1. O PORTFÓLIO
Volume 1, edição 1 15/01/2011
UNIVERSIDADE
DO ESTADO DA
Estágio Supervisionado II
BAHIA-UNEB
Portfólio apresentado
ao curso de graduação
em Ciências Biológicas
da Universidade do Es-
tado da Bahia, DCET,
Nesta edição: Campus II – Alagoi-
nhas, como um dos pré
INTRODUÇÃO 2 -requisitos da disciplina
Estágio Supervisionado
II, sob a regência da
Condições gerais 4
Professora Cláudia Re-
gina Teixeira de Souza.
O perfil dos alunos 6
Perfil da professora 7
regente
Gestão na sala de 8
aula
Resultados obtidos 12
Considerações fi- 13
nais
Distribuição gratuita
Alagoinhas-BA Fevereiro de
2011
Matérias especiais: Editor: Eula Paula R. dos Santos
Supervisão editorial: Claúdia
Piadas Regina T. de Souza
Cruzadinhas Editor de arte: Eula Paula R. dos
Santos
Caça-palavras Revisão: Claúdia Regina T. de
Souza
Horóscopo
Redatora: Eula Paula R.
Charges
Poesias
Referências
2. Página 2 O PORTFÓLIO
INTRODUÇÃO
O estágio é um procedimento senvolver um trabalho consciente, de O Parecer número 21, de
didático que tem como objetivo princi- acordo com a realidade e a potenciali- 2001, do Conselho Nacional de Edu-
pal colocar o futuro profissional de dade da turma, visando colocar em cação, define o Estágio Curricular co-
educação em contato direto com a prática os conhecimentos ou princí- mo um “tempo de aprendizagem que,
sala de aula,sendo de fundamental pios metodológicos adquiridos ao lon- através de um período de permanên-
importância para aquisição de experi- go da vida acadêmica, estimulando o cia, alguém se demora em algum lu-
ência da realidade. Estas observações pensamento reflexivo, bem como per- gar ou ofício para aprender a prática
contribuirão para que, ao assumir futu- mitindo a ligação entre a teoria e a do mesmo e depois poder exercer
ramente uma sala de aula possa de- prática. uma profissão ou ofício.
Assim o estágio supõe uma Dessa forma, podemos afir- aprendizado, a relação aluno/
relação pedagógica entre alguém que mar que o portfólio nos permite explo- professor e também analisar a nossa
já é um profissional reconhecido em rar nossas competências, além de atuação como professor. Sob essa
um ambiente institucional de trabalho contribuir no desenvolvimento de uma perspectiva, Ceia (2001) afirma que
e um aluno estagiário [...] é o momen- atitude reflexiva sobre nossas estraté- este deve representar um olhar auto-
to de efetivar um processo de ensino/ gias utilizadas em sala para facilitar o crítico sobre aquilo que ensinou, sobre
aprendizagem que, tornar-se-á con- os métodos de ensino que utilizou e
creto e autônomo quando da profissio- O portfólio nos permite explorar sobre o processo de avaliação a que
nossas competências.
nalização deste estagiário.” se sujeitou.
Assim o autor propõe a elabo- tar a sua formação, as suas práticas - Analisar diferentes materiais e recur-
ração deste documento desejando pedagógicas, a sua relação com os sos para a utilização didática;
que o mesmo reflita a sua história, os alunos e verificar sua evolução como
-Debater como foram tratados os con-
seus avanços, as suas reflexões, ava- docente‖ (Bernardes, C. e Miranda, F.;
teúdos ;
liações e reformulações, se necessá- 2003) .
-Avaliar como se deu a interação
rias. Em suma, o portfólio “ é um uten-
O presente trabalho teve co-
estagiário, professor regente e os alu-
sílio que serve para representar o seu
mo objetivos:
nos ;
autor em termos profissionais e que
- Discutir sobre o trabalho feito na es-
- Identificar mudanças no processo
permite reagrupar, organizar, apresen-
cola ;
educativo e fazer pedagógicos durante
3. Volume 1, edição 1 Página 3
o estágio;
rem utilizadas em sala, bem como da Este estágio foi muito gratificante e
- Refletir sobre o componente estágio;
execução das aulas. Onde foram ana- marcante, talvez até pelo perfil dos
- Afirmar a opção profissional;
lisados o perfil da escola, dos alunos e alunos, não tive nenhuma dificuldade
- Deixar mensagens construtivas para do professor regente, observando os de relacionamento muito menos na
o curso e companheiros biodocentes. aspectos positivos e as possíveis difi- execução das minhas aulas. Todas as
O estágio dividiu-se em duas etapas: culdades a serem enfrentadas, objeti- semanas eu ficava sempre ansiosa
observação e regência. Sendo que a vando sempre criar estratégias que pra chegar o dia de ir para a escola.
primeira foi de fundamental importân- facilitassem o aprendizado dos estu- Esta foi uma das melhores experiên-
cia para a construção ou planejamento dantes. cias da minha vida. Através dela per-
da metodologia e das técnicas a se- cebi que o professor não precisa ser
distante dos seus alunos e que nós Para Freire (1996, burocrático, racionalista, ne-
influenciamos e participamos nas es- p.73) o professor autoritário, o nhum deles passa pelos alunos
colhas e opiniões dos mesmos, por- professor licencioso, o profes- sem deixar sua
tanto, exercemos um papel nobre e sor competente, sério, o profes- marca.
importante na formação do caráter sor incompetente, irresponsá- “A afetividade
não se acha
destes cidadãos. Ou seja, é pratica- vel, o professor amoroso da
excluída da
mente impossível convivermos com vida e das gentes, o professor cognoscibilidade.”
