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Observação
• como elemento construtor e regulador de
sistemas
• por G. Stockinger
Observar, denominar, distinguir
• Observar: denominar um fénomeno e
distinguí-lo, assim, de outros fenômenos
• Simultaneamente com a distinção se produz
uma denominação
• Não há denominação sem uma distinção na
qual se baseia, e vice-versa
• Observar, denominar e distinguir formam
um círculo regulador
• Observar = forma de distinguir
A distinçâo tem dois lados
– Lado Y: a denominação („mulher“)
– Lado X:discriminação („homem nâo!“)
– Um dos lados é sempre excluido
– A distinção usa „homens“ como objetos de
discriminação para a denominação de
„mulheres“.
– Distinguir é cíclico: homens em distinção a
mulheres, por sua vez em distinção a homens.
Observação: elemento regulador?
– Observação tem lugar em:
– Sistemas técnicos (autômatos), Circulo
regulador
– biológicos (céluas, corpos), metabolismo
regulador
– neuropsicológicos (cérebros, células), rede
neuronal reguladora
– psíquicos (consciência), pensamento
– sociais (comuncação), sentido regulador
Formas
Observação acontece
– quando sistemas discriminam e reagem a suas
próprias discriminações („discernir“).
– quando pensamentos fixam algo e o distinguem
de outro pensamento menos fixo („distinguir“)
– Social: quando compreensão é produzida por
um ato de informação. („compreender“).
Selecionar
– Observar: tres níveis de selecionar
– emoções seletivas: „o volume do ciúme“
– percepção seletiva: „olhando só aquilo“
– memória seletiva: „poxa, me esqueci!“
– Observadores escolhem interesses em certos
aspectos, negligenciando outros.
– Esta escolha já é uma pré-seletiva
Observar: distorções
– Observadores fornecem descrições
incompletas, distorcidas pelo observador:
– Ele troca facilmente as medidas do seu julgamento,
– Sobrevaloriza primeiras impressões,
– Completa lacunas,
– Aplana contradições,
– Cria ordem e sentido, onde antes nâo existia,
– Tudo isso dependendo do seu estar (motivações).
– A observação como método sabe disso (?).
Distingir é uma aventura
– Observadores denominam o mundo com
distinções diferentes, dependendo do ponto de
vista. Isso é certo. O certo é isso.
– Distinções não são observáveis no momento de
sua aplicação. Elas sâo observadas só depois,
atravês de outras distinções.
– Fazer distinções é sempre uma aventura: sâo
feitas de forma ingênua, cega, ignorante. Só
depois se sabe o grau de ingenuidade, cegueira
e ignorância aplicadas.
O „ponto cego“ (blind spot)
– Cada observação tem seu “ponto cego" (blind
spot): ela não pode ver a si própria. Ela é
ingênua (genuina)
– Mas ela pode ser observada com outras
observações, elas mesmas com pontos cegos
– O observador tem a sua visão de mundo graças
à sua cegueira.
– "Não me tirem meu ponto cego, por favor!“
– „O maior cego é aquele que nâo quer enxergar“
Observaçâo de segunda ordem
– Ao observar o observador, a distinção anterior -
quem observa, quem é observado - entra em
colapso, e com ele o observador de 1a. Ordem.
– Ela é distinta da observaçâo de primeira ordem:
ela percebe a si própria como um primeira
– o distinguido reentra na distinção atual. re-entry
– a „ingenuidade“ está rompida, mas nâo
totalmente: sempre há também a primeira
enesima vez. („Hoje é a primeira vez que lhes
vejo de 4a. vez“)
O medium “sentido“
• O observador utiliza para suas operações
um medium (meio)que coloca um
• „espaço semântico“ criativo à disposição
para suas operações de observação.
• Sistemas socias e sistemas de consciência
usam para sua autopoises o meio "sentido“
• Eles têm acesso ao mundo apenas por esta
via. („Se nâo tiver sentido, nâo interessa“)
Realidade construida
em autopoiesis
• O observador opera no medium "sentido"
que ele mesmo constroi. No decorrer desta
construção ele mesmo de distingue dela.
