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Entropia

                                                                                                      Processos espontâneos
                            Aula 6
                 Segunda Lei da Termodinâmica

                   Prof. Ricardo Aparicio - IQ/Unicamp - 1s/2009



                               QG107 (Biologia) - 1s/2009



    Importante: estas notas destinam-se
    exclusivamente a servir como guia de          Preparado em
    estudo. Figuras e tabelas de outras           Linux com
    fontes foram reproduzidas                     A
                                                  LTEX 2ε .
    estritamente com finalidade didática.




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                                           Entropia                                                                                     Entropia

Processos endotérmicos e exotérmicos espontâneos
                                                            Reação bastante endotérmica               Definição
                                                           Ba(OH)2 (s) + 2NH4 NO3 (s) →
                                                         Ba(NO3 )2 (s) + 2H2 O(l) + 2NH3 (aq)            todos estes processos respeitam a Primeira Lei da Termodinâmica
                                                                                                         mais que isso, qualquer um dos processos mencionados acima poderia
                                                                                                         ocorrer em ambas as direções sem contrariar a Primeira Lei
                                                                                                         os sistemas tendem a aumentar sua desordem ao mesmo tempo em que
                                                                                                         procuram minimizar sua energia
                                                                                                         entropia (S):
                                                                                                         é uma medida da desordem de um sistema, definida como
                                                                                                                                                  δqrev
                                                                                                                                           dS =
                                                                                                                                                   T

                                                                                                         a entropia é uma função de estado



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Entropia                                                                                     Entropia

                                                                                               Entropia e processos espontâneos num sistema isolado
Entropia e processos espontâneos num sistema isolado
    um caso ilustrativo: calor flui espontaneamente de um sistema de mais
    alta para um sistema de mais baixa temperatura
    considere o caso abaixo, onde os subsistemas A e B podem trocar calor
    mas o sistema total A + B é isolado, não podendo trocar matéria ou
    energia com a vizinhança

                                                                                                   O sistema é caracterizado pelas equações:


                                                                                                                   UA + UB =cte. ⇒ dUa + dUB = 0 ⇒ dUa = −dUB
                                                                                                                   VA = cte.
                                                                                                                   VB = cte.
                                                                                                                 S = SA + SB


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                                       Entropia                                                                                     Entropia

                                                                                               Entropia e processos espontâneos num sistema isolado
Entropia e processos espontâneos num sistema isolado
                                                                                                   analisando a expressão anterior, vemos que
    utilizando a definição dS = δqrev /T e a Primeira Lei da Termodinâmica, temos


                dUA = δqrev + δwrev = TA dSA (δwrev = 0 pois         dVA = 0)                                                                         1    1
                                                                                                                 TB > TA ⇒ dUB < 0 ⇒ dS > 0              −    <0
                dUB = δqrev + δwrev = TB dSB (δwrev = 0 pois         dVB = 0)                                                                         TB   TA
                                                                                                                                                      1    1
                                                                                                                 TB < TA ⇒ dUB > 0 ⇒ dS > 0              −    >0
    com isto, podemos escrever, para este sistema,                                                                                                    TB   TA
                                                                                                                 TB = TA ⇒ equilíbrio ⇒ dS = 0
                             S = SA + SB ⇒ dS = dSA + dSB
                                                   dUA    dUB                                      em palavras, o fluxo espontâneo de energia na forma de calor é
                                                 =     +
                                                    TA     TB                                      governado pela condição de que dS > 0 (a não ser que os dois sistemas
                                                                                                   já estejam em equilíbrio térmico).
                                                       „         «
                                                         1    1
                                                 = dUB      −
                                                         TB   TA                                   generalizando, um processo espontâneo num sistema isolado qualquer
                                                                                                   deve levar a um aumento da entropia: dS > 0

   aparicio@iqm.unicamp.br        ()   QG107 - 1s/2009         Aula 6 - Segunda Lei   7 / 41      aparicio@iqm.unicamp.br      ()   QG107 - 1s/2009      Aula 6 - Segunda Lei   8 / 41
Entropia                                                                                      Entropia

Entropia e processos espontâneos num sistema isolado
                                                                                                     Entropia e processos espontâneos num sistema isolado
    note que, diferentemente de energia, a entropia não precisa ser
    conservada                                                                                           por definição, num processo reversível o sistema permanece
    num sistema isolado, a entropia aumenta sempre que um processo                                       essencialmente em equilíbrio durante todo o processo
    espontâneo ocorre                                                                                    ou seja, temos dS = 0 a cada passo de modo que, para o processo
    a entropia continua a aumentar com o passar do tempo até que o                                       completo, ∆S = 0
    sistema isolado entre em equilíbrio, quando teremos                                                  em resumo,

                             dS = 0      −→       situação de equilíbrio
                                                                                                                     dS > 0 −→ processo espontâneo num sistema isolado
                                                                                                                     dS = 0 −→ processo reversível num sistema isolado


