3. Aceleração da mudança
Introdução
Se dividíssemos os últimos 50.000 anos da existência
humana em períodos de vida de aproximadamente 62
anos, teríamos 800 períodos, 600 dos quais passados
em cavernas.
4. Só nos últimos 60 períodos de vida foi possível
comunicar eficazmente de um período para o outro,
graças a escrita.
Só nos últimos 6 períodos de vida, multidões de
homens viram a palavra impressa;
Só nos últimos 4 períodos foi possível medir o tempo
com alguma exatidão;
5. Só nos últimos 3 períodos de vida alguém utilizou um
motor elétrico;
E a esmagadora maioria de todos os bens materiais que
utilizamos hoje, na vida diária, foi criada no presente,
no 8000.
7. Urbanização
Em 1850, só quatro cidades tinham 1.000.000 de
habitantes ou mais;
Em 1900, o número aumentara para dezenove;
Em 1960, havia cento e quarenta
8. E hoje...
Para acomodar os novos milhões de habitantes
urbanos, teríamos de construir uma cidade nova por
cada uma das centenas de cidades que já existem no
globo. Uma nova Tóquio, uma nova Hamburgo, uma
nova Roma e uma Rangum...
9. Energia
Consumo humano de energia:
Metade de toda a energia consumida pelo homem nos
passados dois mil anos, foi gasta no último século...
10. TRANSPORTES
Em 1825, a primeira locomotiva vapor não ultrapassava os 21
quilômetros por hora, e os grandes vapores da altura
cortavam as águas a metade dessa velocidade.
Só em 1880, e com a ajuda de uma locomotiva a vapor mais
aperfeiçoada, o homem conseguiu deslocar-se a uma
velocidade de 160 quilômetros por hora – um recorde que a
espécie humana levou milhões de anos para alcançar.
11. Depois, na década de 1960, aviões – foguetes atingiram
velocidades horárias de 6400 quilômetros...
E o homem em cápsulas espaciais contornaram a Terra
a 290.000 quilômetros por hora.
12. Livros
Se no início do século XX se publicavam cerca de
10.000 livros por ano, hoje temos milhões de
documentos científicos e técnicos publicados no
mesmo período de tempo.
Em 1750, duplicou-se pela primeira vez o
conhecimento da humanidade desde os tempos de
Cristo.
13. Em 1900 repetiu-se o fenômeno.
A duplicação a seguir operou-se em 1950.
Hoje o conhecimento humano passa para o dobro de 5 em
5anos.
Calcula-se que no ano 2020, a duplicação ocorrerá a cada 75
dias
14. PROVOCAÇÃO ll
O mito da caverna
Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um alto
muro, cuja entrada permite a passagem da luz exterior. Desde seu
nascimento, geração após geração, seres humanos ali vivem
acorrentados, sem poder mover a cabeça para a entrada, nem locomover-
se, forçados a olhar apenas a parede do fundo, e sem nunca terem visto o
mundo exterior nem a luz do sol.
Acima do muro, uma réstia de luz exterior ilumina o espaço habitado
pelos prisioneiros, fazendo com que as coisas que se passam no mundo
exterior sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da
caverna. Por trás do muro, pessoas passam conversando e carregando
nos ombros, figuras de homens, mulheres, animais cujas sombras são
projetadas na parede da caverna.
Os prisioneiros julgam que essas sombras são as próprias coisas
externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e
falam.
15. O MITO DA CAVERNA
Um dos prisioneiros, tomado pela curiosidade, decide fugir da caverna.
Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhòes e escala o muro. Sai da
caverna.
No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do sol, com a
qual seus olhos não estão acostumados; pouco a pouco, habitua-se à luz e
começa a ver o mundo. Encanta-se, deslumbra-se, tem a felicidade de,
finalmente, ver as próprias coisas, descobrindo que, em sua prisão, vira
apenas sombras. Deseja ficar longe da caverna e só voltará a ela se for
obrigado, para contar o que viu e libertar os demais.
Assim como a subida foi penosa, porque o caminho era íngreme e a luz,
ofuscante, também o retorno será penoso, pois será preciso habituar-se
novamente às trevas, o que é muito mais difícil do que habituar-se à luz. De
volta à caverna, o prisioneiro será desajeitado, não saberá mover-se nem falar
de modo compreensível para os outros, não será acreditado por eles e
ocorrerá o risco de ser morto pelos que jamais abandonaram a caverna.
