análise permite configurar a situação, situar e definir o problema, diante da realidade,
em termos precisos e objetivos. A síntese permite criar e formular alternativas, de forma
a escolher e selecionar, entre as alternativas, uma linha de ação a adotar" (FARIA).
"Nesta fase se processa um levantamento de todas as informações do ambiente externo
e das condições internas da empresa, para uma análise posterior do 'terreno' em que se
movimenta" (SANTOS).
11. Planejamento Estratégico
Diagnóstico
Diagnóstico interno: situação da organização diante
das dinâmicas ambientais, relacionando-as as suas forças
e fraquezas e criando estratégias de ação que visam o
ajuste e o alinhamento organizacional ao ambiente.
Diagnóstico
externo:
visualiza
ameaças
e
oportunidades para a concretização da visão, da missão e
dos objetivos organizacionais.
12. Planejamento Estratégico
Diagnóstico
Passos do Diagnóstico:
•Observação da situação existente;
•Identificação de problemas ou dificuldades;
•Verificação do potencial inerente a uma dada situação.
Objetivos do Diagnóstico:
•Identificar;
•Quantificar;
•Examinar;
•Qualificar.
14. Método SWOT
Strengths, Weakness, Opportunities, Threats
Método FOFA
Forças, Oportunidades, Fraquezas, Ameaças
• Uma das ferramentas utilizadas pelas organizações para elaborar o planejamento de ações
estratégicas é o método denominado SWOT ( Strengths, Weakness, Opportunities, Threats) , ou como
é conhecido na língua portuguesa FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças).
• Esse método propicia à organização realizar uma análise dela mesma e de seu entorno, é uma
maneira de conhecer a condição de partida antes de definir as estratégias de ação para o curto,
médio e longo prazo. O método SWOT analisa as forças internas em relação às oportunidades
externas, bem como as fraquezas internas em relação às ameaças externas à organização, ou seja,
analisa as condições de partida frente às tendências e cenários futuros. Esse método permite aos
gestores obterem um diagnóstico mais preciso da realidade organizacional e das perspectivas do
ambiente externo, visto que propicia a contextualização da organização em nível micro e macro, local
e não local.
15. Método SWOT - Características Essenciais
Forças/Pontos Fortes : Competências, infra-estrutura,
recursos, posição alcançada, vantagem organizacional;
Fraquezas/Pontos Fracos : Aspectos que limitam ou
reduzem
a
capacidade
de
desenvolvimento
da
organização;
Oportunidades: Aspectos externos que podem oferecer
de algum modo uma vantagem para a organização;
Ameaças: Aspectos externos que podem impedir ou
limitar a implantação de uma estratégia de ação.
16. Pontos Fracos
Oportunidades
Análise Externa
Pontos Fortes
Tirar o máximo
proveito dos
pontos fortes,
de forma a
aproveitar
ao máximo as
oportunidades
detectadas
Desenvolver
estratégias que
minimizem os
efeitos negativos
dos pontos fracos
Ameaças
Análise Interna
Tirar o máximo
proveito dos
pontos fortes
para minimizar
os efeitos das
ameaças
detectadas
As estratégias
a desenvolver
devem minimizar
ou ultrapassar os
pontos fracos e,
se possível, fazer
frente às ameaças
Fonte Adaptada: Chiavenato; Sapiro – 2003
17. Operacionalizando
Em síntese, do ponto de vista da estrutura, o Plano de
Saúde conterá, minimamente o seguinte formato:
análise situacional;
objetivos, diretrizes e metas
Os eixos que nortearam a apresentação da análise
situacional dos objetivos, diretrizes e metas para o
PlanejaSUS são:
condições de saúde da população;
determinantes e condicionantes de saúde e
gestão em saúde
18. Independente da Modalidade
Todas as modalidades deverão, após o levantamento da análise
situacional da saúde, formular os problemas e priorizados conforme
magnitude, transcendência e vulnerabilidade.
As considerações sobre estes problemas deverão permear sobre:
• Acesso;
•Coordenação do cuidado ;
• Assistência a saúde
19. Definições
Os objetivos expressam o que se pretende fazer acontecer
a fim de superar, reduzir, eliminar ou controlar os
problemas identificados.
As diretrizes são formulações que indicam as linhas de
ação a serem seguidas. São expressas de forma objetiva –
sob a forma de um enunciado-síntese – e visam delimitar a
estratégia geral e as prioridades do Plano de Saúde.
20. As metas são expressões quantitativas de um objetivo. As
metas concretizam o objetivo no tempo e esclarecem e
quantificam “o que”, “para quem”, “quando”.
Indicador é um índice que reflete uma situação
determinada, a partir da relação entre variáveis, que
permite medir mudanças e determinar o grau de
cumprimento de metas.
22. FORMULAÇÃO DE PROBLEMAS
1 - Descrição clara e objetiva
Tamanho (magnitude)
População atingida
Localização
Dimensão temporal
2 - Listagem segundo a classificação
23. FORMULAÇÃO DE PROBLEMAS
1 º passo
2º passo
Levantamento de dados
Organizar as informações
(sistema oficiais;
planos e relatórios;
profissionais de saúde;
população)
Reconhecimento do
território
(territorialização)
POR EIXO e sub eixos
1. Condição de saúde da
população (riscos, causas)
2. Determinantes de saúde
3. Gestão de saúde
(assistência, Gestão
administrativa e gestão de
pessoas)
25. PLANILHA 1: LISTA DE PROBLEMAS
NÚMERO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
PROBLEMA (O que, quem e onde)
26. Exemplo:
PROBLEMA ELENCADO PRIORIZADO:
Presença de focos domiciliares e peridomiciliares de Aedes aegypti no bairro
de Boa Vista, município de Pouso Alegre em 2002.
