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                   Fabiana Rocha

  IV Seminário de Avaliação de Políticas Públicas e
    Qualidade do Gasto, Porto Alegre, 05 e 06 de
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Financiamento da saúde
Médici (2011):
1)Não existem grandes discrepâncias entre o Brasil e
  outros países quanto a magnitude do gasto per
  capita em saúde e do gasto público per capita em
  saúde, considerando-se os níveis de renda per capita.
2) Não existem diferenças também com relação aos
  resultados alcançados (medidos pelo número médio
  de anos vividos em boas condições de saúde) dado o
  nível de gasto com saúde.
Diagnóstico de parte do governo e da
sociedade: gasta-se pouco em saúde.
Necessidade de ampliar o gasto
público a fim de garantir um sistema
universal de saúde adequado.
Histórico
• Financiamento do SUS com base no OSS
• Começo dos anos 90: uma das propostas consistia na
  especialização das fontes de financiamento
  Previdência Social - contribuição sobre a folha de salários
  Assistência social – contribuição para o investimento social
  Saúde – contribuição sobre o lucro líquido
• Na prática não funcionou: gastos com a previdência deixavam
  a saúde sem recursos.
Histórico
• 1993: criação do IPMF fez com que o setor
  saúde passasse a ter uma fonte mais estável
  de financiamento.
• 1996: a CPMF passa a ser a principal fonte de
  recursos para a saúde.
  Em 2002: os gastos federais tiveram como
  fontes de recursos a CPMF (41%), a CSLL
  (26%), a COFINS (15%) e outras fontes
  orçamentárias (18%).
Histórico
• 2007: extinção da CPMF.
• Aumento das alíquotas do IOF e da CSLL mais
  desempenho da economia fizeram com que a
  alocação de recursos para a saúde em 2008 fosse
  maior do que em 2007.
• Problema atual: regulamentação da Emenda
  Constitucional no. 29
Eficiência

• Solução não passa pelo aumento de recursos
  públicos para a saúde.
• Necessidade de garantir que os recursos
  existentes sejam gastos de forma eficiente.
• Alcançar os mesmos resultados com níveis mais
  baixos de gasto ou aumentar o valor do dinheiro
  (melhores resultados com o mesmo nível de
  gasto).
Importância
• Mensurar o tamanho do desperdício e dimensionar o impacto
  em termos de alívio de restrição orçamentária que uma
  melhora na gestão pode trazer. Possibilidade de atender as
  demandas na área sem que haja acréscimo na carga
  tributária.
• Conhecer os determinantes da ineficiência é fundamental
  para fornecer conselhos de política, em particular em áreas
  específicas.
• Alterações no modelo de federalismo fiscal de modo a
  melhorar a gestão e a responsabilidade fiscal.
  Conceder transferências adicionais a municípios mais
  eficientes (Mendes et alli., 2009).
Exemplo

 Miranda (2006): avalia o desperdício na execução
orçamentária dos municípios brasileiros Tomando o setor
público como um todo, é estimado um desperdício de 50,6
bilhões de reais quando o modelo com retornos constantes de
escala é considerado, o que representa impressionantes
70,5% da despesa orçamentária, e de 34 bilhões quando o
modelo com retornos de escala variáveis é avaliado.
Eficiência e efetividade
• Eficiência: relaciona insumos e produtos.
• Efetividade: relaciona o insumo ou o produto aos
  objetivos finais a serem alcançados (resultado).
  Mostra o sucesso no uso de recursos em alcançar o
  objetivo fixado.
• Dificuldade de isolar.
• Influência de fatores ambientais.
• Ausência de uma relação insumo-produto clara.
Fatores ambientais



    Insumo              Eficiência      Produto           Efetividade
                                                                        Resultado