                                                                                                         os processos espontâneos, que ocorrem espontaneamente na natureza,
                                                                                                         são irreversíveis, de modo que podemos usar “irreversível” como
                                                                                                         equivalente de “espontâneo”


   aparicio@iqm.unicamp.br          ()    QG107 - 1s/2009           Aula 6 - Segunda Lei    9 / 41      aparicio@iqm.unicamp.br   ()   QG107 - 1s/2009    Aula 6 - Segunda Lei   10 / 41




                                         Entropia                                                                  A Segunda Lei da Termodinâmica

Entropia e processos espontâneos - sistema não-isolado
    um sistema não-isolado interage com a vizinhança, havendo, além da entropia
    gerada no própria sistema, uma parcela de entropia que resulta da troca de calor
    quando levamos em conta esta interação, chegamos à expressão fundamental
    abaixo                                                                                               a própria Desigualdade de Clausius já contém o significado da Segunda
    Desigualdade de Clausius:                                                                            Lei da Termodinâmica
                                   δq
                                                Z
                                                  δq                                                     a partir dela, pode-se chega-se a uma forma mais familiar:
                             dS ≥       ou ∆S ≥                                                           “a entropia de um sistema isolado aumenta durante uma mudança
                                   T              T
                                                                                                                                       espontânea”
                              sinal “=” =⇒ processo reversível
                              sinal “>”      =⇒     processo espontâneo

    em palavras, em qualquer mudança do estado termodinâmico de um sistema,
    a entropia será
    =⇒ igual a δq/T se o processo for reversível
    =⇒ maior que δq/T se o processo for irreversível


   aparicio@iqm.unicamp.br          ()    QG107 - 1s/2009          Aula 6 - Segunda Lei    11 / 41      aparicio@iqm.unicamp.br   ()   QG107 - 1s/2009    Aula 6 - Segunda Lei   12 / 41
Calculando a variação da entropia de um sistema                                                                Variação da entropia com a temperatura


    como definida, a entropia é uma função de estado, depende apenas dos
    estados inicial e final do sistema,                                                                 Volume constante
    suponha que um sistema seja levado de um estado incial a um estado                                     da definição de CV ,              „        «
                                                                                                                                                δq
    final através de um irreversível                                                                                                  CV =                    ⇒ δqV = CV dT
                                                                                                                                                dT   V
    como a variação de entropia não depende do processo, calculamos sua
    variação através de um processo reversível (que pode não ter ocorrido                                  da definição de entropia, temos também
    na realidade!) que leve o sistema do mesmo estado inicial ao mesmo
    estado final                                                                                                                                              δqrev
                                                                                                                                                 dS =
                                                                                                                                                              T
    ∆Ssistema será o mesmo tanto num processo reversível quanto num
    processo irreversível - a diferença entre os dois está em ∆Svizinhança :
                                                                                                           combinando estas relações, temos que, para um processo a volume constante
                                                                                                                                                                     Z   T2
                                                                                                                          CV dT                                               CV (T )dT
         ∆Stotal = ∆Ssistema + ∆Svizinhança = 0 −→ processo reversível                                             dS =         ⇒ ∆S = S(T2 ) − S(T1 ) =                                      (V cte.)
                                                                                                                           T                                         T1           T
         ∆Stotal = ∆Ssistema + ∆Svizinhança > 0 −→ processo espontâneo



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       Variação da entropia com a temperatura                                                                            Terceira Lei da Termodinâmica


Pressão constante
    da definição de CP ,             „        «                                                         A entropia no zero absoluto de temperatura
                                        δq
                             CP =                ⇒ δqP = CP dT                                             pondo T1 = 0 K na expressão anterior, vem
                                        dT   P
                                                                                                                                                         T
    da definição de entropia, temos também                                                                                                                    CP (T )dT
                                                                                                                              S(T ) = S(0 K ) +                                   (P cte.)
                                                                                                                                                     0           T
                                                 δqrev
                                         dS =
                                                  T
                                                                                                           Enunciado da Terceira Lei da Termodinâmica:
                                                                                                              “Toda substância tem uma entropia positiva e finita e, a 0 K , a
    combinando estas relações, obtemos uma expressão que nos permite calcular a
    variação de entropia quando a temperatura muda a pressão constante                                      entropia pode ser zero. No caso de um cristal perfeito a entropia é
                                                                                                                                         zero a 0 K ”
                                                         Z   T2
                   CP dT                                          CP (T )dT
           dS =          ⇒ ∆S = S(T2 ) − S(T1 ) =                                 (P cte.)
                    T                                    T1           T




   aparicio@iqm.unicamp.br     ()   QG107 - 1s/2009                   Aula 6 - Segunda Lei   15 / 41       aparicio@iqm.unicamp.br     ()   QG107 - 1s/2009                       Aula 6 - Segunda Lei   16 / 41
Terceira Lei da Termodinâmica                                                                              Terceira Lei da Termodinâmica
A entropia no zero absoluto de temperatura
                                                                                                          A entropia no zero absoluto de temperatura
    fazendo S(0 K ) = 0 na expressão anterior, temos
                                                                                                              entropias calculadas assumindo S(0 K ) = 0 são chamadas “entropias de
                                            T                                                                 Terceira Lei” ou simplesmente “entropia”
                                                CP (T )dT
                              S(T ) =                              (P cte.)                                   se houver uma transição de fase numa dada temperatura, Ttrs constante,
                                        0           T
                                                                                                              devemos somar variação de entropia neste processo

