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Oficina
Disciplina
Língua Portuguesa III - Parte II
Autora
Profª. Márcia Arouca
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Aula 10 - Presença da “voz”do resenhador e da “voz” do autor do texto
Objetivo: Conhecer a “voz” do resenhador e a “voz” do autor do texto.
Uma das características mais destacadas das resenhas é que apresentam “vozes” interagindo: a voz
do resenhador e a voz do autor do texto resenhado, na perspectiva do resenhista. Algumas vezes a voz
do autor da obra aparece em forma de citação direta, com a utilização de aspas “ ”; outras vezes, em
forma de relatos do autor da resenha, através do uso de verbos como retrata, mostra, expressa, afirma,
entre outros.
MODELO: Leitura, fragmentos e preenchimento de quadro
Fragmento1:
Vigiar e Punir...
Duas formas de poder são apresentadas à luz do direito penal: nos regimes absolutistas, é delineado
um poder que se exercia e se reafirmava por meio do severo exercício da punição; no mundo emergente
pós-revolução francesa, vemos a caracterização daquilo que Foucault chama de sociedade disciplinar,
uma modalidade de poder que perduraria até nossos dias e que tem como viés em relação ao direito
penal a preocupação com o vigiar e disciplinar.
Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAoHkAB/vigiar-punir-michel-foucault
Fragmento2:
Aventuras de ‘Tintim’ são a nova magia de Spielberg
Filme de Steven Spielberg venceu o Globo de Ouro de
melhor animação e concorre a diversos outros prêmios
19 de janeiro de 2012 | 11h 53
Uma vez, Steven Spielberg descreveu Tintim, o
personagem criado nos quadrinhos do desenhista
belga Hergé (1907-1983), como “o Indiana Jones para
crianças”. Nada mais lógico, portanto, que o diretor
americano um dia se dedicasse a levar para a tela a
história, o que ele faz com grande fidelidade ao visual
original em As aventuras de Tintim.
Tintim forma dupla com o capitão Haddock
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Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,aventuras-de-tintim-sao-a-nova-magia-
de-spielberg,824633,0.htm
Voz do autor da resenha Voz do autor da obra
Fragmento 1
No mundo emergente
pós-revolução francesa
vemos a caracterização
daquilo.... ...
...que Foucault chama
de sociedade disciplinar.
(citação indireta ou
discurso relatado)
Fragmento 2
Nada mais lógico,
portanto, que o diretor
americano um dia se
dedicasse a levar para a
tela a história, o que ele
faz com grande fidelidade
ao visual original em As
aventuras de Tintim.
Uma vez, Steven
Spielberg descreveu
Tintim, o personagem
criado nos quadrinhos do
desenhista belga Hergé
(1907-1983) – discurso
relatado.
"o Indiana Jones para
crianças" – citação direta.
Exercício1:
Leia os fragmentos de resenhas e preencha o quadro, como foi feito no modelo apresentado.
Fragmento1:
Ensaio capta a utopia e a dor do Brasil que não somos
HELOISA MARIA MURGEL STARLING
especial para a Folha
Cerca de meio século passado, o que torna o livro de Fernando de Barros
e Silva, editor de Brasil, “Chico Buarque”, um dos melhores trabalhos já
escritos sobre a obra do artista é precisamente o esforço de trazer à tona,
como fio unificador de uma obra imensa e variada, o projeto de construção
de uma narrativa musical e literária sobre os descompassos dessa
nacionalidade permanentemente deslocada, sempre em trânsito, sempre
distante daquilo que é comum. Descompassos que na obra de Chico vão
Livro Interpreta Chico
Buarque e revela a
extensão de sua obra
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contaminando os princípios formadores da sociedade brasileira até hoje.
Organizado sob a forma do ensaio, “Chico Buarque” é construído em torno de uma ideia: tentar desvendar
em palavras e imagens a metáfora de Brasil implícita na produção do artista. Essa capacidade de dizer
o país dentro de uma perspectiva não convencional, argumenta Barros e Silva, está constituída sempre
a partir das margens, num deslocamento de significado, por exemplo, entre o que virá e não vem, entre
o que é tão recente que permanece à espera de conclusão, tão deteriorado que também não conseguiu
envelhecer. Ou ainda, entre o que poderia ter sido e que, por falta de história, coube à imaginação do
artista inventar.
Fragmento2:
Baboseira pura
Frei charlatão defende que creme de babosa é remédio contra
o câncer
[...] Apesar de incluir um capítulo sobre a composição química
da babosa, o livro de frei Romano Zago parece ter sido escrito
no século XVII, quando os jesuítas cavavam raízes para curar
gases e picadas de cobra. Os jesuítas pelo menos tinham
pretensões racionais, enquanto o frei age como um pajé. Sua
fé no mingau de babosa é inabalável (apesar da diarreia que
provoca), mas ele não deixa de lembrar que outros remédios
para o câncer também estão disponíveis, entre os quais água, urina, urtigão, muçurum e cal misturada
com azeite. Só mesmo a medicina é olhada com desconfiança — ainda que o padre, benevolamente, se
preocupe em não “humilhar a benemérita classe médica”. Frei Zago chega a sugerir
uma conspiração para manter elevado o número de cancerosos, o que enriqueceria
os hospitais e eliminaria os pobres. Isto, para dizer que, além de todas as vantagens,
seu remédio ainda tem mais esta: é baratíssimo e está ao alcance de todos. Não
bastasse o tema, o estilo de Romano Zago é gorduroso e enjoativo, a ponto de ser
perigoso para a saúde. Em resumo: não existe palavra melhor para descrever o livro
do que... baboseira.
Zago: ideias do século XVII e
atitude de pajé
Foto: Fernanda
Davoghio
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Fragmento3:
História sem graça
A precariedade das nossas escolas cria fenômenos curiosos. A Viagem do Descobrimento (editora
Objetiva; 137 p., R$16,00) do jornalista Eduardo Bueno, entrou para a lista dos mais vendidos..... é
uma história asséptica, de múltipla escolha, sem riscos, em que o passado não tem influência sobre
o presente. Nas raras ocasiões em que Bueno ousa afirmar alguma coisa, logo se arrepende. Por
exemplo: ele avança a teoria “irrefutável”de que Pizón teria sido o primeiro navegador europeu a atingir
o Brasil. Três páginas adiante, a teoria já lhe parece “a mais provável”. Desse jeito, História não tem
graça. [...]
Diego Mainardi. Revista Veja. 09 de dezembro de 1998.
Voz do autor da resenha Voz do autor da obra
Fragmento 1 – Ensaio
capta a utopia e a dor do
Brasil que não somos
Fragmento 2 – Baboseira
Pura
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Fragmento 3 – História
sem graça
Aula 11 - Exercícios de fixação
Objetivo: Analisar as resenhas: títulos, assunto, referência ao autor da obra resenhada e citações;
análise de resenhas: seleção linguística de verbos e definição de objetivo da resenha.
Exercício1:
Leia os textos e preencha os quadros
Texto 1:
O sonho de Einstein
O jornalista de ciências italiano Pietro Greco questiona o consenso entre os acadêmicos segundo o
qual o melhor da produção de Albert Einstein (1879-1955) a se concentra entre 1905 e 1917, quando
ganhou o Nobel. Para o autor, é falsa a ideia de que Einstein “tenha perdido o interesse pela pesquisa de
vanguarda” ou tenha tentado impedir “o desenvolvimento das ideias novas que, apesar dele, avançavam
vigorosamente”.
Editora UNICAMP/trad. Letizia Zini/152 p./R$ 36,00
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Texto 2:
Mundos Roubados
Quatro anos depois de “Senhor Pip” tornar-se a surpresa entre os finalistas do Man Booker Priz (que
naquele ano acabou ficando com “O Encontro”, de Anne Enright), sai no Brasil o mais recente romance
do autor, o neozelandês Lloyd Jones. Por meio de inúmeras vozes narrativas, ele constrói a história de
Inês, a arrumadeira de hotel tunisiana que parte ilegalmente para a Europa em busca do filho que o pai
traficou. Rocco/ trad. Lea Viveiros de Castro/ 288 p. R$37,50.
Texto 3:
A Festa do Século
Comédia burlesca e crítica social à Itália de Berlusconi se misturam nesse romance de Niccolò Ammaniti
– revelação da literatura italiana com “Não tenho medo” –, no qual uma seita invade uma festa da alta
sociedade para realizar rituais satânicos. Bertrand Brasil/ trad. Joana Angélica d”’Avila Melo / 336p.
R$39,00.
Texto 4:
A Geração superficial
Chega ao Brasil o polêmico livro em que Nicholas Carr expõe sua tese de que a “internet está nos
deixando mais burros”. Para ele, a rede inibe o treino do cérebro para a reflexão e introspectiva própria
da leitura de livros, e o emprego intensivo de computadores nas escolas deveria ser coibido. Agir. Trad.
Mônica Gagliotti Fortunato Friaça/ 384p. R$49,90.
Título da
resenha
Assunto
(resumo)
Referência ao
autor da obra
resenhada
Citações diretas
(“ ”) ou relatadas
Texto 1
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Texto 2
Texto 3
Texto 4
Título da
resenha
Verbos descritivos
Verbos
narrativos
Verbos
avaliativos
Objetivo
Texto 1
O sonho
de
Einstein
.
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Texto 2
Mundos
roubados
Texto 3
Texto 4
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Aula 12 e 13 - Macroestrutura e resenha
Objetivo: Conhecer a macroestrutura da Resenha: introdução, desenvolvimento, conclusão.
Na introdução, fazemos a apresentação com informações sobre o autor e sobre o objeto a ser resenhado,
inserindo-os em um contexto histórico e social.
Já no desenvolvimento, ressaltamos as informações mais importantes sobre o objeto resenhado
(resumo) e inserimos uma tese, ou seja, a base do texto – a ideia a ser discutida. É o momento de
elaborarmos os argumentos, estabelecendo relações e comparações entre objetos e evidenciando a
crítica, a apreciação, a qual persuadirá o leitor. Podemos, também, dar sugestões ao autor, desde que
as justifiquemos.
Na conclusão, retomamos a introdução e o desenvolvimento. O texto deve ser concluído sem que nada
de novo seja inserido, mas é fundamental deixarmos a apreciação final. Faça uma gentileza ao leitor e
não revele o desfecho, para não perder o caráter surpresa caso ele decida ler o livro, assistir ao filme
etc.
A resenha é uma produção completa: deve conter as informações mais importantes sobre o objeto
(resumo) e argumentos que o avaliem, sendo, portanto, um trabalho que exige maturidade intelectual,
como você já observou nas resenhas trabalhadas. O objetivo da resenha é fazer uma análise crítica,
avaliando e dando informações sobre o objeto resenhado, a fim de ajudar o leitor a tomar uma decisão;
por essa razão, é fundamental uma avaliação criteriosa por parte de quem elabora a resenha.
Essas orientações indicam que todo texto tem determinada estrutura e elementos linguísticos que o
organizam diferentemente, por isso, podemos dizer que escrever não é um ato de pura inspiração, mas
de conhecimento e prática. O conhecimento das partes e dos elementos que compõem determinado
tipo texto implica sucesso, ou não, da produção do autor.
Ao finalizar a resenha, faça uma revisão. Lembre-se de que escrever é um ato responsável, por isso seu
texto deve apresentar coerência e coesão e o uso da linguagem na norma (variante) padrão. O quadro
1 sintetiza o processo de elaboração da resenha.
REFERÊNCIA (dados do autor, publicação, local, editora, ano, exposição etc. Esses dados
dependem do objeto resenhado).
TÍTULO (deve ser criativo, diferente do título da obra).
INTRODUÇÃO (apresentação com informações sobre o autor e sobre o objeto a ser
resenhado, inserindo-os em um contexto histórico e social).
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DESENVOLVIMENTO (resumo do texto /filme/livro etc. e inserção de tese e argumentos).
CONCLUSÃO (fechamento do texto, retomando a introdução, o desenvolvimento e a
apreciação final).
Agora, você vai ler uma resenha que apresenta um tom mais acadêmico, e acompanhará a identificação
da macroestrutura dessa resenha. Vai também perceber porque temos insistido no fato de que a resenha
exige, sob certa medida, um determinado amadurecimento intelectual.
CUNHA, Rodrigo. A guerra do fogo. Disponível em: <http://www.comciencia.br>. Acesso em: 25 out.
2009.
Resenha:
A Guerra do Fogo (La Guerre du feu, 1981, FRA/CAN) Dir.: Jean-Jacques Annaud. Com: Everett
McGill, Rae Dawn Chong, Ron Perlman, Nameer El Kadi.
por Rodrigo Cunha
Um dos temas que envolvem a discussão sobre a naturalidade da
linguagem falada é o que versa sobre a sua origem. O filme A Guerra
do Fogo, de Jean-Jacques Annaud, é uma interessante especulação a
esse respeito, e ajuda a refletir sobre a questão.
Ofilmetratadedoisgruposdehominídeospré-históricos:umquecultuava
o fogo como algo sobrenatural e outro que dominava a tecnologia de
fazer o fogo. Em termos de linguagem, o primeiro não está muito longe
dos demais primatas, emitindo gritos e grunhidos quase na totalidade
vocálicos. Esse tipo de comunicação assemelha-se ao que Rousseau considera, em seu Ensaio sobre a
origem das línguas, como a primeira manifestação de linguagem no homem, que é a expressão de suas
paixões, como a dor e o prazer. Já o segundo grupo parece ter uma comunicação mais complexa, com
maior número de sons articulados. Há outros elementos culturais, como habitações e ritos, que denotam
um maior grau de complexidade do segundo grupo com relação ao primeiro.
No que concerne apenas à questão da linguagem, uma possível interpretação seria a seguinte: em um
determinado estágio de sua evolução biológica, o homem, já se locomovendo como bípede e tendo suas
mãos livres, aprendeu a manipular instrumentos, a interferir no seu meio e a fazer, dentre outras coisas,
o fogo. A necessidade de preservação desse conhecimento, dessa tecnologia, levou-o a sofisticar a
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sua capacidade de comunicação. A princípio, sua linguagem pode ter sido meramente gestual, mas ele
descobriu que os sons também poderiam se prestar a essa função.
Assim como, ao tornar-se Homo Erectus viu-se com as mãos livres (antes usadas principalmente na
locomoção) e descobriu que poderia usá-las para manipular as coisas; assim como, ao tornar-se Homo
Sapiens descobriu que poderia usar essa capacidade de manipulação para interferir no seu meio; da
mesma forma, descobriu que os órgãos utilizados para funções vitais como a respiração e a digestão,
também serviam para emitir sons.Apartir do momento em que aprendeu a diversificar os sons através das
articulações, conseguiu aumentar as possibilidades de combinação entre eles. Uma vez estabelecidas
determinadas convenções entre os seus semelhantes, possibilitou-se a troca de informações (como a
tecnologia de fazer o fogo) de um indivíduo para o outro.
