SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 447
Descargar para leer sin conexión
MARAVILHAS
DA CIÊNCIA
i
ÍNDICE
A pequena esfera de aço de uma esferográfica, a descolagem
de um Jumbo, a identificação das impressões digitais de um criminoso,
a construção de uma torre com mais de 500 m de altura, a habilidade de tirar
um coelho do chapéu. Estas são algumas das maravilhas e curiosidades
que esta obra lhe revela. Esperamos, porém, que ao folhear
este livro encontre muitos outros assuntos que lhe
despertem o seu interesse e a sua admiração.
MILAGRES
DO DIA-A-DIA
Pp. 9-30
Desenhos em néon
Iluminação controlada pelo Sol
A resistência das lâmpadas
As pilhas
Como se "mete" o bico num lápis
Esferográfica
Supercolas
Os post-it
Pondo perfume num papel
Fotografias em pontinhos
As máquinas de moedas
Vclcro
10
11
11
12
13
14
15
16
Itj
17
18
19
Pormenor do vekro
Fecho de correr 20
Parar um elevador em queda 20
Testes de cheiro no gás natural 21
As fibras dos saquinhos de chá 21
Fósforos aos milhões 22
Como adere a película aderente? 23
Panelas antieslurro 23
Como cozinham as microondas 24
Como os frigoríficos "fazem frio" 25
Panelas de pressão 26
Eliminando o calcário das panelas 26
"Girinos" na máquina de lavar 27
Pasta de dentes - de giz e algas 28
0 fio das lâminas de barbear 29
Aço inoxidável 30
GRANDES
PROEZAS DE
ORGANIZAÇÃO
Um serviço mundial de mensageiros 56
Pp.31-72
Multidões nos aeroportos 32
Evitando colisões aéreas 33
A selecção dos controladores
aéreos 34
A caça aos terroristas 35
Refeições a bordo de um Jumbo 37
0 mundo da Bolsa 38
Dinheiro para queimar 41
Como se constrói um automóvel 11
A previsão meteorológica 44
Abastecimento de água a uma
cidade 46
Tratamento de lixos 47
Combate a incêndios na floresta 40
O problema do trânsito 50
Um dia nos cuidados intensivos 52
Fotografias aéreas para mapas 54
Uma carta atravessa o Mundo 5(5
O controle do tráfego citadino
Notícias de todo o Mundo 57
Elaboração de um dicionário 58
Abastecimento de um exército
em guerra 513
l ni dia num hotel de luxo 61
Um dia num transatlântico 62
Como se organizam as Olimpíadas 64
Como se faz um filme 66
Pôr em cena uma comédia
musical 68
Equipas de socorro de montanha 71
TÉCNICAS
DE LOGRO
E DETECÇÃO
Pp. 73-100
0 avião "invisível"
Camuflagem
Scramblers
Códigos e cifras
() mundo das "toupeiras"
Dispositivos de escuta
Tintas invisíveis
74
76
77
78
79
80
81
1
As drogas da verdade
Fotografias que mentem
Detectores de mentiras
A busca das causas de um
incêndio
Descobrindo pinturas ocultas
81
82
87
89
90
Fotografias ' men t irosas'
Impressões digitais 92
A "dacliloscopia" genética 94
Como se produz um retrato-robô 95
Análise ria caligrafia 95
Detecção de droga 97
Desmascarando traficantes 98
A investigação de desastres aéreos 99
IDEIAS PRATICAS
E SOLUÇÕES
ENGENHOSAS
Pp. 101-164
Como se obtêm os melais puros 102
Como se transforma areia em
vidro 104
Das árvores ao papel 106
Converter plantas em gasolina 108
Conversão de carvão em petróleo 108
Captando a fragrância das flores 108
Tecido feito de fibras naturais 110
Seda: fabricada por borboletas
Vestuário de fibras sintéticas
Tecidos com padrões
Produção de vestuário cm massa
Dos fios de algodão ao tecido
Como se obtém água doce
do mar 117
Transformar lixo em energia 118
A reciclagem do lixo 119
Electricidade a partir do urânio 121
Armazenagem de resíduos
nucleares 122
Electricidade a partir das marés 123
Electricidade a partir do vento 124
Rochas quentes: fonte de energia 125
A origem das chuvas ácidas 126
Captando a luz do Sol 127
Fotografias de alta velocidade 128
Captar em filme a Natureza 129
Plástico que se autodestrói 130
A "revolução do plástico" 131
Como se extrai petróleo 132
Prospecção de petróleo 133
Limpar derrames de petróleo 134
Fogo num poço de petróleo 135
Como se mede uma montanha 138
Tesouros no fundo do mar 138
O escafandro autónomo 140
Reparação dos cabos
submarinos 141
Diamantes sintéticos 142
Como se cortam diamantes 143
O corte do diamante Cullinan 144
A técnica dos vedores 146
Como se faz chover 146
Construindo os aviões do futuro 146
Aeroplanos accionados pelo
homem 149
Aterragem em porta aviões 150
lançamento de aviões
de um navio 151
Tácticas dos pilotos de caça 151
"Ver" com o radar 154
Defesa contra torpedos e mísseis 154
Como guiar mísseis até ao alvo 156
Como um soldado vê na escuridão 157
Porque vai uma bala a direito 157
Construindo armas nucleares 158
Raios de laser no espaço 159
Extinguir um incêndio nuclear 160
Velejar contra o vento 161
O restauro de uma obra de arte 161
A pintura da Capela Sistina 162
A EXPLORAÇÃO
DO UNIVERSO
Pp. 165-186
A força que impele o foguete 167
^P'^^^^^^^^E -^
W Â
1 • j
W"'V' ÍM
' '«1 %
^H^^y ^ vt *"*'
^ à^Si
E. ^B
h À
Deslocação no espaço
Navegação no espaço 168
Refeições numa nave espacial 169
("orno os satélites giram em órbita 170
O controle das sondas espaciais 172
Fotografias por satélite 174
Receber fotografias de satélites 175
Einstein e a relatividade 176
Medindo o Universo 178
Os espelhos dos telescópios 180
Como se contam as estrelas? 182
Como acabará o Universo? 183
Em busca dos limites do Universo 183
"Vendo" o invisível buraco negro 183
A serpente que voltou do espaço 184
Descobrindo planetas 185
Em busca de vida no espaço 186
ÍNDICE
MARAVILHAS
DA CIÊNCIA
Pp. 187-210
Clones de plantas e animais 188
Os segredos das células 189
Criação de novas espécies 190
Como se iriam novos
medicamentos 191
Comunicar com .munais 192
Os mamutes voltarão a existir' 193
Reconstituir seres pre-historieos 194
Km In isca da máquina pensadora 196
Como é que um computador
traduz? 196
Computadores que falam 197
Como se cindem os átomos? 198
Explorando o interior do átomo 199
Ver os átomos 200
Medindo a velocidade da luz 201
Medindo a velocidade do som 201
Chuck Yeager e a barreira do som 202
A previsão de sismos 201
Perfurando a crusta terrestre 206
A deriva dos continentes 207
Dndc <>s ctuUttwntes se separam
A idade da Terra 209
O centro da Terra 210
COMO
FUNCIONA?
Pp. 211-274
(i teletl me
A radio
A televisão
Controle remoto
212
2 IS
218
220
O vídeo 220
Gravação em fila 221
O gira discos 222
.Sons de duas direcções 223
Edison e a lu/ eléctrica 224
CDs: música com um raio
de laser 226
Os sintetizadores 227
Fibras ópticas 228
Hologramas 229
Fax fotocópias pelo telefone 230
O "bip" que nos chama 231
Fotocopiadoras 231
A câmara fotográfica 232
«'•'miaras de focagem automática 237
0 cristal de silício 238
As utilizações de um micmchip
Os computadores
Como as calculadoras fazem
somas
Os cofres dos bancos
Dinheiro de plástico
O código de barras
Relógios de quartzo
Relógios atómicos - a perfeição
O microscópio electrónico
Os robôs
O motor de um automóvel
Travões antibloqueio
O cinto de segurança
Porque se usam pneus lisos
Testes de alcoolemia
Como funciona um aerossol
Os herbicidas selectivos
Os pesticidas selectivos
Metais com memoria
Relógio de fumo
Alarmes contra ladrões
A máquina de costura
Porque flutuam os navios de aço
Submerso durante semanas
Como se navega uni submarino
Cabinas pressurizadas
George Stephenson e os comboios
A descolagem de um Jumbo
o helicóptero
o hydrofoil: 'Voando" na água
o hot ercrafi
239
211
2-12
212
2 13
211
211
2 IS
246
248
2S0
230
251
2S1
251
252
253
254
254
254
255
256
257
259
259
260
262
268
272
271
MARAVILHAS
DA MEDICINA
Pp. 275-298
A criação de um bebé-proveta 276
O exame oftalmológico 277
Quando a cida auneçu numa panela
Como os óculos aguçam a vista 27,s
Como se fazem lentes
de contacto 278
Corno lêem os cegos 280
Como se mede a inteligência 281
o que e ,i memória? 282
O que e a hipnose? 2.82
Como se treinam os atletas 283
"Vendo"' o interior do corpo 287
Antibióticos 288
A microcirurgia 289
Marie Curie e o rádio 290
Operar com um feixe de luz 292
Como a anestesia elimina a dor 292
Para que sere o pacemaker 293
A cirurgia de transplante 291
Eliminar as rugas da face 295
O primeiro transplante cardíaco 296
Como trabalha um rim artificial? 298
Como se reduz, a calvície 298
Sobreviver a um raio 298
CONSTRUÇÃO
E DEMOLIÇÃO
Pp. 299-316
Construir um arranha céus 300
A mais alta construção do Mundo .502
Como o cimento faz presa
na tigiia .303
Betão (ire esforçado 303
A demolição de um arranha-céus 301
Demolindo uma central nuclear 305
Cabos que poderiam atar o Mundo 306
6
Como se represam grandes rios? 308
Construções resistentes ao vento 311
Montagem de gruas gigantes 312
Soldar debaixo de água 314
Construir túneis debaixo de água 316
Domar a Natureza
Como os túneis se encontram
COMO FOI FEITO
Pp. 317-372
A Grande Pirâmide
As doenças dos antigos egípcios
Os rostos do passado
Ferramentas na Idade da Pedra
•s estátuas da ilha da Páscoa
A Cirande Muralha da China
Um exército de barro
As paredes de pedra dos Incas
A construção de Stonehenge
Datação de vestígios antigos
0 passado em grãos de pólen
Como Aníbal atravessou
os Alpes
Pão e cerveja na Idade da Pedra
Desenhos com pedras
Os artistas das cavernas
Os Jogos Romanos
Cerco a um castelo medieval
A navegação UÍ Antiguidade
Colombo descobre o
"Novo Mundo''
319
324
325
327
328
333
335
33(3
338
341
343
344
346
347
347
350
352
355
356
1'iiuuru nu kludc clu PedrQ
A construção de l.ady Liberty 359
O memorial do monte Rushmore 362
A hidráulica romana 365
Medicina na Idade da Pedra 366
Os cosméticos primitivos 367
Como os Gregos mediram
a Terra 367
Decifrando línguas esquecidas 368
Travessia aérea sem escala 370
CURIOSIDADES
DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
Pp. 373-394
A pêra dentro da garrafa 571
Rodelas de ananás todas iguais 375
Como se faz o luro no macarrão 375
Como se recheia uma azeitona 375
Rechear chocolates 376
Bolachas com pedaços
de chocolate 376
Filetes prontos a fritar 376
Batatas fritas aos milhões 377
Camarões descascados
à máquina 377
Ervilhas congeladas 378
Alimentos tratados com radiações 378
A liofilizaçáo 379
Café instantâneo 380
Sabores artificiais 380
Escolher feijões 381
Transformar feijões em "carne" 381
Conservação do leite 381
Algas nos gel.idos 385
Maionese 385
l.ouis Pasteur 386
Assar um boi 388
Comida para animais
de estimação 388
A coca-cola 38!)
Como se Faz o vinho 390
O sabor do vinho 392
As bolhíis do champanhe 393
De onde vêm as bolhas
PURO
DIVERTIMENTO
Pp. 395-437
Como serrar uma mulher ao meio 396
Mm coelho no chapéu 397
Morte de um apanhador de balas 398
Levitação 399
O truque da corda indiano 400
Homens que "lêem" o pensamento 401
Os venlríloquos 401
Houdini: o mestre da evasão 402
r
Como se fax cerveja 394
Porque é que náo caem''
O truque das três cartas 404
Montanha russa 405
Espelhos que enganam 406
"Nevoeiro" no teatro e cinema 406
Os eleitos especiais no cinema 406
Os duplos 414
O homem que "embrulha" paisagens 118
Pleitos gráficos na televisão 120
Animais que são estrelas de TV 425
Concursos de televisão 426
Roleta 427
Preparando palavras cruzadas 427
Computadores campeões de xadrez 427
Aprisionar um dente de leão 428
Um barco dentro de uma garrafa I2!>
Cronometrar os atletas olímpicos 429
JutZ de linha electrónico 430
Curvar uma bola no ar 431
As covinhas nas bolas de golfe 132
Porque volta O bumerangue 432
Andar sobre o fogo 433
Mergulhos "em seco" 434
Saltos de esqui 434
Saltos de pára-quedas 435
Surf 436
ÍNDICE 438
AGRADECIMENTOS 446
Redactores e consultores da edição inglesa
Nigel Hawkes • Nigel Henbest
Graham Jones • Robin Kerrod • Terry Kirby
Theodore Rowland-Entwistle
John H. Stephens • Nigel West
Neil Ardley • John Brosnan • Dr. John R. Bullen
Prof. Geoffrey Campbell-Platt • Mike Clifford
Jean Cooke • Mike Groushko • Ned Halley • Commander D. A. Hobbs
Richard Holliss • W. F. A. Horner • Dr. Robert Ilson
Dominic Man • John Man • Dr. J. R. Mitchell
Prof. Frank Paine • Michael D. Ranken • Nigel Rodgers
Dr. David A. Rosie • Andrew Wilbey
Consultores da edição portuguesa
Dr. Alfredo Barreto • Prof. António de Vallêra • Dr. António Dias Diogo
Eng. António Pratt • Dr. Augusto Maldonado Simões • Dr. Carlos Santos Ferreira
Dr.a
Dulce Mota • Eurico da Fonseca • Filipe La Féria • Eng. Francisco Chumbinho
Eng. Francisco Tudella • Dr.*1
Gabriela Iriarte • Eng. Gonçalo Borges de Castro
Dr.a
Graça Vieira • Dr.d
Helena Paveia • Henrique Sampaio Soares • Dr. Horácio Novais
Dr.a
Isabel Barros Ferreira • Dr. João Matela • Arq. José António Abreu Valente
Dr. José António Pestana • Dr. José de Matos Cruz • Eng. José Eduardo Noronha
José Soudo • Liselotte Correia • Dr.a
Lúcia Garcia Marques • Manuel Gorjão Henriques
Dr. Ricardo Schedel • Profa
Teresa Mira Azevedo • Dr. Vasco Rivoti
Victor Milheirão • Vítor Neto
8
Milagres do dia-a-dia
Todos os dias, e quase sem pensar, nos servimos dos mais
extraordinários instrumentos e materiais - fornos de microondas, pasta
dentífrica às riscas, máquinas de barbear descartáveis. Mas como sõo
feitos, como funcionam e como foram concebidos todos estes
ingredientes maravilhosos da vida moderna?
Como se fazem anúncios aromáticos, p. 16
Como se forma uma bola de sabão, p. 2
<ore
l
'ihffifílf ¥iú -
 *1 / í'
/ -
•l.l *J U t
JXU
50*
10*
Néon: desenhos
luminosos
Por todo o Mundo se vêem anúncios luiui
nosos. formando figuras coloridas ou de-
senhando os nomes de marcas comer-
ciais. Esla variedade na forma e na cor, im-
possível de obter com as convencionais
lâmpadas d€ filamento incandescente,
deve-se às lâmpadas de descarga eléctrica
em gas. Estas são Formadas por simples
tubos de vidro, a que pode dar-se a forma
pretendida, no interior dos quais existe um
gás a baixa pressão. Normalmente, os ga-
ses não condn/.em fac iliiicnlc a electrici
dade — são bons isoladores —, mas pas-
sam ii la/è lo se se lhes baixar a pressão e
se lhes aplicar uma tensão eléctrica (volta-
gem) elevada. A descarga através do gás fa-
lo brilhar com a luminosidade caracterís
lica.
Nos finais do século xix e princípios do
XX, os cientistas que investigavam o com
portamento das descargas eléctricas atra
vés do gás raro néon a baixa pressão obser-
varam pela primeira vez a admirável lumi
nosidade vermelho-alaranjada que o gás
emite. Ainda hoje as lâmpadas de néon são
das mais usadas nos anúncios luminosos.
Quando experimentaram outros gases,
B
As noites de néon. O cowboydo Pioneei
Club, com <> seu cigarro bamboleante, do
mino o caleidoscópio de néon de Las Vegas
(à esquerda). A figura data de 1951. Tam
bem em Hong Kong a noite se enche de
luzes (em cima). Algumas, como este dra
gâo, são o pesadelo dos mestres vidreiros.
raSfestóiSSJj fci' i
MILAGRES DO DIA-A-DIA
verificaram que luziam com cores diferen-
tes. Por exemplo, a lux emilicla pelo hélio é
vermelho-dourada, e a do críplon, violcta-
pálido. Outros gases, como o árgon e o
mercúrio, emitem sobretudo radiação ul
Iravioleta, invisível para os nossos olhos,
mas que tem a propriedade de provocar a
fluorescência de muitas substâncias. Fsles
gases usam se nas chamadas lâmpadas de
"luz negra*', vulgares nas discotecas, ou
nas de ultravioletas para tratamento ou
bronzeamento, mas também, e sobretu-
do, nas chamadas lâmpadas fluorescen-
tes: o tubo de vidro é coberto com urna
tinta que fluoresce fortemente com os ul
Iravioletas emitidos pela descarga no gás.
As cores das lâmpadas sáo determina
das pela mistura gasosa com que se enche
o tubo, por vezes em combinação com a
utilização de vidro colorido.
Como é que o Sol
liga e desliga
a iluminação
pública?
Na sua maioria, os candeeiros da ilumina-
ção pública sáo controlados por interrup
tores temporizados que comandam toda
uma área. Os primeiros interruptores esta
vam equipados com um mecanismo de
relógio, pelo que era necessário dar-lhes
corda e acerlá-los todas as semanas.
Muitos dos interruptores temporizados
actuais possuem um relógio eléctrico com
um mostrador rotativo munido de ressal-
tos, que acendem ou apagam as luzes a
horas predeterminadas.
Como as horas do nascer e pôr do .Sol
valam ao longo do ano, os candeeiros da
iluminação pública precisam igualmente
de acender-se e apagar-se a horas diferen-
tes, pelo que aqueles mostradores permi-
tem alterar também o respectivo horário
de acordo com as épocas do ano. Para tal,
dispõem de um dispositivo mecânico que
ajusta todos os meses os ressaltos de on c
Ó/f, que ligam e desligam o interruptor por
forma a seguirem as modificações verifica-
das nas horas de luz natural.
Recentemente, surgiu um sistema de
controle fotoelectrónico que comanda o
interruptor que liga ou desliga as luzes.
Ksle sistema inclui uma célula foloeléctrica
que contém um composto sensível à luz,
como o sulfureto de cádmio ou o silício.
De madrugada, a luz que incide na célula
provoca um fluxo de electrões entre os áto-
mos, conduzindo electricidade até ao in-
terruptor e desligando-o. Quando escure-
ce, os electrões imobilizam-se, a corrente
interrompe se e as luzes acendem se
Porque as lâmpadas são tão fortes
O vidro de uma lâmpada eléctrica não é
muito mais espesso que esta folha de pa
pel, e, no entanto, suporta uma pressão
forte quando enroscamos a lâmpada no
suporte. A explicação reside principal
mente na forma da lâmpada, que segue o
princípio da casca do ovo.
No início dos tempos, a Natureza resol
vcu o problema de impedir que os ovos
fossem esmagados pelo peso da ave en-
quanto eram chocados. A solução foi a for
ma característica do ovo, que lhe propor
Ciona resistência estrutural, permitindo
-lhe suportar pressões surpreendente-
mente elevadas. (Se a casca fosse demasia
do grossa, o pinto não conseguiria quebrá-
la para sair.)
As lâmpadas tal como os ovos pOS
suem um perfil arredondado convexo cm
toda a sua superfície: quando as seguramos
ou apertamos, a forca que aplicamos Irans
mite-se em Uxlas as direcções a partir da área
de contacto, devido à curvatura do vidro. A
pressão é de facto sujxirtada |>or todo o ob
jecto, sem concentração das tensões em
ponto algum. E por esta razão que o colapso
de uma lâmpada ou ovo, uma vez ultra|)as.sa-
do o seu limite de resistência, é catastrófico,
fitando todo o objecto destruído.
lâmpadas a partir de uma fita
de vidro
A manufactura de lâmpadas é um proces-
so industrial complicado e altamente auto
matizado, em que aquelas adquirem a sua
forma em moldes a partir de uma fita conti
nua de vidro em fusão.
Um dos componentes essenciais da
lâmpada é o filamento, uma espiral de lio
de tungsténio com a espessura de um cen-
tésimo de milímetro.
A lâmpada dá luz quando um filamento,
ao ser atravessado por unia corrente eléc-
trica, fica incandescente. Para evitar a sua
oxidação e rápida destruição, lodo o ar da
lâmpada é extraído e substituído por uma
mistura inerte de árgon e azoto. A lâmpada
é então rolada, e só depois lhe é colocado o
casquilho.
Lâmpadas que zumbem
Por que razão algumas lâmpadas fazem
um zumbido antes de se fundirem'' Na
verdade, o filamento quebra se enquan
to a lâmpada está acesa, mas esta conti
nua a dar luz porque se produz um arco
voltaico entre as extremidades do fio par
tido. F. este arco que emite o zumbido
característico.
FABRICO DE LÂMPADAS ELÉCTRICAS
2. A base da ampola, ao rubro, é
soldada à fiaste de vidro ÇU€ SU
porta o filamento em espiral.
1. As ampolas de vidro passam cm frente de urna chama
para aquecer e amolecer o "gargalo", que em seguida é
ajustado à medida do casquilho e aparado.
3. Os contactos na base da am
pola são soldados aos fios que
conduzem ao filamento.
II
MILAGRES DO DIA-A-DIA
Pilhas -
electricidade
portátil
Foram experiências no campo da anato-
mia na década de 1780 que levaram à in-
venção da pilha: Luigi Galvani, professor
de Anatomia da Universidade de Bolonha,
reparou que as pernas de rãs mortas se
contraíam quando eram penduradas de
ganchos num varão. Pensou (erradamen-
te) que esse facto se devia a qualquer tipo
de electricidade animal.
Allessandro Volta, da Universidade de
Pavia, apercebeu-se de que a electricidade
resultava do contacto entre os ganchos de
cobre e o varão de ferro em que as rãs eram
penduradas - as pernas destas faziam
apenas parte do circuito. Esta observação
deu lugar, em 1800, à pilha de Volta, precur-
sora de todas as pilhas actuais. A pilha de
Volta era constituída por placas alternadas
de zinco e cobre, separadas por discos de
papel, e "empilhadas" umas sobre as ou-
tras (de onde a designação de pilha).
Numa pilha, a corrente eléctrica é pro-
duzida pelas reacções entre dois eléctro-
dos (condutores eléctricos) e um electróli
to (um líquido ou uma pasta condutora de
electricidade). Cada eléctrodo está ligado a
um dos terminais metálicos da pilha.
Quando a pilha é integrada num circuito,
produz-se neste um fluxo contínuo de
electrões entre um terminal (o negativo) e
o outro (o positivo).
A produção deste fluxo deve-se ao facto
de o material de um dos eléctrodos come-
çar a dissolver-se parcialmente no electró-
lito — isto é, os seus átomos começarem a
migrar para o electrólito sob a forma de
iões positivos, deixando electrões a mais
no eléctrodo; estes podem partir para o
circuito através do terminal negativo.
O outro eléctrodo é geralmente de um
material diferente e que não se dissolve
da mesma forma no electrólito. Pelo con-
trário, perde electrões para os iões positi-
vos do electrólito, tornando-se deficiente
em electrões — que vai buscar ao condu-
tor que fecha o circuito para compensar
esta deficiência. O fluxo contínuo de
electrões que assim se estabelece de um
eléctrodo para o outro é que forma a cor-
rente eléctrica.
As chamadas pilhas secas não contêm
electrólito líquido livre. A caixa metálica da
pilha é de zinco e forma um dos eléctrodos
da pilha. Nela está contida uma mistura de
cloreto de amónio, que constitui o electrn
lito, e dióxido de manganésio. O manga-
nésio é, na realidade, o outro eléctrodo,
pois perde electrões para o cloreto de amó-
nio. Uma vareta central de carvão-das-re
tortas actua como colector da corrente,
transferindo electrões do terminal positivo
para o manganésio.
Uma pilha seca deste tipo tem uma for
A PILHA ALCALINA
Nesta pilha de longa duração,
um electrólito alcalino (potassa
cáustica) está misturado
com zinco em pó.
Uma manga porosa
separa esta mistura
de um revestimen-
to de dióxido de
manganésio. Um
"prego" metálico,
capta electrões do zin
co e transmite os ao ter
minai negatioo. Os elec-
trões dirigem-se, atra-
vés da lâmpada da lan-
terna, para o invólucro
de aço, no terminal po
sitioo, e dai pura o dióxi-
do de manganésio, para o
compensar dos electrões que
perdera paru o electrólito.
ça electromotriz de 1,5 V enquanto nova,
mas a tensão eléctrica entre os seus eléc-
trodos diminui com o uso, à medida que se
vão formando bolhas de hidrogénio na va-
O QUE É A ELECTRICIDADE?
Uma corrente eléctrica é um fluxo de
electrões — partículas minúsculas de car-
ga negativa que existem em toda a maté-
ria. Mesmo uma corrente fraquíssima
precisa de um fluxo de biliões de elec-
trões.
Toda a matéria é composta por peque-
níssimas partículas chamadas átomos,
constituídos por um núcleo central com
carga eléctrica positiva e por electrões
que orbitam em torno dele, dispostos em
camadas, em número exactamente sufi-
ciente para, com as suas cargas negati-
vas, compensarem a carga positiva do nú
cleo — os átomos são assim electrica-
mente neutros.
Um fio condutor só é percorrido por
uma corrente eléctrica se houver excesso
(ou deficiência) de electrões numa das
suas extremidades relativamente à outra.
Essa diferença é designada por diferença
de potencial, ou tensão eléctrica, e é me-
dida em volts.
No caso das pilheis, é gerada uma defi-
ciência de electrões num dos eléctrodos
e um excesso no outro, de forma que, se
ligarmos um voltímetro entre os seus
dois terminais, mediremos uma dife-
rença de potencial - também chama-
da força electromotriz da pilha. Se agora
unirmos os terminais da pilha por meio
de condutores eléctricos (por exemplo,
o filamento de uma lâmpada), fechan-
do o circuito eléctrico, estes serão per-
corridos por uma corrente (a lâmpada
acender-se-á).
Um circuito eléctrico é constituído por
um fio, geralmente de cobre, partindo de
uma fonte de energia eléctrica e regres-
sando a ela
Por isso, as tomadas em nossas casas
têm dois tenninais. Quando ligamos, por
exemplo, um candeeiro, estamos a com-
pletar (fechar) o circuito eléctrico, permi-
tindo a passagem de corrente através dos
condutores de cobre e do filamento das
lâmpadas.
Os geradores que abastecem a rede de
distribuição pública não são pilhas, mas
grandes máquinas eléctricas chamadas
alternadores. Ao contrário das pilhas, nas
quais um dos terminais tem sempre um
excesso de electrões (o negativo) e o ou-
tro deficiência (o positivo), cada terminal
de um alternador tem sucessivamente ex-
cesso e deficiência de electrões, alternan-
do portanto entre ser o positivo ou o ne-
gativo. Um circuito alimentado por um
alternador é percorrido por uma corrente
sucessivamente num sentido e no opos-
to: é uma corrente alternada. (A corrente
gerada por uma pilha sempre no mesmo
sentido é uma corrente contínua.)
Convencionalmente, considera-se
que a corrente eléctrica flui do terminal
positivo para o negativo. Esta convenção
foi estabelecida antes da descoberta do
electráo, ao qual, de acordo com ela, teve
de ser atribuída uma carga negativa. O
fluxo de electrões é portanto no sentido
contrário do sentido convencional da
corrente eléctrica.
12
MILAGRES DO DIA A DIA
reta de carvão, o que reduz a área da super-
fície do eléctrodo.
As baterias de automóvel são baterias de
acumuladores, assim chamadas porque
podem ser recarregadas - isto é, as suas
reacções químicas são reversíveis. O tipo
mais comum de bateria possui seis pilhas
primárias (elementos) ligadas entre si.
Cada elemento possui vários eléctro-
dos, as placas, alternadamente positivos e
negativos, separados por folhas isolantes
para evitar eurtos-circuitos e suspensos
num electrólito de ácido sulfúrico. As pla-
cas são constituídas por grades de chum-
bo, contendo as negativas chumbo espon
joso e as positivas dióxido de chumbo.
As reacções químicas que produzem a
electricidade fazem com que tanto as pla-
cas negativas como as positivas se transfor-
mem gradualmente em sulfato de chum-
bo e o electrólito em água. Sc este processo
cliega a completar-se, a bateria fica descar-
regada. Mas enquanto o motor do carro
trabalha, a corrente do gerador carrega a
bateria, invertendo as reacções químicas.
As placas de chumbo são deste modo re
convertidas na sua substância primitiva e a
potência do ácido sulfúrico é restaurada.
Como se "mete" o bico num lápis
Átomo neutro. O núcleo do átomo tem
carga positioa. e os electrões, carga nega
liva. Assim, o átorno ê neutro.
Ião positivo. A perda de um electrão re-
sulta num átomo de carga positiva. Torna
então o nome de ião positivo.
Ião negativo. Se o átomo ganha um ou
mais electrões, a carga passa a ser negati
va e ele torna o nome de ião negativo.
Os antigos egípcios, gregos e romanos uti-
lizavam pequenos discos de chumbo para
traçar linhas nas folhas de papiro antes de
nelas escreverem com pincel e tinta. No
século xiv, os artistas europeus usavam va-
retas de chumbo, zinco ou prata para faze-
rem os seus desenhos cinzento claros, de-
nominados a ponta-de-prala. E no século
xv o suíço Conrad Gesner, de Zurique, des-
creveu no seu Tratado dos Fósseis uma
vareta de escrever contida num invólucro
de madeira.
O chumbo deixou de constituir um ma-
terial de escrita quando em Borrowdale,
no Norte de Inglaterra, se descobriu em
1564 a grafite pura — nasceu então o lápis
moderno.
A grafite é uma forma de carbono e um
dos minerais mais macios. Quando é fric-
cionada contra o papel, a grafite deixa nele
delgados flocos que formam uma marca
escura.
Alguma da melhor grafite para o fabrico
de lápis vem de Sonora, no México: é pulve-
rulenta e extremamente negra. A parte ex-
terior do lápis, de madeira, tem de ser bas-
tante macia para que possa ser afiada com
facilidade à medida que o bico se gasta.
O bico é constituído por uma mistura de
grafite fina e argila, cortada em varetas e
cozida num forno. A grafite não pode ser
moída num moinho vulgar, pois a sua es-
trutura em camadas faz dela um lubrifican-
te natural. Recorre-se, por isso, a um pro
cesso diferente, em que se lançam, uns de
encontro aos outros, jactos de ar compri-
mido contendo partículas de grafite, que,
colidindo, se pulverizam.
Estas partículas minúsculas são mistu-
radas com caulino puro e água, formando
uma pasta. Esta é introduzida num cilindro
e forçada através de um furo na sua extre-
midade, de onde sai em filete contínuo e
com o diâmetro pretendido.
O filete é cortado em varetas do tama-
nho dos lápis, que são levadas a secar num
forno antes de serem cozidas a uma tem-
peratura de cerca de 1200°C. São depois
tratadas com cera para assegurar um traço
suave e seladas para evitar que deslizem no
invólucro de madeira.
Para fabricar este invólucro, a madeira é
serrada em tabuinhas com o comprimen-
to de um lápis, a largura de sete lápis e a
espessura de meio lápis. Fazem-se os sul-
cos, introduzem-se os bicos e cola-se por
cima uma segunda tabuinha igualmente
com sulcos. Estas "sanduíches" são leva-
das à máquina, que as corta em sete lápis e
dá a cada um uma secção hexagonal ou
cilíndrica.
Em seguida, os lápis são pintados com
um verniz não tóxico.
Risco ampliado. A grafite utilizada nos lá
pis tern uma estrutura em carnudas. Quan-
do a grafite e friccionada contra o papel,
soltam-se facilmente pequenas escamas
que formam uma marca negra.
DURO OU MOLE? DEPENDE
DA ARGILA
No fabrico dos bicos de lápis, a grafite
é misturada com uma argila fina rio
lipo utilizado nas melhores loiças e
porcelanas. Os dois ingredientes sáo
misturados em proporções diversas,
consoante os graus de dureza e ne-
grura de traço pretendidos,
O tipo de lápis mais largamente utili-
zado é o HB (hard and black, "duro e
preto"). Os bicos mais macios e mais
negros (B e BB, de black) possuem
maior teor de grafite, e os mais duros
- graduados de H (hard) a 10H - têm
argila em proporções crescentes.
Os bicos dos lápis de cor e os lápis
de cera não contêm grafite, mas argila
pura, cera e pigmentos.
I:Í
MILAGRES DO DIA ADIA
Como se coloca
a esfera numa
esferográfica
A parle principal de uma esferográfica é
unia esfera de metal que transfere para o
papel uma tinta a base de óleo e que tem a
particularidade de ser de secagem muito
rápida.
A esfera é geralmente de aço médio ou
inoxidável, com cerca de 1 mm de diâme-
tro, e. para que se adapte perfeitamente ao
encaixe, é acabada com um rigor de centé
siuiDs milésimos de milímetro. Bode tam
bém ser constituída por um composto cie
tungsténio e carbono, quase Ião duro
como o diamante. Por vezes, a esfera 0 ás
pêra para conseguir melhor atrito na su
perfície de escrita.
A esfera é aplicada num encaixe cie aço ou
latão desenhado por forma a permitir que a
esfera rode perfeitamente em todas as direc-
ções. O bordo do encaixe é de|>ois inclinado
para dentro para que a esfera não caia
A tinta corre do reservatório para <> en-
caixe da éster,i através de um tubo estreito.
<) reservatório deve ser aberto ao ar ou ter
um orifício, pois de outro modo criai .se ia
um vácuo parcial a medida que o nível da
tinta tosse baixando, o que acabaria por a
impedir de correr Saliências no interior do
encaixe distribuem homogeneamente a
unta em redor d.i esfera para que. quando
aplicada sobre uma superfície, ela rode e
desenhe um traço.
• Biro e a esferográfica •
Uma pena cie ave com a haste
afiada foi O instrumento de es
cuia durante mais de 1000 .mos. .m
tes da invenção da caneta de tinta
permanente, em 1884, Na década de
.5(1. o artista e jornalista húngaro La-
dislao Biro inventou em Budapeste a
canela esferográfica. Biro fugiu com
a eclosão da II (iuerra Mundial, fixan-
do se na Argentina.
Com .i .ijud.i de seu irmão Georg.
químico de formação, aperfeiçoou a
caneta e fabricou-a em Buenos Aires
