SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 7
Descargar para leer sin conexión
ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013
PROBIÓTICOS: MICRORGANISMOS BENÉFICOS
PROBIOTICS: BENEFICIAL MICROORGANISMS
ARIANE KATIÚSCIA DOS SANTOS MARTINS
1
; FLAVIANO DOS SANTOS MARTINS
2
;
FLÁVIO HENRIQUE FERREIRA BARBOSA
3
RESUMO
A Organização Mundial de Saúde define probióticos como “organismos vivos que, quando administrados em
quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro”. Como função funcional benéfica no
organismo, os probióticos tem efeito sobre o equilíbrio bacteriano intestinal: controle do colesterol e de
diarréias e redução do risco de câncer. Podem ser componentes de alimentos industrializados presentes no
mercado, como leites fermentados, iogurte, ou podem ser encontrados na forma de pó ou cápsulas. O
interesse na utilização dos probióticos com objetivo de prevenir ou tratar doenças tem sido explorado há
muitos anos. Mais recentemente têm sido descritos os mecanismos de ação dos probióticos nas doenças
alérgicas e sua interação com o intestino como órgão imunológico. Assim, os probióticos devem ser
cuidadosamente estudados antes de uma ampla recomendação. Esses produtos, de um modo geral, são
muito seguros, uma vez que são comercializados há muitos anos como suplemento alimentar ou alimento
fermentado, e não possuem efeitos colaterais no metabolismo. Evidências científicas definitivas
comprovando o potencial dos probióticos na melhora da qualidade de vida de pessoas com distúrbios
gastrointestinais é tema promissor e de grande expectativa científica.
Palavras-chave: Probióticos, Microbiota Intestinal.
ABSTRACT
The World Health Organization defines probiotics as "live organisms which when administered in adequate
amounts, confer health benefit on the host". How beneficial functional role in the body, probiotics have an
effect on the intestinal bacterial balance: control of cholesterol and diarrhea and reducing the risk of cancer.
May be components of foods on the market, such as fermented milk, yogurt, or may be found in powder form
or capsules. The interest in the use of probiotics in order to prevent or treat diseases has been explored for
many years. More recently they have been described mechanisms of action of probiotics in allergic diseases
and their interaction with the gut as immune organ. Thus, the probiotics should be carefully studied before a
comprehensive recommendation. These products generally are very safe, since they are marketed for many
years as a dietary supplement or food fermented and have no side effects in metabolism. Definitive scientific
evidence proving the potential of probiotics to improve the quality of life of people with gastrointestinal
disorders is a subject of great expectations and promising scientific.
Keywords: Probiotics, Intestinal Microbiota.
8
ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013
8
1. INTRODUÇÃO
1.1 Microbiota normal: definição,
composição e funções.
O termo “microbiota normal” refere-
se à população de microrganismos que habita a
pele e as mucosas de pessoas sadias. Outros
termos usados são “microflora normal”, “flora
normal”, “comensais” e “microbiota indígena”. A
existência de uma “microbiota viral normal” é
duvidosa. A pele e as mucosas sempre albergam
uma variedade de microrganismos que podem ser
classificados em residentes e transitórios. A
microbiota residente consiste em tipos relativamente
fixos de microrganismos encontrados com
regularidade em determinada área e em
determinada idade; se perturbada, recompõe-se
prontamente. A microbiota transitória consiste em
microrganismos não-patogênicos ou potencialmente
patogênicos que habitam a pele ou as mucosas por
horas, dias ou semanas; esta microbiota provém do
meio ambiente e não se estabelece de forma
permanente na superfície. Em geral, os membros da
microbiota transitória são de pouco significado
enquanto a microbiota residente normal permanecer
intacta. Todavia, se a microbiota residente for
perturbada, os microrganismos transitórios podem
colonizar e proliferar, produzindo doença (NICOLI et
al., 1993).
Inicialmente estéril, o trato
gastrointestinal do homem é rapidamente
colonizado dentro de algumas horas após o
nascimento. Essa colonização bem controlada
envolve muitos organismos diferentes que
encontram seus próprios nichos particulares ao
longo da extensão do trato gastrointestinal, de forma
que diferentes grupos de microrganismos colonizam
diferentes níveis do trato intestinal. Devido ao seu
teor de oxigênio e acidez, o número de bactérias no
estômago é limitado a 10
3
-10
4
bactérias/grama de
conteúdo intestinal, e consiste, principalmente, de
lactobacilos e enterococos. As bactérias do intestino
delgado são anaeróbios facultativos cuja
proliferação é limitada pela atividade peristáltica e
cujos números, embora baixos no intestino delgado
superior, aumentam ao descer do duodeno até o
íleo. A maior densidade populacional microbiana do
trato gastrointestinal (aproximadamente 400
diferentes linhagens de bactérias) ocorre no cólon,
onde o trânsito intestinal diminuído permite que as
bactérias atinjam um nível de 10
11
-10
12
microrganismos/grama de conteúdo luminal. Neste
local, a microbiota bacteriana é dominada por
anaeróbios estritos (Bacteroides, Eubacterium,
Bifidobacterium, Pepstreptococcus e Peptococcus).
Os anaeróbios facultativos são menos numerosos
no cólon (NICOLI & VIEIRA, 2004).
A microbiota normal associada ao
trato digestivo humano, pelo seu tamanho (estimado
em 10
14
células viáveis e 1,2 kg de peso totais) e
atividade (metabolicamente igual à de um fígado) é
considerada como um dos ecossistemas mais
complexo e menos controlado que se conhece. Os
diferentes componentes da microbiota
gastrointestinal são presentes, num momento e sítio
anatômico dados, em extratos populacionais
diferentes. Como exemplo, no intestino grosso de
um adulto, três níveis distintos podem ser
observados: (i) a microbiota dominante (99% da
população, 10
9
- 10
11
UFC/g de conteúdo)
constituída somente por bactérias anaeróbias
estritas (Bacteroides, Eubacterium, Fusobacterium,
Peptostreptococcus, Bifidobacterium); (ii) a
microbiota subdominante (0,99% da população; 10
7
- 10
8
UFC/g de conteúdo) predominantemente
anaeróbia facultativa (Escherichia coli,
Enterococcus faecalis e algumas vezes
Lactobacillus) e (iii) a microbiota residual (0,01% da
população; <10
7
UFC/g de conteúdo) contendo uma
grande variedade de microrganismos procarióticos
(outros gêneros de Enterobacteriaceae,
Pseudomonas, Veillonella) e eucarióticos (leveduras
e protozoários) (BERG, 1996). Em geral, quanto
mais numerosa é uma população de uma espécie
bacteriana, mais estável ela é no seu nicho
ecológico. Por isso, e ao nível de gêneros, as
microbiotas digestivas dominantes e subdominantes
permanecem relativamente constantes e estáveis
no tempo e de um indivíduo para outro. Ao
contrário, a microbiota residual é bastante variável
de um indivíduo para outro e flutua
consideravelmente ao longo do tempo no mesmo
indivíduo. Contudo, apesar da aparente estabilidade
em termo de gêneros, as populações bacterianas
dominantes e subdominantes apresentam variações
consideráveis quando são examinadas ao nível das
espécies que constituem cada gênero. Assim,
McCartney et al. (1996) mostraram recentemente
que, em dois voluntários sadios, examinados
semanalmente durante um ano, os níveis
populacionais do gênero Bifidobacterium foram
similares e dominantes (MCCARTNEY et al., 1996).
Mas, em um dos voluntários, este gênero foi
constituído, durante o período estudado, por poucas
espécies sempre iguais (somente 3). Entretanto, no
outro voluntário, foi observada uma biodiversidade
de espécies extremamente elevada (em torno de
30) associada a uma renovação contínua das
mesmas. As causas (genética, faixa etária,
alimentação) dessas diferenças entre um sistema
fechado, caracterizado por uma baixa
biodiversidade com grande estabilidade, e um
sistema aberto, apresentando uma rica
biodiversidade com elevada dinâmica de renovação,
não foram esclarecidas.
Pelo seu tamanho, a microbiota
normal associada ao trato digestivo é, muitas vezes,
considerada como um órgão ou organismo atuando
na superfície das mucosas do hospedeiro (BERG,
1996). É responsável por três funções importantes
para saúde do hospedeiro: a resistência à
9
ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013
2
colonização (inibe a multiplicação de
microrganismos exógenos no local), a
imunomodulação (permite uma resposta imune mais
rápida e adequada durante uma agressão
infecciosa) e uma contribuição nutricional (fornece
vitaminas e substratos energéticos e reguladores).
A microbiota associada ao trato
digestivo é extremamente potente nas suas
funções, mas também frágil, podendo ser
perturbada por diversos fatores, entre os quais: o
uso de drogas antimicrobianas, a mudança de
alimentação e o estresse. No caso particular de
antibioticoterapia, esses distúrbios dos equilíbrios
populacionais e das funções protetoras da
microbiota gastrointestinal são provavelmente
responsáveis pela ocorrência de 15 a 40% dos
episódios de diarréias associadas ao uso de
antibióticos (DAA). Além disso, a utilização
excessiva e inadequada de antibióticos é também
associada com a ocorrência cada vez maior de
multiresistência nos microrganismos patogênicos.
Neste sentido, há uma recomendação da
Organização Mundial de Saúde para o
desenvolvimento de métodos alternativos a serem
utilizados na prevenção e/ou no tratamento de
infecções microbianas (WHO, 1994). A própria
WHO recomendou, em associação à redução na
utilização de antimicrobianos, a utilização da terapia
de interferência microbiana (uso de probióticos).
1.2 Probióticos: definição e
condições de utilização
Os probióticos foram inicialmente
utilizados como suplementos alimentares
promotores de crescimento em animais na década
de 1970. Eles foram definidos, posteriormente,
como células microbianas vivas ingeridas pelo
hospedeiro humano para obtenção de um efeito
benéfico ao nível do ecossistema digestivo
(FULLER, 1992). Durante as últimas décadas,
muitos estudos têm sido conduzidos para avaliar os
efeitos de microrganismos probióticos, usando
diferentes fórmulas e com propósitos na prevenção
ou tratamento de doenças. As finalidades da
utilização desses bioterapêuticos seriam instalar,
reforçar ou compensar as funções da microbiota
normal do trato digestivo, quando houver uma
perturbação desta (desequilíbrio). Além dos
probióticos mais freqüentemente utilizados, como
bactérias produtoras de ácido láctico (Lactobacillus
rhamnosus GG, L. acidophilus, L. delbrueckii subsp.
bulgaricus, L. casei, Bifidobacterium longum, B.
lactis, Streptococcus thermophilus e E. faecium
SF68) e levedura (Saccharomyces boulardii), alguns