A sofisticação da linguagem serviu para facilitar a comunicação de uma informação complexa, talvez
não expressável meramente pelo gesto. Portanto, como diria o pai da Linguística Moderna, Ferdinand
de Saussure, “não é a linguagem que é natural ao homem, mas a faculdade de construir uma língua,
vale dizer: um sistema de signos distintos correspondentes a ideias distintas”.
As divagações acima são apenas leituras possíveis do interessante filme de Annaud. E os indícios
linguísticos (a distinção entre a linguagem de uma tribo e de outra) foram pensados pelo foneticista
Anthony Burgess, que assina o roteiro. Burgess ficou conhecido pelo livro Laranja Mecância, que foi
adaptado para o cinema por Stanley Kubrick.
A Guerra do Fogo, com roteiro de Burgess e direção de Annaud, pode ser monótono e cansativo para
quem não tem curiosidade pelo tema. Mas aqueles que se interessam não só pela origem da linguagem,
mas pelas raízes da espécie humana e pelo florescer da razão e das tecnologias, irão apreciar o filme.
Modelo de macroestrutura de resenha
INTRODUÇÃO:
Um dos temas que envolvem a discussão sobre a naturalidade da linguagem falada é o que versa sobre
a sua origem. O filme A Guerra do Fogo, de Jean-Jacques Annaud, é uma interessante especulação a
esse respeito, e ajuda a refletir sobre a questão.
OU (você pode indicar as partes do texto com as primeiras e últimas palavras)
Início: “Um dos temas que envolvem...”
Término: “... a refletir sobre a questão”.
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DESENVOLVIMENTO:
O filme trata de dois grupos de hominídeos pré-históricos: um que cultuava o fogo como algo sobrenatural
e outro que dominava a tecnologia de fazer o fogo. Em termos de linguagem, o primeiro não está muito
longe dos demais primatas, emitindo gritos e grunhidos quase na totalidade vocálicos. Esse tipo de
comunicação assemelha-se ao que Rousseau considera, em seu Ensaio sobre a origem das línguas,
como a primeira manifestação de linguagem no homem, que é a expressão de suas paixões, como a
dor e o prazer. Já o segundo grupo parece ter uma comunicação mais complexa, com maior número de
sons articulados. Há outros elementos culturais, como habitações e ritos, que denotam um maior grau
de complexidade do segundo grupo com relação ao primeiro. (RESUMO)
No que concerne apenas à questão da linguagem, uma possível interpretação seria a seguinte: em um
determinado estágio de sua evolução biológica, o homem, já se locomovendo como bípede e tendo suas
mãos livres, aprendeu a manipular instrumentos, a interferir no seu meio e a fazer, dentre outras coisas,
o fogo. A necessidade de preservação desse conhecimento, dessa tecnologia, levou-o a sofisticar a
sua capacidade de comunicação. A princípio, sua linguagem pode ter sido meramente gestual, mas ele
descobriu que os sons também poderiam se prestar a essa função.
Assim como, ao tornar-se Homo Erectus viu-se com as mãos livres (antes usadas principalmente na
locomoção) e descobriu que poderia usá-las para manipular as coisas; assim como, ao tornar-se Homo
Sapiens descobriu que poderia usar essa capacidade de manipulação para interferir no seu meio; da
mesma forma, descobriu que os órgãos utilizados para funções vitais como a respiração e a digestão,
também serviam para emitir sons.Apartir do momento em que aprendeu a diversificar os sons através das
articulações, conseguiu aumentar as possibilidades de combinação entre eles. Uma vez estabelecidas
determinadas convenções entre os seus semelhantes, possibilitou-se a troca de informações (como a
tecnologia de fazer o fogo) de um indivíduo para o outro.
A sofisticação da linguagem serviu para facilitar a comunicação de uma informação complexa, talvez
não expressável meramente pelo gesto. Portanto, como diria o pai da Linguística Moderna, Ferdinand
de Saussure, “não é a linguagem que é natural ao homem, mas a faculdade de construir uma língua,
vale dizer: um sistema de signos distintos correspondentes a ideias distintas”.
Início: “No que concerne a...”
Término: “... correspondentes a ideias distintas.”
CONCLUSÃO (Avaliação)
As divagações acima são apenas leituras possíveis do interessante filme de Annaud. E os indícios
linguísticos (a distinção entre a linguagem de uma tribo e de outra) foram pensados pelo foneticista
Anthony Burgess, que assina o roteiro. Burgess ficou conhecido pelo livro Laranja Mecância, que foi
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adaptado para o cinema por Stanley Kubrick.
A Guerra do Fogo, com roteiro de Burgess e direção de Annaud, pode ser monótono e cansativo para
quem não tem curiosidade pelo tema. Mas aqueles que se interessam não só pela origem da linguagem,
mas pelas raízes da espécie humana e pelo florescer da razão e das tecnologias, irão apreciar o filme.
Início: “As divagações acima são apenas...”
Término: “.. e das tecnologia, irão apreciar o filme.”
Nem todas as resenhas podem ser divididas, assim, de modo quase linear. Mas, às vezes, acontece.
Você pode começar desse modo e, depois, ir modificando o início de seus textos, fazendo referências
jocosas (engraçadas), referências a outras obras, indicando de imediato o nome do livro e ou de outros
livros e assim por diante. Você também encontra resenhas compostas por apenas um parágrafo, mas
lendo-a podemos identificar o início, o resumo (desenvolvimento) e a conclusão (recomendação ou não
do resenhador ou resenhista)
Exercício 1: Nesta resenha acadêmica o autor faz algumas referências. Procure as referências citadas:
a) Rousseau:
b) Ferdinand de Saussure:
c) homo erectus:
d) homo sapiens:
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d) Stanley Kubrick.
Aula 14 e 15 - Macroestrutura da resenha
Objetivo: Aprofundar os conhecimentos sobre a macroestrutura da resenha.
Exercício1:
Com base no modelo da aula anterior (A guerra do Fogo, de Rodrigo Cunha), identifique introdução,
desenvolvimento e conclusão nas resenhas que seguem:
(Livro é essencial para entender a produção brasileira do século 20, de Mara Gama e Amanhecer, de
Ana Lúcia Santana).
Resenha1:
Crítica artes plásticas (Folha Ilustrada, E1 26 de janeiro de 2012)
Livro é essencial para entender a produção brasileira do século 20
MARA GAMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ser o mais abrangente compêndio de design gráfico sobre o país já faz do livro de Chico Homem de
Melo e Elaine Ramos um trabalho essencial para quem se interessa pela cultura visual brasileira.
Mas, sobre uma pesquisa extensiva – cujos detalhes estão no capítulo “Crônica do
Processo de Trabalho” –, houve uma seleção criteriosa nas qualidades expressivas
de cada peça, aberta à contaminação dos contextos técnicos e históricos.
Como resultado, o livro, pensado inicialmente como apêndice da prestigiosa “História do Design Gráfico”,
de Philip Meggs e Alston Purvis, tem mais vocação para atingir o público não especializado do que o seu
modelo original, tanto pela abordagem cultural como pelos textos analíticos, concisos e leves.
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Revistas, livros, jornais, cartazes, capas de disco, sinais, selos e cédulas foram os grandes grupos
de peças escolhidas para contar a história da criação gráfica no país a partir da vinda da família real
portuguesa e a consequente autorização para impressão local, em 1808.
Incluir a produção anterior à difusão do conceito de design – que se dá nos anos 1950 e 1960 – sinaliza
uma perspectiva aberta. A mesma adotada por Rafael Cardoso em “O Design Brasileiro Antes do Design
– 1870 - 1960”, publicado em 2005, também pela Cosac Naify.
CAPAS SATÍRICAS
As 1.500 peças que figuram nesta “Linha do Tempo” são apresentadas com autor, datação e análise da
composição. Dez capítulos panorâmicos exploram a produção de cada período histórico.
Para o público em geral, “Linha do Tempo do Design Gráfico no Brasil” é um saboroso passeio pelos
repertórios de várias gerações. Estão ali desde as capas satíricas de Angelo Agostini para o jornal
“Don Quixote”, ainda no século 19, os memoráveis periódicos “O Malho”, “A Maçã”, “Para Todos”,
“O Cruzeiro”, e trabalhos de ilustradores como J. Carlos, K. Lixto, Paim, Belmonte, Di Cavalcanti.
Há desde marcas e logotipos dos anos 1960, 1970 e 1980, de Aloisio Magalhães, Alexandre Wollner
e Cauduro e Martino, até famílias de tipos dos anos 1990, como a “Quadrada”, de Priscila Farias, e a
“Piercing”, de Julio Dui.
Para quem quer estudar o tema, Chico Homem de Melo aponta lacunas de informação que sugerem
bons temas de pesquisa.
LINHA DO TEMPO DO DESIGN GRÁFICO NO BRASIL
ORGANIZAÇÃO Chico Homem de Melo e Elaine Ramos
EDITORA Cosac Naify
QUANTO R$ 198 (744 págs.)
Avaliação: ótimo
Disponível em: http://sergyovitro.blogspot.com/2012/01/evolucao-em-revista.html
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Exercício: identificação de macroestrutura de resenha.
INTRODUÇÃO:
Início: “Ser o mais abrangente compêndio...”
Término: “... dos contextos técnicos e históricos.”
DESENVOLVIMENTO
Início: “...Como resultado, o livro, pensado...”
Término: “...a produção de cada período histórico.”
CONCLUSÃO:
Início: “Para o público em geral...”
Término: “... bons temas de pesquisa.”
Resenha2:
Amanhecer
Por Ana Lucia Santana
Fonte
Ler Amanhecer é como mergulhar em um
universo de mitos que nos envolve de tal
maneira que, subitamente, ele se transforma
naúnicarealidadepossível.Nestasequência
final da série Crepúsculo, a trama se torna
ainda mais eletrizante, as hesitações se
definem, escolhas são realizadas e o leitor
finalmente saberá se Bella, a protagonista
da saga, optará por continuar humana ou se
converterá definitivamente em vampira.
No final de Eclipse – volume anterior –, Bella ainda está dividida entre dois amores distintos, ambos do
circuito mítico – o vampiro Edward e o lobisomem Jacob. Ela ainda vacila, também, entre sua condição
humana e o seu futuro como vampira, pesando em sua balança interior o que conquistará e o que
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perderá com suas escolhas.
Em Amanhecer uma nova jornada a aguarda, um casamento que a apavora, seu distanciamento da
família, especialmente do pai, Charlie, e a imprevisível lua de mel, da qual ela não sabe o que realmente
esperar. Tudo é mistério e incógnitas diante de si. Por outro lado, Jacob, seu melhor amigo, igualmente
aspirante ao seu coração, está desaparecido, transfigurado em forma de lobo, fugindo desesperadamente
diante da possibilidade de perder seu grande amor.
Bella se refugia em suas fantasias, imaginando como será seu mundo ao lado de Edward, tentando
conceber a si mesma como vampira, buscando a autoconfiança que não a ampara em sua identidade
humana. Ela segue adiante e se torna a Senhora Cullen, cheia de expectativas e esperanças, embora
sua felicidade ainda esteja incompleta, pois sabe o quanto Jacob está infeliz.
A partir desta escolha de Bella, tudo pode acontecer, até mesmo o que o leitor jamais poderia esperar.
E quando tudo parece se encaminhar para a resolução dos sentimentos envolvidos neste triângulo
amoroso, e as feridas parecem começar a cicatrizar, a trama toma novamente um rumo inesperado, que
pode não só mudar o mundo dos vampiros e dos lobisomens, mas até mesmo destruí-los.
Stephenie Meyer inova neste romance ao deixar de lado o ponto de vista único, protagonizado por Bella,
e ao criar, a exemplo do que já tentara em Eclipse, uma visão multíplice, ao incluir a voz de Jacob na
narrativa. Esta é completamente subvertida ao assumir o ângulo do outro vértice do triângulo, ao revelar
a forma como ele vê os outros personagens e o próprio enredo. É possível que o leitor até se esqueça
de que, até então, a trama era conduzida pelas lembranças de Bella.
Sob este ponto de vista, é possível perceber que as escolhas de Bella não transformaram definitivamente
apenas o universo dos Cullen, mas também, e principalmente, o clã dos lobos. Com o desenrolar
dos acontecimentos, o líder deles, Sam, vê sua autoridade, adotada por falta de um alfa legítimo, ser
contestada por Jacob, que está naturalmente destinado a ocupar esta posição. Depois deste passo
decisivo, nada mais será como antes. O clã está inevitavelmente fissurado.
Neste volume, todos os mistérios e tramas habilmente dispostos ao longo da saga são finalmente
decifrados e solucionados. Mas, até chegar a esta conclusão assombrosa, o leitor terá que se munir de
nervos de aço, pois a história se desenrola de tal forma, que ele não deve estranhar se não conseguir
respirar, se não depois que alcançar a margem extrema desta série. Ou seja, quando finalmente
amanhecer.
Disponível em: http://www.infoescola.com/livros/amanhecer/
Exercício: identificação da macroestrutura da resenha.
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INTRODUÇÃO:
Início: “Ler Amanhecer é como mergulhar em...”
Término: “... definitivamente em uma vampira.”
DESENVOLVIMENTO:
Início: “No final de Eclipse – volume anterior –, Bella ainda...”
Término: “... mas até mesmo destruí-los”
CONCLUSÃO:
Início: “Stephenie Meyer inova neste romance ao deixar...”
Término: “...Ou seja, quando finalmente amanhecer.”
Aula 16 e 17 - Recursos de organização textual de resenhas
Objetivo: Compreender os recursos de organização textual de resenhas.
1.	 Operações de descrição (predominante)/ narração, apreciação.
Descrever é transmitir, para o leitor da resenha informações (propriedades, características) do objeto
resenhado. É a operação predominante na resenha, mas, paralelamente, a resenha pode ter parágrafos
narrativos, em que sobressaem aspectos relativos ao tempo e espaço e que denotam transformação ou
alteração dos acontecimentos ou da abordagem de um texto (Bosco, 2008, p.149).
Voltemos ao texto: A Guerra do Fogo, 2º parágrafo
O filme trata de dois grupos de hominídeos pré-históricos: um que cultuava o fogo como algo sobrenatural
e outro que dominava a tecnologia de fazer o fogo. Em termos de linguagem, o primeiro não está muito
longe dos demais primatas, emitindo gritos e grunhidos quase na totalidade vocálicos. Esse tipo de
comunicação assemelha-se ao que Rousseau considera, em seu Ensaio sobre a origem das línguas,
como a primeira manifestação de linguagem no homem, que é a expressão de suas paixões, como a
dor e o prazer. Já o segundo grupo parece ter uma comunicação mais complexa, com maior número de
sons articulados. Há outros elementos culturais, como habitações e ritos, que denotam um maior grau
de complexidade do segundo grupo com relação ao primeiro. (DESCRIÇÃO/NARRAÇÃO: RESUMO)
21
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Apreciar é expressar uma opinião própria sobre as qualidades ou não qualidades da obra,
objeto da resenha. Não se trata de “achismos”, mas sim de avaliações justificadas por
argumentos.
