O documento discute a orientação educacional no Brasil. Ele explica que a orientação educacional não é paternalismo ou disciplina de alunos, mas sim um trabalho técnico-pedagógico que visa à formação integral do aluno. Também descreve as influências teóricas da orientação educacional no Brasil, incluindo modelos dos EUA e da França, e como a orientação mudou nas décadas de 1960 e 1970 sob a influência da psicologia humanista.
2. ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
1- NÃO É
Paternalismo.
Atividade de tapa buraco.
Delegacia para queixas de alunos, professores e
pais.
Disciplina de aluno.
Responsável de “consertar”, e “ajustar” aluno.
Recreador da Escola.
Mágico que consegue fazer milagres na Escola.
3. 2- O QUE É
Um trabalho técnico pedagógico que visa
convergir esforços para contribuir na formação
integral do aluno como ser participativo na
construção da sociedade.
Um trabalho integrado de orientador, gestor,
supervisor, professores, funcionários, pais
coordenado pelo orientador educacional,
visando assistir ao aluno em suas necessidades
bio - psico - social, técnico, cultural e
4. Desenvolve processo de aconselhamento junto aos
alunos, abrangendo conduta, estudos e orientação para
o trabalho, em cooperação com professores, família e
comunidade, ;
Assessora o trabalho docente:
Acompanhando o desempenho dos professores no
processo ensino-aprendizagem;
Acompanhando o processo de avaliação e recuperação
do aluno;
Encaminhar o aluno a especialistas quando se fizer
necessário, montar e coordenar o desenvolvimento de
esquema de contato permanente com a família do
5. 3-COMO FAZER ORIENTAÇÃO
EDUCACIONAL
Conhecer a educação:
Concepções pedagógicas;
Visão de sociedade;
Visão de homem;
Visão de educação.
Ter clareza do processo ensino aprendizagem e da
interdisciplinaridade.
Ter bom relacionamento e saber se posicionar quando
necessário com autoridade e competência.
Interpretar a sociedade, a educação, a escola e o aluno
concreto visando êxito no processo ensino
6. 4- TRABALHO DA ORIENTAÇÃO deve possibilitar:
Auto-conhecimento e aceitação;
Escolha profissional ;
Ambiente alegre e saudável na escola;
Vivência de valores positivos;
Bom relacionamento, colaboração;
Aprendizagem significativa e de boa qualidade;
8. ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL
Registros da orientação profissional
a partir de
1934, em São Paulo como processo de exame
numa escola pública;
Leis orgânicas (1942 a 1946), legalizam a
estrutura do ensino médio: profissionalizante e
secundário;
9. Ensino Profissionalizante:
Para os que precisam ingressar rapidamente no mercado
de trabalho;
Orientação profissional se desenvolveu no ensino médio
profissionalizante, principalmente, no industrial, com a
função de formar a mão- de- obra para a indústria.
Ensino Secundário, acadêmico:
Para os que terão maiores chances (sociais e de classe) de
cursar a universidade;
Orientação educacional tinha por finalidade a formação
integral da personalidade do adolescente e dar preparação
intelectual geral para servir de base a estudos mais
elevados de formação especial.
10. ESTRUTURA DO ENSINO MÉDIO COM AS LEIS
ORGANICAS
_________________________________________________
____
Primário Ensino Médio
____________________________________________________
____
4 anos 1º ciclo – 4 anos 2º ciclo – 3
anos
Profissionalizante-
-industrial Industrial
(1942)
Comercial Comercial
(1943)
Agrícola Agrícola
(1946)
Não profissionalizante Científico
Secundário Clássico
11. INFLUÊNCIAS TEÓRICAS
Implantação da Orientação Educacional nas redes públicas
ocorre a partir da década de 50 em São Paulo e no Rio de
Janeiro de maneira escassa. O surto maior de Orientação
na rede pública ocorrerá a partir de 70;
Influência Norte- Americana/influência francesa
A orientação educacional nos EUA se institui nas escolas
sob forma de programas de orientação educacional;
Composta de uma equipe de profissionais objetivando o
ajustamento dos alunos ao desenvolvimento da sociedade;
12. SETE PRINCÍPIOS CARDEAIS DA
ORIENTAÇÃO
Saúde do aluno;
Integração satisfatória na vida familiar e social;
Cidadania;
Vocação;
Uso adequado do tempo de lazer;
Formação do caráter.