outros gêneros microbianos foram testados em
ensaios experimentais e clínicos, mas em menor
freqüência. Foram os casos de linhagens de
Escherichia coli EMO e Nissle (FIGUEIREDO et al.,
2001).
Os primeiros ensaios clínicos
utilizando probióticos, realmente bem controlados
(duplo cegos, aleatórios com placebo), foram
iniciados em 1974. Estes ensaios tiveram como
finalidade tanto a prevenção quanto o tratamento de
infecções essencialmente intestinais, em adultos e
crianças. Assim, S. boulardii, L. rhamnosus GG, L.
acidophilus, L. delbrueckii subsp. bulgaricus, L.
casei, B. longum, B. lactis, S. thermophilus e E.
faecium SF68 foram utilizados, com resultados
positivos na maioria dos casos, na prevenção da
diarréia associada ao uso de antibióticos, da diarréia
infecciosa e da diarréia do viajante. Resultados
positivos foram obtidos, também, no tratamento de
infecção por Clostridium difficile, de diarréias
relacionadas à infecção pelo vírus HIV, de diarréias
agudas em crianças e adultos e das diarréias
agudas causadas por Vibrio cholerae e E. coli
enterotoxigênica. Contudo, em alguns relatos, os
ensaios clínicos não deram os mesmos resultados
positivos apesar de terem sido conduzidos em
situações e com probióticos aparentemente
similares (ELMER et al., 1996; NAIDU et al., 1999;
PENNA et al., 2000; MARTEAU et al., 2001). Os
probióticos que apresentam maior volume de
informações e resultados positivos, em termo de
ensaios clínicos controlados terapêuticos e
profiláticos, são L. rhamnosus GG, S. boulardii e E.
faecium SF68. Contudo, devemos salientar que,
ensaios apresentando resultados negativos são
geralmente pouco divulgados, o que pode levar a
uma superestimativa dos dados apresentados
acima sobre os efeitos positivos do emprego dos
probióticos.
1.3 Probióticos: mecanismos de
atuação
Os mecanismos de ação sugeridos
para explicar os efeitos benéficos dos probióticos
são basicamente os mesmos atribuídos à microbiota
digestiva normal para exercer suas funções
(proteção ecológica, imunomodulação e
contribuição nutricional). Isto é coerente com o
objetivo do uso desses bioterapêuticos, a saber:
compensar falhas ou reforçar a atividade do
ecossistema microbiano gastrointestinal já existente.
Os principais mecanismos de ação compartilhados
pela microbiota normal e os probióticos são:
O antagonismo pela produção de
substâncias que inibem ou matam o
microrganismo patogênico. Vários
microrganismos produzem uma gama de
substâncias que inibem o crescimento de outros
microrganismos. Dentre essas substâncias,
podemos citar os ácidos orgânicos, o peróxido de
hidrogênio e as bacteriocinas (NARDI et al., 2005;
SILVA et al., 1999; VANDENBERG, 1993). As
bacteriocinas constituem um grupo heterogêneo de
peptídeos ou proteínas que variam muito quanto ao
seu espectro antimicrobiano, propriedades
bioquímicas, mecanismo de ação e características
genéticas.
10
ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013
3
Competição por sítios de adesão e fonte
nutricional. Muitos microrganismos utilizados como
probióticos competem por sítios de adesão na
superfície do epitélio intestinal e por nutrientes,
inibindo, assim, a fixação e a sobrevivência de
patógenos (BERNET et al., 1994; COCONNIER et
al., 1998).
A inibição da produção ou da ação de
toxinas bacterianas. Os probióticos têm a
propriedade de inibir a ação de microrganismos
patogênicos, seja inibindo a produção ou a ação de
toxinas produzidas pelos patógenos, impedindo,
assim, a sua ação no epitélio intestinal (CZERUCKA
et al., 1994; BRANDÃO et al., 1998).
A imunomodulação do hospedeiro. Os
probióticos podem aumentar a resistência do
hospedeiro à infecção (NEUMANN et al., 1998;
RODRIGUES et al., 2000). Evidências recentes
sugerem que a estimulação da resposta imune, seja
ela específica ou inespecífica, pode ser um outro
mecanismo pelo qual os probióticos protegem
contra desordens intestinais (KAILA et al., 1992;
MATSUZAKI & CHIN, 2000; PERDIGON et al.,
1995).
O primeiro mecanismo
(antagonismo) é um dos mais citados e
aparentemente o mais provável para explicar o
efeito benéfico dos probióticos. Inúmeros trabalhos
demonstraram essa capacidade in vitro, mas não
existe praticamente nenhum relato deste fenômeno
ocorrer no ambiente gastrointestinal. O animal
gnotobiótico (sem germes ou associado com
germes conhecidos) permite observar e estudar in
vivo o comportamento isolado de microrganismos e
suas inter-relações no ecossistema digestivo
(VIEIRA & NICOLI, 1990). Este modelo animal
permitiu, por exemplo, isolar e demonstrar o efeito
inibitório extremamente potente contra bactérias
enteropatogênicas de componentes bacterianos da
microbiota fecal humana, tanto isoladamente
(NICOLI et al., 1992; RAMARE et al., 1993; SILVA
et al., 2001) como em associação (NICOLI &
RAIBAUD, 1993). Experimentos do mesmo tipo
foram feitos para observar se diversos probióticos
em estudo ou já comercializados eram capazes de
produzir efeitos antagonistas similares no trato
digestivo de roedores gnotobióticos desafiados com
várias bactérias enteropatogênicas. Para os
bioterapêuticos S. boulardii (MERCK S.A.)
(RODRIGUES et al., 1996), Lactobacillus delbrueckii
H2B20 (UFV) (MOURA et al., 2001), B. lactis Bb12
(Christian Hansen Lab.) (SILVA et al., 1999) e E.
coli EMO (INRA) (LIMA FILHO et al., 2000) nunca
foi observado in vivo antagonismo contra os alvos
patogênicos Salmonella enterica sorovar
Typhimurium, Shigella flexneri e E. coli
enteropatogênica. Contudo, em todos os casos foi
notado um efeito protetor dos probióticos utilizados
durante o desafio patogênico como demonstrado
por dados de mortalidade e de exame
histopatológico. Esses fatos sugerem que outros
mecanismos devem explicar o efeito protetor dos
probióticos testados como a imunomodulação
(NEUMANN et al., 1998; PODOPRIGORA et al.,
1999; RODRIGUES et al., 2000), a inibição da ação
de toxinas (CZERUCKA et al., 1994; BRANDÃO et
al., 1998) ou a competição por nutrientes ou sítios
de adesão.
1.4 Probióticos: forma de utilização
A ingestão dos probióticos é feita na
forma de preparações farmacêuticas (cápsula,
sachê) ou de alimentos (fermentados como iogurte
ou leite “acidofilus” ou suplementado como o leite
em pó adicionado de células vivas). Não são
conhecidos probióticos capazes de se instalarem no
ecossistema digestivo mesmo após uma ingestão
prolongada já que a microbiota local, mesmo
perturbada, impede essa colonização. Contudo,
diversos bioterapêuticos sobrevivem durante a sua
passagem intestinal como no caso de bactérias dos
gêneros Lactobacillus, (NEUMANN et al., 1998),
Streptococcus, Enterococcus (ELMER et al., 1996)
e Bifidobacterium (SILVA et al., 1999) e de
leveduras como S. boulardii (RODRIGUES et al.,
1996; RODRIGUES et al., 2000). Mas a sobrevida
não é o único fator importante para a atuação de um
probiótico. Os níveis populacionais do
bioterapêutico devem ser suficientemente elevados
para ter um impacto no local onde se espera que ele
desenvolva a sua função. Em ecologia microbiana,
considera-se que um microrganismo poderá agir no
ecossistema onde ele se encontra somente quando
em população igual ou superior a 10
7
células
viáveis/g do conteúdo (caso das microbiotas
dominantes e subdominantes, como citado acima).
A concentração em células viáveis do probiótico
deve ser, portanto, ajustada na preparação inicial
levando-se em conta a capacidade de sobrevida do
microrganismo sem se multiplicar no tudo digestivo
e o efeito de diluição intestinal de maneira a atingir
no mínimo 10
7
células/g do conteúdo intestinal.
1.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considera-se, portanto, que a concentração
em células vivas do probiótico no produto a ser
ingerido deve estar pelo menos de 10
8
a 10
9
UFC/g.
A ingestão diária de um probiótico em quantidade
adequada é, portanto, indispensável para manter
níveis artificialmente elevados do microrganismo no
ecossistema digestivo permitindo que ele
desenvolva o efeito benéfico desejado. Além de um
número adequado de células viáveis no produto
original e da capacidade de sobreviver no trato
digestivo, uma preparação probiótica deve
apresentar um tempo longo de sobrevida nas
condições de armazenamento até a sua
comercialização. Existem diversas possibilidades
para a forma de conservação de probióticos assim
11
ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013
4
como diversos tipos de condições de
armazenamento, cada um com eficiência
diferenciada de manutenção da viabilidade. A
liofilização é um dos métodos mais eficientes para
manter a viabilidade de células microbianas durante
longo período de tempo, mas em temperatura
ambiente. Já a conservação na forma de suspensão
aquosa de forma vegetativa leva a uma morte
rápida do microrganismo, mesmo sob temperatura
de refrigeração.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERG, R.D. The indigenous gastrointestinal
microflora. Trends in Microbiology, v.4, p.430-435,
1996.
BERNET, M.F.; BRASSART, D.; NEESER, J.R.;
SERVIN, A.L. Lactobacillus acidophilus LA1 binds to
human intestinal cell lines and inhibits cell
attachment and cell invasion by enterovirulent
bacteria. Gut, v.35, p.483-489, 1994.
BIOURGE, V.; VALLET, C.; LEVESQUE, A.;
SERGHERAERT, R.; CHEVALIER, S.;
ROBERTON, J.L. The use of probiotics in the diet of
dogs. The Journal of Nutrition, v.128, p.2730S-
2732S, 1998 in HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING,
S.M. The use of bacterial spore formers as
probiotics. FEMS Microbiology Reviews, v.4, p.813-
835, 2004.
BRANDÃO, R.L.; CASTRO, I.M.; BAMBIRRA, E.A.;
AMARAL, S.C.; FIETTO, L.O.; TROPIA, M.J.M.;
NEVES, M.J.; SANTOS, R.G.; GOMES, N.C.M.;
NICOLI, J.R. Intracellular signal triggered by cholera
toxin in Saccharomyces boulardii and
Saccharomyces cerevisiae. Applied and
Environmental Microbiology, v.64, p.564-568, 1998.
CANGANELLA, F.; PAGANINI, S.; OVIDI, M.;
VETTRAINO, A.M.; BEVILACQUA, L.; MASSA, S.;
TROVATELLI, L.D. A microbiological investigation
on probiotic pharmaceutical products used for
human health. Microbiol. Res., v. 152, p. 171-179,
1997.
Clinical and laboratory Standards Institute (CLSI).
2005.
CZERUCKA, D.; ROUX, I.; RAMPAL P.
Saccharomyces boulardii inhibits secretagogue-
mediated adenosine 3’,5’-cyclic monophosphate
induction in intestinal cells. Gastroenterology, v.106,
p.65-72, 1994.
ELMER, G.W.; SURAWICZ, C.M.; MCFARLAND,
L.V. Biotherapeutic agents. A neglected modality for
the treatment and prevention of selected intestinal
and vaginal infections. Journal of the American
Medical Association, v.275, p.870-876, 1996.
FIGUEIREDO, P.P.; VIEIRA, E.C.; NICOLI, J.R.;
NARDI, R.D.; RAIBAUD, P.; DUVAL-IFLAH Y.;
PENNA, F.J. Influence of oral inoculation with
Escherichia coli EMO on the frequency of diarrhea
during the first year of life in human newborns.
Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition,
