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1
Por Fernando Zornitta
Fotos Paulo Zornitta & Fernando Zornitta
O futebol é a modalidade esportiva que mais mobiliza as massas no planeta. E, o esporte - tão
somente o esporte como atividade e prática - deveria estar na raiz de tudo; mas
paradoxalmente tem sido fantasiado e travestido de entretenimento, dando margem à
exploração, ao negócio, ao circo da bola.
Os clubes, que mantém acesa a chama das torcidas tornaram-se verdadeiros palcos do
espetáculo e fonte de arrecadação de dinheiro de fanáticos e neuróticos de todas as idades -
que “ejaculam” suas emoções nos estádios e fora deles; torcendo por seus times e externando
seus instintos que cada vez mais instigam a competição em vez de praticarem o esporte.
Nesse contexto, os jogadores profissionais, tornaram-se não mais do que atores desses
espetáculos, que precisam deles para perpetuar o circo da bola e continuarem faturando.
Também se prestam a gestarem atletas, que depois tornam-se mercadoria e fonte de renda aos
clubes.1
É uma roda viva insana que não promove nem o esporte e nem o futebol. Também, não é uma
recreação sadia para quem assiste e torce, pois incita a competição onde a vitória é o único
objetivo possível, em que vemos os estádios se transformarem em arenas de guerra e suas
redondezas em campos de batalha onde as torcidas digladiam – como nas arenas e as vezes até
a morte.
Exatamente como era no Coliseu de Roma, que oferecia “diversão” às massas em uma arena –
que era o espaço para o combate – incitando a violência e nenhum outro benefício trazia ao
espectador além do circo2
.
A principal entidade do futebol, a FIFA, renomeou o palco do circo da bola e do espetáculo
futebolístico, ajudando a instigar a competição, mas principalmente o litígio. O que antes
chamávamos de “estádio”, agora passamos a chamar de “arena”. Uma triste analogia; um claro
convite à batalha, ao litígio, à guerra que não tem ficado só no campo; permeia as torcidas, vai
para as ruas, espaços públicos, metrôs; instiga os instintos e todos os ódios; destrói patrimônio,
ofende racialmente – nos remete às cavernas.
Tudo aos olhos da contemporânea “humanidade”; de organismos internacionais, de governos
que engolem sapos e financiam essa demente forma de futebol-espetáculo mediático
manifestar-se.
Para reverter isso, as iniciativas de incentivo aos esportes – sejam públicas ou privadas - não
devem priorizar os clubes, que se prestam mais a desorientar e a desvirtuar o futebol e,
seguem com suas políticas no rumo e no espírito da competição em vez de focarem na prática
1
Do texto do autor, - BRASIL: CELEIRO DE ATLETAS OU DE FÊNIX DA BOLA ?. Fortaleza, 2006
2
Filosofia do “pão e circo”.
2
desportiva. Os clubes-empresa viraram grandes fontes de negócios, com fundos de
investimento, participações acionárias, comércio de bugigangas e tráfego de seres humanos –
de jogadores e de jovens com potencial para tornarem-se atletas profissionais (tudo mais ou
menos legalizado, mas não eticamente conduzido) – dentre outros contrassensos alienígenas
ao esporte.
O futebol no início da sua gestação no Brasil – no começo do século XX3
, tinha na prática
desportiva a base das iniciativas comunitárias e locais. De um esporte de elite, importado no
século XIX da Inglaterra e praticado em clubes fechados naquela época; foi o gosto pelo futebol
e a sua constante prática informal no Brasil que fez esse esporte popularizar-se, sendo
difundido em todos os recanto do país e sedimentando-se nas bases culturais de todas as
classes sociais, envolvendo todas as faixas etárias (desde a tenra idade), todas as etnias e
ambos os sexos.
O futebol como atividade humana, praticado a partir da livre escolha e opção por parte do
indivíduo e, sem um comprometimento profissional, pode ser considerado além de esporte,
uma atividade de lazer e recreação. E é assim mesmo que o futebol deveria continuar sendo
praticado, de forma espontânea, descompromissada e por livre opção; pois o futebol é antes de
tudo uma atividade humana de lazer e recreação.
Esse ato espontâneo de jogar, de brincar com a bola e com outras pessoas é que aproxima o
futebol de uma atividade de “recreação”, a qual por sua vez no Brasil contribuiu
significativamente para sedimentar essa base de difusão e da sua constante e continuada
prática. E essa “prática recreativa do futebol” que fez a modalidade esportiva esparramar-se
pelo país, a qual foi misturada à criatividade e aos dna brasileiro, fez fomentar várias gerações
de talentos.
No dizer de Gilberto Freire, o futebol brasileiro afastou-se do bem ordenado original britânico
para tornar-se a dança cheia de surpresas e de variações dionisíacas.
Mas enquanto as condições para a prática não existirem, enquanto a filosofia estiver
desalinhada e incentivando o que é ilógico e excludente, antiético e contraproducente, não
mais seremos um celeiro de talentos e nem veremos a possibilidade de profissionalização dos
nossos potenciais talentos.
Para voltarmos a ver atletas com princípios, protagonistas da cidadania; os valores do esporte
priorizados, ou ainda, crianças esquecendo-se do mundo enquanto brincam com uma bola, não
são necessários muitos estudos científicos e nem jurídicos nesta especialidade, basta tão
somente embasar-se nos princípios que fazem os homens estabelecer normas, regras e leis: na
ética e na promoção dos valores humanos, que deveriam ser os únicos a serem considerados.4
3
Do texto do autor, - BRASIL: CELEIRO DE ATLETAS OU DE FÊNIX DA BOLA ?. Fortaleza, 2006
4
Idem citação anterior.
3
O Futebol e a Mudança de Foco Necessária
A competição faz parte do esporte contemporâneo, mas esta modalidade tem sido cada vez
mais desvirtuada e deturpada, favorecendo os oportunistas que corrompem o espírito do
esporte e se locupletam no falso poder, encastelando-se num sistema suicida do esporte, que
deve mudar.
Durante a Copa da FIFA em 2014, o Brasil e o mundo vivenciaram o que é considerado o maior
espetáculo da Terra. Jogos e mais jogos. Festa e mais festa. Mídia, propaganda e negócios; mas
também a subserviência imposta do país que hospedou o torneio5
.
Não foi diferente nas últimas edições deste evento e não é diferente no ideário desta estrutura
que normatiza, fiscaliza e dá o rumo para a modalidade; que realiza os torneios e os trâmites
que envolvem clubes, transferências de jogadores de futebol no mundo.
Na organização e gestão; no padrão do evento, é inegável a competência da FIFA em fazer
acontecer e em promover esse grande espetáculo futebolístico a cada quatro anos e, para isso
adequando o país realizador às suas exigências e condições, fazendo-o aplicar os recursos
internos em infraestrutura viária e nos “elefantes brancos”6
– as “arenas” - que se prestam a
realização dos jogos e à promoção do circo da bola. Fazendo o país executar em curto espaço
de tempo as obras necessárias e que ele não planejou e nem realizou em décadas; obras
patéticas aos olhos da urbanística e só para ligar os aeroportos aos hotéis e estes aos estádios.