(Platão: livro VII da República).
16. O QUE NOS DIZ O MITO?
O que é a caverna?
O mundo em que vivemos.
Que são as sombras das estatuetas?
As coisas materiais e sensoriais que percebemos.
Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna?
O filósofo.
O que é a luz exterior do sol?
A luz da verdade.
O que é o mundo exterior?
O mundo das idéias verdadeiras ou da verdadeira realidade.
O que é a visão do mundo real iluminado?
A filosofia.
Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam o filósofo (Platão está se
referindo à condenação de Sócrates à morte pela assembleia ateniense?)
Porque imaginam que o mundo sensível é o mundo real e o único verdadeiro.
CHAUI, Marilena. Convite a filosofia. São Paulo: Editora Ática, 1999. p. 41
18. Complexidade inspira novas reflexões
sobre educação
Educação como auto-organização;
Aprender é mais do que um costume, é uma necessidade e não
mera formalidade;
O produto da educação é maior do que a soma de suas partes
(emergência);
Os conhecimentos adquirem sentido ou não,são aceitos ou não,
incorporados ou não, em função de complexos processos não
apenas cognitivos, mas, sócio afetivo e culturais
Os insights coletivos superando os insights individuais
Davis e Sumara, 2006
19. O indivíduo deixa de ser visto como a única
instância de aprendizagem/pensamento/
inteligência/criatividade para se pensar em
sistemas mais amplos que se expandem a partir do
aprendiz e que são incorporados no aprendiz.
(movimentos para fora e para dentro ao mesmo
tempo).
Aprendizagem não é um processo linear e ações
inteligentes podem ocorrer, simultaneamente, em
vários níveis da organização do sistema complexo.
Davis e Sumara, 2006
20. Educação como sistema complexo
Ver educação como um sistema complexo implica
agregar várias perspectivas educacionais:
1. Adquirir e construir conhecimento;
2. Aprender a aprender e a ensinar;
3. Processar, avaliar e selecionar informação;
4. Desenvolver letramentos críticos.
21. Complexidade e educação
A sala de aula tradicional e os currículos fragmentados
conspiram contra a auto-organização;
Efeito borboleta: pequenas diferenças nas condições iniciais
podem produzir grandes diferenças em outros estágios;
Aprendizes reagem de formas diferentes.
22. O ser humano é um sistema auto-eco-organizador
(EDGAR MORIM)
O mundo está no sujeito e o sujeito está no mundo.
Aprendizagem é a negociação na interação com os
fenômenos naturais e sociais (MATURANA & VARELA).
Toda construção do conhecimento é reconstrução do
conhecimento. “Conhecimento não se transmite, se
constrói” (PAULO FREIRE)
A noção de homem atravessa todas as áreas de
conhecimento (BASARAB NICOLESCU).
A Verdade é histórica e cultural
23. FORMAÇÃO CONTINUADA
A formação continuada é um processo de
aprendizagem e de socialização, de natureza
voluntária, informal e pouco previsível, que está
centrado na interação entre colegas e nos problemas
que trazem de suas práticas docentes.
Schnetzler
24. CENÁRIOS DA FORMAÇÃO CONTINUADA
A formação continuada teve como objetivo a atualização e o
aprofundamento de conhecimentos como necessidade derivada
das mudanças no campo das tecnologias, nos processos
produtivos .
Restringem a reflexão dos professores à consideração das
capacidades e estratégias de ensino;
excluem os professores do processo de definição dos objetivos
do ensino, da definição do que, como, por que e para quem
ensinar;
limitam a reflexão dos professores à própria prática ou dos seus
alunos, desconsiderando as condições sociais do ensino;
25. Insistem na reflexão individual dos professores, que
devem pensar sozinhos sobre o seu próprio trabalho;
Realizada para mascarar o modelo de racionalidade
técnica (que concebe o professor como mero aplicador
de idéias gestadas por outros);
A crítica estéril e vazia de referenciais concretos
sobrepujou o espaço da construção dos saberes;
A descontinuidade dos cursos de aperfeiçoamento tem
sido apontada como empecilho ao seu êxito.