Recursos monetários e
   não monetários
Insumos
• Monetários e não monetários (físicos).
• Difícil obter informação sobre todos os custos de
  insumos, particularmente num nível desagregado.
• Custos indiretos e aumento da taxação associadas
  com um aumento nos gastos públicos.
• Alternativa majoritariamente escolhida: considerar o
  gasto público alocado à produção de um serviço
  público particular (saúde, educação,infra-estrutura)
  como insumo.
Produtos
• O valor de mercado não é conhecido.
• Usar indicadores de desempenho.
• O monitoramento do desempenho das
  atividades do setor público tem
  melhorado os dados de produto.
Evidência empírica
Dois grupos:
1) Perspectiva global, levando em conta que os governos locais
    oferecem uma ampla variedade de serviços.
   Afonso et al. (2005): Desempenho do setor público como um
    todo: administração (corrupção, burocracia, qualidade do
    judiciário e economia subterrânea), educação ( número de
    matrículas e resultados em exames), saúde (mortalidade
    infantil e expectativa de vida), etc...
2) Avaliação da eficiência na provisão de um serviço específico.
Indicadores compostos

• Em geral são sub-produtos da mensuração de
  ineficiência.
• A escolha de sub-indicadores é altamente
  subjetiva.
• A decisão sobre a ponderação de cada sub-
  indicador não é tarefa simples.
  Alternativa: dar pesos alternativos aos sub-
  indicadores e verificar a sensibilidade dos
  resultados.
Mensuração

• Índices e indicadores de desempenho
Inglaterra avalia mudanças na produtividade do seu setor
   público com base em indicadores calculados como a razão
   entre o produto real e o insumo real.
Útil para medir mudanças na produtividade ao longo do tempo,
   mas não inclui informação sobre os melhores resultados
   possíveis que são o ponto central da análise de eficiência.
• Conceito de fronteira eficiente (fronteira de possibilidade de
   produção).
Premissa teórica
• Função de produção, função custo ou função lucro
  representam um ideal, a quantidade máxima de
  produto possível de ser obtida dado um conjunto de
  insumos, o custo mínimo de produzir aquele produto
  dados os preços dos insumos ou o máximo de lucro
  capaz de ser obtido dados os insumos, os produtos e
  os preços dos insumos.
• Preocupação não é com a média mas com a “melhor
  prática”.
Premissa teórica
• Estimação de fronteiras: exercício de tornar a
  implementação empírica consistente com a
  proposição teórica de que nenhum agente
  observado pode exceder o ideal, ou seja, todas as
  observações devem se situar dentro do extremo
  teórico.
• Mensuração de (in)eficiência: estimação empírica da
  extensão pela qual os agentes falham em alcançar o
  ideal teórico.
Técnicas para calcular ou estimar o formato da fronteira
                      de eficiência

  Não paramétricas ou paramétricas

  Principal diferença: as fronteiras paramétricas
  requerem a definição ex-ante da forma
  funcional da fronteira de eficiência.
Abordagem não paramétrica
• Constrói uma fronteira eficiente usando dados de insumo/produto
  para determinada amostra usando um método de programação
  matemática.
• Vantagens: transparência e facilidade de lidar com múltiplos
  produtos. Não requer hipóteses sobre a forma funcional específica
  da função de produção.
• Desvantagens: resultados tendem a depender muito da composição
  e do tamanho da amostra, assim como da escolha das variáveis de
  insumo e produto. Tende a ser sensível a erros de medida e outliers.
  Qualquer desvio de uma observação da fronteira deve ser atribuído
  a ineficiência.Não há espaço para ruído estatístico ou erro de
  medida no modelo.Problema é ampliado pela ausência de um
  conjunto definido de propriedades estatísticas.
Free Disposable Hull - FDH

• Particularmente adequada para detectar os casos mais óbvios
  de ineficiência na medida em que não é muito demandante
  com relação à mensuração de ineficiência. Para cada
  município classificado como ineficiente, pelo menos um outro
  município com desempenho superior pode ser achado na
  amostra.
• Efficiency by default: ordenamento de eficiência não resulta
  de uma superioridade efetiva mas de falta de informação para
  que comparações pertinentes sejam realizadas.
Data Envelopment Analysis - DEA