Ainda o texto Guerra do Fogo
A Guerra do Fogo, com roteiro de Burgess e direção de Annaud, pode ser monótono e
cansativo para quem não tem curiosidade pelo tema. Mas aqueles que se interessam não só
pela origem da linguagem, mas pelas raízes da espécie humana e pelo florescer da razão e
das tecnologias, irão apreciar o filme.
Exercício: Leia as resenhas a seguir e preencha o quadro.
Resenha1:
TOMBOY
(França, 2011. Estreia no país nexta sexta-feira)
Magrinha e de cabelos curtos, sempre vestida com bermuda e camiseta, Laure, de 10 anos, poderia
passar por um menino – e é isso que ela decide fazer quando se muda de Paris para um subúrbio. Num
impulso, Laure (a maravilhosa Zoé Hèran) se apresenta à garota Lisa (Jeanne Disson) e ao restante da
criançada que mora por ali como Mickäel. Ninguém vê motivo para duvidar: Mickäel joga bem futebol,
gosta das mesmas brincadeiras e até ensaia um namorico com Lisa. E Laure, todos os dias, se divide
entre o estado de graça de ser quem deseja ser e a angústia de que alguém a desmascare. Dirigido com
segurança por Cèline Sciamma, Tomboy (cuja tradução aproximada seria “moleque” ou “moleca”) não
tem opinião formada sobre a crise de identidade de sua protagonista: pode ser definitiva, pode ser uma
fase e certamente não tem razões trágicas, já que Laure tem pais amorosos, que deixam um espaço
respeitoso em torno da filha – que, como sua querida irmã menor, aguarda ansiosa a chegada de um
novo bebê à família. Com franqueza admirável, o filme transporta a plateia para o impasse de Laure/
Mickäel e dimensiona o significado tremendo que o fim inevitável da farsa terá de adquirir.
(Revista Veja – 11 de janeiro de 2012, p.112.)
22
oficina
RESUMO
(descrição/narração)
AVALIAÇÃO
Resenha2:
Diretor usa Havaí como metáfora para vida socialmente aceitável e sem valores
O Havaí é o paraíso do lugar-comum: hula-hula, natureza e nativas seminuas são parte do imaginário
universal. Alexander Payne situou seus “Descendentes” bem ali – e dificilmente por acaso.
É onde vivem o advogado Matt (George Clooney) e a mulher. Esta, aliás, não vive: vegeta numa cama
após um acidente. Mas Matt fala com ela como nunca lhe falou antes.
Têm duas filhas, Scottie, a menor, e Alexandra. Scottie começa a conhecer o pai agora, quando a mãe
se encontra entre a vida e a morte.
Matt tem um problema em mãos: deve decidir para quem venderá um lote de terra virgem. O negócio
vai render um dinheirão. Mas o local será ocupado por turismo, resort, essas coisas infernais.
É nesse pano de fundo que Payne dispõe suas peças, seus personagens e o problema que trabalha.
Nesse espaço formado por uma série de ilhas, todo homem é uma ilha: permanece fechado em si
mesmo, incapaz de se relacionar verdadeiramente.
Os personagens se comunicam quase sempre por meio de lugares-comuns. Alexandra comporta-se a
princípio como uma rebelde sem causa saída de um filme de 1950.
Scottie agride coleguinhas. O avô da menina repete cantilenas sobre as maravilhas da filha e as
deficiências do genro. Tudo como se espera...
O que sai do script: Matt enfrentará uma crise ao saber que a mulher tinha um caso. É uma dessas
questões que fazem um homem perguntar: “Quem sou eu?”. E com intensidade ainda maior se não
puder esperar respostas.
Talvez o mérito do filme seja fazer do Havaí um lugar de compreensão do contemporâneo. Ou seja,
onde nos contentamos em trocar lugares-comuns e levar uma vida socialmente aceitável, ainda que
dilacerada nos valores.
23
oficina
Se é aos poucos que vai isolando seus personagens, mostrando-os mais sós e desprovidos de sentido,
é quase de pancada que Payne levará seu protagonista a se voltar a seus antepassados e, a partir
deles, a refletir sobre si mesmo, a família e a herança pela qual é responsável.
OS DESCENDENTES
DIREÇÃO Alexandre Payne.
PRODUÇÃO EUA, 2011.
ONDE Iguatemi Cinemark, Espaço Unibanco, Pompeia e circuito.
CLASSIFICAÇÃO 12 anos.
AVALIAÇÃO bom.
RESUMO/DESCRIÇÃO /NARRAÇÃO AVALIAÇÃO
Aula 18 - Operações de referência ao autor do texto fonte/base
Objetivo: Compreender o estabelecimento da ponte entre a resenha e a obra resenhada.
Palavras ou expressões utilizadas por
um resenhador para fazer referência à
obra resenhada ou partes dela.
Esse livro, esse trabalho, esse texto, o
livro em questão, a obra, o capítulo em
questão, nesse capítulo, no capítulo x
(nome do capítulo), nessa parte, nesse
trecho, nessa passagem, nesse item, no
item x, no início do......, no final do.....,
na primeira parte, no primeiro item, na
página x, em seguida etc.
24
oficina
Palavras e recursos utilizados por um
resenhador para fazer referência ao
autor da obra resenhada
Nome do autor, sobrenome, o autor,
elipses etc.
Palavras e/ou expressões utilizadas pelo
autor de uma resenha para relacionar o
autor da obra resenhada com o conteúdo
da obra.
Para x, para o autor, conforme o autor ,
de acordo com x etc.
Verbos e/ou expressões utilizadas por
um resenhador na introdução do discurso
do autor da obra resenhada
Afirma, expressa, considera, refere-se
a, descreve, adota, aborda, examina,
acrescenta, entende, compreende,
acrescenta, admite, determina, critica,
percebe, revela, compara, propõe,busca,
procura, responde a, indaga, descarta,
verifica, conclui, indaga, estabelece,
esclarece, faz uma observação, tece
considerações, divide o livro em cinco....
etc
Exercícios: Identifique recursos adotados nos fragmentos.
Fragmento 1:
... Como é dito na introdução, numa altura em que
tendências recentes têm valorizado o papel social na
construção do conhecimento matemático dos alunos é
importante aprofundar o conhecimento relativo ao tema
da Sociologia da Matemática e contribuir, assim, para uma
maior articulação entre esta e a Educação Matemática.
.... Sociologia da Matemática. Cadernos de Educação e
Matemática, número 3, grupo TEM, APM, Lisboa, 1998,
133 p. /p.22
25
oficina
Fragmento2:
[ Livro ] A Experiências de Sirius
De Bruno Portella
|Publicado em: 14/09/2011|Comentários [0]
Enquanto Shikasta, o primeiro livro da série nos dá todo um panorama da colonização da Terra por
Canopus (que ocupa o hemisfério norte),As Experiências de Sirius foca justamente no sistema planetário
responsável por colonizar o Hemisfério Sul da Terra. Mas ao contrário de Shikasta que recontava a
história através de relatórios oficiais e o diário da irmã de um dos emissários encarnados, esse livro foca
nas aflições de uma personagem chamada Ambien II, uma embaixatriz do alto escalão de Sirius, que
pouco a pouco começa a questionar o pensamento de seu próprio império.
Disponível em: http://sandubadequeijo.com.br/site/?cat=333&gclid=CJKRzIbt8K0CFQOR7QodYCnP
ug
Fragmento3:
Em Lua Nova a autora remete seus personagens a um passado longínquo, às origens de sua
própria história. Os mitos quileutes apenas esboçados anteriormente ganham forma concreta
neste livro. (Lua Nova, Por Ana Lucia Santana
Fragmentos Referências ao autor/ obra resenhada
Fragmento 1
Fragmento 2
Fragmento 3
Aula 19 - Mecanismos de Introdução de relações da obra resenhada com outras obtras
Objetivo: Conhecer os mecanismos para a citação de outros autores que corroborem a avaliação do
resenhista.
Muitas vezes o resenhador, estabelece relações entre a obra que ele está resenhando e outras obras. Isto
demonstra maturidade intelectual e conhecimento do autor sobre o assunto. Trata-se de um fenômeno
de intertextualidade, isto é, diálogos entre texto e expressão de leituras e de conhecimento de mundo.
Voltemos à Resenha Guerra do fogo, de Rodrigo Cunha, da aula 12:
26
oficina
Parágrafo 2
“Esse tipo de comunicação assemelha-se ao que Rousseau considera, em seu Ensaio sobre a
origem das línguas, como a primeira manifestação de linguagem no homem [,..]”
Parágrafo 3
“Portanto, como diria o pai da Linguística Moderna, Ferdinand de Saussure, “não é a linguagem
que é natural ao homem, mas a faculdade de construir uma língua, vale dizer: um sistema de signos
distintos correspondentes a ideias distintas”.
Parágrafo 4
“E os indícios linguísticos (a distinção entre a linguagem de uma tribo e de outra) foram pensados
pelo foneticista Anthony Burgess, que assina o roteiro. Burgess ficou conhecido pelo livro Laranja
Mecânica, que foi adaptado para o cinema por Stanley Kubrick.”
Identifique como o autor da resenha referiu-se a outros autores ou obras.
Leia a resenha a seguir e faça o que se pede:
Cinema
Os mortos também amam
Crepúsculo, a adaptação do primeiro livro da série da escritora Stephenie Meyer sobre um
vampiro adolescente e sua paixão impossível, é mesmo um fenômeno: agrada ao público jovem
pregando a virtude e a castidade.
Isabela Boscov
É verdadeiramente química a paixão que Edward Cullen sente por Bella Swan: antes mesmo de vê-la,
a distância, na cafeteria da escola, o aroma do sangue da menina desperta nele um instinto primitivo
e quase irresistível. Também Bella experimenta uma atração poderosa por Edward, embora um pouco
mais comum. A não ser por esse cheiro inebriante, ela é uma adolescente como qualquer outra, ao
passo que ele é um vampiro, que há nove décadas permanece nos 17 anos. E, se isso não é uma
maldição – viver a eternidade na fase mais tormentosa da adolescência, rematriculado ano após ano no
ensino médio –, então nada há de ser. Mais difícil que isso, só apaixonar-se perdidamente e não poder
manifestar essa paixão exceto pelos gestos mais castos. Um abraço aqui, um beijo ali, e Edward já mal
consegue frear no sinal vermelho. Avançá-lo, no caso dele, implica mais do que sexo. Significa também
sorver o sangue de Bella e trazê-la para as fileiras dos mortos-vivos. Para Edward, que como toda a
27
oficina
sua família abdicou do sangue humano, ceder àquele instinto ancestral de verter o sangue da amada
(e o sentido aí é tão claramente associado à virgindade que nem se pode dizê-lo duplo sentido) seria
tornar-se ainda mais monstruoso do que ele já julga ser. Não há, na história de Crepúsculo (Twilight,
Estados Unidos, 2008), que estreia nesta sexta-feira no país, nem um traço de ironia. Amor é amor
mesmo, renúncia também. E essa talvez seja a chave do sucesso tanto da série escrita pela americana
Stephenie Meyer, que já vai pelo quarto livro, quanto desta adaptação de seu primeiro episódio: devolver
a uma geração de adolescentes um tipo de romantismo que parecia descartado – o tipo que crê nos
sentimentos genuínos, e que prega esperar não apenas pela pessoa certa, mas pela hora certa.
Stephenie Meyer é mórmon. O que não significa que viva fora do mundo nem que seja irremediavelmente
pudica. Em seus livros (que inspiram devoção em alguns e perplexidade ante tamanha devoção em
outros), ela tira pleno partido da situação altamente erótica desse casal. O que, aliás, serve tanto melhor
ao seu propósito de advogar o autocontrole: onde não existe tentação, não existe mérito em resistir a
ela. Como de boba a diretora Catherine Hardwicke também não tem nada, estes são os aspectos que
ela reforça no filme: o da embriaguez da paixão que fulmina Edward e Bella e o do atordoamento de que
eles são tomados a cada vez que quase chegam lá, e então recuam. É isso que Catherine, conhecida
pelos dramas adolescentes Aos Treze e Os Reis de Dogtown, faz melhor – capturar, em seus jovens
atores, o redemoinho de emoções dessa etapa da vida. Graças a esse talento, Crepúsculo resiste
bem, ao menos do ponto de vista do público a que se dirige, a alguns entrechos desajeitados e aos
efeitos malfeitinhos. Não é por nada disso, afinal, que a plateia está lá. É para também ela se atordoar
com tanto amor impossível se desenrolando contra as paisagens turvadas por névoa e chuva da costa
noroeste americana – esta, sim, lindamente fotografada.
O fato de Crepúsculo ser um filme assim sincero (além de barato, a um custo de 37 milhões de dólares,
já quase quintuplicados em três semanas desde seu lançamento) não quer dizer que se exima de
recorrer a um truque oportunista já consagrado em outras produções primordialmente destinadas à
plateia feminina. Interpretado por Robert Pattinson, que foi o Cedric Diggory de Harry Potter e a Ordem
da Fênix, Edward é alto, tem traços aristocráticos, gosto impecável (vampiros, como é sabido, têm
grande senso fashion) e olhos que queimam quando se olha dentro deles. Kristen Stewart, como Bella,
é independente, curiosa e graciosa – mas não mais do que graciosa. Juntar atores de beleza extrema
a atrizes de beleza simplesmente humana é uma maneira eficaz de telegrafar a mensagem de que
mesmo quem não tem porte de princesa pode achar um príncipe para chamar de seu. Ainda que ele
esteja mais morto do que vivo.
Disponível em:
http://veja.abril.com.br/171208/p_172.shtml. Acesso em: 17/01/2012.
28
oficina
1. Identifique alguns fragmentos, na resenha “Os mortos também amam”, de Isabela Boskov, em
que apareça alguma referência a algum autor ou obra:
Fragmentos:
Aula 20 - Coesão e coerência
Objetivo: Compreender o que são os organizadores textuais.
Os organizadores textuais servem para relacionar as partes de um texto, tornando-o coeso e coerente,
isto é, estabelecendo sentido entre elas. São empregados para “ligar” grandes partes do texto ou
pequenas orações e períodos.
Organizadores Textuais:
Organizadores textuais Função/ sentido possível
E, além de, não só.... mas também,
não apenas.... mas também, também,
ainda, como se isso não bastasse, ao
mesmo tempo que, e outros.
