Este documento fornece orientações sobre o currículo do Estado de São Paulo e seus materiais de apoio para a disciplina de Biologia. Apresenta princípios do currículo como priorizar a competência de leitura e escrita e articular conhecimentos com o mundo do trabalho. Inclui exemplos de oficinas e cenários para discutir o currículo e dúvidas sobre os cadernos do professor e aluno.
Aspectos fundamentais do currículo do estado de são paulo e seus materiais de apoio biologia 2012
1. “Aspectos fundamentais sobre o Currículo do
Estado de São Paulo e seus materiais de apoio –
Biologia”
Fernanda Rezende Pedroza
Professor Coordenador de Núcleo Pedagógico
Diretoria de Ensino da Região de Jacareí
Abril-2012
2. MUDAM-SE OS TEMPOS...
Mudam-se os tempos, mudam-se as
vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, enfim, converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões
3. Objetivos do encontro
Apresentar de forma geral o processo de construção de um
currículo;
O currículo do Estado de São Paulo, os materiais e instrumentos
de apoio para sua implementação;
Discutir sobre os princípios do Currículo e as dúvidas recorrentes
dos Cadernos do Professor/Aluno utilizando cenários para reflexão.
4. Nossa Pauta - Manhã
9h30
1. O Currículo do Estado de São Paulo – algumas
considerações
2. Os princípios do currículo – leitura e socialização
3. Materiais e projetos de apoio
4. Oficina 1: Reflexão sobre os princípios do
currículo e as dúvidas recorrentes do Caderno
Professor/Aluno
5. Nossa Pauta - Tarde
• Estudo coletivo: O Sorriso de Monalisa
Uma visão do currículo
• Desafios da prática docente – estrutura e
organização do currículo
• Reafirmando princípios curriculares
• Oficina 2: “Pensando nas
competências/habilidades e nas propostas de
adequações dos Cadernos de apoio”
16h30 - encerramento
8. CURRÍCULO PRESCRITO
CURRÍCULO APRESENTADO AOS PROFESSORES
CURRÍCULO MODELADO PELOS PROFESSORES
ENSINO INTERATIVO
CURRÍCULO EM AÇÃO
CURRÍCULO REALIZADO
Efeitos complexos: explícito-ocultos, em
alunos e professores, meio exterior, etc.
administrativo
Conhecimentos escolares
CURRÍCULO AVALIADO Campo econômico, político, social, cultural e
Marlucy Alves Paraíso
Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais e Coordenadora do GECC: Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Currículos e
Culturas da UFMG
9. O que o Currículo assegura?
“[...] garantir a todos uma base
comum de conhecimentos e
competências, para que nossas
escolas funcionem de fato como
uma rede [...]” priorizando a
competência de leitura e escrita
(SEE/SP, 2008).
10. Princípios para um currículo
comprometido com seu tempo
Uma escola que também aprende;
O currículo como espaço de cultura;
As competências como referência;
Prioridade para a competência da leitura e da escrita;
Articulação das competências para aprender;
Articulação com o mundo do trabalho.
13. Oficina1:
Síntese
Para discutir esses cenários, é
importante termos em mente:
Reflexão sobre o currículo prescrito
Os materiais de apoio ao currículo
Reflexão sobre situações reais da/na escola.
Concepções de ensino e de aprendizagem
Atitude/Postura Docente
Visão Profissional
15. Cenário 1
Uma professora que acabara de chegar na escola percebeu
que todos os alunos já estavam com o Caderno do Aluno em
mãos. Ela analisou o Caderno e achou que sua utilização
contribuiria muito com seu trabalho, principalmente porque
disponibilizava vários textos e propostas de atividades que
muitas vezes tomavam o seu tempo quando tinha que
escrevê-los na lousa. Então, passou a utilizar o Caderno do
Aluno para planejar suas aulas, já que não possuía o Caderno
do Professor. Comentário: O Caderno do Aluno apresenta as propostas de atividades e orientações de estudos. No
Caderno do Professor é que estão as orientações sobre as competências e habilidades a serem
desenvolvidas pelos os alunos em cada tema ou tópico de conteúdos, apresenta a sequência de
trabalho em sala de aula e dialoga com o professor trazendo orientações fundamentais para o trabalho.