Paulo Freire
eles e não deixarmos nenhuma mar- mal-amado, sempre com raiva
ca, nenhuma característica pessoal. do mundo e das pessoas, frio,
―Não é certo, sobretu- obviamente permitir é que mi- que tenha por ele.‖ (FREIRE,
do do ponto de vista democráti- nha afetividade interfira no 1996, p.159-60)
co, que serei tão melhor profes- cumprimento ético de meu de-
Mediante a análise aqui em-
sor quanto mais severo, mais ver de professor no exercício
preendida, o estágio pode ser pensa-
frio, mais distante e ―cinzento‖ de minha autoridade. Não pos-
do, por um lado, enquanto experiência
me ponha nas minhas relações so condicionar a avaliação do
de trabalho uma vez que provoca re-
com os alunos [...] A afetividade trabalho escolar de um aluno
flexões referentes às profissões, em
não se acha excluída da cog- ao maior ou menor bem querer
geral, como o domínio, a criatividade,
noscibilidade. O que não posso
a identidade, a personalidade e a críti-
4. Página 4 O PORTFÓLIO
crítica (Tardif,2007); e por outro, como
espaço para produção de saberes ex-
perienciados, (Tardif, 2002, p.54).
Condições gerais da escola e planejamento do projeto pedagógico
O Colégio Estadual de Alagoi- escola é composta por um diretor e sala de professores com banheiro,
nhas, está localizado na Praça Alcindo dois vice-diretores um no turno ves- uma cozinha, uma secretaria, apenas
Camargo s/n Centro, na modalidade pertino e outro no noturno. dois minúsculos banheiros, não possui
de ensino EJA Fundamental e Médio, biblioteca, cantina, área de lazer, labo-
A escola possui oito salas de
com oitocentos e quinze alunos. A ratório, auditório, sala de informática,
aula todas contendo TV pendrive, uma
nem área coberta. Apenas possui uma mento básico, ruas asfaltadas, trans- organizada. Porém, é perceptível as
área com alguns bancos aonde os porte público com excelente acesso, dificuldades encontradas na realiza-
alunos se socializam nos intervalos. policiamento. ção de atividades dinâmicas, devido a
falta de recursos da mesma.
A comunidade de entorno Observou-se também que,
desta unidade escolar é composta apesar da escola ser pequena, é bem O que nos deixou restritos a
basicamente por comerciantes, pois a TV pendrive, ao uso do DVD e a ativi-
mesma localiza-se em bairro comerci- dades práticas mais simples, como,
“A escola, apesar de ser pequena é
al, no centro da cidade com excelente por exemplo, confecção de jogos e
bastante organizada”.
infra-estrutura, boa iluminação, sanea- cartazes.
por exemplo, confecção de jogos e curei levar para a sala muitas imagens merados. Isto ocasionava outro pro-
cartazes. Isso sem falar na grande para que os alunos pudessem ter no- blema, visto que as salas já eram mui-
dificuldade de utilização da TV pendri- ções dos assuntos, pudessem ter uma to quentes, a temperatura aumentava
ve, que cada dia apresentava um de- compreensão maior, até porque eles ainda mais, o que causava muita in-
feito diferente. O que dificultou e muito também não possuem livros. quietação.
na execução dos planos de aula.
Também tive dificuldades na Eu percebi que se tivéssemos
Esta falta de recursos dificul- realização das práticas devido ao ta- um espaço físico melhor e maior dis-
tou e bastante a realização de um es- manho da sala que, sendo muito pe- pondo, por exemplo, de bibliotecas,
tágio de excelência. Com isso, eu pro- quena, deixava os grupos muito aglo- sala de informática, laboratórios tería-
5. Volume 1, edição 1 Página 5
mos aulas criativas e dinâmicas, o que aula,biblioteca, laboratório e outros físicos, é notadamente um elemento
ocasionaria uma maior aprendizagem meios de apoio didático podem influir da sala de aula que influi circunstanci-
pelos estudantes. Portanto, ―a estru- no desempenho dos educadores e almente no desempenho, segurança,
tura física é de grande importância dos alunos. O ambiente físico, como conforto e no comportamento dos alu-
para o ensino aprendizado, pois, iluminação, ruídos, temperatura, venti- nos. Afirmam que as condições ambi-
quanto mais conforto o aluno adquirir lação, e uso de cores influenciam no entais afetam diretamente o desenvol-
melhor será o seu rendimento psíqui- conforto físico e psicológico e, portan- vimento da tarefa e em muitos casos
co, intelectual, social e até futuramen- to, no rendimento do ensino. são responsáveis pelo baixo rendi-
te econômico” (Dumont, 2009). mento dos estudantes, além de gerar
Moro (2005) entre outros au-
desconforto e futuramente problemas
Segundo Iida (2003) o projeto tores, considera que o mobiliário esco-
de postura.
adequado dos mobiliários, salas de lar, juntamente com outros fatores
Segundo Miranda (2010) a de estratégias para ligar o conteúdo Quanto ao livro didático não
escola deve oferecer recursos como aplicado em sala de aula com o dia-a- me recomendaram nenhum, apenas
laboratórios, matérias didáticas e nor- dia, tornando o ambiente escolar um foram estipulados
mas disciplinares para que o professor lugar prazeroso, pois o professor que os assuntos da
“A estrutura
(profissional que tem um contato dire- possui domínio de conteúdo e conse- unidade a qual física é de
grande
to com o aluno) possa promover aulas gue interagir o seu conhecimento com nos propomos
importância para
mais agradáveis e esse deve estar a realidade do seu aluno torna as suas atuar, e tivemos o ensino
aprendizado “
sempre atento às mudanças e inova- aulas mais interessantes e os alunos total liberdade Dumont
ções na educação, sempre em busca passam a ter mais confiança. quanto à escolha
do material a ser utilizado. O que para co, J. Laurence da editora Nova Gera-
mim foi muito positivo, por nos permitir ção. Porém, procurei sempre fazer
descobrir na prática a importância da uso de outras fontes e/ou obras didáti-
escolha de um excelente livro didático, cas.
com uma linguagem clara e concisa,
que facilitasse o processo de ensino/
aprendizagem.