Ligar dois argumentos a favor de uma
mesma conclusão.
Mas, porém, contudo, entretanto, não
obstante, apesar de, ainda que, ora, ao
contrário etc.
Introduzir argumento contrário.
Aliás, além do mais, por sinal etc. Introduzir argumento decisivo.
Até, até mesmo, mesmo, inclusive etc. Assinalar argumento mais forte.
Isto é, quer dizer, ou seja, em outras
palavras etc.
Esclarecer, ratificar ou desenvolver
argumento anterior.
Assim como, tanto... quanto, como,
tal... como, da mesma forma, melhor
que... etc.
Comparar argumentos.
Afinal, em suma, em resumo,
concluindo etc.
Introduzir justificativa do que foi escrito
anteriormente, encaminhando para a
conclusão.
29
oficina
Pois, porque, já que, por força de etc.
Introduzir argumento que justifica o
anterior.
Apenas, unicamente, exclusivamente,
somente etc.
Indicar restrição.
Se, caso etc. Introduzir uma suposição.
Tal... que, tão... que, tanto... que, assim
como etc.
Introduzir argumento que decorre do
anterior.
Por exemplo, como ilustração, etc. Introduzir um exemplo.
Ou... ou, ora... ora, quer... quer etc.
Assinalar a distinção entre dois
argumentos.
Exercício1:
Identifique os fragmentos organizadores textuais (mínimo três) em:
a) Por outro lado, Edward também realiza uma viagem rumo ao desconhecido, na mesma direção
do destino que marca a relação entre amantes que se vêem sem saída, no melhor estilo Romeu e
Julieta. Esta história clássica, de repente, parece transportar Bella e seu amado à mesma trajetória de
desencontros, mal-entendidos, ameaças e morte. E leva a protagonista a mergulhar sua existência em um
estado de completo vazio emocional, um árduo caminho que, através da dor, a conduz inevitavelmente
à maturidade.
Resposta: por outro lado/ também/ que/ entre/ e/ através da/
b) A partir desta escolha de Bella, tudo pode acontecer, até mesmo o que o leitor jamais poderia esperar.
E quando tudo parece se encaminhar para a resolução dos sentimentos envolvidos neste triângulo
amoroso, e as feridas parecem começar a cicatrizar, a trama toma novamente um rumo inesperado,
que pode não só mudar o mundo dos vampiros e dos lobisomens, mas até mesmo destruí-los. (Isabela
Boscov. Veja Abril 2011)
Resposta: a partir desta/ até mesmo/ e quando/ que não só... mas até mesmo...
c) Ao contrário do esperado na continuação de uma obra que ocupou por muito tempo o primeiro lugar
na lista dos mais vendidos nos mais conceituados veículos literários, Lua Nova é ainda mais eletrizante,
hipnótico e sedutor, conquistando o leitor desde as primeiras linhas.
Resposta: ao contrário/ que/ ainda/ desde a
30
oficina
d) Também Bella experimenta uma atração poderosa por Edward, embora um pouco mais comum. A
não ser por esse cheiro inebriante, ela é uma adolescente como qualquer outra, ao passo que ele é
um vampiro, que há nove décadas permanece nos 17 anos. E, se isso não é uma maldição – viver a
eternidade na fase mais tormentosa da adolescência, rematriculado ano após ano no ensino médio –,
então nada há de ser.
Resposta:
Resenha:
Lua Nova
Por Ana Lucia Santana
Algumas tramas apenas sugeridas em
Crepúsculo despertam com força total em
Lua Nova, a eletrizante sequência da saga
de Stephenie Meyer, especialmente o tão
esperado triângulo amoroso protagonizado
por Bella, Jacob e Edward. Outra
personagem, que apenas promete seu retorno no primeiro livro, ressurge aqui de forma arrebatadora,
deixando atrás de si um rastro de sangue, a vampira Victória.
Ao contrário do esperado na continuação de uma obra que ocupou por muito tempo o primeiro lugar na
lista dos mais vendidos nos mais conceituados veículos literários, Lua Nova é ainda mais eletrizante,
hipnótico e sedutor, conquistando o leitor desde as primeiras linhas.
É praticamente impossível deixar de navegar por suas páginas até que finalmente se alcance, sem
fôlego, as últimas palavras, as quais pairam no ar, na mais fiel tradição de Scherazade, a narradora das
Mil e Uma Noites, conduzindo inevitavelmente o leitor até o terceiro livro da série, Eclipse.
Em Lua Nova a autora remete seus personagens a um passado longínquo, às origens de sua própria
história. Os mitos quileutes apenas esboçados anteriormente ganham forma concreta neste livro. Assim,
outras criaturas míticas se somam aos vampiros, levando Jacob a uma jornada sem volta aos segredos
que envolvem sua família e seus amigos, especialmente o enigmático Sam Uley.
Por outro lado, Edward também realiza uma viagem rumo ao desconhecido, na mesma direção do destino
que marca a relação entre amantes que se vêem sem saída, no melhor estilo Romeu e Julieta. Esta
história clássica, de repente, parece transportar Bella e seu amado à mesma trajetória de desencontros,
31
oficina
mal-entendidos, ameaças e morte. E leva a protagonista a mergulhar
sua existência em um estado de completo vazio emocional, um árduo
caminho que, através da dor, a conduz inevitavelmente à maturidade.
Neste contexto aparecem na trama novos e fascinantes vampiros,
simultaneamente aterrorizantes e sedutores, a medieval família Volturi,
guardiã da cidade de Volterra, localizada na Itália. Seus três integrantes
– Caius, Aro e Marcus –, antigos companheiros de Carlisle, líder do
clã dos Cullen, acrescentam novos e mais picantes ingredientes à já
complexa relação de Bella com Edward.
No segundo livro a protagonista se vê dividida entre dois universos
míticos. Seu coração oscila diante de um cruel dilema, escolher entre
adversários milenares, amores distintos e intensos, cada um a sua maneira. A amizade e a lealdade são
colocadas à prova e Bella tem que optar por um lado. Afinal, como conciliar crenças e interesses tão
antagônicos?
Bella, mais que nunca, intensifica seu distanciamento das outras pessoas, particularmente na escola.
Como Zoey, a protagonista de Marcada – da série House of Night –, ela tem uma crescente dificuldade
de interação com os humanos e se sente constantemente deslocada no seu círculo social. Talvez por
isso ambas se sintam tão à vontade junto a criaturas míticas e imortais.
Stephenie Meyer parece mesmo ter encontrado a fórmula do sucesso, combinando irresistivelmente em
Lua Nova as doses certas de romance, fantasia, suspense e o resgate de criaturas míticas com novas
vestes, bem mais atraentes e fascinantes. O resultado é um livro de tirar o fôlego, inspirado, segundo a
autora, em músicas do circuito alternativo, especialmente em bandas como Muse, Coldplay, Linkin Park,
My Chemical Romance, entre outras. E a sequência, Eclipse, promete ainda mais.
Dicas finais para identificar o gênero resenha
1. Título – Relação entre o título da obra, o título da resenha e a adequação
ao assunto em questão.
2.Adequação da resenha ao contexto de produção: produtor do texto, leitor,
objetivo.
3. Informações sobre autor, obra, editora, cidade, ano, número de páginas,
preço (opcional).
4. Organização da obra resenhada: organização em partes, em capítulos;
presença/ausência de ilustrações.
32
oficina
5. Identificação da macroestrutura da resenha: introdução, desenvolvimento,
conclusão.
5. Identificação de: resumo (narração/descrição) e avaliação justificada
(posicionamento do autor em relação à obra resenhada).
6. Identificação de marcas linguísticas pertinentes ao gênero resenha.
7. Identificação de organizadores textuais que levam à coesão e coerência.
8. Especificidade da resenha: comercial, acadêmica.
9. Organização da linguagem: objetiva/subjetiva, formal/informal, simples/
trabalhada.
10. Maturidade intelectual (referência a outros autores e obras).
33
oficina
Gabarito
Aula10
Fragmento3
Voz do autor da resenha Voz do autor da obra
Fragmento 1 – Ensaio
capta a utopia e a dor do
Brasil que não somos
Organizado sob a forma do
ensaio, "Chico Buarque" é
construído em torno de uma
ideia: tentar desvendar em
palavras e imagens a metáfora de
Brasil implícita na produção do
artista
... Essa capacidade de dizer o país
dentro de uma perspectiva não
convencional, argumenta Barros e Silva,
está constituída sempre a partir das
margens,...
Fragmento 2 – Baboseira
Pura
Apesar de incluir um capítulo
sobre a composição química da
babosa, o livro de frei Romano
Zago parece ter sido escrito no
século XVII, quando os jesuítas
cavavam raízes para curar gases e
picadas de cobra.
— ainda que o padre, benevolamente,
se preocupe em não "humilhar a
benemérita classe médica". Citação
direta
Frei Zago chega a sugerir uma
conspiração para manter elevado
o número de cancerosos, o que
enriqueceria os hospitais e eliminaria os
pobres – discurso relatado.
Fragmento 3 – História
sem graça
A precariedade das nossas
escolas cria fenômenos curiosos
Desse jeito, História não tem
graça. (...)
ele avança a teoria de que Pizón teria
sido o primeiro navegador europeu a
atingir o Brasil.– discurso relatado.
“irrefutável” – citação direta.
Três páginas adiante, a teoria já lhe
parece “a mais provável” – citação
direta.
34
oficina
Aula11
Texto 4
Título da
resenha
Assunto
(resumo)
Referência ao autor
da obra resenhada
Citações diretas (“ ”)
ou relatadas
Texto 1
O sonho de
Einstein
Questionamento
sobre a melhor
produção de
Einstein.
Para o autor...
...Pietro Greco
questiona...
“tenha perdido...
vanaguarda”
“... o
desenvolvimento
das ideias...
vigorosamente”.
Texto 2
Mundos
roubados
História de uma
arrumadeira em
busca do filho
sequestrado.
...ele constrói... Não há.
Texto 3
A festa do
século
Invasão em
festa de alta
sociedade por
seita satânica.
...neste romance de
Niccolò Ammaniti..
...- revelação da
literatura... Medo”...
Texto 4
A geração
superficial
Crítica negativa
à internet.
...em que Nocholas
Carr....Para ele...
Nicholas Carr
expõe...
“a internet está...
burros.”
Para ele... deveria ser
coibido.
35
oficina
Título da
resenha
Verbos descritivos
Verbos
narrativos
Verbos
avaliativos
Objetivo
Texto 1
O sonho de
Einstein
Para o autor... “tenha
perdido...vanguarda”
Tenha tentado “o
desenvolvimento...
vigorosamente”
...se concentra
Quando ganhou
Questiona
É falsa a
ideia
Informar nome de
obra e de autor,
resumir a história,
avaliar o conteúdo,
indicar preço,
número de páginas
e editora.
Texto 2
Mundos
roubados
O mais recente
romance do autor
Por meio de
inúmeras vozes
narrativas
Quatro anos
depois
Arrumadeira
de hotel... o pai
traficou.
Tornar-se
surpresa
Informar nome de
obra e de autor,
resumir a história,
avaliar o conteúdo,
indicar preço,
número de páginas
e editora.
Texto 3
A festa do
século
No qual uma
seita invade
uma festa da
alta sociedade
para realizar um
ritual satânico
Comédia
burlesca
e crítica
social à
Itália de
Berlusconi
Revelação
da
literatura
italiana
Informar nome de
obra e de autor,
resumir a história,
avaliar o conteúdo,
indicar preço,
número de páginas
e editora.
Texto 4
A geração
superficial
...a rede inibe o
treino do cérebro...
Chega ao
Brasil...
Polêmico
livro
Informar nome de
obra e de autor,
resumir a história,
avaliar o conteúdo,
indicar preço,
número de páginas
e editora.
36
oficina
Aulas12e13
a) Rousseau: Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 28 de Junho de 1712 — Ermenonville, 2 de Julho de
1778) foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. É considerado
um dos principais filósofos do Iluminismo e um precursor do Romantismo. http://pt.wikipedia.org/wiki/
Jean-Jacques_Rousseau
b) Ferdinand de Saussure: Ferdinand de Saussure (Genebra, 26 de novembro de 1857 – Morges,
22 de fevereiro de 1913) foi um linguista e filósofo suíço, cujas elaborações teóricas propiciaram o
desenvolvimento da linguística enquanto ciência autônoma. Seu pensamento exerceu grande influência
sobre o campo da teoria da literatura e dos estudos culturais.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_de_Saussure
c) homo erectus: Homo erectus é uma espécie extinta de hominídeo que viveu entre 1,8 milhões de
anos e 300.000 anos atrás (Pleistoceno inferior e médio).
Eles mediam entre 1,30 e 1,70 m de altura, com 70 quilos e seu volume craniano era entre 750 e 1250
cm³, um aumento de cerca de 50% em relação ao seu ancestral Homo habilis. Seus esqueletos fósseis
datam de cerca de 1,5 milhão de anos atrás, e foram encontrados principalmente na África.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_erectus
d) homo sapiens: Um humano, ser humano, pessoa, gente ou homem é um animal membro da
espécie de primata bípede Homo sapiens (“homem sábio”, em latim), pertencente ao gênero Homo,
família Hominidae.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_sapiens
d) Stanley Kubrick. Stanley Kubrick (Nova Iorque, 26 de julho de 1928 — Hertfordshire, 7 de março
de 1999) foi um dos cineastas mais importantes de todos os tempos, responsável por uma carreira
notável e bem estruturada. Uma de suas obras notáveis é baseada no livro A Clockwork Orange (br: A
Laranja Mecânica), de 1971, de Anthony Burgess, focado na violência humana e, principalmente, na da
juventude.
37
oficina
Aulas14e15
INTRODUÇÃO:
Início: “Ser o mais abrangente compêndio...”
Término: “... dos contextos técnicos e históricos.”
DESENVOLVIMENTO
Início: “...Como resultado, o livro, pensado...”
Término: “...a produção de cada período histórico.”
CONCLUSÃO:
Início: “Para o público em geral...”
Término: “... bons temas de pesquisa.”
INTRODUÇÃO:
Início: “Ler Amanhecer é como mergulhar em...”
Término: “... definitivamente em uma vampira.”
DESENVOLVIMENTO:
Início: “No final de Eclipse – volume anterior –, Bella ainda...”
Término: “... mas até mesmo destruí-los”
CONCLUSÃO:
Início: “Stephenie Meyer inova neste romance ao deixar...”
Término: “...Ou seja, quando finalmente amanhecer.”
RESUMO (descrição/
narração)
AVALIAÇÃO
“Magrinha e de cabelos....
alguém a desmascare”
Dirigido com segurança.... o fim
inevitável da farsa terá de adquirir”.