Depois da copa e nos jogos, estas arenas parecem mais mausoléus do que estádios e, quando
em jogos de grandes disputas, como agora no campeonato nacional brasileiro, tornam-se
campos de guerras entre torcidas organizadas – daqueles que assistem e vão para extravasar
suas emoções, mas que não praticam o futebol.
No Brasil, obras para a pretensa mobilidade, feitas às pressas, desabaram e outras não
terminadas se esparramam pelo país. Os clubes, por aqui, estão todos endividados e devendo
fortunas em impostos. Mantém-se com recursos de mídia e marketing, de comércio de
jogadores e de ingressos7
. Tornaram-se empresas e dependentes desse contexto que cada vez
mais se afasta dos princípios e benefícios que o esporte pode oferecer. Mas mal administrados
e focados nessa aura do espetáculo “absolutamente todos os clubes de futebol do Brasil são
deficitários” e os débitos dos grandes clubes superam 2,4 bilhões de Reais.
O sistema vigente e capitaneado pela FIFA não é mais futebol; não é esporte, mas um circo – o
circo da bola.
5
O que ficou claro com as vaias que receberam a Presidente Dilma Rousseff e o Presidente da FIFA Joseph Blatter
na abertura dos jogos. Também nas manifestações dos jovens pelas ruas do Brasil durante os jogos da Copa.
6
“Copa: Prejuízo de 'elefantes brancos' já supera R$ 10 milhões” - em:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150212_elefantes_brancos_copa_rm
7
Segundo a Agência Brasil, a principal renda dos clubes vêm dos direitos de televisão 27% , da transferência de
jogadores 21%, dos patrocínios e publicidade ( 16%), da bilheteria 12%. (Cabe lembrar que o sistema de loterias
públicas também alimenta esse sistema)
4
O Brasil já foi o país da prática desportiva, mas hoje se presta a contribuir para desprestigiar
esse esporte, a enriquecer os atores – jogadores, agentes, dirigentes, clubes e, principalmente
os coniventes com o circo: empresas patrocinadoras, mídia e o sistema que lhe dá suporte –
tudo sob o olhar desatento dos governantes, locupletados e omissos a esse poder de anestesiar
as massas e pela incompetência para fazer do futebol um esporte de fato e de direito para o
desenvolvimento humano; para permear com os seus valores individuais, sociais e daqueles
universais - de promoção da paz e do intercambio sociocultural, como foi proposto há mais de
sete séculos antes de Cristo nos Jogos Olímpicos da Grécia.
A base para a prática, a infraestrutura física dos equipamentos inexiste ou está entregue ao
mais completo abandono e falta a orientação técnica para essa prática no Brasil. Nossas cidades
incham e se desqualificam sem a urbanística como guia para, a partir do planejamento,
oferecer as condições para o conforto humano – para habitar, trabalhar, circular e recrear; para
os serviços fundamentais e básicos de educação, saúde, segurança, saneamento básico –
dentre outros; mas principalmente para a inclusão8
.
O esporte nesse contexto sequer é pensado como elemento compensador e necessário para a
saúde e bem estar humano, nesse demente estágio de involução contemporâneo. Só uma em
cada três crianças e jovens do mundo pratica alguma atividade esportiva. No Brasil uma em
cada seis e perto de zero% nas faixas de pessoas adultas e idosas. Em outros países mais
atrasados ou em áreas como as de conflito, essa taxa é bem maior.
A dissintonia das necessidades da infraestrutura para a prática desportiva com o luxo e o que é
esbanjado para a estrutura do circo da bola é um disparate. No Brasil, como de resto nos países
mais atrasados e com baixos indicadores de desenvolvimento humano, vemos mega estruturas
para o circo/espetáculo e nenhuma estrutura para a prática do esporte e lazer nas cercanias
dos nossos lares; vemos recursos públicos e das loterias públicas alimentando a voracidade
desse sistema.
Doze mega “arenas” foram construídas para a Copa de 2014 no Brasil9
, enquanto nenhuma
mínima estrutura para a prática desportiva nos bairros e periferias das cidades, que cada vez
mais exclui seus jovens10
.
No site da FIFA, encontra-se o documento intitulado HOME of FIFA11
, em que é apresentada a
sede da entidade na Suíça, com o qual pode-se fazer um paralelo do luxo com o desleixo da
infraestrutura desportiva para a prática disponível para a população no Brasil.
Para mostrar essa realidade, durante a Copa FIFA 2014 aqui no Brasil, convencemos uma
equipe de televisão europeia, a RTS (da Suíça) a nos acompanhar12
a uma visita no entorno da
“Arena Castelão” de Fortaleza (que foi uma das 12 cidades sede dos jogos) para registrarem a
8
100% das cidades brasileiras não apresentam condições de acessibilidade para as pessoas com mobilidade
reduzida – idosos, obesos, pessoas com deficiências, mães com crianças de colo.
9
Ver fotos anexas das 12 “arenas”.
10
Ver exemplo em fotos anexas ao final do texto de uma realidade na cidade de Fortaleza e nas proximidades da
“arena Castelão” – uma das 12 sedes dos jogos da copa de 2014.
11
http://resources.fifa.com/mm/document/affederation/administration/01/28/72/70/hof-ee.pdf
12
Iniciativa minha e de meu irmão Paulo Zornitta.
5
não mais de um km de raio deste estádio o paradoxo da realidade da infraestrutura de esporte
e lazer das comunidades nesta cidade – que é a mesma em todo o país – comparativamente ao
do palco da bola do evento FIFA que estava ali ao lado.
Pois a matéria, comandada pelo repórter da RTS Miguel-Angel Aquiso serviria para ser
veiculada pela Rede na Europa, mas não sabemos se foi13
(Líderes comunitários, crianças,
jovens e profissional de educação física foram entrevistados e deram seus depoimentos para a
equipe14
).
A prática desportiva pode contribuir para fomentar os valores intrínsecos do esporte e ajudar a
oferecer a inclusão a milhões de jovens, que sem oportunidades migram para a criminalidade e
para as drogas.
Mas, para a prática desportiva é imprescindível essa infraestrutura para tal, consubstanciada
por uma orientação profissional e, tão somente nos propusemos a mostrar para a equipe da
RTS o paradoxo no Brasil; um país dos maiores concentradores de renda; o 3º mais violento do
mundo (que tem 19 das 50 cidades mais violentas do planeta) e que apresenta índices de
criminalidade alarmantes, para contribuir para a reversão e realinhamento das políticas
públicas, mitigação da violência e promoção da saúde através da prática desportiva; mas que
para isso não oferece as necessárias condições.
O Brasil também é o campeão mundial em homicídios (11% de todos os homicídios do planeta
segundo a OMS/ONU) com uma média de 43,4 assassinatos de jovens por 100 mil habitantes e
mais de 60 mil vítimas de assassinatos por ano - 90% destes crimes nunca são elucidados e nem
os criminosos punidos. 54,3% do total dos assassinatos são de jovens, dos quais 77% são
negros).