• Uso de programação linear para construir uma
  envoltória em torno dos dados.
• Baseado fundamentalmente na comparação
  dos produtores observados uns com os
  outros.
• Necessário assumir a convexidade das
  combinações insumo-produto uma vez que o
  método constrói um envelope em torno das
  combinações observadas.
FDH X DEA

O método DEA tende a atribuir eficiência
a menos países do que o método FDH.
Modelos de fronteira estocástica

• Desvios da fronteira podem não estar completamente sob o
  controle da “firma” sendo estudada.
• Objetivo último é construir uma estimativa para a ineficiência.
• O foco primário, então, não é a função de produção. O
  interesse aparece somente na medida em que uma
  especificação particular (Cobb-Douglas ou translog) impõem
  restrições sobre aspectos técnicos da produção que podem
  distorcer as medidas de eficiência.
• Modelos Cobb-Douglas e translog dominam a literatura
  aplicada de fronteiras estocásticas e a estimação
  econométrica de ineficiência.
DEA e modelos de fronteira estocástica
• Evidência mista sobre as diferenças entre as
  estimativas de ineficiência obtidas com os dois
  métodos.
• O fato de que as duas técnicas não produzem
  o mesmo quadro de ineficiência impõe um
  dilema para os formuladores de política e
  coloca dúvida ambos os métodos.
Como incorporar influências
                exógenas?
• Influências exógenas: fatores que afetam a habilidade das
  unidades produtoras de transformar insumos em produtos,
  mas que não são nem insumos nem produtos.
• Alternativas:
1) Fronteira estocástica (abordagem de um estágio)
2) Abordagem em dois passos: no primeiro estágio escores de
    eficiência são estimados e no segundo estágio esses escores
    de eficiência são regredidos nas influências exógenas.
3) Abordagem em três estágios
Dificuldade
• Influências exógenas podem afetar tanto a
  tecnologia usada para converter insumos em
  produtos quanto a eficiência com que insumos
  são convertidos em produtos.
• Decisão de que variáveis devem ser incluídas
  no primeiro estágio e quais devem ser
  incluídas no segundo estágio é difícil e feita
  caso a caso.
Economias de escala na oferta de serviços
  públicos de saúde: um estudo para os
           municípios paulistas
  Mattos, E., Rocha, F., Novaes, L., Arvate, P.,Orellano, V.
  (2009) , Economia, vol. 10, número 2, maio/agosto
Economias de escala na oferta de serviços públicos de
   saúde: um estudo para os municípios paulistas

Motivação:
Literatura de federalismo fiscal
Bens e serviços públicos devem ser ofertados
   pelo nível de governo mais próximo da
   população.
Questão: oferta pulverizada pode levar a
   significativas perdas de escala.
Dados

• 610 municípios paulistas (95% do total) em 2005.
• FDH
• Indicadores de produto
1) Acesso à rede pública de saúde (acesso ao sistema de saúde):
   Razão entre os residentes mortos em hospitais ou outro
   estabelecimento de saúde, dividido pelos óbitos gerais da
   população municipal, dentro ou fora do sistema.
2) Serviços de prevenção (doenças infecciosas): Número de
   internações per capita devido a doenças infecciosas por local
   de residência.
Estatísticas descritivas
• Acesso ao sistema de saúde em São Paulo é superior
  ao resto do Brasil. Em média 80% dos óbitos no
  estado ocorrem em hospitais ou outras unidades de
  saúde. Para o Brasil 69%.
• Diferença entre médias entre 1995 e 2005
  ascendente tanto para o estado como para o país.
• Taxas de internação por doenças infecciosas em SP
  inferiores ao restante do país, embora a diferença
  venha diminuindo marginalmente nos últimos anos.
Análise dos escores de eficiência


