1. ÁUSTRIA Daniela G. Gagliardi Esther S. Rosalen HeloíseFruchi Larissa Alves Luciana Raele NatáliaMurgel
2. Tese Os laços de parentesco artificial e pseudo-parentesco se sobrepuseram às guerras como fator de construção da hegemonia da Casa dos Habsburgo na Áustria e influenciaram na futura constituição do Estado Austríaco
10. Imposição do Sist. Político InternacionalMissão do Absolutismo: Teoria jurídica Prática Econômica- Tornar possível ao Leste um Estado Absolutista que estivesse à frente das relações de produção nas quais se baseava, contemporâneo ao Ocidente na transição para relações pós-servis - Consolidou-se ao Leste devido à combinação de causas internas e externas.
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12. O complexo aparelho de repressão Absolutista dirigia básica e primordialmente contra o campesinato. Guerras, desastres civis e invasões estrangeiras subseqüentes acarretaram crises de mão de obra aguda e problemas endêmicos.
13. 2 - O Estado Absolutista consolida-se pela violência nas relações sociais, a luta de classes e sua conseqüente imposição da servidão ao campesinato
14. Explosões camponesas contra a servidão,ameaçando o poder e a propriedade do conjunto da nobreza força centrípeta generalizada.
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17. 4- Ausência de um “superabsolutismo”A cartografia do absolutismo oriental correspondia a sua estrutura dinâmica.
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24. Expansão firmada em acordos, casamentos, laços de pseudoparentesco e mesmo de parentesco consanguíneo e guerras (pouco eficazes) -> Guerreau
41. Áustria militarmente falando não pode ser considerada uma potência, porém conseguiu se desenvolver graças a uma política de laços matrimoniais e ao fato de ser o pólo inicial do desenvolvimento da Dinastia Habsburgo, esta dinastia se tornará um Império substancial e poderoso. -Início do Império Habsburgo na Áustria- Rodolfo I (1273 a 1291); Rodolfo de Habsburgo é eleito Imperador em 1273 pelos príncipes alemães, estes visando impedir a ascensão do rei da Boêmia, Otokkar II.O rei da Boêmia havia anexado territórios austríacos e era o principal pretendente á dignidade imperial. Rodolfo I vence a batalha de Dürnkrut (no Marchfeld), e obtevem os ducados da Áustria e da Estíria. Os ducados austríacos conquistados formavam uma grande Erblande, Erbländer (terras hereditárias em alemão), fortalecendo o patrimônio familiar, o que fazia dos Habsburgo uma força importante na política alemã.
43. Explicação da política de casamentos: Alain Guerreau O Feudalismo Um horizonte teórico - Parentescos artificiais ou pseudo parentesco -: “O problema seria saber agora para que servia concretamente esta estrutura; para a reprodução biológica, é evidente, mas não é significativo; a exogamia instituiu sempre uma certa forma de reciprocidade e poder perguntar-se sobre o que ela incidia: ajuda material, militar, não parece haver regras precisas ou gerais.” “A igreja católica proibia com todo o rigor possível o casamento com não cristãos ou com clérigos, criando assim uma fronteira para o exterior e uma espécie de barreira espiritual interior; o casamento de um clérigo era, de uma certa maneira, posto no mesmo pé que o incesto.” “Pode-se portanto, dizer-se que, de uma certa maneira, a estrutura de parentenso estava subordinada á estrutura eclesiástica.” A única coisa que unia os Habsburgo era um Hausmacht -base de poder- familiar, além da religião católica que se disseminava automaticamente na medida em que esses laços matrimoniais aconteciam
48. Exemplos práticos da política de casamentos: -Casamento de Maximiliano I, imperador do Sacro Império entre 1508 e 1519, filho do imperador Frederico III (1452-1493), com Maria da Borgonha, filha de Carlos, o Temerário . Passou a governar Países Baixos, Luxemburgo e a Borgonha, além do Franco Condado, um território a leste na França, na fronteira com a Suíça. -Seu filho Filipe, o Belo, ao casar-se com a infanta Joana de Castela, a Louca, herdeira dos Reis Católicos espanhóis, aumentam consideravelmente as possessões territoriais dos Habsburgos ou Casa de Áustria. Tornou-se rei de Castela, Aragão, Nápoles e senhor das terras espanholas do Novo Mundo. - Pelo tratado de Viena, em 1515, Maximiliano 1º assegurou o casamento de seus dois netos com as herdeiras de Ladislau II da Polônia, dando aos Habsburgos as coroas da Boêmia e da Hungria a partir de 1526. -O neto de Maximiliano 1º da Áustria, Carlos 1º da Espanha (filho de Filipe, o Belo, arquiduque da Áustria, e de Joana, a Louca, rainha de Castela), foi o o grande herdeiro dessa política. Herdando os domínios Habsburgo, Borgonha, Aragão, Castela, além dos imensos domínios espanhóis no Novo Mundo, ele foi eleito, em 1519, imperador do Sacro Império, com o título de Carlos 5°.