Então, decidi trabalhar com o
livro: Biologia-Ensino Médio, vol. Úni-
6. Página 6 O PORTFÓLIO
O perfil dos alunos
A turma por mim escolhida foi ção para Jovens e Adultos (EJA) é urbana. Sendo que a maioria são tra-
a do 3º ano do EJA (Educação de Jo- uma forma de ensino da rede pública balhadores, donas de casa, jovens
vens e Adultos), Eixo VII, turma VI, no Brasil, com o objetivo de desenvol- buscando espaço no mercado de tra-
composta por trinta alunos, porém ver o ensino fundamental e médio com balho e adultos (senhores e senhoras)
com freqüência entre dez a vinte por qualidade, para as pessoas que não que retomaram seus estudos. Obser-
aula. Esta unidade escolar atende possuem idade escolar e oportunida- va-se também que um grande número
uma clientela diversificada de alunos, de. já tem filhos, companheiros, porém
são jovens e adultos, com distorção ainda vivem na casa dos pais, ou mo-
Estes alunos são oriundos da
série/idade nos três turnos. A Educa- ram de aluguel, sendo que muitos
zona rural e de bairros pobres da zona
trabalham no comércio. O esporte obtidas através de trabalhos e ativida- bastante dessa forma de avaliação,
preferido por unanimidade é o futebol, des em sala de aula. Mas, ainda as- porque os alunos se mostram mais
já em termos culturais, não freqüen- sim, alguns ainda são reprovados por motivados e interessados e procuram
tam teatro ou cinema, gostam de fes- faltarem muito às aulas e, consequen- aprender e não memorizar os conteú-
tas de ruas e tem preferência por esti- temente, não fazerem as atividades dos para passar nos testes e provas.
los musicais distintos: reggae, hip hop, avaliativas. Eu, particularmente, gostei
“Praticame nte tod os eles a present am d eficiê ncia n a leitura e na escrit a”
Praticamente todos eles apre-
pagode, axé, funk, rap, arrocha...
sentam deficiência na leitura e na es-
Os alunos não são avaliados crita, o que dificulta e muito no proces-
com testes ou provas, suas notas são so ensino-aprendizagem, pois muitas
escrita, o que dificulta e muito no pro- fatores estes que contribuíram para a mesmos apresentaram estas deficiên-
cesso ensino-aprendizagem, pois mui- dificuldade de apresentar ou ensinar cias é porque estes problemas não
tas vezes, tivemos que ―baixar o ní- todos os assuntos estipulados para a foram solucionados desde o início,
vel‖, literalmente, para que eles pu- IV unidade. . Tudo isso me fez perce- foram passando de professor pra pro-
dessem compreender os assuntos. ber no quanto estar defasado o siste- fessor e nenhum, pelo que se nota, se
Outra dificuldade encontrada foi à ma público de educação e o quanto os preocupou se os seus alunos estavam
grande evasão escolar (devido ao fato professores são responsáveis pela aprendendo ou tendo um ensino de
de muitos serem trabalhadores), e a formação tanto intelectual quanto do qualidade.
enorme quantidade de aulas vagas, caráter dos alunos. Visto que se os
7. Volume 1, edição 1 Página 7
Como disse César Coll "Tão sempre participativos, curiosos e ávi-
importante quanto o que se ensina e dos a aprenderem. Procuravam sem-
se aprende é como se ensina e como pre correlacionar os assuntos com su-
se aprende". Pois, como é que pode as vivências e curiosidades do dia-a-
um aluno chegar no seu último ano e dia. O que, pra mim, foi muito positivo
sair da escola sem ao menos ter para mantê-los sempre atentos na sa-
aprendido a ler e a escrever correta- la.
mente?!?
Porém, apesar das dificulda-
des apresentadas pelos mesmos, em
todas as aulas eles se mostravam
O perfil da professora regente
A professora regente da disci- contrário, estava sempre solícita e apenas quando
plina é licenciada em Ciências Biológi- sempre presente na escola. solicitada. Me
“Alguns
cas, e participou ativamente de todo o senti literalmente professores não
Notei que ela é uma pessoa
tinham respeito
processo de estágio, estando presente uma professora
muito organizada, dinâmica e amada pelo estagiário.
em todas as aulas, e me auxiliando regente. Senti isso na
pelos seus alunos. Me deixou super a
pele”
quando necessário. Não tive nenhuma
vontade nas aulas, não interferindo,
dificuldade com a mesma, muito pelo
Porém, notei que, na escola, dois controles funcionavam, então, aula, e os alunos estavam terminando
alguns professores não tinham qual- fiquei esperando o controle retornar de confeccionar os cartazes do jornal
quer respeito pelo estagiário. Senti para que eu pudesse terminar a aula e do meio ambiente (visto que esta nem
isso na pele, duas vezes. Na primeira realizar uma atividade avaliativa com seria a nossa última aula, mas como
estava utilizando a TV pendrive e já os alunos sobre o assunto explanado, os outros professores disseram que
estava na metade dos slides, quando porém a aula acabou e o controle não não viria na que verdadeiramente se-
uma professora pediu o controle da retornou. Tive que concluir o assunto ria a última, tivemos que adiantar),
TV emprestado e disse que devolveria e a fazer a atividade na outra aula. Na para apresentar a turma e adquirir sua
rapidamente, já que na escola apenas segunda vez, estava no último dia de última nota. Quando de repente entrou
8. Página 8 O PORTFÓLIO
uma professora de outra matéria, que dar as notas dos mesmos e encerrar a
daria aula nos últimos horários, sendo matéria. Os alunos ficaram chocados
que depois da minha aula era o inter- com a falta de respeito da mesma, por
valo e só depois que era a hora dela. saberem que a minha aula não tinha
Ela então perguntou se os alunos es- acabado ainda, eu ainda estava na
tavam tendo aula vaga, quando me viu sala e eles estavam terminando o tra-
falou:‖Ah agora é aula da professora balho que eu havia passado. Eu fiquei
tal‖. Saiu da sala e depois retornou e tão assustada quanto eles e como
começou a fazer a chamada, solicitar estava no meu último dia, preferir ficar
dos alunos o trabalho que ela tinha calada, não dizer nada.