• Regiões administrativas
• PIB per capita municipal
• Classes de tamanho da população
Regiões Administrativas
• Escore do acesso ao sistema de saúde: variação pequena
  entre as regiões, variando entre 30% (Araçatuba) e 10%
  (grande SP).
• Internação por doenças infecciosas: desempenho ruim de
  todas as regiões. Araçatuba, Presidente Prudente, Barretos e
  São José do Rio Preto ineficiência superior a 90%. Grande SP:
  ineficiência de 36%.
• Indicador médio: mais eficientes: grande SP, Registro e São
  José dos Campos; mais ineficientes: Araçatuba, Barretos e
  Presidente Prudente.
Regiões Administrativas
• Acesso ao sistema de saúde apresenta baixa
  ineficiência média, mas com grande variância
  entre as RAs
• Doenças infecciosas: desempenho médio ruim
  em todas as RAs
PIB per capita municipal e população

• Maior eficiência em acesso no terceiro quartil
  de renda. Maior eficiência em prevenção de
  doenças infecciosas no primeiro quartil (mais
  pobre).
• Em geral, municípios mais populosos
  apresentam       escores     mais     elevados.
  Municípios pequenos, principalmente aqueles
  com menos de 5.000 habitantes, apresentam
  baixo grau de eficiência nos gastos com saúde.
Análise econométrica

Abordagem de dois estágios: estimação
dos escores de eficiência (FDH) e
utilização dos escores num segundo
estágio como variável dependente.
Interesse
• Se um município, por ter um número maior de
  habitantes (maior escala nos serviços de
  saúde) apresenta maior eficiência.
• Logaritmo da população, concentração
  populacional e grau de urbanização.
• Sete grupos de controle (demografia, renda,
  saneamento e vacinação, educação, violência,
  clima e ideologia do partido do prefeito).
Resultados

• Um maior número de pessoas no município
  acarreta um aumento na eficiência em saúde.
• Maioria das variáveis de controle que apresentou
  efeito significativo tem o sinal esperado.
Conclusões


• Municípios maiores têm menor despesa per capita
  com saúde e, ao mesmo tempo, oferecem melhores
  condições de acesso ao sistema de saúde para seus
  habitantes.
• Descentralização na gestão pública de saúde pode
  levar à perda de eficiência na oferta de serviços de
  saúde, aumentando os gastos sem melhorar a
  qualidade.
Problemas
• Perda na escala de produção.
• Duplicação ou multiplicação das redes de
  prestação de serviços.
• Tendência à criação de serviços para os
  quais não haverá demanda suficiente.

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Eficiência e produtividade do setor público: o caso da saúde Fabiana Rocha Porto Alegre, 05 e 06 de dezembro de 2011