É essencial que o professor tenha acesso ao Caderno do Aluno e Professor para que seu trabalho seja
mais efetivo, mesmo que digitalizado. No entanto, apesar da dificuldade, é possível que o professor
desenvolva os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais propostos para a série e bimestre
consultando o currículo.
16. Cenário 2
De acordo com orientação do professor coordenador, um
professor de Biologia entregou aos alunos o Caderno do
Aluno, porém explicou que estes seriam usados apenas em
algumas atividades, e que trouxessem o material apenas
quando fosse solicitado. Ao ser questionado pelos alunos que
já estavam acostumados a usar o Caderno com o professor
do ano anterior, o professor atual disse que os conteúdos dos
Cadernos não estavam organizados, e que por isso utilizaria
apenas o livro didático e aproveitaria os exercícios do
Caderno do Aluno em alguns momentos. O Caderno do Aluno não é um material de pesquisa, de conteúdos, como o livro
didático, e sim, uma proposta de sequência didática, com etapas definidas e
relacionadas umas as outras. Os temas de conteúdos organizados seguem as
orientações dos PCN+ que também estão no currículo, ou seja, apresenta os temas
de forma espiral.
17. Cenário 3
No início do ano, a professora coordenadora solicitou aos
professores de todas as disciplinas que entreguem os livros
didáticos aos alunos de acordo com a série. Passado alguns
dias, a professora de biologia comentou em ATPC que solicitou
que os alunos trouxessem os livros para trabalhar em sala de
aula, porém percebeu que os conceitos previstos para aquela
aula não estavam presentes no livro daquela série e sim, de
outra. Alguns professores de outras disciplinas também
relataram que passaram pela mesma situação. Apesar da
situação, a coordenadora insiste na entrega dos livros por ser
de direito do aluno. Os livros didáticas fazem parte do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, faz parte de uma ação do
MEC, e portanto faz parte da esfera Federal e não específica do Estado de São Paulo. No início do ano, o
professor deve visitar o currículo previsto para todos os bimestres, elaborar seu plano de ensino e verificar
os aspectos que necessitam de adequações à sua realidade. Provavelmente o livro não estará de acordo
com o currículo, mas uma possibilidade é aproveitar os momentos de escolha do livro didático para verificar
aqueles em que os autores trazem propostas mais próximas ao currículo prescrito.
18. Cenário 4
Um professor de biologia da 1ª série do ensino médio
conversava com outro professor de biologia sobre sua
preocupação específica com esta série. Ele disse: “Fui
preparar o plano de ensino anual e verifiquei que os Cadernos
do Professor e do Aluno da 1ª série do ensino médio
apresentam muitas propostas para leitura e elaboração de
gráficos e tabelas, além de cálculos sobre os tema ecologia,
acho que não vou utilizar os Cadernos da 1ª série”.
“As competências como referência” é um dos princípios do currículo. Com efeito, um currículo
referenciado em competências supõe que se aceite o desafio de promover os conhecimentos
próprios de cada disciplina articuladamente às competências e habilidades do aluno. É com
essas competências e habilidades que o aluno contará para fazer a leitura crítica do mundo,
questionando-o para melhor compreendê-lo, inferindo questões e compartilhando ideias, sem,
pois, ignorar a complexidade do nosso tempo.
20. E no vestibular...
Componentes celulares Células
X Y Z
Cloroplastos - + -
Complexo de golgi + + -
Envoltório nuclear + + -
Mitocôndrias + + -
Nucléolo + + -
Parede Celular - + +
Ribossomos + + +
a) X é uma bactéria
b) Z é um vírus
c) Y e Z são células de origem
animal
d) X e Y são células eucarióticas;
Z é procariótica
21. Cenário 5
Na reunião semanal de ATPC o Professor Coordenador estava
apresentando o boletim dos Resultados do IDESP e também
as habilidades que os alunos tiveram mais dificuldades na
Avaliação de Aprendizagem em Processo. A Professora de
Língua Portuguesa foi questionada pelos colegas pelo mal
desempenho dos alunos da 3ª série do ensino médio nesta
disciplina.