v.33, p.70-74, 2001.
FRANCO, B.D.G.M; LANDGRAF, M. Microbiologia
dos alimentos, Atheneu, 182p., 2002.
FULLER, R. Probiotics: the scientific basis. London:
Chapman & Hall, 398p., 1992.
GILLILAND, S.E.; SPECK, M.L. Enumeration and
identity of lactobacilli in dietary products. J. Food
Prot., v. 40, p. 760-762, 1977.
GRAFF, J.; BRINCH, K.; MADSEN, J.L.
Gastrointestinal mean transit times in young and
middle-aged healthy subjects. Clinical Physiology,
v.21, p.253-259, 2001 in HONG, H.A.; DUC, L.;
CUTTING, S.M. The use of bacterial spore formers
as probiotics. FEMS Microbiology Reviews, v.4,
p.813-835, 2004.
HAMILTON-MILLER, J.M.; GIBSON, G.R. Efficacy
studies of probiotics: a call for guidelines. Br. J.
Nutr., v. 82, p. 73-75, 1999.
HAMILTON-MILLER, J.M.; SHAH, S. Deficiencies in
microbiological quality and labelling of probiotic
supplements. Int. J. Food Microbiol., v. 72, p. 175-
176, 2002.
HAMILTON-MILLER, J.M.; SHAH, S.; WINKLER,
J.T. Public health issues arising from microbiological
and labelling quality of foods and supplements
containing probiotic microorganisms. Public Health
Nutr., v. 2, p. 223-229, 1999.
HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of
bacterial spore formers as probiotics. FEMS
Microbiology Reviews, v.4, p.813-835, 2004.
HUGHES, V.L.; HILLIER, S.L. Microbiologic
characteristics of Lactobacillus products used for
colonization of the vagina. Obstet. Gynecol., v. 75,
p. 244-248, 1990.
INNOKA, S.; UEHARA, S.; KIMURA, M. The effect
of Bacillus natto on the T and B lymphocytes from
spleens of feeding chickens. Poultry Science, v.65,
p.1217-1219, 1986 in HONG, H.A.; DUC, L.;
CUTTING, S.M. The use of bacterial spore formers
as probiotics. FEMS Microbiology Reviews, v.4,
p.813-835, 2004.
12
ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013
5
ISHIBASHI, N.; YAMASAKI, S. Probiotics and
safety. The American Journal of Clinical Nutrition,
v.73, p.465-470, 2001.
KEYNAN, A.; EVENCHIK, Z. Activation In: The
Bacterial Spore (Gould, G.W. and Hurst, A., Eds.).
Academic Press, London, p.359-396, 1969 in
HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of
bacterial spore formers as probiotics. FEMS
Microbiology Reviews, v.4, p.813-835, 2004.
KLIJN, N.; WEERKAMP, A.H.; DE VOS, W.M.
Genetic marking of Lactococcus lactis shows its
survival in the human gastrointestinal tract. Applied
and Environmental Microbiology, v.61, p.2771-2774,
1995 in HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING, S.M. The
use of bacterial spore formers as probiotics. FEMS
Microbiology Reviews, v.4, p.813-835, 2004.
LIMA FILHO, J.V.M.; VIEIRA, E.C.; NICOLI, J.R.
Antagonistic effect of Lactobacillus acidophilus,
Saccharomyces boulardii and Escherichia coli
combinations against experimental infections with
Shigella flexneri and Salmonella enteritidis subsp.
typhimurium. Journal of Applied Microbiology, v.88,
p.365-370, 2000.
MARTEAU, P.R.; DE VRESE, M.; CELLIER, C.J.;
SCHREZENMEIR, J. Protection from
gastrointestinal diseases with the use of probiotics.
American Journal of Clinical Nutrition, v.73 (suppl.),
p.430S-436S, 2001.
MAURER, W.M. Governmental quality assurance of
bacterial preparations: problems of efficacy and
quality. Microb. Ecol. Health Dis., v. 5, p. ii-iii, 1992.
MCCARTNEY, A.L.; WENZHI, W.; TANNOCK, G.W.
Molecular analysis of the composition of the
bifidobacterial and lactobacillus microflora of
humans. Applied and Environmental Microbiology,
v.62, p.4608-4613, 1996.
MOURA, L.N.; NEUMANN, E.; VIEIRA, L.Q.;
NICOLI, J.R. Protection by Lactobacillus acidophilus
H2B20 against experimental challenge with
Salmonella enteritidis var. typhimurium in gnotobiotic
and conventional mice. Revista de Microbiologia,
v.32, p.66-69, 2001.
NADER DE MACIAS, M.E.; ROMER, M.E.;
APELLA, M.C.; GONZALES, S.N.; OLIVER, G.
Prevention of infectious diarrhea produced by
Escherichia coli and Listeria monocytogenes by
feeding fermentation milk with lactobacilli. Journal of
Food Protection, v. 56, p. 401-405, 1992.
NAIDU, A.S.; BIDLACK, W.R.; CLEMENS, R.A.
Probiotic spectra of lactic acid bacteria (LAB).
Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v.38,
p.13-126, 1999.
NARDI, R.D.; SANTOS, A.R.M.; CARVALHO,
M.A.R.; FARIAS, L.M.; BENCHETRIT, L.C.; NICOLI,
J.R. Antagonism against anaerobic and facultative
bacteria through a diffusible inhibitory compound
produced by a Lactobacillus sp. isolated from the rat
fecal microbiota. Anaerobe, v.5, p.409-411, 1999.
NARDI, R.M.D. ; SANTORO, M.M. ; OLIVEIRA, J.S.
; PIMENTA, A.; FERRAZ, V.; BENCHETRIT, L.C.;
NICOLI, J.R. . Purification and molecular
characterization of antibacterial compounds
produced by Lactobacillus murinus strain L1. Journal
of Applied Microbiology, Inglaterra, v. 99, n. 10, p.
649-656, 2005.
NEUMANN, E.; OLIVEIRA, M.A.P.; CABRAL, C.M.;
MOURA, L.N.; NICOLI, J.R.; VIEIRA, E.C.; CARA,
D.C.; PODOPRIGORA, G.I.; VIEIRA, L.Q.
Monoassociation with Lactobacillus acidophilus
UFV-H2B20 stimulates the phagocytic system of
germfree mice. Brazilian Journal of Medical and
Biological Research, v.31, p.1565-1573, 1998.
NICOLI, J.R. ; VIEIRA, L.Q . Microbiota
gastrointestinal normal na doença e na saúde.. In: L
P Castro; L G V Coelho. (Org.). Gastroenterologia. 1
ed. Rio de Janeiro, 2004, v. 1, p. 1037-1047.
NICOLI, J.R.; RAIBAUD, P. Antagonism exerted by
an association of strict anaerobic bacteria from
human fecal flora against Clostridium perfringens in
gnotobiotic mice. Revista de Microbiologia, v.24,
p.5-8, 1993.
NICOLI, J.R.; RAMARÉ, F.; RAIBAUD, P.
Antagonistic effect against Clostridium perfringens of
a diffusible compound produced by a
Peptostreptococcus sp from human intestinal flora in
mice. Revista de Microbiologia, v.23, p.226-230,
1992.
NISTA, E.C.; CANDELLI, M.; CREMONINI, F.;
CAZZATO I.A.; ZOCCO M.A.; FRANCESCHI F.;
CAMMAROTA G.; GASBARRINI G.; GASBARRINI
A. Bacillus clausii therapy to reduce side-effects of
anti-Helicobacter pylori treatment: randomized,
double-blind, placebo controlled trial. Alimentary
Pharmacology and Therapeutics, v. 20, p. 1181-
1188, 2004.
PELCZAR M, REID R, CHAN ECS. Microbiologia,
V2, McGraw-Hill do Brasil, 1072p, 1981.
PENNA, F.J.; PÉRET FILHO, L.A.; CALÇADO, A.C.;
RIBEIRO, JR. H., NICOLI, J.R. Bases experimentais
e clínicas atuais para o emprego dos probióticos.
Jornal de Pediatria, v.76, p.209-217, 2000.
PLEASANTS, J.R. Gnotobiotics. In: MELBY Jr, E.C.;
ALTMANN, N.H. Handbook of Laboratory Animal
Science. Cleveland, CRC press, p.119-174, 1974.
13
ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013
6
PODOPRIGORA, G.I.; COMUNIAN, L.B.;
PIMENTEL, E.F.; MOURA, L.N.; CARA, D.C.;
NICOLI, J.R.; VIEIRA, E.C. Study of stimulatory
effect of bifidobacteria on the host mononuclear
phagocyte system using gnotobiotic animal models.
Anaerobe, v.5, p.509-512, 1999.
RAMARÉ, F.; NICOLI, J.R.; DABARD, J.;
CORRING, T.; LADIRE, M.; GUEUGNEAU, A.M.;
RAIBAUD, P. Trypsin-dependent production of an
antibacterial substance by a human
Peptostreptococcus strain in gnotobiotic rats and in
vitro. Applied and Environmental Microbiology, v.59,
p.2876-2883, 1993.
RODRIGUES, A.C.P.; CARA, D.C.; FRETEZ,
S.H.G.G.; CUNHA, F.Q.; VIEIRA, E.C.; NICOLI,
J.R.; VIEIRA, L.Q. Saccharomyces boulardii
stimulates sIgA production and the phagocytic
system of gnotobiotic mice. Journal of Applied
Microbiology, v.89, p.404-414, 2000.
RODRIGUES, A.C.P.; NARDI, R.M.; BAMBIRRA,
E.A.; VIEIRA, E.C.; NICOLI, J.R. Protective effect of
Saccharomyces boulardii against experimental oral
infection with Salmonella typhimurium and Shigella
flexneri in gnotoxenic mice. Journal of Applied
Bacteriology, v.81, p.251-256, 1996.
RODRIGUES, Ana Cristina Persichini. Efeito de
Saccharomyces boulardii contra os enteropatógenos
Salmonella enteritidis var. Typhimurium, Shigella
flexneri e Escherichia coli enteroinvasora em
camundongos NMRI gnotobióticos e convencionais.
Belo Horizonte, Instituto de Ciências Biológicas da
UFMG, 1995. (Dissertação, Mestrado).
SAARELA, M.; MOGENSEN, G.; FONDÉN, R.;
MÄTTÖ, J.; MATTILA-SANDHOLM, T. Probiotic
bacteria: safety, functional and technological
properties. Journal of Biotechnology. v.84, p.197-
215, 2000.
SAVAGE, D.C. Microbial ecology of the
gastrointestinal tract. Annual Review of
Microbiology, v.31, p.107-133, 1977.
SILVA, A.M.; BAMBIRRA, E.A.; OLIVEIRA, A.L.;
SOUZA, P.P.; GOMES, D.A.; NICOLI, J.R.
Protective effect of bifidus milk on the experimental
infection with Salmonella typhimurium in
conventional and gnotobiotic mice. Journal of
Applied Microbiology, v.86, p.331-336, 1999.
SILVA, M.E. Modelos experimentais para o estudo
de doença de Chagas, camundongos e ratos
isentos de germes e convencionais. Belo Horizonte,
Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, 1986
(Dissertação, Mestrado).
SILVA, S.H.; VIEIRA, E.C.; DIAS, R.S.; NICOLI, J.R.
Antagonism against Vibrio cholerae by diffusible
substances produced by bacterial components of
the human faecal microbiota. Journal of Medical
Microbiology, v.50, p.161-164, 2001.
SLEYTER, U.B.; MESSNER, P.; PUM, D.; SARA, M.
Crystalline bacterial cell surface layers. Molecular
Microbiology, v.10, p.911-916, 1993 in HONG, H.A.;
DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of bacterial spore
formers as probiotics. FEMS Microbiology Reviews,
v.4, p.813-835, 2004.
TEMMERMAN, R.; POT, B.; HUYS, G.; SWINGS, J.
Identification and antibiotic susceptibility of bacterial
isolates from probiotic products. Int. J. Food
Microbiol., v. 81, p. 1-10, 2003.
VANDENBERGH, P.A. Lactic acid bacteria, their
metabolic products and interference with microbial
growth. FEMS Microbiological Review, v.12, p.221-
238, 1993.
VESA, T.; POCHART, P.; MARTEAU, P.
Pharmacokinetics of Lactobacillus plantarum NCIMB
8826, Lactobacillus fermentum KLD and
Lactococcus lactis MG 1363 in the human
gastrointestinal tract. Alimentary Pharmacology &
Therapeutics, v.14, p.823-828, 2000 in HONG, H.A.;
DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of bacterial spore
formers as probiotics. FEMS Microbiology Reviews,
v.4, p.813-835, 2004.
WHO. Scientific Working Group on Monitoring and
Management of Bacterial Resistance to
Antimicrobial Agents. Geneva: World Health
Organization, 1994.
__________________________________________
1 – Dra. Ariane Katiúscia dos Santos Martins,
Bióloga – Microbiologista, Departamento de
Microbiologia, ICB, Universidade Federal de Minas
Gerais.
2 – Dr. Flaviano dos Santos Martins, Professor
Doutor Adjunto II / Biólogo – Microbiologista,
Departamento de Microbiologia, ICB, Universidade
Federal de Minas Gerais.
3 – Dr. Flávio Henrique Ferreira Barbosa, Professor
Doutor Adjunto II / Biólogo – Microbiologista,
Colegiado de Farmácia, PPG Ciências da Saúde e
Ciências Farmacêuticas, Laboratório de
Bromatologia e Microbiologia de Alimentos,
Fundação Universidade Federal do Amapá –
UNIFAP, flavio.barbosa@unifap.br
14