38
oficina
RESUMO/DESCRIÇÃO /NARRAÇÃO AVALIAÇÃO
“...O Havaí é um paraíso... a menor
, e Alexandra”... “Scottie começa a
conhecer... essas coisas infernais”...
“É nesse pano de fundo que Payne dispõe...
e a herança pela qual é responsável”
Aula18
Fragmento 3
Fragmentos Referências ao autor/ obra resenhada
Fragmento 1 Como é dito na introdução....
Fragmento 2 esse livro foca...
Fragmento 3 a autora remete..... neste livro.
Aula20
Exercício 1
a) Resposta: por outro lado/ também/ que/ entre/ e/ através da/
b) Resposta: a partir desta/ até mesmo/ e quando/ que não só... mas até mesmo...
c) Resposta: ao contrário/ que/ ainda/ desde a
d) Resposta: também, embora, a não ser, ao passo que, se
39
oficina

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  • 1.
  • 2. 2 oficina Oficina Disciplina Língua Portuguesa III - Parte II Autora Profª. Márcia Arouca
  • 3. 3 oficina Aula 10 - Presença da “voz”do resenhador e da “voz” do autor do texto Objetivo: Conhecer a “voz” do resenhador e a “voz” do autor do texto. Uma das características mais destacadas das resenhas é que apresentam “vozes” interagindo: a voz do resenhador e a voz do autor do texto resenhado, na perspectiva do resenhista. Algumas vezes a voz do autor da obra aparece em forma de citação direta, com a utilização de aspas “ ”; outras vezes, em forma de relatos do autor da resenha, através do uso de verbos como retrata, mostra, expressa, afirma, entre outros. MODELO: Leitura, fragmentos e preenchimento de quadro Fragmento1: Vigiar e Punir... Duas formas de poder são apresentadas à luz do direito penal: nos regimes absolutistas, é delineado um poder que se exercia e se reafirmava por meio do severo exercício da punição; no mundo emergente pós-revolução francesa, vemos a caracterização daquilo que Foucault chama de sociedade disciplinar, uma modalidade de poder que perduraria até nossos dias e que tem como viés em relação ao direito penal a preocupação com o vigiar e disciplinar. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAoHkAB/vigiar-punir-michel-foucault Fragmento2: Aventuras de ‘Tintim’ são a nova magia de Spielberg Filme de Steven Spielberg venceu o Globo de Ouro de melhor animação e concorre a diversos outros prêmios 19 de janeiro de 2012 | 11h 53 Uma vez, Steven Spielberg descreveu Tintim, o personagem criado nos quadrinhos do desenhista belga Hergé (1907-1983), como “o Indiana Jones para crianças”. Nada mais lógico, portanto, que o diretor americano um dia se dedicasse a levar para a tela a história, o que ele faz com grande fidelidade ao visual original em As aventuras de Tintim. Tintim forma dupla com o capitão Haddock
  • 4. 4 oficina Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,aventuras-de-tintim-sao-a-nova-magia- de-spielberg,824633,0.htm Voz do autor da resenha Voz do autor da obra Fragmento 1 No mundo emergente pós-revolução francesa vemos a caracterização daquilo.... ... ...que Foucault chama de sociedade disciplinar. (citação indireta ou discurso relatado) Fragmento 2 Nada mais lógico, portanto, que o diretor americano um dia se dedicasse a levar para a tela a história, o que ele faz com grande fidelidade ao visual original em As aventuras de Tintim. Uma vez, Steven Spielberg descreveu Tintim, o personagem criado nos quadrinhos do desenhista belga Hergé (1907-1983) – discurso relatado. "o Indiana Jones para crianças" – citação direta. Exercício1: Leia os fragmentos de resenhas e preencha o quadro, como foi feito no modelo apresentado. Fragmento1: Ensaio capta a utopia e a dor do Brasil que não somos HELOISA MARIA MURGEL STARLING especial para a Folha Cerca de meio século passado, o que torna o livro de Fernando de Barros e Silva, editor de Brasil, “Chico Buarque”, um dos melhores trabalhos já escritos sobre a obra do artista é precisamente o esforço de trazer à tona, como fio unificador de uma obra imensa e variada, o projeto de construção de uma narrativa musical e literária sobre os descompassos dessa nacionalidade permanentemente deslocada, sempre em trânsito, sempre distante daquilo que é comum. Descompassos que na obra de Chico vão Livro Interpreta Chico Buarque e revela a extensão de sua obra
  • 5. 5 oficina contaminando os princípios formadores da sociedade brasileira até hoje. Organizado sob a forma do ensaio, “Chico Buarque” é construído em torno de uma ideia: tentar desvendar em palavras e imagens a metáfora de Brasil implícita na produção do artista. Essa capacidade de dizer o país dentro de uma perspectiva não convencional, argumenta Barros e Silva, está constituída sempre a partir das margens, num deslocamento de significado, por exemplo, entre o que virá e não vem, entre o que é tão recente que permanece à espera de conclusão, tão deteriorado que também não conseguiu envelhecer. Ou ainda, entre o que poderia ter sido e que, por falta de história, coube à imaginação do artista inventar. Fragmento2: Baboseira pura Frei charlatão defende que creme de babosa é remédio contra o câncer [...] Apesar de incluir um capítulo sobre a composição química da babosa, o livro de frei Romano Zago parece ter sido escrito no século XVII, quando os jesuítas cavavam raízes para curar gases e picadas de cobra. Os jesuítas pelo menos tinham pretensões racionais, enquanto o frei age como um pajé. Sua fé no mingau de babosa é inabalável (apesar da diarreia que provoca), mas ele não deixa de lembrar que outros remédios para o câncer também estão disponíveis, entre os quais água, urina, urtigão, muçurum e cal misturada com azeite. Só mesmo a medicina é olhada com desconfiança — ainda que o padre, benevolamente, se preocupe em não “humilhar a benemérita classe médica”. Frei Zago chega a sugerir uma conspiração para manter elevado o número de cancerosos, o que enriqueceria os hospitais e eliminaria os pobres. Isto, para dizer que, além de todas as vantagens, seu remédio ainda tem mais esta: é baratíssimo e está ao alcance de todos. Não bastasse o tema, o estilo de Romano Zago é gorduroso e enjoativo, a ponto de ser perigoso para a saúde. Em resumo: não existe palavra melhor para descrever o livro do que... baboseira. Zago: ideias do século XVII e atitude de pajé Foto: Fernanda Davoghio
  • 6. 6 oficina Fragmento3: História sem graça A precariedade das nossas escolas cria fenômenos curiosos. A Viagem do Descobrimento (editora Objetiva; 137 p., R$16,00) do jornalista Eduardo Bueno, entrou para a lista dos mais vendidos..... é uma história asséptica, de múltipla escolha, sem riscos, em que o passado não tem influência sobre o presente. Nas raras ocasiões em que Bueno ousa afirmar alguma coisa, logo se arrepende. Por exemplo: ele avança a teoria “irrefutável”de que Pizón teria sido o primeiro navegador europeu a atingir o Brasil. Três páginas adiante, a teoria já lhe parece “a mais provável”. Desse jeito, História não tem graça. [...] Diego Mainardi. Revista Veja. 09 de dezembro de 1998. Voz do autor da resenha Voz do autor da obra Fragmento 1 – Ensaio capta a utopia e a dor do Brasil que não somos Fragmento 2 – Baboseira Pura
  • 7. 7 oficina Fragmento 3 – História sem graça Aula 11 - Exercícios de fixação Objetivo: Analisar as resenhas: títulos, assunto, referência ao autor da obra resenhada e citações; análise de resenhas: seleção linguística de verbos e definição de objetivo da resenha. Exercício1: Leia os textos e preencha os quadros Texto 1: O sonho de Einstein O jornalista de ciências italiano Pietro Greco questiona o consenso entre os acadêmicos segundo o qual o melhor da produção de Albert Einstein (1879-1955) a se concentra entre 1905 e 1917, quando ganhou o Nobel. Para o autor, é falsa a ideia de que Einstein “tenha perdido o interesse pela pesquisa de vanguarda” ou tenha tentado impedir “o desenvolvimento das ideias novas que, apesar dele, avançavam vigorosamente”. Editora UNICAMP/trad. Letizia Zini/152 p./R$ 36,00
  • 8. 8 oficina Texto 2: Mundos Roubados Quatro anos depois de “Senhor Pip” tornar-se a surpresa entre os finalistas do Man Booker Priz (que naquele ano acabou ficando com “O Encontro”, de Anne Enright), sai no Brasil o mais recente romance do autor, o neozelandês Lloyd Jones. Por meio de inúmeras vozes narrativas, ele constrói a história de Inês, a arrumadeira de hotel tunisiana que parte ilegalmente para a Europa em busca do filho que o pai traficou. Rocco/ trad. Lea Viveiros de Castro/ 288 p. R$37,50. Texto 3: A Festa do Século Comédia burlesca e crítica social à Itália de Berlusconi se misturam nesse romance de Niccolò Ammaniti – revelação da literatura italiana com “Não tenho medo” –, no qual uma seita invade uma festa da alta sociedade para realizar rituais satânicos. Bertrand Brasil/ trad. Joana Angélica d”’Avila Melo / 336p. R$39,00. Texto 4: A Geração superficial Chega ao Brasil o polêmico livro em que Nicholas Carr expõe sua tese de que a “internet está nos deixando mais burros”. Para ele, a rede inibe o treino do cérebro para a reflexão e introspectiva própria da leitura de livros, e o emprego intensivo de computadores nas escolas deveria ser coibido. Agir. Trad. Mônica Gagliotti Fortunato Friaça/ 384p. R$49,90. Título da resenha Assunto (resumo) Referência ao autor da obra resenhada Citações diretas (“ ”) ou relatadas Texto 1
  • 9. 9 oficina Texto 2 Texto 3 Texto 4 Título da resenha Verbos descritivos Verbos narrativos Verbos avaliativos Objetivo Texto 1 O sonho de Einstein .
  • 11. 11 oficina Aula 12 e 13 - Macroestrutura e resenha Objetivo: Conhecer a macroestrutura da Resenha: introdução, desenvolvimento, conclusão. Na introdução, fazemos a apresentação com informações sobre o autor e sobre o objeto a ser resenhado, inserindo-os em um contexto histórico e social. Já no desenvolvimento, ressaltamos as informações mais importantes sobre o objeto resenhado (resumo) e inserimos uma tese, ou seja, a base do texto – a ideia a ser discutida. É o momento de elaborarmos os argumentos, estabelecendo relações e comparações entre objetos e evidenciando a crítica, a apreciação, a qual persuadirá o leitor. Podemos, também, dar sugestões ao autor, desde que as justifiquemos. Na conclusão, retomamos a introdução e o desenvolvimento. O texto deve ser concluído sem que nada de novo seja inserido, mas é fundamental deixarmos a apreciação final. Faça uma gentileza ao leitor e não revele o desfecho, para não perder o caráter surpresa caso ele decida ler o livro, assistir ao filme etc. A resenha é uma produção completa: deve conter as informações mais importantes sobre o objeto (resumo) e argumentos que o avaliem, sendo, portanto, um trabalho que exige maturidade intelectual, como você já observou nas resenhas trabalhadas. O objetivo da resenha é fazer uma análise crítica, avaliando e dando informações sobre o objeto resenhado, a fim de ajudar o leitor a tomar uma decisão; por essa razão, é fundamental uma avaliação criteriosa por parte de quem elabora a resenha. Essas orientações indicam que todo texto tem determinada estrutura e elementos linguísticos que o organizam diferentemente, por isso, podemos dizer que escrever não é um ato de pura inspiração, mas de conhecimento e prática. O conhecimento das partes e dos elementos que compõem determinado tipo texto implica sucesso, ou não, da produção do autor. Ao finalizar a resenha, faça uma revisão. Lembre-se de que escrever é um ato responsável, por isso seu texto deve apresentar coerência e coesão e o uso da linguagem na norma (variante) padrão. O quadro 1 sintetiza o processo de elaboração da resenha. REFERÊNCIA (dados do autor, publicação, local, editora, ano, exposição etc. Esses dados dependem do objeto resenhado). TÍTULO (deve ser criativo, diferente do título da obra). INTRODUÇÃO (apresentação com informações sobre o autor e sobre o objeto a ser resenhado, inserindo-os em um contexto histórico e social).
  • 12. 12 oficina DESENVOLVIMENTO (resumo do texto /filme/livro etc. e inserção de tese e argumentos). CONCLUSÃO (fechamento do texto, retomando a introdução, o desenvolvimento e a apreciação final). Agora, você vai ler uma resenha que apresenta um tom mais acadêmico, e acompanhará a identificação da macroestrutura dessa resenha. Vai também perceber porque temos insistido no fato de que a resenha exige, sob certa medida, um determinado amadurecimento intelectual. CUNHA, Rodrigo. A guerra do fogo. Disponível em: <http://www.comciencia.br>. Acesso em: 25 out. 2009. Resenha: A Guerra do Fogo (La Guerre du feu, 1981, FRA/CAN) Dir.: Jean-Jacques Annaud. Com: Everett McGill, Rae Dawn Chong, Ron Perlman, Nameer El Kadi. por Rodrigo Cunha Um dos temas que envolvem a discussão sobre a naturalidade da linguagem falada é o que versa sobre a sua origem. O filme A Guerra do Fogo, de Jean-Jacques Annaud, é uma interessante especulação a esse respeito, e ajuda a refletir sobre a questão. Ofilmetratadedoisgruposdehominídeospré-históricos:umquecultuava o fogo como algo sobrenatural e outro que dominava a tecnologia de fazer o fogo. Em termos de linguagem, o primeiro não está muito longe dos demais primatas, emitindo gritos e grunhidos quase na totalidade vocálicos. Esse tipo de comunicação assemelha-se ao que Rousseau considera, em seu Ensaio sobre a origem das línguas, como a primeira manifestação de linguagem no homem, que é a expressão de suas paixões, como a dor e o prazer. Já o segundo grupo parece ter uma comunicação mais complexa, com maior número de sons articulados. Há outros elementos culturais, como habitações e ritos, que denotam um maior grau de complexidade do segundo grupo com relação ao primeiro. No que concerne apenas à questão da linguagem, uma possível interpretação seria a seguinte: em um determinado estágio de sua evolução biológica, o homem, já se locomovendo como bípede e tendo suas mãos livres, aprendeu a manipular instrumentos, a interferir no seu meio e a fazer, dentre outras coisas, o fogo. A necessidade de preservação desse conhecimento, dessa tecnologia, levou-o a sofisticar a
  • 13. 13 oficina sua capacidade de comunicação. A princípio, sua linguagem pode ter sido meramente gestual, mas ele descobriu que os sons também poderiam se prestar a essa função. Assim como, ao tornar-se Homo Erectus viu-se com as mãos livres (antes usadas principalmente na locomoção) e descobriu que poderia usá-las para manipular as coisas; assim como, ao tornar-se Homo Sapiens descobriu que poderia usar essa capacidade de manipulação para interferir no seu meio; da mesma forma, descobriu que os órgãos utilizados para funções vitais como a respiração e a digestão, também serviam para emitir sons.Apartir do momento em que aprendeu a diversificar os sons através das articulações, conseguiu aumentar as possibilidades de combinação entre eles. Uma vez estabelecidas determinadas convenções entre os seus semelhantes, possibilitou-se a troca de informações (como a tecnologia de fazer o fogo) de um indivíduo para o outro. A sofisticação da linguagem serviu para facilitar a comunicação de uma informação complexa, talvez não expressável meramente pelo gesto. Portanto, como diria o pai da Linguística Moderna, Ferdinand de Saussure, “não é a linguagem que é natural ao homem, mas a faculdade de construir uma língua, vale dizer: um sistema de signos distintos correspondentes a ideias distintas”. As divagações acima são apenas leituras possíveis do interessante filme de Annaud. E os indícios linguísticos (a distinção entre a linguagem de uma tribo e de outra) foram pensados pelo foneticista Anthony Burgess, que assina o roteiro. Burgess ficou conhecido pelo livro Laranja Mecância, que foi adaptado para o cinema por Stanley Kubrick. A Guerra do Fogo, com roteiro de Burgess e direção de Annaud, pode ser monótono e cansativo para quem não tem curiosidade pelo tema. Mas aqueles que se interessam não só pela origem da linguagem, mas pelas raízes da espécie humana e pelo florescer da razão e das tecnologias, irão apreciar o filme. Modelo de macroestrutura de resenha INTRODUÇÃO: Um dos temas que envolvem a discussão sobre a naturalidade da linguagem falada é o que versa sobre a sua origem. O filme A Guerra do Fogo, de Jean-Jacques Annaud, é uma interessante especulação a esse respeito, e ajuda a refletir sobre a questão. OU (você pode indicar as partes do texto com as primeiras e últimas palavras) Início: “Um dos temas que envolvem...” Término: “... a refletir sobre a questão”.