                                                                                                           a partir de dS = δqrev /T
                                                                                                                             qrev
                                                                                                                  ∆trs S =
                                                                                                                             Ttrs


                                                                                                           pressão constante
                                                                                                           =⇒ ∆H = qP
                                                                                                                            ∆trs H
                                                                                                                 ∆trs S =
                                                                                                                             Ttrs



    aparicio@iqm.unicamp.br       ()    QG107 - 1s/2009                  Aula 6 - Segunda Lei   17 / 41       aparicio@iqm.unicamp.br         ()   QG107 - 1s/2009                  Aula 6 - Segunda Lei   18 / 41




                          Entropia molar padrão                                                                                       Entropia molar padrão
é a variação de entropia quando se converte uma substância a “0 K ” para as
           condições do estado padrão e temperatura de interesse




                                                              Tfus    s
                                                                     CP (T )dT   ∆fus H
                                                  S(T ) =                      +
                                                            0            T        Tfus                                        Processo                               S ◦ (J · K −1 · mol −1 )
                                                                                                                              Debye de 0 a 10 K                                1,92
                                                             Tvap     l
                                                                     CP (T )dT   ∆vap H                                       Integração de 10,00 K a 35,61 K                 25,25
                                                       +                       +                                              Transição sólido-sólido a 35,61 K                6,43
                                                            Tfus         T        Tvap                                        Integração de 35,61 K a 63,14 K                 23,38
                                                             T       g                                                        Fusão a 63,14 K                                 11,42
                                                                    CP (T )dT                                                 Integração de 63,14 K a 77,32 K                 11,41
                                                       +                                                                      Vaporização a 77,32 K                           72,13
                                                            Tvap        T                                                     Integração de 77,32 K a 298,15 K                39,20
                                                                                                                              correção para não-idealidade do gás              0,92

                                                                                                                              Total                                          192,06

                                                                                                             Tabela: a entropia molar padrão do nitrogênio gasoso calculada até 298,15 K.

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Entropia molar padrão                                                                       Entropias padrões de reação
                                                                                                                 a partir de entropias molares padrões




                                                                                                          de forma similar ao cálculo da entalpia padrão de reação a partir de
                                                                                                          entalpias padrões de formação, podemos calcular a entropia padrão de
                                                                                                          reação a partir das entalpias molares padrões tabeladas

                                                                                                                                   ∆r S ◦ =                ◦
                                                                                                                                                         νSm −                 ◦
                                                                                                                                                                             νSm
                                                                                                                                              produtos           reagentes




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              Entropias padrões de reação                                                                                      Critérios de equilíbrio
          a partir de entropias molares padrões
                                                                                                      Entropia

Exemplo                                                                                                   num sistema isolado, a entropia continua a aumentar até que o sistema
                                                                                                          isolado entre em equilíbrio, quando teremos
   calcule a entropia padrão para a reação
                                                                                                                      dS > 0 −→ processo espontâneo num sistema isolado
                                         1
                                 H2 (g) + O2 (g) → H2 O(l)                                                            dS = 0 −→ processo reversível num sistema isolado
                                         2
                                                                                                                      dS = 0 −→ situação de equilíbrio
                                                          1 ◦
              ∆r S ◦ =(1)Sm [H2 O(l)] − (1)Sm [H2 (g)] − ( )Sm [O2 (g)]
                           ◦                  ◦
                                                          2
                     =(1)(70, 0 J · K −1 · mol −1 )
                                                           1
                       − (1)(130, 7 J · K −1 · mol −1 ) − ( )(205, 2 J · K −1 · mol −1 )
                                                           2
                     = − 163, 3 J · K −1 · mol −1
   entropia negativa
   =⇒ produto (líquido) mais ordenado que reagentes (gases)


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Critérios de equilíbrio                                                                      Energia Livre de Gibbs

                                                                                              Pressão e temperatura constantes
Entropia
                                                                                                  para um processo a pressão e temperatura constantes,
    se considerarmos o universo como isolado, para verificar a variação de                         a Primeira Lei fica
    entropia no sistema em que estamos interessados e a espontaneidade                                                     dU = δq + δw = δq − PdV
    de um processo, necessariamente devemos nos preocupar com a
    vizinhança                                                                                    lembrando a Desigualdade de Clausius

           ∆Stotal = ∆Ssistema + ∆Svizinhança = 0 −→ processo reversível                                                                   δq
                                                                                                                                    dS ≥      ⇒ δq ≤ T dS
                                                                                                                                           T
           ∆Stotal = ∆Ssistema + ∆Svizinhança > 0 −→ processo espontâneo

    claramente, este critério não é prático para situações do dia-a-dia                           ATENÇÃO: a desigualdade de Clausius é equivalente à Segunda Lei da
    há outros critérios que podem ser aplicados a situações de grande                             Termodinâmica, como dito antes
    interesse na Química, que em si mesmos já levam em conta a vizinhança                         ao combinar a Desigualdade com a Primeira Lei para este processo, obtemos

