SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 246
Descargar para leer sin conexión
REMÉDIOS E
TRATAMENTOS
      NA
   MEDICINA
  AYURVÉDICA
PARA DOENÇAS
   COMUNS
REMÉDIOS E
     TRATAMENTOS
           NA
        MEDICINA
       AYURVÉDICA
     PARA DOENÇAS
        COMUNS

    Dr. Bhagwan Dash, Ph.D.

               Traduzido por:
         Williams Ribeiro de Farias
         Dra. Yeda Ribeiro de Farias


         EDITORA CHAKPORI




2
Título Original: “Ayurvedic Remedies – Ayurvedic Cures
For Common Diseases”




            Direitos autorais adquiridos por:
                EDITORA CHAKPORI



                                                     3
ÍNDICE


ÍNDICE ............................................................................................. 4

INTRODUÇÃO ................................................................................ 8

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO AYURVEDA .................... 10

PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO AYURVÉDICO ................... 26

CONDUTA PARA O HORÁRIO DIURNO .................................. 34

FEBRES .......................................................................................... 44
    GRIPE ........................................................................................... 44
    MALÁRIA ...................................................................................... 48
    SARAMPO ..................................................................................... 52
    CAXUMBA..................................................................................... 53
    FILARIOSE..................................................................................... 54
DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ............................... 57
    ASMA BRÔNQUICA ........................................................................ 57
    BRONQUITE .................................................................................. 60
    HEMOPTISE ................................................................................... 64
    SOLUÇOS ...................................................................................... 64
    PLEURITE ...................................................................................... 65
    TUBERCULOSE .............................................................................. 67
DOENÇAS DA PELE E DOS CABELOS ..................................... 72
    CALVÍCIE ...................................................................................... 72
    ECZEMAS ...................................................................................... 74

4
BRANQUEAMENTO DOS CABELOS .................................................. 76
   LEUCODERMIA.............................................................................. 79
   BROTOEJAS .................................................................................. 81
   PSORÍASE ..................................................................................... 82
   TINHA .......................................................................................... 84
   ESCABIOSE ................................................................................... 85
   URTICÁRIA ................................................................................... 86
DOENÇAS DO SANGUE E DO SISTEMA

CARDIOVASCULAR .................................................................... 90
   ANEMIA ....................................................................................... 90
   CARDIOPATIAS – ANGINA PECTORIS .............................................. 94
   HIPERTENSÃO ............................................................................... 97
   ICTERÍCIA ................................................................................... 103
   EDEMA ....................................................................................... 105
   ESCORBUTO................................................................................ 107
DOENÇAS OCULARES ............................................................. 110
   CATARATA ................................................................................. 110
   MIOPIA....................................................................................... 112
   TERÇOL ...................................................................................... 115
DOENÇAS DOS ÓRGÃOS GENITAIS...................................... 117
   ESTERILIDADE FEMININA ............................................................ 117
   LEUCORRÉIA .............................................................................. 120
   ESTERILIDADE MASCULINA ......................................................... 123
   MENORRAGIA ............................................................................. 127
   MENSTRUAÇÃO DOLOROSA ........................................................ 128
DOENÇAS PSÍQUICAS E DOENÇAS DO SISTEMA

NERVOSO................................................................................... 132
   CÃIBRAS .................................................................................... 132
   EPILEPSIA ................................................................................... 134
   PARALISIA FACIAL ...................................................................... 137
   PERDA DA MEMÓRIA .................................................................. 139
   HISTERIA .................................................................................... 141
                                                                                                    5
ESQUIZOFRENIA .......................................................................... 143
    CIATALGIA.................................................................................. 145
    INSÔNIA ...................................................................................... 148
DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO..................................... 151
    DISENTERIA AMEBIANA ............................................................... 151
    CIRROSE HEPÁTICA ..................................................................... 153
    CÓLICAS ..................................................................................... 155
    ÚLCERA DUODENAL.................................................................... 158
    FLATULÊNCIA ............................................................................. 160
    GASTRITE ................................................................................... 162
    HEMATÊMESE ............................................................................. 164
    INDIGESTÃO ................................................................................ 164
    DIARRÉIA INFANTIL ..................................................................... 167
    HEMORRÓIDAS............................................................................ 171
    SÍNDROME DO ESPRU .................................................................. 172
    SEDE........................................................................................... 176
    VÔMITOS .................................................................................... 177
    PARASITAS INTESTINAIS .............................................................. 179
    CONSTIPAÇÃO CRÔNICA .............................................................. 180
DOENÇAS METABÓLICAS, ENDÓCRINAS E

ARTICULARES ........................................................................... 185
    ESPONDILOSE CERVICAL.............................................................. 185
    DIABETES ................................................................................... 188
    BÓCIO......................................................................................... 190
    GOTA.......................................................................................... 192
    LOMBALGIA ................................................................................ 193
    OBESIDADE ................................................................................. 194
    REUMATISMO.............................................................................. 198
    ARTRITE REUMATÓIDE ................................................................ 200
DOENÇAS DO SISTEMA URINÁRIO ...................................... 203
    ENURESE NOTURNA ..................................................................... 203
    DISÚRIA...................................................................................... 206
    NEFRITE...................................................................................... 210
    HIPERTROFIA DA PRÓSTATA ........................................................ 211
6
CÁLCULOS RENAIS ...................................................................... 213
   HEMATÚRIA ............................................................................... 215
DOENÇAS DOS OUVIDOS , NARIZ E GARGANTA .............. 217
   EPISTAXE ................................................................................... 217
   GLOSSITE ................................................................................... 220
   ROUQUIDÃO ............................................................................... 221
   OTITE ......................................................................................... 222
   PIORRÉIA.................................................................................... 223
   ESPIRROS ................................................................................... 225
   ESTOMATITE............................................................................... 227
   AMIGDALITE .............................................................................. 229
DOENÇAS DA CABEÇA ............................................................ 232
   CEFALÉIA ................................................................................... 232
   ENXAQUECA............................................................................... 235
MEDICAMENTOS AYURVÉDICOS PARA O
PLANEJAMENTO FAMILIAR.................................................. 238




                                                                                                    7
INTRODUÇÃO

A palavra Ayurveda é composta de dois termos, Ayush que
significa vida e Veda que significa conhecimento ou ciência.
Portanto, etmologicamente, Ayurveda significa a ciência da vida ou
Biologia. Além da medicina, vários outros aspectos da vida são
abordados pelo Ayurveda. Sob uma perspectiva mais ampla, inclui
a saúde e o tratamento das doenças dos animais e também das
plantas. Assim, na Índia antiga, havia matérias especializadas
como Ashva Ayurveda (para o tratamento dos cavalos), Gaja
Ayurveda (para o tratamento de bois) e Vriksha Ayurveda (para o
tratamento das doenças das plantas). Tratados sobre estas
ciências foram escritos por eminentes estudiosos como Nakula,
Shalihotra e Parashara.
        O Ayurveda fornece procedimentos racionais de tratamento
para muitas doenças que são consideradas crônicas e incuráveis
por outros sistemas de medicina. Simultaneamente, enfatiza a
manutenção da saúde positiva de um indivíduo. Isto auxilia tanto
na prevenção quanto na cura das doenças. O Ayurveda estuda
também a natureza básica do ser humano, e as necessidades
naturais como a fome, a sede, o sono, o sexo, etc., e fornece
medidas para a adoção de um modo de vida disciplinado e livre
das doenças.
        A prática do Ayurveda caiu em desuso após as repetidas
invasões que aconteceram na Índia. Os trabalhos originais foram

8
destruídos, e os charlatões prosperaram, introduzindo
modificações não autorizadas no sistema.
        No final do século XIX e início do século XX, as pessoas
começaram a pensar no desenvolvimento do Ayurveda. Este
pensamento ganhou ímpeto com o movimento swadeshi. Muitos
comitês de especialistas foram constituídos pelo Governo para
investigar os problemas desta ciência e sugerir medidas para
resolvê-los. Após a independência, o Governo nacional mostrou
profundo interesse em colocar os negócios do Ayurveda em linhas
científicas e desenvolvê-lo de forma que muitas universidades,
consultórios, hospitais e farmácias ayurvédicas foram
estabelecidas em diferentes partes do país.
        Este manual fornece uma análise geral da teoria e prática
do Ayurveda. Direcionado para a família, a ênfase deste trabalho é
para o tratamento geral das doenças comuns que pode ser
administrado em casa. A parte teórica deste livro é, portanto, breve
e não técnica. Tenho profunda esperança de que os leitores
achem esta publicação útil em seu dia-a-dia.


                                               Dr. Bhagwan Dash
                                                   New Delhi, Índia




                                                                  9
Capítulo 1



     PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO
              AYURVEDA

        O corpo humano, de acordo com o Ayurveda, é composto
de três elementos fundamentais denominados doshas, dhatus e
malas. Os doshas governam as atividades fisiológicas e físico-
químicas do corpo. Os dhatus entram na formação da estrutura
básica de cada célula do corpo, realizando através disso, algumas
ações específicas. Os malas constituem substâncias que são
parcialmente utilizadas pelo corpo e parcialmente excretadas de
uma forma modificada depois de exercerem suas funções
fisiológicas. Estes três elementos estão em um equilíbrio dinâmico
uns com os outros para promover a manutenção da saúde.
Qualquer desequilíbrio ou predominância de um deles resulta em
doença ou sofrimento.

Pancha Mahabhutas
O homem possui cinco sentidos e através destes sentidos ele
percebe o mundo exterior de cinco maneiras diferentes. Os órgãos
dos sentidos são os ouvidos, a pele, os olhos, a língua e o nariz.
Através destes órgãos sensoriais, o objeto externo não é apenas
percebido, mas também absorvido para dentro do corpo humano
10
na forma de energia. Eles são a base na qual todo o universo está
dividido, agrupado ou classificado, de cinco maneiras diferentes,
sendo conhecidos como os cinco Mahabhutas1. São denominados
akasa (céu), vayu (ar), agni (fogo), jala (água) e prithvi (terra). Os
equivalentes em língua Ocidental, no entanto, não possuem a
conotação correta e a totalidade das implicações destes termos.
Por exemplo, a água comum não contém apenas jala mahabhuta,
mas é composta de todos os cinco mahabhutas. É a força de
coesão ou o poder de atração que é inerente em jala ou na água,
sendo esta a principal característica de jala mahabhuta. Da
mesma forma, o ar não é apenas vayu mahabhuta, mas contém os
elementos que pertencem aos demais mahabhutas também. Por
exemplo, o oxigênio estará mais próximo de agni mahabhuta e o
hidrogênio, mais próximo de jala mahabhuta.
        A física e a química modernas dividem a matéria disponível
no universo em alguns elementos básicos. Estes elementos
diferem uns dos outros em certos aspectos. Todos estes
elementos podem ser classificados em cinco categorias de
mahabhutas. Por outro lado, cada átomo possui os aspectos
característicos de todos os cinco mahabhutas. Os elétrons,
pósitrons, nêutrons, etc. presentes dentro dos átomos,
representam prithvi mahabhuta. A força ou coesão que os mantém
atraídos entre si é um atributo característico de jala mahabhuta. A
energia produzida no interior do átomo quando este é rompido e a
energia que permanece latente, na forma integral, representam
atributos de agni mahabhuta. A força de movimento dos elétrons
representa o aspecto característico de vayu mahabhuta e o
espaço no qual se movem é o atributo primário de akasha
mahabhuta.


1   Os cinco “elementos” ou conceitos fundamentais formadores do Universo.
                                                                             11
Diferentes escolas de filosofia tentaram explicar a teoria dos
Pancha Mahabhutas de diferentes maneiras. Enquanto algumas
explicações são basicamente as mesmas, outras são amplamente
diferentes. No entanto, todas as escolas de filosofia teológica
possuem um fundamento comum em sua crença na criação do
universo através dos Pancha Mahabhutas. Entre as demais
escolas de filosofia, algumas, como a de Charvaka, não acreditam
na existência do quinto mahabhuta, ou seja, akasha, porque não é
perceptível ao sentido da visão comum. No entanto, o Ayurveda é
muito claro sobre este assunto e baseia-se na teoria do Pancha
Mahabhuta.
       De acordo com o Ayurveda, o corpo de um indivíduo é
composto de cinco mahabhutas. Da mesma forma, nas outras
formas materiais também existem cinco mahabhutas. No corpo
humano, estes cinco mahabhutas estão representados na forma
dos doshas, dhatus e malas. Fora do corpo, eles formam os
ingredientes básicos das drogas e dos alimentos. Os atributos
característicos dos cinco mahabhutas são explicados em termos
dos sabores ou rasa, das qualidades ou gunas, das potências ou
viryas e dos sabores que se manifestam após a digestão e o
metabolismo da substância, ou vipaka.
       No corpo normal de um ser vivo, estas substâncias
permanecem em uma determinada proporção. Entretanto, por
causa da ação enzimática no interior do corpo humano, esta razão
entre os cinco mahabhutas, ou o seu equilíbrio, torna-se alterado.
O corpo, no entanto, possui a tendência natural de manter o
equilíbrio. Desta forma, ele elimina alguns dos mahabhutas que
estão em excesso e absorve outros mahabhutas que estejam
deficientes. Este déficit de mahabhutas é preenchido com os
ingredientes que compõem os alimentos, as bebidas, o ar, o calor,
a luz do sol, etc. O processo pelo qual os Pancha mahabhutas

12
exógenos são convertidos em Pancha mahabhutas endógenos
será discutido em um estágio posterior.
       Mesmo durante o processo da morte, estes cinco bhutas
representam um papel muito importante. Eles podem ser
separados em duas formas diferentes denominadas, literalmente,
de forma grosseira e forma sutil. As cinco categorias de
mahabhutas sutis no interior do corpo impregnam os cinco
sentidos por cinco vezes e, então, eles se separam destes cinco
sentidos, ocorrendo assim a morte. O corpo morto perde os cinco
sentidos e torna-se composto, portanto, apenas dos cinco
mahabhutas grosseiros.

O conceito dos Tridoshas
Como descrito anteriormente, no interior do corpo existem três
doshas que governam as atividades físico-químicas e fisiológicas.
Estes três doshas são denominados vayu, pitta e kapha. Os
equivalentes mais próximos a estes termos em língua Ocidental
são ar, bile e fleuma.
       Todos os constituintes do corpo são derivados dos cinco
mahabhutas. Portanto, os doshas também são compostos de
cinco mahabhutas. Todos os doshas possuem todos os cinco
mahabhutas em sua composição. O dosha vayu é dominado pelos
mahabhutas akasha (espaço) e vayu (ar). No dosha pitta
predominam o mahabhuta agni (fogo) e no dosha kapha
predominam os mahabhutas jala (água) e prithvi (terra).
       A doutrina dos doshas representa um importante papel no
Ayurveda considerando que eles formam a base para a
manutenção da saúde positiva e para o diagnóstico, assim como
para o tratamento das doenças. Uma correta apreciação desta
doutrina é, portanto, essencial para a adequada compreensão e
avaliação da teoria e prática do Ayurveda. Quando estão em seu
estado natural, sustentam o corpo e qualquer distúrbio em seu
                                                              13
equilíbrio resulta em doença e sofrimento. Estes três doshas
penetram em todo o corpo. Há, no entanto, alguns elementos ou
órgãos do corpo nos quais eles estão primariamente localizados.
Por exemplo, a bexiga, os intestinos, a região pélvica, as coxas,
pernas e ossos são primariamente sítios de vayu. Os sítios
primários de pitta são a linfa, o suor, o sangue e o estômago. Da
mesma forma, os sítios primários de kapha são o tórax, a cabeça,
o pescoço, as articulações, a porção superior do estômago e o
tecido adiposo. Cada um destes três doshas são novamente
divididos em cinco tipos. Estas cinco divisões representam apenas
cinco diferentes aspectos dos mesmos doshas e deve ficar claro
que não constituem cinco diferentes entidades no corpo.
       As localizações e as funções destas divisões de vayu, pitta
e kapha são fornecidas na tabela abaixo.




14
Doshas    Localização    Função normal       Doenças causadas
                                                 pelo desequilíbrio
VAYU
1. Prana     Coração        Respiração e         Soluços, bronquite,
                            deglutição           asma, resfriado,
                                                 rouquidão
2. Udana     Garganta       Fala e voz           Várias doenças dos
                                                 olhos, ouvidos, nariz
                                                 e garganta
3. Samana    Estômago e     Auxilia na ação      Indigestão, diarréia
             Intestino      das enzimas          e falhas na
             delgado        digestivas, na       assimilação
                            assimilação dos
                            produtos finais da
                            digestão e na
                            separação em
                            seus vários
                            elementos
                            teciduais

4. Apana     Cólon e órgãos Eliminação de        Doenças da bexiga,
             pélvicos       fezes, urina,        do ânus, dos
                            sêmen e sangue       testículos, doenças
                            menstrual            urinárias crônicas,
                                                 incluindo diabetes
5. Vyana     Coração        Auxilia na função    Dificuldade na
                            de circulação dos    circulação dos
                            canais, como os      canais e doenças
                            vasos sangüíneos     como febre e
                                                 diarréia




                                                                   15
PITTA
1. Pachaka      Estômago e       Digestão            Indigestão
                intestino
                delgado
2. Ranjaka      Fígado, baço e   Formação do         Anemia, icterícia,
                estômago         sangue              etc.
3. Sadhaka      Coração          Memória e outras    Distúrbios psíquicos
                                 funções mentais
4. Alochaka     Olhos            Visão               Dificuldades visuais
5. Bhrajaka     Pele             Coloração e         Leucoderma e
                                 revestimento da     outras doenças de
                                 pele                pele


KAPHA
1. Kledaka      Estômago         Umedece o           Dificuldades na
                                 alimento,           digestão
                                 auxiliando a
                                 digestão
2. Avalambaka   Coração          Energia para os     Preguiça
                                 membros
3. Bodhaka      Língua           Percepção do        Deficiência do
                                 sabor               paladar
4. Tarpaka      Coração          Nutrição dos        Perda da memória e
                                 órgãos sensoriais   falha na função dos
                                                     órgãos sensoriais
5. Sleshaka     Articulações     Lubrificação das    Dor nas articulações
                                 articulações        e falha na função
                                                     articular




16
Pode-se observar através da apresentação acima que os
doshas e suas divisões estão localizados em quase todos os
órgãos vitais do corpo e regulam todas as funções do corpo e da
mente.
       Durante as diferentes estações do ano, estes doshas
passam por certas mudanças. Por exemplo, vayu torna-se
desequilibrado no final do verão. Pitta torna-se desequilibrado
durante o outono e kapha tende a se desequilibrar durante a
primavera. Se determinadas precauções não forem tomadas
durante estas estações a pessoa expõe-se a certas doenças
causadas por estes doshas. As precauções a serem tomadas
nestas estações serão descritas posteriormente. Nos textos
clássicos do Ayurveda, sugere-se que para promover a saúde
positiva e prevenir a ocorrência de doenças, a pessoa deve
submeter-se a um enema medicinal no final do verão, a uma
purgação durante o outono e a uma terapia emética durante a
primavera.

Conceito de Sapta Dathu
Os elementos teciduais básicos do corpo são conhecidos como
dhatus no Ayurveda. O termo dhatu significa, etmologicamente,
aquele que ajuda o corpo ou que entra na formação da estrutura
básica do corpo como um todo. Os dhatus são sete e estão
relacionados a seguir:
1. Rasa ou quilo, inclui a linfa.
2. Rakta ou a fração hemoglobínica do sangue.
3. Mamsa ou tecido muscular.
4. Medas ou tecido adiposo.
5. Asthi ou tecido ósseo.
6. Majja ou medula óssea

                                                             17
7. Sukra ou tecido regenerativo, esperma no homem e óvulo na
    mulher.
     Estes sete dhatus são compostos dos cinco mahabhutas.
- Prithvi mahabhuta (terra) predomina nos tecidos muscular e
    adiposo.
- Jala mahabhuta (água) predomina na linfa e no quilo.
- Tejas mahabhuta (fogo) constitui a fração hemoglobínica do
    sangue.
- Vayu mahabhuta (ar) compõe o osso.
- Akasha mahabhuta (espaço) compõe os poros no interior do
    osso.
     Deve estar claro, no entanto, que todos os sete dhatus são
compostos de todos os cinco mahabhutas e apenas os
mahabhutas predominantes foram descritos acima. Estes dhatus
permanecem no interior do corpo humano em uma proporção
particular, e qualquer alteração em seu equilíbrio leva à doença e
ao sofrimento.

Conceito de Mala
As fezes, a urina e o suor são três importantes malas
reconhecidos no Ayurveda. São produtos residuais do corpo e sua
eliminação apropriada é essencial para a manutenção da saúde do
indivíduo. Afirma-se que as fezes são compostas apenas de
resíduos da alimentação ingerida pelo indivíduo, mas, na verdade,
elas contém substâncias que são eliminadas dos tecidos celulares
do corpo. A evacuação adequada é, portanto, essencial para a
manutenção dos tecidos em seu estado de saúde perfeita. Se
houver eliminação inadequada, as doenças ocorrem não apenas
no trato gastrointestinal, mas também em outras partes do corpo.
Nas doenças como a lombalgia, o reumatismo, a ciatalgia e a
paralisia, e mesmo bronquite e asma, as precauções para
assegurar uma adequada eliminação das fezes são essenciais
18
antes de se iniciar qualquer tratamento ayurvédico. Se não for
adequadamente evacuado, este mala fornece um ambiente
propício para o crescimento de diferentes tipos de microrganismos
intestinais e isto, às vezes, afeta o crescimento de algumas
bactérias amigáveis no cólon que auxiliam na síntese de
substâncias úteis ao corpo.
        A urina é outro produto residual através da qual muitos
resíduos corporais são eliminados. Mesmo que a pessoa com
excesso de micções seja considerada doente, no Ayurveda
aconselha-se que uma quantidade adequada de água deva ser
ingerida, tanto no verão como no inverno, de forma que ocorram
no mínimo seis micções durante do período diurno. A sudorese é
essencial para a manutenção da saúde da pele. Exercícios
apropriados, terapias como fomentação e certas drogas ajudam o
organismo a transpirar e através da transpiração uma grande
quantidade de produtos residuais é eliminada do corpo.
        Normalmente, as fezes, a urina e a sudorese possuem
cheiro desagradável. Mas, eventualmente, o odor torna-se
intolerável e o indivíduo precisa tomar certos medicamentos para
corrigir este mau cheiro.

Srotas ou Canais de Circulação
O corpo inteiro é composto de muitos tipos de canais de circulação
através dos quais os elementos teciduais básicos, os doshas e
alguns produtos residuais circulam ou se movem de um local para
o outro constantemente e continuamente. Para o adequado
funcionamento do organismo, é necessário que estes canais
permaneçam perfeitos e que o processo de circulação continue
ininterruptamente. Uma das mais importantes funções destes
canais é transportar os produtos dos alimentos do trato
gastrointestinal e torná-los disponíveis aos elementos teciduais
básicos, ajudando em sua nutrição. Em resumo, incluem todos os
                                                               19
grandes canais do corpo como o trato gastrointestinal, as artérias,
os vasos linfáticos e o trato gênito-urinário, que são
macroscópicos, até os minúsculos capilares que são
microscópicos.
        O Ayurveda reconhece 13 canais no corpo humano. Estes
srotas ou canais de circulação representam um importante papel
no advento da doença. Se o movimento ou a circulação nestes
canais é interrompida ou bloqueada por fatores internos ou
externos, isto resulta no acúmulo das substâncias que estão sendo
transportadas naquele canal em particular e o metabolismo no
tecido é afetado, dando origem, portanto, a produtos imaturos ou
não      metabolizados.     Estes    produtos     incompletamente
metabolizados não se acumulam apenas no local, mas podem
circular através de todo o corpo sendo desviados para outros
canais que ainda estejam funcionando. Estas substâncias
bloqueiam as atividades daqueles canais, resultando na
manifestação de uma doença. Para conservar os canais em
perfeito estado ou em condições adequadas de funcionamento,
muitas prescrições e proibições são apresentadas nos textos
ayurvédicos. Algumas destas recomendações dizem respeito ao
horário das refeições, à eliminação das fezes, ao atendimento das
necessidades naturais do corpo e aos exercícios físicos.