O Brasil também é o país com maior número de roubos de toda a América Latina. O número de
roubos, assaltos, latrocínios é absurdo em todo o país e o sentimento de insegurança permeia
todas as partes. Somente no Estado de São Paulo, de janeiro a novembro de 2014 foram
registrados 286.000 roubos.
O custo da violência representa 5% do PIB do país e esse valor é 3 vezes maior do que os
investimentos destinados a segurança.
Fortaleza é a 8ª nesse triste ranking em que milhares de jovens perdem a vida todos os anos
por falta de oportunidade e assédio das drogas que conduzem à criminalidade. Durante os
quatro dias de carnaval de 2015, 79 vítimas de assassinatos no Estado do Ceará, sendo a quase
totalidade delas em Fortaleza.
Assim como registrado na matéria da RTS aqui em Fortaleza, em todas as cidades brasileiras
nossos espaços para a prática do esporte e lazer estão entregues ao mais completo abandono e
a infraestrutura nas proximidades dos nossos lares, que poderia oportunizar a base correta
para a prática desportiva, para a inclusão e para a formação atlética.
13
E se não foi, gostaríamos de saber o porquê não foi - lembrando que a RTS é Suíça.
14
Fotos desse momento em anexos ao final do texto.
6
Mas num país governado e administrado por políticos despreparados e incompetentes, em que
a todos os escaninhos e todos os escalões da República estão contaminados pela corrupção; em
que os poderes constituídos não funcionam com independência, isso sequer chega a ser
considerado como necessidade e direito, enquanto a futilidade e o desperdício que permeiam o
esporte são incentivados para o país sair bem na foto.
Há quase 5 anos, em junho de 2010, tendo participado em Brasília na III Conferência Nacional
do Esporte como delegado eleito do Estado do Ceará, levando a proposta de “realização do
inventário completo da infraestrutura de esporte e lazer em todos os municípios brasileiros
para fundamentar as políticas e ações para estas atividades”15
, a qual foi aprovada em plenária
e incluída no Plano Decenal de Esporte do Governo Federal e, a partir daí tendo insistido junto
às instâncias ministeriais para que fosse instituído o “Programa Nacional de Qualificação dos
Equipamentos de Esporte e Lazer” a nível nacional – idealizado como ação para esse fim;
recebemos como resposta o silêncio das tumbas e a inação do poder público - do Ministério do
Esporte, do Governo Federal e de instâncias políticas.
Nesse tempo, os investimentos para a Copa da FIFA sugaram os recursos públicos e atualmente
os 23 maiores clubes de futebol cerceiam o Palácio do Planalto e a Presidência da República
para solicitar isenção e parcelamento dos seus débitos com impostos federais que são
superiores a um bilhão de Reais – parcelamento esse pretendido para ser em 200 meses16
.
Os organismos internacionais, a ONU, suas agências e programas, governos e todas as
entidades representativas do esporte deveriam reorientar suas ações e focar no potencial da
prática desportiva e mitigar os efeitos nefastos do espetáculo esportivo na alma humana;
destinando neurônios e recursos para os verdadeiros valores e para a prática do esporte em
todo o planeta.17
Mas, contrariamente a isso e ao que o mundo do esporte precisa, acompanhamos uma luta e
políticas nas entidades desportivas por mais poder, pela perenidade quase imperial e para
continuar a impor seus objetivos que nada tem a ver com o esporte. Várias entidades – dentre
elas a FIFA – andam desalinhadas dos verdadeiros fundamentos do esporte e do seu potencial
benéfico para a promoção dos valores humanos e universais, que por sua vez contribuem para
a cooperação e o estabelecimento da paz que o mundo precisa.
Enquanto essa patética política do circo da bola prevalecer, nenhuma possibilidade do esporte
cumprir o seu fundamental papel de promoção do desenvolvimento humano e construção de
um caminho positivo de compreensão e de entendimento entre as pessoas e povos, para a
sedimentação da estrada da paz e de um mundo melhor, mais ético, mais justo e igualitário –
que todos queremos e precisamos.
15
Eixo 9 – da infraestrutura – ação 5 e metas – aprovado e constante do Plano Decenal de Esporte e Lazer do
Governo Federal, em junho de 2010.
16
Não temos dúvidas nenhuma de que os grandes clubes de futebol conseguirão o seu intento de parcelamento
rumo ao infinito dos seus débitos – em 200 meses é o que pretendem – tirando dos cofres públicos recursos para
melhores destinos.
17
Dispomos de projeto efetivo de uma tecnologia social para essa mudança de rumo.
7
Nem o de promover os valores humanos e contribuir para a educação, para a saúde, para a
socialização – dentre outros aspectos positivos – os quais por sua vez poderiam contribuir
significativamente, para um profícuo intercambio sociocultural, para o desenvolvimento da
espécie humana, para as bases da tolerância entre os povos, para apaziguar os espíritos e para
promover a paz.
Para efetivar as mudanças, a filosofia e as ações das entidades esportivas – clubes,
agremiações, órgão públicos; a começar pela FIFA, devem mudar radicalmente e
estruturalmente. Não é questão de mudança de nome dos gestores e de quem comanda as
entidades, mas de compromisso com o esporte e com os seus valores que estão há muito
esquecidos.
Um único projeto, se replicado pelo planeta como o “Luz para o Esporte”, idealizado pelo autor
e aplicado através de uma ONG criada em 2003 no nordeste brasileiro, pode fazer a diferença e
oferecer oportunidades, inclusão e profissionalização a bilhões de crianças e jovens; a adultos e
idosos do planeta através do esporte.
Mas para sua aceitação, o sistema tem de mudar a filosofia – do circo para a prática desportiva
como foco - e ser permeável aos princípios lógicos e éticos do esporte. Mude-se a filosofia e
mudar-se-á tudo, acabarão os problemas de litígios entre torcidas, as demonstrações de
racismo; acabará o contraste entre o luxo e o desleixo na infraestrutura para a prática do
esporte e lazer nas proximidades dos nossos lares; acabará a má destinação de recurso, o
desperdício e a corrupção; acabará o domínio imperial sobre a modalidade esportiva
capitaneada pela FIFA e a submissão de todo o planeta aos poucos que comandam a entidade e
os muitos que comercializam em nome do esporte.
Para isso, cada um e todos nós, temos parte da responsabilidade nesse processo de mudança
de mentalidade e foco. Em nome e prevalência do espírito do esporte precisamos mudar o que
aí está.
________________________________________
Fernando Zornitta, Ambientalista, Arquiteto e Urbanista, Especialista em nível de pós-graduação em Lazer e
Recreação (Escola Superior de Educação Física da UFRGS/Porto Alegre) e em Turismo, curso de pós-graduação da
Organização Mundial de Turismo/ONU-Governo Italiano/SIST-Roma. Período presencial concluído de curso de
doutorado junto à Universidade de Barcelona com projeto de pesquisa na AL & Caribe. Participou de Estagio de
Aperfeiçoamento em Planejamento Turístico na Universidade de Messina – Itália; Formação como Técnico de
Realização Audiovisual e desenvolve atividades como artista plástico e designer. Foi professor universitário em
curso de turismo. Membro do FID – Fórum do Idoso e da Pessoa com Deficiência há 8 anos e durante mais de 6
anos contribuiu com os grupos de trabalho de planejamento da acessibilidade e de meio ambiente do Crea Ceará.
