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ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2

   CURSO: FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO CRISTÃ II
   DISCIPLINA: DOUTRINAS BÍBLICAS
   TEMA: DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO

   Entendendo a justificação                                                                           AULA 1
   OBJETIVO


          Estudar nesta lição a doutrina da justificação, baseada em textos bíblicos que nos conduzirão a
   um melhor entendimento, evitando possíveis confusões com outras doutrinas existentes, buscando maior
   edificação espiritual para nossas vidas.

   INTRODUÇÃO

            Entendemos que é de fundamental importância estudarmos a doutrina da justificação, pois se trata de
   um assunto que quando nos perguntam, não nos vem à mente entendimento bíblico suficiente para podermos
   explicar a respeito dessa doutrina. Portanto, acreditamos que estas lições venham trazer esclarecimentos e
   edificação para nossas vidas.

   DESENVOLVIMENTO

             1. O Que é justificação

            A palavra “justificar” no grego é dikaioo , que tem o significado de “ser justo ou reto diante de Deus”,
   “tornado justo” , “estabelecer como certo”, isto é , colocar-se num relacionamento correto com Deus. O texto
   bíblico em Lucas 18. 9 a 14, que fala da parábola do Fariseu e do Publicano, serve como base para iniciarmos
   o nosso estudo com relação a este assunto.
            Analisemos, portanto esses versículos:
            · Versículo 9: E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram
   justos, e desprezavam os outros;
            · Versículo 10: Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
            · Versículo 11: O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque
   não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
            · Versículo 12: Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
            · Versículo 13: O publicano, porém,estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao
   céu, mas batia no peito, dizendo: Ò Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
            · Versículo 14: Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer
   que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
            Podemos deduzir através deste ensinamento de Jesus, que não é o próprio homem, através de
   sua justiça (seu caráter e suas obras) que o justifica diante de Deus. A justificação, portanto, não é pelas
   obras que fazemos ou deixamos de fazer. Vejamos alguns outros versículos bíblicos que nos falam sobre a
   justificação. Vamos analisá-los:
            Romanos 3:20 a 28
            · O versículo 20 deste texto diz que ninguém é justificado pelas obras da lei, porque a lei apenas
   mostra o pecado;
            · Os versículos 21 e 22 dizem que agora se manifestou a justiça de Deus pela fé, em Jesus Cristo,
   para todos os que crêem;
            · O versículo 23 afirma que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, isto é, não há
   nenhum justo sequer por si mesmo e muito menos em condição de se justificar diante de Deus;
            · O versículo 24 vem para esclarecer que somos justificados gratuitamente pela graça de Deus,
   Entendendo a justificação                                   1                                             AULA 1
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   através de toda a obra realizada por Cristo Jesus, em benefício de nossas vidas;
           · O versículo 26 acrescenta que a justificação é para aqueles que têm fé em Jesus, isto é, que crêem
   no Seu sacrifício expiatório;
           · O versículo 28 complementa declarando que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.

           Diante desses versículos e de outros que ainda iremos meditar, podemos tirar a seguinte conclusão
   e até mesmo definirmos justificação como sendo: “Um ato único da livre e espontânea graça e soberania de
   Deus, que torna o pecador JUSTO, através da justiça que há em Cristo Jesus o Senhor das nossas vidas”.
   Isso significa dizer que o pecador não é justo, mas é aceito como JUSTO e declarado JUSTO por Deus. De
   réu condenado que era, devido ao pecado, ele se torna JUSTO porque crê na redenção através de Cristo.
   Portanto, podemos dizer que a justificação não consiste em fazer, mas sim em DECLARAR QUE SOMOS
   JUSTOS. Em outras palavras, dá a idéia de que Deus, na qualidade e competência de JUIZ, declara o homem
   JUSTO, simplesmente o oposto de condenado.
           Cristo sofreu o castigo que nós deveríamos sofrer e nós ficamos livres da condenação que nos cabia,
   pois Ele se ofereceu, com perfeição e justiça, em nosso favor. Vejamos mais alguns textos para maiores
   esclarecimentos:
           “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;” (Romanos
   5.1).
           “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos
   também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto
   pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (Gálatas 2.16).
           “E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé”
   (Gálatas 3.11).
           “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificam pela lei, da graça tendes caído” (Gálatas
   5.4).

           Ficou bem claro através destes versículos, que a fé é o meio pelo qual somos justificados e ela, é
   dom de Deus. Somente quando cremos na obra realizada por Cristo, em nosso favor, e isso é manifestação
   da graça de Deus para conosco, é que somos justificados por Deus.
           No livro de doutrinas de L. Berkhof, intitulado “Manual de Doutrina Cristã” , ele faz as seguintes
   observações com relação à justificação:
           a. A justificação remove a culpa do pecado e restaura o pecador a todos os direitos de Filho de Deus,
   incluindo a vida eterna;
           b. A justificação realiza-se fora do pecador, no tribunal de Deus, embora seja apropriada pela fé;
           c. A justificação acontece uma vez por todas, não é repetida, nem é um processo, completa-se
   instantaneamente e para sempre;
           d. A obra da justificação é atribuída ao Pai.

             2. Complementando o entendimento

           Uma vez justificados diante de Deus, mediante a fé em Cristo, estamos crucificados com Ele, o qual
   passa a habitar em nós (Ler Gálatas 2.16 a 21). Através dessa experiência, nos tornamos de fato JUSTOS e
   começamos a viver para Deus. Essa é a obra transformadora de Cristo em nós, mediante o Espírito, o qual
   nos levará a obedecer e fazer a vontade do Senhor, até a estatura de Varão perfeito.

             3. Bênçãos decorrentes da justificação

           a. Perdão dos pecados. Ficamos livres da condenação eterna (Romanos 8.1, 33,34);
           b. Vida eterna. Essa vida será desfrutada futuramente, mas adquirida de imediato quando da justi-
   ficação (Romanos 8.30). A glorificação está garantida;
           c. De criatura para filhos de Deus. “E aos que crêem, deu-lhes o poder de serem chamados Filhos
   Entendendo a justificação                                   2                                          AULA 1
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   de Deus” (João 1:12 e 13);
           d. Paz com Deus. Em Romanos 5.1, a palavra diz: “Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz
   com Deus”.
           e. A paz de Deus. “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações
   e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”(Filipenses 4.7).

   REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL

            É muito bom refletirmos profundamente no que foi exposto nesta lição, para que, em nossas vidas,
   isto é, em nosso viver cristão diário, não ajamos como o fariseu e sim como o publicano. Muitas vezes o
   inimigo e nossa arrogância, querem nos levar a termos atitudes de que tudo que fazemos é muito bom e
   muitas vezes até acharmos que temos capacidade e condições totais para realizar a obra de Deus, quando
   na verdade somos dependentes inteiramente da Sua GRAÇA, do seu ato de JUSTIFICAÇÃO para conosco,
   da Sua misericórdia e de tudo mais. Lembremos que Deus não aceita o PECADO, por isso nos JUSTIFICOU,
   para que nos apresentemos diante dele JUSTIFICADOS.

   MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA

          · Oremos, ao término da aula, dois a dois, agradecendo a Deus pela Sua Graça e Misericórdia para
   conosco e abençoemos o nosso irmão para que cada vez mais entenda que tudo vem do Senhor para as
   nossas vidas. Não há méritos nenhum em nós e nem nossas obras nos justificam diante de Deus.
          · Oremos também pela igreja (demais irmãos) , para que cada vez mais possam sentir o desejo de
   estarem participando da estudo da Palavra, e, conseqüentemente, crescendo na graça e no conhecimento




   Entendendo a justificação                                   3                                      AULA 1
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   Entendendo a fé I                                                                                   AULA 2
   OBJETIVO

           Nas duas aulas seguintes estaremos abordando sobre fé, para que possamos ter melhor entendi-
   mento, também, de justificação. Os conhecimentos que iremos ter sobre esses dois assuntos, farão com que
   tenhamos um comportamento diferente quando estivermos vivendo períodos de lutas, dificuldades e outras
   situações que, às vezes, a vida nos impõe.

   INTRODUÇÃO

              A Bíblia é clara com relação ao que diz sobre a fé e justiça, ao declarar: O JUSTO VIVERÁ PELA
   FÉ.
            Viver pela fé, nos dias de hoje e cada vez mais difícil, está se tornando um grande desafio para a Igreja
   do Senhor Jesus Cristo. Porém, este desafio não significa impossibilidade de ser alcançado. É importante
   que à medida que vamos conhecendo e vivendo mais a Palavra de Deus, esse mandamento vá se tornando
   real em nossas vidas. Vamos tentar? Cremos que estes estudos contribuirão e muito para acertar muitos
   pensamentos e entendimentos que possam estar errados em nossas vidas, bem como relembrar alguns que
   talvez já foram esquecidos por nós.
            Queremos tratar este assunto com muita objetividade e simplicidade para não confundir e sim es-
   clarecer.

   DESENVOLVIMENTO

              1. O que é fé

            Antes de entrarmos na definição exata e bíblica do que seja fé, queremos lembrar que no livro de
   Efésios, capítulo 4, a partir do verso 1 até o verso de número 16, fala-se sobre a UNIDADE DA FÉ, sendo
   que os versículos 12 e 13 dizem :
            Versículo 12: “querendo o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para edificação do
   corpo de Cristo,... “
            Versículo 13: “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a
   varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”.
            Esta é uma das revelações maravilhosas sobre o poder de Cristo em nos dar uma consciência
   pura e que podemos alcançar uma vida plena em Deus. Quando, porém, experimentamos em nossa carne,
   tantos fracassos nesta busca de uma vida plena, ficamos imaginando se realmente podemos ter êxito em tal
   promessa.
            A fé é um dos elementos fundamentais para alcançarmos esta estatura plena. A fé é um dom dado
   por Deus para que possamos atingir todo e qualquer lugar designado por Deus em nossas vidas. A fé é o
   poder de Deus em ação, transformando diariamente o nosso ser espiritual. Por ela temos a certeza de alca-
   nçarmos toda promessa do Senhor. O capítulo onze de Hebreus é uma revelação deste poder maravilhoso
   de Deus na vida daqueles que Ele chama e escolhe por Seu poder.
            O texto em Hebreus onze começa com uma definição de fé. Antes, porém, de estudarmos esta
   definição, é bom lembrarmos que estamos sendo expostos a uma promessa das mais lindas e poderosas
   dada ao homem, que se trata da “estatura de Varão perfeito”.
            Ninguém alcançará tal promessa sem que seja pelo trajeto da fé. O autor de Hebreus, assim define fé:
   “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreus
   11.1).
            A palavra fundamento no grego é hupostasis, que significa “um suporte, algo posto em baixo”, isto
   é, certeza, confiança. A fé é um suporte espiritual. É um poder colocado por Deus no homem que o capacita
   Entendendo a fé I                                          4                                               AULA 2
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   para uma obra espiritual para Deus. É uma capacitação especial dada por Deus, para que o homem resista
   a tudo que vier a passar ou experimentar. Sobre esta capacitação especial, é que Deus permite que seus
   filhos sejam provados na vida. Isto não provém das nossas próprias forças, por isso, é um dom de Deus. A
   fé é o firme fundamento das coisas que se esperam. Ela se manifesta no homem por aquilo que ele espera
   receber de Deus. É a prova (elegchos), isto é, a convicção, a evidência das coisas que se não vêem. Ela nos
   capacita a termos uma convicção de que aquilo que está sendo visto ou esperado no espírito, se concretizará.
   Isto é muito importante. Algo que ainda não é visto, mas já é uma evidencia, de uma consciência totalmente
   pura. Não percam isso de vista.
            Alguns pregadores falando de hebreus onze, se referem ao texto como “a galeria dos heróis da fé”.
   Isto nos leva a compreender que estes homens foram superdotados de poder e que nós temos que ser como
   eles, capazes de ter fé como eles tiveram. Ao vermos o que eles passaram e fizeram, ficamos imaginando
   se um dia seremos ou poderemos chegar a tal grau de fé. Abraão, o grande homem de fé! Moisés imaginem,
   que homem de poder! E assim por diante. Gostaria de introduzir uma nova visão de interpretação deste texto.
   O capítulo onze revela o poder de Deus em introduzir no homem uma capacitação especial, para que ele
   alcance vitória espiritual no tempo em que vive e precisa ter poder para vencer. É como a Bíblia diz: “(...) e
   esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5.4). A fé nos garante a vitória em toda e qualquer
   circunstância da vida. Ela é imputada em nosso espírito, para que os propósitos de Deus sejam verdadeiros
   e realizados em nosso ser. Aleluia ! Em cada tempo ou época, Deus operou pelo poder da fé. Foi isso que
   Ele prometeu a Abraão, o pai da fé: Que abençoaria muitas gerações na terra. Abraão aceitou, pela fé, essa
   promessa. É isso que Ele está fazendo agora em nossas vidas; pondo-nos um fundamento sólido naquilo
   que esperamos Dele: uma vida plena. A prova é a convicção de que alcançaremos tal chamado em Cristo
   Jesus, o nosso amado Senhor.