                                                                                                                                     dU ≤ T dS − PdV


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                        Energia Livre de Gibbs                                                                        Energia Livre de Gibbs

Pressão e temperatura constantes
                                                                                              G = H − TS
    esta relação apenas expressa a Segunda Lei da Termodinâmica aplicada
    a um sistema que sofre um processo a pressão e temperatura constantes                         a diferencial total da função de Gibbs é

                                     dU ≤ T dS − PdV
                         sinal “=”      =⇒      processo reversível                                                  dG =d(H − TS)
                         sinal “<”      =⇒      processo espontâneo                                                        =d(U + PV − TS)
                                                                                                                           =dU + d(PV ) − d(TS)
    a última expressão pode ser escrita como                                                                               =dU + (PdV + V dP) − (SdT + T dS)

                                 dU + PdV − T dS ≤ 0                                              se a temperatura for constante durante o processo (dT = 0) e se
                                                                                                  também a pressão for constante (dP = 0), a diferencial reduz-se para

    assim como feito no caso da entalpia, procuramos uma nova função de                                            dG = dU + PdV − T dS                (T e P constantes)
    estado cuja diferencial, no caso de pressão e temperatura constantes,
    seja igual ao membro esquerdo desta expressão

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Energia Livre de Gibbs: G = H − TS                                                               Energia Livre de Gibbs: G = H − TS


Critério de espontaneidade                                                                        Critério de espontaneidade: dG < 0

    combinando as duas expressões, temos:
                                                 )
           dU + PdV − T dS ≤ 0
                                                     =⇒ dG ≤0    (T, P constantes)
     dG =dU + PdV − T dS      (T e P constantes)
                                                     sinal “=”   −→     processo reversível
                                                     sinal “<”   −→     processo espontâneo

                       reações químicas feitas mantendo a
                    temperatura e a pressão constantes são
                      espontâneas na direção em que haja
                         decréscimo na energia de Gibbs




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             Energia Livre de Gibbs: G = H − TS                                                      Interpretação física da Energia Livre de Gibbs

Critério de espontaneidade: ∆G < 0 (T, P constantes)
                                                                                                  Máximo trabalho de não-expansão
                                                                                                      um sistema pode fazer trabalho do tipo PV e outros tipos de trabalho,
 G = H − TS ⇒ dG = dH − T dS ⇒ ∆G = ∆H − T ∆S                         (T, P constantes)               como trabalho elétrico
                                                                                                      Ex.: célula eletroquímica, transmissão de sinais nervosos
                                                                                                      pode-se mostrar que

                                                                                                                               dG = δwextra,max
                                                                                                                                                      (T e P constantes)
                                                                                                                           ∆G = wextra,max

                                                                                                      o máximo trabalho de não-expansão que um sistema pode realizar a
                                                                                                      temperatura e pressão constantes, é dado pela mudança na energia
                                                                                                      de Gibbs
                                                                                                      daí o nome “energia livre de Gibbs”



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Energias Livres                                                                                         Energias Livres



Energia Livre de Reação: ∆r G                                                                              Energia Livre Padrão de Reação: ∆r G◦
    a energia livre de reação é a diferença entre as energias livres molares                                   é definida de forma análoga, porém, a partir de energias livres molares
    de produtos e reagentes                                                                                    padrões de reagentes e produtos
                                 ∆r G =              νGm −               νGm                                                            ∆r G ◦ =                 ◦
                                                                                                                                                               νGm −                  ◦
                                                                                                                                                                                    νGm
                                          produtos           reagentes
                                                                                                                                                    produtos            reagentes


    para uma certa composição da mistura de reação, temos                                                      é a diferença na energia livre entre produtos puros em seus estados
    ∆r G < 0 =⇒ reação espontânea                                                                              padrões e reagentes puros em seus estados padrões, numa dada
    ∆r G > 0 =⇒ reação inversa é espontânea                                                                    temperatura
    ∆r G = 0 =⇒ situação de equilíbrio




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                                  Energias Livres                                                                                         Energias Livres



Energia Livre Padrão de Reação: ∆r G◦                                                                      Energia Livre Padrão de Formação: ∆f G◦
    da própria definição da energia de Gibbs, temos                                                             é a energia livre padrão de reação para a reação de formação de 1 mol
                                                                                                               de um composto diretamente a partir dos elementos químicos que o
    G = H − TS ⇒ dG = dH − T dS ⇒ ∆G = ∆H − T ∆S                                 (T, P constantes)
                                                                                                               constitutem, em seus estados padrões
                                                                                                               a energia livre padrão de reação pode ser calculada a partir das energias
                             ◦
    desta forma, ∆r G pode ser obtida facilmente a partir da entalpia padrão                                   livres padrões de formação
    de formação e da entropia molar padrão:
                                                                                                                                    ∆r G ◦ =                 ν∆f G◦ −               ν∆f G◦
                                     ∆r G◦ = ∆r H ◦ − T ∆r S ◦                                                                                    produtos              reagentes




