O documento discute as memórias e dispositivos de armazenamento em computadores. Explica que a unidade básica de armazenamento é o bit e que vários bits formam um byte. Detalha as principais categorias de memória, incluindo memória volátil como RAM e memória não-volátil como discos rígidos. Discute também unidades de medida como KB, MB e GB.
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AULA UM: HARDWARE I – MEMÓRIAS E DISPOSITIVOS DE
ARMAZENAGEM
Olá a todos.
É um prazer tê-los no início deste nosso curso de informática.
Teremos um longo caminho pela frente, mas que certamente valerá a
pena.
Desde que comecei a integrar a equipe de professores do
pontodosconcursos, tenho recebido muitos e-mails de alunos que se
queixam de terem sido eliminados de concursos públicos devido a um
mau desempenho na prova de informática. Gostaria de fazer breves
comentários sobre isso.
O maior erro do concursando que vai prestar uma prova de
informática é confiar nos seus conhecimentos de usuário de
computadores. Há uma diferença gigantesca entre saber usar um
computador e saber resolver questões de informática de concursos
públicos.
Uma prova de concurso exige conhecimentos de informática que nem
em sonho são necessários para a utilização rotineira de
computadores. Pra começar, é comum os editais solicitarem
conhecimentos de hardware. O problema é que sob a alegação de se
cobrar “noções de hardware”, as bancas acabam por exigir
conhecimentos teóricos que são desconhecidos daqueles usuários que
possuem noções práticas de hardware.
No que tange ao conhecimento de software, a armadilha da
autoconfiança é ainda mais perigosa. Ser um usuário experiente de
Word ou Excel, por exemplo, não garante pontos em provas desses
tópicos. Isso acontece por uma razão simples: quando utilizamos um
determinado programa, não ficamos tentando decorar todos os seus
menus, botões e opções. Quando precisamos utilizar certo recurso,
simplesmente o procuramos e o testamos na hora, até conseguir o
resultado desejado. Lembrar dessas minúcias na hora da prova, sem
a chance de consultar o programa, é outra história.
Dessa forma, o que vamos tentar nessas próximas semanas é nos
aproximar, tanto quanto possível, da informática que é apresentada
nas provas de concurso e, ao mesmo tempo, deixar um pouco de
lado a informática prática do dia-a-dia. Daremos mais enfoque aos
assuntos que costumam ser mais cobrados para que possamos ser
mais objetivos.
Além da leitura das aulas e da resolução dos exercícios de fixação,
ainda haverá uma boa quantidade de trabalho a ser feito. Estou me
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referindo ao estudo dos softwares, especialmente Windows, Word e
Excel. Quando for o momento, teremos aqui algumas dicas e
instruções mais específicas.
Portanto, vamos seguir o trabalho com ânimo e confiança. O período
em que foram lançados esses cursos on-line do pontodosconcursos é
especialmente favorável àqueles que forem mais perseverantes. O
caminho é árduo, mas a recompensa é ótima!
Vamos lá!
Introdução ao estudo das memórias
Na primeira aula vimos alguns conceitos iniciais de informática.
Conceituamos o computador e fizemos uma breve classificação deles.
Em seguida analisamos a arquitetura básica dos computadores e
pudemos ver, por meio da resolução comentada de algumas questões
reais de concursos, a forma como esse conteúdo costuma ser cobrado
pelas principais bancas examinadoras.
Hoje vamos continuar a estudar o hardware, abordando
especialmente o conteúdo referente à memória dos computadores e
aos seus diversos dispositivos de armazenagem.
Os dispositivos de memória são muito cobrados em questões de
hardware por uma razão simples: a palavra memória é, em verdade,
um termo genérico para vários dispositivos capazes de armazenar
dados ou instruções no computador. Existem portanto diversos tipos
de memória e, além disso, sua nomenclatura é, por vezes, muito
parecida. Acredito que o domínio dos tópicos referentes aos tipos,
aplicações e nomenclaturas de memória é um dos estudos mais
árduos para os iniciantes em informática. Não que, na prática, seja
uma tarefa difícil entender o funcionamento de tudo isso, mas, em se
tratando de concursos, já sabemos de antemão que serão cobrados
detalhes que, no dia-a-dia, costumam ser irrelevantes.
Portanto, respirem fundo e vamos ao estudo da memória. Mas antes
de começarmos a estudar a memória propriamente dita e analisar
todos os seus detalhes, precisamos entender como os computadores
tratam os dados que precisam manipular. Afinal, a vocação da
memória de um computador é armazenar dados.
Bits e Bytes
A unidade básica de armazenamento de dados em um computador é
chamada de bit. A combinação de vários bits forma o que chamamos
de byte. Tenho certeza que todos vocês, ao menos vagamente, já
ouviram falar em bits e bytes, mesmo que não saibam exatamente o
que significam. Vamos então entender.
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Os computadores utilizam o chamado sistema binário, no qual todas
as informações são guardadas utilizando-se os dígitos zero e um. A
utilização do sistema binário pelos computadores advém das
limitações tecnológicas dos primeiros computadores. A fim de
construir um dispositivo capaz de armazenar dados com a tecnologia
mecânica disponível na época, os dados em si tiveram que ser
reduzidos ao seu estado mais fundamental, que é o estado o qual
existem apenas duas condições: ligado ou desligado.
O dispositivo mecânico disponível na época era o relé, que é um
interruptor que pode ser ativado quando lhe é aplicada uma voltagem
e desativado com a remoção dessa voltagem. A partir desse princípio,
basta convencionarmos que um relé ativado equivale a 1(um) e que
um relé desativado equivale a 0(zero).
Mas como todas as informações às quais temos acesso em um
computador podem ser representadas apenas por zeros e uns? É uma
questão de análise combinatória. Vejamos.
Utilizando apenas os dígitos zero e um, quantas variações de
informação podemos gerar? Somente duas: ou zero ou um.
Entretanto, se tivermos dois dígitos, ao invés de apenas um dígito,
quantas serão as variações que poderemos guardar? Para verificar,
vamos chamar um dígito de A e o outro de B e ver o que acontece
quando esgotamos suas as possibilidades de combinação.
