Lições de Texto: Análise de Vozes e Pontos de Vista
1.
2. coerência – as partes estão relacionadas
entre si; há continuidade de sentido entre
elas; não há qualquer contradição entre
elas;
• delimitação – é um espaço de sentido
organizado entre dois espaços de não
sentido;
• dialogismo – um texto se opõe a textos que
refletem ideias e concepções opostas.
3. • O sentido das partes não é autônomo.
• O sentido não é solitário, mas solidário.
• O sentido global não é resultado da
soma das partes, mas de suas relações.
• A leitura deve levar em conta a
totalidade do texto e sua relação com
outros textos.
• A leitura fragmentária é freqüentemente
errônea.
4. Um discurso se constitui em oposição a outro
discurso.
O discurso é heterogêneo – deixa ver seu direito e
seu avesso; apresenta duas vozes. (tensão
ideológica)
O texto não exibe essas duas vozes; elas não estão
marcadas na superfície textual.
Apreensão das duas vozes – memória discursiva
Constituição em oposição a outro discurso:
a) insere o texto no sistema de valores e concepções
de uma dada época;
b) faz do texto um objeto histórico.
6. a) negação – voz que afirma e voz que refuta a afirmação;
b) discurso direto e discurso indireto – reprodução do que outros
disseram:
• discurso direto – o outro como que assume a palavra;
• discurso indireto – o narrador relata o que o outro disse;
c) aspas – modo de indicar o que não pertence ao discurso de
quem fala;
d) glosas do enunciador – modo de mostrar o que pertence ao
discurso de outro.
7. não estão nitidamente delimitadas no texto.
Recursos de mostração não marcada das diferentes vozes:
a) discurso indireto livre – mistura características do discurso
direto e do indireto, para mesclar a voz da personagem à do
narrador;
b) imitação de estilo e de texto:
• imitação por subversão ou paródia – inversão do sentido do
texto imitado;
• imitação por captação ou estilização – manutenção do
sentido do texto imitado.
Estilo – conjunto de traços recorrentes do conteúdo e da
expressão que gera um sentido de individualidade
8. DISCURSO DIRETO:
Reprodução direta do discurso da
personagem. É uma espécie de
teatralização, confere efeito de verdade, de
integridade ao texto
DIREITO INDIRETO:
A fala da personagem é expressa por via
indireta, através do narrador.
9. a) A fala da personagem é introduzida por:
um verbo de dizer, (dicendi), de elocução;
aspas, dois pontos e travessão;
c) A personagem no seu discurso diz “EU” e os
pronomes pessoais, possessivos, tempos
verbais e palavras que indicam tempo e
espaço estão em função deste “eu”.
10. a) O que a personagem disse agora através do
narrador vem introduzido por um verbo de dizer
(dicendi), verbos de elocução;
O narrador interfere na fala da personagem. Ele
conta conta em 3ª pessoa o que a personagem
disse. As palavras da personagem não são
reproduzidas, mas traduzidas na linguagem do
narrador.
b) O que a personagem disse é separada da fala do
narrador por uma partícula introdutória que ou se.
c) Apenas o narrador, em discurso indireto, diz “EU”, o
seu lugar é o aqui e o seu tempo é o agora.
11. Confronto da passagem do discurso
direto para o discurso indireto:
Pedro disse:
- Eu estarei aqui amanhã
Pedro disse que estaria lá no dia seguinte
12. a) No discurso direto as frases
interrogativas, exclamativas, imperativas
tornam-se declarativas.
Quem está aí?
Ele me perguntou quem estava lá.
13. b) No discurso Indireto os vocativos e
interjeições desaparecem, diferente do
discurso direto.
c) O “te” do discurso direto corresponde
ao “me” no discurso indireto
EX: Eu te amo
Maria disse que me ama.
14. d) Os tempos verbais são alterados:
José disse:
-Compro tudo isso
Jose disse que comprava tudo aquilo
Jose disse:
-Comprei tudo isso
Jose disse que comprara tudo aquilo
Jose disse:
- Comprarei tudo isso
Jose disse que compraria tudo aquilo.
15. eliminação de elementos emocionais, exclamações,
interrogações, interjeições e produz um efeito de
sentido analítico;
O narrador somente revela o conteúdo do discurso
da personagem e não o modo como ela disse;
Se torna objetivo, não se interessa pela
individualidade do falante (distanciamento
implicativo).
Ex: textos filosóficos, políticos, científicos.
16. Serve para analisar as palavras, o modo de dizer dos
outros, essas palavras aparecem entre aspas;
Prioriza o modo como o enunciador se coloca no
discurso;
Faz uso das aspas para demarcar as vozes no texto:
Coloca-se entre aspas palavras que o produtor do
texto não quer assumir como sua, que julga não ser
muito apropriada para o seu texto;
Ex: Termos chulos dito por outra pessoa ou de outra
autoria em geral.
17. Recurso de demarcação de voz do
outro com as glosas do locutor, ou seja,
comentários ou explicações sobre o seu
dizer, ou ainda para retocar um erro, ou
para se auto corrigir.
Cada glosa é um debate com as
palavras mostrando que elas podem
dar margem a duas interpretações,
revelar duas vozes, dois pontos de vista.
18. Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A lua baça
Paira.
Muito cosmograficamente
Satélite.
Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e enamorados,
Mas tão somente
Satélite.
Ah! Lua deste fim de tarde,
Desmissionária de atribuições românticas;
Sem show para as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia,
gosto de ti, assim:
Coisa em si,
-Satélite.
19. Boião de leite
que a noite leva
com mãos de treva
para não sei quem beber.
E que, embora levado
muito devagarinho,
vai derramando pingos brancos
pelo caminho...
20. Lua vermelha
Quase sem amor
Minha luz alheia
Brilho sem calor
Lua vermelha
Branca lua preta
lambe a minha orelha
Com a sua cor
Lua vermelha
Dez da madrugada
Sapos na calçada
De nenhum país
Lua vermelha
Noite sem Luís
21. Minha namorada
Flor desabrochada
Leite de pequim
Lua vermelha
Noite que menstrua
Lua lua lua
Por cima de mim
Lua vermelha
Pedra que flutua
Que ilumina o poste
Que ilumina a rua
Lua vermelha
Meia de Luís
Toda sertaneja
Eu sempre te quis
Eu sempre te quis
22. Lua vermelha
Ave flecha pluma
Pérola madura
Sono do dragão
Lua vermelha
Só uma centelha
Dura enquanto dura
Bolha de sabão
Lua vermelha
Fora da bandeira
Bola japonesa
No céu do sertão
Lua vermelha
Negra de Luís
Toda sertaneja
Eu sempre te quis
23. Quais são elas?
Como aparecem?
Síntese reflexiva da aula e da análise do
texto.
Análise de outros textos (que a
professora direcionará) : )
24. através de recursos linguísticos:
-prefixo des;
-advérbio de negação não.
presença de duas vozes.
Por meio da negação o escritor
circunscreve dois pontos de vista.