26. O medo de aprender trava em nossa mente uma guerra entre
conceitos prontos e a construção do nosso próprio pensamento
através da lógica e da nossa experiência;
Resguardar-se, não participar, calar-se para a aprendizagem é
uma forma para se manter numa zona de conforto;
Poucos incluem em suas expectativas a busca de teorias para
fundamentar sua prática;
Muitos vêm somente as exigências imediatas da sala de aula, e o
que não estiver relacionado a ela é considerado irrelevante
27. Construindo Estratégias
Compreender que o aprender é uma necessidade
exigida internamente e individual, e que não pode ser
confundida com uma formalidade forjada e calculista.
Ter em conta que indisciplina, desrespeito
dificuldades de aprendizagem, falta de perspectiva dos
alunos, desvalorização da escola e outros, não são
“falsos problemas”
Ultrapassar a visão compartimentada da atividade
escolar e analisar os acontecimentos sociais,
contribuindo para sua transformação.
28. Eixos básicos da formação continuada
o domínio do saber acumulado no que se refere ao
conteúdo escolar e às formas de ensiná-lo;
o domínio da concepção dialética como meio de
desenvolver uma ação e reflexão autônomas e críticas;
a formação de uma postura ético-política guiada por
sentimentos e valores que possibilitem ao professor
utilizar esse saber acumulado como meio para o
desenvolvimento pleno do aluno e para seu próprio
desenvolvimento como ser humano. (BERNADETE GATTI)
29. Passos sugeridos por Saviane:
Prática social
Problematização
Instrumentalização
Catarse
30. Explorar adequadamente o papel das universidades na
formação
Evitar a descontinuidade de políticas públicas
Investir na socialização de experiências bem-sucedidas
Desenvolver ações para acesso aos bens culturais
Usar a internet como banco de dados
Narrativas dos professores
Usar abordagem que vise aumentar a autoestima
do professor e ajudá-lo a (re-)descobrir sua competência
31. Integrar as práticas dos próprios professores
Organizar o espaço pedagógico
Vincular a reflexão do professor à luta pela justiça social significa
que, além de assegurar que eles tenham a matéria e a experiência
pedagógica necessárias para ensinar de modo coerente com o que
atualmente sabemos sobre como os alunos aprendem (portanto,
rejeitando o modelo de ensino de transmissão e banking),
devemos garantir que sejam capazes de tomar decisões no dia-a-
dia, que não limitem desnecessariamente as oportunidades na
vida dos alunos, que tomem decisões em seu trabalho com mais
consciência das conseqüências potenciais das diferentes escolhas
que fizerem (ZEICHNER, 2003).
32. 10 dicas para trabalhar em Equipe
1- Seja Paciente – não é fácil conciliar opiniões
diversas. Exponha seus pontos de vista e ouça a opinião
dos outros mesmo não estando de acordo.
2- Saiba reconhecer quando a idéia do outro é melhor
que a sua, afinal, mais importante que nosso orgulho é
o objetivo que o grupo pretende alcançar.
33. 3- Não critique os colegas, não deixe que os conflitos
entre vocês interfira no trabalho em equipe. Critique
as idéias, nunca as pessoas.
4- Saiba dividir as tarefas, compartilhe as
responsabilidades e as informações.
5- Trabalhe, não deixe o outro sobrecarregado, faça a
sua parte.
6- Crie parcerias.Seja participativo e solidário sempre
necessário, assim não se sentirá culpado/solitário
quando precisar de ajuda.
34. 7- Dialogue, sempre que estiver com um problema ou
insatisfação, para que seja possível alcançar uma
solução.
8- Planeje para verificar se as metas traçadas pelo
grupo estão sendo atingidas.
9- Evite cair no “pensamento do grupo”, é importante
ouvir idéias externas.
10- Aproveite o trabalho em Equipe, pois essa é a
oportunidade de conviver com seus colegas, aprender
com eles e criar novas oportunidades.
35. Nosso papel é "perturbar" as
“zonas estáveis” e provocar o
caos que resulta na zona de
criatividade.Vera Menezes
Walnéa Mangueira Lima