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1.0 INTRODUÇÃO




            O presente estudo teve como objetivo apresentar uma revisão
bibliográfica sobre os aspectos maturacionais e funcionais gerais no decorrer do
crescimento do praticante de educação física desde criança até idades mais
avançadas, e a importância do profissional de Educação Física em suas formações.
Nesse      sentido,   busca-se    distinguir,   em   um   primeiro   plano,   crescimento,
desenvolvimento e maturação e a importância da diferenciação entre idade biológica
e idade cronológica no momento de se planejar um programa de atividade física
para uma população jovem. Em seqüência, abordam-se os assuntos adolescência,
puberdade e maturação na discussão dos aspectos relacionados ao rendimento
anaeróbio, à aptidão aeróbia e ao limiar anaeróbio nessa faixa etária. Tendo em
vista o crescimento do número de crianças ejovens engajados em atividades físicas,
torna-se     importante    o     desenvolvimento     de    estudos    para    avaliar   as
respostasfisiológicas que ocorrem nessa faixa etária, levando-se em consideração,
sobretudo, a influência da maturação sobre tais respostas. Dentre as muitas razões
que estimulam as pesquisas nesta área estão aquelas vinculadas àpreocupação de
prevenção primária e à promoção da saúde crianças e dos adolescentes.

            Embora ainda não se tenham explicações adequadas para inúmeros
questionamentos relacionados com os efeitos da prática da atividade física
envolvendo integrantes da população jovem, verifica-se que, nos últimos anos, uma
grande quantidade de informações vem sendo acumulada com referência ao
assunto. Certamente, as lacunas existentes têm a ver com o fato de alguns
programas de atividade física induzirem modificações morfológicas e funcionais na
mesma direção do que é esperado para o próprio processo de maturação biológica
(Guedes & Guedes, 1995). Os especialistas em pediatria enfatizam que as crianças,
tanto funcional quanto estruturalmente, não são semelhantes aos adultos sobre as
variáveis analisadas.




2.0 A FORMAÇÃO DO CIDADÃO E OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
5




           Neste primeiro estudo, procuramos entender como os PCNs poderiam ter
influenciado na educação infantil. Esta pesquisa foi realizada através de uma análise
qualitativa de revisões bibliográficas e constatamos que o mesmo constituiu um
grande avanço no ensino fundamental Brasileiro, pois:


                     “De acordo com o grupo que organizou os Parâmetros Curriculares
                     Nacionais,estes documentos têm como função primordial subsidiar a
                     elaboração ou a versão curricular dos estados e municípios, dialogando com
                     as propostas e experiências já existentes, incentivando a discussão
                     pedagógica interna às escolas e a elaboração de projetos educativos, assim
                     como servir de material de reflexão para a prática de professores” (DARIDO,
                     S.C. et alii).



           Ao considerar as estruturas da sociedade brasileira inserida em um
contexto democrático e capitalista, necessita-se reconhecer a influência de fatores
externos   nesse    sistema       (Fernandes,1973;      Ianni,1994).     Elementos       como
aglobalização econômica e o neoliberalismo político atuam de modo a exacerbar
diversos problemas nacionais há tempos, sendo apenas mais notórios ao final do
século XX (Sanches Neto & Oyama, 1999). Isto posto, ainda que o paradigma
predominante seja a liberdade individual em detrimento de outros princípios, a
cidadania devecompreender a igualdade. Não apenas a igualdade de direitos (legal),
mas a de fato.
           E a partir do pressuposto que estes tem grande importância no ensino
fundamental, podemos concluir que a partir daí começa-se uma boa base para o
cidadão que começa a ter conhecimento do seu corpo e sua inclusão na sociedade.




3.0 A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃOFÍSICA
6


          A formação profissional em Educação Física constitui-se, desde a década
de 80, uma questão crucial para a área no Brasil, tendo sido objeto de inúmeras
publicações e debates. Não pretendemos revisar esta história mas, inicialmente,
caracterizar os dois tipos de    currículo de formação que estão em vigor nas
instituições brasileiras e são o fruto deste processo histórico. Podemos iniciar uma
discussão sobre a formação de professores de       Educação Física fundamentada
nestes novos referenciais, e pensando especificamente a realidade brasileira.