49. Perry Anderson - Linhagens do Estado Absolutista “Nos domínios Habsburgo não havia uma classe senhorial única, mas vários grupos fundiários territorialmente distintos. Foi esta falta de uma aristocracia unificada que contou na definição da capacidade total de combate do Estado Habsburgo. As nobrezas feudais, como vimos, nunca foram de caráter primordialmente “nacional”; podiam ser transplantadas de um país para o outro e cumprir o seu papel como classe fundiária sem possuir necessariamente qualquer vinculo étnico ou lingüístico em comum com a população que subjugavam . A separação cultural confirmada numa barreira lingüística podia muitas vezes ser preservada para realçar a distancia natural entre governantes e governados[1]. Por outro lado, a heterogeneidade idiomática ou étnica dentro da aristocracia fundiária de uma mesma organização política feudal constituída, de modo geral, uma fonte de fragilidade e desintegração potenciais, pois tendia a minar a solidariedade política da própria classe dominante. As características acidentais e desordenadas do Estado Habsburgo derivam, sem duvida, e em grande medida, do caráter compositório e irreconciliável das nobrezas que o constituíam [2]” 1-Jurgen Habermas: Idéia de nação / nacionalismo estudada em :A inclusão do outro -O estado nacional europeu sobre o passado e o futuro da soberania e da nacionalidade- inexistia neste contexto 2-LE GOFF, Jacques em A velha Europa e a nossa.Lisboa,Gradiva,1995. Idéia micro da idéia macro proposta em por Le Goff quando este discorre sobre - Unidade feita de diversidade -.
50. A Áustriaemguerra: ossucessos e fracassos “…a diplomacianão podia sustituirosarmamentos. E, todavia, a históriamilitar do absolutismoaustríacofoisempre um tantodefeituosa e anômala” Perry Anderson
51. 1273-1278Rodolfo I (Habsburgo) X Ottokar II (Bohemia) Batalha de Marchfeld-Julius Schnorr von Carolsfeld - Zeichnungen. Prestel, München 1994, ISBN 3-7913-1417-3
65. Introdução Século XVII: crise geral, estagnação, decrescimento econômico. Guerra dos 30 Anos: teve início como um conflito religioso interestatal, e se tornou uma das experiências mais brutais e destruidoras da história da humanidade.
66. Antecedentes Mentalidade cristã da Idade Média: funções do Estado subordinadas à Igreja. Sacro Império Romano Germânico Séculos XV e XVI: Hostilidade quanto à ambiguidade do poder do papa e do imperador. Reforma Protestante Paz de Augsburgo
67. “O papa e o imperador dividiam entre si a autoridade, que esteve unida antes, na época dos imperadores romanos. O papa atuava como o supremo senhor espiritual e o imperador tinha a mesma autoridade no plano temporal. Em conseqüência disto, a posição do imperador era mais incerta que a do Papa. Não somente tinha de lutar contra os avanços do Papado, mas também contra a independência territorial dos diferentes reis e príncipes.” Crossman
68. “Em resumo, o compromisso medieval entre uma Igreja estendida por todo o mundo e os príncipes regionais dependia, para sua estabilidade, do caráter estático e localista do sistema feudal, bem como da impossibilidade de nenhum rei ou imperador impor sua vontade aos diferentes senhores feudais. Tanto na teoria quanto na prática, tal sistema estava predestinado a destruir-se quando a balança do poder se inclinasse decididamente em favor dos reis. Ao ocorrer tal fato, qualquer tentativa por parte da Igreja para exercer sua autoridade seria interpretada como uma manobra política de um poder temporal rival.” Crossman
69. “Nesta perspectiva, compreende-se melhor por que é que, nos séculos XVI e XVII, as querelas à volta da eucaristia fizeram perecer multidões consideráveis. (...) Nesta altura, a Reforma assumiu verdadeiramente um sentido antifeudal. Suprimir a transubstanciação, era também atacar a Igreja e depor o sacerdócio universal.” Alain Guerreau
73. As Cinco Fases da Guerra Primeira fase: da Boêmia – 1618-1621. Segunda fase: do Palatinado – 1621-1624. Terceira fase: dinamarquesa – 1625,1630. Quarta fase: sueca – 1630-1634. Quinta fase: francesa – 1634-1648.
76. “O Estado principesco permite que o príncipe justifique seus atos com base em ragione di stato. Ele não age apenas em seu próprio nome, mas é obrigado a agir a serviço do Estado.” Bobbitt
77. “A transição do governo dos príncipes para o Estado principesco constitui um bom primeiro exemplo de um imperativo estratégico que fomenta uma inovação constitucional – quando a insistente questão da segurança em um contexto específico (geografia, prosperidade, população restrita) gera uma nova situação jurídica e exige uma história que racionalize a solução encontrada.” Bobbitt Cardeal Richelieu
78. Perdedores: Espanha e Áustria. Vencedores: França e a Suécia. Reiteração da legitimidade da Paz de Augsburgo e extensão aos calvinistas. Nova lógica normativa nas relações internacionais e nos assuntos internos de cada país: Princípio do interesse nacional substitui a confissão religiosa. Razão de Estado Fim da possibilidade de um império germânico centralizado sob o poder da Casa de Áustria. Porém, o absolutismo que é refreado na Alemanha triunfa na Boêmia e sobre o campesinato tcheco.