  • 14. 14 oficina DESENVOLVIMENTO: O filme trata de dois grupos de hominídeos pré-históricos: um que cultuava o fogo como algo sobrenatural e outro que dominava a tecnologia de fazer o fogo. Em termos de linguagem, o primeiro não está muito longe dos demais primatas, emitindo gritos e grunhidos quase na totalidade vocálicos. Esse tipo de comunicação assemelha-se ao que Rousseau considera, em seu Ensaio sobre a origem das línguas, como a primeira manifestação de linguagem no homem, que é a expressão de suas paixões, como a dor e o prazer. Já o segundo grupo parece ter uma comunicação mais complexa, com maior número de sons articulados. Há outros elementos culturais, como habitações e ritos, que denotam um maior grau de complexidade do segundo grupo com relação ao primeiro. (RESUMO) No que concerne apenas à questão da linguagem, uma possível interpretação seria a seguinte: em um determinado estágio de sua evolução biológica, o homem, já se locomovendo como bípede e tendo suas mãos livres, aprendeu a manipular instrumentos, a interferir no seu meio e a fazer, dentre outras coisas, o fogo. A necessidade de preservação desse conhecimento, dessa tecnologia, levou-o a sofisticar a sua capacidade de comunicação. A princípio, sua linguagem pode ter sido meramente gestual, mas ele descobriu que os sons também poderiam se prestar a essa função. Assim como, ao tornar-se Homo Erectus viu-se com as mãos livres (antes usadas principalmente na locomoção) e descobriu que poderia usá-las para manipular as coisas; assim como, ao tornar-se Homo Sapiens descobriu que poderia usar essa capacidade de manipulação para interferir no seu meio; da mesma forma, descobriu que os órgãos utilizados para funções vitais como a respiração e a digestão, também serviam para emitir sons.Apartir do momento em que aprendeu a diversificar os sons através das articulações, conseguiu aumentar as possibilidades de combinação entre eles. Uma vez estabelecidas determinadas convenções entre os seus semelhantes, possibilitou-se a troca de informações (como a tecnologia de fazer o fogo) de um indivíduo para o outro. A sofisticação da linguagem serviu para facilitar a comunicação de uma informação complexa, talvez não expressável meramente pelo gesto. Portanto, como diria o pai da Linguística Moderna, Ferdinand de Saussure, “não é a linguagem que é natural ao homem, mas a faculdade de construir uma língua, vale dizer: um sistema de signos distintos correspondentes a ideias distintas”. Início: “No que concerne a...” Término: “... correspondentes a ideias distintas.” CONCLUSÃO (Avaliação) As divagações acima são apenas leituras possíveis do interessante filme de Annaud. E os indícios linguísticos (a distinção entre a linguagem de uma tribo e de outra) foram pensados pelo foneticista Anthony Burgess, que assina o roteiro. Burgess ficou conhecido pelo livro Laranja Mecância, que foi
  • 15. 15 oficina adaptado para o cinema por Stanley Kubrick. A Guerra do Fogo, com roteiro de Burgess e direção de Annaud, pode ser monótono e cansativo para quem não tem curiosidade pelo tema. Mas aqueles que se interessam não só pela origem da linguagem, mas pelas raízes da espécie humana e pelo florescer da razão e das tecnologias, irão apreciar o filme. Início: “As divagações acima são apenas...” Término: “.. e das tecnologia, irão apreciar o filme.” Nem todas as resenhas podem ser divididas, assim, de modo quase linear. Mas, às vezes, acontece. Você pode começar desse modo e, depois, ir modificando o início de seus textos, fazendo referências jocosas (engraçadas), referências a outras obras, indicando de imediato o nome do livro e ou de outros livros e assim por diante. Você também encontra resenhas compostas por apenas um parágrafo, mas lendo-a podemos identificar o início, o resumo (desenvolvimento) e a conclusão (recomendação ou não do resenhador ou resenhista) Exercício 1: Nesta resenha acadêmica o autor faz algumas referências. Procure as referências citadas: a) Rousseau: b) Ferdinand de Saussure: c) homo erectus: d) homo sapiens:
  • 16. 16 oficina d) Stanley Kubrick. Aula 14 e 15 - Macroestrutura da resenha Objetivo: Aprofundar os conhecimentos sobre a macroestrutura da resenha. Exercício1: Com base no modelo da aula anterior (A guerra do Fogo, de Rodrigo Cunha), identifique introdução, desenvolvimento e conclusão nas resenhas que seguem: (Livro é essencial para entender a produção brasileira do século 20, de Mara Gama e Amanhecer, de Ana Lúcia Santana). Resenha1: Crítica artes plásticas (Folha Ilustrada, E1 26 de janeiro de 2012) Livro é essencial para entender a produção brasileira do século 20 MARA GAMA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Ser o mais abrangente compêndio de design gráfico sobre o país já faz do livro de Chico Homem de Melo e Elaine Ramos um trabalho essencial para quem se interessa pela cultura visual brasileira. Mas, sobre uma pesquisa extensiva – cujos detalhes estão no capítulo “Crônica do Processo de Trabalho” –, houve uma seleção criteriosa nas qualidades expressivas de cada peça, aberta à contaminação dos contextos técnicos e históricos. Como resultado, o livro, pensado inicialmente como apêndice da prestigiosa “História do Design Gráfico”, de Philip Meggs e Alston Purvis, tem mais vocação para atingir o público não especializado do que o seu modelo original, tanto pela abordagem cultural como pelos textos analíticos, concisos e leves.
  • 17. 17 oficina Revistas, livros, jornais, cartazes, capas de disco, sinais, selos e cédulas foram os grandes grupos de peças escolhidas para contar a história da criação gráfica no país a partir da vinda da família real portuguesa e a consequente autorização para impressão local, em 1808. Incluir a produção anterior à difusão do conceito de design – que se dá nos anos 1950 e 1960 – sinaliza uma perspectiva aberta. A mesma adotada por Rafael Cardoso em “O Design Brasileiro Antes do Design – 1870 - 1960”, publicado em 2005, também pela Cosac Naify. CAPAS SATÍRICAS As 1.500 peças que figuram nesta “Linha do Tempo” são apresentadas com autor, datação e análise da composição. Dez capítulos panorâmicos exploram a produção de cada período histórico. Para o público em geral, “Linha do Tempo do Design Gráfico no Brasil” é um saboroso passeio pelos repertórios de várias gerações. Estão ali desde as capas satíricas de Angelo Agostini para o jornal “Don Quixote”, ainda no século 19, os memoráveis periódicos “O Malho”, “A Maçã”, “Para Todos”, “O Cruzeiro”, e trabalhos de ilustradores como J. Carlos, K. Lixto, Paim, Belmonte, Di Cavalcanti. Há desde marcas e logotipos dos anos 1960, 1970 e 1980, de Aloisio Magalhães, Alexandre Wollner e Cauduro e Martino, até famílias de tipos dos anos 1990, como a “Quadrada”, de Priscila Farias, e a “Piercing”, de Julio Dui. Para quem quer estudar o tema, Chico Homem de Melo aponta lacunas de informação que sugerem bons temas de pesquisa. LINHA DO TEMPO DO DESIGN GRÁFICO NO BRASIL ORGANIZAÇÃO Chico Homem de Melo e Elaine Ramos EDITORA Cosac Naify QUANTO R$ 198 (744 págs.) Avaliação: ótimo Disponível em: http://sergyovitro.blogspot.com/2012/01/evolucao-em-revista.html
  • 18. 18 oficina Exercício: identificação de macroestrutura de resenha. INTRODUÇÃO: Início: “Ser o mais abrangente compêndio...” Término: “... dos contextos técnicos e históricos.” DESENVOLVIMENTO Início: “...Como resultado, o livro, pensado...” Término: “...a produção de cada período histórico.” CONCLUSÃO: Início: “Para o público em geral...” Término: “... bons temas de pesquisa.” Resenha2: Amanhecer Por Ana Lucia Santana Fonte Ler Amanhecer é como mergulhar em um universo de mitos que nos envolve de tal maneira que, subitamente, ele se transforma naúnicarealidadepossível.Nestasequência final da série Crepúsculo, a trama se torna ainda mais eletrizante, as hesitações se definem, escolhas são realizadas e o leitor finalmente saberá se Bella, a protagonista da saga, optará por continuar humana ou se converterá definitivamente em vampira. No final de Eclipse – volume anterior –, Bella ainda está dividida entre dois amores distintos, ambos do circuito mítico – o vampiro Edward e o lobisomem Jacob. Ela ainda vacila, também, entre sua condição humana e o seu futuro como vampira, pesando em sua balança interior o que conquistará e o que
  • 19. 19 oficina perderá com suas escolhas. Em Amanhecer uma nova jornada a aguarda, um casamento que a apavora, seu distanciamento da família, especialmente do pai, Charlie, e a imprevisível lua de mel, da qual ela não sabe o que realmente esperar. Tudo é mistério e incógnitas diante de si. Por outro lado, Jacob, seu melhor amigo, igualmente aspirante ao seu coração, está desaparecido, transfigurado em forma de lobo, fugindo desesperadamente diante da possibilidade de perder seu grande amor. Bella se refugia em suas fantasias, imaginando como será seu mundo ao lado de Edward, tentando conceber a si mesma como vampira, buscando a autoconfiança que não a ampara em sua identidade humana. Ela segue adiante e se torna a Senhora Cullen, cheia de expectativas e esperanças, embora sua felicidade ainda esteja incompleta, pois sabe o quanto Jacob está infeliz. A partir desta escolha de Bella, tudo pode acontecer, até mesmo o que o leitor jamais poderia esperar. E quando tudo parece se encaminhar para a resolução dos sentimentos envolvidos neste triângulo amoroso, e as feridas parecem começar a cicatrizar, a trama toma novamente um rumo inesperado, que pode não só mudar o mundo dos vampiros e dos lobisomens, mas até mesmo destruí-los. Stephenie Meyer inova neste romance ao deixar de lado o ponto de vista único, protagonizado por Bella, e ao criar, a exemplo do que já tentara em Eclipse, uma visão multíplice, ao incluir a voz de Jacob na narrativa. Esta é completamente subvertida ao assumir o ângulo do outro vértice do triângulo, ao revelar a forma como ele vê os outros personagens e o próprio enredo. É possível que o leitor até se esqueça de que, até então, a trama era conduzida pelas lembranças de Bella. Sob este ponto de vista, é possível perceber que as escolhas de Bella não transformaram definitivamente apenas o universo dos Cullen, mas também, e principalmente, o clã dos lobos. Com o desenrolar dos acontecimentos, o líder deles, Sam, vê sua autoridade, adotada por falta de um alfa legítimo, ser contestada por Jacob, que está naturalmente destinado a ocupar esta posição. Depois deste passo decisivo, nada mais será como antes. O clã está inevitavelmente fissurado. Neste volume, todos os mistérios e tramas habilmente dispostos ao longo da saga são finalmente decifrados e solucionados. Mas, até chegar a esta conclusão assombrosa, o leitor terá que se munir de nervos de aço, pois a história se desenrola de tal forma, que ele não deve estranhar se não conseguir respirar, se não depois que alcançar a margem extrema desta série. Ou seja, quando finalmente amanhecer. Disponível em: http://www.infoescola.com/livros/amanhecer/ Exercício: identificação da macroestrutura da resenha.