  • 1. Eficiência e produtividade do setor público: o caso da saúde Fabiana Rocha IV Seminário de Avaliação de Políticas Públicas e Qualidade do Gasto, Porto Alegre, 05 e 06 de dezembro de 2011
  • 2. Financiamento da saúde Médici (2011): 1)Não existem grandes discrepâncias entre o Brasil e outros países quanto a magnitude do gasto per capita em saúde e do gasto público per capita em saúde, considerando-se os níveis de renda per capita. 2) Não existem diferenças também com relação aos resultados alcançados (medidos pelo número médio de anos vividos em boas condições de saúde) dado o nível de gasto com saúde.
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  • 6. Diagnóstico de parte do governo e da sociedade: gasta-se pouco em saúde. Necessidade de ampliar o gasto público a fim de garantir um sistema universal de saúde adequado.
  • 7. Histórico • Financiamento do SUS com base no OSS • Começo dos anos 90: uma das propostas consistia na especialização das fontes de financiamento Previdência Social - contribuição sobre a folha de salários Assistência social – contribuição para o investimento social Saúde – contribuição sobre o lucro líquido • Na prática não funcionou: gastos com a previdência deixavam a saúde sem recursos.
  • 8. Histórico • 1993: criação do IPMF fez com que o setor saúde passasse a ter uma fonte mais estável de financiamento. • 1996: a CPMF passa a ser a principal fonte de recursos para a saúde. Em 2002: os gastos federais tiveram como fontes de recursos a CPMF (41%), a CSLL (26%), a COFINS (15%) e outras fontes orçamentárias (18%).
  • 9. Histórico • 2007: extinção da CPMF. • Aumento das alíquotas do IOF e da CSLL mais desempenho da economia fizeram com que a alocação de recursos para a saúde em 2008 fosse maior do que em 2007. • Problema atual: regulamentação da Emenda Constitucional no. 29
  • 10. Eficiência • Solução não passa pelo aumento de recursos públicos para a saúde. • Necessidade de garantir que os recursos existentes sejam gastos de forma eficiente. • Alcançar os mesmos resultados com níveis mais baixos de gasto ou aumentar o valor do dinheiro (melhores resultados com o mesmo nível de gasto).
  • 11. Importância • Mensurar o tamanho do desperdício e dimensionar o impacto em termos de alívio de restrição orçamentária que uma melhora na gestão pode trazer. Possibilidade de atender as demandas na área sem que haja acréscimo na carga tributária. • Conhecer os determinantes da ineficiência é fundamental para fornecer conselhos de política, em particular em áreas específicas. • Alterações no modelo de federalismo fiscal de modo a melhorar a gestão e a responsabilidade fiscal. Conceder transferências adicionais a municípios mais eficientes (Mendes et alli., 2009).
  • 12. Exemplo Miranda (2006): avalia o desperdício na execução orçamentária dos municípios brasileiros Tomando o setor público como um todo, é estimado um desperdício de 50,6 bilhões de reais quando o modelo com retornos constantes de escala é considerado, o que representa impressionantes 70,5% da despesa orçamentária, e de 34 bilhões quando o modelo com retornos de escala variáveis é avaliado.
  • 13. Eficiência e efetividade • Eficiência: relaciona insumos e produtos. • Efetividade: relaciona o insumo ou o produto aos objetivos finais a serem alcançados (resultado). Mostra o sucesso no uso de recursos em alcançar o objetivo fixado. • Dificuldade de isolar. • Influência de fatores ambientais. • Ausência de uma relação insumo-produto clara.
  • 14. Fatores ambientais Insumo Eficiência Produto Efetividade Resultado Recursos monetários e não monetários
  • 15. Insumos • Monetários e não monetários (físicos). • Difícil obter informação sobre todos os custos de insumos, particularmente num nível desagregado. • Custos indiretos e aumento da taxação associadas com um aumento nos gastos públicos. • Alternativa majoritariamente escolhida: considerar o gasto público alocado à produção de um serviço público particular (saúde, educação,infra-estrutura) como insumo.
  • 16. Produtos • O valor de mercado não é conhecido. • Usar indicadores de desempenho. • O monitoramento do desempenho das atividades do setor público tem melhorado os dados de produto.
  • 17. Evidência empírica Dois grupos: 1) Perspectiva global, levando em conta que os governos locais oferecem uma ampla variedade de serviços. Afonso et al. (2005): Desempenho do setor público como um todo: administração (corrupção, burocracia, qualidade do judiciário e economia subterrânea), educação ( número de matrículas e resultados em exames), saúde (mortalidade infantil e expectativa de vida), etc... 2) Avaliação da eficiência na provisão de um serviço específico.
