1. REUNIÃO DE BALANÇO DE 2012
É tempo de ver, parar e revisar
Ver a vida que está se levando
Então concluir e se comprometer
Com o amor que está te faltando
(Pe. Jonas Abib)
Quando a gente vê já passou o dia, já foi a semana, um mês, o ano. Novamente nos deparamos
com o sagrado dever de realizar nossa Reunião de Balanço.
A função dela é primeiro de sermos autênticos conosco mesmo, pois jamais podemos enganar a
nós mesmos e nos esconder do que é íntimo e verdadeiro dentro de nós. É um olhar para nós
mesmos sem mascaras ou falsas desculpas. Muitos levam a vida sem muitos questionamentos.
Pode até parecer mais cômodo levar a vida sem muitas reflexões. A reflexão autentica sobre si
leva ao autoconhecimento, principio básico do crescimento é o “conhece-te a ti mesmo”. Pessoas
que não fazem isso são aquelas pessoas que encontramos depois de anos e tudo permanece
igual. Podem até terem conquistado algum bem material, mas não houve evolução, ou
crescimento interior.
Nas equipes de Nossa Senhora o risco ainda é maior, pois o equipista que não se auto avalia.
Que não valoriza um retiro como a oportunidade de crescimento interior, que vive fingindo que
está progredindo através dos pontos concretos de esforço, quando na verdade de um ano a outro
não se nota crescimento algum nele, tem alguma coisa errada? Como podem viver na equipe e
ainda continuar os mesmos? É preciso um esforço para que todo bem que a equipe nos oferece
pelos pontos concretos de esforço não seja “ perola atirada a porcos”(cf Mt7,6) mas seja alimento
salutar que nos sustenta e leva-nos continuamente a crescer em todos os sentidos, ate a
maturidade de Cristo.
A segunda função da Reunião de Balanço é também “pedir perdão a equipe pelo peso com que a
sobrecarregamos”.
“As Equipes de Nossa Senhora desejam ajudar os casais unidos pelo matrimônio a viver
plenamente segundo o Evangelho, com o suporte dos membros de uma equipe e a força
do Movimento como um todo..” (Guia das Equipes de Nossa Senhora – V - 2000)
A vida de equipe é como uma engrenagem, só funciona se houver harmonia, estabelecida nas
relações fraternas vivenciadas, sobretudo nos momentos de encontros formais ou não. A equipe
é minha segunda família, tenho ouvido muito isso, e de fato ela o é. Pois a experiência de equipe
é uma dimensão maior de nossas famílias, assim como a Igreja é uma dimensão maior das
equipes. Somos uma pequena Eclésia, pequeno rebanho mais um grande sinal. Como equipistas
devemos na reunião de balanço, a partir da minha realidade pessoal, reconhecer que nem
sempre minhas atitudes favoreceram o crescimento do grupo. Que nem sempre nos auto-
ajudamos. Que tão pouco nos comprometemos com aqueles que estão ao nosso lado. Que o
dom maior do amor as vezes foi tão pouco experimentado. Que vivemos a dificuldade do perdão
entre nós, conservando magoas, ressentimentos, colocando culpa nos outros quando me omiti
em dar o primeiro passo.
A reunião de balanço deve devolver aos membros da equipe a alegria de serem um comunidade
de amor, de perdão, de ajuda mútua. É sem dúvida um momento salutar de vencer todos os
2. obstáculos e nos colocar frente a frente, desarmados de nossas prepotências e cheios de
misericórdia e compaixão com os outros, para reafirmamos o nosso compromisso de sermos
irmãos.
A terceira função da reunião de Balanço deve ser vista como uma oportunidade de poder
melhorar, numa perspectiva madura e sincera de crescer mais ainda. Gostaria de ilustrar isso
com uma historia:
Havia um homem muito rico que possuía muitos bens, e um único filho,
seu herdeiro, que gostava de fazer festas e estar com seus amigos, e nunca ouvia os
conselhos de seu pai. Um dia, o velho pai, já avançado em idade, disse aos seus empregados
para construírem um pequeno celeiro. Dentro dele, o próprio pai fez uma forca e, junto a ela, uma
placa com os dizeres: Para você nunca mais desprezar as palavras de teu pai. E disse ao
filho, eu já estou velho e, quando eu partir, você tomará conta de tudo... Talvêz você deixe
a fazenda nas mãos dos empregados, venda todos os bens para se sustentar e gaste tudo.
E quando não tiver mais nada, teus amigos se afastarão de você, e só então se
arrependerá amargamente de não ter dado ouvidos a teu pai. Foi por isso que construí esta
forca, ela é para você! Quero que prometa que, se acontecer o que eu disse, você se
enforcará nela. O jovem riu, achou um absurdo, mas, para não contrariar o pai, prometeu,
pensando que isso jamais pudesse acontecer.
O tempo passou, o pai morreu, e seu filho tomou conta de tudo, mas, assim como seu pai havia
previsto, o jovem gastou tudo, vendeu os bens, perdeu os amigos e até a própria
dignidade. Desesperado e aflito, começou a refletir sobre sua vida e viu que havia sido um tolo.
E Lembrou-se das palavras do seu pai. Pesaroso, o jovem levantou os olhos e avistou o
pequeno celeiro.