  • 20. 20 oficina INTRODUÇÃO: Início: “Ler Amanhecer é como mergulhar em...” Término: “... definitivamente em uma vampira.” DESENVOLVIMENTO: Início: “No final de Eclipse – volume anterior –, Bella ainda...” Término: “... mas até mesmo destruí-los” CONCLUSÃO: Início: “Stephenie Meyer inova neste romance ao deixar...” Término: “...Ou seja, quando finalmente amanhecer.” Aula 16 e 17 - Recursos de organização textual de resenhas Objetivo: Compreender os recursos de organização textual de resenhas. 1. Operações de descrição (predominante)/ narração, apreciação. Descrever é transmitir, para o leitor da resenha informações (propriedades, características) do objeto resenhado. É a operação predominante na resenha, mas, paralelamente, a resenha pode ter parágrafos narrativos, em que sobressaem aspectos relativos ao tempo e espaço e que denotam transformação ou alteração dos acontecimentos ou da abordagem de um texto (Bosco, 2008, p.149). Voltemos ao texto: A Guerra do Fogo, 2º parágrafo O filme trata de dois grupos de hominídeos pré-históricos: um que cultuava o fogo como algo sobrenatural e outro que dominava a tecnologia de fazer o fogo. Em termos de linguagem, o primeiro não está muito longe dos demais primatas, emitindo gritos e grunhidos quase na totalidade vocálicos. Esse tipo de comunicação assemelha-se ao que Rousseau considera, em seu Ensaio sobre a origem das línguas, como a primeira manifestação de linguagem no homem, que é a expressão de suas paixões, como a dor e o prazer. Já o segundo grupo parece ter uma comunicação mais complexa, com maior número de sons articulados. Há outros elementos culturais, como habitações e ritos, que denotam um maior grau de complexidade do segundo grupo com relação ao primeiro. (DESCRIÇÃO/NARRAÇÃO: RESUMO)
  • 21. 21 oficina Apreciar é expressar uma opinião própria sobre as qualidades ou não qualidades da obra, objeto da resenha. Não se trata de “achismos”, mas sim de avaliações justificadas por argumentos. Ainda o texto Guerra do Fogo A Guerra do Fogo, com roteiro de Burgess e direção de Annaud, pode ser monótono e cansativo para quem não tem curiosidade pelo tema. Mas aqueles que se interessam não só pela origem da linguagem, mas pelas raízes da espécie humana e pelo florescer da razão e das tecnologias, irão apreciar o filme. Exercício: Leia as resenhas a seguir e preencha o quadro. Resenha1: TOMBOY (França, 2011. Estreia no país nexta sexta-feira) Magrinha e de cabelos curtos, sempre vestida com bermuda e camiseta, Laure, de 10 anos, poderia passar por um menino – e é isso que ela decide fazer quando se muda de Paris para um subúrbio. Num impulso, Laure (a maravilhosa Zoé Hèran) se apresenta à garota Lisa (Jeanne Disson) e ao restante da criançada que mora por ali como Mickäel. Ninguém vê motivo para duvidar: Mickäel joga bem futebol, gosta das mesmas brincadeiras e até ensaia um namorico com Lisa. E Laure, todos os dias, se divide entre o estado de graça de ser quem deseja ser e a angústia de que alguém a desmascare. Dirigido com segurança por Cèline Sciamma, Tomboy (cuja tradução aproximada seria “moleque” ou “moleca”) não tem opinião formada sobre a crise de identidade de sua protagonista: pode ser definitiva, pode ser uma fase e certamente não tem razões trágicas, já que Laure tem pais amorosos, que deixam um espaço respeitoso em torno da filha – que, como sua querida irmã menor, aguarda ansiosa a chegada de um novo bebê à família. Com franqueza admirável, o filme transporta a plateia para o impasse de Laure/ Mickäel e dimensiona o significado tremendo que o fim inevitável da farsa terá de adquirir. (Revista Veja – 11 de janeiro de 2012, p.112.)
  • 22. 22 oficina RESUMO (descrição/narração) AVALIAÇÃO Resenha2: Diretor usa Havaí como metáfora para vida socialmente aceitável e sem valores O Havaí é o paraíso do lugar-comum: hula-hula, natureza e nativas seminuas são parte do imaginário universal. Alexander Payne situou seus “Descendentes” bem ali – e dificilmente por acaso. É onde vivem o advogado Matt (George Clooney) e a mulher. Esta, aliás, não vive: vegeta numa cama após um acidente. Mas Matt fala com ela como nunca lhe falou antes. Têm duas filhas, Scottie, a menor, e Alexandra. Scottie começa a conhecer o pai agora, quando a mãe se encontra entre a vida e a morte. Matt tem um problema em mãos: deve decidir para quem venderá um lote de terra virgem. O negócio vai render um dinheirão. Mas o local será ocupado por turismo, resort, essas coisas infernais. É nesse pano de fundo que Payne dispõe suas peças, seus personagens e o problema que trabalha. Nesse espaço formado por uma série de ilhas, todo homem é uma ilha: permanece fechado em si mesmo, incapaz de se relacionar verdadeiramente. Os personagens se comunicam quase sempre por meio de lugares-comuns. Alexandra comporta-se a princípio como uma rebelde sem causa saída de um filme de 1950. Scottie agride coleguinhas. O avô da menina repete cantilenas sobre as maravilhas da filha e as deficiências do genro. Tudo como se espera... O que sai do script: Matt enfrentará uma crise ao saber que a mulher tinha um caso. É uma dessas questões que fazem um homem perguntar: “Quem sou eu?”. E com intensidade ainda maior se não puder esperar respostas. Talvez o mérito do filme seja fazer do Havaí um lugar de compreensão do contemporâneo. Ou seja, onde nos contentamos em trocar lugares-comuns e levar uma vida socialmente aceitável, ainda que dilacerada nos valores.
  • 23. 23 oficina Se é aos poucos que vai isolando seus personagens, mostrando-os mais sós e desprovidos de sentido, é quase de pancada que Payne levará seu protagonista a se voltar a seus antepassados e, a partir deles, a refletir sobre si mesmo, a família e a herança pela qual é responsável. OS DESCENDENTES DIREÇÃO Alexandre Payne. PRODUÇÃO EUA, 2011. ONDE Iguatemi Cinemark, Espaço Unibanco, Pompeia e circuito. CLASSIFICAÇÃO 12 anos. AVALIAÇÃO bom. RESUMO/DESCRIÇÃO /NARRAÇÃO AVALIAÇÃO Aula 18 - Operações de referência ao autor do texto fonte/base Objetivo: Compreender o estabelecimento da ponte entre a resenha e a obra resenhada. Palavras ou expressões utilizadas por um resenhador para fazer referência à obra resenhada ou partes dela. Esse livro, esse trabalho, esse texto, o livro em questão, a obra, o capítulo em questão, nesse capítulo, no capítulo x (nome do capítulo), nessa parte, nesse trecho, nessa passagem, nesse item, no item x, no início do......, no final do....., na primeira parte, no primeiro item, na página x, em seguida etc.
  • 24. 24 oficina Palavras e recursos utilizados por um resenhador para fazer referência ao autor da obra resenhada Nome do autor, sobrenome, o autor, elipses etc. Palavras e/ou expressões utilizadas pelo autor de uma resenha para relacionar o autor da obra resenhada com o conteúdo da obra. Para x, para o autor, conforme o autor , de acordo com x etc. Verbos e/ou expressões utilizadas por um resenhador na introdução do discurso do autor da obra resenhada Afirma, expressa, considera, refere-se a, descreve, adota, aborda, examina, acrescenta, entende, compreende, acrescenta, admite, determina, critica, percebe, revela, compara, propõe,busca, procura, responde a, indaga, descarta, verifica, conclui, indaga, estabelece, esclarece, faz uma observação, tece considerações, divide o livro em cinco.... etc Exercícios: Identifique recursos adotados nos fragmentos. Fragmento 1: ... Como é dito na introdução, numa altura em que tendências recentes têm valorizado o papel social na construção do conhecimento matemático dos alunos é importante aprofundar o conhecimento relativo ao tema da Sociologia da Matemática e contribuir, assim, para uma maior articulação entre esta e a Educação Matemática. .... Sociologia da Matemática. Cadernos de Educação e Matemática, número 3, grupo TEM, APM, Lisboa, 1998, 133 p. /p.22
  • 25. 25 oficina Fragmento2: [ Livro ] A Experiências de Sirius De Bruno Portella |Publicado em: 14/09/2011|Comentários [0] Enquanto Shikasta, o primeiro livro da série nos dá todo um panorama da colonização da Terra por Canopus (que ocupa o hemisfério norte),As Experiências de Sirius foca justamente no sistema planetário responsável por colonizar o Hemisfério Sul da Terra. Mas ao contrário de Shikasta que recontava a história através de relatórios oficiais e o diário da irmã de um dos emissários encarnados, esse livro foca nas aflições de uma personagem chamada Ambien II, uma embaixatriz do alto escalão de Sirius, que pouco a pouco começa a questionar o pensamento de seu próprio império. Disponível em: http://sandubadequeijo.com.br/site/?cat=333&gclid=CJKRzIbt8K0CFQOR7QodYCnP ug Fragmento3: Em Lua Nova a autora remete seus personagens a um passado longínquo, às origens de sua própria história. Os mitos quileutes apenas esboçados anteriormente ganham forma concreta neste livro. (Lua Nova, Por Ana Lucia Santana Fragmentos Referências ao autor/ obra resenhada Fragmento 1 Fragmento 2 Fragmento 3 Aula 19 - Mecanismos de Introdução de relações da obra resenhada com outras obtras Objetivo: Conhecer os mecanismos para a citação de outros autores que corroborem a avaliação do resenhista. Muitas vezes o resenhador, estabelece relações entre a obra que ele está resenhando e outras obras. Isto demonstra maturidade intelectual e conhecimento do autor sobre o assunto. Trata-se de um fenômeno de intertextualidade, isto é, diálogos entre texto e expressão de leituras e de conhecimento de mundo. Voltemos à Resenha Guerra do fogo, de Rodrigo Cunha, da aula 12:
  • 26. 26 oficina Parágrafo 2 “Esse tipo de comunicação assemelha-se ao que Rousseau considera, em seu Ensaio sobre a origem das línguas, como a primeira manifestação de linguagem no homem [,..]” Parágrafo 3 “Portanto, como diria o pai da Linguística Moderna, Ferdinand de Saussure, “não é a linguagem que é natural ao homem, mas a faculdade de construir uma língua, vale dizer: um sistema de signos distintos correspondentes a ideias distintas”. Parágrafo 4 “E os indícios linguísticos (a distinção entre a linguagem de uma tribo e de outra) foram pensados pelo foneticista Anthony Burgess, que assina o roteiro. Burgess ficou conhecido pelo livro Laranja Mecânica, que foi adaptado para o cinema por Stanley Kubrick.” Identifique como o autor da resenha referiu-se a outros autores ou obras. Leia a resenha a seguir e faça o que se pede: Cinema Os mortos também amam Crepúsculo, a adaptação do primeiro livro da série da escritora Stephenie Meyer sobre um vampiro adolescente e sua paixão impossível, é mesmo um fenômeno: agrada ao público jovem pregando a virtude e a castidade. Isabela Boscov É verdadeiramente química a paixão que Edward Cullen sente por Bella Swan: antes mesmo de vê-la, a distância, na cafeteria da escola, o aroma do sangue da menina desperta nele um instinto primitivo e quase irresistível. Também Bella experimenta uma atração poderosa por Edward, embora um pouco mais comum. A não ser por esse cheiro inebriante, ela é uma adolescente como qualquer outra, ao passo que ele é um vampiro, que há nove décadas permanece nos 17 anos. E, se isso não é uma maldição – viver a eternidade na fase mais tormentosa da adolescência, rematriculado ano após ano no ensino médio –, então nada há de ser. Mais difícil que isso, só apaixonar-se perdidamente e não poder manifestar essa paixão exceto pelos gestos mais castos. Um abraço aqui, um beijo ali, e Edward já mal consegue frear no sinal vermelho. Avançá-lo, no caso dele, implica mais do que sexo. Significa também sorver o sangue de Bella e trazê-la para as fileiras dos mortos-vivos. Para Edward, que como toda a
  • 27. 27 oficina sua família abdicou do sangue humano, ceder àquele instinto ancestral de verter o sangue da amada (e o sentido aí é tão claramente associado à virgindade que nem se pode dizê-lo duplo sentido) seria tornar-se ainda mais monstruoso do que ele já julga ser. Não há, na história de Crepúsculo (Twilight, Estados Unidos, 2008), que estreia nesta sexta-feira no país, nem um traço de ironia. Amor é amor mesmo, renúncia também. E essa talvez seja a chave do sucesso tanto da série escrita pela americana Stephenie Meyer, que já vai pelo quarto livro, quanto desta adaptação de seu primeiro episódio: devolver a uma geração de adolescentes um tipo de romantismo que parecia descartado – o tipo que crê nos sentimentos genuínos, e que prega esperar não apenas pela pessoa certa, mas pela hora certa. Stephenie Meyer é mórmon. O que não significa que viva fora do mundo nem que seja irremediavelmente pudica. Em seus livros (que inspiram devoção em alguns e perplexidade ante tamanha devoção em outros), ela tira pleno partido da situação altamente erótica desse casal. O que, aliás, serve tanto melhor ao seu propósito de advogar o autocontrole: onde não existe tentação, não existe mérito em resistir a ela. Como de boba a diretora Catherine Hardwicke também não tem nada, estes são os aspectos que ela reforça no filme: o da embriaguez da paixão que fulmina Edward e Bella e o do atordoamento de que eles são tomados a cada vez que quase chegam lá, e então recuam. É isso que Catherine, conhecida pelos dramas adolescentes Aos Treze e Os Reis de Dogtown, faz melhor – capturar, em seus jovens atores, o redemoinho de emoções dessa etapa da vida. Graças a esse talento, Crepúsculo resiste bem, ao menos do ponto de vista do público a que se dirige, a alguns entrechos desajeitados e aos efeitos malfeitinhos. Não é por nada disso, afinal, que a plateia está lá. É para também ela se atordoar com tanto amor impossível se desenrolando contra as paisagens turvadas por névoa e chuva da costa noroeste americana – esta, sim, lindamente fotografada. O fato de Crepúsculo ser um filme assim sincero (além de barato, a um custo de 37 milhões de dólares, já quase quintuplicados em três semanas desde seu lançamento) não quer dizer que se exima de recorrer a um truque oportunista já consagrado em outras produções primordialmente destinadas à plateia feminina. Interpretado por Robert Pattinson, que foi o Cedric Diggory de Harry Potter e a Ordem da Fênix, Edward é alto, tem traços aristocráticos, gosto impecável (vampiros, como é sabido, têm grande senso fashion) e olhos que queimam quando se olha dentro deles. Kristen Stewart, como Bella, é independente, curiosa e graciosa – mas não mais do que graciosa. Juntar atores de beleza extrema a atrizes de beleza simplesmente humana é uma maneira eficaz de telegrafar a mensagem de que mesmo quem não tem porte de princesa pode achar um príncipe para chamar de seu. Ainda que ele esteja mais morto do que vivo. Disponível em: http://veja.abril.com.br/171208/p_172.shtml. Acesso em: 17/01/2012.
  • 28. 28 oficina 1. Identifique alguns fragmentos, na resenha “Os mortos também amam”, de Isabela Boskov, em que apareça alguma referência a algum autor ou obra: Fragmentos: Aula 20 - Coesão e coerência Objetivo: Compreender o que são os organizadores textuais. Os organizadores textuais servem para relacionar as partes de um texto, tornando-o coeso e coerente, isto é, estabelecendo sentido entre elas. São empregados para “ligar” grandes partes do texto ou pequenas orações e períodos. Organizadores Textuais: Organizadores textuais Função/ sentido possível E, além de, não só.... mas também, não apenas.... mas também, também, ainda, como se isso não bastasse, ao mesmo tempo que, e outros. Ligar dois argumentos a favor de uma mesma conclusão. Mas, porém, contudo, entretanto, não obstante, apesar de, ainda que, ora, ao contrário etc. Introduzir argumento contrário. Aliás, além do mais, por sinal etc. Introduzir argumento decisivo. Até, até mesmo, mesmo, inclusive etc. Assinalar argumento mais forte. Isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras etc. Esclarecer, ratificar ou desenvolver argumento anterior. Assim como, tanto... quanto, como, tal... como, da mesma forma, melhor que... etc. Comparar argumentos. Afinal, em suma, em resumo, concluindo etc. Introduzir justificativa do que foi escrito anteriormente, encaminhando para a conclusão.