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Manipulação genética aula 25
Manipulação genética   aula 25Manipulação genética   aula 25
Manipulação genética aula 25Ana Conceição
 
Células troncos e trangênicas
Células troncos e trangênicasCélulas troncos e trangênicas
Células troncos e trangênicasFranzinha Silva
 
Organismos geneticamente modificados - Biologia
Organismos geneticamente modificados - BiologiaOrganismos geneticamente modificados - Biologia
Organismos geneticamente modificados - BiologiaLeila Santana
 
Transgênicos e aspectos éticos
Transgênicos e aspectos éticosTransgênicos e aspectos éticos
Transgênicos e aspectos éticosConceição Áquila
 
Os alimentos transgénicos
Os alimentos transgénicosOs alimentos transgénicos
Os alimentos transgénicosDaniela Costa
 
Trabalho completo. manipulação. helena
Trabalho completo. manipulação.   helenaTrabalho completo. manipulação.   helena
Trabalho completo. manipulação. helenaDigitalves
 
Trabalho biologia final2
Trabalho biologia final2Trabalho biologia final2
Trabalho biologia final2becresforte
 
ManipulaçãO GenéTica
ManipulaçãO   GenéTicaManipulaçãO   GenéTica
ManipulaçãO GenéTicasuzy975
 
Ética e Alimentos Transgenicos
Ética e Alimentos TransgenicosÉtica e Alimentos Transgenicos
Ética e Alimentos TransgenicosKelton Silva Sena
 
Universidade estadual do ceará – uece
Universidade estadual do ceará – ueceUniversidade estadual do ceará – uece
Universidade estadual do ceará – uecedayrla
 

La actualidad más candente (20)

Manipulação genética
Manipulação  genéticaManipulação  genética
Manipulação genética
 
Artigo abmba v9_n1_2021_02
Artigo abmba v9_n1_2021_02Artigo abmba v9_n1_2021_02
Artigo abmba v9_n1_2021_02
 
Trabalho de Biologia
Trabalho de BiologiaTrabalho de Biologia
Trabalho de Biologia
 
Manipulação genética aula 25
Manipulação genética   aula 25Manipulação genética   aula 25
Manipulação genética aula 25
 
Células troncos e trangênicas
Células troncos e trangênicasCélulas troncos e trangênicas
Células troncos e trangênicas
 
Organismos geneticamente modificados - Biologia
Organismos geneticamente modificados - BiologiaOrganismos geneticamente modificados - Biologia
Organismos geneticamente modificados - Biologia
 
Transgênicos e aspectos éticos
Transgênicos e aspectos éticosTransgênicos e aspectos éticos
Transgênicos e aspectos éticos
 
Os alimentos transgénicos
Os alimentos transgénicosOs alimentos transgénicos
Os alimentos transgénicos
 
Trabalho completo. manipulação. helena
Trabalho completo. manipulação.   helenaTrabalho completo. manipulação.   helena
Trabalho completo. manipulação. helena
 
Trabalho biologia final2
Trabalho biologia final2Trabalho biologia final2
Trabalho biologia final2
 
ManipulaçãO GenéTica
ManipulaçãO   GenéTicaManipulaçãO   GenéTica
ManipulaçãO GenéTica
 
Ética e Alimentos Transgenicos
Ética e Alimentos TransgenicosÉtica e Alimentos Transgenicos
Ética e Alimentos Transgenicos
 
Avanços biotecnologia 2 C
Avanços biotecnologia  2 CAvanços biotecnologia  2 C
Avanços biotecnologia 2 C
 
TRANSGÊNICOS
TRANSGÊNICOSTRANSGÊNICOS
TRANSGÊNICOS
 
Camilo
CamiloCamilo
Camilo
 
Alimentos Transgênicos
Alimentos Transgênicos Alimentos Transgênicos
Alimentos Transgênicos
 
Transgênicos
TransgênicosTransgênicos
Transgênicos
 
Transgênicos
TransgênicosTransgênicos
Transgênicos
 
Universidade estadual do ceará – uece
Universidade estadual do ceará – ueceUniversidade estadual do ceará – uece
Universidade estadual do ceará – uece
 
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011
 

Destacado

Controle de microorganismo alexandreldp@gmail.com
Controle de microorganismo alexandreldp@gmail.comControle de microorganismo alexandreldp@gmail.com
Controle de microorganismo alexandreldp@gmail.comalexandreldp
 
Alimentos Prebióticos e Probióticos
Alimentos Prebióticos e ProbióticosAlimentos Prebióticos e Probióticos
Alimentos Prebióticos e ProbióticosBIOGERALDO
 
Morfologia citologia bacteriana
Morfologia citologia bacterianaMorfologia citologia bacteriana
Morfologia citologia bacterianaCidah Silva
 
Aula 8 microbiota normal
Aula 8   microbiota normalAula 8   microbiota normal
Aula 8 microbiota normalcasagrande0606
 

Destacado (8)

Controle de microorganismo alexandreldp@gmail.com
Controle de microorganismo alexandreldp@gmail.comControle de microorganismo alexandreldp@gmail.com
Controle de microorganismo alexandreldp@gmail.com
 
Alimentos Prebióticos e Probióticos
Alimentos Prebióticos e ProbióticosAlimentos Prebióticos e Probióticos
Alimentos Prebióticos e Probióticos
 
Probióticos DHTIC
Probióticos DHTICProbióticos DHTIC
Probióticos DHTIC
 
Morfologia citologia bacteriana
Morfologia citologia bacterianaMorfologia citologia bacteriana
Morfologia citologia bacteriana
 
Aula 8 microbiota normal
Aula 8   microbiota normalAula 8   microbiota normal
Aula 8 microbiota normal
 
Fungos
FungosFungos
Fungos
 
Fungos e doenças relacionadas
Fungos e doenças relacionadas Fungos e doenças relacionadas
Fungos e doenças relacionadas
 
Microbiota Normal
Microbiota NormalMicrobiota Normal
Microbiota Normal
 

Similar a 789 3004-2-pb

Chr hansenhalabiotec150
Chr hansenhalabiotec150Chr hansenhalabiotec150
Chr hansenhalabiotec150MilkPoint
 
Chr hansenhalabiotec150
Chr hansenhalabiotec150Chr hansenhalabiotec150
Chr hansenhalabiotec150MilkPoint
 
Artigo.probioticos.e.prebioticos
Artigo.probioticos.e.prebioticosArtigo.probioticos.e.prebioticos
Artigo.probioticos.e.prebioticosCarla Barbosa
 
Probióticos,prebioticos na prevenção de doenças(Grupo Allimenta)
Probióticos,prebioticos na prevenção de doenças(Grupo Allimenta)Probióticos,prebioticos na prevenção de doenças(Grupo Allimenta)
Probióticos,prebioticos na prevenção de doenças(Grupo Allimenta)Raphael Ribeiro
 