A passos lentos, dirigiu-se até lá e entrando, viu a forca e a placa empoeiradas, e então
pensou: Eu nunca segui as palavras do meu pai, não pude alegrá-lo quando estava vivo, mas,
pelo menos desta vez, farei a vontade dele, vou cumprir minha promessa. Não me resta mais
nada...Então, ele subiu nos degraus e colocou a corda no pescoço, e pensou: Ah, se eu tivesse
uma nova chance... Então, se jogou do alto dos degraus e, por um instante, sentiu a corda apertar
sua garganta...Mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente e o rapaz caiu no
chão.Sobre ele caíram jóias, esmeraldas, pérolas, rubis, safiras e brilhantes, a forca estava cheia
de pedras preciosas e um bilhete. Nele estava escrito:Esta é a tua nova chance. Com amor, teu
velho e já saudoso pai. Deus é exatamente assim. Quando nos arrependemos, Ele sempre
nos dá uma nova chance.
Como é bom sabermos que Deus sempre nos dá a oportunidade de recomeçar; Sempre esse
recomeço se dá quando somos mais conhecedores de nós mesmos, de nossa natureza,
fraquezas e limitações. Quando somos sensíveis aos sofrimentos e fraquezas dos outros.
Quando pensamos que apesar de todos os erros Deus nos convida a recomeçar. A ir mais além.
Sua força manifesta-se em nós A mudança precisa ocorrer em nós mesmos – a volta é interior;
nasce no profundo do nosso ser num desejo incontido de acertar, de ser melhor, de perdoar mais.
A reunião de balanço é para nos dizer que Deus confia em cada um de nós. Confia na missão
que receberam de sere casais cristãos, de viverem suas alegrias, tristezas numa equipe de
irmãos que fazem uma caminho juntos. È também um convite do Senhor a irmos mais além.
Voltarmos ao primeiro amor, deixando tudo que ficou para trás e lançando nós de corpo e alma
ao que vem pela frente.
Termino com uma breve e profunda reflexão do Pe. Fábio de Melo:
“O que me fascina em Jesus não é sua capacidade de ressuscitar os mortos, de curar os cegos,
os paralíticos. O que me fascina em Jesus é sua capacidade e coragem de dizer que Deus é Pai.
Um Pai que tem preferência pelos piores homens e mulheres deste mundo. Um Pai que ama os
que não merecem ser amados. Um Pai que abraça os que não merecem ser abraçados e que
escolhe os que não merecem ser escolhidos. Um Pai que quebra as regras ao nos desconcertar
com seu amor tão surpreendente. Um Pai que não quer se ocupar com os erros que você
3. cometeu até os dias de hoje, porque o amor que Ele tem por você é um amor cheio de futuro. Ele
não está preso ao seu passado e a Ele não interessa o que você fez ou deixou de fazer de sua
vida, a Ele o que importa é o que você ainda pode fazer”.
Para refletir em equipe:
1) Como podemos perceber o nosso crescimento como casal e equipe durante este ano?
2) Como o tema de estudo de 2012 me ajudou a progredir no mandamento novo do amor?
PERGUNTAS SRB PARA O BALANÇO - 2012
Nas equipes, somos convidados a ir despertando atitudes que devemos assimilar e que vão nos levando a
um novo modo de viver: um modo de viver mais cristão. As equipes nos propõem que personalizemos esse
modo e que construamos não só na reunião de equipe, mas também com a ajuda de alguns meios, por
caminhos concretos, ao longo de todo o mês e nas atitudes que devemos tomar face à vida.
... É um apelo ao esforço pessoal e do casal: um esforço de discernimento, de criatividade e constância, que
abrange todo o nosso ser. Um esforço ao qual cada um de nós se obriga voluntariamente e não um esforço
que nos é imposto de fora. E isto, a partir de um mínimo que iremos aprofundar de uma maneira exigente.
Estes pontos concretos de esforço [...] abrem-nos a possibilidade de realizar por nós mesmos, em nossas
vidas, um verdadeiro encontro com o Senhor, que é o ponto de partida de toda conversão. Os PCEs são
escolhidos para que vivamos esse encontro e não para que se transformem numa rotina ou numa espécie de
devoção.
MÍSTICA DOS PONTOS CONCRETOS E PARTILHA
Perguntas:
1) Em que o Estudo do documento Mística dos Pontos Concretos de Esforço e Partilha mais contribuiu para a
conversão da vida pessoal, do casal e da Equipe?
2) Em que aspectos, a mística da vivência dos Pontos Concretos de Esforços e Partilha nos
proporcionaram crescer na espiritualidade conjugal no decorrer deste ano?
SUGESTÃO PARA UMA DINÂMICA NA REUNIÃO FORMAL:
Para a ruptura:
A reunião de balanço poderia ter um momento penitencial na ruptura, onde cada um levaria por
escrito um pedido de perdão para ser lido e queimado de modo adequado.
Ou para a partilha:
Colocar uma arvore de papel ou natural, embaixo dela colocar algumas frutas recortadas de
papel. Cada um retira um. Atrás deverá conter um nome de um Pce. A partir deste pce cada um
partilhar o seu crescimento nele durante este ano.
Obs: o CR e o Casal animador podem escolher qual fazer. Ou se farão as duas.
SUGESTÃO PARA TEXTO DE PARTILHA:
Mateus 25, 14-30