79. CONCLUSÃO Tese: Os laços de pseudoparentesco e parentescoconsanguíneo se sobrepuseramàsguerrascomofator de construçãodahegemoniada Casa dos HabsburgonaÁustria e influenciaramnafuturaconstituição do Estado Austríaco.
80. LocalizaçãoGeografica Diferente do absolutismoocidental, quefoiumacompensaçãopelodesaparecimentodaservidão, o absolutismo no lestefoijustamente um mecanismopara a consolidaçãodaservidão e teveumaenorme dose de violênciainjetadanassuasrelaçõessociais. A Casa daÁustria, graças a suaposiçãogeografica peculiar, foimuitoafetada com essadiferença, poiselasemprerepresentouuma forma híbrida, com elementosocidentais e orientais.
81. Forçamilitar O Hofkriegsrat, ou o SupremoConselho de Guerra, foi a instituição do governomaisinfluentenaunificação do dos diversosterritórioshereditários. A Casa daÁustria, diferente dos outrosimpérios “bem-sucedidos”, nãoalcançou o sucesso das guerrasemsi, apesardelasteremtido um papelimportanteparasuaexpansão.
82. Forçamilitar "A partir de então [1718], pode-se dizerque a Austria praticamentenaomaisvenceuumaguerra com um Estado rival outravez”. ANDERSON, P. “Os trêsmaioresêxitosdadinastiaforam a aquisãoinicialdaBoêmia e daHungriaem 1526, a sujeiçãodaBoêmiaem 1620 e a derrota dos turcosem 1683, queresultounareconquistadaHungria e daTransilvânia. No entanto, a primeirafoi o resultadonegativodaderrotajagelôniaem Mohacs e não o produto de umavitóriaHabsburgo; osturcosvenceram a maisimportantebatalha do absuolutismoaustríacoemseulugar. A vitóriadaMontanhaBrancafoitambém, emlargamedida, umaconquistabávaradaLigaCatólica; poroutrolado, as tropasreunidas sob o comando imperial incluíamcontigentesitalianos, valões, flamengos e espanhóis. A próprialibertação de Vienafoibasicamenteconseguidapelosexércitospolacos e alemães, depoisque o imperadorLeopoldo I tinhaabandonadoprecipitadamente a capital: as tropasHabsburgorepresentavamapenas um sextodaforçaquedeufama a Sobieskiem 1683”. ANDERSON, P.
83. Relações de Pseudoparentsco e Parentescoconsanguineo Hausmacht familiar: agrupamento de herançasdinásticassem um denominadorcomumétnicoou territorial. A Casa daÁustriamostrouextraordináriahabilidade com a políticamatrimônial. Apesardadiplomacianãocompensar a falta de armamentos, a Casa dos Habsburgomanteve-se no centro das relações e mostrou-se maisrelevanteque o seufalhopodermilitar. Poucopropenso à fissão, graças a suauniformidade social básica. Unidadenadiversidade: muitas classes senhoriasem um sódomínio.
84. Relações de Pseudoparentesco e Parentescoconsanguineo “(...) ostrinufosideológicos e diplomáticosda Casa daÁustria – o seuinstitofelinoemmatéria de religião e de matrimônios – constituírambonssubstitutos de avançosburocráticos e militaresmaisexpressivos .” ANDERSON, P.
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86. Cárater “antifeudal' diferente dos outrosabsolutismos do Leste.“A maiorfraqueza e limitação do impérioHabsburgo era a ausência de umaaristocraciaunitária, capaz de formarumanobreza de serviço de tipo oriental. E, contudo, foiprecisamenteesta lacuna social quepermitiu à autocraciajosefina a sualatitudade “irresponsável”.” ANDERSON, P.
87. Bibliografia ANDERSON, Perry. “Áustria” e “O Absolutismo no Leste”. In: Linhagens do Estado Absolutista. 2004. LE GOFF, Jacques. A velha Europa e a nossa. 1995. GUERREAU, Alain. “Para uma teoria do feudalismo”. In: Para uma teoria do feudalismo. 1980. CROSSMAN, R. H. S. . “Loscomienzosdel Estado Moderno”. In: Biografía Del Estado Estado Moderno. 1941. BOBBITT, Philip. “Dos príncipes ao Estados princepescos: 1494-1648”. In: A guerra e a paz na História Moderna. 2003. ELIAS, Norbert. “Sobre a sociogênese do Estado”. In: O processo civilizador. Volume II: Formação do Estado e Civilização. 1993. CARNEIRO, Henrique. “Guerra dos 30 Anos”. In: História das guerras, DemétrioMagnoli (Organizador). 2008. KISSINGER, Henry. Diplomacia. 1996. ROMANO, Roberto. “Paz de Westfália”. In: Históriada Paz, DemétrioMagnoli (Organizador). 2008. ANDERSON, Benedict. ComunidadesImaginadas. 2008. MAMATEY, Victor S. . Rise of the Habsburg Empire, 1526-1816. In: Berkshire Studies in History. 1971.