A partir daí se desenvolveram as técnicas e os
instrumentos de orientação, a parte do trabalho
docente de instruir;
Educação era ministrada pela orientação.
13. Influência francesa
Na França a orientação se desenvolveu nas escolas como
um serviço de psicologia escolar;
Tinha como finalidade conhecer o escolar normal a criança
comum;
O profissional dessa área era chamado de psicólogo
escolar;
A orientação se tornou orientação profissional,
exclusivamente baseada na aplicação de testes;
A técnica privilegiada no modelo francês era o
aconselhamento diretivo.
Duas experiências de orientação que constituem a base da
14. NO BRASIL
As técnicas desenvolvidas tanto nos EUA, quanto na França
foram amplamente divulgadas no Brasil;
A tentativa de transplante dos modelos estrangeiros para os
orientadores brasileiros desconsidera as diferenças dos
sistemas escolares;
Por ser uma organização escolar diferente, principalmente
da escola pública, a orientação se desenvolveu mais nas
escolas particulares;
Primeiro momento no Brasil: concepção liberal tradicional
da educação, onde se afirma o desenvolvimento humano
baseado nas diferenças individuais que devem ser ajustadas
15. PEDAGOGIA TRADICIONAL
CONCEPÇÃO FUNCIONALISTA DE ORIENTAÇÃO
Prevenção;
Correção dos desvios principalmente na
adolescência;
Auxilio no cumprimento do destino social;
Atendimento individual;
Técnicas individuais.
O desenvolvimento humano baseado nas diferenças
individuais que devem ser ajustadas a sociedade.
16. ALTERAÇÕES NA DÉCADA DE 60
Influência da psicologia humanista
de Rogers;
A sua ação foi de um contínuo
empenho no caminho da liberdade e
da libertação das forças interiores
(Self) do ser humano, na sua
capacidade de enfrentar a si e o
outro e sua tendência a uma atitude
de respeito e ao crescimento;
Carl Ransom Rogers,
Psicólogo norte- Rogers fez severas oposições aos
americano Janeiro de
conceitos deterministas de ser
1902, EUA - 4 de
Fevereiro de 1987,
humano, buscando fundamentar-se
Califórnia, EUA). nas Filosofias Humanistas
Existenciais e utilizando-se do
17. Publicou 16 livros, dentre os quais se destacam: "Tornar-se
Pessoa", "Um Jeito de Ser", "Terapia Centrada no Cliente"
e "Liberdade de aprender em nossa época".
20. Movimento escolanovista, ressaltando a importância da
escola na mudança social;
A ênfase do desenvolvimento deve ser colocada no
indivíduo como modelo para si mesmo, e não num modelo
social;
A orientação centrada no indivíduo, na liberdade pessoal;
Orientação não-diretiva;
Há muitos nomes para, o que denominamos de Abordagem
Centrada na Pessoa (ACP). Psicólogos, orientadores
educacionais, Professores que "falam" em Orientação Não
Diretiva, ou em Psicoterapia Humanista-Existencial (Corey),
de Terapia Centrada no Cliente, de Pedagogia Centrada no
21. NOVOS VALORES NORTEADORES FORA
DA ESCOLA
Aprender a conviver, a respeitar;
A ouvir e aceitar;
A exercer a liderança.
Sob influência a Orientação educacional centrará o seu
trabalho nas técnicas grupais;
Ajuda o aluno (todos, não somente aqueles considerados
problema);
Concepção liberal escolanovista: incorporação da
valorização do indivíduo como modelo de desenvolvimento
e as aprendizagens grupais como possibilidade de
afirmação do mesmo.
Cronologicamente a fase da orientação individual antecede
à orientação grupal, porém uma não elimina a outra, ambas
convivem na prática da orientação educacional brasileira.
22. Nos dias atuais / Brasil
Atuação O. E através do
currículo junto com os demais
pedagogos;
Defesa das camadas populares
e da escola pública e de
qualidade para todos;
Objetivos, Conteúdos,
Estratégias, Avaliação,
Disciplina.
Conhecer as tendências de
educação-pedagogias e refleti-
la na escola.
Possui a responsabilidade de
23. Referências
PIMENTA, Selma Garrido. O pedagogo na escola
pública. São Paulo: Loyola, 1988.
GRISPUN, Mirian P. S. Zippin. Orientação
educacional: conflito de paradigmas e alternativas
para a escola. São Paulo: Cortez, 2006.