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Objetivos da aula
Discutir as propriedades mecânicas de ossos, músculos,
articulações, tendões e ligamento;
Apresentar conceitos básicos referentes ao sistema músculo-
esquelético e suas características biomecânicas;
Descrever mecanismos de interação entre os tecidos ósseo,
muscular e nervoso com base na neuromecânica;
Apresentar fatores selecionados que influenciam as propriedades
mecânicas destes tecidos.
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• Estruturas passivas
• Ligamento: aumenta estabilidade, guia o
movimento, limita a amplitude de movimento
• Tendão: transmite cargas do músculo ao osso,
permite o movimento
Tendões e ligamentos
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Diferença nos feixes da arquitetura
Tendões Ligamentos
Ligam o músculo ao osso Ligam duas estruturas ósseas
99% colágeno tipo I – mais denso
1% colágeno do tipo II
90% colágeno do tipo I
10 % colágeno do tipo II
Fibras ordenadas paralelamente Fibras paralelas e outras oblíquas
Cargas tensionais unidirecionais Cargas tensionais em uma direção
principal e em direções
secundárias
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Tendão (T) x Ligamento (L)
T L
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Quanto maior a
AST do
ligamento/tendão,
maior a
resistência a
ruptura
9. com carga
sem carga
Deformaçã
o
Tensão
Comportamento mecânico de um tendão
Histerese
tendência de um material ou sistema de conservar suas propriedades na ausência de um estímulo que as gerou
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Entorses de tornozelo
Grau I (leve) estiramento da região
Grau II (moderado) estiramento e ruptura parcial (pode gerar edema)
Grau III (grave) estiramento e ruptura total com possível avulsão
do osso (envolve edema)
Relação entre a AST do músculo e AST
do tendão => força muscular transferida
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Coelhos – o tendão é
responsável por boa
parte do estiramento
do SO em tensões
que correspondem ao
repouso fisiológico
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Tendão de Aquiles livre (sem
aponeurose) suportou uma
deformação de 8% enquanto a
aponeurose suportou 1,4%.
O tendão pareceu ser mais “elástico”
do que a aponeurose.
Os aspectos mecânicdos do tendão e
aponeurose do tríceps sural são de
grande importância devido a sua
participação na locomoção, onde
cargas de até 11kN/cm2 são
observadas (Komi et al 1987, 1992).
As diferenças entre a aponeurose e o
tendão, e os alto risco que ambos
apresentam de lesão (junção
músculo-tendínea) permanecem
sendo desafios para os estudos
clínicos.
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Imobilização
Mesmo após 8 semanas de
imobilização o tendão tenha
perdido rigidez, o principal efeito
da imobilização foi sobre o
tendão em si, mas sobre a
ocorrência de osteoporose na
inserção.
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Involuntário
órgãos internos
núcleo central
Involuntário
estriado
núcleo central
Voluntário
estriado
multinucleado
Tipos de tecido muscular
Músculo esquelético Músculo cardíaco Músculo liso
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COMPONENTES DO MÚSCULO
COMPONENTES ELÁSTICOS
São aqueles que retornam a sua forma original após o relaxamento. Exemplo:
Miofilamentos e o tecido conjuntivo.
COMPONENTES PLÁSTICOS
São aqueles que não retornam à forma original cessada a contração, se não
houver influência externa. Exemplo:
Mitocôndrias
Retículo Sarcoplasmático
Sistema Tubular
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O diâmetro das fibras musculares varia entre 10 e
80 μm, sendo que o maior músculo humano (em relação
a área transversa) é o glúteo.
No andar, se utiliza cerca de 200 músculos, sendo
que o corpo humano possui mais de 600 músculos, o
andar envolve atividade de cerca de 40% da nossa
musculatura.
O músculo capaz de realizar o movimento mais
rápido no corpo humano é aquele responsável pelo
movimento das pálpebras.