A B
0 0
0 1
1 0
1 1
Pois bem, ao usarmos dois dígitos ao invés de um, temos quatro
combinações distintas, ao invés de duas. O que acontece agora se
acrescentarmos o dígito C ao sistema com os dígitos A e B? Teremos:
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A B C
0 0 0
0 0 1
0 1 0
0 1 1
1 0 0
1 0 1
1 1 0
1 1 1
Ao utilizarmos três dígitos ao invés de um dígito, conseguimos 8
combinações distintas entre eles. Na verdade, o que fazemos é
multiplicar o número 2 − que é o número de combinações possíveis
de um dígito binário − n vezes, onde n é a quantidade de dígitos
utilizada. Então, se utilizamos 3 dígitos, temos que o número de
possibilidades de combinação entre eles é igual a 2 X 2 X 2, ou 2
elevado a 3, que é igual a 8.
Bit é a contração de binary digit, ou digito binário, e pode ter o valor
zero ou o valor um. Na prática isso é feito considerando-se a
presença ou não de um pulso elétrico, a presença indica o valor um e
a ausência indica o valor zero.
Sempre que um processador, uma memória ou outro chip qualquer
precisar receber ou transmitir dados, esses dados são transferidos na
forma de bits. No entanto, para que a transferência seja mais rápida,
são transferidos vários bits de uma só vez. É aqui que entra o byte.
Um byte é uma seqüência de oito bits.
Portanto, utilizando a fórmula acima, qual seria o número de
combinações possíveis em um byte de 8 dígitos, de 8 bits? Basta
multiplicarmos o número 2 oito vezes, ou seja, elevá-lo a 8, o que dá
256 combinações distintas de bits. Não por acaso, esse é um número
com o qual eventualmente nos deparamos em muitos programas (O
Microsoft Excel, por exemplo, é capaz de trabalhar com tabelas de
256 colunas).
O próximo número importante é o número 1024, pois ele é a potência
de 2 mais próxima de 1000, sendo utilizado para os múltiplos de “mil
bytes”. De forma similar ao sistema internacional de medidas,
utilizamos os múltiplos de milhares para facilitar os cálculos. Assim,
temos que um Kilobyte (Kbyte) é igual a 1024 bytes. 1024 Kbytes
por sua vez, formam um Megabyte e assim por diante.
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Unidades de Medida de Memória
1 Bit = 1 ou 0
1 Byte = Um conjunto de 8 bits
1 Kbyte (KB) = 1024 bytes ou 8192(1024*8) bits
1 Megabyte (MB) = 1024 Kbytes, 1.048.576 bytes ou 8.388.608 bits
1 Gigabyte (GB) = 1024 Megabytes, 1.048.576 Kbytes,
1.073.741.824 bytes ou 8.589.934.592 bits
1 Terabyte (TB) = 1024 Gigabytes...
Em potência de dois
1KB = 210 bytes, 1MB = 220 bytes, 1GB = 230 bytes etc.
Quando vamos abreviar essas medidas, também existe diferença. A
abreviação de bytes deve ser feita com o B maiúsculo, enquanto
que a abreviação de bits deve ser feita com o b minúsculo. Portanto
utilizamos KB e MB para abreviar Kbytes e Megabytes. Essa distinção,
embora aparentemente irrelevante, adquire uma grande importância
quando estamos falando em provas de concursos. Preste atenção a
esse detalhe.
O sistema binário é, portanto, o sistema com o qual o computador
trata todos os dados que manipula, ou seja, a linguagem do
computador é a linguagem de zeros e uns. As memórias do
computador utilizam o mesmo sistema e, por isso, têm sua
capacidade medida em múltiplos de bytes.
Um exemplo prático e bastante ilustrativo de utilização de sistema
binário é o Código Morse. O Código Morse era o código utilizado para
comunicação via telégrafo, uma forma de transmissão de mensagens
eletricamente.
A base do Código Morse são dois sinais ou símbolos: o sinal curto
(ponto) e o sinal longo (traço). Uma combinação que muitos
conhecem, mesmo ignorando que se trata de Código Morse, é o SOS.
A mensagem internacionalmente conhecida para pedido de socorro é,
no Código Morse, representada por três pontos (letra S), três traços
(letra O) e mais três pontos. Essa mesma mensagem pode ser
enviada, por exemplo, utilizando uma lanterna que pisca rapidamente
para representar o sinal curto e um pouco mais demoradamente para
representar o sinal longo.
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Código Morse
___ ___ ___ ___ ___
S O S
NOÇÕES GERAIS DE MEMÓRIAS E DISPOSITIVOS DE
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Memória Principal e Memória Secundária
Vamos agora analisar diversos aspectos importantes dos dispositivos
de memória tomados genericamente. Após isso, enfocaremos de
forma mais individual essas memórias. A idéia é primeiramente fazer
um panorama geral das memórias para depois estudarmos suas
particularidades.
1 - Volatilidade
A primeira distinção importante entre os diversos tipos de memória
diz respeito à durabilidade e estabilidade dos dados armazenados.
Quanto a esse critério, existem memórias voláteis e não-
voláteis. A partir dessa distinção básica, poderemos ir
desenvolvendo outras idéias para, ao final, termos uma visão geral
dos diversos tipos e características das memórias normalmente
encontradas em um computador.
As memórias voláteis, como o nome indica, perdem os dados
facilmente. Elas necessitam de energia elétrica para preservar os
dados guardados, ou seja, se desligarmos o computador, todos os
dados armazenados em um dispositivo de memória volátil serão
perdidos. O principal representante dessa categoria nos
microcomputadores é a memória RAM (Ramdon Access Memory),
também chamada de memória principal.
Fisicamente, apresentam-se como pequenos circuitos eletrônicos
chamados módulos de memória. Também é comum o uso do termo
pente de memória.
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Módulo de memória RAM (“Pente” de memória)
A principal função da memória RAM é o armazenamento de dados
que serão utilizados apenas temporariamente.
Em oposição à volatilidade da memória RAM, existem as memórias
secundárias não-voláteis, também chamadas de memória de
massa. Essas, por sua vez, têm como característica a capacidade de
armazenar dados por longos períodos de tempo (por décadas até)
prescindindo de energia elétrica para isso. São as memórias
apropriadas para armazenarmos os arquivos de trabalho ou pessoais,
como planilhas, artigos, vídeos, músicas, fotos etc. Também é nesse
tipo de memória que devemos instalar os programas utilizados no
computador, como os navegadores, programas de correio eletrônico,
editores de texto, planilhas eletrônicas, jogos etc. Gosto muito da
analogia usada por Carlos Morimoto para a diferenciação da utilidade
desses dois tipos de memória. Morimoto é o criador de uma popular
distribuição brasileira do sistema operacional Linux, chamada
Kurumim. Segundo ele:
“Para compreender a diferença entra a memória RAM e a
memória de massa, você pode imaginar uma lousa e uma
estante cheia de livros com vários problemas a serem
resolvidos. Depois de ler nos livros (memória de massa) os
problemas a serem resolvidos, o processador usaria a lousa (a
memória RAM) para resolvê-los. Assim que um problema é
resolvido, o resultado é anotado no livro, e a lousa é apagada
para que um novo problema possa ser resolvido. Ambos os
dispositivos são igualmente necessários.”