20
Digestão e Metabolismo
O alimento que vem do mundo externo ao corpo deve ser triturado,
absorvido e assimilado. Uma substância heterogênea deve ser
transformada em homogênea. Os fatores responsáveis por estas
atividades no corpo são conhecidos como agnis. Eles representam
os vários tipos de enzimas que atuam no trato gastrointestinal, no
fígado e nos tecidos celulares. Quando os doshas do corpo estão
em um estado de equilíbrio, estes agnis ou enzimas funcionam
normalmente. No entanto, quando há qualquer distúrbio neste
equilíbrio, ocorre um bloqueio nas funções destes agnis.
       Os quatro estados dos agnis estão resumidos abaixo:

Estado do Agni            Sintomas                       Observações
        1                        2                               3
1. Vishamagni    Algumas vezes digere             Um estado irregular de agni
                 lentamente, algumas vezes        surge como resultado da
                 normalmente e outras vezes       influência de vata, em uma
                 ainda, produz adhamana           condição denominada
                 (distensão abdominal),           vishamagni. Neste estado,
                 shula (cólicas), udavarta        algumas vezes o processo
                 (movimento ascendente de         de digestão completa-se e
                 vayu estômago), atisara          em outras, produz distensão
                 (diarréia), jathara (ascites),   abdominal, dores em
                 gaurava (sensação de peso),      cólicas, constipação,
                 antrakujana (ruídos              disenteria, ascites, peso nos
                 abdominais), pravahana           membros e mesmo a perda
                 (disenteria).                    do controle dos movimentos.




                                                                            21
1                     2                            3
2. Tikshnagni   Digere grandes quantidades  A ação do jatharagni neste
                de tudo, até mesmo em       estado é influenciado
                freqüentes refeições. Após apredominantemente por
                digestão produz gala shosha pitta. O agni nesta condição
                e daha (garganta seca),     é considerado
                oshtha shosha e daha        excessivamente estimulado
                (lábios secos), talushosha ee, portanto, é conhecido
                daha (palato seco) e santapacomo tikshnagni. Neste
                (sensação de queimação)     estado, o agni digere
                                            facilmente mesmo alimentos
                                            pesados, em pouco espaço
                                            de tempo. Causa fome voraz
                                            – uma condição geralmente
                                            denominada atyagni (ou
                                            bhasmaka por certos
                                            especialistas). Possibilita a
                                            um glutão digerir todas as
                                            suas freqüentes refeições.
3. Mandagni     Não consegue digerir        Este é um estado no qual a
                adequadamente, mesmo a ação do jatharagni é
                dieta normal causando udara considerada inibida devido a
                gaurava (sensação de peso influência dominante de
                no abdome), shiro gaurava kapha. Portanto, neste
                (sensação de peso na        estado o agni é conhecido
                cabeça), kasa (tosse),      como mandagni. Neste
                shvasa (dispnéia), praseka caso, o agni é incapaz de
                (salivação), chhardi        digerir e metabolizar mesmo
                (vômitos) e gatra sadana    pequenas quantidades de
                (fraqueza no corpo)         qualquer alimento facilmente
                                            digerível.




22
1                     2                         3
4. Samagni     Digere adequadamente a   No bem equilibrado estado
               dieta normal.            de funcionamento dos
                                        tridoshas, o jatharagni
                                        também está com sua
                                        função normalizada. Este
                                        estado tem sido descrito
                                        como samagni. Em outras
                                        palavras, quando os
                                        tridoshas estão em um
                                        estado equilibrado de
                                        funcionamento, jatharagni
                                        assegura a completa
                                        digestão do alimento, no
                                        período apropriado, sem
                                        quaisquer irregularidades.

        O conceito de agni no Ayurveda, que se refere a múltiplas
funções relacionadas com pitta, é prontamente compreensível.
Inclui não apenas os agentes químicos responsáveis pelo
aharapachana no kashtha (corresponde à digestão
gastrointestinal), que leva à separação do sarabhaga (fração
nutritiva) do ahara (alimento) de seu kittabhaga (resíduo não
digerível do alimento), mas também por eventos metabólicos –
síntese de energia e manutenção do metabolismo. Além disso,
compreende os processos de foto e quimiossíntese. Pachaka pitta,
conhecido às vezes como jatharagni, koshthagni, antaragni,
pachakagni e dehagni, quando localizado em seu próprio sítio, em
uma área entre amashaya e pakvashaya, participa diretamente na
digestão do alimento e ao mesmo tempo dá suporte e incrementa
a função dos demais pittas presentes em outros lugares do corpo,
ou seja, ranjaka (fígado, baço e estômago), sadhaka (coração),
alochaka (olhos) e bhrajaka (pele). Acredita-se que pachaka pitta
                                                                 23
contribua com metade de sua totalidade para a ação dos sete
dhatvagnis (enzimas localizadas nos elementos teciduais), e
sustenta e eleva a função destes últimos.
 Diferentes tipos de Agnis:
1 Tipo de Jatharagni
5 Tipos de Bhutagnis e
7 Tipos de Dhatvagnis.
        O Jatharagni refere-se ao fenômeno da digestão
gastrointestinal.
        Os Bhutagnis auxiliam na transformação dos Mahabhutas
externos em Mahabhutas internos. A função dos Bhutagnis é
tornar homólogos os Mahabhutas exógenos. Os dhatvagnis ou
enzimas estão localizados nos tecidos do corpo. Eles auxiliam na
assimilação e na transformação do material nutriente recebido
depois da transformação pelos Bhutagnis em substâncias
homólogas aos elementos teciduais.
        O Ayurveda coloca muita ênfase em todos estes agnis de
forma que todos são tratados como sinônimos de corpo físico.
Antes de iniciar um tratamento para qualquer doença, os
problemas com estes agnis são localizados e esforços são
despendidos para corrigi-los. A maioria dos medicamentos
utilizados no Ayurveda contém substâncias que estimulam o
funcionamento destas enzimas em diferentes níveis. Algumas
terapias de eliminação são também prescritas no Ayurveda tendo
em vista a limpeza dos canais de circulação e a remoção dos
produtos residuais neles acumulados. Este procedimento ajuda no
adequado funcionamento dos agnis.
        Na infância, o estado dos agnis é moderado e com a idade
o poder dos agnis aumenta, resultando em melhor digestão e
metabolismo. Isto auxilia no processo de crescimento do corpo.
Após os 40 anos, o poder dos agnis permanece estável até que o
indivíduo alcance os 60. Após os 60, seu poder declina. Os tecidos
24
corporais não conseguem nutrição adequada, reduzem-se em
número, tamanho e qualidade. Isto dá origem ao processo de
envelhecimento.
       Quando o indivíduo morre, o funcionamento das enzimas se
interrompe. Através da Terapia de rejuvenescimento dirige-se o
procedimento para rejuvenescer e revitalizar estas enzimas de
forma que elas possam manter ou aumentar suas atividades. Isto
ajudará a prevenir o envelhecimento e as doenças associadas ao
mesmo.
       Os alimentos que ingerimos se convertem em diferentes
elementos teciduais e para todos estes tecidos há um tempo
necessário para esta conversão. Este tempo de conversão dos
alimentos em um tipo particular de tecido pode ser alterado
através do uso de alguns medicamentos. Por exemplo, se o agni
ou as enzimas forem estimuladas através de certas ações, os
afrodisíacos ou estimulantes sexuais aumentam a produção de
esperma e óvulo a partir dos ingredientes dos alimentos.
       A doença é causada pela obstrução dos canais de
circulação. A obstrução é causada pelo acúmulo de produtos
residuais. Estes produtos residuais ou material não digerido (no
Ayurveda diz-se também material não cozido pelas enzimas
digestivas) podem ser convertidos ou eliminados se os agnis ou
enzimas responsáveis aí localizadas são estimulados. Esta é a
função da maioria dos medicamentos ayurvédicos e esta é
maneira como as doenças são controladas e curadas.




                                                             25
Capítulo 2



     PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO
            AYURVÉDICO

        Os doshas, denominados vayu, pitta e kapha, estão
distribuídos em todo o corpo. Eles regulam as funções de todos as
células teciduais e estão presentes em cada uma delas. Quando o
esperma e o óvulo unem-se no útero da mãe para formar um
zigoto, os doshas presentes neles e fora deles, no útero,
produzem certos aspectos característicos que na terminologia
ayurvédica são conhecidos como prakriti. Se todos os doshas
estão em um estado de equilíbrio, geram um feto saudável, e a
criança nascida deste feto leva uma vida muito saudável. Se os
doshas estão em um estado muito desequilibrado, podem tanto
evitar a concepção, não permitir que o zigoto se desenvolva
quanto resultar em malformações. Se, no entanto, um ou dois
doshas estão em excesso, dão origem a um tipo de constituição
física e temperamento psíquico no indivíduo nascido destes
doshas alterados. Estas características do corpo e da mente
permanecem com o indivíduo durante toda sua vida. Não sofrem
alterações e qualquer sinal de mudança nestas características é




26
sinal de morte. Sete tipos de prakriti2 são reconhecidos no
Ayurveda, com suas características específicas.
        Para o tratamento ayurvédico, o conhecimento do prakriti é
muito importante. Por exemplo, uma pessoa que seja vata prakriti
é sempre muito provável que adquira uma doença do tipo vatika,
sendo que as doenças de outros tipos não lhe trazem muitos
problemas, ou são facilmente curáveis. Para prevenir a ocorrência
de doenças, o indivíduo que possui vata prakriti deve evitar
constantemente alguns fatores que agravam vata e recorrer a
alimentos, bebidas e condutas que aliviem vata. Alimentos oleosos
e picantes em geral vão satisfazê-lo, enquanto que uma pessoa
pitta prakriti vai achar mais adequada a ingestão e as condutas
frias. Da mesma forma com os medicamentos: para um paciente
pitta prakriti devem ser administrados drogas frias e um paciente
kapha prakriti deve receber medicamentos que aqueçam,
possuindo características como amargor, secura, aspereza, etc. O
quinino, por exemplo, pode ser prescrito seguramente para um
paciente kapha prakriti, não será muito adequado para um
indivíduo vata prakriti e será prejudicial se for administrado em um
paciente pitta prakriti.

Composição das Drogas
Como outras coisas no universo, uma droga é composta dos cinco
mahabhutas, ou seja, akasha, vayu, tejas, jala e prithvi. É difícil
precisar a composição bháutika de uma droga apenas através da
análise de sua aparência física. Esta composição bháutika deve
ser verificada com base no sabor destas drogas. Por exemplo, se
uma droga possui o sabor doce, deve-se deduzir que há uma
predominância dos mahabhutas prithvi (terra), jala (água) e agni

2Ver “Fundamentos da Medicina Ayurvédica”, Dr. Bhagwan Dash, Editora
Chakpori, 1998.
                                                                       27
(fogo). Se possuir um sabor salgado, predominam os mahabhutas
prithvi (terra) e agni (fogo). Se possuir sabor picante, é dominado
pelos mahabhutas agni (fogo) e vayu (ar). Se tiver sabor amargo, é
dominado pelos mahabhutas vayu (ar) e akasha (espaço) e se
tiver sabor adstringente, predominam os mahabhutas prithvi (terra)
e vayu (ar).
        Como foi descrito anteriormente, os doshas no corpo
também são compostos destes cinco mahabhutas, ou seja, kapha
é dominado pelos mahabhutas prithvi (terra) e jala (água), pitta é
dominado pelo mahabhuta agni (fogo) e vayu é dominado pelos
mahabhutas vayu (ar) e akasha (espaço)
        Se uma doença for causada por um desequilíbrio de kapha
dosha, então pode-se prescrever bebidas e drogas que tenham
menor proporção dos mahabhutas prithvi (terra) e jala (água), e
maior proporção de agni (fogo), vayu (ar) e akasha (espaço).
Sendo assim, drogas com sabor picante, amargo e adstringente (o
último apenas parcialmente) contém estes três mahabhutas.
Portanto, medicamentos com estes sabores (picante, amargo e
adstringente) são administrados ao paciente portador de uma
doença dominada por kapha dosha. A mesma regra prevalecerá
na seleção de drogas para doenças causadas por outros doshas
também.
        O exposto acima é apenas uma breve explicação da ação
das drogas ayurvédicas. Há muitos outros fatores que são levados
em consideração durante a seleção de uma droga. São eles: os
atributos (gunas), a potência (virya), o sabor apresentado depois
que o material é digerido (vipaka) e a ação específica (prabhava).
Todos estes fatores no interior da droga são interrelacionados e
interdependentes, porque representam diferentes aspectos dos
mahabhutas dos quais a droga é composta.

Classificação das Drogas Ayurvédicas
28
As drogas ayurvédicas incluem produtos vegetais, minerais e
animais. Podem ser classificados em cinco categorias:
A) Drogas cientificamente estudadas: Algumas drogas simples e
   preparações compostas, como por exemplo Sarpagandha e
   Yogaraja guggulu, foram estudadas cientificamente e os
   benefícios terapêuticos declarados a seu respeito foram
   verificados. Sarpagandha é útil nas hipertensões e Yogaraja
   guggulu, para reumatismo.
B) Drogas populares não-tóxicas: Alguns medicamentos
   ayurvédicos são populares por sua utilidade terapêutica e sua
   característica não-tóxica. Um destes medicamentos é a
   Chyavanaprasa. A planta amalaki (Emblica officinalis) é o
   ingrediente mais importante desta droga, útil no tratamento de
   doenças pulmonares como as bronquites.
C) Drogas eficazes mas tóxicas: Há algumas drogas, por
   exemplo, Bhallatakavaleha, que possuem conhecidos valores
   terapêuticos mas que produzem grave toxicidade se utilizadas
   indiscriminadamente. Bhallataka (Semecarpus anacardium) é o
   mais importante ingrediente deste medicamento que é útil no
   tratamento de doenças de pele crônicas e de difícil tratamento.
D) Drogas raramente usadas: Algumas drogas, por exemplo,
   Shrivishnu taila, apesar de serem mencionadas nos clássicos
   ayurvédicos, não são extensivamente utilizadas. Apenas
   médicos de algumas regiões da Índia utilizam-nas e
   reconhecem sua eficácia.
E) Drogas hereditárias e patenteadas: Alguns médicos
   especializaram-se na cura de determinadas doenças. As
   fórmulas e os métodos de preparação das drogas que
   administram são conhecidos apenas pelos mesmos, ou por
   membros de confiança de suas famílias. Enquanto algumas
   destas drogas não são efetivas como afirmam que sejam,

                                                               29
outras foram verificadas serem muito eficazes. Na maioria dos
     casos os médicos não concordam em revelar a fórmula.

Denominação das Drogas
Os nomes das formulações são geralmente baseados nos
seguintes seis fatores:
a) Ingrediente importante: Algumas preparações são nomeadas
   após o ingrediente mais importante, por exemplo, Amalaki
   rasayana (Preparação com Emblica officinalis).
b) Autoria: O nome do estudioso ou rishi (sábio) que
   primeiramente descobriu ou padronizou a fórmula é empregado
   para denominar a droga, por exemplo, Agastya haritaki.
c) Propriedades terapêuticas: A doença para a qual a fórmula
   está indicada, eventualmente, é utilizada para denominar a
   preparação, por exemplo, Kusthaghna lepa.
d) O primeiro ingrediente da fórmula: O primeiro ingrediente da
   fórmula é, às vezes, utilizado para dar nome à preparação,
   como por exemplo, Pippalyasava.
e) Quantidade da droga: O nome do tipo de preparação aparece
   depois de especificada a quantidade de droga que é utilizada,
   por exemplo, Shatpala ghrita.
f) Parte da planta: O tipo de preparação é especificada após a
   parte da planta que é empregada, por exemplo, Dasamula
   kashaya.

Processos Farmacêuticos
No Ayurveda, diferentes processos farmacêuticos são seguidos na
preparação das drogas. Além de ajudar no isolamento da fração
terapeuticamente ativa das drogas, estes processos ajudam a
tornar os medicamentos:
1. Facilmente administráveis;
2. Agradáveis ao paladar;
30
3.   Digestivos e assimiláveis;
4.   Terapeuticamente mais eficazes;
5.   Menos tóxicos e mais toleráveis e
6.   Preserváveis por mais tempo.

Sodhana ou Purificação
       Algumas drogas in natura necessitam passar pelo processo
denominado Sodhana para serem utilizadas. O significado literal
da palavra sodhana é purificação. Mas, freqüentemente, o
processo é mal interpretado como se o processo tornasse a
substância física e quimicamente pura. Sodhana, sem dúvida,
proporciona alguma pureza física e química mas, às vezes, mais
impurezas são adicionadas à substância durante certos estágios
do processo. Através desta adição, a droga torna-se menos tóxica
e terapeuticamente mais eficaz. O acônito puro, por exemplo, não
pode ser administrado tão livremente na forma sodhita. O acônito,
que inibe a função cardíaca, torna-se um estimulante cardíaco
após o processo de Sodhana. Portanto, este processo requer um
estudo detalhado e a exatidão na preparação das drogas sujeitas
a estes processos deve ser avaliada pelo efeito terapêutico dos
produtos finais.
       Algumas gomas resinas, tais como guggulu (Commiphora
mukul) e algumas drogas contendo óleos voláteis, tais como
kustha (Saussurea lappa), são submetidos ao Sodhana através da
fervura com leite, urina de vaca, etc. Ferver, no entanto, reduz o
conteúdo de óleos voláteis da droga que se supõe serem
terapeuticamente muito ativos.

A Racionalidade do Uso de Medicamentos Metálicos
       Metais, minerais e pedras preciosas são utilizadas na
medicina desde o período Védico. Muitos sábios budistas
realizaram pesquisas e compuseram trabalhos sobre
                                                               31
medicamentos com ingredientes metálicos. Alguns destes metais,
como o mercúrio, o chumbo e o arsênico são reconhecidamente
tóxicos para o organismo e outros ainda não são capazes de
serem absorvidos dos intestinos para o sangue. Portanto, todos os
metais, minerais e pedras preciosas são processados tendo em
vista os seguintes objetivos:
a) Torná-los absolutamente não tóxicos;
b) Torná-los facilmente absorvíveis através da mucosa intestinal e
    torná-los assimiláveis através das membranas celulares;
c) Aumentar sua eficácia terapêutica de forma que possa ser
    administrado em doses bastante reduzidas;
d) Ampliar seus efeitos terapêuticos e
e) Torná-los saborosos.

        Para os propósitos acima mencionados, estes metais, etc.,
são, primeiramente submetidos ao processo de Sodhana
(literalmente, purificação). Durante este processo, as moléculas do
metal tornam-se frágeis e não tóxicas. Isto é feito através da
fervura e trituração com diversas ervas e produtos animais. Assim,
o metal inorgânico é convertido em um composto orgânico.
        Depois, as substâncias passam por um outro processo,
denominado marana (literalmente, neutralização). Durante este
processo, o metal é friccionado com várias plantas e produtos
animais e calcinado por exposição ao calor intenso. Este processo
é repetido muitas vezes até que o metal seja reduzido a um estado
de pulverização. Durante cada processo, o pó metálico é
totalmente triturado para que chegue a este objetivo.
        Finalmente, o metal é submetido a um processo chamado
amritikarna (literalmente, conversão em ambrosia). Diferentes
métodos de sodhana, marana e amritikarna são prescritos para
diferentes metais, minerais e pedras preciosas. O produto final é
geralmente chamado bhasma ou pó calcinado. São absolutamente
32
não tóxicos, seguros e benéficos. Além de curar as doenças,
auxiliam no rejuvenescimento do corpo e na preservação assim
como na promoção da saúde positiva. São empregados apenas
em doses terapêuticas mínimas. As propriedades destes bhasmas
(pós calcinados) são inteiramente diferentes daquelas dos metais,
minerais e pedras preciosas não processados, in natura. Eles são
freqüentemente empregados nas prescrições ayurvédicas
juntamente com vegetais e produtos animais pelos seguintes
aspectos:
a) São efetivos em dose mínima;
b) Não produzem qualquer sabor desagradável;
c) Eles produzem seus efeitos terapêuticos curando as doenças
    rapidamente. Muitas doenças crônicas e até mesmo incuráveis
    são eliminadas por estas preparações metálicas.

       Pelos aspectos acima mencionados, o sistema de
tratamento com formulações contendo metais, etc. é denominado
daivi chikitsa (tratamento divino). Tanto os distúrbios comuns como
muitas doenças que necessitam de cirurgia convencional são
pacificadas com estas preparações metálicas.




                                                                33
Capítulo 3



      CONDUTA PARA O HORÁRIO
              DIURNO

              Deve-se levantar da cama pela manhã bem cedo,
antes do sol nascer. É considerado auspicioso este horário em que
o ar está fresco e há menos ruído na atmosfera. A pessoa deve
fazer algum tipo de meditação. Antes de se levantar realmente da
cama, deve-se pensar sobre a programação do seu dia.

Limpeza da face: A pessoa deve lavar sua face com água
imediatamente após levantar-se da cama. Esta conduta ajuda a
limpar os resíduos acumulados nos olhos, no nariz e na boca
durante a noite e dá uma sensação de frescor. No inverno, pode-
se utilizar água morna para este fim.

Proteger a visão: Ao lavar a face, deve-se encher a boca de água,
manter a boca fechada e conservar os olhos abertos, tanto quanto
possível, respingando água fria sobre eles. Esta conduta é
considerada muito útil para a preservação e melhora da visão.
Depois de respingar a água, as pálpebras devem ser suavemente
esfregadas de forma a massagear levemente os globos oculares.



34
Ingerir um copo de água: Após lavar a face e a boca, deve-se
tomar um copo de água. Isto está prescrito para todas as estações
e em todos os dias. Esta conduta ajuda a fazer com que as fezes e
a urina sejam eliminadas sem dificuldades. Algumas pessoas tem
o hábito de ingerir um chá quente para este propósito. A ação
reflexa produzida pelo chá quente é diferente daquela causada
pelo copo de água fria. Este último produz apenas uma pressão
que estimula os intestinos para que este comece seu movimento
para a evacuação. O chá, estando quente, estimula os intestinos
tão fortemente que perde este efeito após alguns dias de forma
que a pessoa começa a apresentar sinais de constipação. A
cafeína contida no chá ou no café produz alguns efeitos adversos
sobre as glândulas do estômago e intestinos, que a água fria não
produz. Além disso, a água fria é um bom tônico para o corpo. No
entanto, a água fria está proibida se o paciente estiver resfriado,
com tosse ou lesão na garganta.

Evacuação dos intestinos: A pessoa deve ter o hábito de evacuar
os intestinos imediatamente após levantar-se da cama. Há dois
motivos para que a pessoa não sinta a necessidade de evacuar
pela manhã: ou o alimento não foi adequadamente digerido, ou o
indivíduo não teve um sono adequado. O hábito de beber um copo
de água fria pela manhã vence a dificuldade causada pela
indigestão e pelo sono inadequado, de forma que o indivíduo
consegue um movimento de limpeza. As pessoas que pensam
muito ou aquelas que são explosivas, sensíveis ou furiosas
acumulam muito vento em seu estômago. Este vento se acumula
nos intestinos durante a noite. O vento também é formado pela
ingestão de certos grãos e frituras e se o indivíduo não ingere
vegetais folhosos e frutas em quantidade adequada. Qualquer que
seja a causa, quando ocorre a formação de vento, cria-se alguma
obstrução na mobilidade intestinal. A pessoa pode achar que
                                                                35
houve evacuação completa, mas depois de algum tempo ela sente
novamente a necessidade de evacuar. Há pessoas que evacuam
3 a 4 vezes pela manhã para sentirem-se satisfeitas quanto a esta
necessidade. Isto causa inconvenientes e em muitos casos a
evacuação permanece incompleta, causando supressão do
apetite, indigestão, cefaléia, a pessoa sente-se pouco à vontade,
com fadiga e insônia. O vento, quando formado em excesso,
exerce pressão sobre o coração e pode levar a palpitação. É
necessário que a pessoa estabeleça algumas regras em sua
alimentação, nas bebidas, no sono, de forma que consiga um
movimento de limpeza pela manhã. No entanto, se houver
necessidade de evacuação uma segunda vez, isto não deve ser
forçosamente interrompido. A inibição não é saudável.