              2. A fé que se manifestará também em nós

            Hebreus é uma explanação desta promessa divina de que ela se manifestará também em nós, com
   uma capacitação para vencermos as inúmeras armas do mundo contra as nossas vidas. Hebreus onze é
   uma conscientização do Espírito Santo em nossas vidas, de que iremos agradar o Senhor Deus, não impor-
   tando as adversidades que se apresentem diante de nós. Procurem enxergar no texto, que o mesmo é um
   fundamento de fé para nós. Foi revelado para gerar em nós uma convicção de que Deus fará em nós como
   fez no passado com aqueles que Ele usou para os Seus santos desígnios.
            Sem a fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6). Em suma é isso: sem a fé vocês e eu fracas-
   saremos no primeiro obstáculo que esse mundo nos apresentar. Deus é maravilhoso. Vejamos o que o texto
   nos revela como base da nossa fé. Procurem enxergar a ação de Deus nos homens mencionados, e não, o
   que eles foram capazes de realizar. Lembrem-se, estas realizações foram todas possíveis por causa da fé.
   Por isso, o texto diz repetidamente: PELA FÉ. Antes, porém, vejamos mais uma coisa: Estes homens viveram
   em tempos diferentes, em épocas de problemas diferentes e nunca se conheceram pessoalmente. Somente
   ouviram os relatos do que se passou com os seus antepassados, se referindo a “nossos pais”.
            Não podemos citar e nem cobrir todo o texto onze. Somente veremos alguns exemplos para que
   fique notório o que estamos passando aos irmãos. Vejamos Noé, no verso 7: “Pela fé, Noé, divinamente
   avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para a salvação da sua família, preparou a arca, pela
   qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé”. Notem o fundamento dado a Noé:
   ele foi avisado por Deus. Deus revelou a ele o que viria sobre a humanidade, se não se arrependessem dos
   seus pecados. Deus disse a ele, que destruiria toda a carne com um dilúvio e nunca se havia visto chuva até
   aquele instante. Noé sequer sabia o que era chuva, porém, temeu a Deus.
            Você sabe o que é uma vida plena em Cristo? Uma vida sem mácula? Você já imaginou que vida é
   essa? Impossível, não? Você nunca viu também, viu? Você teme ao Senhor? Você crê que ela é possível?
   Noé não argumentou com Deus. Ele foi obediente à visão celestial. Por quê? Por causa da fé. Deus colocou
   aquele fundamento em seu espírito e ele passou a ver a prova daquilo em seu coração, pela convicção de
   que Deus seria capaz de fazer a água brotar do céu e da terra, mesmo não vendo, ou sequer imaginando
   como isso seria. Aleluia! Isso é um privilégio de Noé? Não. É um privilégio dos filhos de Deus, de receberem
   Entendendo a fé I                                          5                                            AULA 2
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   poder para alcançar o que Deus revela aos seus corações.
           A arca condenou mundo. Por quê? Porque ela abrigou Noé e sua família. Primeiro Deus se certificou
   que ele e sua família estivessem seguros e, depois, enviou o dilúvio, condenando assim o mundo à morte
   pelo afogamento. A Igreja é a atual arca de Deus. Ele está avisando que o mundo acabará com fogo. Os
   céus se converterão em trevas e a lua em fogo no grande e terrível dia do Senhor. Oh, queridos, por favor,
   não duvidem das promessas e dos juízos de Deus. Pela nossa fé, o mundo será condenado a esta terrível
   destruição. Quando o Espírito Santo concluir esta obra de aperfeiçoamento dos filhos de Deus, não haverá
   mais tempo para os que estiverem de fora da Igreja. Haverá pranto e muita angústia quando os elementos
   se desfizerem em fogo. Nós estaremos a salvo com Ele, o nosso Senhor amado, nas bodas do Cordeiro.
   Os tempos do fim, culminarão com o aperfeiçoamento dos santos em Cristo Jesus. Por favor, creiam nesta
   verdade. Após esta obra ser concluída na Igreja, haverá uma grande destruição para os que não deram
   ouvidos à verdade.
           Nós somos uma geração abençoada por Deus. Em nós se manifestará a graça maravilhosa do Senhor
   Jesus Cristo, por meio da fé em nossos corações. Noé salvou sua família por causa da fé. Você pode salvar
   toda a sua família por causa da sua fé. Qual é a diferença entre construir uma arca e restaurar as finanças
   em ruínas? Deus é capaz de tudo pela sua fé. Vamos enxergar essa verdade. Noé herdou o fruto da justiça
   de sua obediência e escapou das águas do dilúvio. Aleluia!

              3. A fé tem efeitos variados

            Todas as demais pessoas citadas no texto, tiveram suas experiências e vitórias em cada época que
   passaram. Abraão foi capacitado por Deus para deixar sua parentela e ir para um lugar distante, que nunca
   havia estado. Um lugar totalmente desconhecido para ele. Vocês já passaram por essa experiência em suas
   vidas? Vocês já foram despertados por fé, para saírem de onde estão e irem para outro lugar? De um emprego
   para outro, sem saber o que isso poderia lhes trazer? Já tomaram uma decisão, que aos olhos humanos,
   seria uma loucura, mas que ao seu espírito era uma convicção? Pois bem, assim aconteceu com Abraão.
   Não porque ele fosse superdotado de fé em si mesmo. Esta fé lhe foi imputada para que ele cumprisse os
   desígnios de Deus na terra. Ele habitou em terra estranha porque vislumbrava a cidade celestial (v.10). Pela
   mesma fé, ele recebeu capacitação biológica para gerar um filho, quando já era velho (v.12). Vejam que a fé
   produziu um fundamento em Abraão diferente de Noé.
            Outra manifestação de fé, foi a queda dos muros de Jericó. Quem diaria que aqueles muros tão fortes
   se desmoronariam pela ação da fé do povo de Deus? Que poder maravilhoso! Nós às vezes nos esquecemos
   de algo muito especial. Nós achamos que a fé é uma força mística, que sai de nós e que atinge o alvo dese-
   jado. Não! A fé é uma capacitação divina de seguirmos na íntegra, as instruções divinas; o fundamento para
   que Ele aja segundo o que prometeu; a convicção, ou a prova. A ação é Dele. Não fiquem se imaginando
   com poder para realizar algo. É Deus quem realiza por vocês. Foi Ele quem derrubou as muralhas de Jericó;
   não foram os israelitas. Deus foi quem fez isso sobrenaturalmente. Não fiquem se imaginando trazendo os
   filhos de volta para a igreja. É Deus quem vai fazer isso. Não fiquem se imaginando pagando todas as tuas
   dívidas. É Deus quem vai fazer isso. Como? Pelos seus atos de fé!
            Pela fé, Sansão matou um exército filisteu. Esta é uma outra forma de manifestação de poder da fé.
   Houve uma ação de Deus no corpo físico de Sansão, para poder destruir 1000 filisteus. Vejam como é mara-
   vilhosa a manifestação da fé. É preciso enxergarmos a mensagem deste texto sagrado. A fé operou naqueles
   homens para propósitos divinos. Ela operará em nós para cumprirmos o nosso chamado supremo.
            Agora observem o texto: “(...) todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas,
   vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na
   terra” (Hebreus 11.13). Estes homens morreram sem alcançar a promessa. Isto quer dizer que eles não foram
   para o céu? Não, de forma alguma! Eles não receberam aquilo que estava prometido para os tempos do fim:
   a nossa remissão plena. Eles morreram pensando na pátria celestial. Eles alcançaram suas vitórias, mas não
   a promessa de uma vida plena, cheia do Espírito Santo. Tiveram uma experiência com o Espírito de Deus,
   mas não alcançaram a plenitude deste. Por quê? É o que o capítulo onze revela: “E todos estes, tendo tido
   testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para
   Entendendo a fé I                                          6                                          AULA 2
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   que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados” (Hebreus 11.39 e 40). Eles sim serão aperfeiçoados no céu.
   A nós, porém, o poder da fé nos levará ao cumprimento das Escrituras Sagradas em tudo o que ela diz.
           A fé nos capacitará a cumprir tudo o que está escrito de Cristo e Sua manifestação na Igreja. Pelo
   poder da fé nos levará ao cumprimento das Escrituras Sagradas em tudo o que Ele diz. Pelo poder da fé,
   nós venceremos o maligno. Venceremos o mundo em tudo quanto a palavra de Deus diz.

   REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL

           Os princípios de Deus não se alteraram no decorrer do tempo, portanto a mesma fé gerada pelo
   Senhor no coração de Abraão, de Noé, de Josué, de Raabe e outros heróis da fé, citados no texto de He-
   breus 11, são e continuarão sendo gerada em nossos corações, se formos obedientes como os personagens
   citados acima. É importante lembrarmos neste momento, que Deus não faz acepção de pessoas para nada,
   portanto se nos mantivermos obedientes e confiantes para com as promessas Dele, sem dúvida nenhuma
   estaremos alcançando a vitória, da mesma forma que eles alcançaram.

   MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA

           · Ore pela vida do seu irmão de classe, pedindo ao Senhor que venha fortalecê-lo na fé e nos seus
   propósitos de servir a Cristo.




   Entendendo a fé I                                          7                                        AULA 2
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   Entendendo a fé II                                                                               AULA 3
   OBJETIVO

              Aprofundar nosso conhecimento sobre fé.

   INTRODUÇÃO

           Na aula anterior procuramos nos concentrar mais na definição de fé, sendo que nesta aula estaremos
   trabalhando outros aspectos importantes a serem destacados no que diz respeito à fé.

   DESENVOLVIMENTO

              1. Complementando a definição de fé

            Existem dois tipos de fé que gostaríamos de destacar e explicar: a fé natural e a fé sobrenatural.
            A fé natural é aquela baseada nos cinco sentidos e que todo mundo possui. É a fé de Tomé, conforme
   está relatado em João 20.24 a 29.
            A fé sobrenatural é a fé vai sempre além de si mesma e se apega à mão de Deus. Ela confia para
   dentro dEle e nEle. Como exemplo podemos citar a fé de Abraão, conforme relata o texto de Romanos 4.16
   a 21. Ela tem conteúdo e este conteúdo é algo específico que ouvimos de Deus.
            É presunção crer em algo e agir segundo isso sem que Deus tenha falado. Não é a fé que muda as
   coisas, é Deus. A fé tem ações. Obedecer ao que foi ouvido de Deus. A fé lida com certezas absolutas de
   questões específicas. A fé viva inclui: Ouvir + Receber + Confessar + Agir.
            Baseado, portanto, na definição de Hebreus 11.1, podemos acrescentar que a fé é a convicção e a
   esperança de que a promessa que nos é dada pelo Senhor irá acontecer. Pela fé, a promessa de Deus está
   nos aguardando, ainda que não a vejamos. Portanto, o fundamento da fé sobrenatural não é baseado nos
   cinco sentidos, mas sim nas promessas e na palavra de Deus para nós. A fé não é cega porque olhamos
   para a Palavra de Deus.