As memórias de massa são representadas por dispositivos de
memória magnéticos ou ópticos. Na categoria de dispositivos
magnéticos encontramos os discos rígidos, também conhecidos
como Hard Disk (HD) ou Winchester; os discos flexíveis, também
chamados de disquetes ou floppy disks; as fitas magnéticas. Na
categoria de dispositivos ópticos, encontramos os discos ópticos,
como CD-ROMs e DVD-ROMs.
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O disco rígido é o dispositivo de memória de massa mais utilizado nos
microcomputadores. Isso ocorre devido à facilidade que esses discos
têm de escrever e apagar dados com facilidade, velocidade e
confiabilidade razoáveis.
À esquerda, um disco rígido aberto, que lembra muito um
toca-discos de vinil. Ao centro e à direita, o mesmo disco
rígido, agora fechado, vista superior e inferior.
½
Disquetes de 3 polegadas.
A interação que ocorre entre o processador (CPU), o disco rígido e a
memória RAM em um computador é muito importante. Vamos a um
exemplo prático dessa interação: quando iniciamos o uso de um
programa como um editor de texto (Microsoft Word, por exemplo), as
instruções que o processador deve executar são carregadas
(transportadas) para a memória RAM. Diz-se então, que o programa
está carregado na memória. A partir disso, à medida que o usuário
digita o texto na área de trabalho do programa, os dados vão sendo
igualmente armazenados na memória RAM. Essa situação irá mudar
quando o usuário ordenar ao programa o salvamento dos dados que
foram digitados até aquele instante. Nesse momento, os dados que
estavam guardados temporariamente na memória RAM serão
gravados de forma permanente no disco rígido. Assim, o usuário
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assegurará que os dados digitados estarão disponíveis após o
desligamento do computador.
É de suma importância entender o seguinte: é justamente pelo fato
de os dados serem guardados primeiramente na memória RAM, que
perdemos todo um trabalho que ainda não tenha sido salvo quando
ocorrem falhas elétricas no computador. Quem já utilizou um
computador em um dia de chuva forte, com oscilações na rede
elétrica, provavelmente já se irritou ao ver o trabalho perdido após
uma queda de energia, mesmo que tenha sido por uma fração de
segundo. Isso acontece porque os dados que estavam sendo
digitados foram armazenados apenas em uma memória volátil, a
memória RAM, que não tem capacidade de guardar dados quando sua
alimentação elétrica se interrompe.
2 - Taxa máxima de transferência
Outra característica importante dos dispositivos diz respeito às suas
velocidades de transferência de dados, ou seja, qual a velocidade
máxima com que conseguem se comunicar com o restante do
computador. Precisamos saber como expressar essa grandeza. Isso é
feito dividindo-se a quantidade de dados que se é capaz de transferir
por uma unidade de tempo. À razão obtida pela divisão, damos o
nome de taxa (máxima) de transferência. As memórias voláteis, de
uma forma geral, são muito mais rápidas que as não-voláteis. Por
isso, o computador usa a memória RAM para guardar os dados dos
quais precisa com maior freqüência e o disco rígido para armazená-
los de forma mais duradoura.
Para se ter uma idéia da diferença de velocidade, uma memória RAM
normalmente encontrada em um computador doméstico atual possui
uma taxa de transferência máxima acima de 3200MB/s (três mil e
duzentos megabytes por segundo. Atenção ao B maiúsculo!). Um
disco rígido igualmente atual, por sua vez, possui uma taxa de
transferência máxima de 150MB/s (cento e cinqüenta megabytes por
segundo), ou seja, mais de vinte vezes mais lento. Ao final desta aula
veremos mais detalhes das taxas de transferência de alguns
dispositivos de memória.
3 – Tempo médio de acesso
O tempo médio de acesso de um dispositivo de memória é o tempo
que esse dispositivo leva, em média, para ler ou escrever um dado no
dispositivo. Não se confunde com a taxa de transferência. Enquanto
esta diz respeito à velocidade com que os dados entram e saem do
dispositivo, aquele refere-se ao tempo gasto para acessar um dado.
Quanto maior a taxa de transferência de um dispositivo, melhor.
Quanto menor o tempo de acesso de um dispositivo, melhor.
Geralmente utilizamos o termo tempo médio de acesso porque, em
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condições de uso, o tempo de acesso varia quando se está lendo um
determinado dado ou outro, especialmente quando estamos falando
de discos.
4 - Capacidade de armazenamento
Se o disco rígido perde feio no quesito velocidade, ganha disparado,
no entanto, quando o assunto é capacidade de armazenamento.
Sempre tomando como base um computador pessoal padrão de
mercado na atualidade, podemos constatar que os discos rígidos mais
comumente vendidos são capazes de armazenar cerca de 120 GB
(cento e vinte Gigabytes). Enquanto isso, os PCs de hoje costumam
vir equipados com 256 ou 512 MB de memória RAM, capacidade 200
vezes inferior à dos HD.
5 - Preço
Uma decorrência direta dessas últimas distinções entre a memória
RAM e a memória de massa é o preço. As memórias RAM são, em
termos relativos, muito mais caras que as memórias de massa. Para
calcularmos o preço relativo, basta dividirmos a capacidade de
armazenamento da memória pelo seu preço. Assim, apesar de um
disquete (disco flexível) custar pouco mais de um real, é um tipo de
memória cara atualmente, já que possui uma capacidade de
armazenamento pequena – no máximo 1,44MB.
Dessa forma, um chip de memória RAM de 512 MB que custa hoje
cerca de R$ 200,00, tem o preço aproximado de R$ 0,39 por cada
MB.
Um disco rígido de 120GB custa em torno de R$ 400,00, o que daria
cerca de R$ 0,003 por MB.
Um CD-R sai ainda mais barato, com o MB custando em torno de R$
0,002.