          Então: A pessoa com formação em Educação Física é aquela que deve
ser capaz de planejar, conduzir e avaliar atividades que promovam a ampliação do
acervo motor da criança e jovens, bem como a melhora de suas capacidades físicas
e motoras, visando sempre o acréscimo de sua qualidade de vida.




4.0 CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO.
7


             A principal característica do processo da vida é a mudança,o ser
humano, por pertencer a esse macrossistema, não foge à regra, passando, no
decorrer de sua vida, por várias etapas, como ovo, embrião, recém-nascido, criança,
adolescente, adulto e idoso (Araújo, 1985).
          Segundo Araújo (1985), ocrescimento pode ser definido como as
mudançasnormais na quantidade de substância viva; é oaspecto quantitativo do
desenvolvimento biológico,é medido em unidades de tempo, como, porexemplo,
centímetros por ano, gramas por dia, etc,resultando de processos biológicos por
meio dosquais a matéria viva normalmente se torna maior. Ocrescimento enfatiza as
mudanças normais dedimensão durante o desenvolvimento e poderesultar em
aumento ou diminuição de tamanho e,ainda, variar em forma e/ou proporção
(Araújo,1985). O desenvolvimento, por sua vez, pode serdefinido como um processo
de mudanças graduais,de um nível simples para um mais complexo, dosaspectos
físico, mental e emocional pelo qual todoser humano passa, desde a concepção até
a morte(Barbanti, 1994); já, a maturação significa plenodesenvolvimento, a
estabilização do estado adultoefetuada pelo crescimento e desenvolvimento(Araújo,
1985).
          De acordo com Gallahue (1989), o período de tempo que compõe a
adolescência é afetado pelo aspecto biológico e cultural: pelo biológico, no momento
em que o fim da infância é marcado pelo início da maturação sexual; pelocultural, na
medida que o fim da adolescência e o início da fase adulta são marcados pela
independência emocional e financeira da família. Como resultado disso, tem-se hoje
que, na sociedade da América do Norte, o período da adolescência é
significativamente mais longo do que foi há 100 ou 50 anos (Gallahue, 1989), ou
seja, o início precoce da puberdade (início da maturação sexual), somado a um
período mais longo de dependência da família, amplia a visão da adolescência para
uma perspectiva muito maisampla. O início da adolescência é marcado por um
período de aumento acelerado no peso e na estatura. A idade de início, duração e
intensidade deste estirão de crescimento, porém, é determinada geneticamente e
varia consideravelmente de indivíduo para indivíduo. Isso ocorre porque o genótipo
estabelece os limites do crescimento individual, mas o fenótipo individual (condições
do meio ambiente) tem uma influência marcante sobre este fator (Gallahue, 1989).
          Além das modificações dimensionais, o período pubertário é também
assinalado por modificações fisiológicasimportantes, as quais afetam os sistemas
8


orgânicos de uma forma geral e, como tal, tendem a refletir-se na capacidade de
esforço (Sobral, 1988). A potência aeróbia máxima, isto é, o máximo volume de
oxigênio que o indivíduo é capaz de consumir em uma unidade de tempo, aumenta
ao longo da segunda infância, acompanhando o crescimento das dimensões
corporais (Bar-Or, 1983). Até os 12 anos, as curvas de crescimento do consumo de
oxigênio não apresentam diferenças significativas de perfil entre os sexos, embora
os rapazes obtenham valores superiores desde os cinco anos de idade. A
diferenciação sexual instala-se, porém, após os 14anos, idade em que as garotas
atingem um platô, ao passo que os rapazes continuam a apresentar valores
crescentes até os 18 anos (Mirwald, Bailey, Cameron & Rasmussen, 1981). No
entanto, segundo Imbar & Bar- Or (1986), numerosos estudos têm mostrado que o
consumo de oxigênio em homens, quando expresso em mililitros de oxigênio por
minuto por quilograma de peso corporal (ml/kg.min), é virtualmente independente da
idade dentro da faixa etária de oito a 18 anos; já, entre as mulheres, é até mais alto
na fase prépúbere do que durante a fase púbere ou pós-púbere.
          O limiar anaeróbio parece oferecer uma melhor correlação do que o
VO2máx quando da predição da “performance” dos adultos em corridas de longa
distância. No entanto, existem poucas informações disponíveis sobre o limiar
anaeróbio e seu relacionamento com outros critérios no desempenho de atividades
de resistência aeróbia em crianças e adolescentes (Stanganelli, 1991). De acordo
com Wolfe Washington, Daberkow,Murphy & Brammel (1986), o limiar anaeróbio,
expresso como um percentual do VO2máx, é consistente durante toda a infância e é
ligeiramente maior daquele em adultos.
          Através da análise dos aspectos maturacionais e sua relação com a
atividade física de crianças e adolescentes pode-se verificar que: - a determinação
da idade biológica apresenta-se como um importante parâmetro nas pesquisas que
dizem respeito à criança, ao adolescente e ao exercício, pois possibilita distinguir as
adaptaçõesmorfológicas e funcionais resultantes de um programa de treinamento
das modificações observadas no organismo, decorrentes do processo de maturação.
Além disso, fica evidente que, conhecer os eventos que marcam a puberdade e
aceitar a variabilidade individual em que eles ocorrem, é de suma importância para o
profissional que irá planejar os programas de atividade física voltados para essa
população específica.Com relação ao rendimento anaeróbio, a potência aeróbia e o
limiar anaeróbio pode-se concluir que:
9