durante .i guerra. Km 1944. vendeu
os seus interesses no invento a um
- seus financiadores, que passou
a fabricar a caneta Biro para as torças
aéreas aliadas, dado não ser afectada
. i las ilt< raçi ies na pressão almosfé
rica. Ladislao Biro desapareceu no
obscurantismo, embora o seu inven
to se tenha tornado um objecto utili
zado em todo o Mundo.
A esfera. De aço. a esfera (ampliado 80 vezes) reifhe um acabamento rigoroso,
O encaixe. Saliências no seu interior luzem com que a tinia se distribua por toda a esfera
A esfera colocada. 0.s bordos do encaixe suo dobrados pena ilcutio puni a segurarem.
14
Canetas e marcadores. 0 invento de Ladislao Biro foi aplicado no fabrico de novos
modelos que produzem urna diversidade de traços de irrita sobre diversas superfícies, desde
o metal ao vidro e ao plástico. A excepção da esferográfica, a tinia ê levada para a ponta
através cie tubos finíssimos por acção da capilaridade.
Ponta de feltro. O bico é de lã natura! ou sintética
Ponta de fibra. Fibras ligadas por resina dururri mais que as pontas de feltro
Esferográfica. A tinta e levada ao bico pela acção rotativa da esfera.
Ponta de plástico. A tinia, que cone livremente, alimenta uma por na de plástico de grande resistência <n> desgastt
Porque aderem tão bem as colas modernas
Ale há KXI anos, as colas eram gomas vege
lais ou obtinham se fervendo peles e ossos
de animais; demoravam muito tempo a
colar v o sen poder de união não era parti
cularmente forte, utilizavam se principal
mente nos trabalhos de carpintaria: o gru-
de IfqUÍdO penetrava nos poros da madeira
e secava, ligando entre si as peças da obra.
Hoje, as colas são, na sua maioria, total
mente sintéticas. Secam rapidamente e
formam uniões muito fortes. As mais rápi-
das são chamadas supercolas, ou colas
instantâneas, e secam em segundos. Exis
tem também resinas epoxídicas, que con-
sistem em dois componentes que são mis-
turados e fazem presa em 10a 30 minu
tos. A supercola é uma resina acríli-
ca Fabricada a partir de produtos pe-
troquímicos. Quando exposta ao mí-
nimo de humidade, as suas pequenas mo-
léculas ligam se, formando moléculas
maiores — processo químico denomina-
do polimerização.
Dentro do tubo, a cola é impedida de
polimerizar por meio de um estabilizador
aofdiCO. Quando a rola é aplicada a uma
superfície, a mais diminuta quantidade de
humidade supera a acção do estabilizador
e a resina polimeriza instantaneamente É
a presenç,a dos iões da água grupos de
átomos dotados de carga eléctrica - que
desencadeia o processo de polimerização,
Os iões estão
presentes
em praticamente todas as superfícies ex
postas ao ar, pois este contém sempre ai
guina humidade.
As supercolas aderem bem a pele, dado
esta ser húmida. Por este motivo, tem havi-
do muitos casos de pessoas com Ioda a
natureza de objectos colados a pele, desde
chávenas a maçanetas de portas. O remé-
dio é mergulhar a parte afectada cm água
morna e descolar suavemente o objecto.
Em cirurgia, têm sido utilizadas super-
colas em aerossol para fechar uma ferida e
reduzir a hemorragia.
A força da cola. Neste painel publicitário, o
carto amarelo esta fixo por cola de
resina epowlicu. O cairo encarnado
assenta no tejadilho do outro de-
monstrando a força da cola.
XzM
MILAGRK5 DO DIA-A-DIA
O PROCESSO QUE FAZ COLAR A SUPERCOLA
A supercoio contém um estabilizador aa'
dico (vermelho) que mantém a cola lí-
quida.
O estabilizador acidico ê neutralizado em
contado com a humidade (azul) da super
íiae que se pretende colar
Neutralizado o estabilizador, as mole
cuias adesivas juntam se em cadeias hm
gOS, ((instituindo nina união tenaz.
Uma descoberta acidental que deixou a sua marca no Mundo
No princípio da década de 80. começaram
a aparecer nos escritórios uns papelinhos
amarelos. Vinham geralmente colados
aos documentos com pequenas mensa-
gens trocadas entre os executivos e tinham
a grande vantagem de, depois cie lidos, po-
derem ser descolados com facilidade.
Com o passar dos anos, estes pa-
pelinhos auto aderentes, cha-
mados post-it. estende
ram-se as esa rias e depois às
nossas casas. Os estudantes e
os investigadores começaram
a usá-los para marcar textos de
ititeresse nos livros; e os maridos
e mulheres, ao saírem para o tra-
balho, deixavam uns aos outros re-
cados apressados colados no frigorí-
fico.
Estes autocolantes nasceram de uma
descoberta acidental num laboratório de
St. Paul, no Minnesota, quando se procura-
va produzir uma supercola, em 1968. O re-
sultado fora uma cola tao fraca que a em
presa 3M a rejeitara por inútil.
Mas um dos empregados, um químico
chamado Art Fry, cantava num coro e utili-
zou aquela cola fraca para marcar o seu
livro com papelinhos que podiam retirar
•se sem estragar o livro.
Fry tentou persuadir a empresa de que
estava a deitar fora urna ideia que podia ter
os mais variados usos. Mas só em 19X0 a
3M começou a vender, para Utili2açâ0 nos
escritórios, blocos de lolhas para notas
com uma faixa adesiva num dos bordos
que podem ser descoladas e recoladas.
Vista ao microscópio, a superfície adesi
va de um post-it apresenta se coberta por
minúsculas bolhas de resina de ureia for
maldefdo que contém a substância adesi
va. As bolhas rebentam sob a pressão dos
dedos, mas não Iodas simultaneamente,
pelo que as folhas são reutilizáveis.
p*
^
*L
[ < • *
Pondo perfume num papel
Pode fazer se publicidade a perfumes im-
pregnando um prospecto com o respecti-
vo aroma, que é libertado quando se raspa
a superfície do papel. 0 método é designa
do por microfragrância.
O perfume está contido em pequeninas
cápsulas de plástico, aplicadas ao papel
num revestimento resinoso. 0 plástico
quebra ao ser raspado ou esfregado, liber
tando os óleos essenciais do perfume do
seu interior. A técnica, denominada micro
encapsulação, foi iniciada pela empresa
americana 3M na década de 60.
Para 0 enchimento das capsulas, o óleo
é misturado com água e agitado, a fim de
se desintegrar em gotas minúsculas -
como acontece com o azeite e o vinagre no
CHEIROS NUMERADOS
Em 1984, foi produzido na América
um filme jocoso de couiboys que li-
nha como atracção adicional aromas
microencapsulados. Cada especta-
dor recebia um pequeno cartão com
uma meia dúzia de números.
De vez em quando, no decorrer do
filme, aparecia um número no canto
ÚOécran - o número que os especta-
dores deviam raspar nos seus cartões.
Podiam assim sentir o cheiro adequa-
do à cena em curso — o encanto de
um perfume, o cheiro a pólvora quei-
mada, etc.
16
O cheiro a maças. Nesta microfotografia
(em cima) oèem-se as microcápsulas que
contêm o perfume num autocolante. Quan-
do se raspam as cápsulas, o perfume é liber
lado. 0 autocolante deste quarto de maçã é
típico dos que aparecem nas revistas. A
área no interior do tracejado conteria mi-
crocápsulas para lembrar aos leitores o de-
licioso cheiro da maçã.
tempero da salada. As gotas sáo depois es-
palhadas sobre uma superfície e cobertas
por urna camada de resina plástica.
Deixam-se secar (por vezes são aqueci-
das) antes de serem aplicadas sobre o pa-
pel por meio de outra resina. Algumas ve-
zes utilizam-se como um revestimento
adesivo na dobra de um folheio publicitá-
rio, e o aroma é libertado quando o revesti-
mento se quebra ao desdobrar-se o folheto.
Actualmente, alguns cosméticos con-
têm microcápsulas de óleos nutrientes da
pele, que apenas são libertados quando o
preparado é aplicado, o que garante a sua
frescura até à utilização.
Fotografias nos jornais: milhares de pontinhos
Se se observar de perlo uma fotografia
num jornal, verifica-se que a gama das to-
nalidades nos é dada por combinações de
pontinhos negros. Nas zonas escuras, os
pontos são maiores e fundem-se entre si,
de modo que quase não se vê o papel bran
co. Nas zonas mais claras, os pontos sáo
más pequenos e estão rodeados por gran-
des porções de branco. As diversas tonali-
dades da fotografia são convertidas num
padrão de pontos com diferentes dimen-
sões recorrendo a urna retícula, ou trama.
A fotografia a ser reproduzida é fotografada
através de uma retícula posta em contacto
com o filme, retícula que consiste num pa-
drão de linhas diagonais sobre uma pelí-
cula transparente.
A maioria dos jornais utiliza uma retí-
cula de malha relativamente larga para a
reprodução de fotografias em papel nor-
mal A retícula tem cerca de 20 a 35 linhas
por centímetro, produzindo, quando im-
pressa, o mesmo número de pontos por
centímetro.
A luz reflectida da fotografia passa atra-
vés da retícula e é decomposta em zonas
de intensidade luminosa variável captadas
em película fotográfica de alto contraste,
que, ao ser revelada, produz um padrão de
pontos em imagem negativa. A continua-
ção do processo de revelação produz uma
imagem positiva.
Imagem desportiva. Fotografia a preto e
branco, tal corno aparece num jornal (em
cima). A ampliação mostra que a imagem se
compõe de uma série de pontos pretos entre
meados de espaços brancos. A densidade de
pontos utilizados determina a qualidade da re-
produção da fotografia na página impressa.
17
IMAGENS A CORES
As fotografias a cores são lambem repro
duzidas como padrões de pontos. Estes
são de Ires rores diferentes amarelo,
magenta e azucyan (azul esverdeado).
Vistas a distância, as combinações de pon-
tos destas cores, com dimensões diferen
tes. fundem-se por forma a simular lodo o
espectro das emes. A impressão a cores
baseia se no principio de que todas as co
res podem ser produzidas através de com
lunações destas três cores primárias.
Fotografia com filtros
0 primeiro passo na reprodução é a "selec
çao" (Lis cores, tirando fotografias através
de filtros. As três imagens, uma de cada cor,
são depois fotografadas através de uma re
tícula de meio tom. como n.i impressão ..
prelo e branco, a fim de se produzir um
padrão pontilhado. Faz se uma chapa de
impressão para cada cor e, para aumentar
ii pormenor, iunta.se ainda uma chapa a
preto, pelo que " processo toma <> nome
de quadricromia. Esta é hoje feita, normal
mente, por scanners electrónicos, em vez
das máquinas fotográficas tradicionais.
Uma impressão
a cores e feita
a partir de
combinações
destas três
cores
primárias.
amarelo, magenta
e azul-cvm.
A imagem impressa a
três cores segue se
a impressão do
prelo para acentuar
a profundidade,
a defi/itaio
f o i ontraste.
Finalmente, <> olha
humano mistura
os pontos coloridos
e vê t<ulas as cores.
Como funcionam as máquinas de moedas
Balancim
Calha, ou tampa
Com 11111,1 moeda que se introduz numa
ranhura, as máquinas Fornecem-nos des-
de bilhetes de comboio a chamadas lelelo
nicas, bebidas, maços de cigarros e ale
juckpols de moedas.
Mas, antes de entregarem o seu produ
lo. as máquinas analisam cada moeda.
submetendo-a a uma série de exames, co
meçando por rejeitai as de valor diferente,
as estrangeiras, as falsas e as anilhas.
Cada tipo de moeda no Mundo tem as
suas características próprias. São diferentes
no diâmetro, na espessura, no peso e até na
composição química. Nas máquinas de
moedas, todas estas propriedades são in
vestigadas, e só quando a moeda entra no
percurso correcto da máquina é que é dis
parado o mecanismo de funcionamento.
A máquina de moedas típica funciona
ilo seguinte modo: o sistema de verifica
çao começa pela própria ranhura, impe
dindo a entrada de moedas demasiado
grandes, espessas ou deformadas
As moedas que entram podem ser exa
minadas por uma sonda, que verifica se
elas são luradas, detectando assim as ani
lhas. As genuínas caem soba- um balan
cim rigorosamente equilibrado: quando o
seu peso é suficiente, a moeda faz tombar
ii balancim e é dirigida para .1 calha [ou
ranipae quando é insuficiente, o balancim
não oscila e a moeda cai no rejeitado!.
A moeda que foi aprovada percorre a
Verdadeira ou falsa
Esta máquina de moedas
destinada a moedas francesas
tem unta ranhura igual
ao tamanho de ama moeda
de 10 francos. Uma moeda mais
leve não consegue bascular o
balancim e é desviada Separador
para o rejeilador.
! ma moeda de metal
diferente é desviada
pelo magneto.
atinge o deflector
c passa pelo lado
eirado do
separador
Rejeilador
(moedas
rejeitadas)
Magneto
Percursos das moedas
rejeitadas
Lâmina de contacto
calha e passa polo magneto. Ao atravessar
o campo magnético deste último, ê descar-
regada uma pequena corrente eléctrica no
seu interior, fazendo a rodar mais ou me-
nos lentamente devido à força magnética
provocada pelo campo magnético.
Ima moeda com a composição correc-
ta abranda exactamente o necessário para.
ao cair da rampa, percorrer uma trajectória
que evita o obstáculo seguinte, o deflector.
Acerta então no separador por baixo des-
te, a um ângulo de incidência lai que a faz
dirigir se para o canal "aceite", As moedas
com peso demasiado e as menos afecta-
das pelo magneto atingem o defleclor e
são encaminhadas pelo lado errado do se-
parador para o rejeitador.
Máquinas de moedas electrónicas
A ultima geração destas máquinas confere
as moedas electronicamente, Assim que a
moeda é introduzida, a sua condutibilida-
de capacidade para deixar passar unia
corrente eléctrica - é verificada.
As moedas aceitáveis num primeiro
exame atravessam depois uma "cancela",
percorrendo a rampa e passando entre
dois magnetos. Também neste caso, a ve
locidade com que deixam os magnetos
depende da composição das moedas.
Conjuntos de díodos emissores de luz e de
fotossensores medem a velocidade da
moeda. Sc os valores obtidos coincidirem
com os da memória da máquina, abre-se
nova cancela para aceitar a moeda. Se não,
esta é rejeitada. Algumas máquinas po-
dem ser programadas para tratar até oito
tipos de moedas diferentes.
Podem também ser programadas para
dar trocos, Quando a moeda atravessa o
sistema de verificação. 0 respectivo valor é
identificado. Quando chega ao fim do per
curso, um microchip liberta o troco certo.
Velcro: como as
ervas que se
agarram às meias
Os fechos de velcro. pequenas almofadas
crespas formadas de ganchos e ilhós de
plástico, têm encontrado aplicações a to
dos os níveis.
Na indústria de vestuário, substituem as
molas e os fechos de correr. No vaivém
espacial, OS astronautas usam fita velcro
para agarrar tabuleiros, embalagens de ali
mentos, equipamento científico, e ate cies
próprios, a uma superfície tixa. para evitar
que flutuem desordenadamente no espa
ço na ausência da força da gravidade.
O engenheiro suíço Georgcs de Mestral
concebeu a ideia que deu origem ao velcro
depois de um passeio pelo canipo em 1948.
Voltou para casa com umas ervas agarradas
às meias e ao pêlo do cão e decidiu investi-
gar por que razão aquelas se pegam Ião
bem á lá. Ao microscópio, observou que
minúsculos ganchos nas pontas dessas er
vas ficavam presos às argolas da lã.
Mestral imaginou rapidamente uma for-
ma de reproduzir em tecido de nylon o
esquema de ganchos e argolas e deu ao
produto o nome de velcro - contracção
de uelours e CfOChet, palavras francesas
que significam "veludo" e "gancho".
A patente original de protecção ao vel-
cro expirou em 1978, e existem actual men
te muitas imitações, mas o nome mantém-
se como marca registada
0 velcro é feito tecendo fio de nylon de
modo a produzir um tecido com urna
grande densidade de minúsculas argolas.
A face dos ganchos obtém-se cortando as
argolas noutra porção de tecido — de
modo que cada meia argola passe a cons-
tituir um gancho. Por meio de aquecimen-
to, argolas e ganchos tomam a sua forma
definitiva. 0 tecido é depois tingido, colado
ao suporte adequado e cortado à medida.
O velcro pode fechar-se e abrir se milha
res de vezes, e provavelmente durará mais
do que O tecido a que foi aplicado. E feito de
modo a poder ser aberto à mão com um
estorço relativamente pequeno. No entan-
to, possui enorme resistência transversal.
Alguns tipos de velcro têm tanta resistência
que uma peça quadrada de 12 cm de lado
consegue suportar uma carga de 1 t.
Como as ervas se agarram. As minúscu-
las vagens da aparína possuem ganchos
que se ugurram ao vestuário de lã e aos
pêlos dos ailimais
Copiando a Natureza. .4 fotografia do oel-
CfO QO microscópio moslru como esíe copio
a Natureza. Os minúsculos ganchos de
nylon numa peca de i elcro agarram as argo
las da outra peca exat tumente do mesmo
modo que terias plantas como a aparinu se
agarram às meias de la (mundo passeamos
no meio das ervas. Uma peca de velcro com
5 x 2 cm contém cerca de 750 ganchos.
com 12 500 argolas na lace oposta.
Como a Marinha dos EUA
lançou o fecho de correr
A Marinha dos EUA foi a pioneira no uso
dos fechos de correr quando, em 1918, en-
comendou 10 000 unidades para aplicar
em fatos de voo.
0 fecho de correr fora inventado pelo
engenheiro americano Whitcomb Judson
em 1893. Lste desenhara um fecho com
posto de carreiras de colchetes machos e
fêmeas como método rápido de apertar as
botas de cano alto. Mas este fecho, que utili
zava um cursor para ligar os colchetes ma-
chos e fêmeas, revelou se pouco prático.
O passo decisivo para o aparecimento
do moderno fecho de correr deu-se cerca
de 20 anos depois, quando o engenheiro
sueco Gideon Sundback foi admitido por
Judson para aperfeiçoar o seu fecho. Sund-
back desenhou o chamado Hookless 2,
quase igual ao moderno fecho rie correr, e
criou a maquinaria que permitiu o fabrico
dos dentes e a sua fixação a uma fita.
Km 1918, a Marinha Americana fez a sua
encomenda, e o fecho de correr estava lan
çado. O fecho de correr consiste ern duas
tiras de tecido com
dentes de metal ou
plástico ao longo das
bordas. Os dentes das
duas fitas são desen-
contrados para pode-
rem encaixar entre si:
num dos lados têm
uma saliência e no ou-
tro uma concavidade,
por forma que, quando
forçados a juntar-se, as
saliências encaixem
nas concavidades. Ao
fechar, as duas fiadas de
dentes entram obliqua-
mente no cursor que as
junta, engatando os
dentes. Quando se
puxa o cursor para
abrir o fecho, dá-se o
contrário, os dentes en-
tram pelo fundo do cur-
sor e separam-se.
Separador
Cursor
Fita
Fiadas de dentes
Dentes que engatam. A mecâ-
nica do fecho de correr é muito
simples. Um cursor move-se
num ou noutro sentido sobre
duas fiadas de dentes presos a
fitas, engatando-os ou desenga
ÍB tando-os.
Como se faz parar um elevador em queda
O mais alto edifício de escritórios do Mun-
do, a Sears Tower, em Chicago, com 443 m,
tem 103 elevadores para transportar passa-
geiros entre os seus 110 andares a velocida-
des que chegam aos 550 m por minuto
Mas o que aconteceria se um cabo se
partisse quando um dos elevadores se en-
contrasse no topo de tão alto edifício? Teo-
ricamente, um corpo que caísse do último
andar da Sears Tower esmagar-se-ia no
solo a 820 km/h. Para evitar estes aciden-
tes, os elevadores são dotados de dispositi-
vos de segurança.
O moderno elevador de passageiros
leve as suas origens em 1854, quando o
engenheiro americano Klisha Graves Otis
introduziu o primeiro dispositivo de segu-
rança para a elevação de cargas na Exposi-
ção do Palácio de Cristal, em Nova Iorque.
Otis demonstrou a segurança do seu
processo por forma espectacular. A carga
foi guindada até uma altura de 8 ou 10 m
com Otis também sobre a plataforma. Or-
denou então que cortassem o cabo de sus
pensão. Num elevador normal, as conse-
quências teriam sido desastrosas, mas o
mecanismo de segurança de Otis resul-
tou - e a queda foi interrompida depois
de cortado o cabo.
O segredo do sucesso da experiência
residiu numa mola em fornia de arco fixa
20
da ao topo da plataforma. O cabo de sus-
pensão estava ligado à mola, e quando a
plataforma era puxada para cima, o seu
peso iria arquear a mola, de modo que as
suas extremidades não tocassem nos enta-
lhes das duas calhas dentadas de guiamen-
to, situadas de um e outro lado da platafor
ma. Mas quando o cabo de suspensão foi
cortado, a mola abriu c as suas exlremida
des encaixaram nos entalhes das calhas,
impedindo a queda da plataforma.
Olis instalou o primeiro elevador de pas
sageiros cm Nova Iorque em 1857, no esta-
belecimento V. Haughwout & Co., com
cinco pisos. A invenção do elevador de se-
gurança foi um factor decisivo na evolução
do arranha-céus, pois libertou os arquitec-
tos das restrições na altura.
O moderno elevador é constituído por
uma cabina içada por cabos de aço entre
duas calhas laterais de guiamento e possui
um dispositivo de segurança que trava de
encontro às calhas no caso de os cabos se
partirem. Os cabos fixos ao topo da cabina
Subida rápida. A Sears Tower, edifício de
IK) andares em Chicago, dispõe de eleou
dores rápidos que se deslocam a 32 km/h.
Os elevadores estão equipados com dispo
sitiuos de segurança para o caso de quebra
dos cabos.
sobem alé um mecanismo de roldanas no
cimo da caixa do elevador. A roldana é ac-
cionada por um motor eléctrico, e os ca-
bos sustentam na outra extremidade um
contrapeso que corre igualmente em ca-
lhas de guiamento.
Limitador do excesso de velocidade
Este é outro componente fundamental da
segurança do elevador. Parle dele um cabo
que corre para cima e para baixo na caixa
do elevador e está ligado ao mecanismo de
segurança montado sob a cabina.
0 limitador do excesso de velocidade
baseia-se num sistema mecânico de pe-
sos, que são impelidos para fora devido à
força centrífuga. Acima de uma velocidade
preestabelecida, os pesos accionam um
interruptor de segurança que desliga a cor-
rente eléctrica do motor. A roldana pára
automaticamente e o elevador imobiliza-
-se sem que tenha de ser activado o dispo-
sitivo de segurança.
Se, contudo, a cabina continuar a acele-
rar, o limitador centrífugo prende o respec-
tivo cabo com força suficiente para dispa-
rar o mecanismo de segurança.
Existem outros mecanismos de segu-
rança, como o de compressão de roleles ou
de excêntricos de bordos serrilhados con-
tra as calhas de guiamento, ou o de cunhas,
que reduz a velocidade por meio de fricção.
Testes de cheiro no gás natural
Numa indústria de alta tecnologia como a
do gás natural, o teste final de segurança é,
curiosamente, o nariz humano. O gás na-
tural, ao contrário do gás de hulha, não
tem cheiro próprio, pelo que uma fuga nas
tubagens poderia passar facilmente des
percebida e causar uma explosão. No en-
tanto, pode juntar-se-lhe um odorizante.
Assim, peritos empregados pela sua capa
cidade olfacliva muito sensível asseguram
que, numa emergência, o gás emita o chei
ro certo para fazer disparar o alarme men-
tal de "fuga de gás!"
Esses peritos cheiram o gás para terem a
certeza de que a sofisticada aparelhagem
de análise está a funcionar correctamente.
O gás natural encontra-se no solo ou
sob o fundo do mar. O seu componente
principal é o metano, gás que nos pânta-
nos pode ser visto em bolhas emanando
dos lodos orgânicos. O cheiro intenso que
acompanha o metano nos pântanos deve-
-se à matéria vegetal em decomposição,
pois o gás em si é inodoro.
O gás natural comercial começou a ser
utilizado comercialmente nos Estados
Unidos nos anos 20 c na Europa na década
de 60. Como era necessário que tivesse
cheiro, foram ensaiadas como odorizan-
tes diversas combinações de compostos
orgânicos de enxofre. O odorizante ideal
tinha de ter um cheiro forte e muito carac-
terístico, náo devia ser absorvido pelo solo
para que as fugas subterrâneas pudessem
ser detectadas e tinha de ser inócuo e náo-
-corrosivo. Acabou por descobrir se a fór
mula correcta. Esse odorizante, sob a for-
ma líquida, é pulverizado no gás quando
este deixa o complexo de produção. A
quantidade de odorizante é medida rigo-
rosamente por computador. Tem um aro-
ma tão intenso que apenas é necessário
1,5 kg por cada 100 000 rrí*.
Apesar dos odorizantes, as fugas de gás
nas tubagens subterrâneas podem ainda
passar despercebidas. Por isso, os técnicos
seguem frequentemente os percursos das
tubagens com instrumentos extremamen-
te sensíveis. Contudo, estes detectam o
gás, e náo o cheiro. As sondas são coloca-
das junto ao solo e o ar que captam é intro-
duzido num aparelho que detecta gás em
concentrações de apenas algumas parles
num milhão.
As fibras que conferem resistência aos saquinhos de chá
Diariamente, fazem-se milhões de cháve-
nas de chá a partir de saquinhos. O papel
de filtro rendilhado, que constitui o saco,
tem orifícios de tamanho suficiente para
deixar passar a água a ferver sem deixar
fugir as folhas do chá. É também suficien
temente forte para náo se rasgar nas má-
quinas de empacotamento ou durante a
manipulação — esteja seco ou molhado.
Nenhum papel vulgar podia satisfazer
estas exigências. O papel dos saquinhos de
chã é fabricado com duas fibras fortes: câ-
nhamo-de-manila, fibra natural longa utili-
zada no fabrico de cordas para conferir re-
sistência, e fibras termoplásticas, para fe-
char os saquinhos. As duas fibras náo são
tecidas em conjunto, mas assentes, sob a
forma de mistura aquosa, em duas cama
das separadas. Forma se o papel quando a
água se escoa e o emaranhado de fibras é
apertado em rolos para secar. Este proces-
so confere ao papel uma estrutura irregu-
lar, com poros de diversas dimensões.
O papel passa pela máquina de embala
gem do chá sob a forma de duas tiras e a
máquina vai colocando as doses de chá
sobre a tira inferior. Dá-se forma aos sacos
vedando os bordos por meio de calor. As
fibras termoplásticas são derretidas para se
ligarem fortemente entre si, mantendo a
sua resistência quando, ao arrefecerem, so-
lidificam novamente. O seu ponto de fusão
é superior a 100°C para que o saquinho náo
se desmanche na água a ferver.
Orifícios filtrantes. Ampliando
60 vezes um saquinho de chá,
vêem-se bem OS orifícios filtrantes.
Estes deixam passar a água, mas
sem deixarem sair as folhas de chá.
2
Fósforos aos milhões
Se riscarmos um fósforo de segurança
(amorfo) em qualquer superfície que não
seja a lixa da caixa, ele não se acende. Se
lhe batermos com um martelo, nada acon-
tece. Antigamente, porém, os fósforos
acendiam-se ao serem riscados em qual
quer superfície rugosa, e se lhes batêsse-
mos com um martelo, explodiriam.
No caso dos fósforos de segurança, é a
reacção entre os produtos químicos da ca-
beça do fósforo e da lixa da caixa que os
incendeia. A reacção é desencadeada pelo
riscar do fósforo, que gera calor devido à
fricção. Se a cabeça e a lixa não estiverem
em contacto, não se dá a ignição.
O antepassado do fósforo actual foi pro-
duzido pelo químico inglês John Walker
em 1827. Os seus fósforos acendiam-se em
qualquer superfície e não eram de grande
confiança. Km 1830, Charles Suria, em
França, inventou um fósforo muito mais
eficaz, utilizando fósforo branco. Os fósfo
ros deste tipo mantiveram-se em uso até
finais do século xix e, embora eficientes,
tinham uma grande desvantagem: po-
diam matar - e fizcram-no muitas vezes
O fósforo branco liberta fumos tóxicos
que provocam, cm casos de exposição
prolongada, uma doença deformante — e
eventualmente fatal — em que ocorre a
decomposição dos maxilares. Os opera
rios das fábricas de fósforos eram os mais
afectados; assim, no início deste século, foi
proibido o uso de fósforo branco, tendo
passado a utilizar se o sesquissulfureto de
fósforo.
Contra o imposto
Em 1801, a firma Bryant & May pro-
duziu o seu primeiro fósforo de
segurança numa fábrica em Londres.
Ao fim de um ano, a fábrica produzia
1 800 000 fósforos por semana. A procura
era tanta que, em 1871, o chanceler do
Tesouro propôs uma taxa de 1 penny por
caixa. A proposta originou protestos no
Parlamento e na imprensa - e milha-
res de operários da indústria fosforeira
protestaram contra aquilo que viam
como uma ameaça ao seu ganha-pão.
Seguiram-se manifestações e tumultos
e o Parlamento aboliu o imposto.
Por todo o Mundo, as técnicas do fa-
brico de fósforos foram sendo aperfei
coadas, e actualmente podem produ-
zir-se mais de 800 caixas por minuto.
11
t « I
• « • « • « « I
L W V W V ,  7
% %_• i • • • i i
« mwâ
22
Em movimento. I m tapeie rolante de aço
transporta os palitos de madeira - já com
as cabeças tingidas de vermelho ao en-
contro das caixas, que se movem numa tela
transportadora perpendicularmente ao
percurso dos fósforos. Estes são automati-
camente expulsos do tapete, por fornia a
caírem dentro das caiwis nus quantidades
certas.
Na década de 1850, o sueco John Lunds-
Irom foi pioneiro dos fósforos de seguran
ça (amorfos) ao separar o elemento fósfo-
ro dos outros ingredientes combustíveis:
pós fósforo vermelho, não tóxico, na lixa e
os outros ingredientes na cabeça.
Actualmente, os fósforos são fabricados
por máquinas automáticas que chegam a
produzir 2 milhões de unidades por hora.
O vulgar fósforo de madeira começa por
um toro que é cortado em fasquias de cer
ca de 2.r> mm de espessura. Estas são de-
pois cortadas em palitos que são embebi-
dos numa soluçáo de fosfato de amónio -
retardador de ignição que evita que os pali-
tos continuem a deitar fumo.
Os palitos são depois introduzidos auto-
maticamente nos orifícios de um tapete ro
lante de aço que mergulha as pontas num
banho de parafina aquecida. Esta vai im-
pregnar as fibras da madeira e anulará a
fazer passar a chama da cabeça para o palito.
Os palitos são cm seguida mergulhados
na mistura que constituirá a cabeça. Nos
fósforos de segurança, essa mistura con
tem enxofre, e por vexes carvão, para pro-
duzir a chama e clorato de potássio para
fornecer o oxigénio necessário á combus
tão. Quando as cabeças secam, os fósforos
sao empurrados do tapete rolante para
dentro das caixas de fósforos que correm
numa tela transportadora.
As tampas das caixas correm noutra tela
em movimento paralelo, A intervalos de
alguns segundos, as telas param e .is caixas
sao metidas nas respectivas tampas. As ta
ces laterais destas aplica se a lixa, uma tira
rui>osa impregnada de fósforo vermelho.
que constitui o produto combustível.
Como adere
a película
aderente?
Esta película adere por duas razões: quan
do esticada, a sua elasticidade leva a a reto-
mar as dimensões iniciais; e a electricidade
estática que possui cria uma forma de
atracção a muitas outras coisas.
O segredo da elasticidade esta na estru-
tura molecular da película. Os plásticos são
formados por moléculas longas cente-
nas cie milhares de unidades repetitivas de
um átomo de carbono e dois de hidrogénio
numa molécula de polietileno, por exem
pio. A maioria das substâncias comuns é
constituída por moléculas pequenas a
molécula de agua contém apenas dois álo
mos de hidrogénio e um de oxigénio
As moléculas longas da película aderen
te. ou adesiva, encontram se enroladas c
dobradas como as libras da la. Quando .•
película é esticada, as moléculas ordenam
se Mas, lai como as fibras da lá ou
como um elástico . elas procuram reto
mar a sua forma inicial
O poder de aderência desta película
ocorre naturalmente na maioria das pelí
cuias plásticas, que aderem porque adqui
rem uma carga eléctrica estática. A película
aderente pode. por exemplo, adquirir uma
carga eléctrica negativa por fricção, << que
faz deslocar electrões d<i superfície de uma
película ou de outro material adjacente. Na
segunda superfície, .i carga eléctrica será
positiva, o que leva a que as duas superfí-
cies se unam por atracção electrostática.
A película aderente podo ser fabricada
num destes plásticos: PVC 'cloreto de poli
vinilo) ou polietileno. O PVC. normalmen-
te duro. toma se- macio c flexível pela adi
cão de certos produtos químicos, os plasli
ficanles. o polietileno é macio por nature-
za, pelo que não necessita de plastificantes.
A película de PVC e mais transparente
que a de polietileno, mas ê mais sujeita a
fadiga Com eleito. 24 horas depois de utili
zada perdeu já mais de dois lerços da sua
elasticidade, enquanto o polietileno per
deu apenas um lerço
Um material
escorregadio
como o gelo
o revestimento interior náo-aderente dos
modernos tachos e frigideiras e o maleri.il
mais escorregadio que ri tecnologia co-
nhece. Tendo quase o mesmo coeficiente