O dispositivo de memória com o preço relativo mais barato hoje é
sem dúvida o DVD-R. Custando em média R$ 3,00 a unidade e sendo
capaz de armazenar 4,7 GB, cada MB em um DVD-R sai por incríveis
R$ 0,0005. Uma pechincha!
Pode parecer besteira ficar analisando o preço dos dispositivos de
memória, mas há questões de concurso que chegam a questionar,
direta ou indiretamente, a relação custo-benefício de uma
determinada configuração de PC.
6 - Forma de acesso e leitura dos dados
Uma outra forma de diferenciar os dispositivos de memória é a
maneira como eles acessam os dados armazenados. Podemos citar os
dispositivos de acesso seqüencial e os de acesso não-seqüencial.
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Esta é uma classificação simples: se a leitura dos dados pode ser
feita diretamente a partir de qualquer parte do dispositivo, a forma
de acesso é chamada de não-seqüencial, aleatória ou randômica.
Aqui se enquadra grande parte dos dispositivos que vimos hoje, como
a memória RAM e todos os discos (rígidos ou flexíveis).
O acesso seqüencial, por sua vez, é aquele em que não temos acesso
direto a uma parte qualquer da memória. Nesses casos, temos que
obrigatoriamente passar por parte dos dados até chegar onde
queremos. Aqui temos as fitas magnéticas ou perfuradas.
Para entender melhor esse conceito, vejamos um exemplo familiar:
quando assistimos a um filme em vídeo cassete (VHS) e queremos ir
diretamente ao final do filme, temos que passar por toda a fita até
atingir o seu final; quando assistimos a um filme em DVD, podemos
ir, a partir do menu, diretamente a um capítulo no final do disco.
Com os computadores a lógica é a mesma: as fitas têm acesso
seqüencial e os discos, não-seqüêncial.
Fita magnética de 40GB - memória de acesso seqüencial
A partir dessas idéias básicas, já podemos tirar várias conclusões
sobre o uso dos diversos dispositivos de memória em um
computador. A principal e mais marcante distinção entre as memórias
é a que diz respeito à sua volatilidade. As demais diferenças são
quase que decorrentes desta, já que há uma diferença de arquitetura
radical entre elas. As memórias voláteis, que dependem de energia
elétrica para funcionar, são mais rápidas, armazenam menos dados e
custam mais caro por byte armazenado do que os dispositivos de
memória de massa. Por suas características, elas são utilizadas com
maior freqüência pelo processador para as operações temporárias,
enquanto que as memórias de massa são utilizadas para
armazenamento duradouro e massivo (desculpem a redundância) de
dados e programas, graças à confiabilidade e preço desse tipo de
memória.
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Apesar de achar pouco relevante, ressalto que podemos armazenar
dados utilizando meios perfurados. Os concursandos mais velhos
certamente se lembram da época em que marcavam as respostas da
prova em cartões perfurados. Existem também as fitas perfuradas,
que eram muito utilizadas na década de 80 em máquinas de telex.
Por serem tecnologias muitíssimo ultrapassadas, a possibilidade de
caírem em algum concurso é ínfima.
Esquema resumido de memórias
Esses dispositivos de memória que compõem a chamada memória
principal e a memória secundária de um computador são, de certa
forma, os mais importantes.
Veremos agora outros tipos de memória utilizados no computador
com fins mais específicos, mais restritos. No fim, todos os
dispositivos que estudaremos são fundamentais em um computador
moderno, mas alguns dispositivos atuam em um plano mais
secundário, enquanto outros estão mais sob nosso alcance. A
memória principal e a secundária, por exemplo, permitem
configurações e combinações as mais diversas possíveis. Esses
aspectos são importantes não só na compra de um computador novo,
mas também na resolução de questões de concurso que solicitam a
análise de uma configuração que nos é informada.
Optei por não entrar nas especificações das memórias principal e
secundária neste momento. Ao invés disso, vamos tentar adquirir
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uma visão geral do funcionamento de toda a memória do
computador.
A parte mais pesada (ou chata) desse conteúdo está nas
especificações, classificações e velocidades desses dispositivos.
Veremos isso mais tarde. Nas provas de concurso, encontramos tanto
questões mais genéricas como mais específicas.
Outras Memórias
1 - Memória ROM
A sigla ROM significa Read-only Memory, ou memória de somente-
leitura (ficou feia a tradução, mas dá pra entender, não dá?). Assim
como a memória RAM, a ROM também é um dispositivo eletrônico e,
portanto, uma memória de alta velocidade. Mas, ao contrário da RAM,
a memória ROM não perde os dados quando fica sem fornecimento de
energia elétrica. Essas diferenças são o aspecto mais importante para
a definição da utilização da memória ROM.
O principal uso da memória ROM é o armazenamento de firmware.
Firmware é um software que vem embutido nos dispositivos de
hardware. Lembram do exemplo da calculadora eletrônica visto na
aula demonstrativa? Pois bem, quando ligamos uma calculadora, suas
instruções básicas de funcionamento estão armazenadas na memória
ROM. Alguns micros mais antigos vinham com o sistema operacional
inteiro (eram pequenos) na ROM. Outro ponto importante é que o
firmware já vem, de fábrica, gravado na memória ROM do
equipamento de hardware.
Nos PCs modernos, a memória ROM vem gravada com o chamado
BIOS (Basic Input/Output System). Como o nome indica, o BIOS (e
não a BIOS, como eu mesmo costumo chamar) é o sistema
responsável por gerenciar os dispositivos de entrada e saída do
computador. Um PC não funciona sem um BIOS. Se a memória ROM
for danificada, torna-se necessário sua substituição para que o micro
volte a funcionar. Todo PC tem um BIOS específico para gerenciar os
dispositivos que possui. Assim, um chip de memória ROM é
desenvolvido e carregado com um BIOS específico para um
determinado conjunto de hardware que precisa gerenciar. Na
verdade, o principal papel da memória ROM e do BIOS é deixar o
computador pronto para receber outros softwares, especialmente os
sistemas operacionais, que vão "assumir o comando" do computador.
A memória ROM é, portanto, um componente eletrônico (um chip)
de memória não-volátil projetado para guardar o software mínimo
necessário para que o equipamento funcione. Como sempre vem do
fabricante pré-gravada, a memória ROM tem um problema. O que
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fazer no caso de o BIOS não ser compatível com algum hardware
novo que queiramos acrescentar ao computador? Para superar esse
obstáculo, foram criados outros tipos de memória ROM:
• PROM (Programmable ROM) – um tipo de memória ROM que
pode ser programado usando equipamentos específicos.