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Organização
espacial dos
músculos
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Locomoção
Músculos e ossos: forças e alavancas
Posicionamento do corpo
Movimentos rápidos, lentos, acelerações,
desacelerações
Postura
Mantém posturas (boas e más),
estabilidade articular
Funções primárias relacionadas
ao movimento
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iEMG
Força
antes
depois
Aumento na ativação
Sem mudanças na razão EMG/F
iEMG
Força
Sem mudanças na ativação
Aumento na razão EMG/F
Figura 1 (A) Figura 1 (B)
=
≠
Ganho de força por fatores neurais Ganho de força por fatores hipertróficos
Avaliação da participação de fatores neurais e hipertróficos
Moritani & Devries, 1979
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Tipos de fibra
Lentas - I (“vermelhas”)
Rápidas – IIa, IIb (“brancas”)
42. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
Recrutamento em uma contração
voluntária máxima
Níveldacontração(%CVM)
Participação de cada tipo de fibra (%)
Tipo I
Tipo IIa
Tipo IIb
43. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
Recrutamento de acordo com a força
requerida
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Muscle Nerve 23: 1647–1666, 2000
Músculos com maior área de seção transversa produzem mais força
Por quê?
52. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
A força total é proporcional aos número de
sarcômeros em paralelo
A velocidade é proporcional a quantidade de
sarcômeros em série
53. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
O treinamento físico faz aumentar o ângulo
de penação das fibras musculares
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Vídeo arquitetura
muscular
57. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
Músculos monoarticulares x biarticulares
Monoarticulares
Cruzam uma articulação
Produtores de força
Estabilização articular
Controle de movimento
Penados na maioria
Biarticulares
Músculos longos
Fusiformes na maioria
Controle e direcionamento de
grandes amplitudes de movimento
Mais propensos a lesões
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Membro inferior humano
Cinemática de 3 segmentos (coxa, perna e pé);
pé no solo.
A ação muscular cria um vetor de força F.
59. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
(a) Extensores do quadril, monoarticulares (psoas)
(b) Extensores do joelho, monorticulares (grupo vastus)
(c) Extensores do tornozelo, monoarticular (soleus)
60. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
(d) biarticular, rectus femoris, (flexor do quadril e extensor do joelho)
(e) biarticulares, posteriores da coxa (extensor do quadril e flexor do joelho)
(f) biarticular, gastrocnemius (flexor do joelho e extensor do tornozelo)
61. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
Agonistas ou motores primários
músculos responsáveis diretamente pelo
movimento. Perfazem a maior parte do
esforço.
Antagonistas
músculos que se opõem ao movimento.
Desempenham importante papel, pois
desaceleram o movimento.
Sinergistas
atuam auxiliando o movimento, são
responsáveis pela coordenação motora
fina na atividade minimizando
movimentos indesejados.
Classificação quanto à tarefa
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Ações musculares
Concêntrica: músculo gera tensão enquanto seu
comprimento diminui. Torque int > torque ext
Isométrica: músculo gera tensão mas não ocorre
movimento
Excêntrica: músculo gera tensão enquanto seu
comprimento aumenta. Torque int < torque ext
63. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
Relação Força x Velocidade – Hill (1938)
Músculos longos – efeito em série predomina aumentando a VELOCIDADE
Músculos curtos – Efeito em paralelo, maior ASTF e predomina a FORÇA
Baseado em Herzog et al (2007)
64. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
Fatores (selecionados) que
influenciam a produção de força
65. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
Zatsiorsky, 1996
Sexo e idade
Idade
(anos)
Força(N)
Homens
Mulheres
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Vaz et al., 2003
Jogadores de vôlei e bailarinas clássicas apresentam adaptações
específicas para músculos flexores e extensores plantares
Encurtado Alongado
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Sistema musculoesquelético
“Biomecanicamente...”
