O documento discute o papel do imaginário na obra de Clarice Lispector e sua contribuição para a formação do cidadão contemporâneo. A palestrante argumenta que o imaginário enriquece o processo criativo e intelectual ao preencher lacunas e estabelecer significados na obra. No entanto, existe um perigo quando a imagem sufoca o imaginário, nivelando valores e erodindo a sociedade. A leitura da obra de Clarice desperta o leitor a participar da história social de forma a construir a cidadania.
1. O IMAGINÁRIO NA OBRA DE
CLARICE LISPECTOR:
a contribuição na formação do
cidadão contemporâneo.
Professora Especialista:
Eloí de Oliveira Batista
Coordenadora Pedagógica da UNOPAR
PALESTRA APRESENTADA NA CASA DO POETA
SANTIAGO/RS
2011
2. A reconstituição do imaginário na
tentativa de concretizar o subjacente
na imagem, nas tensões, nas
sensações da obra, busca criar e
preencher
lacunas
pelas
representações do leitor.
5. EPIFANIA DE CLARICE
Sensibilizar, encantar.
Clarice estabelece um diálogo
meigo e encantador com o leitor na
medida em que é autor/narrador
em diversos trechos de contos.
6. O Imaginário faz parte do cotidiano,
cresce, evolui e ganha importância
no desenvolvimento intelectual de
cada sujeito, na nossa cultura
mediado pelo mundo da mídia e
dos
recursos
tecnológicos,
traçando relações combinatórios,
significados, contribuindo para o
enriquecimento
do
processo
criativo.
7. Drumond (2001), denuncia o perigo
tríplice para a geração contemporânea
quando
a
imagem
sufoca
o
imaginário, nivela valores do grupo e
poderes constitutivos da sociedade são
erodidos
por
uma
revolução
civilizacional que escapa ao seu
controle.
8. O mesmo autor afirma: é preciso
priorizar a imagem literária sobre
qualquer outra, uma vez que a
literatura
tem
um
caráter
enriquecedor
do
imaginário,
socializador
do
grupo
e
culturalmente
estimulador
da
criatividade, do pensamento crítico
e da linguagem.
9. Escrita é uma atividade individual.
Leitura
é
uma
atividade
social, depende da interação do
leitor com a obra e suas (do sujeito)
estratégias para apreensão do
imaginário e por sua vez criar as
relações (conhecimento prévios) e
com isso, dar os significados.
10. O Imaginário, na construção do cidadão
contemporâneo = sinônimo de conhecimento
processual.
As
informações
processadas
em
conhecimentos conceituais vão fomentar a
ampliação de horizontes de mundo, a
compreensão, extrapolação, preenchendo as
indeterminações da obra, tornando-se, dessa
forma, o processo criativo do sujeito que
apreende.
12. Na obra, o imaginário ganha sentido quando
nos envolvemos com construções linguística
da autora, de uma estrutura sintática peculiar
capaz de envolver e manter o leitor no
universo poético e mítico, repleto de altos e
baixos, encantamentos, revelações pelas ações
das
personagens
(epifania),
questões
existenciais, temáticas da sociedade, voltadas
para opressão da mulher, subordinação,
traduzidas nesses momentos de conforto com
essas VERDADES.
13. A leitura clariciana, pela força do imaginário, desperta
e conduz o leitor levando a participar da história da
sociedade, das tramas/transfigurações, pois os
personagens são levados a divindades, seres com
pensamentos, “ apesar de burrinhas”...( CONTO).
Nesse sentido, destaca-se a importância da leitura na
construção cidadã, o jovem atual muito ligado às
tecnologias, às redes sociais, às comunicações
virtuais, ao mundo globalizado cada vez mais em
evidência.
14. Montenegro (2001) As explicações, pois, para
existência da epifania, da transfiguração, da
divinização, da deificação, da contaminação e
do remorso é que Clarice Lispector de
apaixona por seus personagens [...] Ela nasce,
ama, sofre e morre com seus personagens,
pois contamina-se perdidamente de cada um
quando os cria.
15. Renda-se, como eu
me rendi. Mergulhe
no que você não
conhece como eu
mergulhei. Não se
preocupe em
entender, viver
ultrapassa qualquer
entendimento.
Clarice Lispector
16. REFERÊNCIAS
LEITURAS DA OBRA DE CLARICE LISPECTOR
MIGUEZ, Fátima.Nas Arte-manhas do Imaginário
Infantil: o lugar da Literatura nala de
aula.RJ.Singular, 2009.
SANCHO, Juana Maria...[et al].Tecnologias para
transformar a Educação. Tradução: Valério
Campos.POA:Artmed. 2006.
Sites sobre o tema e sobre a autora Clarice.