Limpeza dos dentes: A pessoa deve usar um pequeno ramo de
neem (Azadirachta indica), babul (Acacia arabica) ou de qualquer
outra árvore que tenha sabor adstringente, picante ou amargo. A
extremidade do ramo deve ser macerada para ficar macia de
forma que as gengivas não sejam machucadas. Esta conduta
remove o mau cheiro e a falta de paladar. Remove os resíduos da
língua, dos dentes e da boca.

Raspagem da língua: Os raspadores de língua, que são curvados
e não possuem superfície cortante, são disponíveis em metal,
como ouro, prata, cobre, estanho e latão. Os resíduos depositados
na base da língua obstruem a respiração e causam mau hálito.
Assim, a língua deve ser raspada regularmente.




36
Uso de gotas nasais: Deve-se inalar Anu taila3 durante a estação
chuvosa, o outono e a primavera. Aqueles que praticam a terapia
nasal de acordo com o método prescrito, não são afetados por
doenças dos olhos, do nariz e dos ouvidos. Seus cabelos e barba
não se tornam esbranquiçados e nunca apresenta episódios de
queda de cabelos.

Gargarejos: O gargarejo com Til taila (óleo de gergelim) é benéfico
para fortalecer as mandíbulas, a profundidade da voz, a sensação
do paladar e para melhorar o sabor dos alimentos. A pessoa que
utiliza o hábito de fazer gargarejos nunca adquire afecções da
garganta, lábios rachados, alterações na respiração ou dores de
dentes.

Aplicação de óleo sobre a cabeça: Aquele que tem como hábito
aplicar regularmente óleo sobre a cabeça não sofre de cefaléias,
calvície ou branqueamento dos cabelos. O cabelo permanece
preto, longo e profundamente enraizado. A pele da face torna-se
brilhante e a pessoa tem sono profundo.

Gotas de óleo nos ouvidos: As doenças dos ouvidos causadas por
desequilíbrio de vata, torcicolos, rigidez nas mandíbulas,
dificuldade auditiva e surdez são evitadas se a pessoa tem como
hábito a aplicação regular de óleo no ouvido externo.

Massagem com óleo: Vayu predomina no órgão sensorial do tato,
e este órgão está alojado na pele. A massagem é extremamente
benéfica para a pele, de forma que as pessoas devem praticar

3Ver no livro “Massagem Terapêutica na Medicina Ayurvédica”, por Dr. B.
Dash, Editora Chakpori, a fórmula denominada Anu Taila ou Sadabindu taila,
na página 183.
                                                                         37
regularmente a massagem com óleo. As pessoas que seguem
esta conduta possuem uma boa estrutura física, força e elegância.
Com a aplicação regular de óleo, o impacto do envelhecimento é
diminuído.

Exercícios: Os exercícios físicos proporcionam leveza, habilidade
para trabalhar, estabilidade, resistência ao desconforto e aliviam
os três doshas (especialmente kapha). Também estimulam o
poder digestivo. No entanto, o excesso de exercícios físicos pode
causar exaustão, consumo das forças, sede, sangramento por
diferentes partes do corpo (rakta pitta), podem causar pratamaka
(um tipo de dispnéia), tosse, febre e vômitos.
A perspiração, a melhora da respiração, o brilho no corpo, a
melhora dos batimentos cardíacos e de outros órgãos são
indicações de que os exercícios estão sendo realizados
corretamente.
Os exercícios são contra-indicados para pessoas que
emagreceram por causa de atividade sexual excessiva, para
aqueles que já estão cansados, que estão segurando a raiva, que
estão tristes, com medo e para pessoas de constituição vatika e
cuja profissão exige que falem demasiadamente. Não se deve
fazer exercícios quando sentir fome ou sede.

Banhos: O banho é purificador, estimula a libido e promove a vida.
Esta conduta remove a fadiga, o suor e os resíduos. Produz vigor
corporal e é um auxiliar por excelência do aprimoramento de ojas4.




4 Ojas pode ser traduzido como Vigor. Possui três variedades: Sahaja bala
(hereditário), Kalakrta bala (obtido durante os estágios da vida) e Yuktikrta
bala (resultante da dieta, conduta e medicamentos apropriados).
38
Vestimentas: O uso de roupas limpas aumenta a atração física, a
reputação, a longevidade e a sorte. Produz prazer, graça,
competência e boa aparência.

Uso de perfumes: O uso de essências e flores estimula a libido, dá
ao corpo um cheiro agradável, promove a longevidade e a
elegância. Produz corpulência e vigor no corpo, além de ser
agradável para a mente.

Uso de ornamentos: Usar enfeites e jóias aumenta a prosperidade,
a auspiciosidade, a longevidade e a elegância, evita o perigo de
cobras e energia perversas, etc. É agradável e charmoso.
Também conduz ao ojas (Vigor).

Cuidados com os cabelos e as unhas: Arrumar e cortar os cabelos,
a barba (incluindo os bigodes) e as unhas, etc. aumenta a
corpulência, a libido, a longevidade, a limpeza e a beleza.

Alimentação: A pessoa deve ingerir a quantidade adequada de
alimentos. A quantidade depende do poder digestivo (incluindo o
metabolismo). A porção de alimentos que, sem alterar o equilíbrio
dos doshas (os três humores) e dhatus (os sete elementos
teciduais) do corpo, consegue ser digerida assim como
metabolizada no período de tempo apropriado, é considerada a
quantidade adequada.
Gêneros alimentícios como sali, sastika (duas variedades de
Oryza sativa), mudga (Phaseolus radiatus), codorna comum,
perdiz cinza, antílope, coelho, sambar indiano, etc., mesmo sendo
por natureza de fácil digestão, devem ser ingeridos de acordo com
a quantidade prescrita. Da mesma forma, preparações à base de
farinha, açúcar de cana e leite, gergelim, masha (Phaseolus
radiatus) e carnes de animais aquáticos e que habitam áreas
                                                               39
pantanosas, mesmo sendo pesados, por natureza, e de difícil
digestão, também devem ser ingeridos em quantidades
adequadas.
Os alimentos leves possuem qualidades predominantemente vayu
(ar) e agni (fogo), e as pesadas, possuem predominantemente os
mahabhutas prithvi (terra) e jala (água). Portanto, de acordo com
suas qualidades, os alimentos leves, sendo estimulantes do
apetite, são considerados menos prejudiciais, mesmo se ingeridos
além da quantidade prescrita. Por outro lado, alimentos pesados
são naturalmente inibidores do apetite e prejudiciais se ingeridos
em excesso, a menos que haja um poder de digestão e
metabolismo poderosos adquiridos através de exercícios físicos.
Se o alimento é pesado, apenas três quartos ou metade da
capacidade do estômago deve ser preenchida. Mesmo no caso de
gêneros alimentícios leves, a ingestão excessiva não possibilita a
manutenção do poder digestivo e metabólico.
Ingerindo quantidades apropriadas, o alimento certamente auxilia
o indivíduo na obtenção de vigor, jovialidade, felicidade e
longevidade sem perturbar o equilíbrio dos dhatus (elementos
teciduais) e dos doshas (vayu, pitta e kapha) do corpo.

Uso de colírio: A pessoa deve aplicar o colírio feito de antimônio
regularmente pois esta conduta é benéfica para os olhos.
Rasanjana (extrato de Berberis aristata) deve ser aplicada uma
vez durante cinco ou oito noites para promover o lacrimejamento
dos olhos. Dentre todos os mahabhutas, predomina nos olhos o
tejas5 (fogo). Portanto, a terapia, capaz de aliviar kapha, é útil para
conservar a visão clara. Não deve ser aplicado um colírio muito
forte nos olhos durante o período diurno, pois os olhos,


5Produto resultante do metabolismo do Mahabhuta agni (fogo)
40
enfraquecidos pela drenagem, serão adversamente afetados pela
luz solar.

Fumo: No Ayurveda, diferentes tipos de cigarros são prescritos
para o ato de fumar. Eles são feitos de ingredientes vegetais e não
contém tabaco ou narcóticos como a Cannabis.
O fumo trata a sensação de peso na cabeça, cefaléias, rinite,
hemicrania, otalgia, dor nos olhos, tosse, soluços, dispnéia,
obstrução da garganta, fraqueza nos dentes, secreções
patológicas pelos ouvidos, pelo nariz e pelos olhos, elimina o odor
purulento do nariz e da boca, odontalgias, anorexia, rigidez nas
mandíbulas, torcicolo, prurido, as condições relacionadas aos
processos infecciosos, a palidez da face, o excesso de salivação,
a debilidade da voz, a tonsilite, a uvulite, alopécia, branqueamento
dos cabelos, queda dos cabelos, espirros, sonolência excessiva,
perda da consciência e hipersomnia. Fortalece também os
cabelos, os ossos do crânio, os órgãos e a voz.
São prescritos oito horários para o ato de fumar, horários em que
vata, pitta e kapha tornam-se desequilibrados. São eles: após o
banho, após a refeição, após a raspagem da língua, após espirrar,
após escovar os dentes, após a inalação de substâncias
medicinais, após a aplicação de colírio e após dormir.

Estudos: Não se deve estudar se não houver iluminação
suficiente, durante um incêndio, durante um terremoto, durante
festivais importantes, durante queda de meteoros, durante eclipse
solar e lunar, durante a mudança para lua nova e nem durante os
horários do amanhecer e do anoitecer. A pessoa não deve estudar
sem ter sido iniciado por um professor. Enquanto estiver
estudando, não se deve dizer as palavras como sons incompletos,
nem em voz alterada nem com voz rouca, também não se deve
dizer as palavras sem a acentuação adequada e sem a apropriada
                                                                 41
simetria morfológica, nem demasiadamente rápido nem
demasiadamente lento, com volume nem muito alto nem muito
baixo.

Refeições noturnas: Os alimentos devem ser ingeridos o mais
cedo possível, no início da noite. Deve haver um intervalo
suficiente entre o horário da refeição e o horário de dormir. Isto
facilita a digestão dos alimentos o que resultará em um bom sono
também. O alimento deve ser o mais leve possível e facilmente
digerível.

Uso de iogurte no período noturno: É estritamente proibida a
ingestão de iogurte durante a noite. Nos demais horários é o
iogurte é benéfico para a saúde, apesar de possuir um efeito
prejudicial sobre os canais de circulação, podendo obstruí-los. Isto
resulta em distúrbios do sono e da mobilidade, especialmente para
pacientes que estão sofrendo de asma, bronquite e reumatismo.

Sexo: A pessoa não deve ter relações sexuais com um parceiro
que esteja sofrendo de uma doença, ou que seja impuro ou que
tenha um processo infeccioso. O homem não deve ter relações
sexuais com uma mulher que esteja menstruada. Não se deve ter
relações sexuais com um parceiro ou parceira de aparência
desagradável, que tenha má conduta ou maus hábitos ou que seja
desprovida de habilidades. A pessoa não deve ter relações
sexuais com um parceiro ou parceira com a qual não tenha
amizade, ou que não tenha desejo, que esteja ligada
emocionalmente a alguém, ou que seja casada com alguém. A
atividade sexual em qualquer órgão que não seja o órgão genital é
proibido. As atividades sexuais também são proibidas sob árvores
sagradas, em locais públicos, em ruas, em um jardim, em um
cemitério, em abatedores, na água, em clínicas médicas, na casa
42
de brahmins ou em templos. Tais atividades devem ser evitadas
durante o amanhecer e o anoitecer, ou em dias não propícios. Não
se deve ter atividades sexuais quando se está impuro e sujo ou
sem intenso desejo. Não se deve ter relações sexuais com o
pensamento direcionado à raiva, inveja, etc. Não se deve realizar
atividades sexuais sem ter ingerido alimentos ou quando a pessoa
ingeriu alimentos em excesso, ou em local inadequado, quando se
está com necessidade de urinar, após esforço físico, após
exercício físico, em jejum, quando se está exausto e em locais em
que não haja privacidade.
A pessoa deve adquirir o hábito de beber um copo de leite com
açúcar após o ato sexual.




                                                               43
Capítulo 4



                         FEBRES


Gripe

A gripe ou influenza é uma doença infecciosa, caracterizada por
depressão, febre intensa, inflamação aguda e catarral do nariz, da
laringe e dos brônquios, dores musculares e nevrálgicas e
distúrbios gastrointestinais. O distúrbio é causado por um vírus
que consegue passar através dos filtros que retém bactérias. A
doença ocorre freqüentemente na forma epidêmica.
       Ocorre geralmente durante as alterações sazonais. No
Ayurveda esta doença é chamada Vata-shalaishmika jwara. Em
um indivíduo normal, durante o período das mudanças de
estações, o equilíbrio dos doshas é ligeiramente perturbado, ou
seja, vata, pitta e kapha, torna-se ligeiramente alterado devido às
mudanças de temperatura, às chuvas, etc. Mas, se ocorrem
anormalidades na alteração de temperatura e na quantidade das
chuvas, o equilíbrio dos doshas torna-se excessivamente alterado,
resultando nesta doença. Pessoas com tendência à constipação,
com deficiência das membranas da mucosa nasal ou da garganta
são mais propensos a adquirir este distúrbio.
 Tratamento: Como a doença está geralmente associada com
distúrbios gástricos, a substância medicinal pippali (Piper longum)
44
é considerada um medicamento útil para esta condição. Ela deve
ser pulverizada e meia colher de chá deste pó deve ser
administrado ao paciente, misturado com cerca de duas colheres
de chá de mel e meia colher de chá de suco de gengibre. Esta
preparação deve ser prescrita três vezes ao dia. Se esta droga for
administrada no primeiro surto de febre, observa-se um aumento
de temperatura logo depois. Isto fortalece a resistência do paciente
contra os sinais de bronquite e a congestão da garganta.
Tulasi (Ocimum sanctum; em português, manjericão) é uma outra
droga de escolha para esta condição. As folhas desta planta,
misturada com igual quantidade de pó de gengibre seco são um
excelente substituto para chá nesta doença. A preparação deve
ser administrada adicionando-se açúcar e leite três a quatro vezes
por dia.
Um remédio simples mas eficaz para esta doença é a substância
haridra (Curcuma longa; em português, açafrão-da-índia). Uma
colher de chá do pó ou da pasta desta droga, adicionada a uma
xícara de leite (pode-se adicionar açúcar ao mesmo) é prescrito ao
paciente 3 vezes ao dia. Ela propicia uma recuperação mais
rápida. Cura o mal estar e elimina a constipação, se houver. Esta
preparação conserva o pulmão limpo da fleuma e ativa o fígado.
Tribhuvana kirti rasa é comumente utilizada pelos médicos para o
tratamento da influenza. É disponível tanto em pó como em forma
de tabletes. Mistura-se 250 mg. (dois tabletes) da droga com uma
colher de chá de mel e administra-se. A preparação é dada 3 a 4
vezes ao dia dependendo da condição da febre. Se a febre estiver
associada com tosse também, adiciona-se uma colher de chá de
suco de gengibre à mistura acima.
 Dieta: Depois que a temperatura se eleva, é melhor conservar
o paciente sem alimentos ou com comida leve durante pelo menos
duas refeições. Deve ser oferecido ao paciente água com cevada
ou sagu fervido com leite e açúcar. Pão, biscoitos, sopa de carne
                                                                 45
ou de vegetais também podem ser fornecidos. Alho, cru ou frito
com ghee6 ou manteiga, é muito benéfico. Cerca de 10 dentes de
alho podem ser oferecidos ao paciente. Gengibre verde pode ser
adicionado à sopa ou aos vegetais.




6Manteiga purificada indiana: a manteiga é derretida e depois coada com um
pano fino para retirar a porção branca.
46
Figura 1: Piper longum (pippali)




                                   47
Alimentos pesados como carne, galinha, peixe e ovos, arroz,
   chapati (pão de trigo, fino como papel), frituras como parontha e
   alimentos azedos incluindo o iogurte são estritamente proibidos
  durante a febre. O paciente deve comer banana, goiaba e outras
 frutas azedas devem ser ingeridas. Chás não são benéficos nesta
    condição. O café em pequenas quantidades pode ser ingerido.
 Condutas: A exposição ao vento frio, banho, exercícios, não
dormir durante a noite, terapias que envolvem massagem com
óleo e esforço mental devem ser evitados.


Malária

É causada por um tipo de protozoário pertencente ao gênero
Plasmodium, que infecta os glóbulos vermelhos e origina febre
periódica, esplenomegalia e anemia. A patologia é transmitida pela
fêmea do mosquito Anopheles. No Ayurveda a doença é
conhecida como Vishama jwara.
 Sinais e sintomas: Antes da manifestação da doença, o
paciente pode sofrer de cefaléia transitória, dorsalgia, dor
generalizada e sensibilidade na área do fígado. Pode haver ligeiro
aumento da temperatura também. O início da febre pode ser
súbito ou a elevação pode ser lenta. Antes da febre, o paciente
pode sentir cansaço, rigidez dos músculos do pescoço, dores
musculares e ósseas e anorexia. Quando surge, a febre está
geralmente associada com cefaléia, dorsalgia, dores nos ossos,
mal estar e fadiga. Geralmente, no início da febre há calafrios. Mas
em certos tipos de malária, estes calafrios estão ausentes.
Náuseas, anorexia e vômitos são muito comuns. Em um estágio
posterior da doença, o baço sofre um aumento de volume. A febre
é caracterizada por sua natureza intermitente e, na maioria das
vezes, associada com desconforto na região do estômago,
48
vômitos biliosos e fezes com coloração de chocolate. O aumento
da temperatura começa geralmente pela manhã ou à tarde. Esta
febre é caracterizada pelos três estágios seguintes:
a) Estágio frio: O paciente sente-se inquieto, desenvolve cefaléia,
    dor nas costas e sente calafrios, e os tremores começam. A
    face torna-se contraída e a pele torna-se fria e azulada. O
    paciente precisa ser coberto com cobertores e mantas na
    tentativa de conservá-lo quente. As náuseas e os vômitos são
    freqüentes durante a elevação da febre. Em cerca de meia a
    duas horas a febre sobe para 39,5C a 41C.
b) Estágio quente: A pele parece estar queimando de tão quente
    e todas as roupas e mantas são retiradas. A face torna-se
    vermelha e o pulso é rápido. O paciente pode referir cefaléia e
    em casos severos, pode haver delírio. Este estágio pode durar
    entre 8 a 10 horas.
c) Estágio de sudorificação: A pele torna-se úmida seguida por
    profusa sudorese. A cefaléia e as dores desaparecem e o
    pulso torna-se lento. A temperatura cai no final da crise, e o
    paciente sente-se melhor.
Consequentemente aos repetidos surtos de febre, nos casos
crônicos, o baço torna-se duro e aumentado. O paciente torna-se
anêmico. Quando a febre entra em remissão, surge infecção por
herpes nos lábios e na face.
 Tratamento: A droga de escolha para o tratamento desta
doença é a formulação Sudarshana churna. Deve-se administrar a
droga três vezes ao dia em doses de uma colher de chá. Para
torná-la agradável ao paladar, deve ser adicionado mel e formar
uma pasta que é fornecida ao paciente. O ingrediente mais
importante da Sudarshana churna é a planta Chirayata (Swertia
chirata). Também podem ser administradas seis colheres de chá,
três vezes ao dia. Em todos estes casos, o mel é adicionado.

                                                                49
Figura 2: Tinospora cordifolia (guduci)

A planta guduci (Tinospora cordifolia) é freqüentemente
empregada no tratamento desta doença. Devem ser dadas ao
50
paciente seis colheres de chá do seu suco três vezes ao dia. A
kutaja (Holarrhena antidysenterica) também é útil no tratamento da
malária. O pó desta droga é administrado ao paciente na dose de
uma colher de chá, três vezes ao dia, misturado com mel.
O tratamento do paciente com estes medicamentos deve ser
prolongado mesmo após estar livre da febre. Se administrados
durante um tempo suficientemente longo, aumentam a imunidade
do corpo contra a doença. Eventualmente, a febre é curada e a
esplenomegalia e a anemia continuam. Os medicamentos acima
mencionados serão úteis e devem ser administrados
continuamente até que o paciente não tenha mais quaisquer sinais
de malária.
 Dieta: Durante as crises febris e mesmo após, o paciente
geralmente sofre de anorexia. O alimento não deve ser dado de
maneira forçada. Podem ser oferecidas sopas e cevada com água
e leite. Após a redução da febre o apetite é restaurado. Mas
mesmo durante este período, não deve ser permitido que o
paciente se alimente com tudo que lhe agrade. Ele deve ingerir
trigo e arroz, mas com o cuidado de não sobrecarregar o
estômago. Vegetais crus e amargos são sempre úteis para tais
pacientes. Ele deve ingerir frutas em quantidades adequadas.
Vegetais folhosos como feno-grego (Trigonella foenum-graecum),
assa-fétida (Ferula assafaetida), gengibre e alho são
extremamente benéficos para estes pacientes. Devem, no entanto,
evitar ingestão de picles, frituras e bebidas frias.
 Conduta: O paciente deve utilizar telas de proteção contra
mosquitos hospedeiros de forma a prevenir infecções. Como o
paciente fica enfraquecido, ele não deve se esforçar ou fazer
qualquer exercício pesado. Ele deve repousar adequadamente,
mas dormir durante o dia está proibido.


                                                               51
Sarampo

É uma doença altamente contagiosa caracterizada por muco nas
vias respiratórias e uma erupção generalizada sobre a pele. No
Ayurveda é conhecido como Romantika.
Ocorre geralmente durante a primavera e o outono. No início o
paciente apresenta tosse, frio e febre. Os olhos tornam-se
vermelhos, seguido por sonolência, anorexia e até mesmo diarréia.
As erupções começam na testa e são pequenas e vermelhas. Em
cerca de 3 a 4 dias, espalham-se por todo o corpo. Quando as
erupções desaparecem por completo, a febre diminui e os demais
sintomas como tosse e frio também desaparecem. Às vezes, os
brônquios também são afetados e o paciente apresenta tosse e
febre.
 Tratamento: Afeta geralmente as crianças. A fórmula Pravala
pishti é muito útil tanto para prevenção como para a cura da
doença. Pequenos pedaços de coral (pravala) são triturados e
pulverizados em um pilão com socador. Adiciona-se um pouco de
água e tritura-se até que os pedaços desapareçam e tudo esteja
na forma de um fino pó. Às crianças, administra-se uma dose de
200 mg. a 500 mg., três vezes ao dia, misturados com mel. Como
medida preventiva, é recomendada a mesma dose uma vez ao
dia, de estômago vazio.
 Dieta: O paciente deve ingerir uma dieta leve como papa de
cevada e suco de frutas.
 Condutas: O paciente não deve se expor ao vento frio e à
chuva. É estritamente proibido banhar-se durante os surtos da
doença.




52
Caxumba

É uma infecção aguda caracterizada por aumento das glândulas
parótidas, próximo às orelhas. No Ayurveda é conhecida como
Pashana gardabha.
O edema da glândula parótida é, geralmente, a primeira
manifestação da doença. Pode ser precedida por um ou dois dias
de dor e rigidez na região próxima às orelhas. O paciente pode
sentir-se febril. Podem ocorrer tremores e lesão na garganta. No
início apenas a glândula é afetada. Como complicação da doença,
pode haver processo inflamatório nos testículos.
 Tratamento: O pó de Daru haridra (Berberis aristata) é
comumente utilizado para o tratamento desta condição. A madeira
da planta é transformada em um pó fino e misturada com mel e
ghee (manteiga purificada indiana). É aquecida levemente e
aplicada sobre a região afetada. Isto deve ser feito de preferência
na hora de dormir. As áreas afetadas devem ser tratadas com
fomentação quente e seca. Internamente, a formulação Naradiya
Lakshmivilasa deve ser administrada numa dose de 2 tabletes, 3
vezes ao dia, misturada com mel.
 Dieta: Enquanto estiver doente, o paciente geralmente
apresentará anorexia. Apenas líquidos devem ser ingeridos. Ele
deve evitar frituras, e alimentos azedos. Alho, gengibre, pimenta
preta e Piper longum são muito benéficas nesta condição.
 Condutas: O paciente deve evitar ingerir alimentos sólidos e
quentes e não deve se expor ao vento frio e à chuva. Ele deve
manter um cachecol de lã enrolado no pescoço e na cabeça,
conservando estas regiões aquecidas para uma recuperação mais
rápida.