passado na aula anterior para poder
Gestão na sala de aula
Esta fase do estágio foi um nou observar, participar e conviver perceber que é preciso desenvolver
momento de crescimento, onde pude com a realidade do sistema educacio- novas técnicas, competências e habili-
vivenciar, como futura professora, nal nas escolas públicas, onde pude dades no ensino em geral, e, principal-
uma experiência profissional aplicando mente da área a qual me proponho
o conhecimento teórico adquirido ao “Uma das maiores dificuldades é atuar, para facilitarmos o aprendizado
longo do curso de graduação na área manter o aluno motivado na sala de dos alunos e manter acesa em suas
aula”
de Biologia. O estágio me proporcio- mentes e corações a chama do co-
conhecimento, o desejo de aprender processo de construção do conheci- cia passamos a desenvolver e assumir
cada vez mais. mento. Cada dia que se passa aumen- a responsabilidade pela direção de
Nos dias de hoje, uma das ta a responsabilidade do professor em atividades em sala de aula, de manei-
maiores dificuldades é manter o aluno relação a este longo processo. Ensi- ra independente. Dessa forma, passa-
motivado na sala, é evitar que muitos nar, com qualidade é o nosso desafio. mos a construir a nossa identidade
desistam ou não fiquem filando aula, é Diferente da etapa de obser- como profissionais, descobrindo se
fazer com que os mesmos deixem de vação, realizada no dia 15/09/10, aon- temos ou não afinidade com esta pro-
serem sujeitos passivos e passem a de somos apenas espectadores do fissão e se, mesmo diante das dificul-
ser ativos, participando ativamente do que ocorre na sala de aula, na regên- dades que surgirão, conseguiremos
9. Volume 1, edição 1 Página 9
manter o desejo de desempenharmos à maioria dos alunos apresentarem aula, o que restringiu um pouco o nos-
o nosso papel com qualidade, procu- faixa etária entre vinte e mais de qua- so tempo de aula.
rando fazer sempre o melhor. renta anos, e por serem pessoas res- Na segunda semana as úni-
Na primeira semana de re- ponsáveis que já possuem família, cas dificuldades encontradas foram na
gência, que se iniciou no dia 13/10/10, percebi o quanto eles respeitam e até utilização da TV pendrive, onde não
estava muito ansiosa para saber como admiram o professor. Porém, apesar consegui visualizar os slides, apesar
iria me comportar na sala e como os dessa excelente recepção tive dificul- de estes estarem salvos no formato
alunos se relacionariam comigo. Pra dade em seguir a risca o plano de aula correto e também quanto à freqüência
começar, tive logo empatia pela turma pré-estabelecido. Por causa da quanti- dos alunos, o que me obrigou a fazer
e notei que meu estágio nesta unidade dade de aulas vagas e também da revisão do assunto dado, o que nova-
de ensino seria bem tranqüilo. Devido enorme participação dos alunos na mente contribuiu para o atraso na exe-
novamente contribuiu para o atraso na dade e também pude observar através
execução do planejamento pedagógi- desta dinâmica o quanto eles tinham
co. Porém, quanto à turma, estavam absorvido e aprendido nas semanas
sempre participativos e tranqüilos. anteriores.
Na terceira semana realiza- Na quarta semana escolhi um
mos na sala um jogo denominado: filme que achei ser interessante e le-
dominó genético. Sendo esta uma das vei para eles assistirem. O escolhido
melhores aulas, visto que todos parti- foi Gattaca- a experiência genética.
ciparam e gostaram bastante da novi-
Pretendia realizar uma ativi- do uma atividade diferente e infeliz- sa. Até porque recebemos um exce-
dade avaliativa com o mesmo. Mas, mente, por ter escolhido o filme errado lente suporte da mesma, que nos au-
para minha tristeza e decepção, os não consegui o objetivo final, tendo xiliou em tudo, contribuindo na prepa-
alunos odiaram o filme, acharam ente- que cancelar a atividade que seria ração e execução dos planos, dando
diante e não compreenderam a lingua- realizada. Neste mesmo dia, fui obser- dicas de como deixar a aula mais inte-
gem muito rebuscada e científica, re- vada pela professora supervisora, que ressante e nos ajudando a corrigir
sumindo, o filme foi um fracasso total. chegou de surpresa na sala, mas, erros cometidos e a superar eventu-
Fiquei um pouco triste por estar tão ocorreu tudo bem, não tive nenhuma ais dificuldades.
empolgada, já que estaríamos fazen- dificuldade muito menos fiquei nervo-
10. Página 10 O PORTFÓLIO
Na quinta semana a aula foi sora com a promessa de devolver, foram apenas com a quantidade de
bastante produtiva, com grande parti- porém, a aula terminou e o controle aulas vagas e quanto ao funcionamen-
cipação dos alunos contextualizando a não apareceu, o que prejudicou bas- to da TV pendrive, visto que este era
temática abordada com suas vivên- tante o cumprimento do plano de aula. praticamente o único recurso didático
cias. Porém, tive problemas com a TV que nós tínhamos e que nem sempre
Na sexta semana não tive
pendrive, não sendo possível continu- funcionava corretamente.