  • 18. Indicadores compostos • Em geral são sub-produtos da mensuração de ineficiência. • A escolha de sub-indicadores é altamente subjetiva. • A decisão sobre a ponderação de cada sub- indicador não é tarefa simples. Alternativa: dar pesos alternativos aos sub- indicadores e verificar a sensibilidade dos resultados.
  • 19. Mensuração • Índices e indicadores de desempenho Inglaterra avalia mudanças na produtividade do seu setor público com base em indicadores calculados como a razão entre o produto real e o insumo real. Útil para medir mudanças na produtividade ao longo do tempo, mas não inclui informação sobre os melhores resultados possíveis que são o ponto central da análise de eficiência. • Conceito de fronteira eficiente (fronteira de possibilidade de produção).
  • 20. Premissa teórica • Função de produção, função custo ou função lucro representam um ideal, a quantidade máxima de produto possível de ser obtida dado um conjunto de insumos, o custo mínimo de produzir aquele produto dados os preços dos insumos ou o máximo de lucro capaz de ser obtido dados os insumos, os produtos e os preços dos insumos. • Preocupação não é com a média mas com a “melhor prática”.
  • 21. Premissa teórica • Estimação de fronteiras: exercício de tornar a implementação empírica consistente com a proposição teórica de que nenhum agente observado pode exceder o ideal, ou seja, todas as observações devem se situar dentro do extremo teórico. • Mensuração de (in)eficiência: estimação empírica da extensão pela qual os agentes falham em alcançar o ideal teórico.
  • 22. Técnicas para calcular ou estimar o formato da fronteira de eficiência Não paramétricas ou paramétricas Principal diferença: as fronteiras paramétricas requerem a definição ex-ante da forma funcional da fronteira de eficiência.
  • 23. Abordagem não paramétrica • Constrói uma fronteira eficiente usando dados de insumo/produto para determinada amostra usando um método de programação matemática. • Vantagens: transparência e facilidade de lidar com múltiplos produtos. Não requer hipóteses sobre a forma funcional específica da função de produção. • Desvantagens: resultados tendem a depender muito da composição e do tamanho da amostra, assim como da escolha das variáveis de insumo e produto. Tende a ser sensível a erros de medida e outliers. Qualquer desvio de uma observação da fronteira deve ser atribuído a ineficiência.Não há espaço para ruído estatístico ou erro de medida no modelo.Problema é ampliado pela ausência de um conjunto definido de propriedades estatísticas.
  • 24. Free Disposable Hull - FDH • Particularmente adequada para detectar os casos mais óbvios de ineficiência na medida em que não é muito demandante com relação à mensuração de ineficiência. Para cada município classificado como ineficiente, pelo menos um outro município com desempenho superior pode ser achado na amostra. • Efficiency by default: ordenamento de eficiência não resulta de uma superioridade efetiva mas de falta de informação para que comparações pertinentes sejam realizadas.
  • 25. Data Envelopment Analysis - DEA • Uso de programação linear para construir uma envoltória em torno dos dados. • Baseado fundamentalmente na comparação dos produtores observados uns com os outros. • Necessário assumir a convexidade das combinações insumo-produto uma vez que o método constrói um envelope em torno das combinações observadas.
  • 26. FDH X DEA O método DEA tende a atribuir eficiência a menos países do que o método FDH.
  • 27. Modelos de fronteira estocástica • Desvios da fronteira podem não estar completamente sob o controle da “firma” sendo estudada. • Objetivo último é construir uma estimativa para a ineficiência. • O foco primário, então, não é a função de produção. O interesse aparece somente na medida em que uma especificação particular (Cobb-Douglas ou translog) impõem restrições sobre aspectos técnicos da produção que podem distorcer as medidas de eficiência. • Modelos Cobb-Douglas e translog dominam a literatura aplicada de fronteiras estocásticas e a estimação econométrica de ineficiência.
  • 28. DEA e modelos de fronteira estocástica • Evidência mista sobre as diferenças entre as estimativas de ineficiência obtidas com os dois métodos. • O fato de que as duas técnicas não produzem o mesmo quadro de ineficiência impõe um dilema para os formuladores de política e coloca dúvida ambos os métodos.