de atrito que o gelo. se cohrisseinos as ruas
com ele. torná-las-íamos intransitáveis.
() PTFE e um dos mais notáveis produ
tos artificiais, e a náo-aderencia não é a sua
Superfície revestida. Para lazer uma (ri
gideira náo-aderente. mistura-se PTFE cm
pó com aii.ua puberiza-se o sen interiot e
seca se
Válvula cardíaca. O
anel desta válvula está
coberto com um tecido
revestido de PTFE. O
PTFE é quimicamente
inerte, pelo que não há
o risco de causar
infecção.
Sol e espaço. A cúpula
plástica deste estádio
japonês está revestida
de PTFE para reduzir o
calor dos raios do Sol.
Os fatos de pressão dos
astronautas possuem
diversas camadas de
material, incluindo uma
de tecido revestido a
teflon, incombustível e
resistente à abrasão.
única qualidade invulgar. K considerável a
sua resistência a temperaturas, tanto mui-
to altas como muito baixas, e ao ataque
químico; é ainda um mau condutor de
electricidade.
PTFE é a abreviatura de politetrafluoroe-
tileno, material que foi descoberto quase
por acaso em 1938 pelo americano Dr. Roy
Plunkett quando ensaiava para a Du Pont
um produto químico utilizado para refrige-
ração. A Du Pont deu à descoberta o nome
comercial de teflon.
O PTFE é um material difícil de manu-
sear, e só se lhe descobriu utilidade em
larga escala quando o engenheiro francês
Marc Gregoire se apercebeu das possibili-
dades da sua aplicação em utensílios do-
mésticos. Assim, nos meados da década de
50, Gregoire comercializou com a marca
Tefal os primeiros tachos não-aderentes.
No entanto, já desde o início dos anos 40
se vinha desenvolvendo uma grande varie-
dade de aplicações industriais para o PTFE.
A sua não aderência foi utilizada nas chu-
maceiras - componentes de máquinas
que suportam veios rotativos. As chuma-
ceiras de PTFE são consideradas autolubri-
ficantes, pois não precisam de qualquer
lubrificação além da sua própria natureza
deslizante. Para lhes aumentar a resistên-
cia, são geralmente reforçadas com outros
materiais, como a fibra de vidro e a grafite.
A resistência ao ataque dos ácidos
O PTFE não é afectado por nenhuma subs-
tância química vulgar, incluindo os ácidos
e os álcalis a ferver. Mesmo a água-régia
(mistura de ácidos clorídrico e nítrico) dei-
xa-o incólume. As únicas substâncias que
o atacam são o sódio em fusão, o cálcio em
fusão e o flúor muito quente.
O facto de ser quimicamente inerte sig-
nifica que o PTFE não contamina os ali-
mentos nele cozinhados. Na realidade, ele
não produz efeitos sobre qualquer matéria
orgânica, inclusive o tecido humano. Estas
características permitem ainda a sua utili-
zação em próteses cirúrgicas, particular-
mente nas articulações artificiais; o seu re-
duzidíssimo coeficiente de atrito constitui
uma vantagem adicional. Também já tem
sido utilizado, sob a forma de fibras entre-
tecidas e impregnadas de carbono, na re
construção dos ossos da face.
Outra propriedade importante do PTFE
é a sua resistência à electricidade, o que o
torna excelente para o revestimento de
fios. Possui ainda a grande vantagem de
manter a flexibilidade a temperaturas que
váo dos — 270°C (poucos graus acima de
zero absoluto) até aos 260°C.
Este conjunto único de propriedades re
sulta da estrutura química do PITE. Corn
efeito, a sua molécula consiste numa "es-
pinha dorsal" formada por uma cadeia
longa de átomos de carbono, cada um dos
quais ligado a dois átomos de flúor. As liga-
ções químicas entre os átomos de carbono
e de flúor são extremamente fortes, razão
pela qual o PTFE náo reage com outras
substâncias químicas.
As fortes ligações carbono-flúor verifi-
cam-se também entre as moléculas adja-
centes, de modo que se atraem mutua
mente mais do que atraem as moléculas
de outras substâncias. Este o motivo por
que nada se lhe adere.
Esta forte atracção intermolecular signi-
fica igualmente que o PTFE não funde,
mesmo a temperaturas elevadas. A fusão
dá-se quando as moléculas obtêm sufi-
ciente energia por aquecimento e se sepa-
ram umas das outras. No PTFE, a atracção
molecular é tão forte que as moléculas têm
grande dificuldade em separar-se.
Como se fabrica o PTFE
O PTFE é produzido a partir do fréon 22
(diclorodífluorometano), refrigerante lí-
quido largamente utilizado em frigoríficos.
O engenheiro americano Dr. Roy Plunkett
descobriu que o aquecimento do fréon
produz o gás tetrafluoroeteno. A urna pres-
são de cerca de 45 a 50 atmosferas e na
presença de um catalisador, o gás sofre
uma alteração química da qual resulta o
PTFE sob a forma de resina pulverulenta.
Como náo chega propriamente a fun
dir, o PTFE é misturado com um aglutinan-
te adequado e enformado num molde. É
depois sujeito a pressão e temperatura ele-
vadas, e as partículas da resina fundem,
formando uma massa sólida. Para os reci
pientes de cozinha não-aderentes, o pó de
PTFE é suspenso em água para formar um
acabamento não-aderente que é depois
pulverizado sobre a superfície e seco.
Como as
microondas
cozinham sem
aquecer os pratos
Ao ligarmos um forno de microondas,
criamos no seu interior um poderoso cam-
po electromagnético que oscila na mesma
banda de frequência que as emissões de
televisão por satélite e o radar. As microon-
das utilizam-se na cozedura rápida de ali-
mentos, pois fazem vibrar as moléculas de
água contida naqueles. A vibração absorve
energia do campo electromagnético e
aquece os alimentos.
Como toda a energia é absorvida pelos
alimentos sem se desperdiçar no aqueci-
mento do ar ambiente nem do próprio for-
no, e como as microondas penetram nos
alimentos, aquecendo-os directamente
por dentro (ao contrário dos fornos con-
vencionais, nos quais só a superfície é di-
rectamente aquecida), o processo é muito
mais rápido e económico do que os méto-
dos tradicionais de cozinhar.
A energia das microondas náo aquece os
utensílios no forno, porque os materiais de
que são feitos - louça e vidro - não absor-
vem energia do campo electromagnético
(os recipientes não saem frios do forno, por-
que são aquecidos pelos alimentos).
Utensílios de cozinha especiais
Além da louça e do vidro, muitos outros
materiais - como o plástico, o papel e a
cartolina — podem ser usados num forno
de microondas. Os recipientes de metal
não devem ser usados, porque o meta] não
transmite as microondas, reflecte-as. Por
este motivo, os alimentos náo devem ser
cobertos com folha de alumínio.
As ondas longas da rádio têm compri
mentos de onda de milhares de metros. As
microondas utilizadas nos fornos têm um
24
comprimento de onda de cerca de 12 cm.
Uma onda electromagnética é uma vi-
bração de campos eléctricos e magnéticos
que alternam constantemente, dirigidos
ora no sentido positivo, ora no negativo. Os
fornos de microondas funcionam com on-
das que vibram 2450 milhões de vezes por
segundo — uma frequência de 2450 MH/.
(megahertz), ou 2,45 GHz (gigahertz).
As moléculas da água tem um pólo de
carga positiva e um pólo de carga negativa.
As microondas em vibração positiva nega-
tiva interagem com as moléculas polares
da água, atraindo e repelindo os seus pó-
los, fazendo-as rcxlar ora num sentido, ora
no outro. Este movimento acontece tam-
bém 2450 milhões de vezes por segundo.
O componente mais importante do for-
no de microondas é o magnetrão, o dispo-
sitivo que gera as microondas. Foi criado
em 1940 em Inglaterra, mas foi a Raytheon
Company, dos EUA, que, no princípio dos
anos 50, se apercebeu das aplicações do
mestiças que este invento poderia ter e pa
tenteou um "aparelho de aquecimento die-
léctrico de alta frequência". Os pequenos
modelos domésticos foram aperfeiçoados
na América em finais da década de 60.
Ferver até transbordar. Quando se
aquece agua num copo num forno de mi-
croondas, a temperatura pode subir ulé
]10"C sem que a água (ema. Isto acontece
porque as microondas aquecem a água no
centro sem aquecerem o copo. peto que u
água em contacto com o vidro está abaixo
do ponto de ebulição. Como as bolhas de
oapor na água a ferver se formam principal
mente sobre as irregularidades do recipien-
te, não se dá a ebulição. Mas se deitarmos
café solúvel na água, formam se bolhas em
redor dos grânulos, e o liquido borbulha e
transborda.
Como os frigoríficos «fazem frio»
Quando ligamos uma torradeira ou um
ferro eléctrico, obtemos calor. Porque é
então que um frigorífico ou um congela
dor -lazem frio» quando OS ligamos0
Assim acontece porque estes aparelhos
utilizam dois princípios científicos. O pri-
meiro é o de que, quando um líquido se
evapora, absorve calor do ambiente que o
cerca: o liquido precisa de energia para se
transformar em vapor e vai buscá-la sob a
forma de calor. O segundo é o de que um
líquido evapora-se a uma temperatura
mais baixa quando a pressão é, por sua
vez, mais baixa. Qualquer líquido que se
evapore facilmente a temperaturas baixas
é um refrigerante, ou agente de arrefeci
mento, em potencia. E é possível fazê-lo
vaporizar-se e liquefazer-se alternadamen-
te, obrigando-o a circular numa tubagem
em que a pressão seja variável. Na maioria
dos frigoríficos domésticos, o refrigerante
é um dos compostos artificiais, denomina
dos clorofluorocarbonos (CFCs).
Os tubos no interior do frigorífico são
largos, a pressão é baixa e o refrigerante
vaporiza-se. Oeste modo, o tubo mantém-
se frio c retira o calor aos alimentos.
I Im motor eléctrico aspira o gás frio da
tubagem do interior do frigorífico, compri-
me o - o que o aquece - e envia-o à
tubagem exterior, na parte de trás do trigo
rífico. 0 ar em torno destes tubos absorve-
-lhes o calor, fazendo com que o gás se
condense novamente em líquido, ainda a
uma pressão elevada.
Depois, um tubo de diâmetro muito pe
queno, o tubo capilar, reconduz o líquido
sob pressão para o interior do frigorífico;
COMO SE CONSERVAM
OS ALIMENTOS
O arrefecimento dos alimentos no fri-
gorífico retarda a acção de dois dos
principais causadores da sua deteriora-
ção: o desenvolvimento de bolores e
bactérias e a decomposição química.
Num frigorífico doméstico, a tempe-
ratura é mantida entre 1 e 5°C — tempe-
ratura suficientemente baixa para man-
ter frescos durante uma semana a
maioria dos alimentos que utilizamos.
O crescimento dos organismos causa-
dores da decomposição é retardado,
mas as temperaturas baixas não cies
troem esses organismos. A decomposi-
ção química é também retardada de
modo idêntico, mas não completa
mente anulada.
A temperatura do congelador do
mestiço ronda os - lo"C. o que preser-
va os alimentos até um ano.
aqui o tubo alarga e o gás vaporiza se nova
mente, reiniciando-se o ciclo.
A refrigeração desenvolveu se no século
estimulada pela necessidade de se ob-
terem fornecimentos de carne das grandes
pastagens da Austrália, Nova Zelândia,
América do Sul e Oeste Norte-Ainericano
para os principais mercados da Europa e
do Leste da América do Norte.
lima das primeiras pessoas a descobrir
e aplicar o princípio da refrigeração foi um
tipógrafo, James Harrison. Ao limpar OS
caracteres de metal com éter. verificou o
efeito refrescante que este tinha sobre o
metal - o éter é um líquido com ponto de
ebulição muito baixo que se evapora fácil
mente. Harrison deu aplicação prática á
sua descoberta no edifício de uma fábrica
de cerveja em Bendigo, Vitória, em 1851,
fazendo circular éter numa canalização
própria para refrescar o ambiente.
A ideia de Harrison levou á primeira via-
gem coroada de êxito com um equipa-
mento frigorífico a partir da Austrália: a do
navio Strathleven, com um carregamento
de carne para Londres em 1880 - viagem
que demorava dois meses.
O primeiro frigorífico doméstico foi cria
do em 1879, quando o engenheiro alemão
Karl von Linde modificou um modelo in
dustrial que desenhara seis anos antes (>
refrigerante era o amoníaco que circulava
por acção de uma pequena bomba a va
por. Os pioneiros dos frigoríficos eléctricos
foram os engenheiros suecos Balzer von
Platen e Cari Munters, com o seu modelo
Eiectrolux de 1923, que utilizava um motor
eléctrico para accionar o compressor.
COMO FUNCIONA LM FRIGORÍFICO
O CFC vaporiza-se Tubo O CFC
no tubo largo capilar liqufifaz-S6
 -, sob pressão
~~""'* ' •/ elevada
O ar quente no interior do frigorifico sobe e
é arrefecido à medida que o calor lhe é reti
rodo pelo refrigerante contido na secção
larga da tubagem. O refrigerante transporta
o calor, que é depois radiado para 0 um
biente na serpentina por trás do frigorífico
25
Porque se cozinha tão depressa
numa panela de pressão
Quando cozemos batatas numa panela
vulgar, o tempo de cozedura c de 20 a 30
minutos. Mas numa panela de pressão ti
carão cozidas em 4-5 minutos. Porquê?
Na panela vulgar, a água ferve a 100"C, e
por muito que a aqueçamos, a temperalu
ra da agua nunca subirá - apenas produ-
zirá mais vapor. Mas a panela de pressão
tem uma lampa que veda hermeticamen-
te; assim, o vapor que se produz quando a
agua ferve acumula se no seu interior, au-
mentando a pressão e aumentando por
tanto 0 ponto de ebulição da água. Com
uma temperatura de cozimento mais ele
vada, o tempo de cozedura é reduzido. Na
tampa, existe um respiradouro sobre o
qual é colocado um peso. Esle tapa o respi-
radouro, mas levanta quando o vapor no
interior atinge a pressão desejada. Existe
também na tampa uma válvula de segu
rança que liberta a pressão se o peso do
respiradouro não subir quando ê atingida
a pressão pretendida.
A panela de pressão doméstica evoluiu
a partir de um "digestor a vapor" paten-
teado em Inglaterra pelo físico francês De
nis Papin em 1679. A panela actual trabalha
à pressão de I kg/cm2
, cerca do dobro da
pressa.» atmosférica normal, e, por este
motivo, ,i água ferve a 122°C.
IMPOSSÍVEL UM BOM CHA
A água ferve quando começa a Iransfor
mar-se em vapor. As bolhas são causa-
das pelo vapor que sobe d») fundo do
recipiente para a superfície.
A temperatura de 100°C que é dada
como o ponto de ebulição da água só é
correcta ao nível do mar. A medida que
subimos, a pressão atmosférica desce,
provocando igualmente a descida do
ponto de ebulição da água. Tanto na pa
nela vulgar como na de pressão, o tem
po de cozedura aumenta.
NO IOPO DO EVERESTE ...
E isto responde á pergunta: por que
razão não se consegue beber um bom
chá no topo do F.vereste?
O cume do monte Evereste encontra
se- a quase 9000 m de altitude, e a prés
são atmosférica é aí menor que um terço
da pressão ao nível do mar. A água ferve
a 70°C apenas: esta temperatura não
é suficiente para extrair das folhas do
chá a sua melhor fragrância, pelo que o
resultado nunca poderá ser um bom
chá.
Remédio para o calcário das panelas
As pessoas que têm em casa água canali-
zada, que e calcaria por provir de regiões
em que o solo possui rochas calcárias, aca
bani com parle destas rochas depositada
nas suas panelas e cafeleiras.
Quando a água da chuva é filtrada atra
vés de um terreno calcário, dissolve se nela
uma parte desse mineral. Ao ferver se a
água, o calcário e separado da solução e
deposita-se na panela.
I Ima água calcária faz-se ainda sentir de
outra forma: o sabão não produz muita
espuma. Em vez de dissolver o sabão e fa-
zer espuma, a água reage com os COITlpO
nentes químicos do sabão e forma flocos
insolúveis. K a chamada agua "dura".
Aparecem igualmente manchas de cal
cario nas banheiras e lavatórios e em redor
das bicas das torneiras.
Os depósitos de calcário nos recipientes
podem ser removidos pelo vulgar vinagre
ou por produtos comerciais adequados,
contendo, por exemplo, uma solução
concentrada de ácido fórmico, O ácido dis-
solve o calcário, fazendo-o fervilhar en
quanto liberta dióxido de carbono.
Em algumas caldeiras e sistemas de
aqueci mento de
águas, a dureza da
água pode ser mais
do que um simples
incómodo: o calcá-
rio deposita-se nas
paredes interiores
dos canos e reduz o
débito da água. Nas
caldeiras, forma nina
barreira que impede
a transferência efi-
ciente do calor, enca
recendo muito o
aquecimento. Por isso, a água leni de ser
"amaciada" antes de entrar nos circuitos
de aquecimento.
Nas estações do abastecimento de água
ê possível diminuir lhe a dureza por pro-
cessos químicos, tratando-a, por exemplo,
com cal apagada e carbonato de séxlio.
Flor de pedra. Cristais de carbonato de
cálcio em fornia de flor (em cima) ligam as
'pétalas", formando o deposito calcário no
interior das panelas e caldeiras. De compo
siçãa química idêntica são as estalactites
(ao alto) que pendem do tecto das grutas
calcarias.
26
Os "girinos"
na sua máquina
de lavar
O segredo de Iodos os pós de lavar é um
produto químico que torna a água mais
'"molhada". Curiosamente, a água por si só
não é muito eficiente em "molhar" as coi-
sas devido à sua tensão superficial, que lhe
confere uma espécie de pele e é causada
pela atracção das moléculas do interior da
água sol ire as da camada superficial.
A adição de um detergente à água enfra-
quece as forças intermoleculares e reduz a
tensão superficial, o que permite à água
espalhar-sc mais facilmente e molhar me-
lhor as coisas. A água de lavagem, mais
"molhada", consegue penetrar mais facil-
mente nas libras dos tecidos e retirar delas
as sujidades e gorduras.
0 ingrediente activo dos detergentes
que não contém sabão é um derivado do
petróleo, um alquilbenzeno, tratado com
ácido sulfúrico e soda cáustica.
Podemos imaginar as moléculas do de
tergente como pequenos girinos, com
uma cabeça e uma cauda. As cabeças são
atraídas pelas moléculas da água — sáo
hidrófilas, isto é, gostam da água. porque
as moléculas da água têm uma pequena
carga positiva, ao passo que as "cabeças"
de detergente sáo eleetricamente negati-
vas. As caudas, por seu lado, são hidrófo
bas (não gostam da água).
Quando se mergulha a roupa suja
numa solução de detergente, as caudas
das moléculas agarram se á sujidade gor-
durosa das fibras, pois são quimicamente
semelhantes a gorduras. Alem disso, pene-
iram entre as libras, soltando a sujidade.
Por outro lado, as partículas de sujidade,
ao atraírem as caudas, ficam totalmente
revestidas por uma camada de cabeças hi-
drófilas - tal como minúsculos balões —
e flutuam na água. A agitação da roupa
ajuda assim a libertar a sujidade.
Os pós de lavagem sáo uma mistura de
até 10 ou mais ingredientes, entre quais o
detergente básico e um branqueador.
Os pós de lavagem biológicos diferem
dos outros detergentes por conterem enzi-
mas, um tipo de proteínas produzidas pe
las plantas e animais. Os enzimas actuam
como catalisadores, ou activadores quími-
cos, para ajudar a decompor as nódoas
que contém proteínas, lais como sangue,
transpiração e molhos de carne. Os enzi
mas provocam a decomposição química
das outras proteínas, enquanto os deter-
gentes normais actuam fisicamente. Dado
que as nódoas de proteínas sáo derivadas
de seres vivos, os detergentes que. actuam
sobre elas são chamados biológicos.
ÁGUA MAIS 'MOLHADA" PARA LAVAR A ROUPA
A água nào molha bem os objec-
tos porque as suas moléculas se
juntam, produzindo tensão su
perficial. Os alfaiates conseguem
assim "andai" sobre a água. Ao
juntar um detergente a uma gota
de água, esta perde a forma este
rica (a esquerda), deuiao à redu
çôo da tensão superficial.
Os detergentes rernouem as gor-
duras porque as ajudas das suas
moléculas se ligam às partículas
de gordura. As cabeças das molé-
culas sao atraídas pela água, e
pulsando as partículas gordas do
tecido tiuando se agita a roupa.
As fracas cargas eléctricas do de
tergente impedem as partículas
de gordura de se unirem
Tecido (ú esquerdai
com partículas de gor
dura entre as fibras.
Durante a lavagem,
<js moléculas de deter
gente arrastam a gor
dura. limpando o teci
do fà direita).
Pasta de dentes —
de giz e algas
As pessoas que lavavam os dentes nos
meados do século xix usavam provável
mente pós dentífrtcos contendo coral moí-
do, osso de choco, casca de ovo queimada
ou porcelana. Por vezes, esles pós conti
nham ainda um corante vermelho obtido
dos corpos das cochonilhas.
As pastas dentffricas actuais — brancas,
de cor ou às riscas — contem dez ou mais
ingredientes. Uns deslinam-se â limpeza
ou à protecção dos dentes, outros confe-
rem o sabor à pasta, outros fazem a ligação
da massa, outros ainda facilitam a sua saí-
da do tubo
0 ingrediente principal da parte branca
da pasta é giz finamente moído (carbonato
de cálcio) ou outro pó mineral como o
óxido de alumínio. Estes pós são ligeira-
mente abrasivos e ajudam a remover a pla-
ca dentária, película que se forma constan-
temente sobre os dentes e que é composta
por muco, partículas de alimentos e bacté-
rias.
Ás vezes, para tor-
nar a pasta mais bran-
ca, junta-se também
um pouco de óxido
de titânio em pó.
As pastas de gel
transparente ob-
têm as suas caracte-
rísticas abrasivas
por meio de com-
postos transparen-
tes de sílica, a que
frequentemente se
adiciona um co-
rante.
Os ingredientes
de limpeza e poli-
mento são combi-
nados com água,
formando uma
pasta espessa gra-
ças à adição de um
agente de ligação
e espessamento
como o alginato,
substância extraída
das algas marinhas.
>
Enchimento dos tubos. Os tubos oazios são enchidos mecanicamente: recebem
quantidades exaCtOS da pasta, depois do que são vedados na extremidade
Pasta às riscas.
As riscas de cor
contêm flúor ou elixir.
A introdução das riscas. Ilã dois processos
de pôr as riscas na pasta. No recipiente
grande (ã esquerda), a pasta branca
e a colorida são introduzidas
separadamente e combinam-se
quando se espremem para o exterior.
No tubo tradicional (ã direita;, a pasta
de cor encontra-se num anel perto da
extremidade e sai através de orifícios.
fazendo assim riscas na pasta branca.
"Pasta dentífrica branca
Pasta dentífrica de cor
2S
Junla-se ainda um pouco de detergente
para criar espuma e contribuir também
para o processo de limpeza. Para que fique
agradável ao paladar, a pasta é geralmente
adoçada com óleo de hortelá-pimenta e
mentol.
Inclui se também um humectante
como a glicerina, a fim de evitar que a pasta
seque. Além disso, na maioria, as pastas
clenlífricas actuais contém flúor, que ajuda
a fortalecer o esmalte dos dentes, e por
vezes o bactericida formaldeído.
Como se fazem as riscas
Algumas pastas dentífricas apresentam o
flúor ou o elixir sob a forma de riscas.
A iiiislura de limpeza é normalmente
branca, enquanto o flúor ou o elixir são
frequentemente um gel transparente azul
ou vermelho. As duas pastas são prepara
das separadamente. Os tubos são enchi-
dos, como sempre, pela parle larga, que
depois c dobrada e vedada. As duas pastas
contêm cores que não se misturam, e as
respectivas massas também não se mistu-
ram, de modo que. ao espremer se o tubo.
sai a pasta branca com riscas de cor.
Como se dá o fio
às lâminas de
barbear
Todas as 24 horas. 25 000 pêlos crescem
até cerca de meio milímetro na face do lio
mem adulto. A moderna lâmina de bar-
bear. perfeitamente afiada, permite um
barbear escanhoado, suave; e seguro.
Há milhares de anos que o homem se
barbeia, lendo usado para isso lascas de
sílex, depois lâminas cie bronze e finalmen-
te de ferro. As primeiras navalhas de bar
bear com fio de aço foram feitas em Shef-
field em 1680. Mas a actual lâmina descar
tável surgiu apenas em 1901, com King
Camp Gillette e William Nickerson.
A lamina de barbear inicia a sua vida
como um rolo de fita de aço contínua, com
uma espessura aproximada da do pêlo
que irá cortar.
O aço é uma liga com cerca de 13"» de
crómio, que lhe confere maior dureza e
resistência à corrosão. A dureza é ainda
aumentada com o aquecimento do aço e a
sua imersão num líquido de arrefecimento.
O fio de corte é produzido por afiação. A
fita de aço passa por três conjuntos de ro
das de afiar, cada uni deles afiando mais
que o anterior. As rodas estão montadas
em ângulos diferentes, a fim de produzi
rem a secção de fio chamada de arco góti-
co (curva), forma mais forte que a de uma
cunha de rampas direitas. O índice de afia
mento da lâmina exprime-se como o raio
Gillette e a máquina de barbear
Se não fosse a invenção do amorica
no King Camp Gillette (1855-1932),
é possível que, ainda hoje, os homens
se barbeassem todas as manhãs com as
velhas navalhas de barba.
Caixeiro-viajante de ferragens no
Centro Oeste Americano, Gillette bar-
beava-se certa manhã, em 1895, quando
achou que a sua navalha não era eficien-
te nem segura. Reparou que só
uma pequena parte da lâmina
era utilizada v como era pe-
rigoso tal instrumento -
que podia, literalmente,
cortar a garganta de um
h o m e m . H o m e m
ocupado, Gillette não
gostava de desperdi
çar o seu tempo a
amolar a navalha.
Porque não criar
uma lâmina que nunca
tivesse do ser afiada,
que tivesse o tamanho
certo para barbear a cara
de um homem o que fosse
suficientemente barata para
ser deitada fora quando já não cor-
tasse7
Gillette lembrou se ainda das pa
lavras do seu antigo patrão, Wil-
liam Painter, um inventor
e homem de negó-
cios que pensava
que, se se produzisse
um artigo que as pessoas
pudessem deitar fora depois
de usar, elas procurá-lo-iam
sempre.
Gillette e o mecânico William Nic-
kerson aperfeiçoaram a lâmina de bar
bear de segurança de dois gumes, que
se aplicava num suporte especial, com
cabo e cabeça regulável. As lâminas de
aço ao carbono tinham a garantia de se
manterem afiadas por 20 barbas e eram
vendidas em pacotes de 12.
Gillette criou a Safety Razor Company
e-patenteou a sua máquina de barbear
em 1901. As primeiras máquinas surgi
iam nos Estados Unidos em 1904. Vendi-
das em ourivesarias, farmácias e lojas de
ferragens, bem como nos novos
armazéns de retalho, a máqui-
na c as lâminas apresenta
vam se em conjunto den-
tro de um estojo. Os cabos
das primeiras máqui-
nas levavam um ba-
nho de prata, e os dos
modelos mais caros,
mi banho de ouro.
Mas as vendas iniciais
revelaram-se
desan ima
doras. e
a empresa
promoveu uma
campanha publi
citaria em jornais e re-
vistas para homens nos
EUA e na Europa para dar
f^ a conhecer ao público o
novo invento. Km 190(5, as ven
das atingiam as 90 000 máquinas
e os 12 milhões de lâminas.
Gillette tornou-se rico e famoso. Ain
da hoje. o seu rosto é conhecido de mui
tos, pois, até há pouco, o seu retrato
figurou nas embalagens das lâminas.
O desenho da chamada "gilete" e da
sua lâmina não sofreu praticamente al-
terações desde o início; actualmente,
muitas máquinas de barbear são de
plástico e elas próprias descartáveis.
Corte em molhado e a seco. Um pêlo
da barba cortado por uma lâmina em mo-
lhado (à esquerda) apresenta uni coife
muito mais regular que o feito por uma
máquina eléctrica (à direita). Cm pêlo
seco é tão difícil de cortar como um fio de
cobre da mesma espessura.
da curva do fio visto em secção: cerca de
cinco centésimos milésimos de milímetro
Depois de afiado, o fio e polido por ro
das de couro. Mas, à escala microscópica,
o fio é ainda áspero e. devido â fricção,
poderá repuxar os pêlos e provocar cies
conforto. Para proteger o fio e reduzir a
fricção, a lâmina recebe três banhos suces-
sivos: um de crómio, outro de cerâmica e
outro de PTFE, substância mais conhecida
corno revestimento não aderente de pane
las e frigideiras. O crómio confere resistem
cia â corrosão, a cerâmica reduz o desgaste
o o PTFE produz a lubrificação.
Cada um destes revestimentos tem uma
espessura inferior a um centésimo milési
mo de milímetro.
A lâmina aplica-se num suporte com
um cabo, cómodo de manusear, e com
uma cabeça que pode ser ajustável e abre
para receber a lâmina.
29
Como o aço inoxidável foi descoberto por acidente
O aço inoxidável foi descoberto por aciden-
te em 1913 pelo metalúrgico britânico liam
Brearley. Este Fazia ensaios com ligas de aço
que pudessem ser utilizadas nos canos de
espingarda. Mais tarde, verificou que, en-
quanto a maioria das ligas que rejeitara ti-
nham enlerrujado, o mesmo não aconle
cera .1 ama liga que continha 14% de cro
mio. Esta descoberta levou â criação do açi >
inoxidável. O aço vulgar enferruja porque
reage com o oxigénio do ar. produzindo
óxidos de ferro avermelhados. Outros me-
tais, como o alumínio, o níquel e o crómio,
reagem também de forma idêntica, mas os
respectivos óxidos formam uma camada
.superficial impermeável, impedindo que o
oxigénio reaja com o metal no seu interior.
Na liga de Brearley, o crómio formou uma
placa semelhante protegendo o metal da
oxidação. Hoje. fabrica-se uma diversidade
de aços inoxidáveis, lima das ligas mais
vulgares contém 18% de crómio o 8% de
níquel pelo que é conhecida por 18:8 —
e é utilizada «MM lava-louças. por exemplo.
As taças de cozinha são fabricadas com uni
aço contendo |.'j"n de crómio. Juntando
uma pequena percentagem do metal mo
libdénio, obtém se uma liga ainda mais re
SÍStente à corrosão que é utilizada no revés
timento de edifícios.
Poria para o Oeste. (> mau» ano do Mundo é 0 monumento à expansão americana para oeste, em St Louis, Missuri. Tem S2 m de alttiiu
e 192 m de Uáo. Uma tal construção SÓ podia ser feita de aco iuoxiduicl.
30
Grandes proezas de organização •Desde a regulação do trânsito numa cidade até à organização dos Jogo
Olímpicos ou à montagem de automóveis — há tantas coisas que
achamos naturais e que nos parecem simples... até descobrirmos
o que se passa nos bastidores.
Como lidam os aeroportos com milhões de passageiros?
Um aeroporto é um organismo vivo com
urna função principal: manter o sangue
que o alimenta — os seus passageiros -
fluindo livremente através das suas veias e
artérias. 0 número desses passageiros é
astronómico e cresce rapidamente. Em
1986, os 37 aeroportos mais movimenta-
dos do Mundo foram utilizados, no seu
conjunto, por um total de 740 milhões de
pessoas. Em todo o Mundo, os aeroportos
gastam anualmente 750 milhões de con-
tos para que os seus passageiras se sintam
satisfeitos.
Os "Jumbos"
Veja-se o aeroporto mais movimentado do
Mundo, o 0'Hare, em Chicago, utilizado
por 50 companhias aéreas. Passam por ele
55 milhões de pessoas por ano, o que re-
presenta 6700 passageiros por hora. Cerca
de 2200 aviões utilizam diariamente o
0'Hare. Quando diversos Jumbos aterram
a minutos uns dos outros, milhares de pes-
soas saem deles quase simultaneamente,
provocando congestionamentos que afec
tam os planos e as disposições dos passa-
geiros, destroem a confiança e minam os
lucros do aeroporto. As avarias e as greves
produzem os mesmos efeitos.
Quando uma greve de controladores aé
reos em Espanha coincidiu com o início
das férias grandes em França, em Junho de
1988, dezenas de milhares de passageiros
ficaram retidos em aeroportos por toda a
Europa. Só em Manchester, 16 000 turistas
em férias tiveram atrasos de até sete ho
ras — e um grupo de pessoas que se dirigia
para a Grécia partiu finalmente depois de
uma espera de 21 horas. Foram chamados
palhaços e malabaristas para entreter mi-
lhares de crianças.
As bagagens são uma questão impor-
tante na organização dos aeroportos. Se-
guem separadamente dos passageiros,
em parte por razões de segurança, em
parte porque são alojadas noutra secção
do aparelho. A missão do chamado pes-
soal de handling é assegurar que as ma-
las tenham o mesmo destino que os res-
pectivos donos. No terminal da United
Airways em 0'Hare, as etiquetas de baga-
gem, codificadas por computador, são li-
das por laser, e os distribuidores automá-
ticos processam 480 peças de bagagem
por minuto, contra as 7õ que poderiam
ser processadas à mão. A zona de distri-
buição da bagagem tem a área de seis
campos do futebol.
Esperando ordens. Cada Jumbo que
aterra no Aeroporto J. F. Kennedy. de Nova
Iorque, chega a desembarcar 500 passagei-
ros. Segue-se a espera para o próximo LHX).
32
Prontos para o embarque. Jactos de passageiros encostam às fontes do terminal do
Aeroporto de Frankfurt — o principal da Alemanha e um dos 37 mais movimentados do
Mundo, que, no seu conjunto, processam 740 milhões de passageiros por ano.
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia
Maravilhas da-ciencia

