PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Rodovia Transguianense
1. Asfalto na Selva
Estão quase prontas as obras de um projeto
que deve tirar do isolamento uma das regiões
de acesso mais difícil na Amazônia. É uma
estrada de 2.346 quilômetros que vai ligar as
capitais dos Estados do Amapá e Roraima,
passando pela Guiana Francesa e dois países
vizinhos, Suriname e Guiana. Um trecho de 80
quilômetros, o último que faltava para
completar o traçado, começou a ser aberto há
algumas semanas em meio à densa floresta da Guiana Francesa. Quando ele
estiver concluído, dentro de alguns meses, será possível viajar pela primeira vez
de carro entre Macapá e Boa Vista.
Com a estrada, chamada de Transguianense, que
deve custar 500 milhões de reais divididos pelos
quatro países, a expectativa é de que a economia
local dê um salto. No Amapá, ela vai criar uma
nova alternativa para o escoamento da produção
agrícola e abrir caminho para que os 30.000
turistas franceses que visitam a Guiana Francesa
todo ano dêem uma esticadinha até o Brasil.
Estima-se que o Estado vá faturar 5 milhões de reais por ano com o turismo e
35 milhões com investimentos nas margens da estrada.
No trecho a ser recortado agora na Guiana Francesa, a obra tem cuidados
ecológicos. Em determinados pontos, a largura da estrada diminui de 40 para 10
metros, para que as copas das árvores continuem-se encontrando e o passeio
dos macacos não seja interrompido. Foram providenciados túneis sob a pista
para a livre circulação de roedores, tartarugas e outros animais. Apesar das
boas intenções, teme-se que a estrada agrave o problema do narcotráfico. Com
a Transguianense, o Suriname, principal entreposto na rota da cocaína
colombiana para a Europa, poderá usar o Brasil para escoar a droga. "Se fosse
possível, faríamos a rodovia sem passar pelo Suriname", diz o diretor-geral do
Departamento de Estradas de Rodagem, DER, de Roraima, Carlos Lewisk.
"Como é inevitável, vamos reforçar o policiamento nas fronteiras."
Figura 1 Último trecho a ser aberto: túneis sob a
estrada para a circulação dos animais.
2. Guiana Francesa
No final do século XX começaram as negociações para integração do Brasil com a
França através do estado brasileiro do Amapá e do Departamento ultramarino da Guiana
Francesa, na realidade trata-se de uma integração comercial e econômica não apenas entre Brasil
e França e sim entre o MERCOSUL e União Européia, criaram-se diversos projetos de integração, o
principal deles é a Rodovia Transguianense que ligaria Amapá, Guiana Francesa, Suriname,
Guiana, Venezuela e Roraima. Mas mesmo após anos de negociações pouco foi feito e a única
parte deste mega-projeto que está quase concluído é o trecho da Rodovia Macapá-Caienaque
tem do lado brasileiro a BR-156 e do lado francês a Rodovia N2. A previsão é que até o final de
2012 seja inaugurada a já concluída Ponte Binacional sobre o Rio Oiapoque que conectará
fisicamente Brasil-Amapá-Mercosul e França-Guiana Francesa-União Européia.
Figura 2Rodovia Macapá-Caiena.
No entanto, se da parte da infraestrutura a integração está quase concluída, da
parte institucional muita coisa ainda tem para ser resolvida, as tensões na fronteira até hoje
não acabaram, são constantes os conflitos entre brasileiros e a policia francesa, a gendarme, nos
garimpos ilegais, é importante também ressaltar adiferença de tratamento dos dois lados da
fronteira, do lado brasileiro os franceses e guianenses não enfrentam muita dificuldade para
atravessar, inclusive com seus automóveis e são muito bem recebidos, tratados como turistas de
fato, mas quando é o brasileiro que atravessa para o lado francês são inúmeras as exigências e
não são nada raros casos de abusos e preconceitos contra brasileiros do lado francês. Vale
ressaltar também a diferença de interesses dos dois lados, enquanto o Amapá está de olho no
mercado consumidor francês com um PIB per capita 3 vezes superior ao do Amapá e no
desenvolvimento do turismo, o lado Guianense está mais preocupado com questões como energia
(Estão em construção 4 hidrelétricas no Amapá) e os problemas advindos da integração como
imigrantes e garimpos ilegais.
Essas diferenças ficam bem claras quando ocorrem reuniões entre autoridades de ambos os
lados, dar-se a entender que os brasileiros são os mais “empolgados” com a “integração” já
3. que as autoridades francesas desconversam quando o assunto é turismo por exemplo, preferindo
debater sobre troca de mercadorias, produtos e serviços na fronteira, tem-se a impressão de que
enquanto os brasileiros pensam em umaintegração mais abrangente que envolva mercadorias,
produtos, serviços, pessoas e culturas o lado francês parece querer apenas a integração
econômica e os recentes protestos de catraieiros (Atravessadores á barco) no Oiapoque onde
eles fecharam a fronteira em protesto aos maus tratos a brasileiros e descumprimentos de acordos
bilaterais pelas autoridades guianenses nos mostram que ainda vai demorar muito tempo para que
essas “tensões fronteiriças” com a Guiana Francesa que é parte não somente da União
Européia como também da Aliança Militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte sejam
resolvidas.
Figura 3Ponte Binacional Brasil-França sobre o Rio Oiapoque.
O fato é que se tem a impressão de que as autoridades guianenses ainda vêem o Brasil como um país
subdesenvolvido, mas acontece que este é o “século dos emergentes” o Brasil tem um crescimento
econômico 3X superior ao crescimento da França que encontra-se em crise econômica seriíssima, o
Amapá tem uma população, um PIB e um crescimento econômico muito superior ao lado guianense
com um potencial energético, industrial e agrícola também muito superiores e a “integração” tem que
ser para os dois lados, não apenas para os franceses atravessarem para o Brasil, mas também para
que os brasileiros atravessem para a Guiana Francesa e juntas as duas regiões possam desenvolverem-
se juntas e com qualidade de vida para ambos os lados.
Rodovia Transguianense
Rodovia que também é chamada de “arco Norte”
de 2.346 km ligando Macapá a Boa vista em
Roraima, passando por território Frances da
Guiana Francesa, Suriname e Guiana. Iniciada nos
anos 90 com um custo inicial de meio bilhão de
reais esta rodovia é o projeto mais adiantado de
todos, praticamente já concluído, até então os
únicos impedimentos é a total pavimentação que
está quase concluída, e a construção da Ponte
Binacional do Oiapoque ligando Amapá e Guiana
Francesa, que já está concluída, só esperando o lado brasileiro terminar suas obras alfandegárias.
Quando estiver concluída representará uma grande oportunidade de negócios entre o Amapá e os
países vizinhos, além de mercadorias e turistas.