  • 29. 29 oficina Pois, porque, já que, por força de etc. Introduzir argumento que justifica o anterior. Apenas, unicamente, exclusivamente, somente etc. Indicar restrição. Se, caso etc. Introduzir uma suposição. Tal... que, tão... que, tanto... que, assim como etc. Introduzir argumento que decorre do anterior. Por exemplo, como ilustração, etc. Introduzir um exemplo. Ou... ou, ora... ora, quer... quer etc. Assinalar a distinção entre dois argumentos. Exercício1: Identifique os fragmentos organizadores textuais (mínimo três) em: a) Por outro lado, Edward também realiza uma viagem rumo ao desconhecido, na mesma direção do destino que marca a relação entre amantes que se vêem sem saída, no melhor estilo Romeu e Julieta. Esta história clássica, de repente, parece transportar Bella e seu amado à mesma trajetória de desencontros, mal-entendidos, ameaças e morte. E leva a protagonista a mergulhar sua existência em um estado de completo vazio emocional, um árduo caminho que, através da dor, a conduz inevitavelmente à maturidade. Resposta: por outro lado/ também/ que/ entre/ e/ através da/ b) A partir desta escolha de Bella, tudo pode acontecer, até mesmo o que o leitor jamais poderia esperar. E quando tudo parece se encaminhar para a resolução dos sentimentos envolvidos neste triângulo amoroso, e as feridas parecem começar a cicatrizar, a trama toma novamente um rumo inesperado, que pode não só mudar o mundo dos vampiros e dos lobisomens, mas até mesmo destruí-los. (Isabela Boscov. Veja Abril 2011) Resposta: a partir desta/ até mesmo/ e quando/ que não só... mas até mesmo... c) Ao contrário do esperado na continuação de uma obra que ocupou por muito tempo o primeiro lugar na lista dos mais vendidos nos mais conceituados veículos literários, Lua Nova é ainda mais eletrizante, hipnótico e sedutor, conquistando o leitor desde as primeiras linhas. Resposta: ao contrário/ que/ ainda/ desde a
  • 30. 30 oficina d) Também Bella experimenta uma atração poderosa por Edward, embora um pouco mais comum. A não ser por esse cheiro inebriante, ela é uma adolescente como qualquer outra, ao passo que ele é um vampiro, que há nove décadas permanece nos 17 anos. E, se isso não é uma maldição – viver a eternidade na fase mais tormentosa da adolescência, rematriculado ano após ano no ensino médio –, então nada há de ser. Resposta: Resenha: Lua Nova Por Ana Lucia Santana Algumas tramas apenas sugeridas em Crepúsculo despertam com força total em Lua Nova, a eletrizante sequência da saga de Stephenie Meyer, especialmente o tão esperado triângulo amoroso protagonizado por Bella, Jacob e Edward. Outra personagem, que apenas promete seu retorno no primeiro livro, ressurge aqui de forma arrebatadora, deixando atrás de si um rastro de sangue, a vampira Victória. Ao contrário do esperado na continuação de uma obra que ocupou por muito tempo o primeiro lugar na lista dos mais vendidos nos mais conceituados veículos literários, Lua Nova é ainda mais eletrizante, hipnótico e sedutor, conquistando o leitor desde as primeiras linhas. É praticamente impossível deixar de navegar por suas páginas até que finalmente se alcance, sem fôlego, as últimas palavras, as quais pairam no ar, na mais fiel tradição de Scherazade, a narradora das Mil e Uma Noites, conduzindo inevitavelmente o leitor até o terceiro livro da série, Eclipse. Em Lua Nova a autora remete seus personagens a um passado longínquo, às origens de sua própria história. Os mitos quileutes apenas esboçados anteriormente ganham forma concreta neste livro. Assim, outras criaturas míticas se somam aos vampiros, levando Jacob a uma jornada sem volta aos segredos que envolvem sua família e seus amigos, especialmente o enigmático Sam Uley. Por outro lado, Edward também realiza uma viagem rumo ao desconhecido, na mesma direção do destino que marca a relação entre amantes que se vêem sem saída, no melhor estilo Romeu e Julieta. Esta história clássica, de repente, parece transportar Bella e seu amado à mesma trajetória de desencontros,
  • 31. 31 oficina mal-entendidos, ameaças e morte. E leva a protagonista a mergulhar sua existência em um estado de completo vazio emocional, um árduo caminho que, através da dor, a conduz inevitavelmente à maturidade. Neste contexto aparecem na trama novos e fascinantes vampiros, simultaneamente aterrorizantes e sedutores, a medieval família Volturi, guardiã da cidade de Volterra, localizada na Itália. Seus três integrantes – Caius, Aro e Marcus –, antigos companheiros de Carlisle, líder do clã dos Cullen, acrescentam novos e mais picantes ingredientes à já complexa relação de Bella com Edward. No segundo livro a protagonista se vê dividida entre dois universos míticos. Seu coração oscila diante de um cruel dilema, escolher entre adversários milenares, amores distintos e intensos, cada um a sua maneira. A amizade e a lealdade são colocadas à prova e Bella tem que optar por um lado. Afinal, como conciliar crenças e interesses tão antagônicos? Bella, mais que nunca, intensifica seu distanciamento das outras pessoas, particularmente na escola. Como Zoey, a protagonista de Marcada – da série House of Night –, ela tem uma crescente dificuldade de interação com os humanos e se sente constantemente deslocada no seu círculo social. Talvez por isso ambas se sintam tão à vontade junto a criaturas míticas e imortais. Stephenie Meyer parece mesmo ter encontrado a fórmula do sucesso, combinando irresistivelmente em Lua Nova as doses certas de romance, fantasia, suspense e o resgate de criaturas míticas com novas vestes, bem mais atraentes e fascinantes. O resultado é um livro de tirar o fôlego, inspirado, segundo a autora, em músicas do circuito alternativo, especialmente em bandas como Muse, Coldplay, Linkin Park, My Chemical Romance, entre outras. E a sequência, Eclipse, promete ainda mais. Dicas finais para identificar o gênero resenha 1. Título – Relação entre o título da obra, o título da resenha e a adequação ao assunto em questão. 2.Adequação da resenha ao contexto de produção: produtor do texto, leitor, objetivo. 3. Informações sobre autor, obra, editora, cidade, ano, número de páginas, preço (opcional). 4. Organização da obra resenhada: organização em partes, em capítulos; presença/ausência de ilustrações.
  • 32. 32 oficina 5. Identificação da macroestrutura da resenha: introdução, desenvolvimento, conclusão. 5. Identificação de: resumo (narração/descrição) e avaliação justificada (posicionamento do autor em relação à obra resenhada). 6. Identificação de marcas linguísticas pertinentes ao gênero resenha. 7. Identificação de organizadores textuais que levam à coesão e coerência. 8. Especificidade da resenha: comercial, acadêmica. 9. Organização da linguagem: objetiva/subjetiva, formal/informal, simples/ trabalhada. 10. Maturidade intelectual (referência a outros autores e obras).
  • 33. 33 oficina Gabarito Aula10 Fragmento3 Voz do autor da resenha Voz do autor da obra Fragmento 1 – Ensaio capta a utopia e a dor do Brasil que não somos Organizado sob a forma do ensaio, "Chico Buarque" é construído em torno de uma ideia: tentar desvendar em palavras e imagens a metáfora de Brasil implícita na produção do artista ... Essa capacidade de dizer o país dentro de uma perspectiva não convencional, argumenta Barros e Silva, está constituída sempre a partir das margens,... Fragmento 2 – Baboseira Pura Apesar de incluir um capítulo sobre a composição química da babosa, o livro de frei Romano Zago parece ter sido escrito no século XVII, quando os jesuítas cavavam raízes para curar gases e picadas de cobra. — ainda que o padre, benevolamente, se preocupe em não "humilhar a benemérita classe médica". Citação direta Frei Zago chega a sugerir uma conspiração para manter elevado o número de cancerosos, o que enriqueceria os hospitais e eliminaria os pobres – discurso relatado. Fragmento 3 – História sem graça A precariedade das nossas escolas cria fenômenos curiosos Desse jeito, História não tem graça. (...) ele avança a teoria de que Pizón teria sido o primeiro navegador europeu a atingir o Brasil.– discurso relatado. “irrefutável” – citação direta. Três páginas adiante, a teoria já lhe parece “a mais provável” – citação direta.
  • 34. 34 oficina Aula11 Texto 4 Título da resenha Assunto (resumo) Referência ao autor da obra resenhada Citações diretas (“ ”) ou relatadas Texto 1 O sonho de Einstein Questionamento sobre a melhor produção de Einstein. Para o autor... ...Pietro Greco questiona... “tenha perdido... vanaguarda” “... o desenvolvimento das ideias... vigorosamente”. Texto 2 Mundos roubados História de uma arrumadeira em busca do filho sequestrado. ...ele constrói... Não há. Texto 3 A festa do século Invasão em festa de alta sociedade por seita satânica. ...neste romance de Niccolò Ammaniti.. ...- revelação da literatura... Medo”... Texto 4 A geração superficial Crítica negativa à internet. ...em que Nocholas Carr....Para ele... Nicholas Carr expõe... “a internet está... burros.” Para ele... deveria ser coibido.
  • 35. 35 oficina Título da resenha Verbos descritivos Verbos narrativos Verbos avaliativos Objetivo Texto 1 O sonho de Einstein Para o autor... “tenha perdido...vanguarda” Tenha tentado “o desenvolvimento... vigorosamente” ...se concentra Quando ganhou Questiona É falsa a ideia Informar nome de obra e de autor, resumir a história, avaliar o conteúdo, indicar preço, número de páginas e editora. Texto 2 Mundos roubados O mais recente romance do autor Por meio de inúmeras vozes narrativas Quatro anos depois Arrumadeira de hotel... o pai traficou. Tornar-se surpresa Informar nome de obra e de autor, resumir a história, avaliar o conteúdo, indicar preço, número de páginas e editora. Texto 3 A festa do século No qual uma seita invade uma festa da alta sociedade para realizar um ritual satânico Comédia burlesca e crítica social à Itália de Berlusconi Revelação da literatura italiana Informar nome de obra e de autor, resumir a história, avaliar o conteúdo, indicar preço, número de páginas e editora. Texto 4 A geração superficial ...a rede inibe o treino do cérebro... Chega ao Brasil... Polêmico livro Informar nome de obra e de autor, resumir a história, avaliar o conteúdo, indicar preço, número de páginas e editora.
  • 36. 36 oficina Aulas12e13 a) Rousseau: Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 28 de Junho de 1712 — Ermenonville, 2 de Julho de 1778) foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. É considerado um dos principais filósofos do Iluminismo e um precursor do Romantismo. http://pt.wikipedia.org/wiki/ Jean-Jacques_Rousseau b) Ferdinand de Saussure: Ferdinand de Saussure (Genebra, 26 de novembro de 1857 – Morges, 22 de fevereiro de 1913) foi um linguista e filósofo suíço, cujas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da linguística enquanto ciência autônoma. Seu pensamento exerceu grande influência sobre o campo da teoria da literatura e dos estudos culturais. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_de_Saussure c) homo erectus: Homo erectus é uma espécie extinta de hominídeo que viveu entre 1,8 milhões de anos e 300.000 anos atrás (Pleistoceno inferior e médio). Eles mediam entre 1,30 e 1,70 m de altura, com 70 quilos e seu volume craniano era entre 750 e 1250 cm³, um aumento de cerca de 50% em relação ao seu ancestral Homo habilis. Seus esqueletos fósseis datam de cerca de 1,5 milhão de anos atrás, e foram encontrados principalmente na África. http://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_erectus d) homo sapiens: Um humano, ser humano, pessoa, gente ou homem é um animal membro da espécie de primata bípede Homo sapiens (“homem sábio”, em latim), pertencente ao gênero Homo, família Hominidae. http://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_sapiens d) Stanley Kubrick. Stanley Kubrick (Nova Iorque, 26 de julho de 1928 — Hertfordshire, 7 de março de 1999) foi um dos cineastas mais importantes de todos os tempos, responsável por uma carreira notável e bem estruturada. Uma de suas obras notáveis é baseada no livro A Clockwork Orange (br: A Laranja Mecânica), de 1971, de Anthony Burgess, focado na violência humana e, principalmente, na da juventude.
  • 37. 37 oficina Aulas14e15 INTRODUÇÃO: Início: “Ser o mais abrangente compêndio...” Término: “... dos contextos técnicos e históricos.” DESENVOLVIMENTO Início: “...Como resultado, o livro, pensado...” Término: “...a produção de cada período histórico.” CONCLUSÃO: Início: “Para o público em geral...” Término: “... bons temas de pesquisa.” INTRODUÇÃO: Início: “Ler Amanhecer é como mergulhar em...” Término: “... definitivamente em uma vampira.” DESENVOLVIMENTO: Início: “No final de Eclipse – volume anterior –, Bella ainda...” Término: “... mas até mesmo destruí-los” CONCLUSÃO: Início: “Stephenie Meyer inova neste romance ao deixar...” Término: “...Ou seja, quando finalmente amanhecer.” RESUMO (descrição/ narração) AVALIAÇÃO “Magrinha e de cabelos.... alguém a desmascare” Dirigido com segurança.... o fim inevitável da farsa terá de adquirir”.
  • 38. 38 oficina RESUMO/DESCRIÇÃO /NARRAÇÃO AVALIAÇÃO “...O Havaí é um paraíso... a menor , e Alexandra”... “Scottie começa a conhecer... essas coisas infernais”... “É nesse pano de fundo que Payne dispõe... e a herança pela qual é responsável” Aula18 Fragmento 3 Fragmentos Referências ao autor/ obra resenhada Fragmento 1 Como é dito na introdução.... Fragmento 2 esse livro foca... Fragmento 3 a autora remete..... neste livro. Aula20 Exercício 1 a) Resposta: por outro lado/ também/ que/ entre/ e/ através da/ b) Resposta: a partir desta/ até mesmo/ e quando/ que não só... mas até mesmo... c) Resposta: ao contrário/ que/ ainda/ desde a d) Resposta: também, embora, a não ser, ao passo que, se