De um texto ACT para um plano de aula - Parte3
De um texto ACT para um plano de aula - Parte3De um texto ACT para um plano de aula - Parte3
De um texto ACT para um plano de aula - Parte3casifufrgs
 
Nutrindo a Microbiota Intestinal
Nutrindo a Microbiota IntestinalNutrindo a Microbiota Intestinal
Nutrindo a Microbiota IntestinalLívea Maria Gomes
 
As bacteriotides constituem 30% do total da flora bacteriana intestinal
As bacteriotides constituem 30% do total da flora bacteriana intestinalAs bacteriotides constituem 30% do total da flora bacteriana intestinal
As bacteriotides constituem 30% do total da flora bacteriana intestinalVan Der Häägen Brazil
 
Probióticos e prebióticos - Diretrizes Mundiais da Organização Mundial de Gas...
Probióticos e prebióticos - Diretrizes Mundiais da Organização Mundial de Gas...Probióticos e prebióticos - Diretrizes Mundiais da Organização Mundial de Gas...
Probióticos e prebióticos - Diretrizes Mundiais da Organização Mundial de Gas...Dr. Benevenuto
 
ARTIGO DOENÇAS DTAS DOENÇAS DE ORIGEM ALIMENTAR
ARTIGO DOENÇAS DTAS DOENÇAS DE ORIGEM ALIMENTARARTIGO DOENÇAS DTAS DOENÇAS DE ORIGEM ALIMENTAR
ARTIGO DOENÇAS DTAS DOENÇAS DE ORIGEM ALIMENTARJulioCesar371362
 
microrganismos patogênicos em alimentos
 microrganismos patogênicos em alimentos microrganismos patogênicos em alimentos
microrganismos patogênicos em alimentosCris Botelho
 
ECOLOGIA2010-I AULA PRESENCIAL-polos.ppt
ECOLOGIA2010-I AULA PRESENCIAL-polos.pptECOLOGIA2010-I AULA PRESENCIAL-polos.ppt
ECOLOGIA2010-I AULA PRESENCIAL-polos.pptFilipeAmorim34
 

Similar a 789 3004-2-pb (20)

790 3008-2-pb
790 3008-2-pb790 3008-2-pb
790 3008-2-pb
 
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N2 2011
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N2 2011Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N2 2011
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N2 2011
 
Probioticos
ProbioticosProbioticos
Probioticos
 
Chr hansenhalabiotec150
Chr hansenhalabiotec150Chr hansenhalabiotec150
Chr hansenhalabiotec150
 
Chr hansenhalabiotec150
Chr hansenhalabiotec150Chr hansenhalabiotec150
Chr hansenhalabiotec150
 
Artigo.probioticos.e.prebioticos
Artigo.probioticos.e.prebioticosArtigo.probioticos.e.prebioticos
Artigo.probioticos.e.prebioticos
 
Probióticos,prebioticos na prevenção de doenças(Grupo Allimenta)
Probióticos,prebioticos na prevenção de doenças(Grupo Allimenta)Probióticos,prebioticos na prevenção de doenças(Grupo Allimenta)
Probióticos,prebioticos na prevenção de doenças(Grupo Allimenta)
 
Artigo bioterra v20_n1_10
Artigo bioterra v20_n1_10Artigo bioterra v20_n1_10
Artigo bioterra v20_n1_10
 
Disbiose
DisbioseDisbiose
Disbiose
 
De um texto ACT para um plano de aula - Parte3
De um texto ACT para um plano de aula - Parte3De um texto ACT para um plano de aula - Parte3
De um texto ACT para um plano de aula - Parte3
 
Nutrindo a Microbiota Intestinal
Nutrindo a Microbiota IntestinalNutrindo a Microbiota Intestinal
Nutrindo a Microbiota Intestinal
 
Fibras em pães
Fibras em pãesFibras em pães
Fibras em pães
 
As bacteriotides constituem 30% do total da flora bacteriana intestinal
As bacteriotides constituem 30% do total da flora bacteriana intestinalAs bacteriotides constituem 30% do total da flora bacteriana intestinal
As bacteriotides constituem 30% do total da flora bacteriana intestinal
 
Probióticos e prebióticos - Diretrizes Mundiais da Organização Mundial de Gas...
Probióticos e prebióticos - Diretrizes Mundiais da Organização Mundial de Gas...Probióticos e prebióticos - Diretrizes Mundiais da Organização Mundial de Gas...
Probióticos e prebióticos - Diretrizes Mundiais da Organização Mundial de Gas...
 
ARTIGO DOENÇAS DTAS DOENÇAS DE ORIGEM ALIMENTAR
ARTIGO DOENÇAS DTAS DOENÇAS DE ORIGEM ALIMENTARARTIGO DOENÇAS DTAS DOENÇAS DE ORIGEM ALIMENTAR
ARTIGO DOENÇAS DTAS DOENÇAS DE ORIGEM ALIMENTAR
 
S alimentar
S alimentarS alimentar
S alimentar
 
Microbiologia dos alimentos
Microbiologia dos alimentosMicrobiologia dos alimentos
Microbiologia dos alimentos
 
microrganismos patogênicos em alimentos
 microrganismos patogênicos em alimentos microrganismos patogênicos em alimentos
microrganismos patogênicos em alimentos
 
ECOLOGIA2010-I AULA PRESENCIAL-polos.ppt
ECOLOGIA2010-I AULA PRESENCIAL-polos.pptECOLOGIA2010-I AULA PRESENCIAL-polos.ppt
ECOLOGIA2010-I AULA PRESENCIAL-polos.ppt
 
Artigo abmba v6_n1_2018_01
Artigo abmba v6_n1_2018_01Artigo abmba v6_n1_2018_01
Artigo abmba v6_n1_2018_01
 

Más de Flávio Henrique Ferreira Barbosa

Más de Flávio Henrique Ferreira Barbosa (20)

Artigo abmba v9_n1_2021_01
Artigo abmba v9_n1_2021_01Artigo abmba v9_n1_2021_01
Artigo abmba v9_n1_2021_01
 
Artigo abmba v8_n2_2020_01
Artigo abmba v8_n2_2020_01Artigo abmba v8_n2_2020_01
Artigo abmba v8_n2_2020_01
 
Artigo abmba v8_n1_2020_01
Artigo abmba v8_n1_2020_01Artigo abmba v8_n1_2020_01
Artigo abmba v8_n1_2020_01
 
Artigo abmba v7_n2_2019_01
Artigo abmba v7_n2_2019_01Artigo abmba v7_n2_2019_01
Artigo abmba v7_n2_2019_01
 
Artigo abmba v7_n1_2019_01
Artigo abmba v7_n1_2019_01Artigo abmba v7_n1_2019_01
Artigo abmba v7_n1_2019_01
 
Artigo abmba v6_n2_2018_01
Artigo abmba v6_n2_2018_01Artigo abmba v6_n2_2018_01
Artigo abmba v6_n2_2018_01
 
Artigo abmba v5_n2_2017_01
Artigo abmba v5_n2_2017_01Artigo abmba v5_n2_2017_01
Artigo abmba v5_n2_2017_01
 
Artigo abmba v5_n1_2017_01
Artigo abmba v5_n1_2017_01Artigo abmba v5_n1_2017_01
Artigo abmba v5_n1_2017_01
 
Artigo abmba v4_n2_2016_01
Artigo abmba v4_n2_2016_01Artigo abmba v4_n2_2016_01
Artigo abmba v4_n2_2016_01
 
Artigo abmba v4_n1_2016_01
Artigo abmba v4_n1_2016_01Artigo abmba v4_n1_2016_01
Artigo abmba v4_n1_2016_01
 
Artigo abmba v3_n2_2015_01
Artigo abmba v3_n2_2015_01Artigo abmba v3_n2_2015_01
Artigo abmba v3_n2_2015_01
 
Artigo abmba v3_n1_2015_01
Artigo abmba v3_n1_2015_01Artigo abmba v3_n1_2015_01
Artigo abmba v3_n1_2015_01
 
Artigo abmba v2_n2_2014_01
Artigo abmba v2_n2_2014_01Artigo abmba v2_n2_2014_01
Artigo abmba v2_n2_2014_01
 
Artigo abmba v2_n1_2014_01
Artigo abmba v2_n1_2014_01Artigo abmba v2_n1_2014_01
Artigo abmba v2_n1_2014_01
 
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N2 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N2 2013Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N2 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N2 2013
 
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N2 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N2 2013Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N2 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N2 2013
 