Tem livro e vários artigos publicados em temas diversos. Pesquisador e palestrante sobre o tema “acessibilidade
arquitetônica e urbanística” com mais de 100 exposições sobre o tema. E-mail: fzornitta@hotmail.com
_______________________________________________
- Fica autorizada a difusão do presente texto.
8
Bola que as crianças têm para jogar futebol - Bairro Serrinha perto da Arena Castelão em Fortaleza
As crianças da Serrinha – entorno da Arena Castelão
9
Repórter Miguel-Angel Aquiso da RTS da Suiça no Campo da Serrinha, Fortaleza, Ceará, Brasil
10
RTS no Campo da Serrinha, Fortaleza, Ceará, Brasil
11
Campo do Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
12
Campo do Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
Campo do Ômega, Bairro Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
13
Equipe RTS (Rede de Televisão Suíça) e crianças que usam o Campo do Ômega
Campo do Ômega, Bairro Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
14
Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
15
Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
16
Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
17
18
19
20
21
22
Arenas Copa 2014 FIFA no Brasil - Fonte Wikipédia
Arena Castelão / Fortaleza
23
Bola Oficial da FIFA na Copa 2014
”Bola Oficial das Crianças” do Campo do Ômega, Bairro Serrinha em Fortaleza
24
Links de alguns outros textos do autor e documentos:
O ESPORTE É PARA A PAZ
http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-esporte-para-a-paz-v2006
ESPAÇOS SAGRADOS
http://www.slideshare.net/fernandozornitta/espaos-sagrados-v2013
- NEM SÓ PÃO; NEM SÓ CIRCO ! – Texto sobre as manifestações de junho de 2013
http://www.slideshare.net/fernandozornitta/no-s-po-nem-s-circo-by-fernando-zornitta
BASTA FUTEBOL CLUBE
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/basta-futebol-clube
- “IMAGINE” - NO PAÍS DO FUTEBOL !
http://www.slideshare.net/fernandozornitta/immagine-copa-2013
- O BRASIL NÃO EXISTE !!!
http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-brasil-no-existe-d
A COPA DO MUNDO DE FUTEBOL, O TURISMO E OS PROBLEMAS PARA AS PCDs
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/a-copa-do-mundo-de-futebol-o-turismo-e-os-problemas-
para-as-pc-ds-31782146
A COPA DO MUDO DE FUTEBOL – BENÇÃO OU MALDIÇÃO
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/copa-do-mundo-benao-ou-maldio
EL DEPORTE ES PARA LA PAZ
http://www.redcreacion.org/cgi-
bin/sitestats.gif?p=http%3A%2F%2Fwww.redcreacion.org%2Frelareti%2Fdocumentos%2FDeporteParala
Paz.html
Nossa proposta aprovada na CONFERÊNCIA NACIONAL DO ESPORTE Eixo 9 da Infraestrutura (ação 5 e
metas) http://www.slideshare.net/fernandozornitta/plenaria-linha9
Nossa proposta de ideograma para um PLANO NACIONAL DE QUALIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE
ESPORTE E LAZER
http://www.slideshare.net/fernandozornitta/plano-nacional-de-qualificao-dos-equip-de-esp-e-lazer-p2
CARTA DE BRASÍLIA – Resultado da III CONFERÊNCIA NACIONAL DO ESPORTE
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/carta-brasilia-24495700
O CALDEIRÃO DA ACESSIBILIDADE
http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-caldeiro-da-acessibilidade-v5-2013-d
+ DIREITOS, + DIGNIDADE, + URBANIDADE, + ACESSIBILIDADE: CALÇADAS ACESSIVEIS (publicado em
livro, revista e sites de forma resumida. Aborda a questão da acessibilidade arquitetônica e urbanística e
aponta com programas públicos para a mudança de postura da sociedade em função da eliminação de
barreiras e promoção da acessibilidade)
http://www.slideshare.net/fernandozornitta/artigo-caladas-zornitta-vfinal
ACESSIBILIDADE URBANA – CAMINHOS CONTRA O CAOS
http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2014/02/19/noticiasjornalopiniao,3208846/acessibilida
de-urbana-caminhos-contra-o-caos.shtml
PESSOAS INVISÍVEIS
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/invisveis
MENINAS DE FORTALEZA
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/meninas-de-fortaleza-c
25
CIDADE ACESSÍVEL, EM BUSCA DOS CAMINHOS DA URBANIDADE E DO DIREITO UNIVERSAL
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/cidade-acessvel-fernando-zornitta
PRAIA SEM FUTURO
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/praia-sem-futuro-bb
PRAIA DE IRACEMA, TURISMO, TUMORES E CÂNCER
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/praia-de-iracema-turismo-tumores-cncer-bb
O TURISMO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/o-turismo-na-perspectiva-da-sustententabilidade-24494459
TURISMO E O DESAFIO DA SUSTENTABILIDADE NO BRASIL
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-e-desafio-da-sustentabilidade-no-brasil-4
O CÂNCER DA TERRA
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/o-cncer-da-terra
PARACURUS
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/paracurus
ACEFALÉIA E O DÉFICIT HABITACIONAL
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/acefaleia-e-o-deficit-habitacional-30536793
DA MICRO E MÉDIA PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/da-micro-mdia-produo-e-consumo-de-energia
FID AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE ACESSIBILIDADE E A COPA DA FIFA EM FORTALEZA
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/96-audincia-do-fid-apresentao-acessibilidade-e-a-copa-da-fifa
PAZ NA TERRA
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/paz-na-terra-5d-paulo-fernando-zornitta
TURISMO E PROSTITUIÇÃO
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-prostituio-artigo-fernando-zornitta
SINCATUR – SISTEMA INTEGRADO DE CÂMARAS DE TURISMO
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/sincatur-resumo
PROPOSTAS DO FID AOS CANDIDATOS À PREFEITURA DE FORTALEZA
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/propostas-fid-aos-candidatos
TURISMO E GESTÃO
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-e-gesto
MORADORES DE RUA
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/moradores-de-ruad-24494998
TUDO SOB CONTROLE
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/tudo-sob-controle-d2
CREIO EM MIM – Poesia Oração
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/creio-em-mi-md
CARTA DO TURISMO SUSTENTÁVEL – ONU/UNESCO/INSULA – apresentei trabalho/contribuição
http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/carta-do-turismo-sustentvel
- Outros textos em pdf:
ESTALEIRO OUT (DE FORTALEZA) – pdf anexo
A CAPACIDADE ORGANIZATIVA – pdf anexo
26
A COMUNICAÇÃO E AS BASES DA CIDADANIA
ENTRE OGIVAS, URÂNIO E PLUTÔNIO.
BISMARK CONTESTAÇÃO ENTREVISTA SOBRE TURISMO SUSTENTÁVEL – Protocolado SETUR
BONO DAQUI A 50 ANOS ?!?!?!
CADÊ O NOSSO ESPELHO ?
GUARAMIRANGA, QUE RUMO ???
INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO E PROMOÇÃO TURÍSTICA
LIVRO DIGITAL MULTIMÍDIA
RIO + 10
RIO + 20
DIREITOS x DEVERES

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  • 1. 1 Por Fernando Zornitta Fotos Paulo Zornitta & Fernando Zornitta O futebol é a modalidade esportiva que mais mobiliza as massas no planeta. E, o esporte - tão somente o esporte como atividade e prática - deveria estar na raiz de tudo; mas paradoxalmente tem sido fantasiado e travestido de entretenimento, dando margem à exploração, ao negócio, ao circo da bola. Os clubes, que mantém acesa a chama das torcidas tornaram-se verdadeiros palcos do espetáculo e fonte de arrecadação de dinheiro de fanáticos e neuróticos de todas as idades - que “ejaculam” suas emoções nos estádios e fora deles; torcendo por seus times e externando seus instintos que cada vez mais instigam a competição em vez de praticarem o esporte. Nesse contexto, os jogadores profissionais, tornaram-se não mais do que atores desses espetáculos, que precisam deles para perpetuar o circo da bola e continuarem faturando. Também se prestam a gestarem atletas, que depois tornam-se mercadoria e fonte de renda aos clubes.1 É uma roda viva insana que não promove nem o esporte e nem o futebol. Também, não é uma recreação sadia para quem assiste e torce, pois incita a competição onde a vitória é o único objetivo possível, em que vemos os estádios se transformarem em arenas de guerra e suas redondezas em campos de batalha onde as torcidas digladiam – como nas arenas e as vezes até a morte. Exatamente como era no Coliseu de Roma, que oferecia “diversão” às massas em uma arena – que era o espaço para o combate – incitando a violência e nenhum outro benefício trazia ao espectador além do circo2 . A principal entidade do futebol, a FIFA, renomeou o palco do circo da bola e do espetáculo futebolístico, ajudando a instigar a competição, mas principalmente o litígio. O que antes chamávamos de “estádio”, agora passamos a chamar de “arena”. Uma triste analogia; um claro convite à batalha, ao litígio, à guerra que não tem ficado só no campo; permeia as torcidas, vai para as ruas, espaços públicos, metrôs; instiga os instintos e todos os ódios; destrói patrimônio, ofende racialmente – nos remete às cavernas. Tudo aos olhos da contemporânea “humanidade”; de organismos internacionais, de governos que engolem sapos e financiam essa demente forma de futebol-espetáculo mediático manifestar-se. Para reverter isso, as iniciativas de incentivo aos esportes – sejam públicas ou privadas - não devem priorizar os clubes, que se prestam mais a desorientar e a desvirtuar o futebol e, seguem com suas políticas no rumo e no espírito da competição em vez de focarem na prática 1 Do texto do autor, - BRASIL: CELEIRO DE ATLETAS OU DE FÊNIX DA BOLA ?. Fortaleza, 2006 2 Filosofia do “pão e circo”.
  • 2. 2 desportiva. Os clubes-empresa viraram grandes fontes de negócios, com fundos de investimento, participações acionárias, comércio de bugigangas e tráfego de seres humanos – de jogadores e de jovens com potencial para tornarem-se atletas profissionais (tudo mais ou menos legalizado, mas não eticamente conduzido) – dentre outros contrassensos alienígenas ao esporte. O futebol no início da sua gestação no Brasil – no começo do século XX3 , tinha na prática desportiva a base das iniciativas comunitárias e locais. De um esporte de elite, importado no século XIX da Inglaterra e praticado em clubes fechados naquela época; foi o gosto pelo futebol e a sua constante prática informal no Brasil que fez esse esporte popularizar-se, sendo difundido em todos os recanto do país e sedimentando-se nas bases culturais de todas as classes sociais, envolvendo todas as faixas etárias (desde a tenra idade), todas as etnias e ambos os sexos. O futebol como atividade humana, praticado a partir da livre escolha e opção por parte do indivíduo e, sem um comprometimento profissional, pode ser considerado além de esporte, uma atividade de lazer e recreação. E é assim mesmo que o futebol deveria continuar sendo praticado, de forma espontânea, descompromissada e por livre opção; pois o futebol é antes de tudo uma atividade humana de lazer e recreação. Esse ato espontâneo de jogar, de brincar com a bola e com outras pessoas é que aproxima o futebol de uma atividade de “recreação”, a qual por sua vez no Brasil contribuiu significativamente para sedimentar essa base de difusão e da sua constante e continuada prática. E essa “prática recreativa do futebol” que fez a modalidade esportiva esparramar-se pelo país, a qual foi misturada à criatividade e aos dna brasileiro, fez fomentar várias gerações de talentos. No dizer de Gilberto Freire, o futebol brasileiro afastou-se do bem ordenado original britânico para tornar-se a dança cheia de surpresas e de variações dionisíacas. Mas enquanto as condições para a prática não existirem, enquanto a filosofia estiver desalinhada e incentivando o que é ilógico e excludente, antiético e contraproducente, não mais seremos um celeiro de talentos e nem veremos a possibilidade de profissionalização dos nossos potenciais talentos. Para voltarmos a ver atletas com princípios, protagonistas da cidadania; os valores do esporte priorizados, ou ainda, crianças esquecendo-se do mundo enquanto brincam com uma bola, não são necessários muitos estudos científicos e nem jurídicos nesta especialidade, basta tão somente embasar-se nos princípios que fazem os homens estabelecer normas, regras e leis: na ética e na promoção dos valores humanos, que deveriam ser os únicos a serem considerados.4 3 Do texto do autor, - BRASIL: CELEIRO DE ATLETAS OU DE FÊNIX DA BOLA ?. Fortaleza, 2006 4 Idem citação anterior.