• EPROM (Erasable Programmable Read-only Memory) - São
memórias ROM, mas que podem ser apagadas por meio de
exposição a luz ultravioleta para depois serem reescritas por
um equipamento programador de memória ROM. Esses chips
são facilmente identificáveis por que têm uma janela
translúcida para permitir a incidência da luz ultravioleta.
Chip de EPROM
• EEPROM (Electrically-Erasable Programmable Read-Only
Memory) - São memórias ROM que podem ser apagadas e
reescritas eletricamente.
• Flash-ROM - é um tipo derivado de EEPROM e, portanto, tem
facilidade de apagamento e gravação de dados. Tem largo uso
atualmente (nos computadores mais modernos, o BIOS
geralmente vem armazenado em Flash-ROM, possibilitando
facilmente sua alteração).
Dessa forma, as antigas memórias ROM que continham o BIOS dos
computadores, foram sendo substituídas pelas modernas EEPROM. A
implicação disso é que hoje podemos atualizar o BIOS de nossos
computadores simplesmente baixando a atualização da internet, no
site do fabricante, e cumprindo os passos necessários. Nos
computadores com chips ROM tradicionais isso não era possível.
Quando muito, os chips de ROM podiam ser retirados da placa da CPU
e alterados com equipamentos especializados.
A evolução dos chips de memória ROM tem uma importância de
ordem prática muito grande na atualidade. Os chips EEPROM e Flash-
ROM estão presentes, por exemplo, em sistemas de injeção
eletrônica, air-bag, máquinas fotográficas digitais, celulares, mp3
players etc.
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Tomemos como exemplo uma máquina digital cujo firmware esteja
em uma memória Flash-ROM. Podemos atualizar o software
gerenciador dessa máquina baixando novas versões da internet. Isso
garante a compatibilidade das máquinas para mudanças nos sistemas
operacionais de nossos micros. Além disso, os pequenos cartões de
memória utilizados hoje em vários dispositivos como mp3 players,
câmeras digitais etc, são tipos de Flash-ROM. Os chamados pen-
drives, dispositivos de armazenamento portáteis, também são tipos
de Flash-ROM.
Memória Flash-ROM: à esquerda, pen drive de 512 MB e à
direita, vários tipos de cartões de memória.
Outro exemplo da implicação prática da evolução desses chips é a
sua utilização nos handleds, os computadores de mão. Vou detalhar
essa evolução porque a considero muito ilustrativa para que
possamos distinguir bem a diferença entre a memória RAM e a ROM.
Eu tive dois desses handleds, de gerações diferentes, ambos da
marca Palm. O primeiro deles, o Palm Pilot, era um computador de
mão que dispunha de um sistema operacional armazenado em uma
memória do tipo ROM, além de ter um espaço disponível para dados
e programas em memória RAM. Ele funcionava com duas pilhas AAA
(palito) e enquanto havia energia disponível nas pilhas, podíamos
armazenar e processar dados. Quando a pilha estava perto do fim, o
sistema emitia alertas para que as substituíssemos. Se, por distração,
esquecêssemos de substituí-las, não tinha jeito, perdíamos todos os
dados armazenados. Por quê? Porque os dados estavam todos
guardados na memória RAM do handled, que, como sabemos, não é
capaz de manter dados se não houver energia elétrica disponível. Na
prática, como podíamos fazer backup de todos os dados do handled
em nossos PCs, bastava que, depois de uma eventual perda,
restaurássemos os dados.
Pois bem, hoje tenho um handled de nova geração, um Palm Zire. A
grande diferença em termos das memórias utilizadas nesses dois
modelos é que este último utiliza memória Flash-ROM para
armazenar os dados. Isso significa que, mesmo que fique sem
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bateria, os dados permanecem intactos. Ao carregar novamente a
bateria do handled, ele volta a operar como se nada tivesse
acontecido.
2 - Memória Cache
De uma forma bem resumida, cache é uma técnica de replicação de
dados para economizar recursos. Quando armazenamos dados que
precisamos com maior freqüência em um local mais próximo ou mais
veloz do que seu local de origem, estamos utilizando memória cache.
Vamos a um exemplo: esta página que você está lendo agora foi
baixada para o seu computador a partir de um servidor onde estão
armazenadas as páginas do pontodosconcursos. Dependendo das
configurações do seu navegador de internet, caso você volte a
acessá-la, ao invés de ir novamente buscá-la no servidor do site, o
seu computador vai abrir a página que já havia armazenado
anteriormente no disco rígido. O resultado disso é que custou menos
ao computador exibir novamente a página, ou seja, ele utilizou
menos recursos ao consultar os dados que estavam mais próximos.
Nesse caso, costumamos dizer que a página estava armazenada em
cache.
O exemplo acima mostrou a utilização de memória cache entre
computadores, mas ela também ocorre dentro de um mesmo
computador. Os processadores (CPUs) modernos possuem
dispositivos de memória cache embutida. A memória cache é uma
memória volátil que fica mais próxima do processador e é mais rápida
que a memória principal, ou seja, é uma memória intermediária
entre o processador e a memória principal. “Intermediária” é uma
palavra chave quando falamos de memória cache. Guarde essa
associação, pois ela é comumente cobrada nas questões de memória
cachê.
A lógica é a mesma. É "mais barato" em termos de recursos e muito
mais rápido para o processador consultar um dado na memória
cache, do que fazê-lo diretamente na memória principal. Portanto, o
processador verifica se o dado requerido está na memória cache,
caso não esteja, vai buscá-lo na principal.
Observação: apesar de o termo cache estar mais
relacionado a uma técnica do que a um equipamento ou
dispositivo, podemos considerar que a expressão “memória
cache” refere-se à memória física que fica próxima aos
processadores. Quando não for esse o caso, a questão
provavelmente especificará de que cache está tratando,
como os arquivos de cache de internet, por exemplo.
Fisicamente, a memória cache é um tipo de memória RAM, portanto
também volátil e bastante veloz. Vem junto ao processador
(encapsulada), não sendo possível diferenciarmos onde ela se
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encontra. No entanto, em termos esquemáticos ou lógicos, a cache é
uma memória externa ao processador, intermediária entre este e a
memória principal.
Ainda sobre a memória cache, é importante saber que elas existem
em vários níveis. A maior parte dos processadores atuais possui dois
níveis de cache (L1 e L2), enquanto outros possuem ainda um
terceiro nível (L3). A L1 possui capacidade de armazenamento bem
menor e está mais próxima do processador que a L2. No entanto,
esses valores variam muito de um processador para outro.