a) a potência anaeróbia progride com a idade e que este padrão é contrário ao que é
descrito para o consumo de oxigênio por quilograma de peso corporal, o qual, em
indivíduos do sexo masculino, permanece virtualmente sem modificações da infância
à fase adulta e entre as mulheres é até mais alto na fase pré-púbere do que durante
a fase púbere e pós-púbere;
b) na maioria dos estudos que investigaram a potência anaeróbia lática de crianças
e jovens, a puberdade foi reconhecida como um período chave das mudanças no
metabolismo anaeróbio;
c) a determinação da intensidade de treinamento aeróbio para crianças e
adolescentes   baseado   no   limiar   anaeróbio   deve   ser   visto   com   cautela,
principalmente com o limiar anaeróbio determinado a partir de valores fixos de
lactato, pelo fato de as crianças possuírem uma limitação real em relação ao
metabolismo glicolítico e,consequentemente, à produção de lactato.




REFERÊNCIAS
10




ARAÚJO, C.G.S. Fundamentos biológicos: medicina desportiva. Rio de Janeiro,
Ao Livro Técnico, 1985.
BARBANTI, V.J. Dicionário de educação física e do esporte. São Paulo, Manole,
1994. p.75
BAR-OR, O. Pediatric sports medicine for the practitioner. New York, Springer
Verlag, 1983. Trainability of the prepubescente child. The Physician and Sports
Medicine, v.17, n.5, p.65-82,1989.
FERNANDES, F. Capitalismo dependente e classes sociais na América Latina.
Rio de Janeiro, Zahar,1973.
GALLAHUE,      D.L.   Understanding     motor    development:     infants,   children,
adolescents.Indiana, Benchmark, 1989.
GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R.P. Influência daprática da atividade física           em
crianças e adolescentes: uma abordagem morfológica e funcional. Revista da
Associação dos Professores de Educação Física de Londrina, v.10, n.17, p.3- 25,
1995.

IANNI, O. Globalização: novo paradigma das ciências sociais. Estudos Avançados,
v.8, n.21, p.147-66,1994.
IMBAR, O.; BAR-OR, O. Anaerobic characteristics in male children and adolescents.
Medicine andScience in Sports and Exercise, v.18, p.264-9, 1986.
MIRWALD, R.L.; BAILEY, D.A.; CAMERON, M.; RASMUSSEN, P.L. Longitudinal
comparison of aerobic power on active and inactive boys aged 7 to 10 years. Annals
of Human Biology, v.8, n.5, p.405-14, 1981.
SANCHES NETO, L.; OYAMA, E.R. Da escravidão negra à “escravidão” econômica
contemporânea: implicações para a educação física no Brasil. Discorpo, n.9, p.45-
71, 1999.
SOBRAL, F. Adolescente atleta. Lisboa, Livros Horizonte, 1988.
STANGANELLI, L.C.R. Mudanças no VO2máx e limiar anaeróbico em crianças pré-
púberes ocorridas após treinamento de resistência aeróbia. Festur, v.3, n.2, p.42-5,
1991.
WOLFE, R.R.; WASHINGTON, R.; DABERKOW, E.; MURPHY, J.R.; BRAMMEL,
H.L. Anaerobic threshold as a predictor of athletic performance in prepubertal female
runners. American Journal ofDiseases of Children, v.140, p.922-4, 1986.