                                                                53
Filariose

Esta doença é geralmente causada pelo parasita denominado
Filaria bancrofti. Embriões do parasita penetram o corpo do
homem saudável através da picada de mosquitos. No Ayurveda
esta condição é chamada Shlipada.
Os primeiros sintomas desta doença são urticária, inflamação dos
nódulos linfáticos, assim como dos vasos linfáticos, inflamação dos
testículos e febre. Os nódulos linfáticos tornam-se endurecidos e
os canais linfáticos tornam-se hiperemiados. A febre geralmente
começa com calafrios e continua por 3 dias. Em geral, são
primeiramente afetados os linfonodos da região inguinal. Crises
recorrentes de febre, que são comuns, levam à elefantíase. A pele
da região edemaciada da perna vai aos poucos se tornando
grossa e áspera. Subseqüentemente, podem surgir abscessos e
estes podem levar a ulcerações. Podem surgir também
protuberâncias sobre a pele e esta pode tornar-se dura como
couro. O volume aumentado dos testículos e o edema das pernas
pode impedir os movimentos do paciente.
 Tratamento: Esta doença é mais comum em áreas pantanosas
onde existe água estagnada. Beber água de poços e lagos e água
encanada vinda destas áreas torna a pessoa suscetível aos
ataques deste parasita. É necessário portanto, que o habitante de
tais localidades beba água fervida. Pode-se prevenir a infecção
pela ingestão desta água quando ela é fervida juntamente com
gengibre seco. Para evitar a picada do mosquito, devem ser
utilizadas, regularmente, redes de proteção contra mosquitos.
As folhas da árvore do marmelo (Aegle marmelos) são muito úteis
no tratamento desta doença. A ingestão de 3 folhas por dia ajuda
tanto na prevenção como na cura da filariose. A droga
popularmente utilizada é a Nityananda rasa. Ela deve ser
administrada ao paciente em uma dose de 500 mg. duas vezes ao
54
dia, de estômago vazio. Geralmente, este medicamento é
encontrado na forma de tabletes, cada tablete contendo 500 mg.
Deve-se amassar o tablete e transformá-lo em pó, em um socador
de porcelana e depois ele é misturado com mel antes de ser
oferecido ao paciente. A adição do suco de folhas de marmelo a
este medicamento fortalece sua ação.
Esta formulação, Nityananda rasa, é muito bem tolerada durante o
inverno. Produz um pouco de calor e, portanto, uma dose maior
deste medicamento não pode ser fornecida ao paciente durante o
verão. No inverno e nas estações chuvosas, a dose pode ser
aumentada. Para que este medicamento aja no organismo, deve
ser tomado continuamente por um período de dois meses. Nas
condições agudas, quando há processo inflamatório, como
hiperemia e endurecimento dos nódulos e dos canais linfáticos, e
febre, este medicamento age imediatamente. Mas, mesmo com a
interrupção dos sintomas, ele deve ser continuado por um tempo
suficientemente longo de forma a criar um ambiente inadequado
para a sobrevivência do parasita filária no organismo do paciente.
Para alívio da dor, da ulceração, do edema, etc. nas áreas
afetadas, utiliza-se freqüentemente a formulação Malla sindura.
Esta droga é disponível em forma de cristais pois é preparada pelo
processo de sublimação. Ela deve ser transformada em um pó
fino, triturando em um socador de porcelana, e fornecida ao
paciente em uma dose de 250 mg., duas vezes ao dia. No verão, a
dose deve ser reduzida para 125 mg., duas vezes ao dia. Deve ser
misturada com mel antes do paciente ingeri-la. Esta formulação
contém arsênico associado com outros ingredientes. Mas durante
o processo de manipulação, o efeito adverso do arsênico é
neutralizado e normalmente não produz qualquer efeito tóxico
mesmo se administrado por período prolongado.
 Dieta: Alimentos conservados e azedos, como iogurte ou picles
devem ser evitados. O paciente deve ingerir alimentos amargos
                                                               55
como iogurte amargo, as folhas da árvore neem (Azadirachta
indica), da variedade amarga da Cassia fistula, banana verde,
patola (Trichosanthes dioica), berinjela, repolho e couve-flor. Alho
e gengibre são muito úteis para tais pacientes. Cerca de 10 dentes
de alho podem ser dados ao paciente todos os dias, se ele tolerar
seu odor. No entanto, o alho pode ser frito na manteiga ou no ghee
(manteiga purificada indiana). A água fervida com gengibre seco
deve ser usada para o paciente beber.
 Conduta: O paciente deve evitar habitar áreas pantanosas. Na
estação das chuvas, ele deveria evitar a exposição à chuva. Tanto
no inverno quanto nas estações chuvosas, o paciente deve tomar
banho com água quente e sempre que possível, beber água
quente.




56
Capítulo 5



           DOENÇAS DO SISTEMA
              RESPIRATÓRIO


Asma Brônquica

        Há muitos tipos de asma, sendo a mais comum a asma
brônquica. No Ayurveda esta doença é conhecida como Tamaka
shvasa e considera-se que tenha origem de distúrbios do
estômago e outras áreas do trato gastrointestinal. Na maioria dos
casos, portanto, seja no início da doença ou antes de cada crise, o
paciente sofre de indigestão, constipação ou mesmo diarréia.
O sítio de manifestação da doença são os pulmões. Devido à
pressão, o coração também acaba sendo envolvido. Geralmente,
antes da crise, o paciente apresenta congestão nasal, podendo
haver obstrução e espirros. No Ayurveda, portanto, tanto para
prevenção quanto para a cura da doença, a atenção é dirigida
primeiramente ao estômago, aos intestinos, ao nariz e aos
pulmões. Simultaneamente, nos casos crônicos, deve-se cuidar de
fortalecer o coração.
 Tratamento: Para esta doença, os medicamentos comumente
usados no Ayurveda são Chyavana prasha e Agastya rasayana.
Estas duas drogas são compostas de muitos ingredientes. Mas o
                                                                57
ingrediente principal do Chyavana Prasha é a fruta amalaki
(Emblica officinalis). Esta substância é uma importante fonte de
vitamina C. Esta vitamina é comumente encontrada em muitas
frutas cítricas, mas é destruída quando exposta ao fogo e ao calor
do sol. O amalaki, no entanto, é uma exceção e a vitamina C nela
contida não é destruída quando fervida por um período
considerável.
A fruta do haritaki (Terminalia chebula) é o principal ingrediente do
outro medicamento, Agastya rasayana. Em alguns clássicos, é
chamado de Agastya haritaki.
Dentre estes dois, ou seja, Chyavana prasha e Agastya rasayana,
o primeiro é utilizado mais como um tônico e é especificamente
indicado nos casos de asma no qual o paciente esteja emagrecido
e debilitado. Agastya rasayana é empregado no paciente com
asma brônquica que está constipado e para aqueles que
apresentam espirros, obstrução nasal e congestão da garganta.
Ambas as drogas são preparadas na forma de linctus e podem ser
ingeridas na dose de duas colheres de chá, três vezes ao dia.
Deve-se observar com cuidado se o apetite normal do paciente se
mantém. Se ingeridas em doses elevadas, pode haver,
eventualmente, redução no apetite, e neste caso, a dose deve ser
diminuída. Agastya rasayana, se administrada em doses altas,
pode causar perda dos movimentos e neste caso a dose do
medicamento também deve ser reduzida.
Estes medicamentos devem ser ingeridos antes da refeição, de
preferência com o estômago vazio, e na hora de dormir. Devem
ser administrados durante ou após a crise de asma. Possuem
efeitos curativos e preventivos. Leva algum tempo para que a ação
destes medicamentos seja observada. Apesar de proporcionarem
algum alívio imediatamente após sua ingestão, geralmente levam
duas a três semanas para agirem integralmente. Nos casos
crônicos, podem levar um tempo maior ainda. Por esta razão, o
58
paciente não deve ter dúvidas sobre sua eficácia se a crise não se
interromper imediatamente após sua ingestão. Mas eles reduzirão
a fase aguda da crise imediatamente, e a duração desta crise será
comparativamente menor. Mesmo o intervalo entre as crises
aumentará e o paciente terá tempo para restaurar sua saúde de
forma a conseguir enfrentar com sucesso o próximo ataque.
Juntamente com este procedimento, pode ser administrada a
preparação Sitopaladi churna, três a quatro vezes ao dia, na dose
de uma colher de chá, misturado com mel. O pó, se ingerido
sozinho, pode causar uma leve irritação na garganta. Desta forma,
ele deve ser completamente misturado com mel e transformado
em uma pasta consistente antes de ser ingerido. Da mesma
maneira, e na mesma dose, pode também ser prescrito o pó de
pippali (Piper longum).
Existem muitos outros medicamentos no Ayurveda para o
tratamento da asma brônquica. Alguns, contendo produtos
minerais, são úteis na remissão imediata da crise de asma. São
eles: Shvasa kasa chintamani rasa, Suvarna pushpasuga rasa,
Kanakasava, etc. Estes medicamentos podem, eventualmente,
produzir efeitos colaterais. Portanto, eles devem ser
preferencialmente administrados sob a supervisão de um médico
experiente.
 Dieta: É estritamente proibida a ingestão de iogurte, manteiga,
banana, goiaba e frituras. À noite, o paciente deve ingerir
alimentos leves e deve evitar, tanto quanto possível, todos os
alimentos azedos. Uvas secas, feijões do tipo kulattha (Dolichos
biflorus) são úteis nesta condição. O cigarro deve ser evitado e a
ingestão de café ou chá deve ser reduzida ao mínimo – não mais
que duas xícaras no total. Bebidas alcoólicas podem ser tomadas,
mas apenas em pequena quantidade.
 Conduta: O paciente não deve se expor à chuva e ao vento frio
forte. Ele não deve realizar exercícios pesados.
                                                               59
Bronquite

A doença conhecida como bronquite é caracterizada por
inflamação dos brônquios pulmonares, resultando em tosse
produtiva, com expectoração de muco purulento, comumente
conhecida como fleuma. Há diversos tipos, dependendo da
natureza da expectoração. A bronquite pode ocorrer como um
sintoma de muitas outras doenças, como a tuberculose. Em todos
os casos, um ou outro tipo de microorganismo é considerado o
causador da doença.
No Ayurveda, esta doença é conhecida como Kasa roga. Os
germes ou krimis são considerados causas da bronquite. No
entanto, não são considerados os fatores causais primários da
doença. O Ayurveda considera que a bronquite ou Kasa roga é
causada primariamente por uma deficiência na digestão. Para
tratar a bronquite, portanto, drogas contendo propriedades para
corrigir tanto os pulmões como o estômago são selecionadas
pelos médicos ayurvédicos.
 Tratamento: Seja qual for a causa, o tratamento mais simples
para a bronquite é prescrever ao paciente uma colher de chá de
haridra (Curcuma longa) em pó, misturado com uma xícara de
leite, duas a três vezes por dia, dependendo da gravidade do
problema. Sua ação é melhorada se administrado com estômago
vazio. Esta é uma fórmula absolutamente inofensiva que pode ser
administrada a qualquer paciente, sem distinção de idade, sexo ou
condição da doença.
A fórmula popular, comumente utilizada como um remédio caseiro
para esta condição é o pó de sunthi (gengibre seco), pippali (Piper
longum) e marica (Piper nigrum), todos os três misturados em
iguais quantidades. A mistura é tomada em doses de meia colher
60
de chá, três a quatro vezes ao dia, dependendo da severidade da
doença. Este pó pode ser adicionado ao chá ou café, e ingerido.
Todos estes três ingredientes, quando associados são conhecidos
no Ayurveda como Trikatu ou Tryushana, e são muito
recomendados por sua ação sobre os pulmões e o estômago. Eles
promovem a digestão e o metabolismo no corpo e portanto, inibem
a produção dos fatores responsáveis pela infecção e pela
inflamação dos brônquios. Simultaneamente, auxiliam na
expectoração da fleuma acumulada tornando a respiração mais
fácil. Às vezes, por causa do processo infeccioso, o paciente
apresenta também febre, para a qual este medicamento também
está indicado por serem antipiréticos e devido a seus efeitos
estimulantes. Estas drogas criam uma alteração no ambiente (ou
seja, o corpo), especialmente nos pulmões, de forma a torná-los
não propícios para o metabolismo dos microorganismos, sem falar
de seu crescimento e multiplicação. Todas estas três drogas
também são utilizadas na cozinha como condimentos, por
conseguinte, elas não possuem quaisquer efeitos prejudiciais
sobre o corpo. Se ingeridos em excesso, podem produzir uma leve
sensação de queimação no peito, e neste caso, a dose deve ser
reduzida, ou um pouco de mel deve ser adicionado ao pó, e depois
ingerido.
Uma planta medicinal chamada vasa (Adhatoda vasica) é muito
útil na cura da tosse e bronquite, especialmente quando ambos se
tornam crônicas. O suco das folhas desta planta é geralmente
empregado em uma dose de duas colheres de chá, três vezes ao
dia. O sabor deste suco é ligeiramente amargo. Para torná-lo
agradável, uma mesma quantidade de mel deve ser adicionada.
Esta planta cresce naturalmente em quase todas as partes da
Índia, exceto em desertos e nos picos gelados das montanhas. A
bronquite está freqüentemente associada com a congestão da
garganta. Neste caso, a preparação Khadiradi vati deve ser
                                                             61
conservada na boca e engolida lentamente. Podem ser utilizados
cerca de cinco tabletes por dia. Isto produz um efeito calmante
sobre a garganta e alivia a congestão. O principal ingrediente
deste remédio é khadira (Acacia catechu).
 Dieta: Iogurte e outros alimentos azedos devem ser evitados.
Frutas azedas, incluindo a banana e a goiaba também são contra-
indicadas.
 Conduta: A exposição ao vento frio e à chuva deve ser evitada.
Banhos na água fria, especialmente no inverno, é contra indicado,
principalmente quando a bronquite está na fase aguda.




62
Figura 3: Adhatoda vasica (vasa)



                                   63
Hemoptise

A eliminação de sangue durante a tosse é chamada hemoptise. É
principalmente causada por doenças como a tuberculose e o
câncer dos pulmões. No Ayurveda, esta doença está incluída no
grupo das Urdhvaga rakta pitta. O paciente elimina sangue pela
boca enquanto tosse. Às vezes o sangue é acompanhado com
muco.
 Tratamento: Vasaka (Adhatoda vasica) é a droga de escolha
para o tratamento desta condição. É administrado na forma de
suco em uma dose de duas colheres de chá quatro vezes ao dia.
Tem sabor amargo e, portanto, fornecido ao paciente misturado
com mel.
Pravala pishti, uma preparação de coral, é a droga de escolha
para o tratamento desta doença. É administrada em uma dose de
1 g., quatro vezes ao dia, misturado com mel.
 Dieta: Alimentos quentes e picantes devem ser evitados e o
paciente deve ingerir romã (Punica granatum), amalaki (Emblica
officinalis) leite de vaca e água. Arroz envelhecido, sopa de patola
(Trichosanthes dioica), moong (Phaseolus mungo), masur (Lens
culinaris) e carne podem ser ingeridos .
 Conduta: O paciente não deve fazer exercícios e sim, fazer
completo repouso. Ele deve evitar o sol.


Soluços

Os soluços são caracterizados pelo som inspiratório agudo
produzido pelo espasmo da glote e do diafragma. No Ayurveda
esta condição é conhecida como Hikka roga. Dependendo dos
doshas envolvidos na patogênese da doença, diferentes tipos de
sintomas se manifestam.
64
 Tratamento: Cinzas de penas de pavão são consideradas a
melhor droga para esta condição. É administrada na dose de 125
mg., seis vezes ao dia, misturadas com mel. Eladi vati, droga que
contém cardamomo como um importante ingrediente, é
popularmente empregada para o tratamento desta condição. É
ingerida com mel e engolida lentamente na dose de um tablete,
seis vezes ao dia. Para aliviar o movimento ascendente de vayu
(um dos três humores, responsável pela regulação de todas as
funções motoras e sensoriais do sistema nervoso), deve ser
administrado Sukumara ghrita na dose de uma colher de chá, três
vezes ao dia, com leite.
 Dieta: Kulattha (Dolichos biflorus) é muito benéfico nesta
condição. O suco, a sopa, a preparação tipo dal da planta kulattha
podem ser oferecidos ao paciente. Arroz envelhecido, patola
(Trichosanthes dioica), rabanete fresca, limão, leite de vaca e alho
também devem ser ingeridos. Estão contra-indicados nesta
condição os alimentos gordurosos, pesados e frios, além de
masha (Phaseolus radiatus).
 Conduta: O paciente deve se submeter à psicoterapia se os
soluços forem causados por condições neuróticas. O paciente
deve repousar e ele não deve suprimir suas necessidades de
forma alguma.


Pleurite

A inflamação da pleura, a membrana que recobre os pulmões, é
denominada pleurite. É normalmente classificada em três
categorias, dependendo dos efeitos produzidos por esta
inflamação. Se este processo inflamatório produzir depósitos
fibrosos, isto é descrito como pleurite seca. Se, no entanto,
grandes quantidades de fluidos são exsudados durante o processo
                                                                 65
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars
Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Peijian shen-massagem-para-alivio-da-dor-pdfrev
Peijian shen-massagem-para-alivio-da-dor-pdfrevPeijian shen-massagem-para-alivio-da-dor-pdfrev
Peijian shen-massagem-para-alivio-da-dor-pdfrevClaudia Pinto
 
Relatório Clinica Nutrição
Relatório Clinica NutriçãoRelatório Clinica Nutrição
Relatório Clinica Nutriçãocristiane1981
 
Oito divisões do Ayurveda
Oito divisões do AyurvedaOito divisões do Ayurveda
Oito divisões do AyurvedaMichele Pó
 
Atribuições clínicas do farmacêutico
Atribuições clínicas do farmacêuticoAtribuições clínicas do farmacêutico
Atribuições clínicas do farmacêuticoCassyano Correr
 
Implementação serviços de MTC no SUS
Implementação serviços de MTC no SUSImplementação serviços de MTC no SUS
Implementação serviços de MTC no SUScomunidadedepraticas
 
Princípios Filosóficos do Ayurveda
Princípios Filosóficos do AyurvedaPrincípios Filosóficos do Ayurveda
Princípios Filosóficos do AyurvedaMichele Pó
 
Introdução ao Ayurveda e Abhyanga
Introdução ao Ayurveda e AbhyangaIntrodução ao Ayurveda e Abhyanga
Introdução ao Ayurveda e AbhyangaAyurvedese
 
Segurança de Medicamentos Antiinflamatórios inibidores da Cox 2
Segurança de Medicamentos Antiinflamatórios inibidores da Cox 2Segurança de Medicamentos Antiinflamatórios inibidores da Cox 2
Segurança de Medicamentos Antiinflamatórios inibidores da Cox 2Safia Naser
 
Fundamentos da medicina ayurvedica
Fundamentos da medicina ayurvedicaFundamentos da medicina ayurvedica
Fundamentos da medicina ayurvedicaprojetacursosba
 
Nutrição Funcional
Nutrição FuncionalNutrição Funcional
Nutrição FuncionalSanny Pereira
 
Trabalho final de contabilidade de gestão grupo 3 g2_na_2009
Trabalho final de contabilidade de gestão grupo 3 g2_na_2009Trabalho final de contabilidade de gestão grupo 3 g2_na_2009
Trabalho final de contabilidade de gestão grupo 3 g2_na_2009Nuno Tasso de Figueiredo
 
Nadi Pariksha - Pulsologia no Ayurveda por Madalena Caeiro
Nadi Pariksha - Pulsologia no Ayurveda por Madalena CaeiroNadi Pariksha - Pulsologia no Ayurveda por Madalena Caeiro
Nadi Pariksha - Pulsologia no Ayurveda por Madalena CaeiroMichele Pó
 
Conceitos Básicos de Recursos Terapêuticos em Acupuntura/MTC
Conceitos Básicos de Recursos Terapêuticos em Acupuntura/MTCConceitos Básicos de Recursos Terapêuticos em Acupuntura/MTC
Conceitos Básicos de Recursos Terapêuticos em Acupuntura/MTCcomunidadedepraticas
 
Apostila de Projetos em Empreendedorismo
Apostila de Projetos em EmpreendedorismoApostila de Projetos em Empreendedorismo
Apostila de Projetos em EmpreendedorismoÉrlei Araújo
 

La actualidad más candente (20)

Massagem ayurveda
Massagem ayurvedaMassagem ayurveda
Massagem ayurveda
 
Sub Dosha Pitta
Sub Dosha PittaSub Dosha Pitta
Sub Dosha Pitta
 
Peijian shen-massagem-para-alivio-da-dor-pdfrev
Peijian shen-massagem-para-alivio-da-dor-pdfrevPeijian shen-massagem-para-alivio-da-dor-pdfrev
Peijian shen-massagem-para-alivio-da-dor-pdfrev
 
Prakriti Kapha
Prakriti KaphaPrakriti Kapha
Prakriti Kapha
 
Relatório Clinica Nutrição
Relatório Clinica NutriçãoRelatório Clinica Nutrição
Relatório Clinica Nutrição
 
Oito divisões do Ayurveda
Oito divisões do AyurvedaOito divisões do Ayurveda
Oito divisões do Ayurveda
 
Atribuições clínicas do farmacêutico
Atribuições clínicas do farmacêuticoAtribuições clínicas do farmacêutico
Atribuições clínicas do farmacêutico
 
Passos para Implantação de PICs
Passos para Implantação de PICsPassos para Implantação de PICs
Passos para Implantação de PICs
 
Body Redux
Body ReduxBody Redux
Body Redux
 
Implementação serviços de MTC no SUS
Implementação serviços de MTC no SUSImplementação serviços de MTC no SUS
Implementação serviços de MTC no SUS
 
Princípios Filosóficos do Ayurveda
Princípios Filosóficos do AyurvedaPrincípios Filosóficos do Ayurveda
Princípios Filosóficos do Ayurveda
 
Introdução ao Ayurveda e Abhyanga
Introdução ao Ayurveda e AbhyangaIntrodução ao Ayurveda e Abhyanga
Introdução ao Ayurveda e Abhyanga
 
Segurança de Medicamentos Antiinflamatórios inibidores da Cox 2
Segurança de Medicamentos Antiinflamatórios inibidores da Cox 2Segurança de Medicamentos Antiinflamatórios inibidores da Cox 2
Segurança de Medicamentos Antiinflamatórios inibidores da Cox 2
 
Fundamentos da medicina ayurvedica
Fundamentos da medicina ayurvedicaFundamentos da medicina ayurvedica
Fundamentos da medicina ayurvedica
 
Plano alimentar de 900 kcal
Plano alimentar de 900 kcalPlano alimentar de 900 kcal
Plano alimentar de 900 kcal
 
Nutrição Funcional
Nutrição FuncionalNutrição Funcional
Nutrição Funcional
 
Trabalho final de contabilidade de gestão grupo 3 g2_na_2009
Trabalho final de contabilidade de gestão grupo 3 g2_na_2009Trabalho final de contabilidade de gestão grupo 3 g2_na_2009
Trabalho final de contabilidade de gestão grupo 3 g2_na_2009
 
Nadi Pariksha - Pulsologia no Ayurveda por Madalena Caeiro
Nadi Pariksha - Pulsologia no Ayurveda por Madalena CaeiroNadi Pariksha - Pulsologia no Ayurveda por Madalena Caeiro
Nadi Pariksha - Pulsologia no Ayurveda por Madalena Caeiro
 
Conceitos Básicos de Recursos Terapêuticos em Acupuntura/MTC
Conceitos Básicos de Recursos Terapêuticos em Acupuntura/MTCConceitos Básicos de Recursos Terapêuticos em Acupuntura/MTC
Conceitos Básicos de Recursos Terapêuticos em Acupuntura/MTC
 