• O sistema cria sua propria área de operação
que ele denomina de „realidade“ (autopoiesis)
• Essa pode-lhe parecer completamente
externa, denominando-a de „circunstâncias“
• A observação de 2a. Ordem revela esta
construção de um „mundo próprio“
Autopoiese: aspectos I
• 1. Nãda „existe“, tudo se move (reproduz).
• 2. O processo de (re)produção ocorre num
medium (em sistemas sociais: sentido).
• 3. Para um sistema se reproduzir, necessita
de estruturas ...
• ...que fornecem possibilidades de conexão
(em sistemas de sentido: expectativas).
Autopoiese: aspectos II
• 4. Operações conectam com operações.
Surge sistema que se delimita, nas suas
operaçôes, do resto do mundo (se diferencia
do seu ambiente).
• 5. Um sistema autopoiético é autônomo.
• Ele trata sua experiência com lingagem
operativa própria.
• O que vem de fora é transformado para ser
compatível como modus operandi do
sistema. (p.e. imagens em palavras)
Autopoiesis e decisâo
– Por causa do seu fechamento operacional e
operação autoreferencial, os sistemas agem em
contato consigo próprio.
– Eles imaginam um exterior, ignorando que se
trata de uma construção interna
– A complexidade força os sistemas a agirem
seletivamente.
– Por isso tomam decisões em situações
indefinidas.
Contato externo: acoplamento
• Ele ocorre em certos pontos onde o sistema
é receptível para irritações
• Um sistema coloca a outro sua estrutura à
disposiçâo, transformada em uma operação
própria do sistema receptor.
• A autopoiese precisa da estimulação de
fora, traduzida para um código próprio.
Acomplamento estrutural entre
indivíduo e sociedade
• O sistema psícico põe à disposição do
sistema social o seu conjunto de operações
e seus resultados;
• O sistema social usa esta estrutura sem
precisar reproduzir as operações de
consciência, próprias ao sistema psíquico.
• E vice- versa: o enuncidado (ss) passa a ser
o pensado (sp). Um círculo se move.
Consequências métodicas
• A compreensão clássica do método ...
– ... pressupõe ordem externa ou mundo comum,
existente antes de qualquer percepção ou ação.
– Assim, a „objetividade“ foi procurada a ser
ancorada nalguma instância externa, „destino“,
„deusas/deuses“, ou em „terapia/consultoria“.
– A teoria sistêmica, a cibernética de 2a. ordem e
o construtivismo, ao retirar estas âncoras
externas, dispôe de âncoras internas.
Instância externa eliminada
– Na forma sistémica de validação não há mais
uma instância externa, independente, e não há
mais nenhum critério que distinga entre válido
ou não, verdadeiros ou não, corretos ou nâo.
– Todos os critérios de verdadeiro ou correto ou
válido são produzidos relativos ao sistema. Eles
ficam dependentes de observação, e por isso
ficam contingentes.
Diferença entre métodos pré-
construtivistas e construtivistas
– Na visão pré-construtivista o problema
consistia na descrição a mais exata possível da
realidade.
– A meta era levar a realidade e sua descrição a
uma relação de correspondência.
– Para tal, a observação de 1a. ordem é suficiente.
– Ela pensa encontrar o mundo imediatamente,
ignora portanto o esforço de construção do
observador.
Construtivismo
– Métodos não construtivistas se esforçam por
objetividade.
– Métodos construtivisatas colocam em jogo o
observador de 2a. ordem. A ação metodológica
ganha um dimensão reflexiva.
– O observador 2a. ordem vê como é que ele
produz seu ponto de vista.
– Ele já não pode atribui-lo ao „mundo“, mas à
sua própria escolha .
Da Intersubjetividade para a
comunicação I
– Fechamento operacional impede
intersubjetividade.
– Atores não dispõem de uma realidade comum
e/ou objetiva para classificar seus contatos.
– Tal "realidade" tem de ser generada com
sistemas de descrição próprios,...
– ... sem a garantia que funcionem também em
outros sistemas de descrição.