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Crescimento, desenvolvimento e maturação de crianças e adolescentes na prática de atividades físicas

  • 1. 4 1.0 INTRODUÇÃO O presente estudo teve como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sobre os aspectos maturacionais e funcionais gerais no decorrer do crescimento do praticante de educação física desde criança até idades mais avançadas, e a importância do profissional de Educação Física em suas formações. Nesse sentido, busca-se distinguir, em um primeiro plano, crescimento, desenvolvimento e maturação e a importância da diferenciação entre idade biológica e idade cronológica no momento de se planejar um programa de atividade física para uma população jovem. Em seqüência, abordam-se os assuntos adolescência, puberdade e maturação na discussão dos aspectos relacionados ao rendimento anaeróbio, à aptidão aeróbia e ao limiar anaeróbio nessa faixa etária. Tendo em vista o crescimento do número de crianças ejovens engajados em atividades físicas, torna-se importante o desenvolvimento de estudos para avaliar as respostasfisiológicas que ocorrem nessa faixa etária, levando-se em consideração, sobretudo, a influência da maturação sobre tais respostas. Dentre as muitas razões que estimulam as pesquisas nesta área estão aquelas vinculadas àpreocupação de prevenção primária e à promoção da saúde crianças e dos adolescentes. Embora ainda não se tenham explicações adequadas para inúmeros questionamentos relacionados com os efeitos da prática da atividade física envolvendo integrantes da população jovem, verifica-se que, nos últimos anos, uma grande quantidade de informações vem sendo acumulada com referência ao assunto. Certamente, as lacunas existentes têm a ver com o fato de alguns programas de atividade física induzirem modificações morfológicas e funcionais na mesma direção do que é esperado para o próprio processo de maturação biológica (Guedes & Guedes, 1995). Os especialistas em pediatria enfatizam que as crianças, tanto funcional quanto estruturalmente, não são semelhantes aos adultos sobre as variáveis analisadas. 2.0 A FORMAÇÃO DO CIDADÃO E OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
  • 2. 5 Neste primeiro estudo, procuramos entender como os PCNs poderiam ter influenciado na educação infantil. Esta pesquisa foi realizada através de uma análise qualitativa de revisões bibliográficas e constatamos que o mesmo constituiu um grande avanço no ensino fundamental Brasileiro, pois: “De acordo com o grupo que organizou os Parâmetros Curriculares Nacionais,estes documentos têm como função primordial subsidiar a elaboração ou a versão curricular dos estados e municípios, dialogando com as propostas e experiências já existentes, incentivando a discussão pedagógica interna às escolas e a elaboração de projetos educativos, assim como servir de material de reflexão para a prática de professores” (DARIDO, S.C. et alii). Ao considerar as estruturas da sociedade brasileira inserida em um contexto democrático e capitalista, necessita-se reconhecer a influência de fatores externos nesse sistema (Fernandes,1973; Ianni,1994). Elementos como aglobalização econômica e o neoliberalismo político atuam de modo a exacerbar diversos problemas nacionais há tempos, sendo apenas mais notórios ao final do século XX (Sanches Neto & Oyama, 1999). Isto posto, ainda que o paradigma predominante seja a liberdade individual em detrimento de outros princípios, a cidadania devecompreender a igualdade. Não apenas a igualdade de direitos (legal), mas a de fato. E a partir do pressuposto que estes tem grande importância no ensino fundamental, podemos concluir que a partir daí começa-se uma boa base para o cidadão que começa a ter conhecimento do seu corpo e sua inclusão na sociedade. 3.0 A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃOFÍSICA
  • 3. 6 A formação profissional em Educação Física constitui-se, desde a década de 80, uma questão crucial para a área no Brasil, tendo sido objeto de inúmeras publicações e debates. Não pretendemos revisar esta história mas, inicialmente, caracterizar os dois tipos de currículo de formação que estão em vigor nas instituições brasileiras e são o fruto deste processo histórico. Podemos iniciar uma discussão sobre a formação de professores de Educação Física fundamentada nestes novos referenciais, e pensando especificamente a realidade brasileira. Então: A pessoa com formação em Educação Física é aquela que deve ser capaz de planejar, conduzir e avaliar atividades que promovam a ampliação do acervo motor da criança e jovens, bem como a melhora de suas capacidades físicas e motoras, visando sempre o acréscimo de sua qualidade de vida. 4.0 CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO.
  • 4. 7 A principal característica do processo da vida é a mudança,o ser humano, por pertencer a esse macrossistema, não foge à regra, passando, no decorrer de sua vida, por várias etapas, como ovo, embrião, recém-nascido, criança, adolescente, adulto e idoso (Araújo, 1985). Segundo Araújo (1985), ocrescimento pode ser definido como as mudançasnormais na quantidade de substância viva; é oaspecto quantitativo do desenvolvimento biológico,é medido em unidades de tempo, como, porexemplo, centímetros por ano, gramas por dia, etc,resultando de processos biológicos por meio dosquais a matéria viva normalmente se torna maior. Ocrescimento enfatiza as mudanças normais dedimensão durante o desenvolvimento e poderesultar em aumento ou diminuição de tamanho e,ainda, variar em forma e/ou proporção (Araújo,1985). O desenvolvimento, por sua vez, pode serdefinido como um processo de mudanças graduais,de um nível simples para um mais complexo, dosaspectos físico, mental e emocional pelo qual todoser humano passa, desde a concepção até a morte(Barbanti, 1994); já, a maturação significa plenodesenvolvimento, a estabilização do estado adultoefetuada pelo crescimento e desenvolvimento(Araújo, 1985). De acordo com Gallahue (1989), o período de tempo que compõe a adolescência é afetado pelo aspecto biológico e cultural: pelo biológico, no momento em que o fim da infância é marcado pelo início da maturação sexual; pelocultural, na medida que o fim da adolescência e o início da fase adulta são marcados pela independência emocional e financeira da família. Como resultado disso, tem-se hoje que, na sociedade da América do Norte, o período da adolescência é significativamente mais longo do que foi há 100 ou 50 anos (Gallahue, 1989), ou seja, o início precoce da puberdade (início da maturação sexual), somado a um período mais longo de dependência da família, amplia a visão da adolescência para uma perspectiva muito maisampla. O início da adolescência é marcado por um período de aumento acelerado no peso e na estatura. A idade de início, duração e intensidade deste estirão de crescimento, porém, é determinada geneticamente e varia consideravelmente de indivíduo para indivíduo. Isso ocorre porque o genótipo estabelece os limites do crescimento individual, mas o fenótipo individual (condições do meio ambiente) tem uma influência marcante sobre este fator (Gallahue, 1989). Além das modificações dimensionais, o período pubertário é também assinalado por modificações fisiológicasimportantes, as quais afetam os sistemas
  • 5. 8 orgânicos de uma forma geral e, como tal, tendem a refletir-se na capacidade de esforço (Sobral, 1988). A potência aeróbia máxima, isto é, o máximo volume de oxigênio que o indivíduo é capaz de consumir em uma unidade de tempo, aumenta ao longo da segunda infância, acompanhando o crescimento das dimensões corporais (Bar-Or, 1983). Até os 12 anos, as curvas de crescimento do consumo de oxigênio não apresentam diferenças significativas de perfil entre os sexos, embora os rapazes obtenham valores superiores desde os cinco anos de idade. A diferenciação sexual instala-se, porém, após os 14anos, idade em que as garotas atingem um platô, ao passo que os rapazes continuam a apresentar valores crescentes até os 18 anos (Mirwald, Bailey, Cameron & Rasmussen, 1981). No entanto, segundo Imbar & Bar- Or (1986), numerosos estudos têm mostrado que o consumo de oxigênio em homens, quando expresso em mililitros de oxigênio por minuto por quilograma de peso corporal (ml/kg.min), é virtualmente independente da idade dentro da faixa etária de oito a 18 anos; já, entre as mulheres, é até mais alto na fase prépúbere do que durante a fase púbere ou pós-púbere. O limiar anaeróbio parece oferecer uma