Más contenido relacionado

Similar a Maravilhas da-ciencia

O mistério das pirâmides
O mistério das pirâmidesO mistério das pirâmides
O mistério das pirâmidesVilma Chaves
 
Magníficas e misteriosas construções, as Pirâmides, impressionantes novos dados.
Magníficas e misteriosas construções, as Pirâmides, impressionantes novos dados.Magníficas e misteriosas construções, as Pirâmides, impressionantes novos dados.
Magníficas e misteriosas construções, as Pirâmides, impressionantes novos dados.Fátima Trindade
 
Pirâmides - Há mais coisas entre o CEU e a TERRA
Pirâmides - Há mais coisas entre o CEU e a TERRAPirâmides - Há mais coisas entre o CEU e a TERRA
Pirâmides - Há mais coisas entre o CEU e a TERRAJoão Lessa
 
Erich Von Daniken - Os Olhos Da Esfinge Doc
Erich Von Daniken  - Os Olhos Da Esfinge DocErich Von Daniken  - Os Olhos Da Esfinge Doc
Erich Von Daniken - Os Olhos Da Esfinge DocJNR
 

Similar a Maravilhas da-ciencia (12)

Os Mistérios das Pirâmides!
Os Mistérios das Pirâmides!Os Mistérios das Pirâmides!
Os Mistérios das Pirâmides!
 