  • 3. 3 O Futebol e a Mudança de Foco Necessária A competição faz parte do esporte contemporâneo, mas esta modalidade tem sido cada vez mais desvirtuada e deturpada, favorecendo os oportunistas que corrompem o espírito do esporte e se locupletam no falso poder, encastelando-se num sistema suicida do esporte, que deve mudar. Durante a Copa da FIFA em 2014, o Brasil e o mundo vivenciaram o que é considerado o maior espetáculo da Terra. Jogos e mais jogos. Festa e mais festa. Mídia, propaganda e negócios; mas também a subserviência imposta do país que hospedou o torneio5 . Não foi diferente nas últimas edições deste evento e não é diferente no ideário desta estrutura que normatiza, fiscaliza e dá o rumo para a modalidade; que realiza os torneios e os trâmites que envolvem clubes, transferências de jogadores de futebol no mundo. Na organização e gestão; no padrão do evento, é inegável a competência da FIFA em fazer acontecer e em promover esse grande espetáculo futebolístico a cada quatro anos e, para isso adequando o país realizador às suas exigências e condições, fazendo-o aplicar os recursos internos em infraestrutura viária e nos “elefantes brancos”6 – as “arenas” - que se prestam a realização dos jogos e à promoção do circo da bola. Fazendo o país executar em curto espaço de tempo as obras necessárias e que ele não planejou e nem realizou em décadas; obras patéticas aos olhos da urbanística e só para ligar os aeroportos aos hotéis e estes aos estádios. Depois da copa e nos jogos, estas arenas parecem mais mausoléus do que estádios e, quando em jogos de grandes disputas, como agora no campeonato nacional brasileiro, tornam-se campos de guerras entre torcidas organizadas – daqueles que assistem e vão para extravasar suas emoções, mas que não praticam o futebol. No Brasil, obras para a pretensa mobilidade, feitas às pressas, desabaram e outras não terminadas se esparramam pelo país. Os clubes, por aqui, estão todos endividados e devendo fortunas em impostos. Mantém-se com recursos de mídia e marketing, de comércio de jogadores e de ingressos7 . Tornaram-se empresas e dependentes desse contexto que cada vez mais se afasta dos princípios e benefícios que o esporte pode oferecer. Mas mal administrados e focados nessa aura do espetáculo “absolutamente todos os clubes de futebol do Brasil são deficitários” e os débitos dos grandes clubes superam 2,4 bilhões de Reais. O sistema vigente e capitaneado pela FIFA não é mais futebol; não é esporte, mas um circo – o circo da bola. 5 O que ficou claro com as vaias que receberam a Presidente Dilma Rousseff e o Presidente da FIFA Joseph Blatter na abertura dos jogos. Também nas manifestações dos jovens pelas ruas do Brasil durante os jogos da Copa. 6 “Copa: Prejuízo de 'elefantes brancos' já supera R$ 10 milhões” - em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150212_elefantes_brancos_copa_rm 7 Segundo a Agência Brasil, a principal renda dos clubes vêm dos direitos de televisão 27% , da transferência de jogadores 21%, dos patrocínios e publicidade ( 16%), da bilheteria 12%. (Cabe lembrar que o sistema de loterias públicas também alimenta esse sistema)
  • 4. 4 O Brasil já foi o país da prática desportiva, mas hoje se presta a contribuir para desprestigiar esse esporte, a enriquecer os atores – jogadores, agentes, dirigentes, clubes e, principalmente os coniventes com o circo: empresas patrocinadoras, mídia e o sistema que lhe dá suporte – tudo sob o olhar desatento dos governantes, locupletados e omissos a esse poder de anestesiar as massas e pela incompetência para fazer do futebol um esporte de fato e de direito para o desenvolvimento humano; para permear com os seus valores individuais, sociais e daqueles universais - de promoção da paz e do intercambio sociocultural, como foi proposto há mais de sete séculos antes de Cristo nos Jogos Olímpicos da Grécia. A base para a prática, a infraestrutura física dos equipamentos inexiste ou está entregue ao mais completo abandono e falta a orientação técnica para essa prática no Brasil. Nossas cidades incham e se desqualificam sem a urbanística como guia para, a partir do planejamento, oferecer as condições para o conforto humano – para habitar, trabalhar, circular e recrear; para os serviços fundamentais e básicos de educação, saúde, segurança, saneamento básico – dentre outros; mas principalmente para a inclusão8 . O esporte nesse contexto sequer é pensado como elemento compensador e necessário para a saúde e bem estar humano, nesse demente estágio de involução contemporâneo. Só uma em cada três crianças e jovens do mundo pratica alguma atividade esportiva. No Brasil uma em cada seis e perto de zero% nas faixas de pessoas adultas e idosas. Em outros países mais atrasados ou em áreas como as de conflito, essa taxa é bem maior. A dissintonia das necessidades da infraestrutura para a prática desportiva com o luxo e o que é esbanjado para a estrutura do circo da bola é um disparate. No Brasil, como de resto nos países mais atrasados e com baixos indicadores de desenvolvimento humano, vemos mega estruturas para o circo/espetáculo e nenhuma estrutura para a prática do esporte e lazer nas cercanias dos nossos lares; vemos recursos públicos e das loterias públicas alimentando a voracidade desse sistema. Doze mega “arenas” foram construídas para a Copa de 2014 no Brasil9 , enquanto nenhuma mínima estrutura para a prática desportiva nos bairros e periferias das cidades, que cada vez mais exclui seus jovens10 . No site da FIFA, encontra-se o documento intitulado HOME of FIFA11 , em que é apresentada a sede da entidade na Suíça, com o qual pode-se fazer um paralelo do luxo com o desleixo da infraestrutura desportiva para a prática disponível para a população no Brasil. Para mostrar essa realidade, durante a Copa FIFA 2014 aqui no Brasil, convencemos uma equipe de televisão europeia, a RTS (da Suíça) a nos acompanhar12 a uma visita no entorno da “Arena Castelão” de Fortaleza (que foi uma das 12 cidades sede dos jogos) para registrarem a 8 100% das cidades brasileiras não apresentam condições de acessibilidade para as pessoas com mobilidade reduzida – idosos, obesos, pessoas com deficiências, mães com crianças de colo. 9 Ver fotos anexas das 12 “arenas”. 10 Ver exemplo em fotos anexas ao final do texto de uma realidade na cidade de Fortaleza e nas proximidades da “arena Castelão” – uma das 12 sedes dos jogos da copa de 2014. 11 http://resources.fifa.com/mm/document/affederation/administration/01/28/72/70/hof-ee.pdf 12 Iniciativa minha e de meu irmão Paulo Zornitta.
  • 5. 5 não mais de um km de raio deste estádio o paradoxo da realidade da infraestrutura de esporte e lazer das comunidades nesta cidade – que é a mesma em todo o país – comparativamente ao do palco da bola do evento FIFA que estava ali ao lado. Pois a matéria, comandada pelo repórter da RTS Miguel-Angel Aquiso serviria para ser veiculada pela Rede na Europa, mas não sabemos se foi13 (Líderes comunitários, crianças, jovens e profissional de educação física foram entrevistados e deram seus depoimentos para a equipe14 ). A prática desportiva pode contribuir para fomentar os valores intrínsecos do esporte e ajudar a oferecer a inclusão a milhões de jovens, que sem oportunidades migram para a criminalidade e para as drogas. Mas, para a prática desportiva é imprescindível essa infraestrutura para tal, consubstanciada por uma orientação profissional e, tão somente nos propusemos a mostrar para a equipe da RTS o paradoxo no Brasil; um país dos maiores concentradores de renda; o 3º mais violento do mundo (que tem 19 das 50 cidades mais violentas do planeta) e que apresenta índices de criminalidade alarmantes, para contribuir para a reversão e realinhamento das políticas públicas, mitigação da violência e promoção da saúde através da prática desportiva; mas que para isso não oferece as necessárias condições. O Brasil também é o campeão mundial em homicídios (11% de todos os homicídios do planeta segundo a OMS/ONU) com uma média de 43,4 assassinatos de jovens por 100 mil habitantes e mais de 60 mil vítimas de assassinatos por ano - 90% destes crimes nunca são elucidados e nem os criminosos punidos. 54,3% do total dos assassinatos são de jovens, dos quais 77% são negros). O Brasil também é o país com maior número de roubos de toda a América Latina. O número de roubos, assaltos, latrocínios é absurdo em todo o país e o sentimento de insegurança permeia todas as partes. Somente no Estado de São Paulo, de janeiro a novembro de 2014 foram registrados 286.000 roubos. O custo da violência representa 5% do PIB do país e esse valor é 3 vezes maior do que os investimentos destinados a segurança. Fortaleza é a 8ª nesse triste ranking em que milhares de jovens perdem a vida todos os anos por falta de oportunidade e assédio das drogas que conduzem à criminalidade. Durante os quatro dias de carnaval de 2015, 79 vítimas de assassinatos no Estado do Ceará, sendo a quase totalidade delas em Fortaleza. Assim como registrado na matéria da RTS aqui em Fortaleza, em todas as cidades brasileiras nossos espaços para a prática do esporte e lazer estão entregues ao mais completo abandono e a infraestrutura nas proximidades dos nossos lares, que poderia oportunizar a base correta para a prática desportiva, para a inclusão e para a formação atlética. 13 E se não foi, gostaríamos de saber o porquê não foi - lembrando que a RTS é Suíça. 14 Fotos desse momento em anexos ao final do texto.