              2. O justo vive pela fé

           Podemos dizer que tudo o que acontece na vida do crente é em razão da fé. Se começarmos a olhar
   a Palavra de Deus e vermos os versículos bíblicos que contém a palavra FÉ, vamos constatar o quanto ela
   é fundamental na vida do crente.
           Em alguns versículos da Palavra, o Senhor ordena que o Justo viva pela fé, vejamos:
           · Habacuque 2.4: O justo viverá pela fé
           · Romanos 1.17: O justo viverá pela fé
           · Gálatas 3.11: O justo viverá pela fé
           · Hebreus 10.38 e 39: O justo viverá pela fé
           Fica bem claro através destes versículos, que o Senhor nos manda viver pela fé e qualquer coisa
   que não façamos pela fé, a Palavra de Deus diz em Romanos 14.23 , que o resultado ou a conseqüência é
   pecado.
           Se Deus determina como mandamento que vivamos pela fé, a Palavra diz também, em Hebreus
   12.2 que devemos olhar para Jesus, o Autor e Consumador da fé. A palavra OLHANDO, como está no texto,
   é a palavra “aphorao” no grego , formada por: “apo” que tem o significado longe de e “horao” , que tem o
   significado de ver. Portanto desviando de outras coisas que possam tirar a nossa fé, ou então, fixar o olhar na
   coisa certa, ou então, não dividir o olhar, mas estar atento, neste caso, somente a Cristo Jesus, suas obras,
   seu nome, suas promessas, sua vinda nos ares, seus propósitos, suas conquistas para nosso benefício,
   etc...
           Tudo que fizermos, portanto, requer fé, não a fé natural, mas sim a fé sobrenatural, e em Romanos
   Entendendo a fé II                                         8                                           AULA 3
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   12.3 diz que todos os que nasceram de novo recebem uma medida de fé, portanto o ímpio não tem essa
   fé bíblica e isto está escrito em 2 Tessalonicenses 3.2, quando Paulo diz que a fé não é de todos. Ora se a
   palavra de Deus está dizendo que recebemos uma medida de fé, significa que ela pode ser aumentada, daí
   entendemos o que Paulo escreve aos Romanos 10.17: “(...) a fé vem pelo ouvir e o ouvir a Palavra de Deus”.
   Portanto, quando o Senhor nos manda viver pela fé, Ele está dizendo em outras palavras, que estejamos em
   comunhão com Ele através da Sua Palavra, pois uma vez em comunhão com o Senhor, estaremos também
   em perfeita comunhão com os nossos irmãos em Cristo e isto gerará cada vez mais fé em nossos corações,
   para todas as coisas que viermos a fazer ou decidir em nossas vidas.
            Concluindo, podemos dizer que Deus é Deus de fé e Ele usa a fé para fazer tudo, exatamente como
   está escrito em Hebreus 11.3, além de liberar essa fé para seus filhos, quando confessam o nome de Jesus
   como Senhor e Salvador da vida deles.

              3. A fé requer ações

            Como dissemos no item anterior, o homem natural , isto é, que ainda não aceitou a Cristo como
   Senhor da sua vida, tem somente a fé natural e não possui a fé sobrenatural , porque esta é dada no mo-
   mento da salvação. Assim sendo, é importante entendermos que a fé tem que gerar ações para que as
   coisas aconteçam. É o que nos relata o texto de Lucas 5.17 a 25, em que os quatro homens que carregavam
   um paralítico, numa ação de fé, sobem ao telhado com a cama e colocam o enfermo diante de Jesus, que
   vendo-lhes a fé, diz : “(...) homem , os teus pecados lhe são perdoados”. Outros textos podemos usar como
   referências, tais como: A cura dos dez leprosos (Lucas 17. 11 a 19). A cura de Naamã (2 Reis 5.1 a 14) e
   outros .

              4. A fé sem obras é morta

           Quando falamos deste assunto, não podemos deixar de lembrar que existem muitos, neste mundo,
   que estão fazendo muitas obras, porém não têm a fé bíblica, e isso acontece porque têm o entendimento de
   que a salvação é pelas obras e não pela fé.
           Existe, também, o outro lado, pessoas que dizem possuir muita fé, mas não apresentam obras. O
   texto de Tiago 2.14 a 26 , fala exatamente sobre isso para nosso esclarecimento.

              4.1 Fé e obras se completam

            Tiago declara no versículo 17 do texto citado acima, que a fé sem obras é morta, portanto podemos
   concluir que elas andam juntas e são inseparáveis. Não basta apenas crer em Jesus, é necessário demonstrar
   isso no dia-a-dia com obras e atitudes que realmente venham testificar do poder da fé em nós. Tiago também
   fala no texto em referência, versículo 22, que a fé operava juntamente com a obra, quando Abraão ofereceu
   seu filho Isaque, na certeza da intervenção divina a seu favor e no tempo certo. A fé tem que demonstrar os
   frutos. Muitas pessoas têm falhado nesse sentido, entendendo que apenas fé é suficiente, ou então apenas
   as obras. Por isso tratamos deste assunto, para despertar em cada um de nós, o interesse em estarmos
   refletindo em nossa vida espiritual no que se refere a este assunto. Você tem, pela fé, praticado obras? Leia
   Mateus 5.16; 1 Pedro 2.12 e Gálatas 5.6.

              4.2 Fé e obras: fruto de uma verdadeira vida cristã

            Podemos afirmar que existindo fé e obras na vida do crente, ele estará tendo uma verdadeira vida
   cristã. Ser religioso não produz fé e obras, concomitantemente. Jesus fala na parábola do Bom Samaritano,
   que o homem religioso que passou por aquele caminho, deveria ter demonstrado amor ao homem que estava
   quase morto na estrada, devido ao assalto. No entanto, a palavra diz que ele passou de largo, demonstrando
   distância entre a fé e a obra. Tiago escreve no capítulo 2 versos 15 e 16, o seguinte: “E, se o irmão ou a irmã
   estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos
   Entendendo a fé II                                         9                                             AULA 3
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   e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?”. Torna-se cada vez
   mais claro que a verdadeira vida cristã, não deve e não pode ser vivida somente com fé, mas com ações e
   obras que evidenciam e testificam o verdadeiro testemunho do cristão. A fé, portanto, coopera com as obras
   e isto se torna um aperfeiçoamento na vida do crente.

              5. Outras considerações importantes

            A palavra fé no grego é pistis e tem o significado de convicção, confiança, isto é, em tudo o que Deus
   fala em sua Palavra. É como diz em Mateus 11.24: “Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede
   que o recebereis e tê-lo-eis”. É, portanto, crer naquilo que ainda não aconteceu em termos de manifestação
   física, mas que, no momento certo, o Senhor tornará em realidade. Como diz em Romanos 4.17: “(...) porque
   Deus traz à existência as coisas que não existem”.
            Com relação a crer, no grego é a palavra pisteuo; verbo que gera ação, portanto é a fé viva em ação,
   digamos assim. É bem o caso já citado anteriormente, na passagem que está em Lucas 5.17 a 25, em que os
   quatro homens creram e subiram ao telhado colocando o enfermo à frente de Jesus. Se eles não procedes-
   sem dessa forma, nada aconteceria, portanto a fé tem que ser seguida de ações para que algo possa ser
   produzido. Ler também Marcos 11.23.
            Com relação à esperança, para que tenhamos um melhor entendimento destas palavras aqui cita-
   das, podemos dizer que a esperança se relaciona com o futuro. Em Romanos 8.24, a Palavra de Deus diz:
   “Porque, em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém
   vê, como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos”. Podemos falar
   da esperança que o mundo nos mostra, nos promete através dos homens e de outras ocorrências, mas o
   que estamos falando neste caso é da esperança que é gerada em nossos corações e em nosso interior,
   através da Palavra de Deus. Somente através da palavra de Deus é que obteremos a esperança certa para
   as nossas vidas.
            Quando falamos, por exemplo, da volta de Jesus Cristo, como está citado no texto de 1 Tessaloni-
   censes 4.13 a 18, estamos falando de esperança pela volta Dele e não de fé.

              6. E por fim, queremos falar da dúvida

          Se a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus, podemos dizer que a dúvida vem pelo ouvir a palavra de
   Satanás. É ele quem tenta colocar dúvidas em nossa mente, para que possamos nos desviar das promessas
   de Deus e passarmos a olhar não a Palavra, mas sim as circunstâncias e com isso gerar em nós dúvidas
   e até mesmo um espírito de incredulidade. O texto em Mateus 14.22 a 31, mostra claramente o ocorrido,
   quando Pedro sentiu medo (dúvida). Outros textos que são importantes para a nossa leitura e nosso entendi-
   mento estão registrados em: Mateus 17.14 a 20; Marcos 4. 35 a 40; Tiago 1. 5 a 8; Marcos 11.23 e Romanos
   4.20.

   REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL

           Meu amado irmão ou irmã em Cristo Jesus, qual é a realidade de sua vida cristã com relação a esse
   assunto de Fé e Obras? Isto tem acontecido no seu viver cristão diário? Se sim, glórias à Deus. Se não,
   ainda é tempo de começar. Vamos lá!

   MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA

              · Ore cada vez mais, para que a igreja, na pessoa de cada membro, seja uma igreja ativa em fé e
   obras.
              · Incentivemo-nos uns aos outros na prática de boas obras. A igreja tem muitas coisas a serem feitas


   Entendendo a fé II                                         10                                            AULA 3
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   Fé para a justiça                                                                                 AULA 4
   OBJETIVO

           Conhecer através destes estudos e com mais profundidade, as doutrinas concernentes à fé e justi-
   ficação, visando um posicionamento correto e convicto de cada um de nós, em nossa vida cristã diária.

   INTRODUÇÃO

            Você já ouviu alguém perguntar: Quem deve ter fé para ser curado? Quem ora ou quem recebe a
   oração? Creio que existe muita distorção sobre o real significado de fé e para que Deus nos dá fé. Alguns
   crêem que fé é uma força sobrenatural para alcançarmos alguma coisa de Deus. Outros acham que fé vem
   para podermos ser curados. Embora estas coisas requeiram fé, precisamos entender melhor a real atividade
   da fé e o seu alvo supremo.