Piramides1
Piramides1Piramides1
Piramides1
 
O Mistério das Piramides
O Mistério das PiramidesO Mistério das Piramides
O Mistério das Piramides
 
O mistério das pirâmides
O mistério das pirâmidesO mistério das pirâmides
O mistério das pirâmides
 
Piramides
PiramidesPiramides
Piramides
 
Magníficas e misteriosas construções, as Pirâmides, impressionantes novos dados.
Magníficas e misteriosas construções, as Pirâmides, impressionantes novos dados.Magníficas e misteriosas construções, as Pirâmides, impressionantes novos dados.
Magníficas e misteriosas construções, as Pirâmides, impressionantes novos dados.
 
PIRÂMIDES
PIRÂMIDESPIRÂMIDES
PIRÂMIDES
 
Pirâmides - Há mais coisas entre o CEU e a TERRA
Pirâmides - Há mais coisas entre o CEU e a TERRAPirâmides - Há mais coisas entre o CEU e a TERRA
Pirâmides - Há mais coisas entre o CEU e a TERRA
 
Piramides1
Piramides1Piramides1
Piramides1
 
Piramides
PiramidesPiramides
Piramides
 
Erich Von Daniken - Os Olhos Da Esfinge Doc
Erich Von Daniken  - Os Olhos Da Esfinge DocErich Von Daniken  - Os Olhos Da Esfinge Doc
Erich Von Daniken - Os Olhos Da Esfinge Doc
 
Livros !!!
Livros !!!Livros !!!
Livros !!!
 

Más de Ercio Novaes

Livro experciencia
Livro expercienciaLivro experciencia
Livro expercienciaErcio Novaes
 
Aval 7 ano(invertebrados)
Aval 7 ano(invertebrados)Aval 7 ano(invertebrados)
Aval 7 ano(invertebrados)Ercio Novaes
 
Aval 8 ano(alim_digest)
Aval 8 ano(alim_digest)Aval 8 ano(alim_digest)
Aval 8 ano(alim_digest)Ercio Novaes
 
Super_trunfo_árvores_brasileiras
Super_trunfo_árvores_brasileirasSuper_trunfo_árvores_brasileiras
Super_trunfo_árvores_brasileirasErcio Novaes
 
Guia dos museus_brasileiros_regiao_sudeste
Guia dos museus_brasileiros_regiao_sudesteGuia dos museus_brasileiros_regiao_sudeste
Guia dos museus_brasileiros_regiao_sudesteErcio Novaes
 
Carta do cacique seattle
Carta do cacique seattleCarta do cacique seattle
Carta do cacique seattleErcio Novaes
 
Esq 8 ano(inter_relacao_sistemas)
Esq 8 ano(inter_relacao_sistemas)Esq 8 ano(inter_relacao_sistemas)
Esq 8 ano(inter_relacao_sistemas)Ercio Novaes
 
12 sistema endócrino
12 sistema endócrino12 sistema endócrino
12 sistema endócrinoErcio Novaes
 

Más de Ercio Novaes (20)

Livro experciencia
Livro expercienciaLivro experciencia
Livro experciencia
 
Aval 7 ano(invertebrados)
Aval 7 ano(invertebrados)Aval 7 ano(invertebrados)
Aval 7 ano(invertebrados)
 
Aval 8 ano(alim_digest)
Aval 8 ano(alim_digest)Aval 8 ano(alim_digest)
Aval 8 ano(alim_digest)
 
Super_trunfo_árvores_brasileiras
Super_trunfo_árvores_brasileirasSuper_trunfo_árvores_brasileiras
Super_trunfo_árvores_brasileiras
 
Novas_Tecnologias
Novas_TecnologiasNovas_Tecnologias
Novas_Tecnologias
 
Guia dos museus_brasileiros_regiao_sudeste
Guia dos museus_brasileiros_regiao_sudesteGuia dos museus_brasileiros_regiao_sudeste
Guia dos museus_brasileiros_regiao_sudeste
 
Carta do cacique seattle
Carta do cacique seattleCarta do cacique seattle
Carta do cacique seattle
 
Info deserto-bx
Info deserto-bxInfo deserto-bx
Info deserto-bx
 
Esq 8 ano(inter_relacao_sistemas)
Esq 8 ano(inter_relacao_sistemas)Esq 8 ano(inter_relacao_sistemas)
Esq 8 ano(inter_relacao_sistemas)
 
12 sistema endócrino
12 sistema endócrino12 sistema endócrino
12 sistema endócrino
 
10 imunidade
10 imunidade10 imunidade
10 imunidade
 
9 excrecao
9 excrecao9 excrecao
9 excrecao
 
7 respiracao
7 respiracao7 respiracao
7 respiracao
 
6 digestao
6 digestao6 digestao
6 digestao
 
4 circulacao
4 circulacao4 circulacao
4 circulacao
 
3 reprod fem
3 reprod fem3 reprod fem
3 reprod fem
 
Sistema locomotor
Sistema locomotorSistema locomotor
Sistema locomotor
 
7 partes vegetais
7 partes vegetais7 partes vegetais
7 partes vegetais
 
5 mamiferos
5 mamiferos5 mamiferos
5 mamiferos
 
4 aves
4 aves4 aves
4 aves
 

Último

PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfAnaGonalves804156
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaFernanda Ledesma
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira partecoletivoddois
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdfDemetrio Ccesa Rayme
 
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxDeyvidBriel
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAlexandreFrana33
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfErasmo Portavoz
 

Último (20)

PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
 
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
 

Maravilhas da-ciencia

  • 2. ÍNDICE A pequena esfera de aço de uma esferográfica, a descolagem de um Jumbo, a identificação das impressões digitais de um criminoso, a construção de uma torre com mais de 500 m de altura, a habilidade de tirar um coelho do chapéu. Estas são algumas das maravilhas e curiosidades que esta obra lhe revela. Esperamos, porém, que ao folhear este livro encontre muitos outros assuntos que lhe despertem o seu interesse e a sua admiração. MILAGRES DO DIA-A-DIA Pp. 9-30 Desenhos em néon Iluminação controlada pelo Sol A resistência das lâmpadas As pilhas Como se "mete" o bico num lápis Esferográfica Supercolas Os post-it Pondo perfume num papel Fotografias em pontinhos As máquinas de moedas Vclcro 10 11 11 12 13 14 15 16 Itj 17 18 19 Pormenor do vekro Fecho de correr 20 Parar um elevador em queda 20 Testes de cheiro no gás natural 21 As fibras dos saquinhos de chá 21 Fósforos aos milhões 22 Como adere a película aderente? 23 Panelas antieslurro 23 Como cozinham as microondas 24 Como os frigoríficos "fazem frio" 25 Panelas de pressão 26 Eliminando o calcário das panelas 26 "Girinos" na máquina de lavar 27 Pasta de dentes - de giz e algas 28 0 fio das lâminas de barbear 29 Aço inoxidável 30 GRANDES PROEZAS DE ORGANIZAÇÃO Um serviço mundial de mensageiros 56 Pp.31-72 Multidões nos aeroportos 32 Evitando colisões aéreas 33 A selecção dos controladores aéreos 34 A caça aos terroristas 35 Refeições a bordo de um Jumbo 37 0 mundo da Bolsa 38 Dinheiro para queimar 41 Como se constrói um automóvel 11 A previsão meteorológica 44 Abastecimento de água a uma cidade 46 Tratamento de lixos 47 Combate a incêndios na floresta 40 O problema do trânsito 50 Um dia nos cuidados intensivos 52 Fotografias aéreas para mapas 54 Uma carta atravessa o Mundo 5(5 O controle do tráfego citadino Notícias de todo o Mundo 57 Elaboração de um dicionário 58 Abastecimento de um exército em guerra 513 l ni dia num hotel de luxo 61 Um dia num transatlântico 62 Como se organizam as Olimpíadas 64 Como se faz um filme 66 Pôr em cena uma comédia musical 68 Equipas de socorro de montanha 71 TÉCNICAS DE LOGRO E DETECÇÃO Pp. 73-100 0 avião "invisível" Camuflagem Scramblers Códigos e cifras () mundo das "toupeiras" Dispositivos de escuta Tintas invisíveis 74 76 77 78 79 80 81 1
  • 3. As drogas da verdade Fotografias que mentem Detectores de mentiras A busca das causas de um incêndio Descobrindo pinturas ocultas 81 82 87 89 90 Fotografias ' men t irosas' Impressões digitais 92 A "dacliloscopia" genética 94 Como se produz um retrato-robô 95 Análise ria caligrafia 95 Detecção de droga 97 Desmascarando traficantes 98 A investigação de desastres aéreos 99 IDEIAS PRATICAS E SOLUÇÕES ENGENHOSAS Pp. 101-164 Como se obtêm os melais puros 102 Como se transforma areia em vidro 104 Das árvores ao papel 106 Converter plantas em gasolina 108 Conversão de carvão em petróleo 108 Captando a fragrância das flores 108 Tecido feito de fibras naturais 110 Seda: fabricada por borboletas Vestuário de fibras sintéticas Tecidos com padrões Produção de vestuário cm massa Dos fios de algodão ao tecido Como se obtém água doce do mar 117 Transformar lixo em energia 118 A reciclagem do lixo 119 Electricidade a partir do urânio 121 Armazenagem de resíduos nucleares 122 Electricidade a partir das marés 123 Electricidade a partir do vento 124 Rochas quentes: fonte de energia 125 A origem das chuvas ácidas 126 Captando a luz do Sol 127 Fotografias de alta velocidade 128 Captar em filme a Natureza 129 Plástico que se autodestrói 130 A "revolução do plástico" 131 Como se extrai petróleo 132 Prospecção de petróleo 133 Limpar derrames de petróleo 134 Fogo num poço de petróleo 135 Como se mede uma montanha 138 Tesouros no fundo do mar 138 O escafandro autónomo 140 Reparação dos cabos submarinos 141 Diamantes sintéticos 142 Como se cortam diamantes 143 O corte do diamante Cullinan 144 A técnica dos vedores 146 Como se faz chover 146 Construindo os aviões do futuro 146 Aeroplanos accionados pelo homem 149 Aterragem em porta aviões 150 lançamento de aviões de um navio 151 Tácticas dos pilotos de caça 151 "Ver" com o radar 154 Defesa contra torpedos e mísseis 154 Como guiar mísseis até ao alvo 156 Como um soldado vê na escuridão 157 Porque vai uma bala a direito 157 Construindo armas nucleares 158 Raios de laser no espaço 159 Extinguir um incêndio nuclear 160 Velejar contra o vento 161 O restauro de uma obra de arte 161 A pintura da Capela Sistina 162 A EXPLORAÇÃO DO UNIVERSO Pp. 165-186 A força que impele o foguete 167 ^P'^^^^^^^^E -^ W Â 1 • j W"'V' ÍM ' '«1 % ^H^^y ^ vt *"*' ^ à^Si E. ^B h À Deslocação no espaço Navegação no espaço 168 Refeições numa nave espacial 169 ("orno os satélites giram em órbita 170 O controle das sondas espaciais 172 Fotografias por satélite 174 Receber fotografias de satélites 175 Einstein e a relatividade 176 Medindo o Universo 178 Os espelhos dos telescópios 180 Como se contam as estrelas? 182 Como acabará o Universo? 183 Em busca dos limites do Universo 183 "Vendo" o invisível buraco negro 183 A serpente que voltou do espaço 184 Descobrindo planetas 185 Em busca de vida no espaço 186
  • 4. ÍNDICE MARAVILHAS DA CIÊNCIA Pp. 187-210 Clones de plantas e animais 188 Os segredos das células 189 Criação de novas espécies 190 Como se iriam novos medicamentos 191 Comunicar com .munais 192 Os mamutes voltarão a existir' 193 Reconstituir seres pre-historieos 194 Km In isca da máquina pensadora 196 Como é que um computador traduz? 196 Computadores que falam 197 Como se cindem os átomos? 198 Explorando o interior do átomo 199 Ver os átomos 200 Medindo a velocidade da luz 201 Medindo a velocidade do som 201 Chuck Yeager e a barreira do som 202 A previsão de sismos 201 Perfurando a crusta terrestre 206 A deriva dos continentes 207 Dndc <>s ctuUttwntes se separam A idade da Terra 209 O centro da Terra 210 COMO FUNCIONA? Pp. 211-274 (i teletl me A radio A televisão Controle remoto 212 2 IS 218 220 O vídeo 220 Gravação em fila 221 O gira discos 222 .Sons de duas direcções 223 Edison e a lu/ eléctrica 224 CDs: música com um raio de laser 226 Os sintetizadores 227 Fibras ópticas 228 Hologramas 229 Fax fotocópias pelo telefone 230 O "bip" que nos chama 231 Fotocopiadoras 231 A câmara fotográfica 232 «'•'miaras de focagem automática 237 0 cristal de silício 238 As utilizações de um micmchip Os computadores Como as calculadoras fazem somas Os cofres dos bancos Dinheiro de plástico O código de barras Relógios de quartzo Relógios atómicos - a perfeição O microscópio electrónico Os robôs O motor de um automóvel Travões antibloqueio O cinto de segurança Porque se usam pneus lisos Testes de alcoolemia Como funciona um aerossol Os herbicidas selectivos Os pesticidas selectivos Metais com memoria Relógio de fumo Alarmes contra ladrões A máquina de costura Porque flutuam os navios de aço Submerso durante semanas Como se navega uni submarino Cabinas pressurizadas George Stephenson e os comboios A descolagem de um Jumbo o helicóptero o hydrofoil: 'Voando" na água o hot ercrafi 239 211 2-12 212 2 13 211 211 2 IS 246 248 2S0 230 251 2S1 251 252 253 254 254 254 255 256 257 259 259 260 262 268 272 271 MARAVILHAS DA MEDICINA Pp. 275-298 A criação de um bebé-proveta 276 O exame oftalmológico 277 Quando a cida auneçu numa panela Como os óculos aguçam a vista 27,s Como se fazem lentes de contacto 278 Corno lêem os cegos 280 Como se mede a inteligência 281 o que e ,i memória? 282 O que e a hipnose? 2.82 Como se treinam os atletas 283 "Vendo"' o interior do corpo 287 Antibióticos 288 A microcirurgia 289 Marie Curie e o rádio 290 Operar com um feixe de luz 292 Como a anestesia elimina a dor 292 Para que sere o pacemaker 293 A cirurgia de transplante 291 Eliminar as rugas da face 295 O primeiro transplante cardíaco 296 Como trabalha um rim artificial? 298 Como se reduz, a calvície 298 Sobreviver a um raio 298 CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO Pp. 299-316 Construir um arranha céus 300 A mais alta construção do Mundo .502 Como o cimento faz presa na tigiia .303 Betão (ire esforçado 303 A demolição de um arranha-céus 301 Demolindo uma central nuclear 305 Cabos que poderiam atar o Mundo 306 6
  • 5. Como se represam grandes rios? 308 Construções resistentes ao vento 311 Montagem de gruas gigantes 312 Soldar debaixo de água 314 Construir túneis debaixo de água 316 Domar a Natureza Como os túneis se encontram COMO FOI FEITO Pp. 317-372 A Grande Pirâmide As doenças dos antigos egípcios Os rostos do passado Ferramentas na Idade da Pedra •s estátuas da ilha da Páscoa A Cirande Muralha da China Um exército de barro As paredes de pedra dos Incas A construção de Stonehenge Datação de vestígios antigos 0 passado em grãos de pólen Como Aníbal atravessou os Alpes Pão e cerveja na Idade da Pedra Desenhos com pedras Os artistas das cavernas Os Jogos Romanos Cerco a um castelo medieval A navegação UÍ Antiguidade Colombo descobre o "Novo Mundo'' 319 324 325 327 328 333 335 33(3 338 341 343 344 346 347 347 350 352 355 356 1'iiuuru nu kludc clu PedrQ A construção de l.ady Liberty 359 O memorial do monte Rushmore 362 A hidráulica romana 365 Medicina na Idade da Pedra 366 Os cosméticos primitivos 367 Como os Gregos mediram a Terra 367 Decifrando línguas esquecidas 368 Travessia aérea sem escala 370 CURIOSIDADES DE ALIMENTOS E BEBIDAS Pp. 373-394 A pêra dentro da garrafa 571 Rodelas de ananás todas iguais 375 Como se faz o luro no macarrão 375 Como se recheia uma azeitona 375 Rechear chocolates 376 Bolachas com pedaços de chocolate 376 Filetes prontos a fritar 376 Batatas fritas aos milhões 377 Camarões descascados à máquina 377 Ervilhas congeladas 378 Alimentos tratados com radiações 378 A liofilizaçáo 379 Café instantâneo 380 Sabores artificiais 380 Escolher feijões 381 Transformar feijões em "carne" 381 Conservação do leite 381 Algas nos gel.idos 385 Maionese 385 l.ouis Pasteur 386 Assar um boi 388 Comida para animais de estimação 388 A coca-cola 38!) Como se Faz o vinho 390 O sabor do vinho 392 As bolhíis do champanhe 393 De onde vêm as bolhas PURO DIVERTIMENTO Pp. 395-437 Como serrar uma mulher ao meio 396 Mm coelho no chapéu 397 Morte de um apanhador de balas 398 Levitação 399 O truque da corda indiano 400 Homens que "lêem" o pensamento 401 Os venlríloquos 401 Houdini: o mestre da evasão 402 r Como se fax cerveja 394 Porque é que náo caem'' O truque das três cartas 404 Montanha russa 405 Espelhos que enganam 406 "Nevoeiro" no teatro e cinema 406 Os eleitos especiais no cinema 406 Os duplos 414 O homem que "embrulha" paisagens 118 Pleitos gráficos na televisão 120 Animais que são estrelas de TV 425 Concursos de televisão 426 Roleta 427 Preparando palavras cruzadas 427 Computadores campeões de xadrez 427 Aprisionar um dente de leão 428 Um barco dentro de uma garrafa I2!> Cronometrar os atletas olímpicos 429 JutZ de linha electrónico 430 Curvar uma bola no ar 431 As covinhas nas bolas de golfe 132 Porque volta O bumerangue 432 Andar sobre o fogo 433 Mergulhos "em seco" 434 Saltos de esqui 434 Saltos de pára-quedas 435 Surf 436 ÍNDICE 438 AGRADECIMENTOS 446
  • 6. Redactores e consultores da edição inglesa Nigel Hawkes • Nigel Henbest Graham Jones • Robin Kerrod • Terry Kirby Theodore Rowland-Entwistle John H. Stephens • Nigel West Neil Ardley • John Brosnan • Dr. John R. Bullen Prof. Geoffrey Campbell-Platt • Mike Clifford Jean Cooke • Mike Groushko • Ned Halley • Commander D. A. Hobbs Richard Holliss • W. F. A. Horner • Dr. Robert Ilson Dominic Man • John Man • Dr. J. R. Mitchell Prof. Frank Paine • Michael D. Ranken • Nigel Rodgers Dr. David A. Rosie • Andrew Wilbey Consultores da edição portuguesa Dr. Alfredo Barreto • Prof. António de Vallêra • Dr. António Dias Diogo Eng. António Pratt • Dr. Augusto Maldonado Simões • Dr. Carlos Santos Ferreira Dr.a Dulce Mota • Eurico da Fonseca • Filipe La Féria • Eng. Francisco Chumbinho Eng. Francisco Tudella • Dr.*1 Gabriela Iriarte • Eng. Gonçalo Borges de Castro Dr.a Graça Vieira • Dr.d Helena Paveia • Henrique Sampaio Soares • Dr. Horácio Novais Dr.a Isabel Barros Ferreira • Dr. João Matela • Arq. José António Abreu Valente Dr. José António Pestana • Dr. José de Matos Cruz • Eng. José Eduardo Noronha José Soudo • Liselotte Correia • Dr.a Lúcia Garcia Marques • Manuel Gorjão Henriques Dr. Ricardo Schedel • Profa Teresa Mira Azevedo • Dr. Vasco Rivoti Victor Milheirão • Vítor Neto 8
  • 7. Milagres do dia-a-dia Todos os dias, e quase sem pensar, nos servimos dos mais extraordinários instrumentos e materiais - fornos de microondas, pasta dentífrica às riscas, máquinas de barbear descartáveis. Mas como sõo feitos, como funcionam e como foram concebidos todos estes ingredientes maravilhosos da vida moderna? Como se fazem anúncios aromáticos, p. 16 Como se forma uma bola de sabão, p. 2
  • 8. <ore l 'ihffifílf ¥iú - *1 / í' / - •l.l *J U t JXU 50* 10* Néon: desenhos luminosos Por todo o Mundo se vêem anúncios luiui nosos. formando figuras coloridas ou de- senhando os nomes de marcas comer- ciais. Esla variedade na forma e na cor, im- possível de obter com as convencionais lâmpadas d€ filamento incandescente, deve-se às lâmpadas de descarga eléctrica em gas. Estas são Formadas por simples tubos de vidro, a que pode dar-se a forma pretendida, no interior dos quais existe um gás a baixa pressão. Normalmente, os ga- ses não condn/.em fac iliiicnlc a electrici dade — são bons isoladores —, mas pas- sam ii la/è lo se se lhes baixar a pressão e se lhes aplicar uma tensão eléctrica (volta- gem) elevada. A descarga através do gás fa- lo brilhar com a luminosidade caracterís lica. Nos finais do século xix e princípios do XX, os cientistas que investigavam o com portamento das descargas eléctricas atra vés do gás raro néon a baixa pressão obser- varam pela primeira vez a admirável lumi nosidade vermelho-alaranjada que o gás emite. Ainda hoje as lâmpadas de néon são das mais usadas nos anúncios luminosos. Quando experimentaram outros gases, B As noites de néon. O cowboydo Pioneei Club, com <> seu cigarro bamboleante, do mino o caleidoscópio de néon de Las Vegas (à esquerda). A figura data de 1951. Tam bem em Hong Kong a noite se enche de luzes (em cima). Algumas, como este dra gâo, são o pesadelo dos mestres vidreiros. raSfestóiSSJj fci' i
  • 9. MILAGRES DO DIA-A-DIA verificaram que luziam com cores diferen- tes. Por exemplo, a lux emilicla pelo hélio é vermelho-dourada, e a do críplon, violcta- pálido. Outros gases, como o árgon e o mercúrio, emitem sobretudo radiação ul Iravioleta, invisível para os nossos olhos, mas que tem a propriedade de provocar a fluorescência de muitas substâncias. Fsles gases usam se nas chamadas lâmpadas de "luz negra*', vulgares nas discotecas, ou nas de ultravioletas para tratamento ou bronzeamento, mas também, e sobretu- do, nas chamadas lâmpadas fluorescen- tes: o tubo de vidro é coberto com urna tinta que fluoresce fortemente com os ul Iravioletas emitidos pela descarga no gás. As cores das lâmpadas sáo determina das pela mistura gasosa com que se enche o tubo, por vezes em combinação com a utilização de vidro colorido. Como é que o Sol liga e desliga a iluminação pública? Na sua maioria, os candeeiros da ilumina- ção pública sáo controlados por interrup tores temporizados que comandam toda uma área. Os primeiros interruptores esta vam equipados com um mecanismo de relógio, pelo que era necessário dar-lhes corda e acerlá-los todas as semanas. Muitos dos interruptores temporizados actuais possuem um relógio eléctrico com um mostrador rotativo munido de ressal- tos, que acendem ou apagam as luzes a horas predeterminadas. Como as horas do nascer e pôr do .Sol valam ao longo do ano, os candeeiros da iluminação pública precisam igualmente de acender-se e apagar-se a horas diferen- tes, pelo que aqueles mostradores permi- tem alterar também o respectivo horário de acordo com as épocas do ano. Para tal, dispõem de um dispositivo mecânico que ajusta todos os meses os ressaltos de on c Ó/f, que ligam e desligam o interruptor por forma a seguirem as modificações verifica- das nas horas de luz natural. Recentemente, surgiu um sistema de controle fotoelectrónico que comanda o interruptor que liga ou desliga as luzes. Ksle sistema inclui uma célula foloeléctrica que contém um composto sensível à luz, como o sulfureto de cádmio ou o silício. De madrugada, a luz que incide na célula provoca um fluxo de electrões entre os áto- mos, conduzindo electricidade até ao in- terruptor e desligando-o. Quando escure- ce, os electrões imobilizam-se, a corrente interrompe se e as luzes acendem se Porque as lâmpadas são tão fortes O vidro de uma lâmpada eléctrica não é muito mais espesso que esta folha de pa pel, e, no entanto, suporta uma pressão forte quando enroscamos a lâmpada no suporte. A explicação reside principal mente na forma da lâmpada, que segue o princípio da casca do ovo. No início dos tempos, a Natureza resol vcu o problema de impedir que os ovos fossem esmagados pelo peso da ave en- quanto eram chocados. A solução foi a for ma característica do ovo, que lhe propor Ciona resistência estrutural, permitindo -lhe suportar pressões surpreendente- mente elevadas. (Se a casca fosse demasia do grossa, o pinto não conseguiria quebrá- la para sair.) As lâmpadas tal como os ovos pOS suem um perfil arredondado convexo cm toda a sua superfície: quando as seguramos ou apertamos, a forca que aplicamos Irans mite-se em Uxlas as direcções a partir da área de contacto, devido à curvatura do vidro. A pressão é de facto sujxirtada |>or todo o ob jecto, sem concentração das tensões em ponto algum. E por esta razão que o colapso de uma lâmpada ou ovo, uma vez ultra|)as.sa- do o seu limite de resistência, é catastrófico, fitando todo o objecto destruído. lâmpadas a partir de uma fita de vidro A manufactura de lâmpadas é um proces- so industrial complicado e altamente auto matizado, em que aquelas adquirem a sua forma em moldes a partir de uma fita conti nua de vidro em fusão. Um dos componentes essenciais da lâmpada é o filamento, uma espiral de lio de tungsténio com a espessura de um cen- tésimo de milímetro. A lâmpada dá luz quando um filamento, ao ser atravessado por unia corrente eléc- trica, fica incandescente. Para evitar a sua oxidação e rápida destruição, lodo o ar da lâmpada é extraído e substituído por uma mistura inerte de árgon e azoto. A lâmpada é então rolada, e só depois lhe é colocado o casquilho. Lâmpadas que zumbem Por que razão algumas lâmpadas fazem um zumbido antes de se fundirem'' Na verdade, o filamento quebra se enquan to a lâmpada está acesa, mas esta conti nua a dar luz porque se produz um arco voltaico entre as extremidades do fio par tido. F. este arco que emite o zumbido característico. FABRICO DE LÂMPADAS ELÉCTRICAS 2. A base da ampola, ao rubro, é soldada à fiaste de vidro ÇU€ SU porta o filamento em espiral. 1. As ampolas de vidro passam cm frente de urna chama para aquecer e amolecer o "gargalo", que em seguida é ajustado à medida do casquilho e aparado. 3. Os contactos na base da am pola são soldados aos fios que conduzem ao filamento. II
  • 10. MILAGRES DO DIA-A-DIA Pilhas - electricidade portátil Foram experiências no campo da anato- mia na década de 1780 que levaram à in- venção da pilha: Luigi Galvani, professor de Anatomia da Universidade de Bolonha, reparou que as pernas de rãs mortas se contraíam quando eram penduradas de ganchos num varão. Pensou (erradamen- te) que esse facto se devia a qualquer tipo de electricidade animal. Allessandro Volta, da Universidade de Pavia, apercebeu-se de que a electricidade resultava do contacto entre os ganchos de cobre e o varão de ferro em que as rãs eram penduradas - as pernas destas faziam apenas parte do circuito. Esta observação deu lugar, em 1800, à pilha de Volta, precur- sora de todas as pilhas actuais. A pilha de Volta era constituída por placas alternadas de zinco e cobre, separadas por discos de papel, e "empilhadas" umas sobre as ou- tras (de onde a designação de pilha). Numa pilha, a corrente eléctrica é pro- duzida pelas reacções entre dois eléctro- dos (condutores eléctricos) e um electróli to (um líquido ou uma pasta condutora de electricidade). Cada eléctrodo está ligado a um dos terminais metálicos da pilha. Quando a pilha é integrada num circuito, produz-se neste um fluxo contínuo de electrões entre um terminal (o negativo) e o outro (o positivo). A produção deste fluxo deve-se ao facto de o material de um dos eléctrodos come- çar a dissolver-se parcialmente no electró- lito — isto é, os seus átomos começarem a migrar para o electrólito sob a forma de iões positivos, deixando electrões a mais no eléctrodo; estes podem partir para o circuito através do terminal negativo. O outro eléctrodo é geralmente de um material diferente e que não se dissolve da mesma forma no electrólito. Pelo con- trário, perde electrões para os iões positi- vos do electrólito, tornando-se deficiente em electrões — que vai buscar ao condu- tor que fecha o circuito para compensar esta deficiência. O fluxo contínuo de electrões que assim se estabelece de um eléctrodo para o outro é que forma a cor- rente eléctrica. As chamadas pilhas secas não contêm electrólito líquido livre. A caixa metálica da pilha é de zinco e forma um dos eléctrodos da pilha. Nela está contida uma mistura de cloreto de amónio, que constitui o electrn lito, e dióxido de manganésio. O manga- nésio é, na realidade, o outro eléctrodo, pois perde electrões para o cloreto de amó- nio. Uma vareta central de carvão-das-re tortas actua como colector da corrente, transferindo electrões do terminal positivo para o manganésio. Uma pilha seca deste tipo tem uma for A PILHA ALCALINA Nesta pilha de longa duração, um electrólito alcalino (potassa cáustica) está misturado com zinco em pó. Uma manga porosa separa esta mistura de um revestimen- to de dióxido de manganésio. Um "prego" metálico, capta electrões do zin co e transmite os ao ter minai negatioo. Os elec- trões dirigem-se, atra- vés da lâmpada da lan- terna, para o invólucro de aço, no terminal po sitioo, e dai pura o dióxi- do de manganésio, para o compensar dos electrões que perdera paru o electrólito. ça electromotriz de 1,5 V enquanto nova, mas a tensão eléctrica entre os seus eléc- trodos diminui com o uso, à medida que se vão formando bolhas de hidrogénio na va- O QUE É A ELECTRICIDADE? Uma corrente eléctrica é um fluxo de electrões — partículas minúsculas de car- ga negativa que existem em toda a maté- ria. Mesmo uma corrente fraquíssima precisa de um fluxo de biliões de elec- trões. Toda a matéria é composta por peque- níssimas partículas chamadas átomos, constituídos por um núcleo central com carga eléctrica positiva e por electrões que orbitam em torno dele, dispostos em camadas, em número exactamente sufi- ciente para, com as suas cargas negati- vas, compensarem a carga positiva do nú cleo — os átomos são assim electrica- mente neutros. Um fio condutor só é percorrido por uma corrente eléctrica se houver excesso (ou deficiência) de electrões numa das suas extremidades relativamente à outra. Essa diferença é designada por diferença de potencial, ou tensão eléctrica, e é me- dida em volts. No caso das pilheis, é gerada uma defi- ciência de electrões num dos eléctrodos e um excesso no outro, de forma que, se ligarmos um voltímetro entre os seus dois terminais, mediremos uma dife- rença de potencial - também chama- da força electromotriz da pilha. Se agora unirmos os terminais da pilha por meio de condutores eléctricos (por exemplo, o filamento de uma lâmpada), fechan- do o circuito eléctrico, estes serão per- corridos por uma corrente (a lâmpada acender-se-á). Um circuito eléctrico é constituído por um fio, geralmente de cobre, partindo de uma fonte de energia eléctrica e regres- sando a ela Por isso, as tomadas em nossas casas têm dois tenninais. Quando ligamos, por exemplo, um candeeiro, estamos a com- pletar (fechar) o circuito eléctrico, permi- tindo a passagem de corrente através dos condutores de cobre e do filamento das lâmpadas. Os geradores que abastecem a rede de distribuição pública não são pilhas, mas grandes máquinas eléctricas chamadas alternadores. Ao contrário das pilhas, nas quais um dos terminais tem sempre um excesso de electrões (o negativo) e o ou- tro deficiência (o positivo), cada terminal de um alternador tem sucessivamente ex- cesso e deficiência de electrões, alternan- do portanto entre ser o positivo ou o ne- gativo. Um circuito alimentado por um alternador é percorrido por uma corrente sucessivamente num sentido e no opos- to: é uma corrente alternada. (A corrente gerada por uma pilha sempre no mesmo sentido é uma corrente contínua.) Convencionalmente, considera-se que a corrente eléctrica flui do terminal positivo para o negativo. Esta convenção foi estabelecida antes da descoberta do electráo, ao qual, de acordo com ela, teve de ser atribuída uma carga negativa. O fluxo de electrões é portanto no sentido contrário do sentido convencional da corrente eléctrica. 12
  • 11. MILAGRES DO DIA A DIA reta de carvão, o que reduz a área da super- fície do eléctrodo. As baterias de automóvel são baterias de acumuladores, assim chamadas porque podem ser recarregadas - isto é, as suas reacções químicas são reversíveis. O tipo mais comum de bateria possui seis pilhas primárias (elementos) ligadas entre si. Cada elemento possui vários eléctro- dos, as placas, alternadamente positivos e negativos, separados por folhas isolantes para evitar eurtos-circuitos e suspensos num electrólito de ácido sulfúrico. As pla- cas são constituídas por grades de chum- bo, contendo as negativas chumbo espon joso e as positivas dióxido de chumbo. As reacções químicas que produzem a electricidade fazem com que tanto as pla- cas negativas como as positivas se transfor- mem gradualmente em sulfato de chum- bo e o electrólito em água. Sc este processo cliega a completar-se, a bateria fica descar- regada. Mas enquanto o motor do carro trabalha, a corrente do gerador carrega a bateria, invertendo as reacções químicas. As placas de chumbo são deste modo re convertidas na sua substância primitiva e a potência do ácido sulfúrico é restaurada. Como se "mete" o bico num lápis Átomo neutro. O núcleo do átomo tem carga positioa. e os electrões, carga nega liva. Assim, o átorno ê neutro. Ião positivo. A perda de um electrão re- sulta num átomo de carga positiva. Torna então o nome de ião positivo. Ião negativo. Se o átomo ganha um ou mais electrões, a carga passa a ser negati va e ele torna o nome de ião negativo. Os antigos egípcios, gregos e romanos uti- lizavam pequenos discos de chumbo para traçar linhas nas folhas de papiro antes de nelas escreverem com pincel e tinta. No século xiv, os artistas europeus usavam va- retas de chumbo, zinco ou prata para faze- rem os seus desenhos cinzento claros, de- nominados a ponta-de-prala. E no século xv o suíço Conrad Gesner, de Zurique, des- creveu no seu Tratado dos Fósseis uma vareta de escrever contida num invólucro de madeira. O chumbo deixou de constituir um ma- terial de escrita quando em Borrowdale, no Norte de Inglaterra, se descobriu em 1564 a grafite pura — nasceu então o lápis moderno. A grafite é uma forma de carbono e um dos minerais mais macios. Quando é fric- cionada contra o papel, a grafite deixa nele delgados flocos que formam uma marca escura. Alguma da melhor grafite para o fabrico de lápis vem de Sonora, no México: é pulve- rulenta e extremamente negra. A parte ex- terior do lápis, de madeira, tem de ser bas- tante macia para que possa ser afiada com facilidade à medida que o bico se gasta. O bico é constituído por uma mistura de grafite fina e argila, cortada em varetas e cozida num forno. A grafite não pode ser moída num moinho vulgar, pois a sua es- trutura em camadas faz dela um lubrifican- te natural. Recorre-se, por isso, a um pro cesso diferente, em que se lançam, uns de encontro aos outros, jactos de ar compri- mido contendo partículas de grafite, que, colidindo, se pulverizam. Estas partículas minúsculas são mistu- radas com caulino puro e água, formando uma pasta. Esta é introduzida num cilindro e forçada através de um furo na sua extre- midade, de onde sai em filete contínuo e com o diâmetro pretendido. O filete é cortado em varetas do tama- nho dos lápis, que são levadas a secar num forno antes de serem cozidas a uma tem- peratura de cerca de 1200°C. São depois tratadas com cera para assegurar um traço suave e seladas para evitar que deslizem no invólucro de madeira. Para fabricar este invólucro, a madeira é serrada em tabuinhas com o comprimen- to de um lápis, a largura de sete lápis e a espessura de meio lápis. Fazem-se os sul- cos, introduzem-se os bicos e cola-se por cima uma segunda tabuinha igualmente com sulcos. Estas "sanduíches" são leva- das à máquina, que as corta em sete lápis e dá a cada um uma secção hexagonal ou cilíndrica. Em seguida, os lápis são pintados com um verniz não tóxico. Risco ampliado. A grafite utilizada nos lá pis tern uma estrutura em carnudas. Quan- do a grafite e friccionada contra o papel, soltam-se facilmente pequenas escamas que formam uma marca negra. DURO OU MOLE? DEPENDE DA ARGILA No fabrico dos bicos de lápis, a grafite é misturada com uma argila fina rio lipo utilizado nas melhores loiças e porcelanas. Os dois ingredientes sáo misturados em proporções diversas, consoante os graus de dureza e ne- grura de traço pretendidos, O tipo de lápis mais largamente utili- zado é o HB (hard and black, "duro e preto"). Os bicos mais macios e mais negros (B e BB, de black) possuem maior teor de grafite, e os mais duros - graduados de H (hard) a 10H - têm argila em proporções crescentes. Os bicos dos lápis de cor e os lápis de cera não contêm grafite, mas argila pura, cera e pigmentos. I:Í
  • 12. MILAGRES DO DIA ADIA Como se coloca a esfera numa esferográfica A parle principal de uma esferográfica é unia esfera de metal que transfere para o papel uma tinta a base de óleo e que tem a particularidade de ser de secagem muito rápida. A esfera é geralmente de aço médio ou inoxidável, com cerca de 1 mm de diâme- tro, e. para que se adapte perfeitamente ao encaixe, é acabada com um rigor de centé siuiDs milésimos de milímetro. Bode tam bém ser constituída por um composto cie tungsténio e carbono, quase Ião duro como o diamante. Por vezes, a esfera 0 ás pêra para conseguir melhor atrito na su perfície de escrita. A esfera é aplicada num encaixe cie aço ou latão desenhado por forma a permitir que a esfera rode perfeitamente em todas as direc- ções. O bordo do encaixe é de|>ois inclinado para dentro para que a esfera não caia A tinta corre do reservatório para <> en- caixe da éster,i através de um tubo estreito. <) reservatório deve ser aberto ao ar ou ter um orifício, pois de outro modo criai .se ia um vácuo parcial a medida que o nível da tinta tosse baixando, o que acabaria por a impedir de correr Saliências no interior do encaixe distribuem homogeneamente a unta em redor d.i esfera para que. quando aplicada sobre uma superfície, ela rode e desenhe um traço. • Biro e a esferográfica • Uma pena cie ave com a haste afiada foi O instrumento de es cuia durante mais de 1000 .mos. .m tes da invenção da caneta de tinta permanente, em 1884, Na década de .5(1. o artista e jornalista húngaro La- dislao Biro inventou em Budapeste a canela esferográfica. Biro fugiu com a eclosão da II (iuerra Mundial, fixan- do se na Argentina. Com .i .ijud.i de seu irmão Georg. químico de formação, aperfeiçoou a caneta e fabricou-a em Buenos Aires durante .i guerra. Km 1944. vendeu os seus interesses no invento a um - seus financiadores, que passou a fabricar a caneta Biro para as torças aéreas aliadas, dado não ser afectada . i las ilt< raçi ies na pressão almosfé rica. Ladislao Biro desapareceu no obscurantismo, embora o seu inven to se tenha tornado um objecto utili zado em todo o Mundo. A esfera. De aço. a esfera (ampliado 80 vezes) reifhe um acabamento rigoroso, O encaixe. Saliências no seu interior luzem com que a tinia se distribua por toda a esfera A esfera colocada. 0.s bordos do encaixe suo dobrados pena ilcutio puni a segurarem. 14