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Energias Livres                                                                                          Energias Livres

Energia Livre Padrão de Formação: ∆f G◦                                                                   Estabilidade de compostos



                                                                                                                                       composto termodinamicamente estável: ∆f G◦ < 0
                                                                                                                                       ex.: água
                                                                                                                                       composto termodinamicamente instável: ∆f G◦ > 0
                                                                                                                                       ex.: benzeno
                                                                                                                                       composto não-lábil ou inerte:
                                                                                                                                       sobrevive por longos períodos de tempo
                                                                                                                                       ex.: benzeno, diamante
                                                                                                                                       composto lábil:
                                                                                                                                       reage rapidamente
                                                                                                                                       ex.: radicais livres (·CH3 , etc.)




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                                        Resumo                                                                                                  Exemplos


    energia livre de reação
                                                                                                              calcule a energia livre padrão de reação, a 298 K , para a reação
                             ∆r G =                νGm −               νGm
                                        produtos           reagentes                                                                                1
                                                                                                                                        CO(g) +       O2 (g) → CO2 (g)
                                                                                                                                                    2
    energia livre padrão de reação
                                                                                                                                                                         1
                         ∆r G ◦ =                  ◦
                                                 νGm −                 ◦
                                                                     νGm                                         ∆r G◦ =(1) × ∆f G◦ [CO2 (g)] − (1) × ∆f G◦ [CO(g)] −      ∆f G◦ [O2 (g)]
                                                                                                                                                                         2
                                      produtos           reagentes
                                                                                                                                                                                1
                               = ∆r H − T ∆r S ◦
                                           ◦                                                                             = − 394, 4 kJ · mol −1 − (1) × (−137, 2 kJ · mol −1 ) − × (0)
                                                                                                                                                                                2
                               =                 ν∆f G◦ −               ν∆f G◦                                           = − 257, 2 kJ · mol −1
                                      produtos              reagentes




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Exemplos

Considere a vaporização de um líquido a temperatura igual a seu ponto
normal de ebulição, por exemplo, vaporização da água a 373.15 K e
pressão de 1 atm
                           H2 O(l) → H2 O(g)


calcule a energia de Gibbs molar de vaporização
a uma dada temperatura, teremos

         ∆vap,m G =Gm [H2 O(g)] − Gm [H2 O(l)]
                    =∆vap,m H − T ∆vap,m S
                    =40, 65 kJ · mol −1 − T × (108, 9 kJ · K −1 · mol −1 )