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
 
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
 
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
 
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V3N1 2013
 

789 3004-2-pb

  • 1. ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013 PROBIÓTICOS: MICRORGANISMOS BENÉFICOS PROBIOTICS: BENEFICIAL MICROORGANISMS ARIANE KATIÚSCIA DOS SANTOS MARTINS 1 ; FLAVIANO DOS SANTOS MARTINS 2 ; FLÁVIO HENRIQUE FERREIRA BARBOSA 3 RESUMO A Organização Mundial de Saúde define probióticos como “organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro”. Como função funcional benéfica no organismo, os probióticos tem efeito sobre o equilíbrio bacteriano intestinal: controle do colesterol e de diarréias e redução do risco de câncer. Podem ser componentes de alimentos industrializados presentes no mercado, como leites fermentados, iogurte, ou podem ser encontrados na forma de pó ou cápsulas. O interesse na utilização dos probióticos com objetivo de prevenir ou tratar doenças tem sido explorado há muitos anos. Mais recentemente têm sido descritos os mecanismos de ação dos probióticos nas doenças alérgicas e sua interação com o intestino como órgão imunológico. Assim, os probióticos devem ser cuidadosamente estudados antes de uma ampla recomendação. Esses produtos, de um modo geral, são muito seguros, uma vez que são comercializados há muitos anos como suplemento alimentar ou alimento fermentado, e não possuem efeitos colaterais no metabolismo. Evidências científicas definitivas comprovando o potencial dos probióticos na melhora da qualidade de vida de pessoas com distúrbios gastrointestinais é tema promissor e de grande expectativa científica. Palavras-chave: Probióticos, Microbiota Intestinal. ABSTRACT The World Health Organization defines probiotics as "live organisms which when administered in adequate amounts, confer health benefit on the host". How beneficial functional role in the body, probiotics have an effect on the intestinal bacterial balance: control of cholesterol and diarrhea and reducing the risk of cancer. May be components of foods on the market, such as fermented milk, yogurt, or may be found in powder form or capsules. The interest in the use of probiotics in order to prevent or treat diseases has been explored for many years. More recently they have been described mechanisms of action of probiotics in allergic diseases and their interaction with the gut as immune organ. Thus, the probiotics should be carefully studied before a comprehensive recommendation. These products generally are very safe, since they are marketed for many years as a dietary supplement or food fermented and have no side effects in metabolism. Definitive scientific evidence proving the potential of probiotics to improve the quality of life of people with gastrointestinal disorders is a subject of great expectations and promising scientific. Keywords: Probiotics, Intestinal Microbiota. 8
  • 2. ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013 8 1. INTRODUÇÃO 1.1 Microbiota normal: definição, composição e funções. O termo “microbiota normal” refere- se à população de microrganismos que habita a pele e as mucosas de pessoas sadias. Outros termos usados são “microflora normal”, “flora normal”, “comensais” e “microbiota indígena”. A existência de uma “microbiota viral normal” é duvidosa. A pele e as mucosas sempre albergam uma variedade de microrganismos que podem ser classificados em residentes e transitórios. A microbiota residente consiste em tipos relativamente fixos de microrganismos encontrados com regularidade em determinada área e em determinada idade; se perturbada, recompõe-se prontamente. A microbiota transitória consiste em microrganismos não-patogênicos ou potencialmente patogênicos que habitam a pele ou as mucosas por horas, dias ou semanas; esta microbiota provém do meio ambiente e não se estabelece de forma permanente na superfície. Em geral, os membros da microbiota transitória são de pouco significado enquanto a microbiota residente normal permanecer intacta. Todavia, se a microbiota residente for perturbada, os microrganismos transitórios podem colonizar e proliferar, produzindo doença (NICOLI et al., 1993). Inicialmente estéril, o trato gastrointestinal do homem é rapidamente colonizado dentro de algumas horas após o nascimento. Essa colonização bem controlada envolve muitos organismos diferentes que encontram seus próprios nichos particulares ao longo da extensão do trato gastrointestinal, de forma que diferentes grupos de microrganismos colonizam diferentes níveis do trato intestinal. Devido ao seu teor de oxigênio e acidez, o número de bactérias no estômago é limitado a 10 3 -10 4 bactérias/grama de conteúdo intestinal, e consiste, principalmente, de lactobacilos e enterococos. As bactérias do intestino delgado são anaeróbios facultativos cuja proliferação é limitada pela atividade peristáltica e cujos números, embora baixos no intestino delgado superior, aumentam ao descer do duodeno até o íleo. A maior densidade populacional microbiana do trato gastrointestinal (aproximadamente 400 diferentes linhagens de bactérias) ocorre no cólon, onde o trânsito intestinal diminuído permite que as bactérias atinjam um nível de 10 11 -10 12 microrganismos/grama de conteúdo luminal. Neste local, a microbiota bacteriana é dominada por anaeróbios estritos (Bacteroides, Eubacterium, Bifidobacterium, Pepstreptococcus e Peptococcus). Os anaeróbios facultativos são menos numerosos no cólon (NICOLI & VIEIRA, 2004). A microbiota normal associada ao trato digestivo humano, pelo seu tamanho (estimado em 10 14 células viáveis e 1,2 kg de peso totais) e atividade (metabolicamente igual à de um fígado) é considerada como um dos ecossistemas mais complexo e menos controlado que se conhece. Os diferentes componentes da microbiota gastrointestinal são presentes, num momento e sítio anatômico dados, em extratos populacionais diferentes. Como exemplo, no intestino grosso de um adulto, três níveis distintos podem ser observados: (i) a microbiota dominante (99% da população, 10 9 - 10 11 UFC/g de conteúdo) constituída somente por bactérias anaeróbias estritas (Bacteroides, Eubacterium, Fusobacterium, Peptostreptococcus, Bifidobacterium); (ii) a microbiota subdominante (0,99% da população; 10 7 - 10 8 UFC/g de conteúdo) predominantemente anaeróbia facultativa (Escherichia coli, Enterococcus faecalis e algumas vezes Lactobacillus) e (iii) a microbiota residual (0,01% da população; <10 7 UFC/g de conteúdo) contendo uma grande variedade de microrganismos procarióticos (outros gêneros de Enterobacteriaceae, Pseudomonas, Veillonella) e eucarióticos (leveduras e protozoários) (BERG, 1996). Em geral, quanto mais numerosa é uma população de uma espécie bacteriana, mais estável ela é no seu nicho ecológico. Por isso, e ao nível de gêneros, as microbiotas digestivas dominantes e subdominantes permanecem relativamente constantes e estáveis no tempo e de um indivíduo para outro. Ao contrário, a microbiota residual é bastante variável de um indivíduo para outro e flutua consideravelmente ao longo do tempo no mesmo indivíduo. Contudo, apesar da aparente estabilidade em termo de gêneros, as populações bacterianas dominantes e subdominantes apresentam variações consideráveis quando são examinadas ao nível das espécies que constituem cada gênero. Assim, McCartney et al. (1996) mostraram recentemente que, em dois voluntários sadios, examinados semanalmente durante um ano, os níveis populacionais do gênero Bifidobacterium foram similares e dominantes (MCCARTNEY et al., 1996). Mas, em um dos voluntários, este gênero foi constituído, durante o período estudado, por poucas espécies sempre iguais (somente 3). Entretanto, no outro voluntário, foi observada uma biodiversidade de espécies extremamente elevada (em torno de 30) associada a uma renovação contínua das mesmas. As causas (genética, faixa etária, alimentação) dessas diferenças entre um sistema fechado, caracterizado por uma baixa biodiversidade com grande estabilidade, e um sistema aberto, apresentando uma rica biodiversidade com elevada dinâmica de renovação, não foram esclarecidas. Pelo seu tamanho, a microbiota normal associada ao trato digestivo é, muitas vezes, considerada como um órgão ou organismo atuando na superfície das mucosas do hospedeiro (BERG, 1996). É responsável por três funções importantes para saúde do hospedeiro: a resistência à 9
  • 3. ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013 2 colonização (inibe a multiplicação de microrganismos exógenos no local), a imunomodulação (permite uma resposta imune mais rápida e adequada durante uma agressão infecciosa) e uma contribuição nutricional (fornece vitaminas e substratos energéticos e reguladores). A microbiota associada ao trato digestivo é extremamente potente nas suas funções, mas também frágil, podendo ser perturbada por diversos fatores, entre os quais: o uso de drogas antimicrobianas, a mudança de alimentação e o estresse. No caso particular de antibioticoterapia, esses distúrbios dos equilíbrios populacionais e das funções protetoras da microbiota gastrointestinal são provavelmente responsáveis pela ocorrência de 15 a 40% dos episódios de diarréias associadas ao uso de antibióticos (DAA). Além disso, a utilização excessiva e inadequada de antibióticos é também associada com a ocorrência cada vez maior de multiresistência nos microrganismos patogênicos. Neste sentido, há uma recomendação da Organização Mundial de Saúde para o desenvolvimento de métodos alternativos a serem utilizados na prevenção e/ou no tratamento de infecções microbianas (WHO, 1994). A própria WHO recomendou, em associação à redução na utilização de antimicrobianos, a utilização da terapia de interferência microbiana (uso de probióticos). 