O documento discute automutilação, definindo-a como atos que lesam o próprio corpo sem intenção de suicídio. Explica que pode estar relacionada a problemas mentais e que fatores psicológicos e biológicos contribuem. Também fornece dicas para identificar alguém que se automutila e ressalta a importância de buscar ajuda profissional, principalmente de psicólogos e psiquiatras experientes no tratamento.
2. Índice
• O que é a automutilação?
• O que leva alguém a se automutilar?
• Por quais razões a Automutilação se desenvolve?
• Como sei identificar se alguém está com esse
problema?
• Depoimentos
• Alguns famosos que já passaram por isso
• Automutilação tem tratamento?
• A quem devo buscar para pedir ajuda/auxílio?
3. O que é a automutilação?
É qualquer ato que visa conscientemente lesar ou
destruir partes do próprio corpo sem que isso tenha
nenhuma intenção de suicídio. É um sintoma
comumente relacionado ao Transtorno de
Personalidade Borderline (TPB), mas também aparece
em pessoas com depressão, transtorno bipolar,
síndrome do pânico, bulimia, anorexia, vitimas de
bullying esquizofrênicos entre muitos outros.
4. O que leva alguém a se
automutilar?
• Durante a adolescência, os incidentes de
automutilação foram associados de maneira
independente com sintomas de depressão e
ansiedade, comportamento antissocial, de alto
risco de uso de álcool, drogas e cigarro.
5.
6. Por quais razões a
Automutilação se desenvolve?
Embora as causas da automutilação ainda não estejam
bem definidas, há evidencias de que fatores
neurobiológicos e fatores psicossociais.
Os pacientes descrevem o início da automutilação após
vivência de forte emoção, como raiva, utilizando este
comportamento como forma de lidar com a emoção, um
comportamento com características impulsivas. Com o
decorrer do tempo, o paciente observa que obtém alivio
de sensações ruins e passa a repetir a automutilação com
o objetivo de obter alívio novamente. Começa a planejar
e, muitas vezes, ritualizar a realização do ferimento. Estes
comportamentos podem ser desencadeados por uma
vivência traumática ou apenas pela lembrança desta.
7. Como sei identificar se alguém
está com esse problema?
As pessoas que apresentam automutilação sentem
vergonha e medo de revelar este comportamento,
por isso procuram esconder as lesões e as fazem
solitariamente onde não podem ser observadas. Elas
reconhecem que este comportamento não é bem
aceito pelas pessoas.
Desta forma, você poderá desconfiar que alguém
apresenta automutilação quando essa pessoa:
8. a) Costuma usar roupas de mangas longas, mesmo
no verão, com altas temperaturas;
b) Apresentam várias cicatrizes ou lesões repetidas e
tem dificuldade para explicá-las;
c) Isola-se evitando situações onde seu corpo pode
ser exposto, como praia ou piscina;
Vale lembrar que estas pessoas podem apresentar
sintomas depressivos e de fobia social associados.
9. Depoimentos
• 1º depoimento
“quando tinha 15 anos e as feridas eram mais visíveis minha
mãe me questionava querendo saber o que era aquilo, eu
dizia sempre que era o Cícero (meu falecido gato) que havia
me arranhado. Não sei se ela acreditava, mas não
perguntava novamente.
Sei o que muitos passam, este aqui é meu relato, há 11 anos
eu provoquei minhas primeiras feridas, e com o passar dos
anos, apesar de buscar ajuda, tive diversas recaídas e até
mesmo uma tentativa de suicídio do histórico, pois há horas
que um simples corte não anula certas dores mentais. Por isso
eu estou me expondo aqui, quero que outras pessoas
consigam falar, se libertar desta dor solitária”
10. • 2º depoimento
“Antes eu me arranhava e percebi que a raiva diminuía,
depois comecei a pegar as facas e a me cortar, agora
eu faço isso com cacos de vidro, eu tento parar, mas é
muito difícil, ás vezes tenho recaída da bulimia, e é
claro ninguém sabe, uma vez eu tentei contar a uma
amiga e ela disse que não gosta desse tipo de gente,
que as pessoas fazem isso pra chamar atenção, eu
também invento desculpas mas eu falo que foi minha
cadela que me arranhou, e como sempre fui
desastrada as pessoas acreditam, engraçado que
aparentemente sou feliz e tenho muitos amigos, mas
nunca me senti tão sozinha quanto agora.”
11. • 3º depoimento
“ Não julgue quem passou ou está passando por
isso. Você não sabe o quanto dói, isso e só um
alivio. “
12. Alguns famosos que já
passaram por isso
Em um depoimento Demi falou
“Algumas vezes eu estava tão ansiosa,
que sentia como se estivesse deixando
meu corpo e que se eu não fizesse
algo para parar isso, iria explodir. Eu
me automutilava para tirar a minha
mente dessa ideia. Eu simplesmente
não ligava para o que iria acontecer.
Não tinha medo algum”, contou.
Demi Lovato
13. Depoimento de Angelina Jolie: "
Quando eu me sentia aprisionada, eu
me cortava. Parecia que estava
tirando algo de dentro de mim e me
sentia mais honesta. Sei que quando
admito isso publicamente, ajudo
pessoas que passam pelas mesmas
coisas.
Angelina Jolie
14. A Automutilação tem
tratamento?
Sim, a associação psicoterapia e medicação tem se
mostrado eficaz nos casos de automutilação. A
psicoterapia, nestes casos, tem como um dos objetivos
ajudar o paciente a identificar outras formas de lidar com
frustrações, que sejam mais eficazes do que seu
comportamento. Ainda não há medicação específica
indicada para que o paciente pare de se mutilar,
entretanto, a medicação pode ser indicada para alívio
dos sintomas depressivos e ansiosos que podem colaborar
para a manutenção do comportamento. Há também
medicações que são usadas para diminuir a impulsividade
e que ajudam o paciente a resistir a vontade de se
machucar, caso esta apareça.
15. A quem devo buscar para
pedir ajuda/auxílio?
Buscar profissionais da área de saúde mental, como
psicólogos e psiquiatras. Seria mais indicado
profissional com experiência no tratamento de
pacientes com automutilação, pois estes pacientes
apresentam algumas peculiaridades. Caso estes
profissionais não estejam disponíveis, uma vez que
são raros os profissionais com experiência em
automutilação, seria indicado profissionais com
experiência em transtornos do impulso.