   DESENVOLVIMENTO

              1. A fé nos é dada por Deus

            A fé nos foi dada por Deus, para que possamos alcançar Sua justiça através das Suas gloriosas
   promessas. A fé é fundamental em nosso crescimento espiritual. Ela nos conduz à estatura de um Varão
   perfeito (2 Pedro 1.5). Pedro revela que devemos adicionar à fé outras virtudes, pois sem fé é impossível
   agradar a Deus (Hebreus 11.6). Como podemos ver, a fé nos é dada para sermos íntimos de Deus e fazermos
   Sua vontade plena.
            Jesus disse que para obtermos alguma coisa de Deus é preciso estarmos em Sua Palavra e Sua
   Palavra em nós (João 15.7). A fé é a forma como perseverarmos em Cristo Jesus. A sua Palavra permanece
   em nós e assim conseguimos tudo do Pai. Logo, eu não preciso de fé para curar. O que eu preciso é manter
   um relacionamento íntimo com Jesus e crer em Sua Palavra de cura. Quando guardo a palavra de Jesus, peço
   ao Pai e Ele me ouve; portanto, a minha fé fundamenta-se nas verdades bíblicas. Se creio na Bíblia, devo
   fazê-lo em todo o seu conteúdo. Guardar a Palavra de Deus não é só crer no que ela diz sobre cura, mas é
   crer no que ela ensina e viver os seus ensinamentos. Então, nós agradamos a Deus e quando lhe pedimos
   alguma coisa, Ele prontamente nos responde. Jesus disse que Ele se santificava para o bem de todos os
   homens (João 17.19). Jesus bem sabia que guardar a Palavra do Pai era essencial em sua tarefa de realizar
   a obra da salvação. Por isso, Ele se santificava na vontade de Deus. Essa santificação era proveniente da
   fé que Ele depositava no poder do Pai celestial.
            Paulo nos revela que a fé é um dom de Deus para que os homens possam realizar Sua vontade.
   “É o caso de Abraão que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para a justiça” (Gálatas 3.6). Deus havia
   prometido para Abraão que ele haveria de ser o pai de muitas nações e lhe prometeu um filho e aos quase
   cem anos de idade, ele recebe a concretização da promessa. Porém, antes disso, veja com atenção o que o
   texto diz: Abraão creu em Deus e isso (ou seja, a fé que ele teve em Deus não era dele mesmo), foi imputado
   nele para que cresse na promessa. Quando o homem chega a ponto de crer incondicionalmente na palavra
   de Deus, então o milagre ocorre. Este ponto de crença que move a pessoa ao lugar de plena obediência ao
   Senhor, o leva ao lugar de justiça. A justiça é a manifestação da obediência. O ponto de justiça de Abraão foi
   ter se achegado a Sara esperando na promessa de um filho. A justiça o levou à prática sexual, mesmo que
   essa fosse contrária à sua avançada idade. Ele não precisou ter fé para ter um filho quando já era velho. Ele
   recebeu fé de Deus para crer que ele seria pai mesmo em idade avançada. Não é a mesma coisa. Crer que
   você pode ter um filho, simplesmente, não gera poder de Deus em você. Porém, quando você deposita fé
   na promessa de Deus, que Ele pode todas as coisas, então você pede um filho, baseando seu pedido na fé
   de que Ele pode todas as coisas.
            2. A justificação é pela fé
   Fé para a justiça                                          11                                           AULA 4
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             Quando vemos o poder da fé, compreendemos a revelação de Paulo aos Gálatas: Deus quis justificar
   o ser humano pela fé e isto quer dizer que o Espírito Santo convence o pecador quando este ouve o evan-
   gelho da graça de Deus. Por que? Porque a fé foi concedida para que fôssemos justificados na verdade de
   Deus. O evangelho é o poder de Deus, porque revela as promessas de Deus a nós. Se obedecermos ao que
   Ele diz, receberemos justificação de nossas vidas. Deus previu isto. O que temos que entender é que não
   fomos nós que previmos isto, mas sim Deus. A fé, portanto, é o poder de Deus gerado no homem para que
   creia conforme Sua vontade. Ele quis justificar o homem mediante a fé. Como é isto? Deus em Sua infinita
   sabedoria e misericórdia formulou um plano para convencer o homem do pecado e justificá-lo pela fé. Às
   vezes, compreender isso não é tão simples e requer um pouco de atenção para se entender esta passagem
   bíblica: “Ora, tendo a escritura previsto que Deus justificaria (transformaria as ações dos homens) pela fé,
   os gentios, pré-anunciou o evangelho a Abraão: Em ti serão abençoados todos os povos” (Gálatas 3:8).
   Que poder glorioso; Deus sabia e Ele previu a nossa transformação, então ela teria que ocorrer, porque Ele
   anunciou. A Palavra diz que Ele pré-anunciou o evangelho. Quando Deus disse que justificaria os homens e
   os salvaria dos seus pecados, este poder que leva o homem a ser o que Deus disse que ele seria, chama-se
   fé. Fé é um poder exercido em nós pelo poder de Deus, nos conformando com a mensagem do evangelho.
   Logo, o evangelho é o poder da fé em operação em nós.
             O evangelho foi pré-anunciado por Deus para que exercesse a Sua própria vontade, segundo a Sua
   revelação, pelo poder da fé. Paulo afirma então, que a lei não pode salvar o homem; e os que estão debaixo
   da lei, estão debaixo de maldição.A lei nada mais é do que mandamentos divinos que revelam o pecado do
   homem. A lei não foi misturada com a fé (Hebreus 4.2), logo, a lei não pode mudar o coração do homem,
   porque Cristo não havia sido enviado ao mundo como Salvador dos homens. Ele é a nossa fé. É Ele quem
   exerce força e poder em nós, de conformidade com o que Deus pré-anuncia em Sua Palavra para o homem.
   Quando nós não temos comunhão com Ele, não temos fé para crer no evangelho. Se não cremos no evan-
   gelho pela fé, então estamos debaixo da lei. É aí que muitos erram, pois não usam a Palavra para serem
   mudados por ela e sim, para julgar os outros. Quando usamos a Palavra de Deus para apontar os defeitos
   dos outros e não para extrair dela o evangelho transformador de Cristo, estamos debaixo de maldição. Por
   que? Vejamos o texto bíblico: “(...) Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas
   no livro da Lei, para praticá-las”.Quando usamos a lei para condenar os outros, estamos automaticamente
   compromissados a ter que viver todos os seus mandamentos e é evidente que ninguém é capaz de viver
   todo o mandamento de Deus, sem a ajuda do Espírito Santo. Por isso, o julgamento é sempre uma marca
   na vida daqueles que ainda não foram transformados pelo poder do Espírito Santo e sim, convencidos pela
   lei a respeito de Deus. O Julgamento é uma força contrária à fé, que opera no homem. O julgamento usa o
   livro para condenar as ações dos outros e a fé usa o livro para moldar o caráter de Cristo em si mesmo. Por
   isso Paulo afirma que os que julgam são indesculpáveis (Romanos 2.1 e 2) e não são poucos os que, por
   causa do julgamento, estão fracos e doentes e outros que já morreram (1 Coríntios 11.30 e 31). A fé parte da
   Bíblia, porque ela é o pré-anuncio de Deus, de todas as coisas que Ele deseja fazer em Sua Igreja. Cristo
   veio para exercer em nós, o poder de seguirmos os ensinamentos ali contidos através do Seu poder, que a
   Bíblia chama de fé. A fé, portanto, nos foi concedida para a nossa justificação e não para podermos comprar
   um carro ou para recebermos uma cura, etc... Precisamos muito entender esta verdade, pois normalmente,
   devido o homem não compreender isto, ele busca a Deus somente para receber coisas isoladas e não para
   desenvolver comunhão com Ele.

              3. Viver pela fé

            A Bíblia nos ensina que “o justo viverá pela fé”. Esta revelação bíblica é interpretada erroneamente
   por muitos crentes na igreja. Às vezes, as pessoas estão sofrendo por falta de entendimento da vontade de
   Deus e afirmam que estão vivendo pela fé. Isto, porque o sofrimento e a falta de recursos passaram a ser
   sinal de uma vida de fé. Abraão foi um homem de fé e era rico. Nunca lhe faltou nada. Jó era um homem de
   fé e tinha abundância de bens. Não ter dinheiro não é necessariamente ter uma vida de fé. O texto precisa
   ser visto em seu contexto.Deus já nos deu o que precisamos para o nosso crescimento espiritual e a nossa
   Fé para a justiça                                          12                                          AULA 4
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2

   consolidação em Sua justiça (2 Pedro 1.3). Logo, a vida do justo, baseia-se no evangelho de Deus, por isso
   ele viverá pela fé. Não podemos confundir fé com pedir algo a Deus. A fé nos foi concedida para que crês-
   semos no Senhor Deus e o pedir, para que alcançássemos Dele, tudo o que Ele promete nos dar. Eu só
   posso receber de Deus, por crer que Ele é Deus e não por crer que Ele pode me dar o que eu peço.
             A lei não procede de fé, mas aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. Você vê? Não
   foi a fé que gerou a lei. É a fé que obedece a lei. A fé exerce o seu poder obedecendo ao que está escrito
   na Palavra de Deus. O homem não tem capacidade de ver Deus por seus sentidos naturais. Isto precisa ser
   feito pelos seus sentidos espirituais, por isso, Deus nos deu a Palavra escrita, para que pudéssemos ver
   seus ensinamentos e mandamentos e, pelo Espírito Santo em nós, recebemos poder para viver estes man-
   damentos em nossas vidas. Cristo nos resgatou da maldição da lei. Não obedecer todos os preceitos da lei,
   gera a morte. A maldição da lei é que o homem não tinha o poder de viver todas as suas cláusulas. A força
   que exercia poder no homem, era a força do pecado, que se baseava na lei para levá-lo a ofender a Deus.
   Cristo não quebrou nenhuma das leis de Deus. Ele não merecia e nem podia morrer por quebra da lei. Por
   isso, tornou-se maldição em nosso lugar; isso quer dizer que Ele permitiu que a morte tivesse acesso a Ele,
   por causa de seu grande amor por nós. Nada, absolutamente nada, poderia tirar a vida de Jesus. A doença
   não podia penetrar em seu corpo; ninguém poderia matá-lo, pois o seu sangue não poderia ser derramado
   em nenhuma circunstância. Nenhum acidente poderia acontecer com Ele. A pergunta é: por que? A resposta
   é simples. A morte é o derramamento de sangue a ponto de perdermos a força da vida. Toda e qualquer
   enfermidade ou doença afeta o sangue e todo acidente derrama sangue. Logo, o sangue retirado do corpo
   ou danificado no corpo, gera a morte. Ninguém poderia tocar o sangue de Jesus porque não era contaminado
   pelo pecado. Jesus morreu porque Ele se entregou à morte por nós. Ele se fez maldição em nosso lugar.
   A grande pergunta é: Por que Jesus fez isso? Resposta: “(...) para que a benção de Abraão chegasse aos
   gentios (nós), em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido” (Gálatas 3.14).
   Aleluia! Para que recebêssemos o Espírito prometido, o Espírito justificador. A benção de Abraão, portanto,
   é Cristo em nós, a esperança de glória. Em Cristo recebemos fé para crer em Deus e obedecer aos Seus
   mandamentos. A fé nos foi concedida para nossa justificação nEle. A fé transforma o nosso viver diário, a
   fim de agradarmos àquele que nos chamou das trevas para a luz. A fé é o poder que justifica o homem em
   Cristo Jesus.

   REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL

            Como vimos nos tópicos de desenvolvimento desta lição, é muito importante o entendimento cor-
   reto com relação a fé, pois como já foi citado muitos entendem e procuram praticar a fé no sentido de como
   viver, ou como enfrentar a vida e até mesmo outros entendimentos, quando na verdade a fé nos é dada pelo
   Senhor para que nos tornemos justos e sejamos transformados em nosso viver, segundo a vontade de Deus
   e em obediência à Sua Palavra. Sem a verdadeira fé não nos é possível acontecer nada disso em nossas
   vidas.

   MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA

              Oremos uns pelos outros para que o Espírito Santo venha tornar esse entendimento cada vez mais




                                                              13
    Fé para a justiça                                                                                    AULA 4
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   Deus imputa fé no homem para a justiça                                                         AULA 5
   OBJETIVO

          Através de outro texto bíblico, darmos continuação aos estudos sobre fé e justificação, visando
   obtermos maior conhecimento sobre o tema.

   INTRODUÇÃO

           Um dos assuntos de difícil entendimento entre os evangélicos é a questão do crente perder ou não
   sua salvação. Além dessa questão, existe ainda outra dificuldade, o homem tem que fazer algo em prol de
   sua salvação ou ela procede inteiramente de Deus? As respostas a estas duas questões irão nos ajudar em
   nosso crescimento espiritual.