1.2 Probióticos: definição e condições de utilização Os probióticos foram inicialmente utilizados como suplementos alimentares promotores de crescimento em animais na década de 1970. Eles foram definidos, posteriormente, como células microbianas vivas ingeridas pelo hospedeiro humano para obtenção de um efeito benéfico ao nível do ecossistema digestivo (FULLER, 1992). Durante as últimas décadas, muitos estudos têm sido conduzidos para avaliar os efeitos de microrganismos probióticos, usando diferentes fórmulas e com propósitos na prevenção ou tratamento de doenças. As finalidades da utilização desses bioterapêuticos seriam instalar, reforçar ou compensar as funções da microbiota normal do trato digestivo, quando houver uma perturbação desta (desequilíbrio). Além dos probióticos mais freqüentemente utilizados, como bactérias produtoras de ácido láctico (Lactobacillus rhamnosus GG, L. acidophilus, L. delbrueckii subsp. bulgaricus, L. casei, Bifidobacterium longum, B. lactis, Streptococcus thermophilus e E. faecium SF68) e levedura (Saccharomyces boulardii), alguns outros gêneros microbianos foram testados em ensaios experimentais e clínicos, mas em menor freqüência. Foram os casos de linhagens de Escherichia coli EMO e Nissle (FIGUEIREDO et al., 2001). Os primeiros ensaios clínicos utilizando probióticos, realmente bem controlados (duplo cegos, aleatórios com placebo), foram iniciados em 1974. Estes ensaios tiveram como finalidade tanto a prevenção quanto o tratamento de infecções essencialmente intestinais, em adultos e crianças. Assim, S. boulardii, L. rhamnosus GG, L. acidophilus, L. delbrueckii subsp. bulgaricus, L. casei, B. longum, B. lactis, S. thermophilus e E. faecium SF68 foram utilizados, com resultados positivos na maioria dos casos, na prevenção da diarréia associada ao uso de antibióticos, da diarréia infecciosa e da diarréia do viajante. Resultados positivos foram obtidos, também, no tratamento de infecção por Clostridium difficile, de diarréias relacionadas à infecção pelo vírus HIV, de diarréias agudas em crianças e adultos e das diarréias agudas causadas por Vibrio cholerae e E. coli enterotoxigênica. Contudo, em alguns relatos, os ensaios clínicos não deram os mesmos resultados positivos apesar de terem sido conduzidos em situações e com probióticos aparentemente similares (ELMER et al., 1996; NAIDU et al., 1999; PENNA et al., 2000; MARTEAU et al., 2001). Os probióticos que apresentam maior volume de informações e resultados positivos, em termo de ensaios clínicos controlados terapêuticos e profiláticos, são L. rhamnosus GG, S. boulardii e E. faecium SF68. Contudo, devemos salientar que, ensaios apresentando resultados negativos são geralmente pouco divulgados, o que pode levar a uma superestimativa dos dados apresentados acima sobre os efeitos positivos do emprego dos probióticos. 1.3 Probióticos: mecanismos de atuação Os mecanismos de ação sugeridos para explicar os efeitos benéficos dos probióticos são basicamente os mesmos atribuídos à microbiota digestiva normal para exercer suas funções (proteção ecológica, imunomodulação e contribuição nutricional). Isto é coerente com o objetivo do uso desses bioterapêuticos, a saber: compensar falhas ou reforçar a atividade do ecossistema microbiano gastrointestinal já existente. Os principais mecanismos de ação compartilhados pela microbiota normal e os probióticos são: O antagonismo pela produção de substâncias que inibem ou matam o microrganismo patogênico. Vários microrganismos produzem uma gama de substâncias que inibem o crescimento de outros microrganismos. Dentre essas substâncias, podemos citar os ácidos orgânicos, o peróxido de hidrogênio e as bacteriocinas (NARDI et al., 2005; SILVA et al., 1999; VANDENBERG, 1993). As bacteriocinas constituem um grupo heterogêneo de peptídeos ou proteínas que variam muito quanto ao seu espectro antimicrobiano, propriedades bioquímicas, mecanismo de ação e características genéticas. 10
  • 4. ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013 3 Competição por sítios de adesão e fonte nutricional. Muitos microrganismos utilizados como probióticos competem por sítios de adesão na superfície do epitélio intestinal e por nutrientes, inibindo, assim, a fixação e a sobrevivência de patógenos (BERNET et al., 1994; COCONNIER et al., 1998). A inibição da produção ou da ação de toxinas bacterianas. Os probióticos têm a propriedade de inibir a ação de microrganismos patogênicos, seja inibindo a produção ou a ação de toxinas produzidas pelos patógenos, impedindo, assim, a sua ação no epitélio intestinal (CZERUCKA et al., 1994; BRANDÃO et al., 1998). A imunomodulação do hospedeiro. Os probióticos podem aumentar a resistência do hospedeiro à infecção (NEUMANN et al., 1998; RODRIGUES et al., 2000). Evidências recentes sugerem que a estimulação da resposta imune, seja ela específica ou inespecífica, pode ser um outro mecanismo pelo qual os probióticos protegem contra desordens intestinais (KAILA et al., 1992; MATSUZAKI & CHIN, 2000; PERDIGON et al., 1995). O primeiro mecanismo (antagonismo) é um dos mais citados e aparentemente o mais provável para explicar o efeito benéfico dos probióticos. Inúmeros trabalhos demonstraram essa capacidade in vitro, mas não existe praticamente nenhum relato deste fenômeno ocorrer no ambiente gastrointestinal. O animal gnotobiótico (sem germes ou associado com germes conhecidos) permite observar e estudar in vivo o comportamento isolado de microrganismos e suas inter-relações no ecossistema digestivo (VIEIRA & NICOLI, 1990). Este modelo animal permitiu, por exemplo, isolar e demonstrar o efeito inibitório extremamente potente contra bactérias enteropatogênicas de componentes bacterianos da microbiota fecal humana, tanto isoladamente (NICOLI et al., 1992; RAMARE et al., 1993; SILVA et al., 2001) como em associação (NICOLI & RAIBAUD, 1993). Experimentos do mesmo tipo foram feitos para observar se diversos probióticos em estudo ou já comercializados eram capazes de produzir efeitos antagonistas similares no trato digestivo de roedores gnotobióticos desafiados com várias bactérias enteropatogênicas. Para os bioterapêuticos S. boulardii (MERCK S.A.) (RODRIGUES et al., 1996), Lactobacillus delbrueckii H2B20 (UFV) (MOURA et al., 2001), B. lactis Bb12 (Christian Hansen Lab.) (SILVA et al., 1999) e E. coli EMO (INRA) (LIMA FILHO et al., 2000) nunca foi observado in vivo antagonismo contra os alvos patogênicos Salmonella enterica sorovar Typhimurium, Shigella flexneri e E. coli enteropatogênica. Contudo, em todos os casos foi notado um efeito protetor dos probióticos utilizados durante o desafio patogênico como demonstrado por dados de mortalidade e de exame histopatológico. Esses fatos sugerem que outros mecanismos devem explicar o efeito protetor dos probióticos testados como a imunomodulação (NEUMANN et al., 1998; PODOPRIGORA et al., 1999; RODRIGUES et al., 2000), a inibição da ação de toxinas (CZERUCKA et al., 1994; BRANDÃO et al., 1998) ou a competição por nutrientes ou sítios de adesão. 1.4 Probióticos: forma de utilização A ingestão dos probióticos é feita na forma de preparações farmacêuticas (cápsula, sachê) ou de alimentos (fermentados como iogurte ou leite “acidofilus” ou suplementado como o leite em pó adicionado de células vivas). Não são conhecidos probióticos capazes de se instalarem no ecossistema digestivo mesmo após uma ingestão prolongada já que a microbiota local, mesmo perturbada, impede essa colonização. Contudo, diversos bioterapêuticos sobrevivem durante a sua passagem intestinal como no caso de bactérias dos gêneros Lactobacillus, (NEUMANN et al., 1998), Streptococcus, Enterococcus (ELMER et al., 1996) e Bifidobacterium (SILVA et al., 1999) e de leveduras como S. boulardii (RODRIGUES et al., 1996; RODRIGUES et al., 2000). Mas a sobrevida não é o único fator importante para a atuação de um probiótico. Os níveis populacionais do bioterapêutico devem ser suficientemente elevados para ter um impacto no local onde se espera que ele desenvolva a sua função. Em ecologia microbiana, considera-se que um microrganismo poderá agir no ecossistema onde ele se encontra somente quando em população igual ou superior a 10 7 células viáveis/g do conteúdo (caso das microbiotas dominantes e subdominantes, como citado acima). A concentração em células viáveis do probiótico deve ser, portanto, ajustada na preparação inicial levando-se em conta a capacidade de sobrevida do microrganismo sem se multiplicar no tudo digestivo e o efeito de diluição intestinal de maneira a atingir no mínimo 10 7 células/g do conteúdo intestinal. 1.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considera-se, portanto, que a concentração em células vivas do probiótico no produto a ser ingerido deve estar pelo menos de 10 8 a 10 9 UFC/g. A ingestão diária de um probiótico em quantidade adequada é, portanto, indispensável para manter níveis artificialmente elevados do microrganismo no ecossistema digestivo permitindo que ele desenvolva o efeito benéfico desejado. Além de um número adequado de células viáveis no produto original e da capacidade de sobreviver no trato digestivo, uma preparação probiótica deve apresentar um tempo longo de sobrevida nas condições de armazenamento até a sua comercialização. Existem diversas possibilidades para a forma de conservação de probióticos assim 11
  • 5. ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013 4 como diversos tipos de condições de armazenamento, cada um com eficiência diferenciada de manutenção da viabilidade. A liofilização é um dos métodos mais eficientes para manter a viabilidade de células microbianas durante longo período de tempo, mas em temperatura ambiente. Já a conservação na forma de suspensão aquosa de forma vegetativa leva a uma morte rápida do microrganismo, mesmo sob temperatura de refrigeração. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERG, R.D. The indigenous gastrointestinal microflora. Trends in Microbiology, v.4, p.430-435, 1996. BERNET, M.F.; BRASSART, D.; NEESER, J.R.; SERVIN, A.L. Lactobacillus acidophilus LA1 binds to human intestinal cell lines and inhibits cell attachment and cell invasion by enterovirulent bacteria. Gut, v.35, p.483-489, 1994. BIOURGE, V.; VALLET, C.; LEVESQUE, A.; SERGHERAERT, R.; CHEVALIER, S.; ROBERTON, J.L. The use of probiotics in the diet of dogs. The Journal of Nutrition, v.128, p.2730S- 2732S, 1998 in HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of bacterial spore formers as probiotics. FEMS Microbiology Reviews, v.4, p.813- 835, 2004. BRANDÃO, R.L.; CASTRO, I.M.; BAMBIRRA, E.A.; AMARAL, S.C.; FIETTO, L.O.; TROPIA, M.J.M.; NEVES, M.J.; SANTOS, R.G.; GOMES, N.C.M.; NICOLI, J.R. Intracellular signal triggered by cholera toxin in Saccharomyces boulardii and Saccharomyces cerevisiae. Applied and Environmental Microbiology, v.64, p.564-568, 1998. CANGANELLA, F.; PAGANINI, S.; OVIDI, M.; VETTRAINO, A.M.; BEVILACQUA, L.; MASSA, S.; TROVATELLI, L.D. A microbiological investigation on probiotic pharmaceutical products used for human health. Microbiol. Res., v. 152, p. 171-179, 1997. Clinical and laboratory Standards Institute (CLSI). 2005. CZERUCKA, D.; ROUX, I.; RAMPAL P. Saccharomyces boulardii inhibits secretagogue- mediated adenosine 3’,5’-cyclic monophosphate induction in intestinal cells. Gastroenterology, v.106, p.65-72, 1994. ELMER, G.W.; SURAWICZ, C.M.; MCFARLAND, L.V. Biotherapeutic agents. A neglected modality for the treatment and prevention of selected intestinal and vaginal infections. Journal of the American Medical Association, v.275, p.870-876, 1996. FIGUEIREDO, P.P.; VIEIRA, E.C.; NICOLI, J.R.; NARDI, R.D.; RAIBAUD, P.; DUVAL-IFLAH Y.; PENNA, F.J. Influence of oral inoculation with Escherichia coli EMO on the frequency of diarrhea during the first year of life in human newborns. Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, v.33, p.70-74, 2001. FRANCO, B.D.G.M; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos, Atheneu, 182p., 2002. FULLER, R. Probiotics: the scientific basis. London: Chapman & Hall, 398p., 1992. GILLILAND, S.E.; SPECK, M.L. Enumeration and identity of lactobacilli in dietary products. J. Food Prot., v. 40, p. 760-762, 1977. GRAFF, J.; BRINCH, K.; MADSEN, J.L. Gastrointestinal mean transit times in young and middle-aged healthy subjects. Clinical Physiology, v.21, p.253-259, 2001 in HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of bacterial spore formers as probiotics. FEMS Microbiology Reviews, v.4, p.813-835, 2004. HAMILTON-MILLER, J.M.; GIBSON, G.R. Efficacy studies of probiotics: a call for guidelines. Br. J. Nutr., v. 82, p. 73-75, 1999. HAMILTON-MILLER, J.M.; SHAH, S. Deficiencies in microbiological quality and labelling of probiotic supplements. Int. J. Food Microbiol., v. 72, p. 175- 176, 2002. HAMILTON-MILLER, J.M.; SHAH, S.; WINKLER, J.T. Public health issues arising from microbiological and labelling quality of foods and supplements containing probiotic microorganisms. Public Health Nutr., v. 2, p. 223-229, 1999. HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of bacterial spore formers as probiotics. FEMS Microbiology Reviews, v.4, p.813-835, 2004. HUGHES, V.L.; HILLIER, S.L. Microbiologic characteristics of Lactobacillus products used for colonization of the vagina. Obstet. Gynecol., v. 75, p. 244-248, 1990. INNOKA, S.; UEHARA, S.; KIMURA, M. The effect of Bacillus natto on the T and B lymphocytes from spleens of feeding chickens. Poultry Science, v.65, p.1217-1219, 1986 in HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of bacterial spore formers as probiotics. FEMS Microbiology Reviews, v.4, p.813-835, 2004. 12
  • 6. ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013 5 ISHIBASHI, N.; YAMASAKI, S. Probiotics and safety. The American Journal of Clinical Nutrition, v.73, p.465-470, 2001. KEYNAN, A.; EVENCHIK, Z. Activation In: The Bacterial Spore (Gould, G.W. and Hurst, A., Eds.). Academic Press, London, p.359-396, 1969 in HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of bacterial spore formers as probiotics. FEMS Microbiology Reviews, v.4, p.813-835, 2004. KLIJN, N.; WEERKAMP, A.H.; DE VOS, W.M. Genetic marking of Lactococcus lactis shows its survival in the human gastrointestinal tract. Applied and Environmental Microbiology, v.61, p.2771-2774, 1995 in HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of bacterial spore formers as probiotics. FEMS Microbiology Reviews, v.4, p.813-835, 2004. LIMA FILHO, J.V.M.; VIEIRA, E.C.; NICOLI, J.R. Antagonistic effect of Lactobacillus acidophilus, Saccharomyces boulardii and Escherichia coli combinations against experimental infections with Shigella flexneri and Salmonella enteritidis subsp. typhimurium. Journal of Applied Microbiology, v.88, p.365-370, 2000. MARTEAU, P.R.; DE VRESE, M.; CELLIER, C.J.; SCHREZENMEIR, J. Protection from gastrointestinal diseases with the use of probiotics. American Journal of Clinical Nutrition, v.73 (suppl.), p.430S-436S, 2001. MAURER, W.M. Governmental quality assurance of bacterial preparations: problems of efficacy and quality. Microb. Ecol. Health Dis., v. 5, p. ii-iii, 1992. MCCARTNEY, A.L.; WENZHI, W.; TANNOCK, G.W. Molecular analysis of the composition of the bifidobacterial and lactobacillus microflora of humans. Applied and Environmental Microbiology, v.62, p.4608-4613, 1996. MOURA, L.N.; NEUMANN, E.; VIEIRA, L.Q.; NICOLI, J.R. Protection by Lactobacillus acidophilus H2B20 against experimental challenge with Salmonella enteritidis var. typhimurium in gnotobiotic and conventional mice. Revista de Microbiologia, v.32, p.66-69, 2001. NADER DE MACIAS, M.E.; ROMER, M.E.; APELLA, M.C.; GONZALES, S.N.; OLIVER, G. Prevention of infectious diarrhea produced by Escherichia coli and Listeria monocytogenes by feeding fermentation milk with lactobacilli. Journal of Food Protection, v. 56, p. 401-405, 1992. NAIDU, A.S.; BIDLACK, W.R.; CLEMENS, R.A. Probiotic spectra of lactic acid bacteria (LAB). Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v.38, p.13-126, 1999. NARDI, R.D.; SANTOS, A.R.M.; CARVALHO, M.A.R.; FARIAS, L.M.; BENCHETRIT, L.C.; NICOLI, J.R. Antagonism against anaerobic and facultative bacteria through a diffusible inhibitory compound produced by a Lactobacillus sp. isolated from the rat fecal microbiota. Anaerobe, v.5, p.409-411, 1999. NARDI, R.M.D. ; SANTORO, M.M. ; OLIVEIRA, J.S. ; PIMENTA, A.; FERRAZ, V.; BENCHETRIT, L.C.; NICOLI, J.R. . Purification and molecular characterization of antibacterial compounds produced by Lactobacillus murinus strain L1. Journal of Applied Microbiology, Inglaterra, v. 99, n. 10, p. 649-656, 2005. NEUMANN, E.; OLIVEIRA, M.A.P.; CABRAL, C.M.; MOURA, L.N.; NICOLI, J.R.; VIEIRA, E.C.; CARA, D.C.; PODOPRIGORA, G.I.; VIEIRA, L.Q. Monoassociation with Lactobacillus acidophilus UFV-H2B20 stimulates the phagocytic system of germfree mice. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v.31, p.1565-1573, 1998. NICOLI, J.R. ; VIEIRA, L.Q . Microbiota gastrointestinal normal na doença e na saúde.. In: L P Castro; L G V Coelho. (Org.). Gastroenterologia. 1 ed. Rio de Janeiro, 2004, v. 1, p. 1037-1047. NICOLI, J.R.; RAIBAUD, P. Antagonism exerted by an association of strict anaerobic bacteria from human fecal flora against Clostridium perfringens in gnotobiotic mice. Revista de Microbiologia, v.24, p.5-8, 1993. NICOLI, J.R.; RAMARÉ, F.; RAIBAUD, P. Antagonistic effect against Clostridium perfringens of a diffusible compound produced by a Peptostreptococcus sp from human intestinal flora in mice. Revista de Microbiologia, v.23, p.226-230, 1992. NISTA, E.C.; CANDELLI, M.; CREMONINI, F.; CAZZATO I.A.; ZOCCO M.A.; FRANCESCHI F.; CAMMAROTA G.; GASBARRINI G.; GASBARRINI A. Bacillus clausii therapy to reduce side-effects of anti-Helicobacter pylori treatment: randomized, double-blind, placebo controlled trial. Alimentary Pharmacology and Therapeutics, v. 20, p. 1181- 1188, 2004. PELCZAR M, REID R, CHAN ECS. Microbiologia, V2, McGraw-Hill do Brasil, 1072p, 1981. PENNA, F.J.; PÉRET FILHO, L.A.; CALÇADO, A.C.; RIBEIRO, JR. H., NICOLI, J.R. Bases experimentais e clínicas atuais para o emprego dos probióticos. Jornal de Pediatria, v.76, p.209-217, 2000. PLEASANTS, J.R. Gnotobiotics. In: MELBY Jr, E.C.; ALTMANN, N.H. Handbook of Laboratory Animal Science. Cleveland, CRC press, p.119-174, 1974. 13
  • 7. ISSN 2318-4752 – Volume 1, N1, 2013 6 PODOPRIGORA, G.I.; COMUNIAN, L.B.; PIMENTEL, E.F.; MOURA, L.N.; CARA, D.C.; NICOLI, J.R.; VIEIRA, E.C. Study of stimulatory effect of bifidobacteria on the host mononuclear phagocyte system using gnotobiotic animal models. Anaerobe, v.5, p.509-512, 1999. RAMARÉ, F.; NICOLI, J.R.; DABARD, J.; CORRING, T.; LADIRE, M.; GUEUGNEAU, A.M.; RAIBAUD, P. Trypsin-dependent production of an antibacterial substance by a human Peptostreptococcus strain in gnotobiotic rats and in vitro. Applied and Environmental Microbiology, v.59, p.2876-2883, 1993. RODRIGUES, A.C.P.; CARA, D.C.; FRETEZ, S.H.G.G.; CUNHA, F.Q.; VIEIRA, E.C.; NICOLI, J.R.; VIEIRA, L.Q. Saccharomyces boulardii stimulates sIgA production and the phagocytic system of gnotobiotic mice. Journal of Applied Microbiology, v.89, p.404-414, 2000. RODRIGUES, A.C.P.; NARDI, R.M.; BAMBIRRA, E.A.; VIEIRA, E.C.; NICOLI, J.R. Protective effect of Saccharomyces boulardii against experimental oral infection with Salmonella typhimurium and Shigella flexneri in gnotoxenic mice. Journal of Applied Bacteriology, v.81, p.251-256, 1996. RODRIGUES, Ana Cristina Persichini. Efeito de Saccharomyces boulardii contra os enteropatógenos Salmonella enteritidis var. Typhimurium, Shigella flexneri e Escherichia coli enteroinvasora em camundongos NMRI gnotobióticos e convencionais. Belo Horizonte, Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, 1995. (Dissertação, Mestrado). SAARELA, M.; MOGENSEN, G.; FONDÉN, R.; MÄTTÖ, J.; MATTILA-SANDHOLM, T. Probiotic bacteria: safety, functional and technological properties. Journal of Biotechnology. v.84, p.197- 215, 2000. SAVAGE, D.C. Microbial ecology of the gastrointestinal tract. Annual Review of Microbiology, v.31, p.107-133, 1977. SILVA, A.M.; BAMBIRRA, E.A.; OLIVEIRA, A.L.; SOUZA, P.P.; GOMES, D.A.; NICOLI, J.R. Protective effect of bifidus milk on the experimental infection with Salmonella typhimurium in conventional and gnotobiotic mice. Journal of Applied Microbiology, v.86, p.331-336, 1999. SILVA, M.E. Modelos experimentais para o estudo de doença de Chagas, camundongos e ratos isentos de germes e convencionais. Belo Horizonte, Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, 1986 (Dissertação, Mestrado). SILVA, S.H.; VIEIRA, E.C.; DIAS, R.S.; NICOLI, J.R. Antagonism against Vibrio cholerae by diffusible substances produced by bacterial components of the human faecal microbiota. Journal of Medical Microbiology, v.50, p.161-164, 2001. SLEYTER, U.B.; MESSNER, P.; PUM, D.; SARA, M. Crystalline bacterial cell surface layers. Molecular Microbiology, v.10, p.911-916, 1993 in HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of bacterial spore formers as probiotics. FEMS Microbiology Reviews, v.4, p.813-835, 2004. TEMMERMAN, R.; POT, B.; HUYS, G.; SWINGS, J. Identification and antibiotic susceptibility of bacterial isolates from probiotic products. Int. J. Food Microbiol., v. 81, p. 1-10, 2003. VANDENBERGH, P.A. Lactic acid bacteria, their metabolic products and interference with microbial growth. FEMS Microbiological Review, v.12, p.221- 238, 1993. VESA, T.; POCHART, P.; MARTEAU, P. Pharmacokinetics of Lactobacillus plantarum NCIMB 8826, Lactobacillus fermentum KLD and Lactococcus lactis MG 1363 in the human gastrointestinal tract. Alimentary Pharmacology & Therapeutics, v.14, p.823-828, 2000 in HONG, H.A.; DUC, L.; CUTTING, S.M. The use of bacterial spore formers as probiotics. FEMS Microbiology Reviews, v.4, p.813-835, 2004. WHO. Scientific Working Group on Monitoring and Management of Bacterial Resistance to Antimicrobial Agents. Geneva: World Health Organization, 1994. __________________________________________ 1 – Dra. Ariane Katiúscia dos Santos Martins, Bióloga – Microbiologista, Departamento de Microbiologia, ICB, Universidade Federal de Minas Gerais. 2 – Dr. Flaviano dos Santos Martins, Professor Doutor Adjunto II / Biólogo – Microbiologista, Departamento de Microbiologia, ICB, Universidade Federal de Minas Gerais. 3 – Dr. Flávio Henrique Ferreira Barbosa, Professor Doutor Adjunto II / Biólogo – Microbiologista, Colegiado de Farmácia, PPG Ciências da Saúde e Ciências Farmacêuticas, Laboratório de Bromatologia e Microbiologia de Alimentos, Fundação Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, flavio.barbosa@unifap.br 14