melhor correlação do que o VO2máx quando da predição da “performance” dos adultos em corridas de longa distância. No entanto, existem poucas informações disponíveis sobre o limiar anaeróbio e seu relacionamento com outros critérios no desempenho de atividades de resistência aeróbia em crianças e adolescentes (Stanganelli, 1991). De acordo com Wolfe Washington, Daberkow,Murphy & Brammel (1986), o limiar anaeróbio, expresso como um percentual do VO2máx, é consistente durante toda a infância e é ligeiramente maior daquele em adultos. Através da análise dos aspectos maturacionais e sua relação com a atividade física de crianças e adolescentes pode-se verificar que: - a determinação da idade biológica apresenta-se como um importante parâmetro nas pesquisas que dizem respeito à criança, ao adolescente e ao exercício, pois possibilita distinguir as adaptaçõesmorfológicas e funcionais resultantes de um programa de treinamento das modificações observadas no organismo, decorrentes do processo de maturação. Além disso, fica evidente que, conhecer os eventos que marcam a puberdade e aceitar a variabilidade individual em que eles ocorrem, é de suma importância para o profissional que irá planejar os programas de atividade física voltados para essa população específica.Com relação ao rendimento anaeróbio, a potência aeróbia e o limiar anaeróbio pode-se concluir que:
  • 6. 9 a) a potência anaeróbia progride com a idade e que este padrão é contrário ao que é descrito para o consumo de oxigênio por quilograma de peso corporal, o qual, em indivíduos do sexo masculino, permanece virtualmente sem modificações da infância à fase adulta e entre as mulheres é até mais alto na fase pré-púbere do que durante a fase púbere e pós-púbere; b) na maioria dos estudos que investigaram a potência anaeróbia lática de crianças e jovens, a puberdade foi reconhecida como um período chave das mudanças no metabolismo anaeróbio; c) a determinação da intensidade de treinamento aeróbio para crianças e adolescentes baseado no limiar anaeróbio deve ser visto com cautela, principalmente com o limiar anaeróbio determinado a partir de valores fixos de lactato, pelo fato de as crianças possuírem uma limitação real em relação ao metabolismo glicolítico e,consequentemente, à produção de lactato. REFERÊNCIAS
  • 7. 10 ARAÚJO, C.G.S. Fundamentos biológicos: medicina desportiva. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, 1985. BARBANTI, V.J. Dicionário de educação física e do esporte. São Paulo, Manole, 1994. p.75 BAR-OR, O. Pediatric sports medicine for the practitioner. New York, Springer Verlag, 1983. Trainability of the prepubescente child. The Physician and Sports Medicine, v.17, n.5, p.65-82,1989. FERNANDES, F. Capitalismo dependente e classes sociais na América Latina. Rio de Janeiro, Zahar,1973. GALLAHUE, D.L. Understanding motor development: infants, children, adolescents.Indiana, Benchmark, 1989. GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R.P. Influência daprática da atividade física em crianças e adolescentes: uma abordagem morfológica e funcional. Revista da Associação dos Professores de Educação Física de Londrina, v.10, n.17, p.3- 25, 1995. IANNI, O. Globalização: novo paradigma das ciências sociais. Estudos Avançados, v.8, n.21, p.147-66,1994. IMBAR, O.; BAR-OR, O. Anaerobic characteristics in male children and adolescents. Medicine andScience in Sports and Exercise, v.18, p.264-9, 1986. MIRWALD, R.L.; BAILEY, D.A.; CAMERON, M.; RASMUSSEN, P.L. Longitudinal comparison of aerobic power on active and inactive boys aged 7 to 10 years. Annals of Human Biology, v.8, n.5, p.405-14, 1981. SANCHES NETO, L.; OYAMA, E.R. Da escravidão negra à “escravidão” econômica contemporânea: implicações para a educação física no Brasil. Discorpo, n.9, p.45- 71, 1999. SOBRAL, F. Adolescente atleta. Lisboa, Livros Horizonte, 1988. STANGANELLI, L.C.R. Mudanças no VO2máx e limiar anaeróbico em crianças pré- púberes ocorridas após treinamento de resistência aeróbia. Festur, v.3, n.2, p.42-5, 1991. WOLFE, R.R.; WASHINGTON, R.; DABERKOW, E.; MURPHY, J.R.; BRAMMEL, H.L. Anaerobic threshold as a predictor of athletic performance in prepubertal female runners. American Journal ofDiseases of Children, v.140, p.922-4, 1986.