   DESENVOLVIMENTO

             1. Entendendo melhor fé na salvação

            O homem perde sua salvação? Esta é uma pergunta importante. Partindo do âmbito humano e sua
   experiência de ver muitos que abandonaram o convívio da igreja, a resposta seria sim. No entanto, do ponto
   de vista da revelação bíblica, não.
            Se o homem não tem força por si mesmo de vir para Deus, então como ele teria forças em si mesmo
   para rejeitá-la? Outro ponto importante é como Deus age no homem. Por que Deus levaria o homem a crer
   em Jesus e depois abandoná-lo para que ele voltasse atrás nesta decisão? A salvação do homem requer um
   Salvador e este é Jesus Cristo, o Senhor da glória (João 6.37). Jesus não lança fora nenhum daqueles que o
   pai lhe confiou para a salvação. Pelo contrário, ele os guarda e os livra de todo o mal. Esta é uma promessa
   que precisa ser crida e retida em nossa confissão de fé.
            A outra questão é a participação do homem no processo da salvação. A palavra de Deus afirma
   explicitamente que a salvação é pela graça e não por obras. Isto exclui a possibilidade do homem fazer
   qualquer coisa que o ponha em lugar de merecer a salvação de Deus. Se a salvação é uma ação divina em
   direção ao homem, então o homem não tem nenhum mérito próprio nisto. O que confunde muito as pessoas
   é como Deus processa a salvação no homem. Ele faz isso trazendo a ele um entendimento sobre a Sua
   vontade, afim de que o homem responda favoravelmente a Ele. Isto se chama justiça de Deus. Deus não
   faz um benefício quebrando a Sua própria Palavra. Ele não poupou a vida do seu próprio Filho por causa
   da Palavra. Visando cumprir Sua Palavra, Deus enviou o Espírito Santo para que o homem tenha desejo, e
   valorize pela fé, as ordenanças de Deus para a justificação de sua alma. Isso parece confundir as pessoas
   no que diz respeito à busca de um ser mais que a de outros e que a salvação depende de nossa própria
   força e ação. Isto não é verdade. A nossa salvação acontece em nossa confissão de fé em Cristo Jesus.
   Nossa santificação e crescimento acontecem para a realização da obra de Deus e a apropriação do Seu
   reino depende de nossa busca e obediência à Palavra de Deus.
            Quanto mais estudamos e meditamos no Livro Sagrado, mais nós recebemos poder para continuar
   no crescimento, porque a fé vem pelo ouvir e o ouvir a Palavra de Deus. Daí a confusão. Nós confundimos
   salvação com santificação. A primeira nos garante morar com Deus porque o que recebemos nesta confissão
   é a vida eterna em nosso espírito e é esta vida que nos habilita a entrar no céu.
            Veja o caso do ladrão na cruz. Ele não teve tempo de fazer algo para dar provas ou de perder sua
   salvação. Jesus lhe assegurou que o ladrão estaria com Ele no paraíso. Da mesma forma, Jesus nos as-
   segura que estaremos com Ele no céu, no momento em que o confessamos como Senhor de nossas vidas.
   Jesus não veio para sair de nós, mas sim para fazer morada em nós.
            A santificação é outro processo, pois ela depende de nossa busca e nossa decisão diária de andar-
   mos pelo Espírito. Nós sabemos, pela própria Palavra de Deus, que existe uma oposição entre o Espírito e
   Deus imputa fé no homem para a justiça                     14                                        AULA 5
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   a nossa carne. A carne incita o homem a afastar-se de Deus e o Espírito a aproximar-se Dele. Qualquer um
   de nós está sujeito a seguir os impulsos da carne e rejeitar a comunhão com o Espírito Santo de Deus. Isto
   não anula o ato de Jesus por nós na cruz. A Palavra de Deus diz que quando éramos ainda pecadores, ele
   morreu por nós (Romanos 5.8 e 9). Esta confiança deve prevalecer em todo o crente porque salvação já é
   um ato em favor de outro. Isto significa que Deus é quem se moveu na direção do homem para salvá-lo do
   pecado. Tanto o recebimento do Espírito Santo como o crescimento espiritual provém da pregação da fé. É
   imperativo que o crente se apóie nesta certeza de que aquele que começou a boa obra em nós é poderoso
   para completá-la. Quando o homem recebe o Espírito Santo, ele não muda imediatamente porque a natureza
   carnal ainda está viva e enquanto essa natureza carnal opera no homem ele peca contra Deus.
            Não existe diferença entre pecados para Deus, porém os homens ainda assim querem afirmar que
   se perde a salvação por causa de alguns pecados que julgam serem imperdoáveis. Quando Jesus vem para
   o homem, Ele vem para destruir as obras do diabo (1 João 3. 8). O próprio propósito da vinda de Cristo é
   destruir as obras do diabo. Por isso não podemos aceitar a idéia de que o homem perca sua salvação.
            O homem recebe sua salvação através do ministério do Espírito Santo, convencendo-o do pecado,
   do juízo e da justiça (João 16.7 a 11). É o Espírito Santo que age no homem e o leva a crer e confessar
   Jesus como Salvador de sua vida. Segundo as Escrituras Sagradas, o homem estava debaixo da escravidão
   do pecado e não tinha nenhuma possibilidade, por si mesmo, de responder à salvação proporcionada por
   Deus.
            O Espírito Santo foi concedido por Deus para que o homem fosse salvo através de Sua graça.
            Se partirmos da premissa de que o homem, por si mesmo, jamais buscaria a Deus, por que então
   Deus deixaria o homem só? Por que permitiria que o homem voltasse ao que era antes? Nesse caso não faz
   sentido ser salvo. Se o ato inicial fosse de Deus e ao homem coubesse progredir sozinho a sua caminhada
   rumo a sua salvação, do que valeria a ação inicial de Deus, visto que o homem tem uma forte tendência de
   se distanciar do Senhor?

             2 – O exemplo de Abraão

            O texto que agora passaremos a estudar nos trará um pouco mais de luz a este respeito. Antes,
   porém, vamos estudar o conceito da palavra “pai” no texto sagrado. Isto vai nos ajudar a entender melhor o
   que Paulo está nos transmitindo através da sua mensagem. A palavra pai expressa um parentesco e também
   o primeiro de uma série. Deus é o nosso pai. Ele era e existia antes de tudo o que foi criado. Ele é o pai de
   todas as coisas. Paulo, por exemplo, é o nosso pai no evangelho (1 Coríntios 4.15). Paulo foi o primeiro a
   pregar salvação aos gentios. Portanto, pai, tem um significado de ser o primeiro a receber uma determinada
   ação ou aquele de quem se recebe o sustento, cuidado e provisão.
            O capítulo 4 de Romanos começa com uma pergunta: “(...) que, pois, diremos ter alcançado Abraão,
   nosso pai segundo a carne?” (Romanos 4.1). A pergunta feita tem a ver com a fé que o nosso pai Abraão
   recebeu de Deus para crer em Sua promessa. Assim como ele, nós também temos a promessa de receber-
   mos fé para o que Deus tem nos prometido, a estatura de um Varão perfeito e que venceríamos o mundo e
   toda a sua concupiscência. A grande revelação de Paulo aqui, é que o homem não é salvo pelas suas obras.
   Não foi Abraão quem buscou Deus para oferecer-se como pai das nações. Foi Deus quem buscou Abraão
   para que este O servisse num plano maravilhoso de salvação das nações e gerações que viriam. Não é o
   homem que busca Deus para se oferecer como instrumento de Seu uso. É Deus quem usa o homem como
   instrumento de Sua vontade. Além disso, Deus é quem determina o curso da história e usa o homem como
   instrumento do Seu grande amor por Sua criação.
            A salvação é fruto da justificação de Deus no homem. A justificação é o processo de mudança no
   caráter do homem. Isto não é produto do seu próprio esforço. Se isso fosse possível, então a salvação seria
   por obras. Obra significa o esforço humano de se conseguir algo por si mesmo. Abraão não foi justificado
   por que teve capacidade própria de crer na promessa de Deus. “Porque, se Abraão foi justificado por obras,
   tem de que se gloriar, porém não diante de Deus. Pois que diz a escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe
   foi imputado para a justiça” (Romanos 4. 2 e 3). É bom lembrar que a promessa feita a Abraão foi a de um
   filho que lhe estenderia a geração. Abraão já era de idade avançada e também sua esposa Sara. Ambos já
   Deus imputa fé no homem para a justiça                     15                                          AULA 5
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   haviam passado a idade de ter filhos, porém a Bíblia diz que Deus imputou fé no coração de Abraão para
   que lhe fosse gerado um filho. Não foi sua capacidade de crer que o levou a ter o filho, mas sim a fé que lhe
   foi imputada no coração para que fosse cumprida a justiça de Deus nele. Deus só age em alguém mediante
   a fé. Por isso, Deus primeiro pôs fé no coração dele, para não quebrar seus próprios princípios. Aleluia!
            A grande revelação do texto não é falar sobre o que Deus fez com Abraão e sim o que Deus faz e
   fará conosco. “E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça
   (força para mudança e conformidade com Ele), independentemente de obras: Bem aventurados aqueles
   cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o Senhor
   jamais imputará pecado” (Romanos 4.6 a 8).
            São exatamente os nossos pecados que nos separam do nosso Deus. A fé que Deus promete a nós
   é a que nos livrará dos pecados. Isso não será feito por nós mesmos e sim pela vontade de Deus. À primeira
   vista, essa intervenção divina no homem, não parece ser tão importante assim; mas pare e reflita nisso: se
   eu e você tivéssemos que obedecer toda lei em nossa própria força, como poderíamos alcançar salvação?
   Por isso a graça de Deus é maravilhosa. Ela nos traz a um ponto de convergência, a fim de que a fé seja
   imputada em nosso espírito. Esta fé é gerada em nós pelas promessas de Deus em sua santa Palavra.

             3. A fé que vence o mundo

             A fé é a força gerada em nosso espírito para crermos nos desígnios de Deus para as nossas vidas.
   Existe uma força maligna operando neste mundo hoje. O mundo revela uma sabedoria fenomenal que parece
   arrastar os homens como uma grande avalanche de neve. A ciência é algo muito forte nos tempos hodiernos,
   convencendo o homem de sua própria força e poder. Como escaparemos desta força mundana? O sexo
   livre é outra força ameaçadora. As drogas, as diversões mundanas, o dinheiro, o luxo e a fama, tudo atrai
   o homem e o leva a desejar mais e mais, a ser parte deste sistema infernal. Como os nossos filhos podem
   escapar desta força descomunal?
             Às vezes ficamos pasmados com as notícias ouvidas nos jornais do rádio e da televisão. É muito
   difícil crer que alguém passe ileso desta força operante nos homens que conta hoje com a proliferação em
   massa destas ofertas mirabolantes. Sim, a grande pergunta é como escaparemos do mundo?
             A resposta simples para a vitória do homem sobre o mundo é a fé. Aleluia! Fé? Apenas isso? Não é
   assim que as pessoas dizem? Veja o texto sagrado: “Abraão esperando contra a esperança, creu, para vir a
   ser o pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência” (Romanos 4.18). Esta é a
   nossa âncora (Hebreus 6.19). A fé nos será imputada para servirmos ao nosso Deus em toda a sua revelação
   bíblica. Nós, os filhos de Deus, devemos crer que venceremos o pecado em nossas vidas. É verdade que a
   Bíblia diz que a ciência se multiplicaria, que a iniqüidade do mundo aumentaria. Porém, também é verdade
   que a graça superabundaria sobre o pecado. Por isso devemos ficar seguros de que, no tempo certo, Deus
   imputará fé para destruirmos o pecado em nossos corpos mortais. É para esta esperança gloriosa que Paulo
   usa a promessa feita a Abraão e a menciona em sua revelação sobre a ação de Deus em nós para a salvação.
   Ele esperando contra a esperança, creu. A esperança que o Espírito Santo gera em nós é maior do que a
   esperança do homem, mesmo quando nós não esperamos mais algo porque nossa capacidade de crer se
   esgota. Deus imputa fé em nós para esperarmos nele o cumprimento de Sua promessa.
             A fé não enfraquece no filho de Deus, ela aumenta. É isso mesmo. Deus não nos chamou para a
   derrota e sim para a vitória. A nossa vitória é a fé em nosso Senhor Jesus Cristo (1 João 5.4). A nossa fé
   vencerá o mundo. Deus não imputa o pecado no homem. Ele imputa fé. Por isso devemos manter esta con-
   fiança nEle. Esta confiança não vem de nós mesmos. Isso seria obras para a fé. Essa confiança em Deus
   é posta em nós para a justiça divina operar em nossos corações. Ele prometeu isso em Hebreus 8.10 a 12.
   Suas leis seriam colocadas ou imputadas em nossas mentes. Irmãos queridos aguardem esta ação divina
   em seus espíritos. A fé será imputada a você para dar cumprimento à promessa. Assim como foi feito com
   Abraão, será feito com você. Sim, você é muito importante para Deus. É você quem está vivo hoje e não
   Abraão. A promessa foi feita à descendência de Abraão e em Cristo somos descendência de Abraão. Logo,
   você é o alvo desta manifestação sobrenatural de Deus em seu espírito – a fé lhe será imputada (Romanos

   Deus imputa fé no homem para a justiça                     16                                        AULA 5
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   4.20).
             Deus fez uma Nova Aliança conosco. Nesta aliança ele faz muitas promessas como fez a Abraão e
   ao Seu povo no passado. Não vemos registrado nenhum fracasso do povo de Deus em qualquer uma des-
   tas promessas. Por que fracassaríamos nós em nossa salvação? Por isso devemos permanecer firmes em
   nossa confissão de fé (Filipenses 2.15 e 16; 1 Timóteo 1.18 e 19 ). Nós somos herdeiros desta promessa:
   “(...) e não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta, mas também por nossa causa,
   posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre
   os mortos a Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por
   causa da nossa justificação” (Romanos 4. 23 a 25).
             Todas as bênçãos de libertação de Deus para o homem estão condicionadas à sua crença em Jesus
   e à sua ressurreição dos mortos. Esta capacidade de crer vem pela fé imputada em nosso coração. Cada
   transgressão do homem será removida pela fé na Palavra de Deus, a graça de Jesus Cristo nos livrará de
   todas as injustiças geradas em nós pelo pecado. Por isso Jesus Cristo é o nosso justificador. Pela fé em Suas
   gloriosas promessas, nós receberemos como herança a Sua própria natureza divina (2 Pedro 1.3 e 4).
             A ressurreição de Jesus se deu para a nossa justificação. Este é o propósito de Deus para nós. Para
   isso ele imputará fé em nosso espírito. Para aguardarmos sua ação de salvação em nossos espíritos. Ele
   morreu por causa das nossas transgressões, porém ressuscitou por causa da nossa justificação. Justificação
   fala de mudança genuína. Não importa a força do pecado. Jesus ressuscitou dos mortos (Romanos 10. 6 a
   11).
             A conclusão desta revelação é, portanto, esta: a fé de Jesus Cristo em nós vencerá todo o pecado
   e a força sedutora do mundo. Não importa quão negra as coisas estejam. Jesus é a nossa esperança de
   glória e de vitória, pois não há poder ou força sedutora que nos possa separar deste grande amor de Deus
   (Romanos 8.35 a 39). Não, não devemos temer a perda de nossa salvação, porque ela é independente da
   força humana, da obra do homem.
             A nossa garantia de salvação está no Espírito Santo que nos sela para a vitória eterna (2 Coríntios
   1.22); (Efésios 1.13 e 14). Se estamos selados para a salvação, por que duvidar disso? Vamos crer para a
   justiça. Isso lhe será imputado. Amém!

   REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL

          Não importa o quanto seja sedutor o mundo nos dias de hoje. A Bíblia diz que aonde abundou o
   pecado, superabundou a graça de Deus; isto é , independentemente dos tipos de pecados ou tamanhos
   de pecado, temos a fé imputada em nossos corações para vencermos o mundo e tudo o que ele possa nos
   apresentar. Aleluia! É a fé que vence o mundo.
          Importante destacar que a nossa salvação, verdadeiramente não é por obras, como foi bem explicado,
   mas pela graça e manifestação de Deus em nós.

   MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA

             · Ore e agradeça a Deus pela promessa da nossa vitória em Cristo Jesus.
             · Peça a Deus que Ele impute em nós a fé para a vitória sobre o pecado e o mundo.
             Interceda em favor daqueles que ainda não conhecem as promessas de Deus para que se convertam




   Deus imputa fé no homem para a justiça                     17                                          AULA 5
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   A justificação pela fé                                                                          AULA 6
   OBJETIVO

          Reconhecer que a nossa justificação é fruto da obra de Deus em nosso interior, através da fé que
   Ele mesmo nos concede.

   INTRODUÇÃO

           O assunto sobre fé e justificação é por demais abrangente e pode ser estudado sobre vários aspectos
   e ângulos de enfoque do assunto. Nesta lição, estaremos abordando um pouco sobre tribulação, perseverança
   e ainda sobre o pecado hamartia e o pecado paraptoma. Vale a pena participar e meditar desta lição, pois
   coisas novas lhe serão acrescentadas.

   DESENVOLVIMENTO

              1. Recapitulando alguns significados

            Para uma melhor compreensão do nosso estudo, vamos primeiro recapitular os significados de:
   justificação, fé e graça.
            A justificação é o poder de Jesus Cristo, através do seu Espírito, de mudar as manifestações do
   pecado em manifestações de graça. No pecado, o homem manifesta trevas em seu viver diário, porém na
   graça, ele manifesta luz em sua vida diária. Para que possamos estar aptos a receber as boas dádivas de
   Deus, é preciso estar na justiça de Deus. Justiça é o lugar de obediência a Deus. Ser justo é ser obediente
   aos mandamentos do Senhor Deus. Ser justo é viver para o prazer de Deus. Somente pela força do Espírito
   Santo em nossas vidas é que podemos viver em santidade para o nosso Pai celestial.
            A fé é a concordância com Deus que produz o testemunho do que Deus irá fazer. Por isso, o autor
   de Hebreus, assim define a fé: “(...) fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas
   que se não vêem” (Hebreus 11.1). O fundamento é a Palavra sobre a qual a fé irá operar. Nesta Palavra
   de Deus, devemos permanecer firmes na confissão, na constância, e total confiança em Jesus Cristo. Esta
   força não é resultante da capacidade humana de crer. Ela é resultante da influência que o Espírito de Deus
   exerce sobre nossas mentes. A fé é o testemunho da justiça que opera em nossos corações. A fé revela as
   intenções de Deus, manifesta o Seu poder através de uma confissão segura do que se recebe no espírito.
            A graça é a força que opera influência na mente e no coração do homem. Pela graça é que o Espírito
   Santo convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. A graça é a força gerada pelo Espírito no interior
   do homem, levando a ver o seu estado de pecado e necessidade de mudança. A graça revela a verdade das
   escrituras ao homem. A graça é mais que um favor imerecido, ela é a força que transforma o pensamento
   do homem sobre Deus e sua palavra.
            Quando estudamos os significados destas três dimensões do Espírito de Deus, vemos que os três
   estão interligados. O homem precisa ser justificado para agradar a Deus. Ninguém pode agradar a Deus,
   sem fé, logo, a fé é a força que produz a justificação do homem. A fé não é gerada até que o homem deixe o
   pecado e volte-se para o Deus verdadeiro. A graça é a força que convence o homem de voltar-se para Deus.
   O capítulo cinco de Romanos revela como estas três maravilhosas provisões de Deus operam em favor de
   nossa salvação.

              2. O propósito das tribulações

            Quando o homem é justificado por Deus, mediante a sua fé, ele passa por um processo de tribula-
   ção a fim de poder prosseguir em seu crescimento espiritual. Parece ser este o procedimento de Deus com
   aqueles que são edificados em Seu Espírito. Jesus passou pelas mesmas tribulações que nós. Hoje Ele
   habita ricamente em nosso espírito produzindo a esperança da glória de Deus em nossas vidas. Embora
   A justificação pela fé                                      18                                        AULA 6
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   o Espírito Santo habite em nós, ainda precisamos que Ele tome a nossa natureza humana. Existe uma
   promessa maravilhosa de Deus que herdaríamos a natureza divina pelas suas gloriosas promessas (2 Pedro
   1.4). A esperança é que produz o poder de prosseguirmos nesta busca preciosa. Ao mesmo tempo em que
   nós nos gloriamos na esperança, também nos gloriamos nas tribulações. O propósito destas tribulações é
   gerar perseverança. A perseverança é força gerada pela presença do Espírito em nós, que nos leva a uma
   constância de confissão, poder e resistência em Deus, até que alcancemos a promessa da plenitude em
   Cristo. Sem este poder de resistência, nós fracassaríamos no primeiro problema que encontrássemos. É
   muito comum, as pessoas dizerem: O crente não deixa de ter problemas ou dificuldades, ele recebe poder
   para enfrentá-las. Este poder que o crente recebe para superar as tribulações, é o que Paulo chama de per-
   severança. Existem pessoas que possuem forças e poder de enfrentar problemas de forma natural. Muitas
   vezes elas confundem os imaturos na fé pelas suas próprias resistências. Creio que por isso Deus nos põe
   à prova, para impossibilitar que o homem alcance salvação pelas suas próprias obras ou poder.
            A perseverança nos introduz a experiência com o nosso Deus. A perseverança nos leva a experiência
   do teste. Deus testa a fé de cada pessoa. Somente a fé que foi produzida pelo Espírito Santo no homem,
   resiste ao teste da perseverança. A experiência é a aprovação da fé verdadeira. Ninguém pode chegar à
   plenitude da estatura em Cristo, sem percorrer o caminho da fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Esta fé nos
   é imputada quando o Espírito de Deus sobrepõe o espírito humano em seus corpos mortais. Agora a fé que
   está sendo testada é a fé do próprio Cristo que se tornou um com o homem. Ninguém pode vencer esta fé.
   Nenhuma provação, por maior que seja, jamais conseguirá neutralizar a perseverança produzida no interior
   daquela pessoa. Quando a perseverança termina sua obra, ela resulta numa experiência de vitória para o
   crente. Ao mesmo tempo em que ela produz uma experiência para o crente, produz, também, maior desejo
   de prosseguir em seu alvo de alcançar uma estatura de Varão perfeito. Portanto, a perseverança é o meio
   pelo qual o Espírito de Deus manifesta Sua eficácia em nos tornar homens com uma natureza divina.
            O próximo passo a ser alcançado é a esperança. A esperança é assim definida pela palavra grega
   elpis: expectativa, antecipar geralmente com prazer. Trata-se de uma confiança de se alcançar um ponto
   almejado. Para isso ela produz um certo gozo antecipado daquilo que se está por receber. A esperança é o
   resultado do amor de Deus derramado em nossos corações. “Ora, a esperança nos confunde, porque o amor
   de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5.5). A palavra
   confundir, tem o significado de envergonhar, ou melhor, não é envergonhada ou não pode ser parada em sua
   caminhada rumo ao alvo da estatura de Cristo. O pecado é a única força que pode neutralizar o caminho da
   esperança. Porém, antes da esperança ser manifestada, já vimos a ação da perseverança que resiste ao
   pecado, a dádiva da experiência que é a vitória sobre o pecado. A esperança é a força gostosa derramada em
   nosso espírito que nos impulsiona a prosseguir com o Espírito Santo ao fim proveitoso da fé. A esperança é o
   fruto do amor de Deus por cada um de nós. O amor é o alvo supremo do crente. A cada vitória conquistada,
   um pouco mais do amor de Deus é derramado em nosso espírito. O amor é Deus e Deus é amor. Logo, este
   amor revelado por Paulo, é o Espírito de Deus que toma mais um pouco de nossa natureza humana. Deus,
   ao nos tomar pelo Seu Espírito concede-nos mais glória e mais fé em nosso espírito. Com isso se cumpre a
   Palavra de Deus em Romanos 1.17 e 2 Coríntios 3.18.
            Este amor maravilhoso de Deus não pode ser desprezado pelo homem. Por isso a Palavra de Deus
   revela esse amor com muita clareza e segurança. Deus age primeiro levando o homem a compreender e
   crer em seu amor. O poder das Escrituras é possível quando o Espírito nos convence de Sua verdade pela
   graça. Quando nós éramos fracos, é a expressão usada por Paulo, Jesus morreu por nós. Todo o argumento
   é a forma de como a fé será imputada em nossas mentes para a justiça de Deus se cumprir em nós. Para
   recebermos o Seu Espírito em nós devemos confessar que Jesus Cristo morreu por nossos pecados. Ao
   nos revelar tal amor, Paulo não está realmente querendo nos convencer de que Jesus Cristo nos amou,
   ele está revelando como o homem pensará e crerá para que a justiça de Deus se estabeleça nele. Abraão
   recebeu a mesma força na Palavra de Deus, para que a justiça de Deus fosse estabelecida pela sua fé. A fé
   é a força gerada para a concordância com o pensamento de Deus. Deus não muda a Sua Palavra, por isso
   é necessário que o homem pense e creia como Deus pensa. A salvação do homem está condicionada à sua
   crença neste grande amor de Deus demonstrado em Seu Filho na cruz do calvário.
            A reconciliação foi a obra de Deus em nosso favor. Reconciliação é a palavra grega katallaso, que
   A justificação pela fé                                      19                                        AULA 6
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2