A Leitura e a Escrita no atual Currículo é um compromisso de todas as disciplinas. É
possível notar que nos Cadernos existem diversos textos, e propostas de atividades
que poderão contribuir com o desenvolvimento dessas competências.
22. E no currículo de biologia?
Como são desenvolvidas as
competências leitora e escritora?
23.
24. Cenário 6
A mais de 6 meses escola recebeu uma aluna e alguns professores suspeitam que
ela possua algum tipo de deficiência ou transtorno pois não demonstra interação
alguma com os alunos e/ou professores, mesmo quando estes procuram se
aproximar da menina. Ela sempre se senta ao canto, sozinha e demonstra grandes
dificuldades de aprendizagem quando abordada pelo professor. Não possui laudo
médico sobre qualquer deficiência. Na ATPC coletiva alguns professores comentam o
caso e sentem a necessidade de falar com os pais, e dar encaminhamentos
adequados se necessário. No entanto, um professor percebeu que em sala de aula
alguns alunos a desprezaram e se referiram à ela com preconceito. Preocupado com
a situação, o professor sugere ao corpo docente uma ação de conscientização e/ou a
realização de um projeto didático para buscar soluções ao problema. O Professor
sugere a possibilidade de trabalhar com trechos de filmes e livros que a escola já
possui, como “A Cor do Paraíso” (Cinema vai à Escola), Menina bonita do laço de fita
(Prevenção Também se Ensina e Comunidade Presente), diversidade sexual e homofobia
e até outras referências sugeridos pelo Centro de Apoio Pedagógico Especializado
(CAPES) sobre diversas deficiências, a fim de sensibilizar os alunos para discussão
sobre as diferenças e o respeito, propondo que cada professor da turma aborde um
tema sobre o respeito à diversidade. No entanto, alguns professores questionaram o
fato de talvez não conseguirem cumprir os conteúdos dos Cadernos em virtude da
realização desta ação e assim comprometer as aulas do bimestre.
26. Materiais de apoio
• Site: www. http://culturaecurriculo.fde.sp.gov.br/
• Caderno de Cinema do Professor
• vol. 1: ficha técnica dos filmes, bem como algumas
possibilidades de utilização desses filmes em sala de aula.
• vol. 2: textos relacionados ao cinema e à Educação.
• A Cor do Paraíso
• A Rosa Púrpura do Cairo
• Arquitetura da Destruição
• Bendito Fruto
• Billy Elliot
• Cantando na Chuva
• Cinema, Aspirinas e
Urubus
• Crash, no Limite
• Crianças Invisíveis
• Diários de Motocicleta
• Final Fantasy
• Frankenstein
• Língua, Vidas em
Português
• Narradores de Javé
• O Fim e o Princípio
• O Pagador de Promessas
• O Planeta Branco
• Putz, a Coisa Tá Feia
• Terra de Ninguém
• Vida de Menina
•Antes que o Mundo Acabe
• Lixo Extraordinário
• Uma Noite em 67
• Sobre Futebol e Barreiras
• A Culpa é do Fidel
• Sombras de Goya
• Criação
• Lemon Tree
• Honeydripper, do blues ao rock
• O Menino do Pijama Listrado
27. Cenário 7
Pensando em contribuir com as habilidades desenvolvidas nas aulas de
Biologia, o professor comentou com o coordenador que seria interessante
realizar uma atividade de visitação na Estação Ciência e no Museu
Catavento Cultural. O professor coordenador então orientou o professor
para a elaboração de um plano que deveria ser encaminhado à Diretoria
de Ensino. Ao analisar o plano, o coordenador verificou que havia
justificativa, objetivos e metodologia desta ação; percebeu que a proposta
de visitação estava articulada com os conteúdos e habilidades previstas
no plano de ensino e no currículo para o bimestre, porém não apresentava
a forma de avaliação. Ao perguntar para o professor, este informou que
solicitaria aos alunos um relatório após a visita. O trabalho do professor e
dos alunos foi um sucesso e poderia ter sido melhor ainda se tivessem
tido ajuda de custos para a compra de materiais de papelaria, alguns
livros, e até mesmo um auxílio para o lanche e transporte dos alunos.