Apostila de Projetos em Empreendedorismo
Apostila de Projetos em EmpreendedorismoApostila de Projetos em Empreendedorismo
Apostila de Projetos em Empreendedorismo
 

Destacado

Destacado (20)

Oléos Medicados no Ayurveda por Ana Carvalho
Oléos Medicados no Ayurveda por Ana CarvalhoOléos Medicados no Ayurveda por Ana Carvalho
Oléos Medicados no Ayurveda por Ana Carvalho
 
Massagem Terapêutica na Medicina Ayurvédica
Massagem Terapêutica na Medicina AyurvédicaMassagem Terapêutica na Medicina Ayurvédica
Massagem Terapêutica na Medicina Ayurvédica
 
Dash artrite reumatismo
Dash artrite reumatismoDash artrite reumatismo
Dash artrite reumatismo
 
Ayurveda aromaterapia
Ayurveda aromaterapiaAyurveda aromaterapia
Ayurveda aromaterapia
 
100 chas e seus beneficios medicinais
100 chas e seus beneficios medicinais100 chas e seus beneficios medicinais
100 chas e seus beneficios medicinais
 
Princípios Filosóficos do Ayurveda
Princípios Filosóficos do AyurvedaPrincípios Filosóficos do Ayurveda
Princípios Filosóficos do Ayurveda
 
Dash fundamentos ayurvedica
Dash fundamentos ayurvedicaDash fundamentos ayurvedica
Dash fundamentos ayurvedica
 
Dislexia sintomas
Dislexia sintomasDislexia sintomas
Dislexia sintomas
 
Guia ilustrado video criar
Guia ilustrado video criarGuia ilustrado video criar
Guia ilustrado video criar
 
A importância do toque
A importância do toque A importância do toque
A importância do toque
 
Sub-Doshas
Sub-DoshasSub-Doshas
Sub-Doshas
 
comunicacao
comunicacaocomunicacao
comunicacao
 
Saude atraves do_equilibrio
Saude atraves do_equilibrioSaude atraves do_equilibrio
Saude atraves do_equilibrio
 
Alimentação
AlimentaçãoAlimentação
Alimentação
 
PHP5 und Oracle
PHP5 und OraclePHP5 und Oracle
PHP5 und Oracle
 
Os 20 principais mantras da inovação
Os 20 principais mantras da inovaçãoOs 20 principais mantras da inovação
Os 20 principais mantras da inovação
 
Encontro de Sabedoria Ancestral
Encontro de Sabedoria AncestralEncontro de Sabedoria Ancestral
Encontro de Sabedoria Ancestral
 
Centro de Meditação - Vasant Swaha
Centro de Meditação - Vasant SwahaCentro de Meditação - Vasant Swaha
Centro de Meditação - Vasant Swaha
 
Dash asma e_bronquite
Dash asma e_bronquiteDash asma e_bronquite
Dash asma e_bronquite
 
Bom Karma
Bom KarmaBom Karma
Bom Karma
 

Similar a Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars

Manual do cuidador_alzheimer portugal
Manual do cuidador_alzheimer portugalManual do cuidador_alzheimer portugal
Manual do cuidador_alzheimer portugalFabio Jorge
 
Livro guia de medicamentos genéricos (ministério da saúde)
Livro guia de medicamentos genéricos (ministério da saúde)Livro guia de medicamentos genéricos (ministério da saúde)
Livro guia de medicamentos genéricos (ministério da saúde)Ana Dario Maciel
 
Livro -guia_de_medicamentos_genéricos_-_ministério_da_saúde
Livro  -guia_de_medicamentos_genéricos_-_ministério_da_saúdeLivro  -guia_de_medicamentos_genéricos_-_ministério_da_saúde
Livro -guia_de_medicamentos_genéricos_-_ministério_da_saúdeSebástian Freire
 
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedica
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedicaDash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedica
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedicaEditora Chakpori
 
Apostilatericacosmetologia
ApostilatericacosmetologiaApostilatericacosmetologia
ApostilatericacosmetologiaJossama Lima
 
PPP EC10 / TAG 2017
PPP EC10 / TAG 2017PPP EC10 / TAG 2017
PPP EC10 / TAG 2017QUEDMA SILVA
 
Livro guia de medicamentos genéricos - ministério da saúde
Livro   guia de medicamentos genéricos - ministério da saúdeLivro   guia de medicamentos genéricos - ministério da saúde
Livro guia de medicamentos genéricos - ministério da saúdeMichel Bittencourt
 
Tecnicas Gerais De Enfermagem
Tecnicas Gerais De EnfermagemTecnicas Gerais De Enfermagem
Tecnicas Gerais De EnfermagemRutesilva
 
Christine wildwood aromaterapia
Christine wildwood   aromaterapiaChristine wildwood   aromaterapia
Christine wildwood aromaterapiaTatiana Lage
 
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004Marcelo Leal Souza
 
Chico xavier a luz da oração - diversos
Chico xavier   a luz da oração - diversosChico xavier   a luz da oração - diversos
Chico xavier a luz da oração - diversoshavatar
 
Caldeiras - Estudante Do Curso Inspetor De Equipamentos
Caldeiras  - Estudante Do Curso Inspetor De EquipamentosCaldeiras  - Estudante Do Curso Inspetor De Equipamentos
Caldeiras - Estudante Do Curso Inspetor De EquipamentosMário Sérgio Mello
 
Manual prático de caprino e ovinocultura
Manual prático de caprino e ovinoculturaManual prático de caprino e ovinocultura
Manual prático de caprino e ovinoculturaLenildo Araujo
 
Práctica Word - Secciones, Encabezados, Estilos
Práctica Word - Secciones, Encabezados, EstilosPráctica Word - Secciones, Encabezados, Estilos
Práctica Word - Secciones, Encabezados, EstilosYudelki Vasquez Porro
 

Similar a Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars (20)

Manual do cuidador_alzheimer portugal
Manual do cuidador_alzheimer portugalManual do cuidador_alzheimer portugal
Manual do cuidador_alzheimer portugal
 
Livro guia de medicamentos genéricos (ministério da saúde)
Livro guia de medicamentos genéricos (ministério da saúde)Livro guia de medicamentos genéricos (ministério da saúde)
Livro guia de medicamentos genéricos (ministério da saúde)
 
Livro -guia_de_medicamentos_genéricos_-_ministério_da_saúde
Livro  -guia_de_medicamentos_genéricos_-_ministério_da_saúdeLivro  -guia_de_medicamentos_genéricos_-_ministério_da_saúde
Livro -guia_de_medicamentos_genéricos_-_ministério_da_saúde
 
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedica
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedicaDash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedica
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedica
 
Medicina tibetana 7
Medicina tibetana 7Medicina tibetana 7
Medicina tibetana 7
 
Apostilatericacosmetologia
ApostilatericacosmetologiaApostilatericacosmetologia
Apostilatericacosmetologia
 
Apostila Cosmetologia Teórica 2015 02
Apostila Cosmetologia Teórica 2015 02Apostila Cosmetologia Teórica 2015 02
Apostila Cosmetologia Teórica 2015 02
 
PPP EC10 / TAG 2017
PPP EC10 / TAG 2017PPP EC10 / TAG 2017
PPP EC10 / TAG 2017
 
Livro guia de medicamentos genéricos - ministério da saúde
Livro   guia de medicamentos genéricos - ministério da saúdeLivro   guia de medicamentos genéricos - ministério da saúde
Livro guia de medicamentos genéricos - ministério da saúde
 
Tecnicas Gerais De Enfermagem
Tecnicas Gerais De EnfermagemTecnicas Gerais De Enfermagem
Tecnicas Gerais De Enfermagem
 
Christine wildwood aromaterapia
Christine wildwood   aromaterapiaChristine wildwood   aromaterapia
Christine wildwood aromaterapia
 
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004
Www.anvisa.gov.br servicosaude manuais_microbiologia_mod_5_2004
 
ajuda
ajudaajuda
ajuda
 
terraplanagem
terraplanagemterraplanagem
terraplanagem
 
Chico xavier a luz da oração - diversos
Chico xavier   a luz da oração - diversosChico xavier   a luz da oração - diversos
Chico xavier a luz da oração - diversos
 
Caldeiras - Estudante Do Curso Inspetor De Equipamentos
Caldeiras  - Estudante Do Curso Inspetor De EquipamentosCaldeiras  - Estudante Do Curso Inspetor De Equipamentos
Caldeiras - Estudante Do Curso Inspetor De Equipamentos
 
Secciones riofrio
Secciones riofrioSecciones riofrio
Secciones riofrio
 
Bromatologia unijui
Bromatologia   unijuiBromatologia   unijui
Bromatologia unijui
 
Manual prático de caprino e ovinocultura
Manual prático de caprino e ovinoculturaManual prático de caprino e ovinocultura
Manual prático de caprino e ovinocultura
 
Práctica Word - Secciones, Encabezados, Estilos
Práctica Word - Secciones, Encabezados, EstilosPráctica Word - Secciones, Encabezados, Estilos
Práctica Word - Secciones, Encabezados, Estilos
 

Más de Editora Chakpori

Más de Editora Chakpori (20)

Medicina tibetana 2
Medicina tibetana 2Medicina tibetana 2
Medicina tibetana 2
 
Medicina tibetana 3
Medicina tibetana 3Medicina tibetana 3
Medicina tibetana 3
 
Medicina tibetana 5
Medicina tibetana 5Medicina tibetana 5
Medicina tibetana 5
 
Palestras
PalestrasPalestras
Palestras
 
Medicina tibetana 1
Medicina tibetana 1Medicina tibetana 1
Medicina tibetana 1
 
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
 
Tsarong fundamentos medicina_tibetana
Tsarong fundamentos medicina_tibetanaTsarong fundamentos medicina_tibetana
Tsarong fundamentos medicina_tibetana
 
Medicina tibetana 4
Medicina tibetana 4Medicina tibetana 4
Medicina tibetana 4
 
Rapgay massagem
Rapgay massagemRapgay massagem
Rapgay massagem
 
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
 
Medicina tibetana 11
Medicina tibetana 11Medicina tibetana 11
Medicina tibetana 11
 
Finckh fundamentos medicina_tibetana
Finckh fundamentos medicina_tibetanaFinckh fundamentos medicina_tibetana
Finckh fundamentos medicina_tibetana
 
Rapgay urinalise
Rapgay urinaliseRapgay urinalise
Rapgay urinalise
 
Tantra do coracao
Tantra do coracaoTantra do coracao
Tantra do coracao
 
Tsarong formularios medicamentos_tibetanos
Tsarong formularios medicamentos_tibetanosTsarong formularios medicamentos_tibetanos
Tsarong formularios medicamentos_tibetanos
 
Medicina tibetana 6
Medicina tibetana 6Medicina tibetana 6
Medicina tibetana 6
 
Medicina tibetana 9
Medicina tibetana 9Medicina tibetana 9
Medicina tibetana 9
 
Medicina tibetana 10
Medicina tibetana 10Medicina tibetana 10
Medicina tibetana 10
 
Medicina tibetana 8
Medicina tibetana 8Medicina tibetana 8
Medicina tibetana 8
 
Medicina tibetana 13
Medicina tibetana 13Medicina tibetana 13
Medicina tibetana 13
 

Último

E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...ArianeLima50
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 