Da intersubjetividade para a
comunicação II
– Intersubjetividade pressupõe um pré-
entendimento dos parceiros interagentes
– Comunicação revela as condições precárias
deste entendimento (de coisas, processos,
argumentos, comportamentos etc.), e as torna
assim controláveis metodologicamente.
– A comunicação produz sua própria
compreensão conectando-se a outras
comunicações, no tempo e no espaço.
Autocontrole metodológico:
produzir o externo internamente
– Comunicação revela o que intersubjetividade
esconde: o controle metdológico começa com
autocontrole:
– O ator/observador tenta "compreender" dados e
sinais que o outro produz em palavras e atos.
– A interpretação de "irritações" externas se
baseia nas suas operações internas
– Ele tem de produzir o externo internamente!
Observar cientificamente
– Nas ciências, a observação vale como um
método empírico, ao lado do experimento.
– Há observação aberta e coberta,
– participante e não participante,
– sistemática e não sistemática,
– em situações naturais e artificiais,
– autoobservação e observação alheia.
O modelo „buraco-da-fechadura“
– O observador pensa operar fora da área
observada por ele.
– Ele tenta observar os fenômenos diretamente e
imediatamente.
– Ele se esforça de minimizar a sua influência em
cima do fenômeno,
– Ele tenta limpar seu observar de influências
"subjetivas", ganhando "objetividade".
O modelo participativo
– O observador é parte daquilo que ele observa.
– Sua observação não é absoluta, mas relativa ao
seu ponto de vista (Einstein);
– Suas observações influenciam o observado
(Heisenberg);
– Suas observações criam o observado (Spencer
Brown);
– O mundo não é descoberto pelo observador,
mas inventado.
Pesquisa empírica
• Compreensão observadora (do outro)
significa para um observador sistémico ver
como um outro sistema maneja a diferença
entre sistema e ambiente.
– Ele compreende um outro sistema a partir das
relações deste com o seu ambiente.
– A observação se volta para o processo de
comunicação e para as estruturas que o
orientam.
Questionamentos
– Como é que comunicação produz conexões?
– Que é que comunicação faz com o tema?
– Como comunicação produz causalidades?
– Como comunicação produz problemas?
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supra-indivídual?

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Observação como elemento construtor e regulador de sistemas

  • 1. Observação • como elemento construtor e regulador de sistemas • por G. Stockinger
  • 2. Observar, denominar, distinguir • Observar: denominar um fénomeno e distinguí-lo, assim, de outros fenômenos • Simultaneamente com a distinção se produz uma denominação • Não há denominação sem uma distinção na qual se baseia, e vice-versa • Observar, denominar e distinguir formam um círculo regulador • Observar = forma de distinguir
  • 3. A distinçâo tem dois lados – Lado Y: a denominação („mulher“) – Lado X:discriminação („homem nâo!“) – Um dos lados é sempre excluido – A distinção usa „homens“ como objetos de discriminação para a denominação de „mulheres“. – Distinguir é cíclico: homens em distinção a mulheres, por sua vez em distinção a homens.
  • 4. Observação: elemento regulador? – Observação tem lugar em: – Sistemas técnicos (autômatos), Circulo regulador – biológicos (céluas, corpos), metabolismo regulador – neuropsicológicos (cérebros, células), rede neuronal reguladora – psíquicos (consciência), pensamento – sociais (comuncação), sentido regulador
  • 5. Formas Observação acontece – quando sistemas discriminam e reagem a suas próprias discriminações („discernir“). – quando pensamentos fixam algo e o distinguem de outro pensamento menos fixo („distinguir“) – Social: quando compreensão é produzida por um ato de informação. („compreender“).
  • 6. Selecionar – Observar: tres níveis de selecionar – emoções seletivas: „o volume do ciúme“ – percepção seletiva: „olhando só aquilo“ – memória seletiva: „poxa, me esqueci!“ – Observadores escolhem interesses em certos aspectos, negligenciando outros. – Esta escolha já é uma pré-seletiva
  • 7. Observar: distorções – Observadores fornecem descrições incompletas, distorcidas pelo observador: – Ele troca facilmente as medidas do seu julgamento, – Sobrevaloriza primeiras impressões, – Completa lacunas, – Aplana contradições, – Cria ordem e sentido, onde antes nâo existia, – Tudo isso dependendo do seu estar (motivações). – A observação como método sabe disso (?).