  • 6. 6 Mas num país governado e administrado por políticos despreparados e incompetentes, em que a todos os escaninhos e todos os escalões da República estão contaminados pela corrupção; em que os poderes constituídos não funcionam com independência, isso sequer chega a ser considerado como necessidade e direito, enquanto a futilidade e o desperdício que permeiam o esporte são incentivados para o país sair bem na foto. Há quase 5 anos, em junho de 2010, tendo participado em Brasília na III Conferência Nacional do Esporte como delegado eleito do Estado do Ceará, levando a proposta de “realização do inventário completo da infraestrutura de esporte e lazer em todos os municípios brasileiros para fundamentar as políticas e ações para estas atividades”15 , a qual foi aprovada em plenária e incluída no Plano Decenal de Esporte do Governo Federal e, a partir daí tendo insistido junto às instâncias ministeriais para que fosse instituído o “Programa Nacional de Qualificação dos Equipamentos de Esporte e Lazer” a nível nacional – idealizado como ação para esse fim; recebemos como resposta o silêncio das tumbas e a inação do poder público - do Ministério do Esporte, do Governo Federal e de instâncias políticas. Nesse tempo, os investimentos para a Copa da FIFA sugaram os recursos públicos e atualmente os 23 maiores clubes de futebol cerceiam o Palácio do Planalto e a Presidência da República para solicitar isenção e parcelamento dos seus débitos com impostos federais que são superiores a um bilhão de Reais – parcelamento esse pretendido para ser em 200 meses16 . Os organismos internacionais, a ONU, suas agências e programas, governos e todas as entidades representativas do esporte deveriam reorientar suas ações e focar no potencial da prática desportiva e mitigar os efeitos nefastos do espetáculo esportivo na alma humana; destinando neurônios e recursos para os verdadeiros valores e para a prática do esporte em todo o planeta.17 Mas, contrariamente a isso e ao que o mundo do esporte precisa, acompanhamos uma luta e políticas nas entidades desportivas por mais poder, pela perenidade quase imperial e para continuar a impor seus objetivos que nada tem a ver com o esporte. Várias entidades – dentre elas a FIFA – andam desalinhadas dos verdadeiros fundamentos do esporte e do seu potencial benéfico para a promoção dos valores humanos e universais, que por sua vez contribuem para a cooperação e o estabelecimento da paz que o mundo precisa. Enquanto essa patética política do circo da bola prevalecer, nenhuma possibilidade do esporte cumprir o seu fundamental papel de promoção do desenvolvimento humano e construção de um caminho positivo de compreensão e de entendimento entre as pessoas e povos, para a sedimentação da estrada da paz e de um mundo melhor, mais ético, mais justo e igualitário – que todos queremos e precisamos. 15 Eixo 9 – da infraestrutura – ação 5 e metas – aprovado e constante do Plano Decenal de Esporte e Lazer do Governo Federal, em junho de 2010. 16 Não temos dúvidas nenhuma de que os grandes clubes de futebol conseguirão o seu intento de parcelamento rumo ao infinito dos seus débitos – em 200 meses é o que pretendem – tirando dos cofres públicos recursos para melhores destinos. 17 Dispomos de projeto efetivo de uma tecnologia social para essa mudança de rumo.
  • 7. 7 Nem o de promover os valores humanos e contribuir para a educação, para a saúde, para a socialização – dentre outros aspectos positivos – os quais por sua vez poderiam contribuir significativamente, para um profícuo intercambio sociocultural, para o desenvolvimento da espécie humana, para as bases da tolerância entre os povos, para apaziguar os espíritos e para promover a paz. Para efetivar as mudanças, a filosofia e as ações das entidades esportivas – clubes, agremiações, órgão públicos; a começar pela FIFA, devem mudar radicalmente e estruturalmente. Não é questão de mudança de nome dos gestores e de quem comanda as entidades, mas de compromisso com o esporte e com os seus valores que estão há muito esquecidos. Um único projeto, se replicado pelo planeta como o “Luz para o Esporte”, idealizado pelo autor e aplicado através de uma ONG criada em 2003 no nordeste brasileiro, pode fazer a diferença e oferecer oportunidades, inclusão e profissionalização a bilhões de crianças e jovens; a adultos e idosos do planeta através do esporte. Mas para sua aceitação, o sistema tem de mudar a filosofia – do circo para a prática desportiva como foco - e ser permeável aos princípios lógicos e éticos do esporte. Mude-se a filosofia e mudar-se-á tudo, acabarão os problemas de litígios entre torcidas, as demonstrações de racismo; acabará o contraste entre o luxo e o desleixo na infraestrutura para a prática do esporte e lazer nas proximidades dos nossos lares; acabará a má destinação de recurso, o desperdício e a corrupção; acabará o domínio imperial sobre a modalidade esportiva capitaneada pela FIFA e a submissão de todo o planeta aos poucos que comandam a entidade e os muitos que comercializam em nome do esporte. Para isso, cada um e todos nós, temos parte da responsabilidade nesse processo de mudança de mentalidade e foco. Em nome e prevalência do espírito do esporte precisamos mudar o que aí está. ________________________________________ Fernando Zornitta, Ambientalista, Arquiteto e Urbanista, Especialista em nível de pós-graduação em Lazer e Recreação (Escola Superior de Educação Física da UFRGS/Porto Alegre) e em Turismo, curso de pós-graduação da Organização Mundial de Turismo/ONU-Governo Italiano/SIST-Roma. Período presencial concluído de curso de doutorado junto à Universidade de Barcelona com projeto de pesquisa na AL & Caribe. Participou de Estagio de Aperfeiçoamento em Planejamento Turístico na Universidade de Messina – Itália; Formação como Técnico de Realização Audiovisual e desenvolve atividades como artista plástico e designer. Foi professor universitário em curso de turismo. Membro do FID – Fórum do Idoso e da Pessoa com Deficiência há 8 anos e durante mais de 6 anos contribuiu com os grupos de trabalho de planejamento da acessibilidade e de meio ambiente do Crea Ceará. Tem livro e vários artigos publicados em temas diversos. Pesquisador e palestrante sobre o tema “acessibilidade arquitetônica e urbanística” com mais de 100 exposições sobre o tema. E-mail: fzornitta@hotmail.com _______________________________________________ - Fica autorizada a difusão do presente texto.