Ayurvedic remedies for common diseases in less than 40 chars

  • 1. REMÉDIOS E TRATAMENTOS NA MEDICINA AYURVÉDICA PARA DOENÇAS COMUNS
  • 2. REMÉDIOS E TRATAMENTOS NA MEDICINA AYURVÉDICA PARA DOENÇAS COMUNS Dr. Bhagwan Dash, Ph.D. Traduzido por: Williams Ribeiro de Farias Dra. Yeda Ribeiro de Farias EDITORA CHAKPORI 2
  • 3. Título Original: “Ayurvedic Remedies – Ayurvedic Cures For Common Diseases” Direitos autorais adquiridos por: EDITORA CHAKPORI 3
  • 4. ÍNDICE ÍNDICE ............................................................................................. 4 INTRODUÇÃO ................................................................................ 8 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO AYURVEDA .................... 10 PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO AYURVÉDICO ................... 26 CONDUTA PARA O HORÁRIO DIURNO .................................. 34 FEBRES .......................................................................................... 44 GRIPE ........................................................................................... 44 MALÁRIA ...................................................................................... 48 SARAMPO ..................................................................................... 52 CAXUMBA..................................................................................... 53 FILARIOSE..................................................................................... 54 DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ............................... 57 ASMA BRÔNQUICA ........................................................................ 57 BRONQUITE .................................................................................. 60 HEMOPTISE ................................................................................... 64 SOLUÇOS ...................................................................................... 64 PLEURITE ...................................................................................... 65 TUBERCULOSE .............................................................................. 67 DOENÇAS DA PELE E DOS CABELOS ..................................... 72 CALVÍCIE ...................................................................................... 72 ECZEMAS ...................................................................................... 74 4
  • 5. BRANQUEAMENTO DOS CABELOS .................................................. 76 LEUCODERMIA.............................................................................. 79 BROTOEJAS .................................................................................. 81 PSORÍASE ..................................................................................... 82 TINHA .......................................................................................... 84 ESCABIOSE ................................................................................... 85 URTICÁRIA ................................................................................... 86 DOENÇAS DO SANGUE E DO SISTEMA CARDIOVASCULAR .................................................................... 90 ANEMIA ....................................................................................... 90 CARDIOPATIAS – ANGINA PECTORIS .............................................. 94 HIPERTENSÃO ............................................................................... 97 ICTERÍCIA ................................................................................... 103 EDEMA ....................................................................................... 105 ESCORBUTO................................................................................ 107 DOENÇAS OCULARES ............................................................. 110 CATARATA ................................................................................. 110 MIOPIA....................................................................................... 112 TERÇOL ...................................................................................... 115 DOENÇAS DOS ÓRGÃOS GENITAIS...................................... 117 ESTERILIDADE FEMININA ............................................................ 117 LEUCORRÉIA .............................................................................. 120 ESTERILIDADE MASCULINA ......................................................... 123 MENORRAGIA ............................................................................. 127 MENSTRUAÇÃO DOLOROSA ........................................................ 128 DOENÇAS PSÍQUICAS E DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO................................................................................... 132 CÃIBRAS .................................................................................... 132 EPILEPSIA ................................................................................... 134 PARALISIA FACIAL ...................................................................... 137 PERDA DA MEMÓRIA .................................................................. 139 HISTERIA .................................................................................... 141 5
  • 6. ESQUIZOFRENIA .......................................................................... 143 CIATALGIA.................................................................................. 145 INSÔNIA ...................................................................................... 148 DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO..................................... 151 DISENTERIA AMEBIANA ............................................................... 151 CIRROSE HEPÁTICA ..................................................................... 153 CÓLICAS ..................................................................................... 155 ÚLCERA DUODENAL.................................................................... 158 FLATULÊNCIA ............................................................................. 160 GASTRITE ................................................................................... 162 HEMATÊMESE ............................................................................. 164 INDIGESTÃO ................................................................................ 164 DIARRÉIA INFANTIL ..................................................................... 167 HEMORRÓIDAS............................................................................ 171 SÍNDROME DO ESPRU .................................................................. 172 SEDE........................................................................................... 176 VÔMITOS .................................................................................... 177 PARASITAS INTESTINAIS .............................................................. 179 CONSTIPAÇÃO CRÔNICA .............................................................. 180 DOENÇAS METABÓLICAS, ENDÓCRINAS E ARTICULARES ........................................................................... 185 ESPONDILOSE CERVICAL.............................................................. 185 DIABETES ................................................................................... 188 BÓCIO......................................................................................... 190 GOTA.......................................................................................... 192 LOMBALGIA ................................................................................ 193 OBESIDADE ................................................................................. 194 REUMATISMO.............................................................................. 198 ARTRITE REUMATÓIDE ................................................................ 200 DOENÇAS DO SISTEMA URINÁRIO ...................................... 203 ENURESE NOTURNA ..................................................................... 203 DISÚRIA...................................................................................... 206 NEFRITE...................................................................................... 210 HIPERTROFIA DA PRÓSTATA ........................................................ 211 6
  • 7. CÁLCULOS RENAIS ...................................................................... 213 HEMATÚRIA ............................................................................... 215 DOENÇAS DOS OUVIDOS , NARIZ E GARGANTA .............. 217 EPISTAXE ................................................................................... 217 GLOSSITE ................................................................................... 220 ROUQUIDÃO ............................................................................... 221 OTITE ......................................................................................... 222 PIORRÉIA.................................................................................... 223 ESPIRROS ................................................................................... 225 ESTOMATITE............................................................................... 227 AMIGDALITE .............................................................................. 229 DOENÇAS DA CABEÇA ............................................................ 232 CEFALÉIA ................................................................................... 232 ENXAQUECA............................................................................... 235 MEDICAMENTOS AYURVÉDICOS PARA O PLANEJAMENTO FAMILIAR.................................................. 238 7
  • 8. INTRODUÇÃO A palavra Ayurveda é composta de dois termos, Ayush que significa vida e Veda que significa conhecimento ou ciência. Portanto, etmologicamente, Ayurveda significa a ciência da vida ou Biologia. Além da medicina, vários outros aspectos da vida são abordados pelo Ayurveda. Sob uma perspectiva mais ampla, inclui a saúde e o tratamento das doenças dos animais e também das plantas. Assim, na Índia antiga, havia matérias especializadas como Ashva Ayurveda (para o tratamento dos cavalos), Gaja Ayurveda (para o tratamento de bois) e Vriksha Ayurveda (para o tratamento das doenças das plantas). Tratados sobre estas ciências foram escritos por eminentes estudiosos como Nakula, Shalihotra e Parashara. O Ayurveda fornece procedimentos racionais de tratamento para muitas doenças que são consideradas crônicas e incuráveis por outros sistemas de medicina. Simultaneamente, enfatiza a manutenção da saúde positiva de um indivíduo. Isto auxilia tanto na prevenção quanto na cura das doenças. O Ayurveda estuda também a natureza básica do ser humano, e as necessidades naturais como a fome, a sede, o sono, o sexo, etc., e fornece medidas para a adoção de um modo de vida disciplinado e livre das doenças. A prática do Ayurveda caiu em desuso após as repetidas invasões que aconteceram na Índia. Os trabalhos originais foram 8
  • 9. destruídos, e os charlatões prosperaram, introduzindo modificações não autorizadas no sistema. No final do século XIX e início do século XX, as pessoas começaram a pensar no desenvolvimento do Ayurveda. Este pensamento ganhou ímpeto com o movimento swadeshi. Muitos comitês de especialistas foram constituídos pelo Governo para investigar os problemas desta ciência e sugerir medidas para resolvê-los. Após a independência, o Governo nacional mostrou profundo interesse em colocar os negócios do Ayurveda em linhas científicas e desenvolvê-lo de forma que muitas universidades, consultórios, hospitais e farmácias ayurvédicas foram estabelecidas em diferentes partes do país. Este manual fornece uma análise geral da teoria e prática do Ayurveda. Direcionado para a família, a ênfase deste trabalho é para o tratamento geral das doenças comuns que pode ser administrado em casa. A parte teórica deste livro é, portanto, breve e não técnica. Tenho profunda esperança de que os leitores achem esta publicação útil em seu dia-a-dia. Dr. Bhagwan Dash New Delhi, Índia 9
  • 10. Capítulo 1 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO AYURVEDA O corpo humano, de acordo com o Ayurveda, é composto de três elementos fundamentais denominados doshas, dhatus e malas. Os doshas governam as atividades fisiológicas e físico- químicas do corpo. Os dhatus entram na formação da estrutura básica de cada célula do corpo, realizando através disso, algumas ações específicas. Os malas constituem substâncias que são parcialmente utilizadas pelo corpo e parcialmente excretadas de uma forma modificada depois de exercerem suas funções fisiológicas. Estes três elementos estão em um equilíbrio dinâmico uns com os outros para promover a manutenção da saúde. Qualquer desequilíbrio ou predominância de um deles resulta em doença ou sofrimento. Pancha Mahabhutas O homem possui cinco sentidos e através destes sentidos ele percebe o mundo exterior de cinco maneiras diferentes. Os órgãos dos sentidos são os ouvidos, a pele, os olhos, a língua e o nariz. Através destes órgãos sensoriais, o objeto externo não é apenas percebido, mas também absorvido para dentro do corpo humano 10
  • 11. na forma de energia. Eles são a base na qual todo o universo está dividido, agrupado ou classificado, de cinco maneiras diferentes, sendo conhecidos como os cinco Mahabhutas1. São denominados akasa (céu), vayu (ar), agni (fogo), jala (água) e prithvi (terra). Os equivalentes em língua Ocidental, no entanto, não possuem a conotação correta e a totalidade das implicações destes termos. Por exemplo, a água comum não contém apenas jala mahabhuta, mas é composta de todos os cinco mahabhutas. É a força de coesão ou o poder de atração que é inerente em jala ou na água, sendo esta a principal característica de jala mahabhuta. Da mesma forma, o ar não é apenas vayu mahabhuta, mas contém os elementos que pertencem aos demais mahabhutas também. Por exemplo, o oxigênio estará mais próximo de agni mahabhuta e o hidrogênio, mais próximo de jala mahabhuta. A física e a química modernas dividem a matéria disponível no universo em alguns elementos básicos. Estes elementos diferem uns dos outros em certos aspectos. Todos estes elementos podem ser classificados em cinco categorias de mahabhutas. Por outro lado, cada átomo possui os aspectos característicos de todos os cinco mahabhutas. Os elétrons, pósitrons, nêutrons, etc. presentes dentro dos átomos, representam prithvi mahabhuta. A força ou coesão que os mantém atraídos entre si é um atributo característico de jala mahabhuta. A energia produzida no interior do átomo quando este é rompido e a energia que permanece latente, na forma integral, representam atributos de agni mahabhuta. A força de movimento dos elétrons representa o aspecto característico de vayu mahabhuta e o espaço no qual se movem é o atributo primário de akasha mahabhuta. 1 Os cinco “elementos” ou conceitos fundamentais formadores do Universo. 11
  • 12. Diferentes escolas de filosofia tentaram explicar a teoria dos Pancha Mahabhutas de diferentes maneiras. Enquanto algumas explicações são basicamente as mesmas, outras são amplamente diferentes. No entanto, todas as escolas de filosofia teológica possuem um fundamento comum em sua crença na criação do universo através dos Pancha Mahabhutas. Entre as demais escolas de filosofia, algumas, como a de Charvaka, não acreditam na existência do quinto mahabhuta, ou seja, akasha, porque não é perceptível ao sentido da visão comum. No entanto, o Ayurveda é muito claro sobre este assunto e baseia-se na teoria do Pancha Mahabhuta. De acordo com o Ayurveda, o corpo de um indivíduo é composto de cinco mahabhutas. Da mesma forma, nas outras formas materiais também existem cinco mahabhutas. No corpo humano, estes cinco mahabhutas estão representados na forma dos doshas, dhatus e malas. Fora do corpo, eles formam os ingredientes básicos das drogas e dos alimentos. Os atributos característicos dos cinco mahabhutas são explicados em termos dos sabores ou rasa, das qualidades ou gunas, das potências ou viryas e dos sabores que se manifestam após a digestão e o metabolismo da substância, ou vipaka. No corpo normal de um ser vivo, estas substâncias permanecem em uma determinada proporção. Entretanto, por causa da ação enzimática no interior do corpo humano, esta razão entre os cinco mahabhutas, ou o seu equilíbrio, torna-se alterado. O corpo, no entanto, possui a tendência natural de manter o equilíbrio. Desta forma, ele elimina alguns dos mahabhutas que estão em excesso e absorve outros mahabhutas que estejam deficientes. Este déficit de mahabhutas é preenchido com os ingredientes que compõem os alimentos, as bebidas, o ar, o calor, a luz do sol, etc. O processo pelo qual os Pancha mahabhutas 12
  • 13. exógenos são convertidos em Pancha mahabhutas endógenos será discutido em um estágio posterior. Mesmo durante o processo da morte, estes cinco bhutas representam um papel muito importante. Eles podem ser separados em duas formas diferentes denominadas, literalmente, de forma grosseira e forma sutil. As cinco categorias de mahabhutas sutis no interior do corpo impregnam os cinco sentidos por cinco vezes e, então, eles se separam destes cinco sentidos, ocorrendo assim a morte. O corpo morto perde os cinco sentidos e torna-se composto, portanto, apenas dos cinco mahabhutas grosseiros. O conceito dos Tridoshas Como descrito anteriormente, no interior do corpo existem três doshas que governam as atividades físico-químicas e fisiológicas. Estes três doshas são denominados vayu, pitta e kapha. Os equivalentes mais próximos a estes termos em língua Ocidental são ar, bile e fleuma. Todos os constituintes do corpo são derivados dos cinco mahabhutas. Portanto, os doshas também são compostos de cinco mahabhutas. Todos os doshas possuem todos os cinco mahabhutas em sua composição. O dosha vayu é dominado pelos mahabhutas akasha (espaço) e vayu (ar). No dosha pitta predominam o mahabhuta agni (fogo) e no dosha kapha predominam os mahabhutas jala (água) e prithvi (terra). A doutrina dos doshas representa um importante papel no Ayurveda considerando que eles formam a base para a manutenção da saúde positiva e para o diagnóstico, assim como para o tratamento das doenças. Uma correta apreciação desta doutrina é, portanto, essencial para a adequada compreensão e avaliação da teoria e prática do Ayurveda. Quando estão em seu estado natural, sustentam o corpo e qualquer distúrbio em seu 13
  • 14. equilíbrio resulta em doença e sofrimento. Estes três doshas penetram em todo o corpo. Há, no entanto, alguns elementos ou órgãos do corpo nos quais eles estão primariamente localizados. Por exemplo, a bexiga, os intestinos, a região pélvica, as coxas, pernas e ossos são primariamente sítios de vayu. Os sítios primários de pitta são a linfa, o suor, o sangue e o estômago. Da mesma forma, os sítios primários de kapha são o tórax, a cabeça, o pescoço, as articulações, a porção superior do estômago e o tecido adiposo. Cada um destes três doshas são novamente divididos em cinco tipos. Estas cinco divisões representam apenas cinco diferentes aspectos dos mesmos doshas e deve ficar claro que não constituem cinco diferentes entidades no corpo. As localizações e as funções destas divisões de vayu, pitta e kapha são fornecidas na tabela abaixo. 14
  • 15. Doshas Localização Função normal Doenças causadas pelo desequilíbrio VAYU 1. Prana Coração Respiração e Soluços, bronquite, deglutição asma, resfriado, rouquidão 2. Udana Garganta Fala e voz Várias doenças dos olhos, ouvidos, nariz e garganta 3. Samana Estômago e Auxilia na ação Indigestão, diarréia Intestino das enzimas e falhas na delgado digestivas, na assimilação assimilação dos produtos finais da digestão e na separação em seus vários elementos teciduais 4. Apana Cólon e órgãos Eliminação de Doenças da bexiga, pélvicos fezes, urina, do ânus, dos sêmen e sangue testículos, doenças menstrual urinárias crônicas, incluindo diabetes 5. Vyana Coração Auxilia na função Dificuldade na de circulação dos circulação dos canais, como os canais e doenças vasos sangüíneos como febre e diarréia 15
  • 16. PITTA 1. Pachaka Estômago e Digestão Indigestão intestino delgado 2. Ranjaka Fígado, baço e Formação do Anemia, icterícia, estômago sangue etc. 3. Sadhaka Coração Memória e outras Distúrbios psíquicos funções mentais 4. Alochaka Olhos Visão Dificuldades visuais 5. Bhrajaka Pele Coloração e Leucoderma e revestimento da outras doenças de pele pele KAPHA 1. Kledaka Estômago Umedece o Dificuldades na alimento, digestão auxiliando a digestão 2. Avalambaka Coração Energia para os Preguiça membros 3. Bodhaka Língua Percepção do Deficiência do sabor paladar 4. Tarpaka Coração Nutrição dos Perda da memória e órgãos sensoriais falha na função dos órgãos sensoriais 5. Sleshaka Articulações Lubrificação das Dor nas articulações articulações e falha na função articular 16
  • 17. Pode-se observar através da apresentação acima que os doshas e suas divisões estão localizados em quase todos os órgãos vitais do corpo e regulam todas as funções do corpo e da mente. Durante as diferentes estações do ano, estes doshas passam por certas mudanças. Por exemplo, vayu torna-se desequilibrado no final do verão. Pitta torna-se desequilibrado durante o outono e kapha tende a se desequilibrar durante a primavera. Se determinadas precauções não forem tomadas durante estas estações a pessoa expõe-se a certas doenças causadas por estes doshas. As precauções a serem tomadas nestas estações serão descritas posteriormente. Nos textos clássicos do Ayurveda, sugere-se que para promover a saúde positiva e prevenir a ocorrência de doenças, a pessoa deve submeter-se a um enema medicinal no final do verão, a uma purgação durante o outono e a uma terapia emética durante a primavera. Conceito de Sapta Dathu Os elementos teciduais básicos do corpo são conhecidos como dhatus no Ayurveda. O termo dhatu significa, etmologicamente, aquele que ajuda o corpo ou que entra na formação da estrutura básica do corpo como um todo. Os dhatus são sete e estão relacionados a seguir: 1. Rasa ou quilo, inclui a linfa. 2. Rakta ou a fração hemoglobínica do sangue. 3. Mamsa ou tecido muscular. 4. Medas ou tecido adiposo. 5. Asthi ou tecido ósseo. 6. Majja ou medula óssea 17
  • 18. 7. Sukra ou tecido regenerativo, esperma no homem e óvulo na mulher. Estes sete dhatus são compostos dos cinco mahabhutas. - Prithvi mahabhuta (terra) predomina nos tecidos muscular e adiposo. - Jala mahabhuta (água) predomina na linfa e no quilo. - Tejas mahabhuta (fogo) constitui a fração hemoglobínica do sangue. - Vayu mahabhuta (ar) compõe o osso. - Akasha mahabhuta (espaço) compõe os poros no interior do osso. Deve estar claro, no entanto, que todos os sete dhatus são compostos de todos os cinco mahabhutas e apenas os mahabhutas predominantes foram descritos acima. Estes dhatus permanecem no interior do corpo humano em uma proporção particular, e qualquer alteração em seu equilíbrio leva à doença e ao sofrimento. Conceito de Mala As fezes, a urina e o suor são três importantes malas reconhecidos no Ayurveda. São produtos residuais do corpo e sua eliminação apropriada é essencial para a manutenção da saúde do indivíduo. Afirma-se que as fezes são compostas apenas de resíduos da alimentação ingerida pelo indivíduo, mas, na verdade, elas contém substâncias que são eliminadas dos tecidos celulares do corpo. A evacuação adequada é, portanto, essencial para a manutenção dos tecidos em seu estado de saúde perfeita. Se houver eliminação inadequada, as doenças ocorrem não apenas no trato gastrointestinal, mas também em outras partes do corpo. Nas doenças como a lombalgia, o reumatismo, a ciatalgia e a paralisia, e mesmo bronquite e asma, as precauções para assegurar uma adequada eliminação das fezes são essenciais 18
  • 19. antes de se iniciar qualquer tratamento ayurvédico. Se não for adequadamente evacuado, este mala fornece um ambiente propício para o crescimento de diferentes tipos de microrganismos intestinais e isto, às vezes, afeta o crescimento de algumas bactérias amigáveis no cólon que auxiliam na síntese de substâncias úteis ao corpo. A urina é outro produto residual através da qual muitos resíduos corporais são eliminados. Mesmo que a pessoa com excesso de micções seja considerada doente, no Ayurveda aconselha-se que uma quantidade adequada de água deva ser ingerida, tanto no verão como no inverno, de forma que ocorram no mínimo seis micções durante do período diurno. A sudorese é essencial para a manutenção da saúde da pele. Exercícios apropriados, terapias como fomentação e certas drogas ajudam o organismo a transpirar e através da transpiração uma grande quantidade de produtos residuais é eliminada do corpo. Normalmente, as fezes, a urina e a sudorese possuem cheiro desagradável. Mas, eventualmente, o odor torna-se intolerável e o indivíduo precisa tomar certos medicamentos para corrigir este mau cheiro. Srotas ou Canais de Circulação O corpo inteiro é composto de muitos tipos de canais de circulação através dos quais os elementos teciduais básicos, os doshas e alguns produtos residuais circulam ou se movem de um local para o outro constantemente e continuamente. Para o adequado funcionamento do organismo, é necessário que estes canais permaneçam perfeitos e que o processo de circulação continue ininterruptamente. Uma das mais importantes funções destes canais é transportar os produtos dos alimentos do trato gastrointestinal e torná-los disponíveis aos elementos teciduais básicos, ajudando em sua nutrição. Em resumo, incluem todos os 19
  • 20. grandes canais do corpo como o trato gastrointestinal, as artérias, os vasos linfáticos e o trato gênito-urinário, que são macroscópicos, até os minúsculos capilares que são microscópicos. O Ayurveda reconhece 13 canais no corpo humano. Estes srotas ou canais de circulação representam um importante papel no advento da doença. Se o movimento ou a circulação nestes canais é interrompida ou bloqueada por fatores internos ou externos, isto resulta no acúmulo das substâncias que estão sendo transportadas naquele canal em particular e o metabolismo no tecido é afetado, dando origem, portanto, a produtos imaturos ou não metabolizados. Estes produtos incompletamente metabolizados não se acumulam apenas no local, mas podem circular através de todo o corpo sendo desviados para outros canais que ainda estejam funcionando. Estas substâncias bloqueiam as atividades daqueles canais, resultando na manifestação de uma doença. Para conservar os canais em perfeito estado ou em condições adequadas de funcionamento, muitas prescrições e proibições são apresentadas nos textos ayurvédicos. Algumas destas recomendações dizem respeito ao horário das refeições, à eliminação das fezes, ao atendimento das necessidades naturais do corpo e aos exercícios físicos. 20
  • 21. Digestão e Metabolismo O alimento que vem do mundo externo ao corpo deve ser triturado, absorvido e assimilado. Uma substância heterogênea deve ser transformada em homogênea. Os fatores responsáveis por estas atividades no corpo são conhecidos como agnis. Eles representam os vários tipos de enzimas que atuam no trato gastrointestinal, no fígado e nos tecidos celulares. Quando os doshas do corpo estão em um estado de equilíbrio, estes agnis ou enzimas funcionam normalmente. No entanto, quando há qualquer distúrbio neste equilíbrio, ocorre um bloqueio nas funções destes agnis. Os quatro estados dos agnis estão resumidos abaixo: Estado do Agni Sintomas Observações 1 2 3 1. Vishamagni Algumas vezes digere Um estado irregular de agni lentamente, algumas vezes surge como resultado da normalmente e outras vezes influência de vata, em uma ainda, produz adhamana condição denominada (distensão abdominal), vishamagni. Neste estado, shula (cólicas), udavarta algumas vezes o processo (movimento ascendente de de digestão completa-se e vayu estômago), atisara em outras, produz distensão (diarréia), jathara (ascites), abdominal, dores em gaurava (sensação de peso), cólicas, constipação, antrakujana (ruídos disenteria, ascites, peso nos abdominais), pravahana membros e mesmo a perda (disenteria). do controle dos movimentos. 21
  • 22. 1 2 3 2. Tikshnagni Digere grandes quantidades A ação do jatharagni neste de tudo, até mesmo em estado é influenciado freqüentes refeições. Após apredominantemente por digestão produz gala shosha pitta. O agni nesta condição e daha (garganta seca), é considerado oshtha shosha e daha excessivamente estimulado (lábios secos), talushosha ee, portanto, é conhecido daha (palato seco) e santapacomo tikshnagni. Neste (sensação de queimação) estado, o agni digere facilmente mesmo alimentos pesados, em pouco espaço de tempo. Causa fome voraz – uma condição geralmente denominada atyagni (ou bhasmaka por certos especialistas). Possibilita a um glutão digerir todas as suas freqüentes refeições. 3. Mandagni Não consegue digerir Este é um estado no qual a adequadamente, mesmo a ação do jatharagni é dieta normal causando udara considerada inibida devido a gaurava (sensação de peso influência dominante de no abdome), shiro gaurava kapha. Portanto, neste (sensação de peso na estado o agni é conhecido cabeça), kasa (tosse), como mandagni. Neste shvasa (dispnéia), praseka caso, o agni é incapaz de (salivação), chhardi digerir e metabolizar mesmo (vômitos) e gatra sadana pequenas quantidades de (fraqueza no corpo) qualquer alimento facilmente digerível. 22