Por exemplo, um processador AMD Athlon64 FX 2,2 Ghz possui
128KB de memória cache L1 e 1MB de memória cache L2. Um
processador Intel Celeron de 2,4 Ghz por sua vez, possui apenas
128KB de cache L2, a mesma quantidade da L1 do Athlon anterior. O
notebook que estou usando pra escrever esta aula possui um
processador Intel Celeron M desenvolvido especificamente para
computadores portáteis que tem cache L2 de 1MB. Alguns notebooks
equipados com Intel Centrino têm cache L2 de 2MB. O que creio que
precisamos tirar dessa confusão é a capacidade média dessas
memórias na atualidade, e que a L1 sempre terá capacidade menor
que a L2 em um mesmo processador.
Temos então o seguinte: inicialmente, o processador consulta a cache
L1. Se não encontrou o que procurava, consulta a cache L2. Caso não
encontre o dado necessário em nenhum nível da memória cache, aí
então o processador consulta a memória RAM. Desse funcionamento,
podemos concluir que o aumento da capacidade da memória cache de
um computador resulta em uma melhora em sua performance.
Cache hit e cache miss
Os processadores utilizam técnicas para otimizar o uso da memória
cache e assim aumentar a performance do computador. Há um
princípio chamado posição de referência, que diz:
• Se a CPU utilizou determinado dado no momento,
provavelmente vai necessitar desse mesmo dado nos próximos
instantes.
• Se uma instrução foi lida a partir da memória, provavelmente a
CPU necessitará ler a instrução armazenada na posição
seguinte da memória.
A aplicação desse princípio permite que o processador, ao precisar de
um dado, encontre-o na memória cache em 80% das vezes, no
mínimo. A essa taxa de acerto chamamos cache hit.
Quando, ao contrário, um dado necessitado pelo processador não é
encontrado na memória cache, temos um cache miss.
Observação: assim como cache é um termo que define uma
técnica e não um dispositivo, os termos cache hit e cache miss
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também podem ser associados a outros usos de cache, como o
cache de internet, por exemplo.
3 - Memória Virtual
3.1 - Introdução
Como sabemos, todo programa aberto pelo sistema operacional fica
carregado na memória principal do computador, ou seja, na memória
RAM. Da mesma forma, os arquivos nos quais estamos trabalhando
ou fazendo alterações, como planilhas e documentos de texto, vão
sendo guardados nessa memória.
Pois bem. Nos sistemas operacionais modernos podemos ter diversos
programas abertos simultaneamente e em cada um deles pode haver
vários arquivos sendo trabalhados. Assim, é possível (e provável) que
em um determinado momento a quantidade de memória principal do
computador seja totalmente utilizada.
Em outras palavras, imagine que você está trabalhando com o Word,
o Excel e o Power Point abertos. Além disso, abriu um documento
pdf, e o visualizador de imagens do Windows. Como se não bastasse,
está tocando algumas músicas em mp3 e navegando na internet. A
essa altura, é provável que a quantidade de programas e arquivos
abertos tenha ultrapassado a capacidade máxima de armazenamento
da memória principal (RAM).
A boa notícia é que o computador não pára de funcionar nessa
situação. A má notícia é que ele fica mais lento. Quando a capacidade
da memória principal é totalmente utilizada, entra em cena a
chamada memória virtual. A memória virtual é um recurso
gerenciado pelo sistema operacional que aloca um espaço no disco
rígido do computador fazendo com que ele (o disco rígido) funcione
como um complemento da memória principal.
Quando instalamos o sistema operacional no computador,
automaticamente ele já reserva um espaço no disco rígido (valores
que podem ser alterados) para o funcionamento da memória virtual.
Se for necessário, os dados que estavam guardados na memória
principal serão transferidos para o disco rígido formando então mais
um nível físico de memória a ser consultado pela CPU. Assim, a CPU
procura um dado requerido primeiramente na memória cache. Não
encontrando-o, faz a busca na memória RAM e, dependendo das
condições de uso no momento, procede à busca na memória virtual,
que fica no disco rígido.
3.2 - Considerações sobre desempenho
A primeira decorrência da utilização da memória virtual é que o micro
fica mais lento. Os dados que antes estavam disponíveis na memória
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RAM, que é uma memória rápida, agora estão armazenados no disco
rígido, que é muito mais lento.
É por isso que um computador com pouca memória RAM instalada
costuma acessar muito o disco rígido enquanto o operamos. Portanto,
se isso está ocorrendo, a instalação de memória RAM adicional
resultará em uma melhor performance do computador, já que, com
isso, haverá menos acesso ao disco rígido.
A propósito, o aumento da capacidade de memória RAM em um
computador só resulta em um melhor desempenho quando a
memória virtual é muito utilizada. Se o computador que utilizamos já
possui muita memória RAM, com capacidade de lidar com todos os
programas e arquivos que executamos simultaneamente sem muito
acesso ao disco rígido, a instalação de mais memória RAM não vai
impactar em nada o seu desempenho.
Em outras palavras, o acréscimo de memória RAM não resulta,
obrigatoriamente, em um aumento de desempenho do computador.
Para que isso ocorra, deve haver uma situação de déficit da
quantidade da memória RAM em relação ao uso que se faz do micro.
Ou seja, o aumento de desempenho depende de condições
específicas de uso. É, pois, um aumento condicional.
Outra conclusão é que a quantidade de memória RAM instalada pode
afetar o desempenho do computador, mas não altera a velocidade de
processamento, pois esta depende somente do processador instalado.
3.3 - Configurações da memória virtual
Conceitualmente, memória virtual é uma técnica de gerenciamento
de memória, na qual a memória apresentada a um aplicativo é maior
e/ou mais contínua e uniforme do que realmente é. Quer dizer, um
determinado aplicativo vai partir do pressuposto de que a memória
principal disponível é o total da memória virtual e não apenas a
quantidade fisicamente instalada de memória RAM. Mesmo parte
dessa memória virtual estando na RAM e parte no disco rígido, o
aplicativo a trata como se ela fosse uma só memória, contígua. A
memória virtual é, portanto, a soma da memória RAM e da área do
disco rígido utilizada.
A forma mais comum de implementação da memória virtual é a
utilização de um arquivo de troca, ou Swap file (memorize o termo
em inglês, que é bastante utilizado), no disco rígido.