  • 13. Canetas e marcadores. 0 invento de Ladislao Biro foi aplicado no fabrico de novos modelos que produzem urna diversidade de traços de irrita sobre diversas superfícies, desde o metal ao vidro e ao plástico. A excepção da esferográfica, a tinia ê levada para a ponta através cie tubos finíssimos por acção da capilaridade. Ponta de feltro. O bico é de lã natura! ou sintética Ponta de fibra. Fibras ligadas por resina dururri mais que as pontas de feltro Esferográfica. A tinta e levada ao bico pela acção rotativa da esfera. Ponta de plástico. A tinia, que cone livremente, alimenta uma por na de plástico de grande resistência <n> desgastt Porque aderem tão bem as colas modernas Ale há KXI anos, as colas eram gomas vege lais ou obtinham se fervendo peles e ossos de animais; demoravam muito tempo a colar v o sen poder de união não era parti cularmente forte, utilizavam se principal mente nos trabalhos de carpintaria: o gru- de IfqUÍdO penetrava nos poros da madeira e secava, ligando entre si as peças da obra. Hoje, as colas são, na sua maioria, total mente sintéticas. Secam rapidamente e formam uniões muito fortes. As mais rápi- das são chamadas supercolas, ou colas instantâneas, e secam em segundos. Exis tem também resinas epoxídicas, que con- sistem em dois componentes que são mis- turados e fazem presa em 10a 30 minu tos. A supercola é uma resina acríli- ca Fabricada a partir de produtos pe- troquímicos. Quando exposta ao mí- nimo de humidade, as suas pequenas mo- léculas ligam se, formando moléculas maiores — processo químico denomina- do polimerização. Dentro do tubo, a cola é impedida de polimerizar por meio de um estabilizador aofdiCO. Quando a rola é aplicada a uma superfície, a mais diminuta quantidade de humidade supera a acção do estabilizador e a resina polimeriza instantaneamente É a presenç,a dos iões da água grupos de átomos dotados de carga eléctrica - que desencadeia o processo de polimerização, Os iões estão presentes em praticamente todas as superfícies ex postas ao ar, pois este contém sempre ai guina humidade. As supercolas aderem bem a pele, dado esta ser húmida. Por este motivo, tem havi- do muitos casos de pessoas com Ioda a natureza de objectos colados a pele, desde chávenas a maçanetas de portas. O remé- dio é mergulhar a parte afectada cm água morna e descolar suavemente o objecto. Em cirurgia, têm sido utilizadas super- colas em aerossol para fechar uma ferida e reduzir a hemorragia. A força da cola. Neste painel publicitário, o carto amarelo esta fixo por cola de resina epowlicu. O cairo encarnado assenta no tejadilho do outro de- monstrando a força da cola. XzM
  • 14. MILAGRK5 DO DIA-A-DIA O PROCESSO QUE FAZ COLAR A SUPERCOLA A supercoio contém um estabilizador aa' dico (vermelho) que mantém a cola lí- quida. O estabilizador acidico ê neutralizado em contado com a humidade (azul) da super íiae que se pretende colar Neutralizado o estabilizador, as mole cuias adesivas juntam se em cadeias hm gOS, ((instituindo nina união tenaz. Uma descoberta acidental que deixou a sua marca no Mundo No princípio da década de 80. começaram a aparecer nos escritórios uns papelinhos amarelos. Vinham geralmente colados aos documentos com pequenas mensa- gens trocadas entre os executivos e tinham a grande vantagem de, depois cie lidos, po- derem ser descolados com facilidade. Com o passar dos anos, estes pa- pelinhos auto aderentes, cha- mados post-it. estende ram-se as esa rias e depois às nossas casas. Os estudantes e os investigadores começaram a usá-los para marcar textos de ititeresse nos livros; e os maridos e mulheres, ao saírem para o tra- balho, deixavam uns aos outros re- cados apressados colados no frigorí- fico. Estes autocolantes nasceram de uma descoberta acidental num laboratório de St. Paul, no Minnesota, quando se procura- va produzir uma supercola, em 1968. O re- sultado fora uma cola tao fraca que a em presa 3M a rejeitara por inútil. Mas um dos empregados, um químico chamado Art Fry, cantava num coro e utili- zou aquela cola fraca para marcar o seu livro com papelinhos que podiam retirar •se sem estragar o livro. Fry tentou persuadir a empresa de que estava a deitar fora urna ideia que podia ter os mais variados usos. Mas só em 19X0 a 3M começou a vender, para Utili2açâ0 nos escritórios, blocos de lolhas para notas com uma faixa adesiva num dos bordos que podem ser descoladas e recoladas. Vista ao microscópio, a superfície adesi va de um post-it apresenta se coberta por minúsculas bolhas de resina de ureia for maldefdo que contém a substância adesi va. As bolhas rebentam sob a pressão dos dedos, mas não Iodas simultaneamente, pelo que as folhas são reutilizáveis. p* ^ *L [ < • * Pondo perfume num papel Pode fazer se publicidade a perfumes im- pregnando um prospecto com o respecti- vo aroma, que é libertado quando se raspa a superfície do papel. 0 método é designa do por microfragrância. O perfume está contido em pequeninas cápsulas de plástico, aplicadas ao papel num revestimento resinoso. 0 plástico quebra ao ser raspado ou esfregado, liber tando os óleos essenciais do perfume do seu interior. A técnica, denominada micro encapsulação, foi iniciada pela empresa americana 3M na década de 60. Para 0 enchimento das capsulas, o óleo é misturado com água e agitado, a fim de se desintegrar em gotas minúsculas - como acontece com o azeite e o vinagre no CHEIROS NUMERADOS Em 1984, foi produzido na América um filme jocoso de couiboys que li- nha como atracção adicional aromas microencapsulados. Cada especta- dor recebia um pequeno cartão com uma meia dúzia de números. De vez em quando, no decorrer do filme, aparecia um número no canto ÚOécran - o número que os especta- dores deviam raspar nos seus cartões. Podiam assim sentir o cheiro adequa- do à cena em curso — o encanto de um perfume, o cheiro a pólvora quei- mada, etc. 16
  • 15. O cheiro a maças. Nesta microfotografia (em cima) oèem-se as microcápsulas que contêm o perfume num autocolante. Quan- do se raspam as cápsulas, o perfume é liber lado. 0 autocolante deste quarto de maçã é típico dos que aparecem nas revistas. A área no interior do tracejado conteria mi- crocápsulas para lembrar aos leitores o de- licioso cheiro da maçã. tempero da salada. As gotas sáo depois es- palhadas sobre uma superfície e cobertas por urna camada de resina plástica. Deixam-se secar (por vezes são aqueci- das) antes de serem aplicadas sobre o pa- pel por meio de outra resina. Algumas ve- zes utilizam-se como um revestimento adesivo na dobra de um folheio publicitá- rio, e o aroma é libertado quando o revesti- mento se quebra ao desdobrar-se o folheto. Actualmente, alguns cosméticos con- têm microcápsulas de óleos nutrientes da pele, que apenas são libertados quando o preparado é aplicado, o que garante a sua frescura até à utilização. Fotografias nos jornais: milhares de pontinhos Se se observar de perlo uma fotografia num jornal, verifica-se que a gama das to- nalidades nos é dada por combinações de pontinhos negros. Nas zonas escuras, os pontos são maiores e fundem-se entre si, de modo que quase não se vê o papel bran co. Nas zonas mais claras, os pontos sáo más pequenos e estão rodeados por gran- des porções de branco. As diversas tonali- dades da fotografia são convertidas num padrão de pontos com diferentes dimen- sões recorrendo a urna retícula, ou trama. A fotografia a ser reproduzida é fotografada através de uma retícula posta em contacto com o filme, retícula que consiste num pa- drão de linhas diagonais sobre uma pelí- cula transparente. A maioria dos jornais utiliza uma retí- cula de malha relativamente larga para a reprodução de fotografias em papel nor- mal A retícula tem cerca de 20 a 35 linhas por centímetro, produzindo, quando im- pressa, o mesmo número de pontos por centímetro. A luz reflectida da fotografia passa atra- vés da retícula e é decomposta em zonas de intensidade luminosa variável captadas em película fotográfica de alto contraste, que, ao ser revelada, produz um padrão de pontos em imagem negativa. A continua- ção do processo de revelação produz uma imagem positiva. Imagem desportiva. Fotografia a preto e branco, tal corno aparece num jornal (em cima). A ampliação mostra que a imagem se compõe de uma série de pontos pretos entre meados de espaços brancos. A densidade de pontos utilizados determina a qualidade da re- produção da fotografia na página impressa. 17
  • 16. IMAGENS A CORES As fotografias a cores são lambem repro duzidas como padrões de pontos. Estes são de Ires rores diferentes amarelo, magenta e azucyan (azul esverdeado). Vistas a distância, as combinações de pon- tos destas cores, com dimensões diferen tes. fundem-se por forma a simular lodo o espectro das emes. A impressão a cores baseia se no principio de que todas as co res podem ser produzidas através de com lunações destas três cores primárias. Fotografia com filtros 0 primeiro passo na reprodução é a "selec çao" (Lis cores, tirando fotografias através de filtros. As três imagens, uma de cada cor, são depois fotografadas através de uma re tícula de meio tom. como n.i impressão .. prelo e branco, a fim de se produzir um padrão pontilhado. Faz se uma chapa de impressão para cada cor e, para aumentar ii pormenor, iunta.se ainda uma chapa a preto, pelo que " processo toma <> nome de quadricromia. Esta é hoje feita, normal mente, por scanners electrónicos, em vez das máquinas fotográficas tradicionais. Uma impressão a cores e feita a partir de combinações destas três cores primárias. amarelo, magenta e azul-cvm. A imagem impressa a três cores segue se a impressão do prelo para acentuar a profundidade, a defi/itaio f o i ontraste. Finalmente, <> olha humano mistura os pontos coloridos e vê t<ulas as cores. Como funcionam as máquinas de moedas Balancim Calha, ou tampa Com 11111,1 moeda que se introduz numa ranhura, as máquinas Fornecem-nos des- de bilhetes de comboio a chamadas lelelo nicas, bebidas, maços de cigarros e ale juckpols de moedas. Mas, antes de entregarem o seu produ lo. as máquinas analisam cada moeda. submetendo-a a uma série de exames, co meçando por rejeitai as de valor diferente, as estrangeiras, as falsas e as anilhas. Cada tipo de moeda no Mundo tem as suas características próprias. São diferentes no diâmetro, na espessura, no peso e até na composição química. Nas máquinas de moedas, todas estas propriedades são in vestigadas, e só quando a moeda entra no percurso correcto da máquina é que é dis parado o mecanismo de funcionamento. A máquina de moedas típica funciona ilo seguinte modo: o sistema de verifica çao começa pela própria ranhura, impe dindo a entrada de moedas demasiado grandes, espessas ou deformadas As moedas que entram podem ser exa minadas por uma sonda, que verifica se elas são luradas, detectando assim as ani lhas. As genuínas caem soba- um balan cim rigorosamente equilibrado: quando o seu peso é suficiente, a moeda faz tombar ii balancim e é dirigida para .1 calha [ou ranipae quando é insuficiente, o balancim não oscila e a moeda cai no rejeitado!. A moeda que foi aprovada percorre a Verdadeira ou falsa Esta máquina de moedas destinada a moedas francesas tem unta ranhura igual ao tamanho de ama moeda de 10 francos. Uma moeda mais leve não consegue bascular o balancim e é desviada Separador para o rejeilador. ! ma moeda de metal diferente é desviada pelo magneto. atinge o deflector c passa pelo lado eirado do separador Rejeilador (moedas rejeitadas) Magneto Percursos das moedas rejeitadas Lâmina de contacto
  • 17. calha e passa polo magneto. Ao atravessar o campo magnético deste último, ê descar- regada uma pequena corrente eléctrica no seu interior, fazendo a rodar mais ou me- nos lentamente devido à força magnética provocada pelo campo magnético. Ima moeda com a composição correc- ta abranda exactamente o necessário para. ao cair da rampa, percorrer uma trajectória que evita o obstáculo seguinte, o deflector. Acerta então no separador por baixo des- te, a um ângulo de incidência lai que a faz dirigir se para o canal "aceite", As moedas com peso demasiado e as menos afecta- das pelo magneto atingem o defleclor e são encaminhadas pelo lado errado do se- parador para o rejeitador. Máquinas de moedas electrónicas A ultima geração destas máquinas confere as moedas electronicamente, Assim que a moeda é introduzida, a sua condutibilida- de capacidade para deixar passar unia corrente eléctrica - é verificada. As moedas aceitáveis num primeiro exame atravessam depois uma "cancela", percorrendo a rampa e passando entre dois magnetos. Também neste caso, a ve locidade com que deixam os magnetos depende da composição das moedas. Conjuntos de díodos emissores de luz e de fotossensores medem a velocidade da moeda. Sc os valores obtidos coincidirem com os da memória da máquina, abre-se nova cancela para aceitar a moeda. Se não, esta é rejeitada. Algumas máquinas po- dem ser programadas para tratar até oito tipos de moedas diferentes. Podem também ser programadas para dar trocos, Quando a moeda atravessa o sistema de verificação. 0 respectivo valor é identificado. Quando chega ao fim do per curso, um microchip liberta o troco certo. Velcro: como as ervas que se agarram às meias Os fechos de velcro. pequenas almofadas crespas formadas de ganchos e ilhós de plástico, têm encontrado aplicações a to dos os níveis. Na indústria de vestuário, substituem as molas e os fechos de correr. No vaivém espacial, OS astronautas usam fita velcro para agarrar tabuleiros, embalagens de ali mentos, equipamento científico, e ate cies próprios, a uma superfície tixa. para evitar que flutuem desordenadamente no espa ço na ausência da força da gravidade. O engenheiro suíço Georgcs de Mestral concebeu a ideia que deu origem ao velcro depois de um passeio pelo canipo em 1948. Voltou para casa com umas ervas agarradas às meias e ao pêlo do cão e decidiu investi- gar por que razão aquelas se pegam Ião bem á lá. Ao microscópio, observou que minúsculos ganchos nas pontas dessas er vas ficavam presos às argolas da lã. Mestral imaginou rapidamente uma for- ma de reproduzir em tecido de nylon o esquema de ganchos e argolas e deu ao produto o nome de velcro - contracção de uelours e CfOChet, palavras francesas que significam "veludo" e "gancho". A patente original de protecção ao vel- cro expirou em 1978, e existem actual men te muitas imitações, mas o nome mantém- se como marca registada 0 velcro é feito tecendo fio de nylon de modo a produzir um tecido com urna grande densidade de minúsculas argolas. A face dos ganchos obtém-se cortando as argolas noutra porção de tecido — de modo que cada meia argola passe a cons- tituir um gancho. Por meio de aquecimen- to, argolas e ganchos tomam a sua forma definitiva. 0 tecido é depois tingido, colado ao suporte adequado e cortado à medida. O velcro pode fechar-se e abrir se milha res de vezes, e provavelmente durará mais do que O tecido a que foi aplicado. E feito de modo a poder ser aberto à mão com um estorço relativamente pequeno. No entan- to, possui enorme resistência transversal. Alguns tipos de velcro têm tanta resistência que uma peça quadrada de 12 cm de lado consegue suportar uma carga de 1 t. Como as ervas se agarram. As minúscu- las vagens da aparína possuem ganchos que se ugurram ao vestuário de lã e aos pêlos dos ailimais Copiando a Natureza. .4 fotografia do oel- CfO QO microscópio moslru como esíe copio a Natureza. Os minúsculos ganchos de nylon numa peca de i elcro agarram as argo las da outra peca exat tumente do mesmo modo que terias plantas como a aparinu se agarram às meias de la (mundo passeamos no meio das ervas. Uma peca de velcro com 5 x 2 cm contém cerca de 750 ganchos. com 12 500 argolas na lace oposta.
  • 18. Como a Marinha dos EUA lançou o fecho de correr A Marinha dos EUA foi a pioneira no uso dos fechos de correr quando, em 1918, en- comendou 10 000 unidades para aplicar em fatos de voo. 0 fecho de correr fora inventado pelo engenheiro americano Whitcomb Judson em 1893. Lste desenhara um fecho com posto de carreiras de colchetes machos e fêmeas como método rápido de apertar as botas de cano alto. Mas este fecho, que utili zava um cursor para ligar os colchetes ma- chos e fêmeas, revelou se pouco prático. O passo decisivo para o aparecimento do moderno fecho de correr deu-se cerca de 20 anos depois, quando o engenheiro sueco Gideon Sundback foi admitido por Judson para aperfeiçoar o seu fecho. Sund- back desenhou o chamado Hookless 2, quase igual ao moderno fecho rie correr, e criou a maquinaria que permitiu o fabrico dos dentes e a sua fixação a uma fita. Km 1918, a Marinha Americana fez a sua encomenda, e o fecho de correr estava lan çado. O fecho de correr consiste ern duas tiras de tecido com dentes de metal ou plástico ao longo das bordas. Os dentes das duas fitas são desen- contrados para pode- rem encaixar entre si: num dos lados têm uma saliência e no ou- tro uma concavidade, por forma que, quando forçados a juntar-se, as saliências encaixem nas concavidades. Ao fechar, as duas fiadas de dentes entram obliqua- mente no cursor que as junta, engatando os dentes. Quando se puxa o cursor para abrir o fecho, dá-se o contrário, os dentes en- tram pelo fundo do cur- sor e separam-se. Separador Cursor Fita Fiadas de dentes Dentes que engatam. A mecâ- nica do fecho de correr é muito simples. Um cursor move-se num ou noutro sentido sobre duas fiadas de dentes presos a fitas, engatando-os ou desenga ÍB tando-os. Como se faz parar um elevador em queda O mais alto edifício de escritórios do Mun- do, a Sears Tower, em Chicago, com 443 m, tem 103 elevadores para transportar passa- geiros entre os seus 110 andares a velocida- des que chegam aos 550 m por minuto Mas o que aconteceria se um cabo se partisse quando um dos elevadores se en- contrasse no topo de tão alto edifício? Teo- ricamente, um corpo que caísse do último andar da Sears Tower esmagar-se-ia no solo a 820 km/h. Para evitar estes aciden- tes, os elevadores são dotados de dispositi- vos de segurança. O moderno elevador de passageiros leve as suas origens em 1854, quando o engenheiro americano Klisha Graves Otis introduziu o primeiro dispositivo de segu- rança para a elevação de cargas na Exposi- ção do Palácio de Cristal, em Nova Iorque. Otis demonstrou a segurança do seu processo por forma espectacular. A carga foi guindada até uma altura de 8 ou 10 m com Otis também sobre a plataforma. Or- denou então que cortassem o cabo de sus pensão. Num elevador normal, as conse- quências teriam sido desastrosas, mas o mecanismo de segurança de Otis resul- tou - e a queda foi interrompida depois de cortado o cabo. O segredo do sucesso da experiência residiu numa mola em fornia de arco fixa 20 da ao topo da plataforma. O cabo de sus- pensão estava ligado à mola, e quando a plataforma era puxada para cima, o seu peso iria arquear a mola, de modo que as suas extremidades não tocassem nos enta- lhes das duas calhas dentadas de guiamen- to, situadas de um e outro lado da platafor ma. Mas quando o cabo de suspensão foi cortado, a mola abriu c as suas exlremida des encaixaram nos entalhes das calhas, impedindo a queda da plataforma. Olis instalou o primeiro elevador de pas sageiros cm Nova Iorque em 1857, no esta- belecimento V. Haughwout & Co., com cinco pisos. A invenção do elevador de se- gurança foi um factor decisivo na evolução do arranha-céus, pois libertou os arquitec- tos das restrições na altura. O moderno elevador é constituído por uma cabina içada por cabos de aço entre duas calhas laterais de guiamento e possui um dispositivo de segurança que trava de encontro às calhas no caso de os cabos se partirem. Os cabos fixos ao topo da cabina Subida rápida. A Sears Tower, edifício de IK) andares em Chicago, dispõe de eleou dores rápidos que se deslocam a 32 km/h. Os elevadores estão equipados com dispo sitiuos de segurança para o caso de quebra dos cabos.
  • 19. sobem alé um mecanismo de roldanas no cimo da caixa do elevador. A roldana é ac- cionada por um motor eléctrico, e os ca- bos sustentam na outra extremidade um contrapeso que corre igualmente em ca- lhas de guiamento. Limitador do excesso de velocidade Este é outro componente fundamental da segurança do elevador. Parle dele um cabo que corre para cima e para baixo na caixa do elevador e está ligado ao mecanismo de segurança montado sob a cabina. 0 limitador do excesso de velocidade baseia-se num sistema mecânico de pe- sos, que são impelidos para fora devido à força centrífuga. Acima de uma velocidade preestabelecida, os pesos accionam um interruptor de segurança que desliga a cor- rente eléctrica do motor. A roldana pára automaticamente e o elevador imobiliza- -se sem que tenha de ser activado o dispo- sitivo de segurança. Se, contudo, a cabina continuar a acele- rar, o limitador centrífugo prende o respec- tivo cabo com força suficiente para dispa- rar o mecanismo de segurança. Existem outros mecanismos de segu- rança, como o de compressão de roleles ou de excêntricos de bordos serrilhados con- tra as calhas de guiamento, ou o de cunhas, que reduz a velocidade por meio de fricção. Testes de cheiro no gás natural Numa indústria de alta tecnologia como a do gás natural, o teste final de segurança é, curiosamente, o nariz humano. O gás na- tural, ao contrário do gás de hulha, não tem cheiro próprio, pelo que uma fuga nas tubagens poderia passar facilmente des percebida e causar uma explosão. No en- tanto, pode juntar-se-lhe um odorizante. Assim, peritos empregados pela sua capa cidade olfacliva muito sensível asseguram que, numa emergência, o gás emita o chei ro certo para fazer disparar o alarme men- tal de "fuga de gás!" Esses peritos cheiram o gás para terem a certeza de que a sofisticada aparelhagem de análise está a funcionar correctamente. O gás natural encontra-se no solo ou sob o fundo do mar. O seu componente principal é o metano, gás que nos pânta- nos pode ser visto em bolhas emanando dos lodos orgânicos. O cheiro intenso que acompanha o metano nos pântanos deve- -se à matéria vegetal em decomposição, pois o gás em si é inodoro. O gás natural comercial começou a ser utilizado comercialmente nos Estados Unidos nos anos 20 c na Europa na década de 60. Como era necessário que tivesse cheiro, foram ensaiadas como odorizan- tes diversas combinações de compostos orgânicos de enxofre. O odorizante ideal tinha de ter um cheiro forte e muito carac- terístico, náo devia ser absorvido pelo solo para que as fugas subterrâneas pudessem ser detectadas e tinha de ser inócuo e náo- -corrosivo. Acabou por descobrir se a fór mula correcta. Esse odorizante, sob a for- ma líquida, é pulverizado no gás quando este deixa o complexo de produção. A quantidade de odorizante é medida rigo- rosamente por computador. Tem um aro- ma tão intenso que apenas é necessário 1,5 kg por cada 100 000 rrí*. Apesar dos odorizantes, as fugas de gás nas tubagens subterrâneas podem ainda passar despercebidas. Por isso, os técnicos seguem frequentemente os percursos das tubagens com instrumentos extremamen- te sensíveis. Contudo, estes detectam o gás, e náo o cheiro. As sondas são coloca- das junto ao solo e o ar que captam é intro- duzido num aparelho que detecta gás em concentrações de apenas algumas parles num milhão. As fibras que conferem resistência aos saquinhos de chá Diariamente, fazem-se milhões de cháve- nas de chá a partir de saquinhos. O papel de filtro rendilhado, que constitui o saco, tem orifícios de tamanho suficiente para deixar passar a água a ferver sem deixar fugir as folhas do chá. É também suficien temente forte para náo se rasgar nas má- quinas de empacotamento ou durante a manipulação — esteja seco ou molhado. Nenhum papel vulgar podia satisfazer estas exigências. O papel dos saquinhos de chã é fabricado com duas fibras fortes: câ- nhamo-de-manila, fibra natural longa utili- zada no fabrico de cordas para conferir re- sistência, e fibras termoplásticas, para fe- char os saquinhos. As duas fibras náo são tecidas em conjunto, mas assentes, sob a forma de mistura aquosa, em duas cama das separadas. Forma se o papel quando a água se escoa e o emaranhado de fibras é apertado em rolos para secar. Este proces- so confere ao papel uma estrutura irregu- lar, com poros de diversas dimensões. O papel passa pela máquina de embala gem do chá sob a forma de duas tiras e a máquina vai colocando as doses de chá sobre a tira inferior. Dá-se forma aos sacos vedando os bordos por meio de calor. As fibras termoplásticas são derretidas para se ligarem fortemente entre si, mantendo a sua resistência quando, ao arrefecerem, so- lidificam novamente. O seu ponto de fusão é superior a 100°C para que o saquinho náo se desmanche na água a ferver. Orifícios filtrantes. Ampliando 60 vezes um saquinho de chá, vêem-se bem OS orifícios filtrantes. Estes deixam passar a água, mas sem deixarem sair as folhas de chá. 2
  • 20. Fósforos aos milhões Se riscarmos um fósforo de segurança (amorfo) em qualquer superfície que não seja a lixa da caixa, ele não se acende. Se lhe batermos com um martelo, nada acon- tece. Antigamente, porém, os fósforos acendiam-se ao serem riscados em qual quer superfície rugosa, e se lhes batêsse- mos com um martelo, explodiriam. No caso dos fósforos de segurança, é a reacção entre os produtos químicos da ca- beça do fósforo e da lixa da caixa que os incendeia. A reacção é desencadeada pelo riscar do fósforo, que gera calor devido à fricção. Se a cabeça e a lixa não estiverem em contacto, não se dá a ignição. O antepassado do fósforo actual foi pro- duzido pelo químico inglês John Walker em 1827. Os seus fósforos acendiam-se em qualquer superfície e não eram de grande confiança. Km 1830, Charles Suria, em França, inventou um fósforo muito mais eficaz, utilizando fósforo branco. Os fósfo ros deste tipo mantiveram-se em uso até finais do século xix e, embora eficientes, tinham uma grande desvantagem: po- diam matar - e fizcram-no muitas vezes O fósforo branco liberta fumos tóxicos que provocam, cm casos de exposição prolongada, uma doença deformante — e eventualmente fatal — em que ocorre a decomposição dos maxilares. Os opera rios das fábricas de fósforos eram os mais afectados; assim, no início deste século, foi proibido o uso de fósforo branco, tendo passado a utilizar se o sesquissulfureto de fósforo. Contra o imposto Em 1801, a firma Bryant & May pro- duziu o seu primeiro fósforo de segurança numa fábrica em Londres. Ao fim de um ano, a fábrica produzia 1 800 000 fósforos por semana. A procura era tanta que, em 1871, o chanceler do Tesouro propôs uma taxa de 1 penny por caixa. A proposta originou protestos no Parlamento e na imprensa - e milha- res de operários da indústria fosforeira protestaram contra aquilo que viam como uma ameaça ao seu ganha-pão. Seguiram-se manifestações e tumultos e o Parlamento aboliu o imposto. Por todo o Mundo, as técnicas do fa- brico de fósforos foram sendo aperfei coadas, e actualmente podem produ- zir-se mais de 800 caixas por minuto. 11 t « I • « • « • « « I L W V W V , 7 % %_• i • • • i i « mwâ 22
  • 21. Em movimento. I m tapeie rolante de aço transporta os palitos de madeira - já com as cabeças tingidas de vermelho ao en- contro das caixas, que se movem numa tela transportadora perpendicularmente ao percurso dos fósforos. Estes são automati- camente expulsos do tapete, por fornia a caírem dentro das caiwis nus quantidades certas. Na década de 1850, o sueco John Lunds- Irom foi pioneiro dos fósforos de seguran ça (amorfos) ao separar o elemento fósfo- ro dos outros ingredientes combustíveis: pós fósforo vermelho, não tóxico, na lixa e os outros ingredientes na cabeça. Actualmente, os fósforos são fabricados por máquinas automáticas que chegam a produzir 2 milhões de unidades por hora. O vulgar fósforo de madeira começa por um toro que é cortado em fasquias de cer ca de 2.r> mm de espessura. Estas são de- pois cortadas em palitos que são embebi- dos numa soluçáo de fosfato de amónio - retardador de ignição que evita que os pali- tos continuem a deitar fumo. Os palitos são depois introduzidos auto- maticamente nos orifícios de um tapete ro lante de aço que mergulha as pontas num banho de parafina aquecida. Esta vai im- pregnar as fibras da madeira e anulará a fazer passar a chama da cabeça para o palito. Os palitos são cm seguida mergulhados na mistura que constituirá a cabeça. Nos fósforos de segurança, essa mistura con tem enxofre, e por vexes carvão, para pro- duzir a chama e clorato de potássio para fornecer o oxigénio necessário á combus tão. Quando as cabeças secam, os fósforos sao empurrados do tapete rolante para dentro das caixas de fósforos que correm numa tela transportadora. As tampas das caixas correm noutra tela em movimento paralelo, A intervalos de alguns segundos, as telas param e .is caixas sao metidas nas respectivas tampas. As ta ces laterais destas aplica se a lixa, uma tira rui>osa impregnada de fósforo vermelho. que constitui o produto combustível. Como adere a película aderente? Esta película adere por duas razões: quan do esticada, a sua elasticidade leva a a reto- mar as dimensões iniciais; e a electricidade estática que possui cria uma forma de atracção a muitas outras coisas. O segredo da elasticidade esta na estru- tura molecular da película. Os plásticos são formados por moléculas longas cente- nas cie milhares de unidades repetitivas de um átomo de carbono e dois de hidrogénio numa molécula de polietileno, por exem pio. A maioria das substâncias comuns é constituída por moléculas pequenas a molécula de agua contém apenas dois álo mos de hidrogénio e um de oxigénio As moléculas longas da película aderen te. ou adesiva, encontram se enroladas c dobradas como as libras da la. Quando .• película é esticada, as moléculas ordenam se Mas, lai como as fibras da lá ou como um elástico . elas procuram reto mar a sua forma inicial O poder de aderência desta película ocorre naturalmente na maioria das pelí cuias plásticas, que aderem porque adqui rem uma carga eléctrica estática. A película aderente pode. por exemplo, adquirir uma carga eléctrica negativa por fricção, << que faz deslocar electrões d<i superfície de uma película ou de outro material adjacente. Na segunda superfície, .i carga eléctrica será positiva, o que leva a que as duas superfí- cies se unam por atracção electrostática. A película aderente podo ser fabricada num destes plásticos: PVC 'cloreto de poli vinilo) ou polietileno. O PVC. normalmen- te duro. toma se- macio c flexível pela adi cão de certos produtos químicos, os plasli ficanles. o polietileno é macio por nature- za, pelo que não necessita de plastificantes. A película de PVC e mais transparente que a de polietileno, mas ê mais sujeita a fadiga Com eleito. 24 horas depois de utili zada perdeu já mais de dois lerços da sua elasticidade, enquanto o polietileno per deu apenas um lerço Um material escorregadio como o gelo o revestimento interior náo-aderente dos modernos tachos e frigideiras e o maleri.il mais escorregadio que ri tecnologia co- nhece. Tendo quase o mesmo coeficiente de atrito que o gelo. se cohrisseinos as ruas com ele. torná-las-íamos intransitáveis. () PTFE e um dos mais notáveis produ tos artificiais, e a náo-aderencia não é a sua Superfície revestida. Para lazer uma (ri gideira náo-aderente. mistura-se PTFE cm pó com aii.ua puberiza-se o sen interiot e seca se