  • 23. 1 2 3 4. Samagni Digere adequadamente a No bem equilibrado estado dieta normal. de funcionamento dos tridoshas, o jatharagni também está com sua função normalizada. Este estado tem sido descrito como samagni. Em outras palavras, quando os tridoshas estão em um estado equilibrado de funcionamento, jatharagni assegura a completa digestão do alimento, no período apropriado, sem quaisquer irregularidades. O conceito de agni no Ayurveda, que se refere a múltiplas funções relacionadas com pitta, é prontamente compreensível. Inclui não apenas os agentes químicos responsáveis pelo aharapachana no kashtha (corresponde à digestão gastrointestinal), que leva à separação do sarabhaga (fração nutritiva) do ahara (alimento) de seu kittabhaga (resíduo não digerível do alimento), mas também por eventos metabólicos – síntese de energia e manutenção do metabolismo. Além disso, compreende os processos de foto e quimiossíntese. Pachaka pitta, conhecido às vezes como jatharagni, koshthagni, antaragni, pachakagni e dehagni, quando localizado em seu próprio sítio, em uma área entre amashaya e pakvashaya, participa diretamente na digestão do alimento e ao mesmo tempo dá suporte e incrementa a função dos demais pittas presentes em outros lugares do corpo, ou seja, ranjaka (fígado, baço e estômago), sadhaka (coração), alochaka (olhos) e bhrajaka (pele). Acredita-se que pachaka pitta 23
  • 24. contribua com metade de sua totalidade para a ação dos sete dhatvagnis (enzimas localizadas nos elementos teciduais), e sustenta e eleva a função destes últimos.  Diferentes tipos de Agnis: 1 Tipo de Jatharagni 5 Tipos de Bhutagnis e 7 Tipos de Dhatvagnis. O Jatharagni refere-se ao fenômeno da digestão gastrointestinal. Os Bhutagnis auxiliam na transformação dos Mahabhutas externos em Mahabhutas internos. A função dos Bhutagnis é tornar homólogos os Mahabhutas exógenos. Os dhatvagnis ou enzimas estão localizados nos tecidos do corpo. Eles auxiliam na assimilação e na transformação do material nutriente recebido depois da transformação pelos Bhutagnis em substâncias homólogas aos elementos teciduais. O Ayurveda coloca muita ênfase em todos estes agnis de forma que todos são tratados como sinônimos de corpo físico. Antes de iniciar um tratamento para qualquer doença, os problemas com estes agnis são localizados e esforços são despendidos para corrigi-los. A maioria dos medicamentos utilizados no Ayurveda contém substâncias que estimulam o funcionamento destas enzimas em diferentes níveis. Algumas terapias de eliminação são também prescritas no Ayurveda tendo em vista a limpeza dos canais de circulação e a remoção dos produtos residuais neles acumulados. Este procedimento ajuda no adequado funcionamento dos agnis. Na infância, o estado dos agnis é moderado e com a idade o poder dos agnis aumenta, resultando em melhor digestão e metabolismo. Isto auxilia no processo de crescimento do corpo. Após os 40 anos, o poder dos agnis permanece estável até que o indivíduo alcance os 60. Após os 60, seu poder declina. Os tecidos 24
  • 25. corporais não conseguem nutrição adequada, reduzem-se em número, tamanho e qualidade. Isto dá origem ao processo de envelhecimento. Quando o indivíduo morre, o funcionamento das enzimas se interrompe. Através da Terapia de rejuvenescimento dirige-se o procedimento para rejuvenescer e revitalizar estas enzimas de forma que elas possam manter ou aumentar suas atividades. Isto ajudará a prevenir o envelhecimento e as doenças associadas ao mesmo. Os alimentos que ingerimos se convertem em diferentes elementos teciduais e para todos estes tecidos há um tempo necessário para esta conversão. Este tempo de conversão dos alimentos em um tipo particular de tecido pode ser alterado através do uso de alguns medicamentos. Por exemplo, se o agni ou as enzimas forem estimuladas através de certas ações, os afrodisíacos ou estimulantes sexuais aumentam a produção de esperma e óvulo a partir dos ingredientes dos alimentos. A doença é causada pela obstrução dos canais de circulação. A obstrução é causada pelo acúmulo de produtos residuais. Estes produtos residuais ou material não digerido (no Ayurveda diz-se também material não cozido pelas enzimas digestivas) podem ser convertidos ou eliminados se os agnis ou enzimas responsáveis aí localizadas são estimulados. Esta é a função da maioria dos medicamentos ayurvédicos e esta é maneira como as doenças são controladas e curadas. 25
  • 26. Capítulo 2 PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO AYURVÉDICO Os doshas, denominados vayu, pitta e kapha, estão distribuídos em todo o corpo. Eles regulam as funções de todos as células teciduais e estão presentes em cada uma delas. Quando o esperma e o óvulo unem-se no útero da mãe para formar um zigoto, os doshas presentes neles e fora deles, no útero, produzem certos aspectos característicos que na terminologia ayurvédica são conhecidos como prakriti. Se todos os doshas estão em um estado de equilíbrio, geram um feto saudável, e a criança nascida deste feto leva uma vida muito saudável. Se os doshas estão em um estado muito desequilibrado, podem tanto evitar a concepção, não permitir que o zigoto se desenvolva quanto resultar em malformações. Se, no entanto, um ou dois doshas estão em excesso, dão origem a um tipo de constituição física e temperamento psíquico no indivíduo nascido destes doshas alterados. Estas características do corpo e da mente permanecem com o indivíduo durante toda sua vida. Não sofrem alterações e qualquer sinal de mudança nestas características é 26
  • 27. sinal de morte. Sete tipos de prakriti2 são reconhecidos no Ayurveda, com suas características específicas. Para o tratamento ayurvédico, o conhecimento do prakriti é muito importante. Por exemplo, uma pessoa que seja vata prakriti é sempre muito provável que adquira uma doença do tipo vatika, sendo que as doenças de outros tipos não lhe trazem muitos problemas, ou são facilmente curáveis. Para prevenir a ocorrência de doenças, o indivíduo que possui vata prakriti deve evitar constantemente alguns fatores que agravam vata e recorrer a alimentos, bebidas e condutas que aliviem vata. Alimentos oleosos e picantes em geral vão satisfazê-lo, enquanto que uma pessoa pitta prakriti vai achar mais adequada a ingestão e as condutas frias. Da mesma forma com os medicamentos: para um paciente pitta prakriti devem ser administrados drogas frias e um paciente kapha prakriti deve receber medicamentos que aqueçam, possuindo características como amargor, secura, aspereza, etc. O quinino, por exemplo, pode ser prescrito seguramente para um paciente kapha prakriti, não será muito adequado para um indivíduo vata prakriti e será prejudicial se for administrado em um paciente pitta prakriti. Composição das Drogas Como outras coisas no universo, uma droga é composta dos cinco mahabhutas, ou seja, akasha, vayu, tejas, jala e prithvi. É difícil precisar a composição bháutika de uma droga apenas através da análise de sua aparência física. Esta composição bháutika deve ser verificada com base no sabor destas drogas. Por exemplo, se uma droga possui o sabor doce, deve-se deduzir que há uma predominância dos mahabhutas prithvi (terra), jala (água) e agni 2Ver “Fundamentos da Medicina Ayurvédica”, Dr. Bhagwan Dash, Editora Chakpori, 1998. 27
  • 28. (fogo). Se possuir um sabor salgado, predominam os mahabhutas prithvi (terra) e agni (fogo). Se possuir sabor picante, é dominado pelos mahabhutas agni (fogo) e vayu (ar). Se tiver sabor amargo, é dominado pelos mahabhutas vayu (ar) e akasha (espaço) e se tiver sabor adstringente, predominam os mahabhutas prithvi (terra) e vayu (ar). Como foi descrito anteriormente, os doshas no corpo também são compostos destes cinco mahabhutas, ou seja, kapha é dominado pelos mahabhutas prithvi (terra) e jala (água), pitta é dominado pelo mahabhuta agni (fogo) e vayu é dominado pelos mahabhutas vayu (ar) e akasha (espaço) Se uma doença for causada por um desequilíbrio de kapha dosha, então pode-se prescrever bebidas e drogas que tenham menor proporção dos mahabhutas prithvi (terra) e jala (água), e maior proporção de agni (fogo), vayu (ar) e akasha (espaço). Sendo assim, drogas com sabor picante, amargo e adstringente (o último apenas parcialmente) contém estes três mahabhutas. Portanto, medicamentos com estes sabores (picante, amargo e adstringente) são administrados ao paciente portador de uma doença dominada por kapha dosha. A mesma regra prevalecerá na seleção de drogas para doenças causadas por outros doshas também. O exposto acima é apenas uma breve explicação da ação das drogas ayurvédicas. Há muitos outros fatores que são levados em consideração durante a seleção de uma droga. São eles: os atributos (gunas), a potência (virya), o sabor apresentado depois que o material é digerido (vipaka) e a ação específica (prabhava). Todos estes fatores no interior da droga são interrelacionados e interdependentes, porque representam diferentes aspectos dos mahabhutas dos quais a droga é composta. Classificação das Drogas Ayurvédicas 28
  • 29. As drogas ayurvédicas incluem produtos vegetais, minerais e animais. Podem ser classificados em cinco categorias: A) Drogas cientificamente estudadas: Algumas drogas simples e preparações compostas, como por exemplo Sarpagandha e Yogaraja guggulu, foram estudadas cientificamente e os benefícios terapêuticos declarados a seu respeito foram verificados. Sarpagandha é útil nas hipertensões e Yogaraja guggulu, para reumatismo. B) Drogas populares não-tóxicas: Alguns medicamentos ayurvédicos são populares por sua utilidade terapêutica e sua característica não-tóxica. Um destes medicamentos é a Chyavanaprasa. A planta amalaki (Emblica officinalis) é o ingrediente mais importante desta droga, útil no tratamento de doenças pulmonares como as bronquites. C) Drogas eficazes mas tóxicas: Há algumas drogas, por exemplo, Bhallatakavaleha, que possuem conhecidos valores terapêuticos mas que produzem grave toxicidade se utilizadas indiscriminadamente. Bhallataka (Semecarpus anacardium) é o mais importante ingrediente deste medicamento que é útil no tratamento de doenças de pele crônicas e de difícil tratamento. D) Drogas raramente usadas: Algumas drogas, por exemplo, Shrivishnu taila, apesar de serem mencionadas nos clássicos ayurvédicos, não são extensivamente utilizadas. Apenas médicos de algumas regiões da Índia utilizam-nas e reconhecem sua eficácia. E) Drogas hereditárias e patenteadas: Alguns médicos especializaram-se na cura de determinadas doenças. As fórmulas e os métodos de preparação das drogas que administram são conhecidos apenas pelos mesmos, ou por membros de confiança de suas famílias. Enquanto algumas destas drogas não são efetivas como afirmam que sejam, 29
  • 30. outras foram verificadas serem muito eficazes. Na maioria dos casos os médicos não concordam em revelar a fórmula. Denominação das Drogas Os nomes das formulações são geralmente baseados nos seguintes seis fatores: a) Ingrediente importante: Algumas preparações são nomeadas após o ingrediente mais importante, por exemplo, Amalaki rasayana (Preparação com Emblica officinalis). b) Autoria: O nome do estudioso ou rishi (sábio) que primeiramente descobriu ou padronizou a fórmula é empregado para denominar a droga, por exemplo, Agastya haritaki. c) Propriedades terapêuticas: A doença para a qual a fórmula está indicada, eventualmente, é utilizada para denominar a preparação, por exemplo, Kusthaghna lepa. d) O primeiro ingrediente da fórmula: O primeiro ingrediente da fórmula é, às vezes, utilizado para dar nome à preparação, como por exemplo, Pippalyasava. e) Quantidade da droga: O nome do tipo de preparação aparece depois de especificada a quantidade de droga que é utilizada, por exemplo, Shatpala ghrita. f) Parte da planta: O tipo de preparação é especificada após a parte da planta que é empregada, por exemplo, Dasamula kashaya. Processos Farmacêuticos No Ayurveda, diferentes processos farmacêuticos são seguidos na preparação das drogas. Além de ajudar no isolamento da fração terapeuticamente ativa das drogas, estes processos ajudam a tornar os medicamentos: 1. Facilmente administráveis; 2. Agradáveis ao paladar; 30
  • 31. 3. Digestivos e assimiláveis; 4. Terapeuticamente mais eficazes; 5. Menos tóxicos e mais toleráveis e 6. Preserváveis por mais tempo. Sodhana ou Purificação Algumas drogas in natura necessitam passar pelo processo denominado Sodhana para serem utilizadas. O significado literal da palavra sodhana é purificação. Mas, freqüentemente, o processo é mal interpretado como se o processo tornasse a substância física e quimicamente pura. Sodhana, sem dúvida, proporciona alguma pureza física e química mas, às vezes, mais impurezas são adicionadas à substância durante certos estágios do processo. Através desta adição, a droga torna-se menos tóxica e terapeuticamente mais eficaz. O acônito puro, por exemplo, não pode ser administrado tão livremente na forma sodhita. O acônito, que inibe a função cardíaca, torna-se um estimulante cardíaco após o processo de Sodhana. Portanto, este processo requer um estudo detalhado e a exatidão na preparação das drogas sujeitas a estes processos deve ser avaliada pelo efeito terapêutico dos produtos finais. Algumas gomas resinas, tais como guggulu (Commiphora mukul) e algumas drogas contendo óleos voláteis, tais como kustha (Saussurea lappa), são submetidos ao Sodhana através da fervura com leite, urina de vaca, etc. Ferver, no entanto, reduz o conteúdo de óleos voláteis da droga que se supõe serem terapeuticamente muito ativos. A Racionalidade do Uso de Medicamentos Metálicos Metais, minerais e pedras preciosas são utilizadas na medicina desde o período Védico. Muitos sábios budistas realizaram pesquisas e compuseram trabalhos sobre 31
  • 32. medicamentos com ingredientes metálicos. Alguns destes metais, como o mercúrio, o chumbo e o arsênico são reconhecidamente tóxicos para o organismo e outros ainda não são capazes de serem absorvidos dos intestinos para o sangue. Portanto, todos os metais, minerais e pedras preciosas são processados tendo em vista os seguintes objetivos: a) Torná-los absolutamente não tóxicos; b) Torná-los facilmente absorvíveis através da mucosa intestinal e torná-los assimiláveis através das membranas celulares; c) Aumentar sua eficácia terapêutica de forma que possa ser administrado em doses bastante reduzidas; d) Ampliar seus efeitos terapêuticos e e) Torná-los saborosos. Para os propósitos acima mencionados, estes metais, etc., são, primeiramente submetidos ao processo de Sodhana (literalmente, purificação). Durante este processo, as moléculas do metal tornam-se frágeis e não tóxicas. Isto é feito através da fervura e trituração com diversas ervas e produtos animais. Assim, o metal inorgânico é convertido em um composto orgânico. Depois, as substâncias passam por um outro processo, denominado marana (literalmente, neutralização). Durante este processo, o metal é friccionado com várias plantas e produtos animais e calcinado por exposição ao calor intenso. Este processo é repetido muitas vezes até que o metal seja reduzido a um estado de pulverização. Durante cada processo, o pó metálico é totalmente triturado para que chegue a este objetivo. Finalmente, o metal é submetido a um processo chamado amritikarna (literalmente, conversão em ambrosia). Diferentes métodos de sodhana, marana e amritikarna são prescritos para diferentes metais, minerais e pedras preciosas. O produto final é geralmente chamado bhasma ou pó calcinado. São absolutamente 32
  • 33. não tóxicos, seguros e benéficos. Além de curar as doenças, auxiliam no rejuvenescimento do corpo e na preservação assim como na promoção da saúde positiva. São empregados apenas em doses terapêuticas mínimas. As propriedades destes bhasmas (pós calcinados) são inteiramente diferentes daquelas dos metais, minerais e pedras preciosas não processados, in natura. Eles são freqüentemente empregados nas prescrições ayurvédicas juntamente com vegetais e produtos animais pelos seguintes aspectos: a) São efetivos em dose mínima; b) Não produzem qualquer sabor desagradável; c) Eles produzem seus efeitos terapêuticos curando as doenças rapidamente. Muitas doenças crônicas e até mesmo incuráveis são eliminadas por estas preparações metálicas. Pelos aspectos acima mencionados, o sistema de tratamento com formulações contendo metais, etc. é denominado daivi chikitsa (tratamento divino). Tanto os distúrbios comuns como muitas doenças que necessitam de cirurgia convencional são pacificadas com estas preparações metálicas. 33
  • 34. Capítulo 3 CONDUTA PARA O HORÁRIO DIURNO Deve-se levantar da cama pela manhã bem cedo, antes do sol nascer. É considerado auspicioso este horário em que o ar está fresco e há menos ruído na atmosfera. A pessoa deve fazer algum tipo de meditação. Antes de se levantar realmente da cama, deve-se pensar sobre a programação do seu dia. Limpeza da face: A pessoa deve lavar sua face com água imediatamente após levantar-se da cama. Esta conduta ajuda a limpar os resíduos acumulados nos olhos, no nariz e na boca durante a noite e dá uma sensação de frescor. No inverno, pode- se utilizar água morna para este fim. Proteger a visão: Ao lavar a face, deve-se encher a boca de água, manter a boca fechada e conservar os olhos abertos, tanto quanto possível, respingando água fria sobre eles. Esta conduta é considerada muito útil para a preservação e melhora da visão. Depois de respingar a água, as pálpebras devem ser suavemente esfregadas de forma a massagear levemente os globos oculares. 34
  • 35. Ingerir um copo de água: Após lavar a face e a boca, deve-se tomar um copo de água. Isto está prescrito para todas as estações e em todos os dias. Esta conduta ajuda a fazer com que as fezes e a urina sejam eliminadas sem dificuldades. Algumas pessoas tem o hábito de ingerir um chá quente para este propósito. A ação reflexa produzida pelo chá quente é diferente daquela causada pelo copo de água fria. Este último produz apenas uma pressão que estimula os intestinos para que este comece seu movimento para a evacuação. O chá, estando quente, estimula os intestinos tão fortemente que perde este efeito após alguns dias de forma que a pessoa começa a apresentar sinais de constipação. A cafeína contida no chá ou no café produz alguns efeitos adversos sobre as glândulas do estômago e intestinos, que a água fria não produz. Além disso, a água fria é um bom tônico para o corpo. No entanto, a água fria está proibida se o paciente estiver resfriado, com tosse ou lesão na garganta. Evacuação dos intestinos: A pessoa deve ter o hábito de evacuar os intestinos imediatamente após levantar-se da cama. Há dois motivos para que a pessoa não sinta a necessidade de evacuar pela manhã: ou o alimento não foi adequadamente digerido, ou o indivíduo não teve um sono adequado. O hábito de beber um copo de água fria pela manhã vence a dificuldade causada pela indigestão e pelo sono inadequado, de forma que o indivíduo consegue um movimento de limpeza. As pessoas que pensam muito ou aquelas que são explosivas, sensíveis ou furiosas acumulam muito vento em seu estômago. Este vento se acumula nos intestinos durante a noite. O vento também é formado pela ingestão de certos grãos e frituras e se o indivíduo não ingere vegetais folhosos e frutas em quantidade adequada. Qualquer que seja a causa, quando ocorre a formação de vento, cria-se alguma obstrução na mobilidade intestinal. A pessoa pode achar que 35
  • 36. houve evacuação completa, mas depois de algum tempo ela sente novamente a necessidade de evacuar. Há pessoas que evacuam 3 a 4 vezes pela manhã para sentirem-se satisfeitas quanto a esta necessidade. Isto causa inconvenientes e em muitos casos a evacuação permanece incompleta, causando supressão do apetite, indigestão, cefaléia, a pessoa sente-se pouco à vontade, com fadiga e insônia. O vento, quando formado em excesso, exerce pressão sobre o coração e pode levar a palpitação. É necessário que a pessoa estabeleça algumas regras em sua alimentação, nas bebidas, no sono, de forma que consiga um movimento de limpeza pela manhã. No entanto, se houver necessidade de evacuação uma segunda vez, isto não deve ser forçosamente interrompido. A inibição não é saudável. Limpeza dos dentes: A pessoa deve usar um pequeno ramo de neem (Azadirachta indica), babul (Acacia arabica) ou de qualquer outra árvore que tenha sabor adstringente, picante ou amargo. A extremidade do ramo deve ser macerada para ficar macia de forma que as gengivas não sejam machucadas. Esta conduta remove o mau cheiro e a falta de paladar. Remove os resíduos da língua, dos dentes e da boca. Raspagem da língua: Os raspadores de língua, que são curvados e não possuem superfície cortante, são disponíveis em metal, como ouro, prata, cobre, estanho e latão. Os resíduos depositados na base da língua obstruem a respiração e causam mau hálito. Assim, a língua deve ser raspada regularmente. 36
  • 37. Uso de gotas nasais: Deve-se inalar Anu taila3 durante a estação chuvosa, o outono e a primavera. Aqueles que praticam a terapia nasal de acordo com o método prescrito, não são afetados por doenças dos olhos, do nariz e dos ouvidos. Seus cabelos e barba não se tornam esbranquiçados e nunca apresenta episódios de queda de cabelos. Gargarejos: O gargarejo com Til taila (óleo de gergelim) é benéfico para fortalecer as mandíbulas, a profundidade da voz, a sensação do paladar e para melhorar o sabor dos alimentos. A pessoa que utiliza o hábito de fazer gargarejos nunca adquire afecções da garganta, lábios rachados, alterações na respiração ou dores de dentes. Aplicação de óleo sobre a cabeça: Aquele que tem como hábito aplicar regularmente óleo sobre a cabeça não sofre de cefaléias, calvície ou branqueamento dos cabelos. O cabelo permanece preto, longo e profundamente enraizado. A pele da face torna-se brilhante e a pessoa tem sono profundo. Gotas de óleo nos ouvidos: As doenças dos ouvidos causadas por desequilíbrio de vata, torcicolos, rigidez nas mandíbulas, dificuldade auditiva e surdez são evitadas se a pessoa tem como hábito a aplicação regular de óleo no ouvido externo. Massagem com óleo: Vayu predomina no órgão sensorial do tato, e este órgão está alojado na pele. A massagem é extremamente benéfica para a pele, de forma que as pessoas devem praticar 3Ver no livro “Massagem Terapêutica na Medicina Ayurvédica”, por Dr. B. Dash, Editora Chakpori, a fórmula denominada Anu Taila ou Sadabindu taila, na página 183. 37
  • 38. regularmente a massagem com óleo. As pessoas que seguem esta conduta possuem uma boa estrutura física, força e elegância. Com a aplicação regular de óleo, o impacto do envelhecimento é diminuído. Exercícios: Os exercícios físicos proporcionam leveza, habilidade para trabalhar, estabilidade, resistência ao desconforto e aliviam os três doshas (especialmente kapha). Também estimulam o poder digestivo. No entanto, o excesso de exercícios físicos pode causar exaustão, consumo das forças, sede, sangramento por diferentes partes do corpo (rakta pitta), podem causar pratamaka (um tipo de dispnéia), tosse, febre e vômitos. A perspiração, a melhora da respiração, o brilho no corpo, a melhora dos batimentos cardíacos e de outros órgãos são indicações de que os exercícios estão sendo realizados corretamente. Os exercícios são contra-indicados para pessoas que emagreceram por causa de atividade sexual excessiva, para aqueles que já estão cansados, que estão segurando a raiva, que estão tristes, com medo e para pessoas de constituição vatika e cuja profissão exige que falem demasiadamente. Não se deve fazer exercícios quando sentir fome ou sede. Banhos: O banho é purificador, estimula a libido e promove a vida. Esta conduta remove a fadiga, o suor e os resíduos. Produz vigor corporal e é um auxiliar por excelência do aprimoramento de ojas4. 4 Ojas pode ser traduzido como Vigor. Possui três variedades: Sahaja bala (hereditário), Kalakrta bala (obtido durante os estágios da vida) e Yuktikrta bala (resultante da dieta, conduta e medicamentos apropriados). 38
  • 39. Vestimentas: O uso de roupas limpas aumenta a atração física, a reputação, a longevidade e a sorte. Produz prazer, graça, competência e boa aparência. Uso de perfumes: O uso de essências e flores estimula a libido, dá ao corpo um cheiro agradável, promove a longevidade e a elegância. Produz corpulência e vigor no corpo, além de ser agradável para a mente. Uso de ornamentos: Usar enfeites e jóias aumenta a prosperidade, a auspiciosidade, a longevidade e a elegância, evita o perigo de cobras e energia perversas, etc. É agradável e charmoso. Também conduz ao ojas (Vigor). Cuidados com os cabelos e as unhas: Arrumar e cortar os cabelos, a barba (incluindo os bigodes) e as unhas, etc. aumenta a corpulência, a libido, a longevidade, a limpeza e a beleza. Alimentação: A pessoa deve ingerir a quantidade adequada de alimentos. A quantidade depende do poder digestivo (incluindo o metabolismo). A porção de alimentos que, sem alterar o equilíbrio dos doshas (os três humores) e dhatus (os sete elementos teciduais) do corpo, consegue ser digerida assim como metabolizada no período de tempo apropriado, é considerada a quantidade adequada. Gêneros alimentícios como sali, sastika (duas variedades de Oryza sativa), mudga (Phaseolus radiatus), codorna comum, perdiz cinza, antílope, coelho, sambar indiano, etc., mesmo sendo por natureza de fácil digestão, devem ser ingeridos de acordo com a quantidade prescrita. Da mesma forma, preparações à base de farinha, açúcar de cana e leite, gergelim, masha (Phaseolus radiatus) e carnes de animais aquáticos e que habitam áreas 39
  • 40. pantanosas, mesmo sendo pesados, por natureza, e de difícil digestão, também devem ser ingeridos em quantidades adequadas. Os alimentos leves possuem qualidades predominantemente vayu (ar) e agni (fogo), e as pesadas, possuem predominantemente os mahabhutas prithvi (terra) e jala (água). Portanto, de acordo com suas qualidades, os alimentos leves, sendo estimulantes do apetite, são considerados menos prejudiciais, mesmo se ingeridos além da quantidade prescrita. Por outro lado, alimentos pesados são naturalmente inibidores do apetite e prejudiciais se ingeridos em excesso, a menos que haja um poder de digestão e metabolismo poderosos adquiridos através de exercícios físicos. Se o alimento é pesado, apenas três quartos ou metade da capacidade do estômago deve ser preenchida. Mesmo no caso de gêneros alimentícios leves, a ingestão excessiva não possibilita a manutenção do poder digestivo e metabólico. Ingerindo quantidades apropriadas, o alimento certamente auxilia o indivíduo na obtenção de vigor, jovialidade, felicidade e longevidade sem perturbar o equilíbrio dos dhatus (elementos teciduais) e dos doshas (vayu, pitta e kapha) do corpo. Uso de colírio: A pessoa deve aplicar o colírio feito de antimônio regularmente pois esta conduta é benéfica para os olhos. Rasanjana (extrato de Berberis aristata) deve ser aplicada uma vez durante cinco ou oito noites para promover o lacrimejamento dos olhos. Dentre todos os mahabhutas, predomina nos olhos o tejas5 (fogo). Portanto, a terapia, capaz de aliviar kapha, é útil para conservar a visão clara. Não deve ser aplicado um colírio muito forte nos olhos durante o período diurno, pois os olhos, 5Produto resultante do metabolismo do Mahabhuta agni (fogo) 40
  • 41. enfraquecidos pela drenagem, serão adversamente afetados pela luz solar. Fumo: No Ayurveda, diferentes tipos de cigarros são prescritos para o ato de fumar. Eles são feitos de ingredientes vegetais e não contém tabaco ou narcóticos como a Cannabis. O fumo trata a sensação de peso na cabeça, cefaléias, rinite, hemicrania, otalgia, dor nos olhos, tosse, soluços, dispnéia, obstrução da garganta, fraqueza nos dentes, secreções patológicas pelos ouvidos, pelo nariz e pelos olhos, elimina o odor purulento do nariz e da boca, odontalgias, anorexia, rigidez nas mandíbulas, torcicolo, prurido, as condições relacionadas aos processos infecciosos, a palidez da face, o excesso de salivação, a debilidade da voz, a tonsilite, a uvulite, alopécia, branqueamento dos cabelos, queda dos cabelos, espirros, sonolência excessiva, perda da consciência e hipersomnia. Fortalece também os cabelos, os ossos do crânio, os órgãos e a voz. São prescritos oito horários para o ato de fumar, horários em que vata, pitta e kapha tornam-se desequilibrados. São eles: após o banho, após a refeição, após a raspagem da língua, após espirrar, após escovar os dentes, após a inalação de substâncias medicinais, após a aplicação de colírio e após dormir. Estudos: Não se deve estudar se não houver iluminação suficiente, durante um incêndio, durante um terremoto, durante festivais importantes, durante queda de meteoros, durante eclipse solar e lunar, durante a mudança para lua nova e nem durante os horários do amanhecer e do anoitecer. A pessoa não deve estudar sem ter sido iniciado por um professor. Enquanto estiver estudando, não se deve dizer as palavras como sons incompletos, nem em voz alterada nem com voz rouca, também não se deve dizer as palavras sem a acentuação adequada e sem a apropriada 41