para T = 373.15 K ,

 ∆vap,m G = 40, 65 kJ · mol −1 − 373.15 K × (108, 9 kJ · K −1 · mol −1 ) = 0

o que significa?
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  • 1. Entropia Processos espontâneos Aula 6 Segunda Lei da Termodinâmica Prof. Ricardo Aparicio - IQ/Unicamp - 1s/2009 QG107 (Biologia) - 1s/2009 Importante: estas notas destinam-se exclusivamente a servir como guia de Preparado em estudo. Figuras e tabelas de outras Linux com fontes foram reproduzidas A LTEX 2ε . estritamente com finalidade didática. aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 1 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 2 / 41 Entropia Entropia Processos endotérmicos e exotérmicos espontâneos Reação bastante endotérmica Definição Ba(OH)2 (s) + 2NH4 NO3 (s) → Ba(NO3 )2 (s) + 2H2 O(l) + 2NH3 (aq) todos estes processos respeitam a Primeira Lei da Termodinâmica mais que isso, qualquer um dos processos mencionados acima poderia ocorrer em ambas as direções sem contrariar a Primeira Lei os sistemas tendem a aumentar sua desordem ao mesmo tempo em que procuram minimizar sua energia entropia (S): é uma medida da desordem de um sistema, definida como δqrev dS = T a entropia é uma função de estado aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 3 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 4 / 41
  • 2. Entropia Entropia Entropia e processos espontâneos num sistema isolado Entropia e processos espontâneos num sistema isolado um caso ilustrativo: calor flui espontaneamente de um sistema de mais alta para um sistema de mais baixa temperatura considere o caso abaixo, onde os subsistemas A e B podem trocar calor mas o sistema total A + B é isolado, não podendo trocar matéria ou energia com a vizinhança O sistema é caracterizado pelas equações: UA + UB =cte. ⇒ dUa + dUB = 0 ⇒ dUa = −dUB VA = cte. VB = cte. S = SA + SB aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 5 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 6 / 41 Entropia Entropia Entropia e processos espontâneos num sistema isolado Entropia e processos espontâneos num sistema isolado analisando a expressão anterior, vemos que utilizando a definição dS = δqrev /T e a Primeira Lei da Termodinâmica, temos dUA = δqrev + δwrev = TA dSA (δwrev = 0 pois dVA = 0) 1 1 TB > TA ⇒ dUB < 0 ⇒ dS > 0 − <0 dUB = δqrev + δwrev = TB dSB (δwrev = 0 pois dVB = 0) TB TA 1 1 TB < TA ⇒ dUB > 0 ⇒ dS > 0 − >0 com isto, podemos escrever, para este sistema, TB TA TB = TA ⇒ equilíbrio ⇒ dS = 0 S = SA + SB ⇒ dS = dSA + dSB dUA dUB em palavras, o fluxo espontâneo de energia na forma de calor é = + TA TB governado pela condição de que dS > 0 (a não ser que os dois sistemas já estejam em equilíbrio térmico). „ « 1 1 = dUB − TB TA generalizando, um processo espontâneo num sistema isolado qualquer deve levar a um aumento da entropia: dS > 0 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 7 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 8 / 41
  • 3. Entropia Entropia Entropia e processos espontâneos num sistema isolado Entropia e processos espontâneos num sistema isolado note que, diferentemente de energia, a entropia não precisa ser conservada por definição, num processo reversível o sistema permanece num sistema isolado, a entropia aumenta sempre que um processo essencialmente em equilíbrio durante todo o processo espontâneo ocorre ou seja, temos dS = 0 a cada passo de modo que, para o processo a entropia continua a aumentar com o passar do tempo até que o completo, ∆S = 0 sistema isolado entre em equilíbrio, quando teremos em resumo, dS = 0 −→ situação de equilíbrio dS > 0 −→ processo espontâneo num sistema isolado dS = 0 −→ processo reversível num sistema isolado os processos espontâneos, que ocorrem espontaneamente na natureza, são irreversíveis, de modo que podemos usar “irreversível” como equivalente de “espontâneo” aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 9 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 10 / 41 Entropia A Segunda Lei da Termodinâmica Entropia e processos espontâneos - sistema não-isolado um sistema não-isolado interage com a vizinhança, havendo, além da entropia gerada no própria sistema, uma parcela de entropia que resulta da troca de calor quando levamos em conta esta interação, chegamos à expressão fundamental abaixo a própria Desigualdade de Clausius já contém o significado da Segunda Desigualdade de Clausius: Lei da Termodinâmica δq Z δq a partir dela, pode-se chega-se a uma forma mais familiar: dS ≥ ou ∆S ≥ “a entropia de um sistema isolado aumenta durante uma mudança T T espontânea” sinal “=” =⇒ processo reversível sinal “>” =⇒ processo espontâneo em palavras, em qualquer mudança do estado termodinâmico de um sistema, a entropia será =⇒ igual a δq/T se o processo for reversível =⇒ maior que δq/T se o processo for irreversível aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 11 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 12 / 41
