1. VENTILAÇÃO MECÂNICA
Universidade do Estado do Pará
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
Curso de Fisioterapia
Disciplina Fisioterapia em UTI
Msc. Fábio Falcão
fabiofalcao29@yahoo.com.br
2. O que é a VM?
É uma forma de manter a oxigenação ou a ventilação
dos pctes de maneira artificial até que estes tenham
capacidade de reassumir sua própria respiração.
Método de suporte p/ o tto de pctes c/ IRA ou IRC
agudizada
3. Reverter a hipoxemia e/ou ac. resp. associada a hipercapnia;
Aliviar o desconforto respiratório;
Reverter ou evitar a fadiga muscular respiratória;
Prevenir ou reverter atelectasias;
Permitir a aplicação de terapêuticas específicas como a
sedação e/ou bloqueio neuromuscular;
Outros.
Em que casos se utiliza a VM?
4. Classificação da VM
1. Invasiva:
Utiliza-se uma prótese introduzida na VA
Tubo orotraqueal (TOT) – mais comum
Tubo nasotraqueal - menos comum
Cânula de traqueostomia - TQT
5.
6.
7. Classificação da VM (cont ...)
2. Não invasiva:
Utiliza-se máscara como interface entre o pcte e o
ventilador
PS! Nas duas situações, a ventilação artificial é
conseguida com a aplicação de P+ nas VA’s.
8.
9. Cuff
Manguito localizado ao redor do TOT ou TQT.
Se encaixa (molda) a forma da traqueia, vedando o
espaço entre a parede da traqueia e a prótese
ventilatória.
É insuflado/desinsuflado através do balão-piloto.
10.
11. Previne vazamento de gás e aspiração do conteúdo
orofaríngeo
A função primordial não é manter o posicionamento da
prótese ventilatória (Isto é um erro!), mas manter a
ventilação (inspiração/expiração) somente pela prótese.
Pintrapulmonar>Pexterna: P+ tende a ir para o local de menor pressão
(exterior), o que não ocorre devido ao cuff.
Valor: ± 18 a 22 mmHg
Cuff (cont ...)
12. ↑pressão VA proximal (P+) → ∆P entre as VA’s e o alvéolo →
movimento ar p/ dentro dos pulmões
Cuff (cont ...)
↑P
↓P
∆P
14. Impressão clínica:
Situações de urgência qdo o risco de vida não permite boa
avaliação da função respiratória - reanimação devido parada
cardiorrespiratória, TCE, IAM, Intoxicação, IR devido
pneumopatia, etc...
PS: A VM é aplicada em várias situações clínicas em que o
paciente desenvolve IR, sendo incapaz de manter valores
adequados de O2 e CO2 sanguíneos.
Indicações da VM (cont ...)
15. Parâmetros ventilatórios
Pressão inspiratória (Pinsp);
Pressão positiva ao final da expiração (Peep);
Tempo inspiratório (Ti) e expiratório (Te);
Volume corrente (VT);
Fluxo inspiratório;
Frequência respiratória (FR);
Fração inspirada de oxigênio (FiO2);
Sensibilidade.
18. Concentração de O2 administrado pelo ventilador em
uma mistura de gás, podendo variar de 21% a 100%
Início: valores próximos a 100%
Posteriormente: ↓ baseado na gasometria objetivando
FiO2<0,5 p/ evitar danos relacionados ao O2.
Administração necessária p/ manter:
SpO2>90% e PaO2: 60-100mmHg
FiO2
19.
20. Volume de ar oferecido ao pcte durante a inspiração
Pode ser calculado através do peso do pcte:
6 a 8 ml/kg
Ajustes subsequentes devem ser baseados na PaCO2
PS: Volume minuto = FR x VT
VT
21. Pressão utilizada p/ enviar o gás p/ dentro dos pulmões
Utilizada p/ expandir /reexpandir os pulmões
Relacionada com o VT e deve estar preferencialmente ↓40 cmH2O
Pinsp muito baixa → hipoventilação
Pinsp muito alta → hiperventilação → barotrauma e volutrauma
Dças que cursam c/ ↑ complacência podem aceitar níveis de Pinsp mais
elevados (ex: obesos, distensão abdominal, ...)