  • 8. 8 Bola que as crianças têm para jogar futebol - Bairro Serrinha perto da Arena Castelão em Fortaleza As crianças da Serrinha – entorno da Arena Castelão
  • 9. 9 Repórter Miguel-Angel Aquiso da RTS da Suiça no Campo da Serrinha, Fortaleza, Ceará, Brasil
  • 10. 10 RTS no Campo da Serrinha, Fortaleza, Ceará, Brasil
  • 11. 11 Campo do Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
  • 12. 12 Campo do Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil Campo do Ômega, Bairro Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
  • 13. 13 Equipe RTS (Rede de Televisão Suíça) e crianças que usam o Campo do Ômega Campo do Ômega, Bairro Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
  • 14. 14 Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
  • 15. 15 Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
  • 16. 16 Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
  • 17. 17
  • 18. 18
  • 19. 19
  • 20. 20
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  • 22. 22 Arenas Copa 2014 FIFA no Brasil - Fonte Wikipédia Arena Castelão / Fortaleza
  • 23. 23 Bola Oficial da FIFA na Copa 2014 ”Bola Oficial das Crianças” do Campo do Ômega, Bairro Serrinha em Fortaleza
  • 24. 24 Links de alguns outros textos do autor e documentos: O ESPORTE É PARA A PAZ http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-esporte-para-a-paz-v2006 ESPAÇOS SAGRADOS http://www.slideshare.net/fernandozornitta/espaos-sagrados-v2013 - NEM SÓ PÃO; NEM SÓ CIRCO ! – Texto sobre as manifestações de junho de 2013 http://www.slideshare.net/fernandozornitta/no-s-po-nem-s-circo-by-fernando-zornitta BASTA FUTEBOL CLUBE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/basta-futebol-clube - “IMAGINE” - NO PAÍS DO FUTEBOL ! http://www.slideshare.net/fernandozornitta/immagine-copa-2013 - O BRASIL NÃO EXISTE !!! http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-brasil-no-existe-d A COPA DO MUNDO DE FUTEBOL, O TURISMO E OS PROBLEMAS PARA AS PCDs http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/a-copa-do-mundo-de-futebol-o-turismo-e-os-problemas- para-as-pc-ds-31782146 A COPA DO MUDO DE FUTEBOL – BENÇÃO OU MALDIÇÃO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/copa-do-mundo-benao-ou-maldio EL DEPORTE ES PARA LA PAZ http://www.redcreacion.org/cgi- bin/sitestats.gif?p=http%3A%2F%2Fwww.redcreacion.org%2Frelareti%2Fdocumentos%2FDeporteParala Paz.html Nossa proposta aprovada na CONFERÊNCIA NACIONAL DO ESPORTE Eixo 9 da Infraestrutura (ação 5 e metas) http://www.slideshare.net/fernandozornitta/plenaria-linha9 Nossa proposta de ideograma para um PLANO NACIONAL DE QUALIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE ESPORTE E LAZER http://www.slideshare.net/fernandozornitta/plano-nacional-de-qualificao-dos-equip-de-esp-e-lazer-p2 CARTA DE BRASÍLIA – Resultado da III CONFERÊNCIA NACIONAL DO ESPORTE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/carta-brasilia-24495700 O CALDEIRÃO DA ACESSIBILIDADE http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-caldeiro-da-acessibilidade-v5-2013-d + DIREITOS, + DIGNIDADE, + URBANIDADE, + ACESSIBILIDADE: CALÇADAS ACESSIVEIS (publicado em livro, revista e sites de forma resumida. Aborda a questão da acessibilidade arquitetônica e urbanística e aponta com programas públicos para a mudança de postura da sociedade em função da eliminação de barreiras e promoção da acessibilidade) http://www.slideshare.net/fernandozornitta/artigo-caladas-zornitta-vfinal ACESSIBILIDADE URBANA – CAMINHOS CONTRA O CAOS http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2014/02/19/noticiasjornalopiniao,3208846/acessibilida de-urbana-caminhos-contra-o-caos.shtml PESSOAS INVISÍVEIS http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/invisveis MENINAS DE FORTALEZA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/meninas-de-fortaleza-c
  • 25. 25 CIDADE ACESSÍVEL, EM BUSCA DOS CAMINHOS DA URBANIDADE E DO DIREITO UNIVERSAL http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/cidade-acessvel-fernando-zornitta PRAIA SEM FUTURO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/praia-sem-futuro-bb PRAIA DE IRACEMA, TURISMO, TUMORES E CÂNCER http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/praia-de-iracema-turismo-tumores-cncer-bb O TURISMO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/o-turismo-na-perspectiva-da-sustententabilidade-24494459 TURISMO E O DESAFIO DA SUSTENTABILIDADE NO BRASIL http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-e-desafio-da-sustentabilidade-no-brasil-4 O CÂNCER DA TERRA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/o-cncer-da-terra PARACURUS http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/paracurus ACEFALÉIA E O DÉFICIT HABITACIONAL http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/acefaleia-e-o-deficit-habitacional-30536793 DA MICRO E MÉDIA PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/da-micro-mdia-produo-e-consumo-de-energia FID AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE ACESSIBILIDADE E A COPA DA FIFA EM FORTALEZA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/96-audincia-do-fid-apresentao-acessibilidade-e-a-copa-da-fifa PAZ NA TERRA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/paz-na-terra-5d-paulo-fernando-zornitta TURISMO E PROSTITUIÇÃO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-prostituio-artigo-fernando-zornitta SINCATUR – SISTEMA INTEGRADO DE CÂMARAS DE TURISMO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/sincatur-resumo PROPOSTAS DO FID AOS CANDIDATOS À PREFEITURA DE FORTALEZA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/propostas-fid-aos-candidatos TURISMO E GESTÃO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-e-gesto MORADORES DE RUA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/moradores-de-ruad-24494998 TUDO SOB CONTROLE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/tudo-sob-controle-d2 CREIO EM MIM – Poesia Oração http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/creio-em-mi-md CARTA DO TURISMO SUSTENTÁVEL – ONU/UNESCO/INSULA – apresentei trabalho/contribuição http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/carta-do-turismo-sustentvel - Outros textos em pdf: ESTALEIRO OUT (DE FORTALEZA) – pdf anexo A CAPACIDADE ORGANIZATIVA – pdf anexo
  • 26. 26 A COMUNICAÇÃO E AS BASES DA CIDADANIA ENTRE OGIVAS, URÂNIO E PLUTÔNIO. BISMARK CONTESTAÇÃO ENTREVISTA SOBRE TURISMO SUSTENTÁVEL – Protocolado SETUR BONO DAQUI A 50 ANOS ?!?!?! CADÊ O NOSSO ESPELHO ? GUARAMIRANGA, QUE RUMO ??? INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO E PROMOÇÃO TURÍSTICA LIVRO DIGITAL MULTIMÍDIA RIO + 10 RIO + 20 DIREITOS x DEVERES