  • 8. Distingir é uma aventura – Observadores denominam o mundo com distinções diferentes, dependendo do ponto de vista. Isso é certo. O certo é isso. – Distinções não são observáveis no momento de sua aplicação. Elas sâo observadas só depois, atravês de outras distinções. – Fazer distinções é sempre uma aventura: sâo feitas de forma ingênua, cega, ignorante. Só depois se sabe o grau de ingenuidade, cegueira e ignorância aplicadas.
  • 9. O „ponto cego“ (blind spot) – Cada observação tem seu “ponto cego" (blind spot): ela não pode ver a si própria. Ela é ingênua (genuina) – Mas ela pode ser observada com outras observações, elas mesmas com pontos cegos – O observador tem a sua visão de mundo graças à sua cegueira. – "Não me tirem meu ponto cego, por favor!“ – „O maior cego é aquele que nâo quer enxergar“
  • 10. Observaçâo de segunda ordem – Ao observar o observador, a distinção anterior - quem observa, quem é observado - entra em colapso, e com ele o observador de 1a. Ordem. – Ela é distinta da observaçâo de primeira ordem: ela percebe a si própria como um primeira – o distinguido reentra na distinção atual. re-entry – a „ingenuidade“ está rompida, mas nâo totalmente: sempre há também a primeira enesima vez. („Hoje é a primeira vez que lhes vejo de 4a. vez“)
  • 11. O medium “sentido“ • O observador utiliza para suas operações um medium (meio)que coloca um • „espaço semântico“ criativo à disposição para suas operações de observação. • Sistemas socias e sistemas de consciência usam para sua autopoises o meio "sentido“ • Eles têm acesso ao mundo apenas por esta via. („Se nâo tiver sentido, nâo interessa“)
  • 12. Realidade construida em autopoiesis • O observador opera no medium "sentido" que ele mesmo constroi. No decorrer desta construção ele mesmo de distingue dela. • O sistema cria sua propria área de operação que ele denomina de „realidade“ (autopoiesis) • Essa pode-lhe parecer completamente externa, denominando-a de „circunstâncias“ • A observação de 2a. Ordem revela esta construção de um „mundo próprio“
  • 13. Autopoiese: aspectos I • 1. Nãda „existe“, tudo se move (reproduz). • 2. O processo de (re)produção ocorre num medium (em sistemas sociais: sentido). • 3. Para um sistema se reproduzir, necessita de estruturas ... • ...que fornecem possibilidades de conexão (em sistemas de sentido: expectativas).
  • 14. Autopoiese: aspectos II • 4. Operações conectam com operações. Surge sistema que se delimita, nas suas operaçôes, do resto do mundo (se diferencia do seu ambiente). • 5. Um sistema autopoiético é autônomo. • Ele trata sua experiência com lingagem operativa própria. • O que vem de fora é transformado para ser compatível como modus operandi do sistema. (p.e. imagens em palavras)
  • 15. Autopoiesis e decisâo – Por causa do seu fechamento operacional e operação autoreferencial, os sistemas agem em contato consigo próprio. – Eles imaginam um exterior, ignorando que se trata de uma construção interna – A complexidade força os sistemas a agirem seletivamente. – Por isso tomam decisões em situações indefinidas.
  • 16. Contato externo: acoplamento • Ele ocorre em certos pontos onde o sistema é receptível para irritações • Um sistema coloca a outro sua estrutura à disposiçâo, transformada em uma operação própria do sistema receptor. • A autopoiese precisa da estimulação de fora, traduzida para um código próprio.
  • 17. Acomplamento estrutural entre indivíduo e sociedade • O sistema psícico põe à disposição do sistema social o seu conjunto de operações e seus resultados; • O sistema social usa esta estrutura sem precisar reproduzir as operações de consciência, próprias ao sistema psíquico. • E vice- versa: o enuncidado (ss) passa a ser o pensado (sp). Um círculo se move.