OBJETIVO GERAL:
GERAL
Eliminar (ou reduzir em x%) os focos domiciliares e peridomiciliares de Aedes
aegypti no bairro de Boa Vista, município de Pouso Alegre em 2003.
27. Exemplos
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Educar a população para a correta proteção dos
tanques de água em 100% dos domicílios do bairro
Boa Vista em 2003.
CAUSAS:
Existência de tanques de água sem cobertura nas
casas do bairro de Boa Vista.
28. PLANILHA 2: ORGANIZAÇÃO DA LISTA DE PROBLEMAS POR
EIXO DO PLANEJA SUS
EIXO
Condições de Saúde da População
Determinantes e condicionantes da Saúde
Gestão em Saúde
(Sub-eixos: gestão administrativa, assistencial e
gestão de pessoas)
PROBLEMA
29. PLANILHA 3: MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO DE PROBLEMAS
EIXO
PROBLEMA
MAGNITU
DE
Condições de Saúde da População
Determinantes e condicionantes da
Saúde
SUB- EIXOS
ASSISTENCIAL
Gestão em Saúde
GESTÃO
ADMINISTRATIVA
GESTÃO DE
PESSOAS
TRANSCEND VULNERAB
ÊNCIA
ILIDADE
30. Conceitos
Termo
Magnitude
Conceito
A magnitude está diretamente relacionada aos conceitos de razão e de
proporção. Ela consiste na avaliação da dimensão do problema/processo
saúde-doença – onde se leva em conta principalmente a frequência da
ocorrência isto é, a incidência, a prevalência, a morbidade e a
mortalidade. No planejamento em saúde, considera-se a gravidade do efeito
ou evento (consequência e impacto) para a saúde.
Transcendência
É a medida da relevância social, da importância que determinada situação
causa na população ou seja, do dano causado, no modo de vida da
comunidade. Esta é bastante influenciada também pela gravidade dos
eventos levando a redução do evento por alguma ação instituída.
Vulnerabilidade
Permeabilidade à intervenção, a condição de modificação do processo, do
quadro, conforme a capacidade social e técnica de intervenção. O quanto de
recurso o território ou serviço possui para atuar sobre determinada
problemática.
Brasil, 2009
31. Avaliar magnitude, transcendência e
vulnerabilidade
Escore de 1- 3
Score
1
2
3
Magnitude
Baixa incidência,
prevalência, e
morbidade do evento
levando a baixas
consequências
(individual , familiar e
comunidade)
Média incidência,
prevalência, e
morbidade do
evento levando a
consequências
moderadas
(individual , familiar
e comunidade)
Alta incidência,
prevalência, e
morbidade do
evento levando a
graves
consequências na
saúde (individual ,
familiar e
comunidade)
Transcendência
Baixa relevância e
importância social,
atribuída a determinada
situação
Média relevância e
importância social,
atribuída a
determinada
situação
Alta relevância e
importância social,
atribuída a
determinada
situação
Vulnerabilidade
O território e serviços
O território e
O território e
32. PLANILHA 4: CAUSA E CONSEQÜÊNCIA DOS PROBLEMAS PRIORIZADOS
EIXO
Condições de Saúde da População
Determinantes e condicionantes da
Saúde
Gestão em Saúde
PROBLEMA
CAUSA
CONSEQUENCIA
33. Conceitos
Determinantes e condicionantes
Segundo a constituição federal a saúde tem como fatores determinantes
de Saúde e Doença
e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento
básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
lazer e o
acesso aos bens e serviços essenciais.
Temos os determinantes econômicos (miséria, privações), determinantes
culturais (defecar próximo a mananciais sem tratamento como fator de
esquistossomose ou hábitos alimentares perigosos), determinantes
ecológicos (desequilíbrios produzidos – poluição atmosférica- ou não pelo
homem) ou determinantes psicossociais (stress como imunodepressor;
agressividade e
desemprego como fatores importantes nos homicídios) e biológicos.
Condições de Saúde e doença
Território, RAS, Rede de apoio (social, escolas, ONGs); perfil demográfico,
da População
prevalência e incidência de doenças, mortalidade geral, proporcional,
neonatal e infantil.
Link: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1098
34. Literatura consultada
1- Cadernos de planejamento do SUS. Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1098. Acesso em 26/12/2013
2- CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 2.ed. São Paulo, Makron Books, 1994.
522p.
3- CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento estratégico: fundamentos e aplicações. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2003.415p.
4- DRUCKER, P. Introdução à Administração. São Paulo: Pioneira, 1984. p.133-136
5- Brasil, 2009 – Vigilância em Saúde. Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/gve_7ed_web_atual.pdf . Acesso em: 25/11/2013
6- Política Nacional de Promoção da Saúde, 2010 . Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pdf Acesso em
02;/12/2013