nenhum problema, conseguir cumprir
ar a visualização dos slides. Visto que,
com o planejado e ainda contei com Segundo Silva et al (2005),
como mencionei anteriormente, o úni-
grande parte dos alunos na aula. esta é uma dificuldade, se não a prin-
co controle da escola que estava fun-
cipal, que leva grande parte dos pro-
Daí por diante as aulas trans-
cionando e que estava sendo usado
fessores a rejeitar o uso de novas tec-
correram tranquilamente, sendo que
por mim foi solicitado por outra profes-
nologias. Uma vez que, seria necessá-
os últimos problemas apresentados
rio capacitar os professores quando fossem subutilizados, sendo quase aonde eles construiriam um jornal que
essas fossem implantadas nas esco- mais um elemento de decoração ou abordasse problemas do meio ambi-
las. E, por outro lado, a formação inici- de uso promocional da instituição es- ente em sua escola, comunidade, no
al, deveria contemplar o uso das colar, tendo pouco uso e se tornando país e no mundo e suas respectivas
TIC’s. rapidamente obsoletos. (Alves & Pret- soluções. Devido à pequena quantida-
to 2008, p. 29-35) de de alunos, a sala foi dividida ape-
A percepção não clara das
O único problema que tive nas em duas equipes, porém uma
razões mais profundas desta relação
com a turma ocorreu no último dia de equipe se empenhou mais que a ou-
educação-tecnologia fez com que,
aula quando foi solicitado um trabalho tra, apresentando o trabalho da forma
muitas vezes, estes equipamentos
que foi solicitada, todo impresso e que os seus componentes trabalha-
com gravuras e bem contextualizado. vam e ainda por cima eram até mais
A outra equipe fez o trabalho escrito e velhos que eles.
ainda por cima terminaram de fazer no Para Mariliana Costa é neces-
dia da apresentação. Justificaram-se sário que o professor faça um planeja-
dizendo não haver tido tempo para mento minucioso do trabalho a ser
fazer o trabalho. Por isso, tiveram sua realizado em grupos para que os alu-
nota reduzida, pois, não poderia agir nos possam ser avaliados de forma
injustamente com a outra equipe, visto justa.
11. Volume 1, edição 1 Página 11
Essa preparação inclui estruturar a contraída possível os assuntos apre- fessores e alunos estabelecem um
atividade e coordená-la para que os sentados. Até porque os mesmos ti- intercambio de conhecimentos experi-
estudantes não atribuam a responsa- nham muitas dificuldades com a lin- ências, onde o aluno é estimulado a
bilidade de realizá-la apenas a um. guagem complicada dos livros. Então, compartilhar e produzir novos conheci-
Para perceber se a troca de informa- posso afirmar que o meu maior desa- mentos.
ções está sendo feita de forma desejá- fio era sempre apresentar os assuntos Leda Barros afirma que a aula
vel, o professor necessita acompanhar de forma que eles pudessem compre- dialógica favorece a compreensão dos
o trabalho e identificar as dificuldades. ender, despertando neles curiosidade, determinantes sociais da educação,
As aulas em sua maioria eram da qual junto comigo eles pudessem porque permite o questionamento; ao
dialógicas expositivas, onde procurava construir a ponte do conhecimento. mesmo tempo em que proporciona a
explanar da forma mais simples e des- Afinal, é através do diálogo que pro- aquisição de conhecimentos, favorece
sua análise crítica, resultando na pro- dora. Para ela, o professor bem forma- ra uma pergunta. Ao perceber uma
dução de novos conhecimentos; elimi- do incentiva a curiosidade do aluno e pergunta mal formulada o papel dele é
na a relação autoritária; valoriza a ex- desenvolve nos mesmos uma atitude ajudar o aluno a
periência e conhecimentos prévios do científica. Para esse professor não refazê-la, pois “É através do
diálogo que
aluno; estimula o pensamento crítico existem perguntas sem sentido ou fora essa atitude é
professores e
dos alunos por meio de questiona- de propósito. O professor que não ―ensinar a fazer‖. alunos
estabelecem um
mentos e problematizações adotando quer bloquear a curiosidade de seus intercâmbio de
a aula expositiva, o professor estará alunos, mas sim incentivar a produção conhecimentos
experiências”
praticando uma educação transforma- do conhecimento, jamais desconside-
Segundo GADOTTI (1999: 2), tou e muito a execução das aulas, calados. Na minha prática foi total-
o educador para pôr em prática o diá- pois, com ela eu conseguir torná-los mente diferente.
logo, não deve colocar-se na posição mais participativos, retirá-los da passi- Sempre procurei também tra-
de detentor do saber, deve antes, co- vidade e envolvê-los com as temáticas balhar com a ferramenta da dúvida,
locar-se na posição de quem não sabe abordadas. Isto me surpreendeu bas- tentando desconstruir o que eles já
tudo, reconhecendo que mesmo um tante, visto que a professora regente sabiam, ou desfazer qualquer conheci-
analfabeto é portador do conhecimen- havia me dito que aquela turma era mento influenciado ou caracterizado
to mais importante: o da vida. excelente, porém, não era participati- por preconceitos e reconstruí-los. Le-
Esta técnica de ensino facili- va, não questionavam, eram muito vando-os a pensar, a criar, a inventar,
12. Página 12 O PORTFÓLIO
afinal de contas, conhecimento não se Edgar Morin (2000) evidencia em nossa prática cotidiana no âmago
ensina, se inventa se constrói. Na rea- que viver no risco e na incerteza é o das sociedades. A vida humana, as-
lidade, o processo de ensino/ grande desafio da condição humana. sim como o conhecimento, é uma
aprendizagem só se torna excelente E a escola deveria preparar o sujeito aventura; uma viagem rumo ao incer-
quando as hierarquias são desfeitas e para conviver com essa dualidade to. Por isso, é importante que a refle-
o processo passa a ser participativo, ambivalente e, ao mesmo tempo, xão esteja sempre ao lado da auto-
onde professor e aluno aprendem e complementar: limite e possibilidade. reflexão, e a crítica, ao lado da auto-
ensinam. Como afirma Alain ”A dúvida Esse exercício de compreensão é ne- crítica, para que os indivíduos se per-
é o sal do espírito, sem uma pitada de cessário para que possamos contribuir cebam também sujeitos. Todos somos
dúvida todos os conhecimentos em no processo de desenvolvimento e construtores do futuro que é incerto.