Asma/DPOC/hipersecreção no TOT podem aumentar a Pinsp devido ao
↑ Raw VA’s
Pinsp
22. É uma pressão positiva (supra atmosférica) aplicada pelo
ventilador ao final da expiração
Usada p/ evitar, minimizar ou reverter colapsos alveolares
Valor comumente usado: 5 cmH2O (peep fisiológica),
porém pode ser aumentado para melhorar a oxigenação.
Peep mto ↓ → atelectrauma
Peep mto ↑ → hiperinsuflação pulmonar
Peep
23. É o período de tempo que será enviada a pressão aos pulmões,
portanto, o tempo necessário p/ que haja a insuflação de ar às VA’s
VT = Φ x Ti
Deve ser ajustado conforme a idade:
Neonato: 0,5s
Pediatria: 0,8s a 1,0s
Adulto: 1,0s a 1,5s
Ti mto curto → hipoventilação → hipercapnia.
Ti mto longo → hiperventilação → hipocapnia.
Ti
24. É o tempo utilizado p/ realizar a saída do ar dos pulmões.
Te= 60 / fr - Ti
Não é definido diretamente no aparelho
Depende do ajuste do Ti (ou do φ) e da FR
Te mto ↓→ esvaziamento pulmonar incompleto →
aprisionamento aéreo → autopeep → ↑ pressão alveolar →
alterações hemodinâmicas
Te
25. Nº ciclos respiratórios (insp + exp) realizados em 1 min.
Inicialmente: 8 a 12irpm
Posteriormente: ajuste de acordo com PaCO2 e pH desejáveis
FR mto alta (↑20 irpm) → aprisionamento aéreo (↓Te) →
auto Peep → ↑Palveolar → alts. hemodinâmicas.
FR mais baixas tendem a ser mais fisiológicas e favorecem o
desmame da VM
FR
26. É consequência do ajuste do Ti e Te, sendo mais fisiológico 1:2, 1:3.
Fisiologicamente: inspiração<expiração
Durante a VM, a I:E dependerá do VT, FR, φinsp e do Ti
Pctes c/ obstrução do φexpiratório e hiperinsuflação:
I:E < 1:3 → ↑ tempo de exalação
Pctes hipoxêmicos:
I:E próximas 1:1 → ↑tempo troca alveolocapilar → ↑ oxigenação
Pctes c/ síndrome hipoxêmica grave: relação I:E = 3:1
Ti:Te
27. Velocidade com q o gás é administrado pelo ventilador durante
a inspiração.
Na modalidade controlada, determinará:
a) Como a pressão atingirá as VA’s
Baixo Φ → elevação gradual das pressões alveolares → ↓Pinsp nas
VA’s , sendo mais fisiológico
Altos Φ → eleva a pressão alveolar rapidamente → ↑Pinsp nas VA’s
→ Lesa mais os pulmões, porém pode ser eficaz p/ reduzir a hipoxemia
Fluxo
28. b) A velocidade com que o VT será ofertado
↑φ →↓Ti → ↓I:E
↓φ →↑Ti →↑I:E
40 a 60 l/min é, em geral, suficiente, mantendo-se a Pinsp<40 cmH2O.
Nas modalidades assistidas deve-se considerar também a
demanda ventilatória do paciente
Φ insuficiente → desconforto e ↑ trabalho respiratório ao pcte
Nesse caso o φ necessitará ser maior, ≈ 60 e 90 l/min
Fluxo (cont ...)
29. Na modalidade controlada a volume, pode ser:
Onda de fluxo quadrada
Onda de fluxo desacelerada - menor pico de pressão nas VA’s e
melhor distribuição da ventilação
Ondas de fluxo
30. É o parâmetro que determina a intensidade do esforço
inspiratório necessário p/ “disparar o ventilador”
O sistema de disparo pode ser :
Por pressão : -0,5 a -2,0 cmH2O.
A fluxo: 4 a 5 L/min
Sensibilidade
31.
32. 1. Inspiratória:
Válvula inspiratória JÁ aberta → ventilador insufla ar aos pulmões
2. Ciclagem:
Transição entre a fase inspiratória e a fase expiratória
3. Expiratória:
Fechamento da válvula inspiratória
Abertura da válvula expiratória → exalação de ar dos pulmões
4. Disparo (mudança da fase expiratória p/ a inspiratória):
Abertura da válvula inspiratória, iniciando nova fase inspiratória
Ciclo ventilatório
33.