  • 22. Válvula cardíaca. O anel desta válvula está coberto com um tecido revestido de PTFE. O PTFE é quimicamente inerte, pelo que não há o risco de causar infecção. Sol e espaço. A cúpula plástica deste estádio japonês está revestida de PTFE para reduzir o calor dos raios do Sol. Os fatos de pressão dos astronautas possuem diversas camadas de material, incluindo uma de tecido revestido a teflon, incombustível e resistente à abrasão. única qualidade invulgar. K considerável a sua resistência a temperaturas, tanto mui- to altas como muito baixas, e ao ataque químico; é ainda um mau condutor de electricidade. PTFE é a abreviatura de politetrafluoroe- tileno, material que foi descoberto quase por acaso em 1938 pelo americano Dr. Roy Plunkett quando ensaiava para a Du Pont um produto químico utilizado para refrige- ração. A Du Pont deu à descoberta o nome comercial de teflon. O PTFE é um material difícil de manu- sear, e só se lhe descobriu utilidade em larga escala quando o engenheiro francês Marc Gregoire se apercebeu das possibili- dades da sua aplicação em utensílios do- mésticos. Assim, nos meados da década de 50, Gregoire comercializou com a marca Tefal os primeiros tachos não-aderentes. No entanto, já desde o início dos anos 40 se vinha desenvolvendo uma grande varie- dade de aplicações industriais para o PTFE. A sua não aderência foi utilizada nas chu- maceiras - componentes de máquinas que suportam veios rotativos. As chuma- ceiras de PTFE são consideradas autolubri- ficantes, pois não precisam de qualquer lubrificação além da sua própria natureza deslizante. Para lhes aumentar a resistên- cia, são geralmente reforçadas com outros materiais, como a fibra de vidro e a grafite. A resistência ao ataque dos ácidos O PTFE não é afectado por nenhuma subs- tância química vulgar, incluindo os ácidos e os álcalis a ferver. Mesmo a água-régia (mistura de ácidos clorídrico e nítrico) dei- xa-o incólume. As únicas substâncias que o atacam são o sódio em fusão, o cálcio em fusão e o flúor muito quente. O facto de ser quimicamente inerte sig- nifica que o PTFE não contamina os ali- mentos nele cozinhados. Na realidade, ele não produz efeitos sobre qualquer matéria orgânica, inclusive o tecido humano. Estas características permitem ainda a sua utili- zação em próteses cirúrgicas, particular- mente nas articulações artificiais; o seu re- duzidíssimo coeficiente de atrito constitui uma vantagem adicional. Também já tem sido utilizado, sob a forma de fibras entre- tecidas e impregnadas de carbono, na re construção dos ossos da face. Outra propriedade importante do PTFE é a sua resistência à electricidade, o que o torna excelente para o revestimento de fios. Possui ainda a grande vantagem de manter a flexibilidade a temperaturas que váo dos — 270°C (poucos graus acima de zero absoluto) até aos 260°C. Este conjunto único de propriedades re sulta da estrutura química do PITE. Corn efeito, a sua molécula consiste numa "es- pinha dorsal" formada por uma cadeia longa de átomos de carbono, cada um dos quais ligado a dois átomos de flúor. As liga- ções químicas entre os átomos de carbono e de flúor são extremamente fortes, razão pela qual o PTFE náo reage com outras substâncias químicas. As fortes ligações carbono-flúor verifi- cam-se também entre as moléculas adja- centes, de modo que se atraem mutua mente mais do que atraem as moléculas de outras substâncias. Este o motivo por que nada se lhe adere. Esta forte atracção intermolecular signi- fica igualmente que o PTFE não funde, mesmo a temperaturas elevadas. A fusão dá-se quando as moléculas obtêm sufi- ciente energia por aquecimento e se sepa- ram umas das outras. No PTFE, a atracção molecular é tão forte que as moléculas têm grande dificuldade em separar-se. Como se fabrica o PTFE O PTFE é produzido a partir do fréon 22 (diclorodífluorometano), refrigerante lí- quido largamente utilizado em frigoríficos. O engenheiro americano Dr. Roy Plunkett descobriu que o aquecimento do fréon produz o gás tetrafluoroeteno. A urna pres- são de cerca de 45 a 50 atmosferas e na presença de um catalisador, o gás sofre uma alteração química da qual resulta o PTFE sob a forma de resina pulverulenta. Como náo chega propriamente a fun dir, o PTFE é misturado com um aglutinan- te adequado e enformado num molde. É depois sujeito a pressão e temperatura ele- vadas, e as partículas da resina fundem, formando uma massa sólida. Para os reci pientes de cozinha não-aderentes, o pó de PTFE é suspenso em água para formar um acabamento não-aderente que é depois pulverizado sobre a superfície e seco. Como as microondas cozinham sem aquecer os pratos Ao ligarmos um forno de microondas, criamos no seu interior um poderoso cam- po electromagnético que oscila na mesma banda de frequência que as emissões de televisão por satélite e o radar. As microon- das utilizam-se na cozedura rápida de ali- mentos, pois fazem vibrar as moléculas de água contida naqueles. A vibração absorve energia do campo electromagnético e aquece os alimentos. Como toda a energia é absorvida pelos alimentos sem se desperdiçar no aqueci- mento do ar ambiente nem do próprio for- no, e como as microondas penetram nos alimentos, aquecendo-os directamente por dentro (ao contrário dos fornos con- vencionais, nos quais só a superfície é di- rectamente aquecida), o processo é muito mais rápido e económico do que os méto- dos tradicionais de cozinhar. A energia das microondas náo aquece os utensílios no forno, porque os materiais de que são feitos - louça e vidro - não absor- vem energia do campo electromagnético (os recipientes não saem frios do forno, por- que são aquecidos pelos alimentos). Utensílios de cozinha especiais Além da louça e do vidro, muitos outros materiais - como o plástico, o papel e a cartolina — podem ser usados num forno de microondas. Os recipientes de metal não devem ser usados, porque o meta] não transmite as microondas, reflecte-as. Por este motivo, os alimentos náo devem ser cobertos com folha de alumínio. As ondas longas da rádio têm compri mentos de onda de milhares de metros. As microondas utilizadas nos fornos têm um 24
  • 23. comprimento de onda de cerca de 12 cm. Uma onda electromagnética é uma vi- bração de campos eléctricos e magnéticos que alternam constantemente, dirigidos ora no sentido positivo, ora no negativo. Os fornos de microondas funcionam com on- das que vibram 2450 milhões de vezes por segundo — uma frequência de 2450 MH/. (megahertz), ou 2,45 GHz (gigahertz). As moléculas da água tem um pólo de carga positiva e um pólo de carga negativa. As microondas em vibração positiva nega- tiva interagem com as moléculas polares da água, atraindo e repelindo os seus pó- los, fazendo-as rcxlar ora num sentido, ora no outro. Este movimento acontece tam- bém 2450 milhões de vezes por segundo. O componente mais importante do for- no de microondas é o magnetrão, o dispo- sitivo que gera as microondas. Foi criado em 1940 em Inglaterra, mas foi a Raytheon Company, dos EUA, que, no princípio dos anos 50, se apercebeu das aplicações do mestiças que este invento poderia ter e pa tenteou um "aparelho de aquecimento die- léctrico de alta frequência". Os pequenos modelos domésticos foram aperfeiçoados na América em finais da década de 60. Ferver até transbordar. Quando se aquece agua num copo num forno de mi- croondas, a temperatura pode subir ulé ]10"C sem que a água (ema. Isto acontece porque as microondas aquecem a água no centro sem aquecerem o copo. peto que u água em contacto com o vidro está abaixo do ponto de ebulição. Como as bolhas de oapor na água a ferver se formam principal mente sobre as irregularidades do recipien- te, não se dá a ebulição. Mas se deitarmos café solúvel na água, formam se bolhas em redor dos grânulos, e o liquido borbulha e transborda. Como os frigoríficos «fazem frio» Quando ligamos uma torradeira ou um ferro eléctrico, obtemos calor. Porque é então que um frigorífico ou um congela dor -lazem frio» quando OS ligamos0 Assim acontece porque estes aparelhos utilizam dois princípios científicos. O pri- meiro é o de que, quando um líquido se evapora, absorve calor do ambiente que o cerca: o liquido precisa de energia para se transformar em vapor e vai buscá-la sob a forma de calor. O segundo é o de que um líquido evapora-se a uma temperatura mais baixa quando a pressão é, por sua vez, mais baixa. Qualquer líquido que se evapore facilmente a temperaturas baixas é um refrigerante, ou agente de arrefeci mento, em potencia. E é possível fazê-lo vaporizar-se e liquefazer-se alternadamen- te, obrigando-o a circular numa tubagem em que a pressão seja variável. Na maioria dos frigoríficos domésticos, o refrigerante é um dos compostos artificiais, denomina dos clorofluorocarbonos (CFCs). Os tubos no interior do frigorífico são largos, a pressão é baixa e o refrigerante vaporiza-se. Oeste modo, o tubo mantém- se frio c retira o calor aos alimentos. I Im motor eléctrico aspira o gás frio da tubagem do interior do frigorífico, compri- me o - o que o aquece - e envia-o à tubagem exterior, na parte de trás do trigo rífico. 0 ar em torno destes tubos absorve- -lhes o calor, fazendo com que o gás se condense novamente em líquido, ainda a uma pressão elevada. Depois, um tubo de diâmetro muito pe queno, o tubo capilar, reconduz o líquido sob pressão para o interior do frigorífico; COMO SE CONSERVAM OS ALIMENTOS O arrefecimento dos alimentos no fri- gorífico retarda a acção de dois dos principais causadores da sua deteriora- ção: o desenvolvimento de bolores e bactérias e a decomposição química. Num frigorífico doméstico, a tempe- ratura é mantida entre 1 e 5°C — tempe- ratura suficientemente baixa para man- ter frescos durante uma semana a maioria dos alimentos que utilizamos. O crescimento dos organismos causa- dores da decomposição é retardado, mas as temperaturas baixas não cies troem esses organismos. A decomposi- ção química é também retardada de modo idêntico, mas não completa mente anulada. A temperatura do congelador do mestiço ronda os - lo"C. o que preser- va os alimentos até um ano. aqui o tubo alarga e o gás vaporiza se nova mente, reiniciando-se o ciclo. A refrigeração desenvolveu se no século estimulada pela necessidade de se ob- terem fornecimentos de carne das grandes pastagens da Austrália, Nova Zelândia, América do Sul e Oeste Norte-Ainericano para os principais mercados da Europa e do Leste da América do Norte. lima das primeiras pessoas a descobrir e aplicar o princípio da refrigeração foi um tipógrafo, James Harrison. Ao limpar OS caracteres de metal com éter. verificou o efeito refrescante que este tinha sobre o metal - o éter é um líquido com ponto de ebulição muito baixo que se evapora fácil mente. Harrison deu aplicação prática á sua descoberta no edifício de uma fábrica de cerveja em Bendigo, Vitória, em 1851, fazendo circular éter numa canalização própria para refrescar o ambiente. A ideia de Harrison levou á primeira via- gem coroada de êxito com um equipa- mento frigorífico a partir da Austrália: a do navio Strathleven, com um carregamento de carne para Londres em 1880 - viagem que demorava dois meses. O primeiro frigorífico doméstico foi cria do em 1879, quando o engenheiro alemão Karl von Linde modificou um modelo in dustrial que desenhara seis anos antes (> refrigerante era o amoníaco que circulava por acção de uma pequena bomba a va por. Os pioneiros dos frigoríficos eléctricos foram os engenheiros suecos Balzer von Platen e Cari Munters, com o seu modelo Eiectrolux de 1923, que utilizava um motor eléctrico para accionar o compressor. COMO FUNCIONA LM FRIGORÍFICO O CFC vaporiza-se Tubo O CFC no tubo largo capilar liqufifaz-S6 -, sob pressão ~~""'* ' •/ elevada O ar quente no interior do frigorifico sobe e é arrefecido à medida que o calor lhe é reti rodo pelo refrigerante contido na secção larga da tubagem. O refrigerante transporta o calor, que é depois radiado para 0 um biente na serpentina por trás do frigorífico 25
  • 24. Porque se cozinha tão depressa numa panela de pressão Quando cozemos batatas numa panela vulgar, o tempo de cozedura c de 20 a 30 minutos. Mas numa panela de pressão ti carão cozidas em 4-5 minutos. Porquê? Na panela vulgar, a água ferve a 100"C, e por muito que a aqueçamos, a temperalu ra da agua nunca subirá - apenas produ- zirá mais vapor. Mas a panela de pressão tem uma lampa que veda hermeticamen- te; assim, o vapor que se produz quando a agua ferve acumula se no seu interior, au- mentando a pressão e aumentando por tanto 0 ponto de ebulição da água. Com uma temperatura de cozimento mais ele vada, o tempo de cozedura é reduzido. Na tampa, existe um respiradouro sobre o qual é colocado um peso. Esle tapa o respi- radouro, mas levanta quando o vapor no interior atinge a pressão desejada. Existe também na tampa uma válvula de segu rança que liberta a pressão se o peso do respiradouro não subir quando ê atingida a pressão pretendida. A panela de pressão doméstica evoluiu a partir de um "digestor a vapor" paten- teado em Inglaterra pelo físico francês De nis Papin em 1679. A panela actual trabalha à pressão de I kg/cm2 , cerca do dobro da pressa.» atmosférica normal, e, por este motivo, ,i água ferve a 122°C. IMPOSSÍVEL UM BOM CHA A água ferve quando começa a Iransfor mar-se em vapor. As bolhas são causa- das pelo vapor que sobe d») fundo do recipiente para a superfície. A temperatura de 100°C que é dada como o ponto de ebulição da água só é correcta ao nível do mar. A medida que subimos, a pressão atmosférica desce, provocando igualmente a descida do ponto de ebulição da água. Tanto na pa nela vulgar como na de pressão, o tem po de cozedura aumenta. NO IOPO DO EVERESTE ... E isto responde á pergunta: por que razão não se consegue beber um bom chá no topo do F.vereste? O cume do monte Evereste encontra se- a quase 9000 m de altitude, e a prés são atmosférica é aí menor que um terço da pressão ao nível do mar. A água ferve a 70°C apenas: esta temperatura não é suficiente para extrair das folhas do chá a sua melhor fragrância, pelo que o resultado nunca poderá ser um bom chá. Remédio para o calcário das panelas As pessoas que têm em casa água canali- zada, que e calcaria por provir de regiões em que o solo possui rochas calcárias, aca bani com parle destas rochas depositada nas suas panelas e cafeleiras. Quando a água da chuva é filtrada atra vés de um terreno calcário, dissolve se nela uma parte desse mineral. Ao ferver se a água, o calcário e separado da solução e deposita-se na panela. I Ima água calcária faz-se ainda sentir de outra forma: o sabão não produz muita espuma. Em vez de dissolver o sabão e fa- zer espuma, a água reage com os COITlpO nentes químicos do sabão e forma flocos insolúveis. K a chamada agua "dura". Aparecem igualmente manchas de cal cario nas banheiras e lavatórios e em redor das bicas das torneiras. Os depósitos de calcário nos recipientes podem ser removidos pelo vulgar vinagre ou por produtos comerciais adequados, contendo, por exemplo, uma solução concentrada de ácido fórmico, O ácido dis- solve o calcário, fazendo-o fervilhar en quanto liberta dióxido de carbono. Em algumas caldeiras e sistemas de aqueci mento de águas, a dureza da água pode ser mais do que um simples incómodo: o calcá- rio deposita-se nas paredes interiores dos canos e reduz o débito da água. Nas caldeiras, forma nina barreira que impede a transferência efi- ciente do calor, enca recendo muito o aquecimento. Por isso, a água leni de ser "amaciada" antes de entrar nos circuitos de aquecimento. Nas estações do abastecimento de água ê possível diminuir lhe a dureza por pro- cessos químicos, tratando-a, por exemplo, com cal apagada e carbonato de séxlio. Flor de pedra. Cristais de carbonato de cálcio em fornia de flor (em cima) ligam as 'pétalas", formando o deposito calcário no interior das panelas e caldeiras. De compo siçãa química idêntica são as estalactites (ao alto) que pendem do tecto das grutas calcarias. 26
  • 25. Os "girinos" na sua máquina de lavar O segredo de Iodos os pós de lavar é um produto químico que torna a água mais '"molhada". Curiosamente, a água por si só não é muito eficiente em "molhar" as coi- sas devido à sua tensão superficial, que lhe confere uma espécie de pele e é causada pela atracção das moléculas do interior da água sol ire as da camada superficial. A adição de um detergente à água enfra- quece as forças intermoleculares e reduz a tensão superficial, o que permite à água espalhar-sc mais facilmente e molhar me- lhor as coisas. A água de lavagem, mais "molhada", consegue penetrar mais facil- mente nas libras dos tecidos e retirar delas as sujidades e gorduras. 0 ingrediente activo dos detergentes que não contém sabão é um derivado do petróleo, um alquilbenzeno, tratado com ácido sulfúrico e soda cáustica. Podemos imaginar as moléculas do de tergente como pequenos girinos, com uma cabeça e uma cauda. As cabeças são atraídas pelas moléculas da água — sáo hidrófilas, isto é, gostam da água. porque as moléculas da água têm uma pequena carga positiva, ao passo que as "cabeças" de detergente sáo eleetricamente negati- vas. As caudas, por seu lado, são hidrófo bas (não gostam da água). Quando se mergulha a roupa suja numa solução de detergente, as caudas das moléculas agarram se á sujidade gor- durosa das fibras, pois são quimicamente semelhantes a gorduras. Alem disso, pene- iram entre as libras, soltando a sujidade. Por outro lado, as partículas de sujidade, ao atraírem as caudas, ficam totalmente revestidas por uma camada de cabeças hi- drófilas - tal como minúsculos balões — e flutuam na água. A agitação da roupa ajuda assim a libertar a sujidade. Os pós de lavagem sáo uma mistura de até 10 ou mais ingredientes, entre quais o detergente básico e um branqueador. Os pós de lavagem biológicos diferem dos outros detergentes por conterem enzi- mas, um tipo de proteínas produzidas pe las plantas e animais. Os enzimas actuam como catalisadores, ou activadores quími- cos, para ajudar a decompor as nódoas que contém proteínas, lais como sangue, transpiração e molhos de carne. Os enzi mas provocam a decomposição química das outras proteínas, enquanto os deter- gentes normais actuam fisicamente. Dado que as nódoas de proteínas sáo derivadas de seres vivos, os detergentes que. actuam sobre elas são chamados biológicos. ÁGUA MAIS 'MOLHADA" PARA LAVAR A ROUPA A água nào molha bem os objec- tos porque as suas moléculas se juntam, produzindo tensão su perficial. Os alfaiates conseguem assim "andai" sobre a água. Ao juntar um detergente a uma gota de água, esta perde a forma este rica (a esquerda), deuiao à redu çôo da tensão superficial. Os detergentes rernouem as gor- duras porque as ajudas das suas moléculas se ligam às partículas de gordura. As cabeças das molé- culas sao atraídas pela água, e pulsando as partículas gordas do tecido tiuando se agita a roupa. As fracas cargas eléctricas do de tergente impedem as partículas de gordura de se unirem Tecido (ú esquerdai com partículas de gor dura entre as fibras. Durante a lavagem, <js moléculas de deter gente arrastam a gor dura. limpando o teci do fà direita).
  • 26. Pasta de dentes — de giz e algas As pessoas que lavavam os dentes nos meados do século xix usavam provável mente pós dentífrtcos contendo coral moí- do, osso de choco, casca de ovo queimada ou porcelana. Por vezes, esles pós conti nham ainda um corante vermelho obtido dos corpos das cochonilhas. As pastas dentffricas actuais — brancas, de cor ou às riscas — contem dez ou mais ingredientes. Uns deslinam-se â limpeza ou à protecção dos dentes, outros confe- rem o sabor à pasta, outros fazem a ligação da massa, outros ainda facilitam a sua saí- da do tubo 0 ingrediente principal da parte branca da pasta é giz finamente moído (carbonato de cálcio) ou outro pó mineral como o óxido de alumínio. Estes pós são ligeira- mente abrasivos e ajudam a remover a pla- ca dentária, película que se forma constan- temente sobre os dentes e que é composta por muco, partículas de alimentos e bacté- rias. Ás vezes, para tor- nar a pasta mais bran- ca, junta-se também um pouco de óxido de titânio em pó. As pastas de gel transparente ob- têm as suas caracte- rísticas abrasivas por meio de com- postos transparen- tes de sílica, a que frequentemente se adiciona um co- rante. Os ingredientes de limpeza e poli- mento são combi- nados com água, formando uma pasta espessa gra- ças à adição de um agente de ligação e espessamento como o alginato, substância extraída das algas marinhas. > Enchimento dos tubos. Os tubos oazios são enchidos mecanicamente: recebem quantidades exaCtOS da pasta, depois do que são vedados na extremidade Pasta às riscas. As riscas de cor contêm flúor ou elixir. A introdução das riscas. Ilã dois processos de pôr as riscas na pasta. No recipiente grande (ã esquerda), a pasta branca e a colorida são introduzidas separadamente e combinam-se quando se espremem para o exterior. No tubo tradicional (ã direita;, a pasta de cor encontra-se num anel perto da extremidade e sai através de orifícios. fazendo assim riscas na pasta branca. "Pasta dentífrica branca Pasta dentífrica de cor 2S
  • 27. Junla-se ainda um pouco de detergente para criar espuma e contribuir também para o processo de limpeza. Para que fique agradável ao paladar, a pasta é geralmente adoçada com óleo de hortelá-pimenta e mentol. Inclui se também um humectante como a glicerina, a fim de evitar que a pasta seque. Além disso, na maioria, as pastas clenlífricas actuais contém flúor, que ajuda a fortalecer o esmalte dos dentes, e por vezes o bactericida formaldeído. Como se fazem as riscas Algumas pastas dentífricas apresentam o flúor ou o elixir sob a forma de riscas. A iiiislura de limpeza é normalmente branca, enquanto o flúor ou o elixir são frequentemente um gel transparente azul ou vermelho. As duas pastas são prepara das separadamente. Os tubos são enchi- dos, como sempre, pela parle larga, que depois c dobrada e vedada. As duas pastas contêm cores que não se misturam, e as respectivas massas também não se mistu- ram, de modo que. ao espremer se o tubo. sai a pasta branca com riscas de cor. Como se dá o fio às lâminas de barbear Todas as 24 horas. 25 000 pêlos crescem até cerca de meio milímetro na face do lio mem adulto. A moderna lâmina de bar- bear. perfeitamente afiada, permite um barbear escanhoado, suave; e seguro. Há milhares de anos que o homem se barbeia, lendo usado para isso lascas de sílex, depois lâminas cie bronze e finalmen- te de ferro. As primeiras navalhas de bar bear com fio de aço foram feitas em Shef- field em 1680. Mas a actual lâmina descar tável surgiu apenas em 1901, com King Camp Gillette e William Nickerson. A lamina de barbear inicia a sua vida como um rolo de fita de aço contínua, com uma espessura aproximada da do pêlo que irá cortar. O aço é uma liga com cerca de 13"» de crómio, que lhe confere maior dureza e resistência à corrosão. A dureza é ainda aumentada com o aquecimento do aço e a sua imersão num líquido de arrefecimento. O fio de corte é produzido por afiação. A fita de aço passa por três conjuntos de ro das de afiar, cada uni deles afiando mais que o anterior. As rodas estão montadas em ângulos diferentes, a fim de produzi rem a secção de fio chamada de arco góti- co (curva), forma mais forte que a de uma cunha de rampas direitas. O índice de afia mento da lâmina exprime-se como o raio Gillette e a máquina de barbear Se não fosse a invenção do amorica no King Camp Gillette (1855-1932), é possível que, ainda hoje, os homens se barbeassem todas as manhãs com as velhas navalhas de barba. Caixeiro-viajante de ferragens no Centro Oeste Americano, Gillette bar- beava-se certa manhã, em 1895, quando achou que a sua navalha não era eficien- te nem segura. Reparou que só uma pequena parte da lâmina era utilizada v como era pe- rigoso tal instrumento - que podia, literalmente, cortar a garganta de um h o m e m . H o m e m ocupado, Gillette não gostava de desperdi çar o seu tempo a amolar a navalha. Porque não criar uma lâmina que nunca tivesse do ser afiada, que tivesse o tamanho certo para barbear a cara de um homem o que fosse suficientemente barata para ser deitada fora quando já não cor- tasse7 Gillette lembrou se ainda das pa lavras do seu antigo patrão, Wil- liam Painter, um inventor e homem de negó- cios que pensava que, se se produzisse um artigo que as pessoas pudessem deitar fora depois de usar, elas procurá-lo-iam sempre. Gillette e o mecânico William Nic- kerson aperfeiçoaram a lâmina de bar bear de segurança de dois gumes, que se aplicava num suporte especial, com cabo e cabeça regulável. As lâminas de aço ao carbono tinham a garantia de se manterem afiadas por 20 barbas e eram vendidas em pacotes de 12. Gillette criou a Safety Razor Company e-patenteou a sua máquina de barbear em 1901. As primeiras máquinas surgi iam nos Estados Unidos em 1904. Vendi- das em ourivesarias, farmácias e lojas de ferragens, bem como nos novos armazéns de retalho, a máqui- na c as lâminas apresenta vam se em conjunto den- tro de um estojo. Os cabos das primeiras máqui- nas levavam um ba- nho de prata, e os dos modelos mais caros, mi banho de ouro. Mas as vendas iniciais revelaram-se desan ima doras. e a empresa promoveu uma campanha publi citaria em jornais e re- vistas para homens nos EUA e na Europa para dar f^ a conhecer ao público o novo invento. Km 190(5, as ven das atingiam as 90 000 máquinas e os 12 milhões de lâminas. Gillette tornou-se rico e famoso. Ain da hoje. o seu rosto é conhecido de mui tos, pois, até há pouco, o seu retrato figurou nas embalagens das lâminas. O desenho da chamada "gilete" e da sua lâmina não sofreu praticamente al- terações desde o início; actualmente, muitas máquinas de barbear são de plástico e elas próprias descartáveis. Corte em molhado e a seco. Um pêlo da barba cortado por uma lâmina em mo- lhado (à esquerda) apresenta uni coife muito mais regular que o feito por uma máquina eléctrica (à direita). Cm pêlo seco é tão difícil de cortar como um fio de cobre da mesma espessura. da curva do fio visto em secção: cerca de cinco centésimos milésimos de milímetro Depois de afiado, o fio e polido por ro das de couro. Mas, à escala microscópica, o fio é ainda áspero e. devido â fricção, poderá repuxar os pêlos e provocar cies conforto. Para proteger o fio e reduzir a fricção, a lâmina recebe três banhos suces- sivos: um de crómio, outro de cerâmica e outro de PTFE, substância mais conhecida corno revestimento não aderente de pane las e frigideiras. O crómio confere resistem cia â corrosão, a cerâmica reduz o desgaste o o PTFE produz a lubrificação. Cada um destes revestimentos tem uma espessura inferior a um centésimo milési mo de milímetro. A lâmina aplica-se num suporte com um cabo, cómodo de manusear, e com uma cabeça que pode ser ajustável e abre para receber a lâmina. 29
  • 28. Como o aço inoxidável foi descoberto por acidente O aço inoxidável foi descoberto por aciden- te em 1913 pelo metalúrgico britânico liam Brearley. Este Fazia ensaios com ligas de aço que pudessem ser utilizadas nos canos de espingarda. Mais tarde, verificou que, en- quanto a maioria das ligas que rejeitara ti- nham enlerrujado, o mesmo não aconle cera .1 ama liga que continha 14% de cro mio. Esta descoberta levou â criação do açi > inoxidável. O aço vulgar enferruja porque reage com o oxigénio do ar. produzindo óxidos de ferro avermelhados. Outros me- tais, como o alumínio, o níquel e o crómio, reagem também de forma idêntica, mas os respectivos óxidos formam uma camada .superficial impermeável, impedindo que o oxigénio reaja com o metal no seu interior. Na liga de Brearley, o crómio formou uma placa semelhante protegendo o metal da oxidação. Hoje. fabrica-se uma diversidade de aços inoxidáveis, lima das ligas mais vulgares contém 18% de crómio o 8% de níquel pelo que é conhecida por 18:8 — e é utilizada «MM lava-louças. por exemplo. As taças de cozinha são fabricadas com uni aço contendo |.'j"n de crómio. Juntando uma pequena percentagem do metal mo libdénio, obtém se uma liga ainda mais re SÍStente à corrosão que é utilizada no revés timento de edifícios. Poria para o Oeste. (> mau» ano do Mundo é 0 monumento à expansão americana para oeste, em St Louis, Missuri. Tem S2 m de alttiiu e 192 m de Uáo. Uma tal construção SÓ podia ser feita de aco iuoxiduicl. 30
  • 29. Grandes proezas de organização •Desde a regulação do trânsito numa cidade até à organização dos Jogo Olímpicos ou à montagem de automóveis — há tantas coisas que achamos naturais e que nos parecem simples... até descobrirmos o que se passa nos bastidores.
  • 30. Como lidam os aeroportos com milhões de passageiros? Um aeroporto é um organismo vivo com urna função principal: manter o sangue que o alimenta — os seus passageiros - fluindo livremente através das suas veias e artérias. 0 número desses passageiros é astronómico e cresce rapidamente. Em 1986, os 37 aeroportos mais movimenta- dos do Mundo foram utilizados, no seu conjunto, por um total de 740 milhões de pessoas. Em todo o Mundo, os aeroportos gastam anualmente 750 milhões de con- tos para que os seus passageiras se sintam satisfeitos. Os "Jumbos" Veja-se o aeroporto mais movimentado do Mundo, o 0'Hare, em Chicago, utilizado por 50 companhias aéreas. Passam por ele 55 milhões de pessoas por ano, o que re- presenta 6700 passageiros por hora. Cerca de 2200 aviões utilizam diariamente o 0'Hare. Quando diversos Jumbos aterram a minutos uns dos outros, milhares de pes- soas saem deles quase simultaneamente, provocando congestionamentos que afec tam os planos e as disposições dos passa- geiros, destroem a confiança e minam os lucros do aeroporto. As avarias e as greves produzem os mesmos efeitos. Quando uma greve de controladores aé reos em Espanha coincidiu com o início das férias grandes em França, em Junho de 1988, dezenas de milhares de passageiros ficaram retidos em aeroportos por toda a Europa. Só em Manchester, 16 000 turistas em férias tiveram atrasos de até sete ho ras — e um grupo de pessoas que se dirigia para a Grécia partiu finalmente depois de uma espera de 21 horas. Foram chamados palhaços e malabaristas para entreter mi- lhares de crianças. As bagagens são uma questão impor- tante na organização dos aeroportos. Se- guem separadamente dos passageiros, em parte por razões de segurança, em parte porque são alojadas noutra secção do aparelho. A missão do chamado pes- soal de handling é assegurar que as ma- las tenham o mesmo destino que os res- pectivos donos. No terminal da United Airways em 0'Hare, as etiquetas de baga- gem, codificadas por computador, são li- das por laser, e os distribuidores automá- ticos processam 480 peças de bagagem por minuto, contra as 7õ que poderiam ser processadas à mão. A zona de distri- buição da bagagem tem a área de seis campos do futebol. Esperando ordens. Cada Jumbo que aterra no Aeroporto J. F. Kennedy. de Nova Iorque, chega a desembarcar 500 passagei- ros. Segue-se a espera para o próximo LHX). 32 Prontos para o embarque. Jactos de passageiros encostam às fontes do terminal do Aeroporto de Frankfurt — o principal da Alemanha e um dos 37 mais movimentados do Mundo, que, no seu conjunto, processam 740 milhões de passageiros por ano.