  • 29. Como incorporar influências exógenas? • Influências exógenas: fatores que afetam a habilidade das unidades produtoras de transformar insumos em produtos, mas que não são nem insumos nem produtos. • Alternativas: 1) Fronteira estocástica (abordagem de um estágio) 2) Abordagem em dois passos: no primeiro estágio escores de eficiência são estimados e no segundo estágio esses escores de eficiência são regredidos nas influências exógenas. 3) Abordagem em três estágios
  • 30. Dificuldade • Influências exógenas podem afetar tanto a tecnologia usada para converter insumos em produtos quanto a eficiência com que insumos são convertidos em produtos. • Decisão de que variáveis devem ser incluídas no primeiro estágio e quais devem ser incluídas no segundo estágio é difícil e feita caso a caso.
  • 31. Economias de escala na oferta de serviços públicos de saúde: um estudo para os municípios paulistas Mattos, E., Rocha, F., Novaes, L., Arvate, P.,Orellano, V. (2009) , Economia, vol. 10, número 2, maio/agosto
  • 32. Economias de escala na oferta de serviços públicos de saúde: um estudo para os municípios paulistas Motivação: Literatura de federalismo fiscal Bens e serviços públicos devem ser ofertados pelo nível de governo mais próximo da população. Questão: oferta pulverizada pode levar a significativas perdas de escala.
  • 33. Dados • 610 municípios paulistas (95% do total) em 2005. • FDH • Indicadores de produto 1) Acesso à rede pública de saúde (acesso ao sistema de saúde): Razão entre os residentes mortos em hospitais ou outro estabelecimento de saúde, dividido pelos óbitos gerais da população municipal, dentro ou fora do sistema. 2) Serviços de prevenção (doenças infecciosas): Número de internações per capita devido a doenças infecciosas por local de residência.
  • 34. Estatísticas descritivas • Acesso ao sistema de saúde em São Paulo é superior ao resto do Brasil. Em média 80% dos óbitos no estado ocorrem em hospitais ou outras unidades de saúde. Para o Brasil 69%. • Diferença entre médias entre 1995 e 2005 ascendente tanto para o estado como para o país. • Taxas de internação por doenças infecciosas em SP inferiores ao restante do país, embora a diferença venha diminuindo marginalmente nos últimos anos.
  • 35. Análise dos escores de eficiência • Regiões administrativas • PIB per capita municipal • Classes de tamanho da população
  • 36. Regiões Administrativas • Escore do acesso ao sistema de saúde: variação pequena entre as regiões, variando entre 30% (Araçatuba) e 10% (grande SP). • Internação por doenças infecciosas: desempenho ruim de todas as regiões. Araçatuba, Presidente Prudente, Barretos e São José do Rio Preto ineficiência superior a 90%. Grande SP: ineficiência de 36%. • Indicador médio: mais eficientes: grande SP, Registro e São José dos Campos; mais ineficientes: Araçatuba, Barretos e Presidente Prudente.
  • 37. Regiões Administrativas • Acesso ao sistema de saúde apresenta baixa ineficiência média, mas com grande variância entre as RAs • Doenças infecciosas: desempenho médio ruim em todas as RAs
  • 38. PIB per capita municipal e população • Maior eficiência em acesso no terceiro quartil de renda. Maior eficiência em prevenção de doenças infecciosas no primeiro quartil (mais pobre). • Em geral, municípios mais populosos apresentam escores mais elevados. Municípios pequenos, principalmente aqueles com menos de 5.000 habitantes, apresentam baixo grau de eficiência nos gastos com saúde.
  • 39. Análise econométrica Abordagem de dois estágios: estimação dos escores de eficiência (FDH) e utilização dos escores num segundo estágio como variável dependente.
  • 40. Interesse • Se um município, por ter um número maior de habitantes (maior escala nos serviços de saúde) apresenta maior eficiência. • Logaritmo da população, concentração populacional e grau de urbanização. • Sete grupos de controle (demografia, renda, saneamento e vacinação, educação, violência, clima e ideologia do partido do prefeito).
  • 41. Resultados • Um maior número de pessoas no município acarreta um aumento na eficiência em saúde. • Maioria das variáveis de controle que apresentou efeito significativo tem o sinal esperado.
  • 42. Conclusões • Municípios maiores têm menor despesa per capita com saúde e, ao mesmo tempo, oferecem melhores condições de acesso ao sistema de saúde para seus habitantes. • Descentralização na gestão pública de saúde pode levar à perda de eficiência na oferta de serviços de saúde, aumentando os gastos sem melhorar a qualidade.
  • 43. Problemas • Perda na escala de produção. • Duplicação ou multiplicação das redes de prestação de serviços. • Tendência à criação de serviços para os quais não haverá demanda suficiente.