breve apodreceriam”. mudança na ciência, na pesquisa e
Resultados obtidos
Os resultados foram excelen- ram na média e o restante acima da Através dessa forma de avali-
tes, refletindo o potencial e o aprendi- média. ação, fica muito mais fácil para os alu-
zado dos alunos. Onde, numa turma nos tirarem boas notas e ter um resul-
onde apenas vinte e um permanece- tado final positivo. Sendo que o seu
ram até o fim da IV unidade, apenas desempenho é de total responsabilida-
um foi reprovado, sendo que dois fica- de dos mesmos, pois este deve sem-
pre comparecer a todas as aulas, por-
que todas as atividades feitas são cu- um participante ativo do processo de das potencialidades do aluno, não
mulativas, aqueles que faltam não tem ensino-aprendizagem” (Paulo de Tar- podendo apenas reduzir-se à mera
direito, assim me foi informado pela so, 2007). aplicação de testes no final de cada
regente, a entregar ou fazer a ativida- Bezerra(2004), afirma etapa. Contudo, o que predominou
de no outro dia. “Na EJA deve se pro- que a avaliação, necessariamente, durante muito tempo no meio educaci-
curar avaliar o aluno de uma forma na configura-se como um processo contí- onal foi a redução da avaliação a as-
qual ela possa acompanhar seu pro- nuo e integral. Nela, são observadas pectos técnicos, de medida de apren-
gresso, evidenciando assim seu nível várias evidências como o processo do dizagem, concebida e realizada como
de aprendizagem e tornando o aluno conhecimento e o desenvolvimento se fosse um ato neutro, assumindo
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assumindo apenas a função classifica- Para Hernandes (2007), avali- comentários do professor sobre o seu
tória, que é realizada no final do pro- ar um aluno não é só aplicar provas, é trabalho, ao ver as notas dos exercí-
cesso, ―aprovando‖ ou ―reprovando‖, ver o desenvolvimento de sua aprendi- cios, cada aluno vai fazendo uma auto
―incluindo‖ ou ―excluindo‖ o aluno do zagem, o seu progresso dia-dia. Pois -avaliação espontânea das suas
sistema educacional. Conforme enfati- a aprendizagem permite identificar e aprendizagens.
za LUCKESI (1996) e CANEN (1997, compreender as etapas que os consti-
1998 e 1999), algumas idéias estariam tuem, analisar e compreender os erros
na base do tipo de concepção que cometidos e os sucessos alcançados.
reduz a avaliação a uma simples clas-
E trabalhar na EJA é diferen-
sificação.
te, pois a verdade é que ao ouvir os
Considerações finais
O estágio é um momento de que compõe o currículo, ou seja, é a escolar. Segundo ela a prática per-
fundamental importância no processo exteriorização do aprendizado acadê- mitirá uma nova visão da problemá-
de formação profissional. Constituindo- mico fora dos limites da faculdade. tica, principalmente das escolas
se em um treinamento que possibilita Para Doranice (2008) é importante públicas. Sob essa ótica podemos
colocarmos em prática tudo aquilo que esclarecer que o estágio supervisio- dizer que o professor possivelmente
aprendemos ao longo do curso, bem nado contribui para o desenvolvimen- poderá contribuir na mudança po-
como integrar os conhecimentos ad- to do professor permitindo que ele dendo fazer diferença na transfor-
quiridos nas disciplinas que compõe o vivencie experiências do cotidiano mação da educação escolar.
Pimenta e Lima (2004) ressal- sional da prática docente. tância de analisar o conjunto professo-
tam que o estágio tem que ser visto Por outro lado destaca alguns fatores res - alunos - escola (a pesquisa) e a
como uma oportunidade de formação que devem ser observados pelo esta- inserção da escola no contexto sócio-
contínua, um momento de atualização giário como: contexto em que a escola econômico e cultural ao qual está in-
da prática pedagógica. Neste sentido está inserida bem como sua dinâmica, serida, percebendo assim os limites
o professor assume o papel ativo e a necessidade de ver o estágio como da sua atuação naquele espaço esco-
isto exige um confronto com a realida- uma oportunidade de aprendizagem lar.
de, estando aberto a mudanças objeti- entre os experientes e os que estão
Não basta saber somente a
vando o crescimento pessoal e profis- chegando. Destaca também a impor-
teoria, ou boa parte dos conteúdos,
14. Página 14 O PORTFÓLIO
mas, também, é preciso que a forma- exercício da profissão ao qual preten- eu posso intervir positivamente no
ção se dê por meio ―de leituras, de do seguir, caracterizando-se como um ambiente escolar.
realização de projetos, de trocas de objeto de estudo e reflexão. Permitin-
Atualmente acredita-se que a
experiências, de investigações sobre a do-me compreender que educação é
autonomia profissional do professor se
própria prática, de reflexões sobre ―uma ação pedagógica que traz contri-
forma a partir da reflexão sobre a sua
experiências passadas e presentes, buições para que o educando encon-
prática pedagógica e sobre os contex-
como aluno, no contato com outras tre possibilidades de atingir um objeti-
tos nos quais ela está inserida. Nessa
pessoas (pais, alunos), com o mun- vo determinado, ou seja, uma aprendi-
perspectiva, se dá a formação do pro-
do‖ (REIS e FIORENTINI, 2007, p. 4). zagem com significado‖ (JANUARIO,
fessor prático-reflexivo (NÓVOA et al,
2008, p. 8). Isto me fez enxergar as
Portanto, o estágio contribuiu 1997), ou seja, daquele professor que
inúmeras possibilidades com as quais
para descobrir minhas aptidões no refletindo sobre sua própria prática,
constrói um saber oriundo da assumir pela primeira vez a sua identi- inclusão civilizatória, com a produção
sua experiência cotidiana, o qual acre- dade profissional e sentir na pele o conjunta de significados em sala de
dita-se que seja o fundamento de sua compromisso com o aluno, com sua aula, com a democracia, com o senti-
competência profissional (TARDIF, família, com sua comunidade com a do de profissionalismo que implique
2002, p. 21). instituição escolar, que representa sua competência - fazer bem o que lhe
compete. (ANDRADE, 2005, p. 2).