   significa mudar mutuamente, fazer diferença. A reconciliação é a obra de mudança requerida para que Deus
   não quebre a Sua Palavra. Se formos mudados para a justiça quando éramos pecadores, muito mais agora,
   sendo justificados pelo seu sangue, seremos por Ele salvos da ira (Romanos 5.9). Aleluia! Veja que a Palavra
   de Deus está produzindo em nós perseverança nesta revelação. Ficamos mais fortes e constantes quando
   recebemos esta revelação em nosso espírito. A perseverança atua esta força em nós, conduzindo-nos a uma
   experiência de vitória pela validação de sua palavra. Não se esqueça de que Deus imputa a fé pela palavra
   revelada. A experiência abre o caminho para a esperança que é o resultado deste amor revelado em nossos
   corações. Que maravilha servimos a este Deus.
            Além da reconciliação é necessário crermos no mediador desta obra. Todo o restante do capítulo
   visa o mesmo fim dos versos já explicados anteriormente: imputar fé em Jesus Cristo como o único Salvador
   de nossas almas. O pecado foi o causador da morte do homem e a graça o meio de revivê-lo para o nosso
   Deus.
            A graça é o poder de Deus para salvar o homem do pecado. O pecado, como vimos é a força exer-
   cida pela morte do homem. Por uma só ofensa a morte entrou no homem e gerou o pecado nele. Para que
   possamos entender melhor isso, devemos ver mais uma vez os termos: hamartia e paraptoma.
            Hamartia é a união entre o espírito humano e o espírito da morte. Significa errar o alvo. O nosso alvo
   sempre deve ser Cristo e não os espíritos que habitam em nossa carne. Quando nos ligamos a um destes
   espíritos estamos em hamartia . O resultado são os paraptomas.
            Paraptomas são ofensas causadas pela hamartia. Nós ofendemos a Deus por causa da hamartia.
   Por isso devemos pedir a Jesus que nos livre da hamartia e não dos paraptomas. Se nos livrarmos dos
   paraptomas, é bem provável que voltemos a praticá-los adiante. É aí que atua o espírito do engano. Muitas
   pessoas experimentam uma pequena trégua em si, quando pedem perdão pelos seus paraptomas e após
   algum tempo ele experimenta as mesmas ofensas a Deus em seu ser. Por quê? Porque ele não foi liberto
   do espírito que opera nele e sim enganado por não ver mais a manifestação deste espírito. O engano é fatal
   e gera fraqueza. Ele atinge a perseverança do crente. Não se deixe enganar mais, peça a Jesus que o livre
   da hamartia. Creia que sua ofensa vem pelo poder do pecado em você, porém, creia, também, no que a
   Palavra de Deus diz: “O pecado já não tem domínio sobre vós”. O pecado só está presente para enaltecer o
   poder da graça. Lembra-se de Gálatas? O pecado já foi vencido na cruz de Cristo. Nenhum espírito maligno
   tem o poder de me reter em suas garras, quando o Espírito Santo me segura pelo amor.
            A justificação é a obra maravilhosa do poder da graça de nosso Senhor Jesus Cristo em nossas
   vidas. O Senhor Deus deseja nos ouvir e nos dar tudo o que pedimos a ele. Isso só pode acontecer mediante
   a Sua justiça. Deus não quebra a Sua Palavra. Ele leva o crente a viver esta palavra para que a justiça seja
   estabelecida em prol do homem. Para que esta justiça seja implantada em nós precisamos receber Sua
   natureza divina em nosso espírito. Para isso foi que Deus enviou o seu Filho amado, a fim de que Ele nos
   concedesse o Espírito de adoção em nosso interior. Pedro nos revelou tal verdade (2 Pedro 3.12). Amemos
   a Deus porque Ele nos fez justificados para recebermos suas incontáveis bênçãos.

   REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL

            O amor de Deus pela vida de cada um de nós é o mesmo ainda hoje. O livro de Hebreus nos diz:
   Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. Aleluia! Ele quer nos libertar e livrar do pecado, nos salvar,
   justificar para que sejamos iguais a Ele e por fim recebermos todas as suas bênçãos em nossas vidas.

   MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
          · Agradeça a Deus, mesmo quando você estiver passando por tribulações, pois elas são para que
   tenhamos perseverança e experiências com o nosso Deus.
          · Peça a Deus que haja entendimento destes ensinamentos em nossas igrejas e que o Espírito de
   Deus venha operar justiça em cada um de nós.



   A justificação pela fé                                      20                                           AULA 6

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Justificação pela fé: entendendo a doutrina bíblica