  • 42. simetria morfológica, nem demasiadamente rápido nem demasiadamente lento, com volume nem muito alto nem muito baixo. Refeições noturnas: Os alimentos devem ser ingeridos o mais cedo possível, no início da noite. Deve haver um intervalo suficiente entre o horário da refeição e o horário de dormir. Isto facilita a digestão dos alimentos o que resultará em um bom sono também. O alimento deve ser o mais leve possível e facilmente digerível. Uso de iogurte no período noturno: É estritamente proibida a ingestão de iogurte durante a noite. Nos demais horários é o iogurte é benéfico para a saúde, apesar de possuir um efeito prejudicial sobre os canais de circulação, podendo obstruí-los. Isto resulta em distúrbios do sono e da mobilidade, especialmente para pacientes que estão sofrendo de asma, bronquite e reumatismo. Sexo: A pessoa não deve ter relações sexuais com um parceiro que esteja sofrendo de uma doença, ou que seja impuro ou que tenha um processo infeccioso. O homem não deve ter relações sexuais com uma mulher que esteja menstruada. Não se deve ter relações sexuais com um parceiro ou parceira de aparência desagradável, que tenha má conduta ou maus hábitos ou que seja desprovida de habilidades. A pessoa não deve ter relações sexuais com um parceiro ou parceira com a qual não tenha amizade, ou que não tenha desejo, que esteja ligada emocionalmente a alguém, ou que seja casada com alguém. A atividade sexual em qualquer órgão que não seja o órgão genital é proibido. As atividades sexuais também são proibidas sob árvores sagradas, em locais públicos, em ruas, em um jardim, em um cemitério, em abatedores, na água, em clínicas médicas, na casa 42
  • 43. de brahmins ou em templos. Tais atividades devem ser evitadas durante o amanhecer e o anoitecer, ou em dias não propícios. Não se deve ter atividades sexuais quando se está impuro e sujo ou sem intenso desejo. Não se deve ter relações sexuais com o pensamento direcionado à raiva, inveja, etc. Não se deve realizar atividades sexuais sem ter ingerido alimentos ou quando a pessoa ingeriu alimentos em excesso, ou em local inadequado, quando se está com necessidade de urinar, após esforço físico, após exercício físico, em jejum, quando se está exausto e em locais em que não haja privacidade. A pessoa deve adquirir o hábito de beber um copo de leite com açúcar após o ato sexual. 43
  • 44. Capítulo 4 FEBRES Gripe A gripe ou influenza é uma doença infecciosa, caracterizada por depressão, febre intensa, inflamação aguda e catarral do nariz, da laringe e dos brônquios, dores musculares e nevrálgicas e distúrbios gastrointestinais. O distúrbio é causado por um vírus que consegue passar através dos filtros que retém bactérias. A doença ocorre freqüentemente na forma epidêmica. Ocorre geralmente durante as alterações sazonais. No Ayurveda esta doença é chamada Vata-shalaishmika jwara. Em um indivíduo normal, durante o período das mudanças de estações, o equilíbrio dos doshas é ligeiramente perturbado, ou seja, vata, pitta e kapha, torna-se ligeiramente alterado devido às mudanças de temperatura, às chuvas, etc. Mas, se ocorrem anormalidades na alteração de temperatura e na quantidade das chuvas, o equilíbrio dos doshas torna-se excessivamente alterado, resultando nesta doença. Pessoas com tendência à constipação, com deficiência das membranas da mucosa nasal ou da garganta são mais propensos a adquirir este distúrbio.  Tratamento: Como a doença está geralmente associada com distúrbios gástricos, a substância medicinal pippali (Piper longum) 44
  • 45. é considerada um medicamento útil para esta condição. Ela deve ser pulverizada e meia colher de chá deste pó deve ser administrado ao paciente, misturado com cerca de duas colheres de chá de mel e meia colher de chá de suco de gengibre. Esta preparação deve ser prescrita três vezes ao dia. Se esta droga for administrada no primeiro surto de febre, observa-se um aumento de temperatura logo depois. Isto fortalece a resistência do paciente contra os sinais de bronquite e a congestão da garganta. Tulasi (Ocimum sanctum; em português, manjericão) é uma outra droga de escolha para esta condição. As folhas desta planta, misturada com igual quantidade de pó de gengibre seco são um excelente substituto para chá nesta doença. A preparação deve ser administrada adicionando-se açúcar e leite três a quatro vezes por dia. Um remédio simples mas eficaz para esta doença é a substância haridra (Curcuma longa; em português, açafrão-da-índia). Uma colher de chá do pó ou da pasta desta droga, adicionada a uma xícara de leite (pode-se adicionar açúcar ao mesmo) é prescrito ao paciente 3 vezes ao dia. Ela propicia uma recuperação mais rápida. Cura o mal estar e elimina a constipação, se houver. Esta preparação conserva o pulmão limpo da fleuma e ativa o fígado. Tribhuvana kirti rasa é comumente utilizada pelos médicos para o tratamento da influenza. É disponível tanto em pó como em forma de tabletes. Mistura-se 250 mg. (dois tabletes) da droga com uma colher de chá de mel e administra-se. A preparação é dada 3 a 4 vezes ao dia dependendo da condição da febre. Se a febre estiver associada com tosse também, adiciona-se uma colher de chá de suco de gengibre à mistura acima.  Dieta: Depois que a temperatura se eleva, é melhor conservar o paciente sem alimentos ou com comida leve durante pelo menos duas refeições. Deve ser oferecido ao paciente água com cevada ou sagu fervido com leite e açúcar. Pão, biscoitos, sopa de carne 45
  • 46. ou de vegetais também podem ser fornecidos. Alho, cru ou frito com ghee6 ou manteiga, é muito benéfico. Cerca de 10 dentes de alho podem ser oferecidos ao paciente. Gengibre verde pode ser adicionado à sopa ou aos vegetais. 6Manteiga purificada indiana: a manteiga é derretida e depois coada com um pano fino para retirar a porção branca. 46
  • 47. Figura 1: Piper longum (pippali) 47
  • 48. Alimentos pesados como carne, galinha, peixe e ovos, arroz, chapati (pão de trigo, fino como papel), frituras como parontha e alimentos azedos incluindo o iogurte são estritamente proibidos durante a febre. O paciente deve comer banana, goiaba e outras frutas azedas devem ser ingeridas. Chás não são benéficos nesta condição. O café em pequenas quantidades pode ser ingerido.  Condutas: A exposição ao vento frio, banho, exercícios, não dormir durante a noite, terapias que envolvem massagem com óleo e esforço mental devem ser evitados. Malária É causada por um tipo de protozoário pertencente ao gênero Plasmodium, que infecta os glóbulos vermelhos e origina febre periódica, esplenomegalia e anemia. A patologia é transmitida pela fêmea do mosquito Anopheles. No Ayurveda a doença é conhecida como Vishama jwara.  Sinais e sintomas: Antes da manifestação da doença, o paciente pode sofrer de cefaléia transitória, dorsalgia, dor generalizada e sensibilidade na área do fígado. Pode haver ligeiro aumento da temperatura também. O início da febre pode ser súbito ou a elevação pode ser lenta. Antes da febre, o paciente pode sentir cansaço, rigidez dos músculos do pescoço, dores musculares e ósseas e anorexia. Quando surge, a febre está geralmente associada com cefaléia, dorsalgia, dores nos ossos, mal estar e fadiga. Geralmente, no início da febre há calafrios. Mas em certos tipos de malária, estes calafrios estão ausentes. Náuseas, anorexia e vômitos são muito comuns. Em um estágio posterior da doença, o baço sofre um aumento de volume. A febre é caracterizada por sua natureza intermitente e, na maioria das vezes, associada com desconforto na região do estômago, 48
  • 49. vômitos biliosos e fezes com coloração de chocolate. O aumento da temperatura começa geralmente pela manhã ou à tarde. Esta febre é caracterizada pelos três estágios seguintes: a) Estágio frio: O paciente sente-se inquieto, desenvolve cefaléia, dor nas costas e sente calafrios, e os tremores começam. A face torna-se contraída e a pele torna-se fria e azulada. O paciente precisa ser coberto com cobertores e mantas na tentativa de conservá-lo quente. As náuseas e os vômitos são freqüentes durante a elevação da febre. Em cerca de meia a duas horas a febre sobe para 39,5C a 41C. b) Estágio quente: A pele parece estar queimando de tão quente e todas as roupas e mantas são retiradas. A face torna-se vermelha e o pulso é rápido. O paciente pode referir cefaléia e em casos severos, pode haver delírio. Este estágio pode durar entre 8 a 10 horas. c) Estágio de sudorificação: A pele torna-se úmida seguida por profusa sudorese. A cefaléia e as dores desaparecem e o pulso torna-se lento. A temperatura cai no final da crise, e o paciente sente-se melhor. Consequentemente aos repetidos surtos de febre, nos casos crônicos, o baço torna-se duro e aumentado. O paciente torna-se anêmico. Quando a febre entra em remissão, surge infecção por herpes nos lábios e na face.  Tratamento: A droga de escolha para o tratamento desta doença é a formulação Sudarshana churna. Deve-se administrar a droga três vezes ao dia em doses de uma colher de chá. Para torná-la agradável ao paladar, deve ser adicionado mel e formar uma pasta que é fornecida ao paciente. O ingrediente mais importante da Sudarshana churna é a planta Chirayata (Swertia chirata). Também podem ser administradas seis colheres de chá, três vezes ao dia. Em todos estes casos, o mel é adicionado. 49
  • 50. Figura 2: Tinospora cordifolia (guduci) A planta guduci (Tinospora cordifolia) é freqüentemente empregada no tratamento desta doença. Devem ser dadas ao 50
  • 51. paciente seis colheres de chá do seu suco três vezes ao dia. A kutaja (Holarrhena antidysenterica) também é útil no tratamento da malária. O pó desta droga é administrado ao paciente na dose de uma colher de chá, três vezes ao dia, misturado com mel. O tratamento do paciente com estes medicamentos deve ser prolongado mesmo após estar livre da febre. Se administrados durante um tempo suficientemente longo, aumentam a imunidade do corpo contra a doença. Eventualmente, a febre é curada e a esplenomegalia e a anemia continuam. Os medicamentos acima mencionados serão úteis e devem ser administrados continuamente até que o paciente não tenha mais quaisquer sinais de malária.  Dieta: Durante as crises febris e mesmo após, o paciente geralmente sofre de anorexia. O alimento não deve ser dado de maneira forçada. Podem ser oferecidas sopas e cevada com água e leite. Após a redução da febre o apetite é restaurado. Mas mesmo durante este período, não deve ser permitido que o paciente se alimente com tudo que lhe agrade. Ele deve ingerir trigo e arroz, mas com o cuidado de não sobrecarregar o estômago. Vegetais crus e amargos são sempre úteis para tais pacientes. Ele deve ingerir frutas em quantidades adequadas. Vegetais folhosos como feno-grego (Trigonella foenum-graecum), assa-fétida (Ferula assafaetida), gengibre e alho são extremamente benéficos para estes pacientes. Devem, no entanto, evitar ingestão de picles, frituras e bebidas frias.  Conduta: O paciente deve utilizar telas de proteção contra mosquitos hospedeiros de forma a prevenir infecções. Como o paciente fica enfraquecido, ele não deve se esforçar ou fazer qualquer exercício pesado. Ele deve repousar adequadamente, mas dormir durante o dia está proibido. 51
  • 52. Sarampo É uma doença altamente contagiosa caracterizada por muco nas vias respiratórias e uma erupção generalizada sobre a pele. No Ayurveda é conhecido como Romantika. Ocorre geralmente durante a primavera e o outono. No início o paciente apresenta tosse, frio e febre. Os olhos tornam-se vermelhos, seguido por sonolência, anorexia e até mesmo diarréia. As erupções começam na testa e são pequenas e vermelhas. Em cerca de 3 a 4 dias, espalham-se por todo o corpo. Quando as erupções desaparecem por completo, a febre diminui e os demais sintomas como tosse e frio também desaparecem. Às vezes, os brônquios também são afetados e o paciente apresenta tosse e febre.  Tratamento: Afeta geralmente as crianças. A fórmula Pravala pishti é muito útil tanto para prevenção como para a cura da doença. Pequenos pedaços de coral (pravala) são triturados e pulverizados em um pilão com socador. Adiciona-se um pouco de água e tritura-se até que os pedaços desapareçam e tudo esteja na forma de um fino pó. Às crianças, administra-se uma dose de 200 mg. a 500 mg., três vezes ao dia, misturados com mel. Como medida preventiva, é recomendada a mesma dose uma vez ao dia, de estômago vazio.  Dieta: O paciente deve ingerir uma dieta leve como papa de cevada e suco de frutas.  Condutas: O paciente não deve se expor ao vento frio e à chuva. É estritamente proibido banhar-se durante os surtos da doença. 52
  • 53. Caxumba É uma infecção aguda caracterizada por aumento das glândulas parótidas, próximo às orelhas. No Ayurveda é conhecida como Pashana gardabha. O edema da glândula parótida é, geralmente, a primeira manifestação da doença. Pode ser precedida por um ou dois dias de dor e rigidez na região próxima às orelhas. O paciente pode sentir-se febril. Podem ocorrer tremores e lesão na garganta. No início apenas a glândula é afetada. Como complicação da doença, pode haver processo inflamatório nos testículos.  Tratamento: O pó de Daru haridra (Berberis aristata) é comumente utilizado para o tratamento desta condição. A madeira da planta é transformada em um pó fino e misturada com mel e ghee (manteiga purificada indiana). É aquecida levemente e aplicada sobre a região afetada. Isto deve ser feito de preferência na hora de dormir. As áreas afetadas devem ser tratadas com fomentação quente e seca. Internamente, a formulação Naradiya Lakshmivilasa deve ser administrada numa dose de 2 tabletes, 3 vezes ao dia, misturada com mel.  Dieta: Enquanto estiver doente, o paciente geralmente apresentará anorexia. Apenas líquidos devem ser ingeridos. Ele deve evitar frituras, e alimentos azedos. Alho, gengibre, pimenta preta e Piper longum são muito benéficas nesta condição.  Condutas: O paciente deve evitar ingerir alimentos sólidos e quentes e não deve se expor ao vento frio e à chuva. Ele deve manter um cachecol de lã enrolado no pescoço e na cabeça, conservando estas regiões aquecidas para uma recuperação mais rápida. 53
  • 54. Filariose Esta doença é geralmente causada pelo parasita denominado Filaria bancrofti. Embriões do parasita penetram o corpo do homem saudável através da picada de mosquitos. No Ayurveda esta condição é chamada Shlipada. Os primeiros sintomas desta doença são urticária, inflamação dos nódulos linfáticos, assim como dos vasos linfáticos, inflamação dos testículos e febre. Os nódulos linfáticos tornam-se endurecidos e os canais linfáticos tornam-se hiperemiados. A febre geralmente começa com calafrios e continua por 3 dias. Em geral, são primeiramente afetados os linfonodos da região inguinal. Crises recorrentes de febre, que são comuns, levam à elefantíase. A pele da região edemaciada da perna vai aos poucos se tornando grossa e áspera. Subseqüentemente, podem surgir abscessos e estes podem levar a ulcerações. Podem surgir também protuberâncias sobre a pele e esta pode tornar-se dura como couro. O volume aumentado dos testículos e o edema das pernas pode impedir os movimentos do paciente.  Tratamento: Esta doença é mais comum em áreas pantanosas onde existe água estagnada. Beber água de poços e lagos e água encanada vinda destas áreas torna a pessoa suscetível aos ataques deste parasita. É necessário portanto, que o habitante de tais localidades beba água fervida. Pode-se prevenir a infecção pela ingestão desta água quando ela é fervida juntamente com gengibre seco. Para evitar a picada do mosquito, devem ser utilizadas, regularmente, redes de proteção contra mosquitos. As folhas da árvore do marmelo (Aegle marmelos) são muito úteis no tratamento desta doença. A ingestão de 3 folhas por dia ajuda tanto na prevenção como na cura da filariose. A droga popularmente utilizada é a Nityananda rasa. Ela deve ser administrada ao paciente em uma dose de 500 mg. duas vezes ao 54
  • 55. dia, de estômago vazio. Geralmente, este medicamento é encontrado na forma de tabletes, cada tablete contendo 500 mg. Deve-se amassar o tablete e transformá-lo em pó, em um socador de porcelana e depois ele é misturado com mel antes de ser oferecido ao paciente. A adição do suco de folhas de marmelo a este medicamento fortalece sua ação. Esta formulação, Nityananda rasa, é muito bem tolerada durante o inverno. Produz um pouco de calor e, portanto, uma dose maior deste medicamento não pode ser fornecida ao paciente durante o verão. No inverno e nas estações chuvosas, a dose pode ser aumentada. Para que este medicamento aja no organismo, deve ser tomado continuamente por um período de dois meses. Nas condições agudas, quando há processo inflamatório, como hiperemia e endurecimento dos nódulos e dos canais linfáticos, e febre, este medicamento age imediatamente. Mas, mesmo com a interrupção dos sintomas, ele deve ser continuado por um tempo suficientemente longo de forma a criar um ambiente inadequado para a sobrevivência do parasita filária no organismo do paciente. Para alívio da dor, da ulceração, do edema, etc. nas áreas afetadas, utiliza-se freqüentemente a formulação Malla sindura. Esta droga é disponível em forma de cristais pois é preparada pelo processo de sublimação. Ela deve ser transformada em um pó fino, triturando em um socador de porcelana, e fornecida ao paciente em uma dose de 250 mg., duas vezes ao dia. No verão, a dose deve ser reduzida para 125 mg., duas vezes ao dia. Deve ser misturada com mel antes do paciente ingeri-la. Esta formulação contém arsênico associado com outros ingredientes. Mas durante o processo de manipulação, o efeito adverso do arsênico é neutralizado e normalmente não produz qualquer efeito tóxico mesmo se administrado por período prolongado.  Dieta: Alimentos conservados e azedos, como iogurte ou picles devem ser evitados. O paciente deve ingerir alimentos amargos 55
  • 56. como iogurte amargo, as folhas da árvore neem (Azadirachta indica), da variedade amarga da Cassia fistula, banana verde, patola (Trichosanthes dioica), berinjela, repolho e couve-flor. Alho e gengibre são muito úteis para tais pacientes. Cerca de 10 dentes de alho podem ser dados ao paciente todos os dias, se ele tolerar seu odor. No entanto, o alho pode ser frito na manteiga ou no ghee (manteiga purificada indiana). A água fervida com gengibre seco deve ser usada para o paciente beber.  Conduta: O paciente deve evitar habitar áreas pantanosas. Na estação das chuvas, ele deveria evitar a exposição à chuva. Tanto no inverno quanto nas estações chuvosas, o paciente deve tomar banho com água quente e sempre que possível, beber água quente. 56
  • 57. Capítulo 5 DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Asma Brônquica Há muitos tipos de asma, sendo a mais comum a asma brônquica. No Ayurveda esta doença é conhecida como Tamaka shvasa e considera-se que tenha origem de distúrbios do estômago e outras áreas do trato gastrointestinal. Na maioria dos casos, portanto, seja no início da doença ou antes de cada crise, o paciente sofre de indigestão, constipação ou mesmo diarréia. O sítio de manifestação da doença são os pulmões. Devido à pressão, o coração também acaba sendo envolvido. Geralmente, antes da crise, o paciente apresenta congestão nasal, podendo haver obstrução e espirros. No Ayurveda, portanto, tanto para prevenção quanto para a cura da doença, a atenção é dirigida primeiramente ao estômago, aos intestinos, ao nariz e aos pulmões. Simultaneamente, nos casos crônicos, deve-se cuidar de fortalecer o coração.  Tratamento: Para esta doença, os medicamentos comumente usados no Ayurveda são Chyavana prasha e Agastya rasayana. Estas duas drogas são compostas de muitos ingredientes. Mas o 57
  • 58. ingrediente principal do Chyavana Prasha é a fruta amalaki (Emblica officinalis). Esta substância é uma importante fonte de vitamina C. Esta vitamina é comumente encontrada em muitas frutas cítricas, mas é destruída quando exposta ao fogo e ao calor do sol. O amalaki, no entanto, é uma exceção e a vitamina C nela contida não é destruída quando fervida por um período considerável. A fruta do haritaki (Terminalia chebula) é o principal ingrediente do outro medicamento, Agastya rasayana. Em alguns clássicos, é chamado de Agastya haritaki. Dentre estes dois, ou seja, Chyavana prasha e Agastya rasayana, o primeiro é utilizado mais como um tônico e é especificamente indicado nos casos de asma no qual o paciente esteja emagrecido e debilitado. Agastya rasayana é empregado no paciente com asma brônquica que está constipado e para aqueles que apresentam espirros, obstrução nasal e congestão da garganta. Ambas as drogas são preparadas na forma de linctus e podem ser ingeridas na dose de duas colheres de chá, três vezes ao dia. Deve-se observar com cuidado se o apetite normal do paciente se mantém. Se ingeridas em doses elevadas, pode haver, eventualmente, redução no apetite, e neste caso, a dose deve ser diminuída. Agastya rasayana, se administrada em doses altas, pode causar perda dos movimentos e neste caso a dose do medicamento também deve ser reduzida. Estes medicamentos devem ser ingeridos antes da refeição, de preferência com o estômago vazio, e na hora de dormir. Devem ser administrados durante ou após a crise de asma. Possuem efeitos curativos e preventivos. Leva algum tempo para que a ação destes medicamentos seja observada. Apesar de proporcionarem algum alívio imediatamente após sua ingestão, geralmente levam duas a três semanas para agirem integralmente. Nos casos crônicos, podem levar um tempo maior ainda. Por esta razão, o 58
  • 59. paciente não deve ter dúvidas sobre sua eficácia se a crise não se interromper imediatamente após sua ingestão. Mas eles reduzirão a fase aguda da crise imediatamente, e a duração desta crise será comparativamente menor. Mesmo o intervalo entre as crises aumentará e o paciente terá tempo para restaurar sua saúde de forma a conseguir enfrentar com sucesso o próximo ataque. Juntamente com este procedimento, pode ser administrada a preparação Sitopaladi churna, três a quatro vezes ao dia, na dose de uma colher de chá, misturado com mel. O pó, se ingerido sozinho, pode causar uma leve irritação na garganta. Desta forma, ele deve ser completamente misturado com mel e transformado em uma pasta consistente antes de ser ingerido. Da mesma maneira, e na mesma dose, pode também ser prescrito o pó de pippali (Piper longum). Existem muitos outros medicamentos no Ayurveda para o tratamento da asma brônquica. Alguns, contendo produtos minerais, são úteis na remissão imediata da crise de asma. São eles: Shvasa kasa chintamani rasa, Suvarna pushpasuga rasa, Kanakasava, etc. Estes medicamentos podem, eventualmente, produzir efeitos colaterais. Portanto, eles devem ser preferencialmente administrados sob a supervisão de um médico experiente.  Dieta: É estritamente proibida a ingestão de iogurte, manteiga, banana, goiaba e frituras. À noite, o paciente deve ingerir alimentos leves e deve evitar, tanto quanto possível, todos os alimentos azedos. Uvas secas, feijões do tipo kulattha (Dolichos biflorus) são úteis nesta condição. O cigarro deve ser evitado e a ingestão de café ou chá deve ser reduzida ao mínimo – não mais que duas xícaras no total. Bebidas alcoólicas podem ser tomadas, mas apenas em pequena quantidade.  Conduta: O paciente não deve se expor à chuva e ao vento frio forte. Ele não deve realizar exercícios pesados. 59
  • 60. Bronquite A doença conhecida como bronquite é caracterizada por inflamação dos brônquios pulmonares, resultando em tosse produtiva, com expectoração de muco purulento, comumente conhecida como fleuma. Há diversos tipos, dependendo da natureza da expectoração. A bronquite pode ocorrer como um sintoma de muitas outras doenças, como a tuberculose. Em todos os casos, um ou outro tipo de microorganismo é considerado o causador da doença. No Ayurveda, esta doença é conhecida como Kasa roga. Os germes ou krimis são considerados causas da bronquite. No entanto, não são considerados os fatores causais primários da doença. O Ayurveda considera que a bronquite ou Kasa roga é causada primariamente por uma deficiência na digestão. Para tratar a bronquite, portanto, drogas contendo propriedades para corrigir tanto os pulmões como o estômago são selecionadas pelos médicos ayurvédicos.  Tratamento: Seja qual for a causa, o tratamento mais simples para a bronquite é prescrever ao paciente uma colher de chá de haridra (Curcuma longa) em pó, misturado com uma xícara de leite, duas a três vezes por dia, dependendo da gravidade do problema. Sua ação é melhorada se administrado com estômago vazio. Esta é uma fórmula absolutamente inofensiva que pode ser administrada a qualquer paciente, sem distinção de idade, sexo ou condição da doença. A fórmula popular, comumente utilizada como um remédio caseiro para esta condição é o pó de sunthi (gengibre seco), pippali (Piper longum) e marica (Piper nigrum), todos os três misturados em iguais quantidades. A mistura é tomada em doses de meia colher 60
  • 61. de chá, três a quatro vezes ao dia, dependendo da severidade da doença. Este pó pode ser adicionado ao chá ou café, e ingerido. Todos estes três ingredientes, quando associados são conhecidos no Ayurveda como Trikatu ou Tryushana, e são muito recomendados por sua ação sobre os pulmões e o estômago. Eles promovem a digestão e o metabolismo no corpo e portanto, inibem a produção dos fatores responsáveis pela infecção e pela inflamação dos brônquios. Simultaneamente, auxiliam na expectoração da fleuma acumulada tornando a respiração mais fácil. Às vezes, por causa do processo infeccioso, o paciente apresenta também febre, para a qual este medicamento também está indicado por serem antipiréticos e devido a seus efeitos estimulantes. Estas drogas criam uma alteração no ambiente (ou seja, o corpo), especialmente nos pulmões, de forma a torná-los não propícios para o metabolismo dos microorganismos, sem falar de seu crescimento e multiplicação. Todas estas três drogas também são utilizadas na cozinha como condimentos, por conseguinte, elas não possuem quaisquer efeitos prejudiciais sobre o corpo. Se ingeridos em excesso, podem produzir uma leve sensação de queimação no peito, e neste caso, a dose deve ser reduzida, ou um pouco de mel deve ser adicionado ao pó, e depois ingerido. Uma planta medicinal chamada vasa (Adhatoda vasica) é muito útil na cura da tosse e bronquite, especialmente quando ambos se tornam crônicas. O suco das folhas desta planta é geralmente empregado em uma dose de duas colheres de chá, três vezes ao dia. O sabor deste suco é ligeiramente amargo. Para torná-lo agradável, uma mesma quantidade de mel deve ser adicionada. Esta planta cresce naturalmente em quase todas as partes da Índia, exceto em desertos e nos picos gelados das montanhas. A bronquite está freqüentemente associada com a congestão da garganta. Neste caso, a preparação Khadiradi vati deve ser 61
  • 62. conservada na boca e engolida lentamente. Podem ser utilizados cerca de cinco tabletes por dia. Isto produz um efeito calmante sobre a garganta e alivia a congestão. O principal ingrediente deste remédio é khadira (Acacia catechu).  Dieta: Iogurte e outros alimentos azedos devem ser evitados. Frutas azedas, incluindo a banana e a goiaba também são contra- indicadas.  Conduta: A exposição ao vento frio e à chuva deve ser evitada. Banhos na água fria, especialmente no inverno, é contra indicado, principalmente quando a bronquite está na fase aguda. 62
  • 63. Figura 3: Adhatoda vasica (vasa) 63
  • 64. Hemoptise A eliminação de sangue durante a tosse é chamada hemoptise. É principalmente causada por doenças como a tuberculose e o câncer dos pulmões. No Ayurveda, esta doença está incluída no grupo das Urdhvaga rakta pitta. O paciente elimina sangue pela boca enquanto tosse. Às vezes o sangue é acompanhado com muco.  Tratamento: Vasaka (Adhatoda vasica) é a droga de escolha para o tratamento desta condição. É administrado na forma de suco em uma dose de duas colheres de chá quatro vezes ao dia. Tem sabor amargo e, portanto, fornecido ao paciente misturado com mel. Pravala pishti, uma preparação de coral, é a droga de escolha para o tratamento desta doença. É administrada em uma dose de 1 g., quatro vezes ao dia, misturado com mel.  Dieta: Alimentos quentes e picantes devem ser evitados e o paciente deve ingerir romã (Punica granatum), amalaki (Emblica officinalis) leite de vaca e água. Arroz envelhecido, sopa de patola (Trichosanthes dioica), moong (Phaseolus mungo), masur (Lens culinaris) e carne podem ser ingeridos .  Conduta: O paciente não deve fazer exercícios e sim, fazer completo repouso. Ele deve evitar o sol. Soluços Os soluços são caracterizados pelo som inspiratório agudo produzido pelo espasmo da glote e do diafragma. No Ayurveda esta condição é conhecida como Hikka roga. Dependendo dos doshas envolvidos na patogênese da doença, diferentes tipos de sintomas se manifestam. 64
  • 65.  Tratamento: Cinzas de penas de pavão são consideradas a melhor droga para esta condição. É administrada na dose de 125 mg., seis vezes ao dia, misturadas com mel. Eladi vati, droga que contém cardamomo como um importante ingrediente, é popularmente empregada para o tratamento desta condição. É ingerida com mel e engolida lentamente na dose de um tablete, seis vezes ao dia. Para aliviar o movimento ascendente de vayu (um dos três humores, responsável pela regulação de todas as funções motoras e sensoriais do sistema nervoso), deve ser administrado Sukumara ghrita na dose de uma colher de chá, três vezes ao dia, com leite.  Dieta: Kulattha (Dolichos biflorus) é muito benéfico nesta condição. O suco, a sopa, a preparação tipo dal da planta kulattha podem ser oferecidos ao paciente. Arroz envelhecido, patola (Trichosanthes dioica), rabanete fresca, limão, leite de vaca e alho também devem ser ingeridos. Estão contra-indicados nesta condição os alimentos gordurosos, pesados e frios, além de masha (Phaseolus radiatus).  Conduta: O paciente deve se submeter à psicoterapia se os soluços forem causados por condições neuróticas. O paciente deve repousar e ele não deve suprimir suas necessidades de forma alguma. Pleurite A inflamação da pleura, a membrana que recobre os pulmões, é denominada pleurite. É normalmente classificada em três categorias, dependendo dos efeitos produzidos por esta inflamação. Se este processo inflamatório produzir depósitos fibrosos, isto é descrito como pleurite seca. Se, no entanto, grandes quantidades de fluidos são exsudados durante o processo 65