Ossos (O) – suporte e alavancas
Músculos (M) – produção de força
Articulações (A) – permitem a movimentação dos segmentos
Interação entre O, M e A gera movimento ou manutenção de posturas
Diversos aspectos influenciam esta relação
atividade física efeitos positivos
uso reduzido efeitos negativos
treinamento adaptação funcional
Qual o mecanismo de controle dessa(s) interação(ões)?
72. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
Sistema Nervoso Central (SNC)
Unidade fundamental – neurônio
http://www.utexas.edu/neuroscience/Neurobiology/WesThompson/images/1nmj.jpg
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Neurônios motores: função de transmitir o sinal desde o SNC ao órgão
efetor, para que este realize a ação que foi ordenada pelo comando central.
Neurônios sensores: são os neurônios que reagem a estímulos exteriores e
que disparam a reação a esses estímulos, se necessário.
Interneurônios: mais numeroso. Conecta os neurônios motores e sensoriais.
74. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
Sistema Nervoso Central (SNC)
Unidade fundamental – neurônio
Neurônio + fibras musculares inervadas = unidade motora (UM)
Proporção entre nervos e fibras – determina precisão
menores – movimentos finos
maiores – movimentos grosseiros
UM de contração lentas
UM de contração rápida (IIa, IIB)
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Princípio do tamanho (Elwood Henneman)
Motoneurônios de menor diâmetro inervam fibras lentas (oxid)
Motoneurônios intermediários inervam fibras IIa (oxid/glicolit)
Motoneurônios de grande diâmetro inervam fibras IIb (glicol)
Motoneurônios de menor diâmetro são mais facilmente excitados
Logo:
Fibras lentas são estimuladas com limiares de excitação mais baixos
Fibras rápidas são estimuladas com limiares de excitação mais altos
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Recrutamento de acordo com a força
requerida
(I)
Percentualdefibrasmuscularesrecrutadas
Força muscular
Leve Moderada Máxima
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Unidade Motora
Ação
Regulação
M a s . . .
medula espinhal
nervo
espinhal
nervo
espinhal
(axônio)
Corpo
celular do
neurônio
fibra
muscular
Representação de uma UM (modificado de Basmajian, 1955)
50/58
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Ação
Regulação
Como saber
‘quando’ e
‘como’
recrutar?
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VIAS = AFERENTES (“que aferem”) E EFERENTES (“que executam”)
80. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
Das teorias de controle e
aprendizagem motora
temos que o processamento
de informação baseia-se
em experiências prévias,
mas também depende da
interação dinâmica com o
ambiente
Adaptado de Lent (2003)
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O que detectam os ÓRGAO TENDINOSOS DE GOLGI?
Variação da tensão mecânica sobre os tendões. Estão em série
com às Fibras Extrafusais
O que detectam os ÓRGAO TENDINOSOS DE GOLGI?
Variação da tensão mecânica sobre os tendões. Estão em série
com às Fibras Extrafusais
O que detectam os FUSOS MUSCULARES?
Variação de comprimento das fibras
musculares. Estão paralelos às Fibras
Extrafusais
O que detectam os FUSOS MUSCULARES?
Variação de comprimento das fibras
musculares. Estão paralelos às Fibras
Extrafusais
Receptores proprioceptivos
musculares
Motoneurônios α recebem uma cópia da informação proprioceptiva e realizam
ajustes automáticos reflexos necessários. As unidades ordenadoras (os
motonêuronios) recebem informações a cerca da tensão e da variação do
comprimento das fibras musculares.
83. Biomecânica - Felipe Carpes – www.ufsm.br/gepec/biomec
Referências básicas
• Hamill J, Knutzen KM. Bases biomecânicas do
movimento humano. Manole: São Paulo, 1999.
• Enoka RM. Bases neuromecânicas da cinesiologia.
2.ed. Manole: São Paulo, 2000.
• Hall S. Basic biomechanics. 5.ed. McGrow Hill:
Boston, 2007.
• Winter D.A. Biomechanics and motor control of
human movement. 2.ed. John Wiley & Sons: New
York, 1990.