34.
35. Abertura da valv insp
(vent. e/ou pcte).
Válv. insp. já aberta
Insuflação ar
Fechamento valv. insp.
Abertura valv. exp.
Saída do ar.
36. A qtdade de ar entregue ao pcte pode ser disparado pelo:
Tempo: o ventilador determina o início da inspiração por um
critério de tempo, estipulado através do comando da FR. Nesse
caso o pcte “não tem drive respiratório”. Ex: Pcte sedado.
Pressão ou fluxo: O início da inspiração é ativado pela alteração
de pressão (cmH2O) ou de fluxo (l/min) que o pcte realiza. Nesse
caso deve ser feito o ajuste do parâmetro “sensibilidade”.
Ciclo ventilatório, Disparo (cont ...)
37. Modalidades da VM
A VM invasiva pode ser utilizada em 03 modalidades
principais de funcionamento:
I. Assistido/Controlada – A/C
II. Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada – SIMV
III. Ventilação com Pressão de Suporte - PSV
38. Modalidades da VM (cont...)
Estão relacionadas:
À forma de interação entre o pcte e o ventilador (grau de
participação de cada um na ventilação):
À forma pela qual o ciclo ventilatório é iniciado e mantido
Iniciado pelo pcte ou pelo ventilador? Mantido somente pelo
ventilador? ou será que o ventilador somente o auxilia? Iniciado
e mantido pelo pcte? , etc ...
40. I. Assisto/Controlada:
Os ciclos ventilatórios são disparados, mantidos e
finalizados pelo ventilador (ciclos mandatórios)
Qdo o disparo ocorre pelo tempo → modo controlado
Qdo o disparo ocorre pelo pcte (vence a sensibilidade - volume ou
fluxo) → modo assistido controlado.
Modalidades da VM (cont...)
41. 1. Controlada a volume:
O disparo ocorre de acordo com a FR pré-estabelecida:
Ex: FR=12 irpm .... disparo a cada 5 segs
O disparo ocorre exclusivamente por tempo
A transição entre a insp. e a exp. (ciclagem) ocorre qdo se
atinge o volume inspiratório pré-estabelecido (VT), fazendo
com que a expiração se inicie.
Ciclado a volume
Modalidades da VM (cont...)
42. Ajuste do ventilador:
a) Adequação da modalidade:
A/C + tipo de fluxo
b) Adequação dos parâmetros:
VT
φ inspiratório
FR
Peep
FiO2
Modalidades da VM (cont...)
43.
44.
45. Utilizada nas situações onde não ocorre esforço do pcte:
Lesões SNC , analgesia rigorosa, cirurgia importante, ...
Complicações:
Fraqueza muscular respiratória (tempo prolongado de VM).
Distúrbio ácido-base (acidose/alcalose ), já que o controle
ventilatório é totalmente realizado pelo profissional.
Modalidades da VM (cont...)
46. 2. Controlada a pressão:
O disparo continua pré determinado de acordo com a FR:
Ex: FR=12 irpm .... disparo a cada 5 segs
O disparo ocorre tb exclusivamente por tempo
Entretanto, a ciclagem agora acontece de acordo com o Ti
pré estabelecido, ou seja, qdo se atinge o Ti ajustado no
ventilador, a expiração se inicia.
Modalidades da VM (cont...)
47. Ajuste do ventilador:
a) Adequação da modalidade:
A/C
b) Adequação dos parâmetros:
Ti
Pinsp
FR
Peep
FiO2
48.
49.
50. 3. Assisto/Controlada a volume:
Os ciclos ocorrem conforme o esforço do pcte ultrapasse a
sensibilidade
O pcte desencadeia um ciclo ventilatório com os mesmos parâmetros
do aparelho, exceto a FR que é determinada pela FR do pcte + FR
ventilador.
Caso o pcte não atinja o valor pré-determinado de sensibilidade para
disparar o aparelho, este manterá ciclos ventilatórios de acordo com
a FR mínima indicada pelo fisioterapeuta.
Modalidades da VM (cont...)