É, portanto, o Estágio, uma
importante parte integradora do currí- Para mim ficou claro a impor-
“O estágio é uma parte integradora
culo, a parte em que o licenciando vai do currículo” tância e influência que exercemos
sobre os alunos e o quanto sociedade. Sendo que o professor
cada vez mais é necessário buscar- deve procurar se motivar a cada dia
mos estratégias que os motivem e os para efetuar seu papel com qualidade
incentivem a permanecerem no cami- e excelência. Como afirma Ward, ―O
nho do conhecimento. Tendo consci- professor medíocre descreve, o pro-
ência de que a escola é um ambiente fessor bom explica, o professor ótimo
de formação do caráter e forjamento demonstra e o professor fora de série
de personalidade. Portanto, é um tra- inspira”.
balho de suma importância para a
15. Volume 1, edição 1 Página 15
Piadas
A professora do Joãozinho estava A professora para a Mariazinha:
dando aula de Educação Religiosa e - Mariazinha, me diga 3 partes do cor-
perguntou a classe: po que comecem com a letra D.
Quem quer ir pro céu levanta a mão? - Hummmm.... Dedo, Dente... e
Aí todo mundo levantou a mão menos huummm... Dentina!
o Joãozinho. - Muito bem, vai levar uma nota que
A professora estranhou e perguntou começa com D também!
ao Joãozinho: - Dez! Oba!
Joãozinho por que você não quer ir E virando-se para o Joãozinho:
pro céu? - Joãozinho, agora me diga 3 partes
Aí o Joãozinho respondeu: do corpo que comecem com a letra Z.
Não professora é que a minha mãe - Zóio, Zouvido e Zoreia, fessora!
disse que é pra mim ir direto para ca- - Vai levar uma nota que começa com
sa. Z também!
- Um zoito? Oba!
Joãozinho chega muito animado do O pai pergunta à filha: Na aula de religião a professora per-
primeiro dia de aula na escola e diz — Filha, você acha que sua professo- gunta para o Joãozinho:
para a mãe: ra desconfia que eu estou te ajudando — Joãozinho, quem foi a primeira mu-
— Manhê! Hoje a professora ensinou a fazer a lição de casa? lher?
pra gente qual é a mão direita! E o garoto res-
Acho que sim, pai. Ela até já me disse
— Muito bem. Mostre ela para a ma- ponde:
que você deveria voltar pra escola!
mãe. — Pô, professo-
Joãozinho, orgulhoso, mostra a mão ra, eu não vou
para a mãe. falar da minha
— Ótimo! Parabéns! Agora, me mos- vida sexual na
tre a mão esquerda! Na sala de aula, o professor pergunta: frente de todo
— Ah, isso ela vai ensinar só amanhã! — Quem é o autor grego da frase "Só mundo, né?
sei que nada sei"?
E o Joãozinho responde:— É o Lula,
professor... Eu só não sabia que ele
era grego...
A professora da primeira série levou sua
turma para a delegacia, para que eles
soubessem um pouco do trabalho dos
policiais.
Joãozinho viu cartazes com a foto dos
bandidos mais procurados. Ficou olhan-
do por alguns segundos até que apon-
tou para um deles e perguntou:
– Esse bandido é perigoso?
– É sim! – respondeu o policial – Os
investigadores estão procurando por ele
há mais de oito meses!
– Como vocês são burros! – disse o
garoto.
– Er, desculpe – disse o oficial, embara-
çado – O que você disse, rapaz?
– Que vocês são burros... Poxa... Por
que não prenderam o ladrão quando
tiraram essa foto dele?
16. Página 16 O PORTFÓLIO
Cruzadinhas e caça-palavras
17. Volume 1, edição 1 Página 17
Horóscopo
Áries ainda que conhecer dele; talvez esteja
Somente uma boa educação conse- enxergando com os olhos da saudade.
gue expor ao mundo o melhor de uma Toda inteligência resulta de um terço
pessoa; jamais se locuplete de oportu- de instinto, um terço de memória, e
nidade em que ela estiver ausente. No um terço de força de vontade; é a so-
amor, para sempre é um tempo exa- ma indispensável. Capacidade.
gerado, pois o tempo não para; é so- Gêmeos
mente pela saudade que a vida se faz O que há de mais importante na edu-
lenta de vez em quando. Lembre-se cação de real valor é que, por causa
de que ser inteligente é saber aceitar dela, os horizontes se agigantam; e
o que está ao seu redor de maneira assim, desejos e necessidades se
sutil e respeitosa. Perspicácia. integram. Em relação aos assuntos
Touro afetivos, quando sentimos saudades
Depois que muito daquilo que se de certos momentos da nossa vida, na
aprendeu for esquecido, nos restará a verdade a sentimos de certas pessoas
boa educação que tivemos; ser educa- que estavam lá. Saiba que jamais
do é ser sábio. O mundo não é tão existirá inteligência sem bondade.
pequeno quanto você pensa, há muito Simplicidade.
Câncer mesmo que seja descoberto. A boa gir maturidade, tudo que se ouve e vê
Viver em sintonia com o universo exi- educação indubitavelmente acaba precisa ser filtrado pela inteligência.
ge crescimento constante, e isso só se revelando o sábio adormecido que Franqueza.
alcança com educação e consciência; existe em nós, acredite. Em se tratan- Libra
tudo mais é adereço. Se permitir que do de envolvimento amoroso, aceite a Cada pessoa é exatamente o que sua
seu coração siga desocupado, prepa- saudade que sente; faz parte de sua educação fez dela, com certas imposi-
re-se para vê-lo passar os dias se ali- vida interior. Emoção. ções genéticas e espirituais, mas es-
mentando de com saudades. Saber Virgem tas sempre poderão ser moldadas. O
compreender tudo o que acontece na Só se engana sobre o valor da educa- impressionante sobre a dupla inteli-
vida sem se revoltar ou se autopunir é ção quem nunca se confrontou com gência e cortesia é que, mesmo que
sinônimo de grande inteligência. Au- pessoas que vivem num mundo de isso raramente aconteça, nem sempre
tenticidade. ignorância; depois de conhecê-las, é elas andam de mãos dadas. No relaci-
Leão impossível desacreditar nisso. Quem onamento afetivo, de vez em quando
Ninguém deve ser considerado tolo sente saudades deve saber que é um acontece uma saudade sem medida
pelo simples fato de conseguir disfar- sentimento que nasce muito mais da dele mesmo em outras fases. Lem-
çar certos equívocos que comete; ao sensibilidade do que da razão; é obje- brança.