  • 4. Calculando a variação da entropia de um sistema Variação da entropia com a temperatura como definida, a entropia é uma função de estado, depende apenas dos estados inicial e final do sistema, Volume constante suponha que um sistema seja levado de um estado incial a um estado da definição de CV , „ « δq final através de um irreversível CV = ⇒ δqV = CV dT dT V como a variação de entropia não depende do processo, calculamos sua variação através de um processo reversível (que pode não ter ocorrido da definição de entropia, temos também na realidade!) que leve o sistema do mesmo estado inicial ao mesmo estado final δqrev dS = T ∆Ssistema será o mesmo tanto num processo reversível quanto num processo irreversível - a diferença entre os dois está em ∆Svizinhança : combinando estas relações, temos que, para um processo a volume constante Z T2 CV dT CV (T )dT ∆Stotal = ∆Ssistema + ∆Svizinhança = 0 −→ processo reversível dS = ⇒ ∆S = S(T2 ) − S(T1 ) = (V cte.) T T1 T ∆Stotal = ∆Ssistema + ∆Svizinhança > 0 −→ processo espontâneo aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 13 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 14 / 41 Variação da entropia com a temperatura Terceira Lei da Termodinâmica Pressão constante da definição de CP , „ « A entropia no zero absoluto de temperatura δq CP = ⇒ δqP = CP dT pondo T1 = 0 K na expressão anterior, vem dT P T da definição de entropia, temos também CP (T )dT S(T ) = S(0 K ) + (P cte.) 0 T δqrev dS = T Enunciado da Terceira Lei da Termodinâmica: “Toda substância tem uma entropia positiva e finita e, a 0 K , a combinando estas relações, obtemos uma expressão que nos permite calcular a variação de entropia quando a temperatura muda a pressão constante entropia pode ser zero. No caso de um cristal perfeito a entropia é zero a 0 K ” Z T2 CP dT CP (T )dT dS = ⇒ ∆S = S(T2 ) − S(T1 ) = (P cte.) T T1 T aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 15 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 16 / 41
  • 5. Terceira Lei da Termodinâmica Terceira Lei da Termodinâmica A entropia no zero absoluto de temperatura A entropia no zero absoluto de temperatura fazendo S(0 K ) = 0 na expressão anterior, temos entropias calculadas assumindo S(0 K ) = 0 são chamadas “entropias de T Terceira Lei” ou simplesmente “entropia” CP (T )dT S(T ) = (P cte.) se houver uma transição de fase numa dada temperatura, Ttrs constante, 0 T devemos somar variação de entropia neste processo a partir de dS = δqrev /T qrev ∆trs S = Ttrs pressão constante =⇒ ∆H = qP ∆trs H ∆trs S = Ttrs aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 17 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 18 / 41 Entropia molar padrão Entropia molar padrão é a variação de entropia quando se converte uma substância a “0 K ” para as condições do estado padrão e temperatura de interesse Tfus s CP (T )dT ∆fus H S(T ) = + 0 T Tfus Processo S ◦ (J · K −1 · mol −1 ) Debye de 0 a 10 K 1,92 Tvap l CP (T )dT ∆vap H Integração de 10,00 K a 35,61 K 25,25 + + Transição sólido-sólido a 35,61 K 6,43 Tfus T Tvap Integração de 35,61 K a 63,14 K 23,38 T g Fusão a 63,14 K 11,42 CP (T )dT Integração de 63,14 K a 77,32 K 11,41 + Vaporização a 77,32 K 72,13 Tvap T Integração de 77,32 K a 298,15 K 39,20 correção para não-idealidade do gás 0,92 Total 192,06 Tabela: a entropia molar padrão do nitrogênio gasoso calculada até 298,15 K. aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 19 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 20 / 41
  • 6. Entropia molar padrão Entropias padrões de reação a partir de entropias molares padrões de forma similar ao cálculo da entalpia padrão de reação a partir de entalpias padrões de formação, podemos calcular a entropia padrão de reação a partir das entalpias molares padrões tabeladas ∆r S ◦ = ◦ νSm − ◦ νSm produtos reagentes aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 21 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 22 / 41 Entropias padrões de reação Critérios de equilíbrio a partir de entropias molares padrões Entropia Exemplo num sistema isolado, a entropia continua a aumentar até que o sistema isolado entre em equilíbrio, quando teremos calcule a entropia padrão para a reação dS > 0 −→ processo espontâneo num sistema isolado 1 H2 (g) + O2 (g) → H2 O(l) dS = 0 −→ processo reversível num sistema isolado 2 dS = 0 −→ situação de equilíbrio 1 ◦ ∆r S ◦ =(1)Sm [H2 O(l)] − (1)Sm [H2 (g)] − ( )Sm [O2 (g)] ◦ ◦ 2 =(1)(70, 0 J · K −1 · mol −1 ) 1 − (1)(130, 7 J · K −1 · mol −1 ) − ( )(205, 2 J · K −1 · mol −1 ) 2 = − 163, 3 J · K −1 · mol −1 entropia negativa =⇒ produto (líquido) mais ordenado que reagentes (gases) aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 23 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 24 / 41
  • 7. Critérios de equilíbrio Energia Livre de Gibbs Pressão e temperatura constantes Entropia para um processo a pressão e temperatura constantes, se considerarmos o universo como isolado, para verificar a variação de a Primeira Lei fica entropia no sistema em que estamos interessados e a espontaneidade dU = δq + δw = δq − PdV de um processo, necessariamente devemos nos preocupar com a vizinhança lembrando a Desigualdade de Clausius ∆Stotal = ∆Ssistema + ∆Svizinhança = 0 −→ processo reversível δq dS ≥ ⇒ δq ≤ T dS T ∆Stotal = ∆Ssistema + ∆Svizinhança > 0 −→ processo espontâneo claramente, este critério não é prático para situações do dia-a-dia ATENÇÃO: a desigualdade de Clausius é equivalente à Segunda Lei da há outros critérios que podem ser aplicados a situações de grande Termodinâmica, como dito antes interesse na Química, que em si mesmos já levam em conta a vizinhança ao combinar a Desigualdade com a Primeira Lei para este processo, obtemos dU ≤ T dS − PdV aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 25 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 26 / 41 Energia Livre de Gibbs Energia Livre de Gibbs Pressão e temperatura constantes G = H − TS esta relação apenas