As configurações do Swap file podem ser alteradas no sistema
operacional. No Windows XP, por exemplo, podemos configurar o
tamanho mínimo e máximo do disco rígido que pode ser usado pelo
swap file. Pode-se também indicar um disco rígido específico para
essa tarefa, uma partição (uma parte reservada) para trabalhar
exclusivamente como swap file ou ainda uma combinação de discos e
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partições. Uma recomendação do Windows é que se evite o uso do
swap file no mesmo disco rígido em que o sistema está instalado, o
que na maioria dos micros domésticos é difícil de implementar, já que
geralmente eles possuem apenas um disco rígido.
Segundo a documentação do Windows XP, o tamanho do arquivo de
Swap padrão é 1,5 vezes a quantidade de memória RAM instalada.
De qualquer forma, este é um recurso configurado automaticamente
pelo sistema e que muitas vezes é alterado durante o uso do
computador. Às vezes, quando estamos utilizando o Windows, ele
avisa que o tamanho do arquivo de paginação (outro termo para o
swap file) está insuficiente e que será aumentado. Portanto, não é
algo com que tenhamos que nos preocupar. Entretanto, em sistemas
de uso crítico ou em computadores destinados a usos específicos
(servidores web, p.ex.), é recomendável uma configuração mais
cuidadosa do swap file.
Observação: é comum referir-se à memória virtual como
sendo o arquivo de Swap. Há certa confusão desses
conceitos nas próprias documentações dos sistemas
operacionais. Pessoalmente, não consideraria errada uma
questão que estabelecesse essa relação a não ser que o
equívoco ficasse evidente. Ou seja, via de regra,
consideraria correta a associação direta de memória virtual
como sendo o arquivo de Swap, mesmo sabendo que
memória virtual é uma técnica genérica e não um arquivo.
Observações sobre nomenclaturas
Algo que causa certa confusão nos iniciantes em informática é a
incoerência de algumas nomenclaturas utilizadas. Vamos fazer
algumas considerações sobre isso.
O termo RAM deriva, como sabemos, de acesso aleatório (Random
Access). Isso ocorre porque a CPU acessa a RAM usando um
endereço para chegar diretamente aos dados, sem necessidade de
passar por outros, ou seja, é um acesso não seqüencial. Entretanto, a
memória ROM também é capaz de acessar os dados dessa forma.
De forma semelhante, a memória ROM (Read Only) que ganhou seu
nome graças à impossibilidade de gravação posterior de dados em
seus chips, hoje se tornou uma forma de armazenamento de dados
altamente versátil, especialmente por meio das Flash-ROM. Essas
últimas, mesmo podendo ser facilmente regravadas, continuam
carregando a sigla ROM consigo.
Não se deixem confundir com isso. As nomenclaturas em informática
geralmente fazem muito sentido na época de seu lançamento e,
mesmo perdendo o sentido com o tempo, costumam permanecer
intactas.
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO - NOÇÕES GERAIS
1) (CESPE – SEAD/ADEPARÁ /2004 – Analista de TI) Em um
microcomputador do tipo PC, a BIOS é um programa instalado na
memória permanente do computador cujo objetivo é o gerenciamento
das atividades básicas de entrada e de saída; a RAM é uma memória
volátil, enquanto a ROM é uma memória permanente (não-volátil)
que possui, geralmente, códigos ou programas gravados pelo
fabricante do equipamento.
Comentário:
Este item do Cespe dispensa maiores comentários. O único errinho da
questão foi ter chamado o sistema BIOS de “a” BIOS. Esse é um vício
comum dos profissionais de informática brasileiros (eu também faço
isso).
Gabarito: item correto.
2) (FCC – UFT 2005) O disco rígido (HD) é o dispositivo de
hardware:
A) no qual residem os arquivos do sistema operacional e todo o
espaço de trabalho das memórias principal e cache L1.
B) que contém apenas os arquivos do sistema operacional.
C) que contém apenas os documentos resultantes da execução dos
softwares instalados no computador.
D) onde residem os arquivos do sistema operacional e todo o espaço
de trabalho das memórias principal e cache L2.
E) no qual podem ser gravados os arquivos do sistema operacional,
os arquivos decorrentes dos aplicativos instalados no computador e
os documentos produzidos pelo Office.
Comentário:
Alternativa A. O disco rígido é onde normalmente ficam guardados os
arquivos do sistema operacional. Devemos dizer “normalmente”
porque, por exemplo, há várias distribuições do sistema operacional
Linux que são carregadas a partir de um CD-ROM, sem que seja
necessária a sua instalação no disco rígido. A questão erra ao afirmar
que o disco rígido guarda todo o “espaço de trabalho” da memória
principal (RAM) e da cache L1. Essa expressão “espaço de trabalho”
também foi muito infeliz.
Alternativa falsa.
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Alternativa B. O disco rígido, além do sistema operacional, também
guarda os arquivos dos programas que foram instalados (planilhas,
jogos etc) no computador e os arquivos de dados (documentos,
músicas, vídeos etc).
Alternativa falsa.
Alternativa C. Quando a questão fala em documentos resultantes da
execução dos softwares instalados no computador, dá a idéia de se
referir aos arquivos de dados que normalmente geramos em
programas como editores de texto e planilhas eletrônicas, por
exemplo. A redação ficou bem ruim, mas, de qualquer forma, como
vimos, o disco rígido guarda, além desses arquivos, os arquivos do
sistema operacional e os arquivos dos programas instalados no
computador.
Alternativa falsa.
Alternativa D. Aqui houve uma variação da alternativa “A” igualmente
errada.
Alternativa falsa.
Alternativa E. Essa é a alternativa correta.
Gabarito: alternativa E.
3) (CESPE – SEAD/ADEPARÁ /2004 – Analista de TI) Em uma
arquitetura de computador do tipo von Neumann, nenhum programa
fica armazenado na memória, além dos dados.
Comentário:
Uma das contribuições do modelo de von Neumann foi conceber o
armazenamento de programas e de dados na memória do
computador. Verificamos esse funcionamento observando que
armazenamos programas e arquivos nos discos rígidos, por exemplo,
e os carregamos para a memória RAM, quando em uso.
Os projetos de computadores anteriores à máquina de von Neumann
armazenavam os programas diretamente em seus circuitos
eletrônicos. Esses circuitos tinham que ser reconfigurados para que
houvesse a troca dos programas.
Nas chamadas máquinas de von Neumann temos, portanto, a união
dos dados e dos programas na memória do computador.