  • 18. Consequências métodicas • A compreensão clássica do método ... – ... pressupõe ordem externa ou mundo comum, existente antes de qualquer percepção ou ação. – Assim, a „objetividade“ foi procurada a ser ancorada nalguma instância externa, „destino“, „deusas/deuses“, ou em „terapia/consultoria“. – A teoria sistêmica, a cibernética de 2a. ordem e o construtivismo, ao retirar estas âncoras externas, dispôe de âncoras internas.
  • 19. Instância externa eliminada – Na forma sistémica de validação não há mais uma instância externa, independente, e não há mais nenhum critério que distinga entre válido ou não, verdadeiros ou não, corretos ou nâo. – Todos os critérios de verdadeiro ou correto ou válido são produzidos relativos ao sistema. Eles ficam dependentes de observação, e por isso ficam contingentes.
  • 20. Diferença entre métodos pré- construtivistas e construtivistas – Na visão pré-construtivista o problema consistia na descrição a mais exata possível da realidade. – A meta era levar a realidade e sua descrição a uma relação de correspondência. – Para tal, a observação de 1a. ordem é suficiente. – Ela pensa encontrar o mundo imediatamente, ignora portanto o esforço de construção do observador.
  • 21. Construtivismo – Métodos não construtivistas se esforçam por objetividade. – Métodos construtivisatas colocam em jogo o observador de 2a. ordem. A ação metodológica ganha um dimensão reflexiva. – O observador 2a. ordem vê como é que ele produz seu ponto de vista. – Ele já não pode atribui-lo ao „mundo“, mas à sua própria escolha .
  • 22. Da Intersubjetividade para a comunicação I – Fechamento operacional impede intersubjetividade. – Atores não dispõem de uma realidade comum e/ou objetiva para classificar seus contatos. – Tal "realidade" tem de ser generada com sistemas de descrição próprios,... – ... sem a garantia que funcionem também em outros sistemas de descrição.
  • 23. Da intersubjetividade para a comunicação II – Intersubjetividade pressupõe um pré- entendimento dos parceiros interagentes – Comunicação revela as condições precárias deste entendimento (de coisas, processos, argumentos, comportamentos etc.), e as torna assim controláveis metodologicamente. – A comunicação produz sua própria compreensão conectando-se a outras comunicações, no tempo e no espaço.
  • 24. Autocontrole metodológico: produzir o externo internamente – Comunicação revela o que intersubjetividade esconde: o controle metdológico começa com autocontrole: – O ator/observador tenta "compreender" dados e sinais que o outro produz em palavras e atos. – A interpretação de "irritações" externas se baseia nas suas operações internas – Ele tem de produzir o externo internamente!
  • 25. Observar cientificamente – Nas ciências, a observação vale como um método empírico, ao lado do experimento. – Há observação aberta e coberta, – participante e não participante, – sistemática e não sistemática, – em situações naturais e artificiais, – autoobservação e observação alheia.
  • 26. O modelo „buraco-da-fechadura“ – O observador pensa operar fora da área observada por ele. – Ele tenta observar os fenômenos diretamente e imediatamente. – Ele se esforça de minimizar a sua influência em cima do fenômeno, – Ele tenta limpar seu observar de influências "subjetivas", ganhando "objetividade".
  • 27. O modelo participativo – O observador é parte daquilo que ele observa. – Sua observação não é absoluta, mas relativa ao seu ponto de vista (Einstein); – Suas observações influenciam o observado (Heisenberg); – Suas observações criam o observado (Spencer Brown); – O mundo não é descoberto pelo observador, mas inventado.
  • 28. Pesquisa empírica • Compreensão observadora (do outro) significa para um observador sistémico ver como um outro sistema maneja a diferença entre sistema e ambiente. – Ele compreende um outro sistema a partir das relações deste com o seu ambiente. – A observação se volta para o processo de comunicação e para as estruturas que o orientam.
  • 29. Questionamentos – Como é que comunicação produz conexões? – Que é que comunicação faz com o tema? – Como comunicação produz causalidades? – Como comunicação produz problemas? – Como ela resolve problemas? – Como ela se relaciona com pessoas? – Como compreender comunicações à nível supra-indivídual?