expressa a Segunda Lei da Termodinâmica aplicada a um sistema que sofre um processo a pressão e temperatura constantes a diferencial total da função de Gibbs é dU ≤ T dS − PdV sinal “=” =⇒ processo reversível dG =d(H − TS) sinal “<” =⇒ processo espontâneo =d(U + PV − TS) =dU + d(PV ) − d(TS) a última expressão pode ser escrita como =dU + (PdV + V dP) − (SdT + T dS) dU + PdV − T dS ≤ 0 se a temperatura for constante durante o processo (dT = 0) e se também a pressão for constante (dP = 0), a diferencial reduz-se para assim como feito no caso da entalpia, procuramos uma nova função de dG = dU + PdV − T dS (T e P constantes) estado cuja diferencial, no caso de pressão e temperatura constantes, seja igual ao membro esquerdo desta expressão aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 27 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 28 / 41
  • 8. Energia Livre de Gibbs: G = H − TS Energia Livre de Gibbs: G = H − TS Critério de espontaneidade Critério de espontaneidade: dG < 0 combinando as duas expressões, temos: ) dU + PdV − T dS ≤ 0 =⇒ dG ≤0 (T, P constantes) dG =dU + PdV − T dS (T e P constantes) sinal “=” −→ processo reversível sinal “<” −→ processo espontâneo reações químicas feitas mantendo a temperatura e a pressão constantes são espontâneas na direção em que haja decréscimo na energia de Gibbs aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 29 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 30 / 41 Energia Livre de Gibbs: G = H − TS Interpretação física da Energia Livre de Gibbs Critério de espontaneidade: ∆G < 0 (T, P constantes) Máximo trabalho de não-expansão um sistema pode fazer trabalho do tipo PV e outros tipos de trabalho, G = H − TS ⇒ dG = dH − T dS ⇒ ∆G = ∆H − T ∆S (T, P constantes) como trabalho elétrico Ex.: célula eletroquímica, transmissão de sinais nervosos pode-se mostrar que dG = δwextra,max (T e P constantes) ∆G = wextra,max o máximo trabalho de não-expansão que um sistema pode realizar a temperatura e pressão constantes, é dado pela mudança na energia de Gibbs daí o nome “energia livre de Gibbs” aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 31 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 32 / 41
  • 9. Energias Livres Energias Livres Energia Livre de Reação: ∆r G Energia Livre Padrão de Reação: ∆r G◦ a energia livre de reação é a diferença entre as energias livres molares é definida de forma análoga, porém, a partir de energias livres molares de produtos e reagentes padrões de reagentes e produtos ∆r G = νGm − νGm ∆r G ◦ = ◦ νGm − ◦ νGm produtos reagentes produtos reagentes para uma certa composição da mistura de reação, temos é a diferença na energia livre entre produtos puros em seus estados ∆r G < 0 =⇒ reação espontânea padrões e reagentes puros em seus estados padrões, numa dada ∆r G > 0 =⇒ reação inversa é espontânea temperatura ∆r G = 0 =⇒ situação de equilíbrio aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 33 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 34 / 41 Energias Livres Energias Livres Energia Livre Padrão de Reação: ∆r G◦ Energia Livre Padrão de Formação: ∆f G◦ da própria definição da energia de Gibbs, temos é a energia livre padrão de reação para a reação de formação de 1 mol de um composto diretamente a partir dos elementos químicos que o G = H − TS ⇒ dG = dH − T dS ⇒ ∆G = ∆H − T ∆S (T, P constantes) constitutem, em seus estados padrões a energia livre padrão de reação pode ser calculada a partir das energias ◦ desta forma, ∆r G pode ser obtida facilmente a partir da entalpia padrão livres padrões de formação de formação e da entropia molar padrão: ∆r G ◦ = ν∆f G◦ − ν∆f G◦ ∆r G◦ = ∆r H ◦ − T ∆r S ◦ produtos reagentes aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 35 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 36 / 41
  • 10. Energias Livres Energias Livres Energia Livre Padrão de Formação: ∆f G◦ Estabilidade de compostos composto termodinamicamente estável: ∆f G◦ < 0 ex.: água composto termodinamicamente instável: ∆f G◦ > 0 ex.: benzeno composto não-lábil ou inerte: sobrevive por longos períodos de tempo ex.: benzeno, diamante composto lábil: reage rapidamente ex.: radicais livres (·CH3 , etc.) aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 37 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 38 / 41 Resumo Exemplos energia livre de reação calcule a energia livre padrão de reação, a 298 K , para a reação ∆r G = νGm − νGm produtos reagentes 1 CO(g) + O2 (g) → CO2 (g) 2 energia livre padrão de reação 1 ∆r G ◦ = ◦ νGm − ◦ νGm ∆r G◦ =(1) × ∆f G◦ [CO2 (g)] − (1) × ∆f G◦ [CO(g)] − ∆f G◦ [O2 (g)] 2 produtos reagentes 1 = ∆r H − T ∆r S ◦ ◦ = − 394, 4 kJ · mol −1 − (1) × (−137, 2 kJ · mol −1 ) − × (0) 2 = ν∆f G◦ − ν∆f G◦ = − 257, 2 kJ · mol −1 produtos reagentes aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 39 / 41 aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 40 / 41
  • 11. Exemplos Considere a vaporização de um líquido a temperatura igual a seu ponto normal de ebulição, por exemplo, vaporização da água a 373.15 K e pressão de 1 atm H2 O(l) → H2 O(g) calcule a energia de Gibbs molar de vaporização a uma dada temperatura, teremos ∆vap,m G =Gm [H2 O(g)] − Gm [H2 O(l)] =∆vap,m H − T ∆vap,m S =40, 65 kJ · mol −1 − T × (108, 9 kJ · K −1 · mol −1 ) para T = 373.15 K , ∆vap,m G = 40, 65 kJ · mol −1 − 373.15 K × (108, 9 kJ · K −1 · mol −1 ) = 0 o que significa? aparicio@iqm.unicamp.br () QG107 - 1s/2009 Aula 6 - Segunda Lei 41 / 41