Gabarito: item errado.
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4) (CESPE – BB – 2001 – com adaptações) Com o objetivo de
adquirir um novo computador e com o auxílio de um navegador, um
usuário acessou um site de busca para selecionar sites especializados
na venda e na compra de computadores via Internet, obtendo a
seguinte proposta para a aquisição de seu novo computador.
Hardware:
Processador Intel Pentium 4 1,5 GHz
128 MB de memória RAM
Floppy disk de 1,44 MB de 3 ½"
Winchester de 20 GB
Acerca das especificações e da possibilidade de aquisição do
computador da proposta acima, julgue o item a seguir:
Dada a capacidade de memória do winchester, é possível dispensar a
aquisição de memória RAM, barateando o preço do computador e
mantendo as mesmas características de desempenho da configuração
original apresentada acima.
Comentário:
É muito comum encontrarmos questões que exploram o
conhecimento de hardware do candidato utilizando configurações de
PC e solicitando a análise de um ou outro item dessa configuração.
Esse item do CESPE não trouxe maiores dificuldades. Basta sabermos
que a memória RAM é imprescindível a um computador, ou seja, não
podemos deixar de adquiri-la como argumento para baratear o preço.
Situação diferente seria se a questão perguntasse se poderíamos
diminuir a quantidade de memória RAM, o que é perfeitamente
possível.
Gabarito: item errado.
5) (CESPE – ANATEL/2004 – Analista Administrativo) Um
usuário acessou, por meio de uma conexão ADSL e utilizando o
Internet Explorer 6 (IE6), o sítio da ANATEL http://www.anatel.gov.br
e, após navegar pelas páginas desse sítio, obteve a página web
mostrada na janela do IE6 ilustrada acima. Considerando essa
situação e sabendo que o computador do usuário tem como
microprocessador um Pentium 4 de 2,8 GHz, cache de 512 kB e 256
MB de RAM, julgue o item a seguir.
Se o computador não dispusesse de cache, não seria possível ter
acesso à Internet por meio de conexão ADSL. Por outro lado, pelo
fato de o computador dispor de cache de 512 kB, a conexão à
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Internet mencionada pode atingir taxas de transmissão, no download
de arquivos, de até 256 kbps.
Comentário:
Essa questão tem o enunciado meio longo e aborda alguns aspectos
que ainda não estudamos, mas quis trazê-la para ilustrar a forma
como os examinadores tentam confundir a cabeça do candidato mais
desavisado (ou cansado). Apesar da confusão do texto, para
respondê-la só precisamos saber que a cache não tem nada a ver
com velocidade de download de arquivos, acesso a sítios na internet
etc.
A única relação da memória cache é a de memória intermediária
entre a memória principal e o processador, em qualquer tarefa que
esteja sendo feita. Seria muito difícil fazer qualquer análise somente
se partindo de um dado valor de memória cache, ou seja, não dá
para afirmarmos praticamente nada baseados nisso. Entretanto,
podemos estabelecer relações derivadas do aumento ou diminuição
da quantidade de memória cache, já que essa variação promove um
acréscimo ou decréscimo quase que direto na performance geral do
computador.
Gabarito: item errado.
6) (ESAF - Analista de Finanças e Controle - AFC/CGU - 2004)
Uma memória cache mantém os blocos de dados mais
freqüentemente usados em uma memória pequena e rápida que é
local à CPU.
Comentário:
Apenas recordo que em termos lógicos a memória cache é externa ao
processador, mas fisicamente está integrada a ele (“é local à CPU”).
Gabarito: item certo.
7) (ESAF – Técnico Administrativo - MPU 2004) Um Cache miss
ocorre quando o dado não está no cache e o processador precisa
acessá-lo na memória RAM.
Comentário:
Quando o dado procurado é encontrado na memória cache, ocorre o
chamado “cache hit”, caso contrário temos o “cache miss”. Cabe
lembrar que esses termos podem referir-se à memória cache do
processador ou a outros tipos de cache, como o cache de arquivos da
internet (web cache).
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Gabarito: item certo.
8) (ESAF – Técnico Administrativo - MPU 2004) A memória
Cache L3 é a mais antiga das memórias cache, tendo surgido com os
processadores 386 onde era localizada dentro do próprio processador.
Atualmente, esta memória cache vem sendo substituída
gradativamente pelas memórias Cache L1 e L2 que são
significativamente mais rápidas.
Comentário:
A cache L3 só existe em processadores mais modernos. Também não
se pode dizer que um nível de cache substitui outro. Se um
processador possui cache L3, certamente também possui cache L1 e
L2. Não se tratam de gerações ou tecnologias diferentes de memória
cache, mas simplesmente de indicadores de níveis subseqüentes
dessa memória: L1, level1; L2, level2 etc.
Gabarito: item errado.
9) (CESPE – FHCGV – Técnico em processamento de dados)
Memória virtual é uma funcionalidade que permite aos programas
endereçar a memória de um ponto de vista lógico, sem considerar a
quantidade de memória principal disponível fisicamente.
Comentário:
Esse item dispensa muitos comentários. Conceituação precisa de
memória virtual. O maior propósito da memória virtual é aumentar
artificialmente a quantidade de memória principal disponível no
sistema, geralmente usando para isso áreas do disco rígido.
Gabarito: item correto.
10) (ESAF – AFRF 2002) Quando um disco magnético é utilizado
como memória virtual, o tempo de acesso é inferior ao da memória
cache.
Comentário:
Essa é uma questão simples, porém perigosa. A memória cache é
aquela intermediária entre o processador e a memória RAM, utilizada
preferencialmente pelo processador devido a sua alta velocidade. Em
ordem de velocidade temos, da mais veloz para a mais lenta:
memória cache, memória RAM e disco rígido. O que acho que essa
questão tentou foi confundir o candidato com o conceito de tempo de
acesso superior/inferior.
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Possui tempo de acesso inferior, aquela memória mais rápida. Possui
tempo de acesso superior, aquela mais lenta. Portanto, o disco
magnético, em qualquer condição de uso, possui tempo de acesso
superior ao da memória cache.
Gabarito: item errado.
É isso. Por hoje ficamos por aqui.
Na próxima aula, concluiremos o estudo de memórias e dispositivos
de armazenamento analisando os seus aspectos mais específicos - os
detalhes desses dispositivos. Veremos tópicos como tipos de memória
RAM, capacidade de armazenamento e velocidade dos dispositivos de
memória.
Até lá.
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