29. Todo Currículo não pode ser
compreendido apenas como:
Portanto, para que ele seja eficiente, é necessário que
tenha aplicabilidade e resultados, de forma que torne-se
materializado por meio de práticas educativas.
30. Currículo: o cruzamento de
práticas diversas
Ações da/na
escola
intervêm em
sua
configuração
Interações
culturais e sociais
Bagagem de ideias e
significado
Condições reais
de
desenvolvimento
32. Vamos sempre ter em
mente
CURRÍCULO
É a expressão de tudo o que existe na cultura
científica, artística e humanista, transposto para
uma situação de aprendizagem e ensino.
33. ● Não são conteúdos prontos para serem passados
para os alunos.
● São construções e seleções de conhecimentos e
práticas produzidas em contextos concretos e em
dinâmicas sociais, políticas, culturais, intelectuais e
pedagógicas.
● São orientados pela dinâmica da sociedade.
35. Trecho do Filme “O Sorriso de Monalisa”
Parte 1
•Visão de Currículo nesta aula
-Da professora
-Das alunas
•Principais entraves no processo de
implementação (desenvolvimento) do
Currículo nesta aula.
36. Trecho do Filme “O Sorriso de Monalisa”
Parte 2
•Visão de Currículo nesta aula
•O que a Professora possibilita
•Foi necessário a intervenção da
Professora neste processo de
desenvolvimento do Currículo
•O Processo de alteração –
modificação como ocorreu.
37. Reflexão:
Porque somos sujeitos desta época e de nenhuma outra,
não conseguimos experienciar mais a Educação e a
Pedagogia do mesmo jeito que antes. Por isso, as
praticamos, enquanto os novos seres híbridos que
somos. Seres que, dentre outras características,
possuem, em seus fazeres, pensares e dizeres, uma
porção de currículo "oficial" e outra porção de currículo
"alternativo". Ao perdermos os fatores distintivos, entre
"oficial" e "alternativo", nossos currículos passam a ser
representados pelo traço de união que liga, agora, as
duas palavras. (CORAZZA, 2001, p.102)
Obrigada
38. Referências bibliográficas:
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São
Paulo: Ciências da Natureza e suas tecnologias. São Paulo: SEE, 2010.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Cadernos de Apoio ao
Currículo de Biologia do Estado de São Paulo: Ciências da Natureza e suas
tecnologias. São Paulo: SEE, 2013.
Referências bibliográficas:
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São
Paulo: Ciências da Natureza e suas tecnologias. São Paulo: SEE, 2010.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Cadernos de Apoio ao
Currículo de Biologia do Estado de São Paulo: Ciências da Natureza e suas
tecnologias. São Paulo: SEE, 2013.
SACRISTAN, J. G. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. 3ª Ed. Porto
Alegre: Artmed, 2000.
CARVALHO, Maria do Amparo de Melo. O Currículo prescrito
interpenetrado pelo currículo alternativo: possibilidades e limitações de um
trabalho com “atividades curriculares alternativas" numa escola de Ensino
Fundamental. Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais, 2005.
SACRISTAN, J. G. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. 3ª Ed. Porto
Alegre: Artmed, 2000.
CARVALHO, Maria do Amparo de Melo. O Currículo prescrito
interpenetrado pelo currículo alternativo: possibilidades e limitações de um
trabalho com “atividades curriculares alternativas" numa escola de Ensino
Fundamental. Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais, 2005.