51. Ajuste do ventilador:
a) Adequação da modalidade:
A/C + tipo de fluxo
b) Adequação dos parâmetros:
VT
φ inspiratório
FR
Sensibilidade
Peep
FiO2
Modalidades da VM (cont...)
54. Indicações:
Situações onde o pcte possua esforço inspiratório normal, porém uma
musculatura ineficiente, que não é capaz de realizar todo o trabalho
respiratório p/ manter ventilação adequada
Ajuste da sensibilidade deve estar adequado p/ evitar:
Sobrecarga ventilatória/fadiga
Autodisparos e assincronia
Desvantagem:
Possibilidade de hiperventilação (dor, fatores neurológicos, et) →
alcalose respiratória
Modalidades da VM (cont...)
55. 4. Assisto/Controlada a pressão:
Os ciclos ocorrem conforme o esforço do pcte ultrapasse a
sensibilidade
A FR pode variar de acordo com o disparo decorrente do esforço
inspiratório do pcte.
Caso o pcte não atinja o valor pré-determinado de sensibilidade para
disparar o aparelho, este manterá ciclos ventilatórios de acordo com
a FR mínima indicada pelo operador
Modalidades da VM (cont...)
56. Ajuste do ventilador:
a) Adequação da modalidade:
A/C
b) Adequação dos parâmetros:
Ti
Pinsp
FR
Sensibilidade
Peep
FiO2
Modalidades da VM (cont...)
62. II. SIMV
O ventilador oferece ciclos mandatórios a uma FR pré-determinada
e também permite que ciclos espontâneos (disparados e ciclados
pelo pcte) ocorram entre eles.
Os ciclos mandatórios ocorrem em sincronia com o esforço do pcte
(P- ou φ+ realizado pelo pcte). Mas se o pcte não disparar o ciclo,
ainda assim será disparado pelo ventilador.
Modalidades da VM (cont ...)
64. 1. SIMV com volume controlado
Ajuste do ventilador:
a) Adequação da modalidade:
SIMV/PSV/CPAP
b) Adequação dos parâmetros:
VT
Φ
FR
Sensibilidade – p/ a ocorrência do disparo do ventilador pelo pcte
Peep
FiO2
Modalidades da VM (cont ...)
65.
66. Se houver uma apnéia, o próximo ciclo será disparado por tempo até que retornem
as incursões inspiratórias do pcte
Modalidades da VM (cont ...)
67. Pode-se fixar também uma PS p/ que o ventilador auxilie o ciclo espontâneo do
pcte: SIMV + PS
Modalidades da VM (cont ...)
68.
69. 2. SIMV com pressão controlada:
Ajuste do ventilador:
a) Adequação da modalidade:
SIMV/PSV/CPAP
b) Adequação dos parâmetros:
Ti
Pinsp
FR
Sensibilidade
PS – Caso o Fst deseje ventilar no modo SIMV + PS
Peep
FiO2
Modalidades da VM (cont ...)
70.
71. Se houver uma apnéia, o próximo ciclo será disparado por tempo até que
retornem as incursões inspiratórias do pcte
Modalidades da VM (cont ...)
72. Pode-se fixar também a PS para que o ventilador auxilie o ciclo espontâneo do
pcte: SIMV + PS
Modalidades da VM (cont ...)
76. III. PSV
Todos os ciclos ventilatórios são espontâneos, ou seja, disparados
e ciclados pelo pcte.
O ventilador assiste o pcte através de uma P+ pré-determinada
(pressão de suporte) durante a inspiração
O pcte controla a FR, o Ti e, dessa forma, o volume de ar inspirado
O VT depende :
Esforço inspiratório
Da PS pré-estabelecida
Da mecânica do sistema respiratório
Modalidades da VM (cont ...)
82. CPAP
A ventilação espontânea não é assistida pelo ventilador por meio
de uma PS. Nesse caso, o ventilador mantém somente uma P+
durante todo o ciclo respiratório, tanto na insp. qto na exp.
O ventilador permite que o pcte ventile espontaneamente e
fornece somente uma pressurização contínua tanto na insp. qto
na exp.
O VT depende :
Do esforço inspiratório do pcte
Das condições da mecânica respiratória do pulmão e da parede torácica.
Modalidades da VM (cont ...)