contrário, este é um ato inteligente, to instalado no coração. Para se atin-
Escorpião senças e ocasiões. O grande gesto mais a compreensão do mundo em
Cada pessoa se torna para os seus dos realmente inteligentes é saber que estamos inseridos só se conse-
pais e para o mundo uma recompensa ouvir com atenção, mais do que que- gue com boa educação. Sobre o amor
ou um castigo, tudo depende da edu- rer ser ouvido. Satisfação. e sua sobrevivência, sem que haja um
cação que recebe; é daí que vêm di- Capricórnio pouco de saudade ela acaba indo em-
versas outras verdades universais. Se Um bloco de mármore pode nada sig- bora, não sobrevive. Sutileza.
o coração é a terra do amor, a sauda- nificar até que um artista o esculpa Peixes
de é a casinha da memória, uma ca- com maestria; é como funciona a boa Mesmo que se tenha ciência de que a
baninha construída em algum canto educação para a alma das pessoas. A educação sozinha não transforma o
desse terreno fecundo. Circunstância. saudade geralmente acontece aos universo, a verdade é que nada se
Sagitário corações que souberam amar e apre- modifica sem que ela esteja presente;
Em vez de dar tanta importância para ciar os bons momentos vividos; aos é pré-requisito para descobertas es-
o conhecimento dos fatos históricos, indiferentes e avesso a isso, ela se- senciais. Quando o coração se enche
com suas datas e heróis, o melhor a quer cumprimenta. Motivação. da presença de quem está ausenta,
fazer em educação é dar ênfase aos Aquário isso se chama de saudades; aceite-a
verdadeiros valores. Se o coração tem Todos precisamos nos instruir, formar com naturalidade, mas não se deixe
memória, ela se chama saudade; é a bons hábitos de raciocínio e de clare- levar por ela. Inteligência é saber re-
forma de sentir falta de amores, pre- za de objetivos na vida; tudo isso, começar. Serenidade.
19. Volume 1, edição 1 Página 19
Poesia: A árvore do saber
Autora: Dayanne
Era uma vez uma árvore, que Os frutos são os alunos.
Produzia o seu próprio alimento, A semente é o aprendiz de cada um.
E passou a ensinar os seus frutos, Os nutrientes são os ensinamentos,
A produzirem o deles para E o alimento é o conhecimento
Terem o seu próprio sustento. Fornecido pelo educador.
Alguns não queriam
Assim é a missão do professor,
Aproveitar os nutrientes,
Além de ensinar a ler e escrever,
Outros aproveitavam tudo,
Ele ensina o aluno a se educar,
O que a árvore lhes fornecia,
E fortaleciam as suas sementes. Porque somos os mestres do saber.
O fruto que não quer amadurecer
Simplesmente ele apodrece,
E aquele que vai ficando maduro,
Ele cresce e se transforma
Numa árvore chamada mestre.
OBS: Moral do texto.
A árvore é o professor.
Quem é o professor?
Autora: Marinalva da Silva
O professor é aquele que ensina; É aquele que está diariamente plane- sente-se forte para continuar buscan-
É aquele que o conteúdo domina; jando novas estratégias de ensino; do o reconhecimento de sua profissão;
É aquele que educa sem nada exigir; É aquele que ministra sua aula com Afinal, ele tem nas mãos o poder da
É aquele que se doa ao trabalho; paciência e seriedade; transformação.
É aquele que pensa no futuro de seu É aquele que mesmo não sendo valo-
aluno; rizado desempenha o seu trabalho
É aquele que se preocupa com o grau com responsabilidade;
de aprendizagem da turma; É aquele que forma cidadãos com
O professor é aquele que se sente dignidade;
feliz com o sucesso do seu educando; O professor é aquele que luta por
É aquele que está sempre procurando igualdade;
descobrir novos talentos; É aquele que, apesar dos descasos,
20. UNIVERSIDADE DO
ESTADO DA BAHIA-
Departamento de Ciências Exatas e
da Terra—DCET
Campus II
“É pela educação que mo
Rodovia Alagoinhas/Salvador, ldamos a socie-
Br 110 Km03 dade futura, portanto qu
ando definimos
como e o que ensinar estam
Contatos: os a fazer a
projecção das nossas expe
(75) 3422-4888 ctativas mais
profundas sobre a huma
nidade. E essas
ideias são emanadas da no
ssa autocríti-
ca, da avaliação que fazem
os dos nossos
pecados sociais e vícios,
sendo, portan-
to, um terreno fértil para
que cresça um
certo puritanismo. “
Bernardo Moura
Referências
PIMENTA, Selma garrido e LIMA, Ma-
ria Socorro Lucena Lima. Estágio e
MORIN, Edgar.Os Sete Saberes ne- IIDA, I. Ergonomia: projeto e produ-
Docência. São Paulo: Editora Cortez,
cessários à Educação do Futuro. ção. São Paulo: Editora Edgard Blü-
2004.
São Paulo/Brasília, Cortez/UNESCO, cher Ltda., reimpressão, 2003.
2000
Bernardes, C. e Miranda, F. (2003).
Portfolio: uma Escola de Competên-
MORO, A. R. P. Ergonomia da sala
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de aula: constrangimentos postu-
fluência da estrutura física no ensi-
rais impostos pelo mobiliário esco-
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TARDIF, Maurice. Saberes Docentes
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www.webartigos.com > Acesso em: 16
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