  • 1. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 CURSO: FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO CRISTÃ II DISCIPLINA: DOUTRINAS BÍBLICAS TEMA: DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO Entendendo a justificação AULA 1 OBJETIVO Estudar nesta lição a doutrina da justificação, baseada em textos bíblicos que nos conduzirão a um melhor entendimento, evitando possíveis confusões com outras doutrinas existentes, buscando maior edificação espiritual para nossas vidas. INTRODUÇÃO Entendemos que é de fundamental importância estudarmos a doutrina da justificação, pois se trata de um assunto que quando nos perguntam, não nos vem à mente entendimento bíblico suficiente para podermos explicar a respeito dessa doutrina. Portanto, acreditamos que estas lições venham trazer esclarecimentos e edificação para nossas vidas. DESENVOLVIMENTO 1. O Que é justificação A palavra “justificar” no grego é dikaioo , que tem o significado de “ser justo ou reto diante de Deus”, “tornado justo” , “estabelecer como certo”, isto é , colocar-se num relacionamento correto com Deus. O texto bíblico em Lucas 18. 9 a 14, que fala da parábola do Fariseu e do Publicano, serve como base para iniciarmos o nosso estudo com relação a este assunto. Analisemos, portanto esses versículos: · Versículo 9: E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros; · Versículo 10: Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano. · Versículo 11: O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. · Versículo 12: Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo. · Versículo 13: O publicano, porém,estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ò Deus, tem misericórdia de mim, pecador! · Versículo 14: Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado. Podemos deduzir através deste ensinamento de Jesus, que não é o próprio homem, através de sua justiça (seu caráter e suas obras) que o justifica diante de Deus. A justificação, portanto, não é pelas obras que fazemos ou deixamos de fazer. Vejamos alguns outros versículos bíblicos que nos falam sobre a justificação. Vamos analisá-los: Romanos 3:20 a 28 · O versículo 20 deste texto diz que ninguém é justificado pelas obras da lei, porque a lei apenas mostra o pecado; · Os versículos 21 e 22 dizem que agora se manifestou a justiça de Deus pela fé, em Jesus Cristo, para todos os que crêem; · O versículo 23 afirma que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, isto é, não há nenhum justo sequer por si mesmo e muito menos em condição de se justificar diante de Deus; · O versículo 24 vem para esclarecer que somos justificados gratuitamente pela graça de Deus, Entendendo a justificação 1 AULA 1
  • 2. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 através de toda a obra realizada por Cristo Jesus, em benefício de nossas vidas; · O versículo 26 acrescenta que a justificação é para aqueles que têm fé em Jesus, isto é, que crêem no Seu sacrifício expiatório; · O versículo 28 complementa declarando que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei. Diante desses versículos e de outros que ainda iremos meditar, podemos tirar a seguinte conclusão e até mesmo definirmos justificação como sendo: “Um ato único da livre e espontânea graça e soberania de Deus, que torna o pecador JUSTO, através da justiça que há em Cristo Jesus o Senhor das nossas vidas”. Isso significa dizer que o pecador não é justo, mas é aceito como JUSTO e declarado JUSTO por Deus. De réu condenado que era, devido ao pecado, ele se torna JUSTO porque crê na redenção através de Cristo. Portanto, podemos dizer que a justificação não consiste em fazer, mas sim em DECLARAR QUE SOMOS JUSTOS. Em outras palavras, dá a idéia de que Deus, na qualidade e competência de JUIZ, declara o homem JUSTO, simplesmente o oposto de condenado. Cristo sofreu o castigo que nós deveríamos sofrer e nós ficamos livres da condenação que nos cabia, pois Ele se ofereceu, com perfeição e justiça, em nosso favor. Vejamos mais alguns textos para maiores esclarecimentos: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;” (Romanos 5.1). “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (Gálatas 2.16). “E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé” (Gálatas 3.11). “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificam pela lei, da graça tendes caído” (Gálatas 5.4). Ficou bem claro através destes versículos, que a fé é o meio pelo qual somos justificados e ela, é dom de Deus. Somente quando cremos na obra realizada por Cristo, em nosso favor, e isso é manifestação da graça de Deus para conosco, é que somos justificados por Deus. No livro de doutrinas de L. Berkhof, intitulado “Manual de Doutrina Cristã” , ele faz as seguintes observações com relação à justificação: a. A justificação remove a culpa do pecado e restaura o pecador a todos os direitos de Filho de Deus, incluindo a vida eterna; b. A justificação realiza-se fora do pecador, no tribunal de Deus, embora seja apropriada pela fé; c. A justificação acontece uma vez por todas, não é repetida, nem é um processo, completa-se instantaneamente e para sempre; d. A obra da justificação é atribuída ao Pai. 2. Complementando o entendimento Uma vez justificados diante de Deus, mediante a fé em Cristo, estamos crucificados com Ele, o qual passa a habitar em nós (Ler Gálatas 2.16 a 21). Através dessa experiência, nos tornamos de fato JUSTOS e começamos a viver para Deus. Essa é a obra transformadora de Cristo em nós, mediante o Espírito, o qual nos levará a obedecer e fazer a vontade do Senhor, até a estatura de Varão perfeito. 3. Bênçãos decorrentes da justificação a. Perdão dos pecados. Ficamos livres da condenação eterna (Romanos 8.1, 33,34); b. Vida eterna. Essa vida será desfrutada futuramente, mas adquirida de imediato quando da justi- ficação (Romanos 8.30). A glorificação está garantida; c. De criatura para filhos de Deus. “E aos que crêem, deu-lhes o poder de serem chamados Filhos Entendendo a justificação 2 AULA 1
  • 3. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 de Deus” (João 1:12 e 13); d. Paz com Deus. Em Romanos 5.1, a palavra diz: “Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz com Deus”. e. A paz de Deus. “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”(Filipenses 4.7). REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL É muito bom refletirmos profundamente no que foi exposto nesta lição, para que, em nossas vidas, isto é, em nosso viver cristão diário, não ajamos como o fariseu e sim como o publicano. Muitas vezes o inimigo e nossa arrogância, querem nos levar a termos atitudes de que tudo que fazemos é muito bom e muitas vezes até acharmos que temos capacidade e condições totais para realizar a obra de Deus, quando na verdade somos dependentes inteiramente da Sua GRAÇA, do seu ato de JUSTIFICAÇÃO para conosco, da Sua misericórdia e de tudo mais. Lembremos que Deus não aceita o PECADO, por isso nos JUSTIFICOU, para que nos apresentemos diante dele JUSTIFICADOS. MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA · Oremos, ao término da aula, dois a dois, agradecendo a Deus pela Sua Graça e Misericórdia para conosco e abençoemos o nosso irmão para que cada vez mais entenda que tudo vem do Senhor para as nossas vidas. Não há méritos nenhum em nós e nem nossas obras nos justificam diante de Deus. · Oremos também pela igreja (demais irmãos) , para que cada vez mais possam sentir o desejo de estarem participando da estudo da Palavra, e, conseqüentemente, crescendo na graça e no conhecimento Entendendo a justificação 3 AULA 1
  • 4. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 Entendendo a fé I AULA 2 OBJETIVO Nas duas aulas seguintes estaremos abordando sobre fé, para que possamos ter melhor entendi- mento, também, de justificação. Os conhecimentos que iremos ter sobre esses dois assuntos, farão com que tenhamos um comportamento diferente quando estivermos vivendo períodos de lutas, dificuldades e outras situações que, às vezes, a vida nos impõe. INTRODUÇÃO A Bíblia é clara com relação ao que diz sobre a fé e justiça, ao declarar: O JUSTO VIVERÁ PELA FÉ. Viver pela fé, nos dias de hoje e cada vez mais difícil, está se tornando um grande desafio para a Igreja do Senhor Jesus Cristo. Porém, este desafio não significa impossibilidade de ser alcançado. É importante que à medida que vamos conhecendo e vivendo mais a Palavra de Deus, esse mandamento vá se tornando real em nossas vidas. Vamos tentar? Cremos que estes estudos contribuirão e muito para acertar muitos pensamentos e entendimentos que possam estar errados em nossas vidas, bem como relembrar alguns que talvez já foram esquecidos por nós. Queremos tratar este assunto com muita objetividade e simplicidade para não confundir e sim es- clarecer. DESENVOLVIMENTO 1. O que é fé Antes de entrarmos na definição exata e bíblica do que seja fé, queremos lembrar que no livro de Efésios, capítulo 4, a partir do verso 1 até o verso de número 16, fala-se sobre a UNIDADE DA FÉ, sendo que os versículos 12 e 13 dizem : Versículo 12: “querendo o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,... “ Versículo 13: “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. Esta é uma das revelações maravilhosas sobre o poder de Cristo em nos dar uma consciência pura e que podemos alcançar uma vida plena em Deus. Quando, porém, experimentamos em nossa carne, tantos fracassos nesta busca de uma vida plena, ficamos imaginando se realmente podemos ter êxito em tal promessa. A fé é um dos elementos fundamentais para alcançarmos esta estatura plena. A fé é um dom dado por Deus para que possamos atingir todo e qualquer lugar designado por Deus em nossas vidas. A fé é o poder de Deus em ação, transformando diariamente o nosso ser espiritual. Por ela temos a certeza de alca- nçarmos toda promessa do Senhor. O capítulo onze de Hebreus é uma revelação deste poder maravilhoso de Deus na vida daqueles que Ele chama e escolhe por Seu poder. O texto em Hebreus onze começa com uma definição de fé. Antes, porém, de estudarmos esta definição, é bom lembrarmos que estamos sendo expostos a uma promessa das mais lindas e poderosas dada ao homem, que se trata da “estatura de Varão perfeito”. Ninguém alcançará tal promessa sem que seja pelo trajeto da fé. O autor de Hebreus, assim define fé: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreus 11.1). A palavra fundamento no grego é hupostasis, que significa “um suporte, algo posto em baixo”, isto é, certeza, confiança. A fé é um suporte espiritual. É um poder colocado por Deus no homem que o capacita Entendendo a fé I 4 AULA 2
  • 5. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 para uma obra espiritual para Deus. É uma capacitação especial dada por Deus, para que o homem resista a tudo que vier a passar ou experimentar. Sobre esta capacitação especial, é que Deus permite que seus filhos sejam provados na vida. Isto não provém das nossas próprias forças, por isso, é um dom de Deus. A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam. Ela se manifesta no homem por aquilo que ele espera receber de Deus. É a prova (elegchos), isto é, a convicção, a evidência das coisas que se não vêem. Ela nos capacita a termos uma convicção de que aquilo que está sendo visto ou esperado no espírito, se concretizará. Isto é muito importante. Algo que ainda não é visto, mas já é uma evidencia, de uma consciência totalmente pura. Não percam isso de vista. Alguns pregadores falando de hebreus onze, se referem ao texto como “a galeria dos heróis da fé”. Isto nos leva a compreender que estes homens foram superdotados de poder e que nós temos que ser como eles, capazes de ter fé como eles tiveram. Ao vermos o que eles passaram e fizeram, ficamos imaginando se um dia seremos ou poderemos chegar a tal grau de fé. Abraão, o grande homem de fé! Moisés imaginem, que homem de poder! E assim por diante. Gostaria de introduzir uma nova visão de interpretação deste texto. O capítulo onze revela o poder de Deus em introduzir no homem uma capacitação especial, para que ele alcance vitória espiritual no tempo em que vive e precisa ter poder para vencer. É como a Bíblia diz: “(...) e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5.4). A fé nos garante a vitória em toda e qualquer circunstância da vida. Ela é imputada em nosso espírito, para que os propósitos de Deus sejam verdadeiros e realizados em nosso ser. Aleluia ! Em cada tempo ou época, Deus operou pelo poder da fé. Foi isso que Ele prometeu a Abraão, o pai da fé: Que abençoaria muitas gerações na terra. Abraão aceitou, pela fé, essa promessa. É isso que Ele está fazendo agora em nossas vidas; pondo-nos um fundamento sólido naquilo que esperamos Dele: uma vida plena. A prova é a convicção de que alcançaremos tal chamado em Cristo Jesus, o nosso amado Senhor. 2. A fé que se manifestará também em nós Hebreus é uma explanação desta promessa divina de que ela se manifestará também em nós, com uma capacitação para vencermos as inúmeras armas do mundo contra as nossas vidas. Hebreus onze é uma conscientização do Espírito Santo em nossas vidas, de que iremos agradar o Senhor Deus, não impor- tando as adversidades que se apresentem diante de nós. Procurem enxergar no texto, que o mesmo é um fundamento de fé para nós. Foi revelado para gerar em nós uma convicção de que Deus fará em nós como fez no passado com aqueles que Ele usou para os Seus santos desígnios. Sem a fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6). Em suma é isso: sem a fé vocês e eu fracas- saremos no primeiro obstáculo que esse mundo nos apresentar. Deus é maravilhoso. Vejamos o que o texto nos revela como base da nossa fé. Procurem enxergar a ação de Deus nos homens mencionados, e não, o que eles foram capazes de realizar. Lembrem-se, estas realizações foram todas possíveis por causa da fé. Por isso, o texto diz repetidamente: PELA FÉ. Antes, porém, vejamos mais uma coisa: Estes homens viveram em tempos diferentes, em épocas de problemas diferentes e nunca se conheceram pessoalmente. Somente ouviram os relatos do que se passou com os seus antepassados, se referindo a “nossos pais”. Não podemos citar e nem cobrir todo o texto onze. Somente veremos alguns exemplos para que fique notório o que estamos passando aos irmãos. Vejamos Noé, no verso 7: “Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para a salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé”. Notem o fundamento dado a Noé: ele foi avisado por Deus. Deus revelou a ele o que viria sobre a humanidade, se não se arrependessem dos seus pecados. Deus disse a ele, que destruiria toda a carne com um dilúvio e nunca se havia visto chuva até aquele instante. Noé sequer sabia o que era chuva, porém, temeu a Deus. Você sabe o que é uma vida plena em Cristo? Uma vida sem mácula? Você já imaginou que vida é essa? Impossível, não? Você nunca viu também, viu? Você teme ao Senhor? Você crê que ela é possível? Noé não argumentou com Deus. Ele foi obediente à visão celestial. Por quê? Por causa da fé. Deus colocou aquele fundamento em seu espírito e ele passou a ver a prova daquilo em seu coração, pela convicção de que Deus seria capaz de fazer a água brotar do céu e da terra, mesmo não vendo, ou sequer imaginando como isso seria. Aleluia! Isso é um privilégio de Noé? Não. É um privilégio dos filhos de Deus, de receberem Entendendo a fé I 5 AULA 2
  • 6. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 poder para alcançar o que Deus revela aos seus corações. A arca condenou mundo. Por quê? Porque ela abrigou Noé e sua família. Primeiro Deus se certificou que ele e sua família estivessem seguros e, depois, enviou o dilúvio, condenando assim o mundo à morte pelo afogamento. A Igreja é a atual arca de Deus. Ele está avisando que o mundo acabará com fogo. Os céus se converterão em trevas e a lua em fogo no grande e terrível dia do Senhor. Oh, queridos, por favor, não duvidem das promessas e dos juízos de Deus. Pela nossa fé, o mundo será condenado a esta terrível destruição. Quando o Espírito Santo concluir esta obra de aperfeiçoamento dos filhos de Deus, não haverá mais tempo para os que estiverem de fora da Igreja. Haverá pranto e muita angústia quando os elementos se desfizerem em fogo. Nós estaremos a salvo com Ele, o nosso Senhor amado, nas bodas do Cordeiro. Os tempos do fim, culminarão com o aperfeiçoamento dos santos em Cristo Jesus. Por favor, creiam nesta verdade. Após esta obra ser concluída na Igreja, haverá uma grande destruição para os que não deram ouvidos à verdade. Nós somos uma geração abençoada por Deus. Em nós se manifestará a graça maravilhosa do Senhor Jesus Cristo, por meio da fé em nossos corações. Noé salvou sua família por causa da fé. Você pode salvar toda a sua família por causa da sua fé. Qual é a diferença entre construir uma arca e restaurar as finanças em ruínas? Deus é capaz de tudo pela sua fé. Vamos enxergar essa verdade. Noé herdou o fruto da justiça de sua obediência e escapou das águas do dilúvio. Aleluia! 3. A fé tem efeitos variados Todas as demais pessoas citadas no texto, tiveram suas experiências e vitórias em cada época que passaram. Abraão foi capacitado por Deus para deixar sua parentela e ir para um lugar distante, que nunca havia estado. Um lugar totalmente desconhecido para ele. Vocês já passaram por essa experiência em suas vidas? Vocês já foram despertados por fé, para saírem de onde estão e irem para outro lugar? De um emprego para outro, sem saber o que isso poderia lhes trazer? Já tomaram uma decisão, que aos olhos humanos, seria uma loucura, mas que ao seu espírito era uma convicção? Pois bem, assim aconteceu com Abraão. Não porque ele fosse superdotado de fé em si mesmo. Esta fé lhe foi imputada para que ele cumprisse os desígnios de Deus na terra. Ele habitou em terra estranha porque vislumbrava a cidade celestial (v.10). Pela mesma fé, ele recebeu capacitação biológica para gerar um filho, quando já era velho (v.12). Vejam que a fé produziu um fundamento em Abraão diferente de Noé. Outra manifestação de fé, foi a queda dos muros de Jericó. Quem diaria que aqueles muros tão fortes se desmoronariam pela ação da fé do povo de Deus? Que poder maravilhoso! Nós às vezes nos esquecemos de algo muito especial. Nós achamos que a fé é uma força mística, que sai de nós e que atinge o alvo dese- jado. Não! A fé é uma capacitação divina de seguirmos na íntegra, as instruções divinas; o fundamento para que Ele aja segundo o que prometeu; a convicção, ou a prova. A ação é Dele. Não fiquem se imaginando com poder para realizar algo. É Deus quem realiza por vocês. Foi Ele quem derrubou as muralhas de Jericó; não foram os israelitas. Deus foi quem fez isso sobrenaturalmente. Não fiquem se imaginando trazendo os filhos de volta para a igreja. É Deus quem vai fazer isso. Não fiquem se imaginando pagando todas as tuas dívidas. É Deus quem vai fazer isso. Como? Pelos seus atos de fé! Pela fé, Sansão matou um exército filisteu. Esta é uma outra forma de manifestação de poder da fé. Houve uma ação de Deus no corpo físico de Sansão, para poder destruir 1000 filisteus. Vejam como é mara- vilhosa a manifestação da fé. É preciso enxergarmos a mensagem deste texto sagrado. A fé operou naqueles homens para propósitos divinos. Ela operará em nós para cumprirmos o nosso chamado supremo. Agora observem o texto: “(...) todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra” (Hebreus 11.13). Estes homens morreram sem alcançar a promessa. Isto quer dizer que eles não foram para o céu? Não, de forma alguma! Eles não receberam aquilo que estava prometido para os tempos do fim: a nossa remissão plena. Eles morreram pensando na pátria celestial. Eles alcançaram suas vitórias, mas não a promessa de uma vida plena, cheia do Espírito Santo. Tiveram uma experiência com o Espírito de Deus, mas não alcançaram a plenitude deste. Por quê? É o que o capítulo onze revela: “E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para Entendendo a fé I 6 AULA 2
  • 7. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados” (Hebreus 11.39 e 40). Eles sim serão aperfeiçoados no céu. A nós, porém, o poder da fé nos levará ao cumprimento das Escrituras Sagradas em tudo o que ela diz. A fé nos capacitará a cumprir tudo o que está escrito de Cristo e Sua manifestação na Igreja. Pelo poder da fé nos levará ao cumprimento das Escrituras Sagradas em tudo o que Ele diz. Pelo poder da fé, nós venceremos o maligno. Venceremos o mundo em tudo quanto a palavra de Deus diz. REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL Os princípios de Deus não se alteraram no decorrer do tempo, portanto a mesma fé gerada pelo Senhor no coração de Abraão, de Noé, de Josué, de Raabe e outros heróis da fé, citados no texto de He- breus 11, são e continuarão sendo gerada em nossos corações, se formos obedientes como os personagens citados acima. É importante lembrarmos neste momento, que Deus não faz acepção de pessoas para nada, portanto se nos mantivermos obedientes e confiantes para com as promessas Dele, sem dúvida nenhuma estaremos alcançando a vitória, da mesma forma que eles alcançaram. MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA · Ore pela vida do seu irmão de classe, pedindo ao Senhor que venha fortalecê-lo na fé e nos seus propósitos de servir a Cristo. Entendendo a fé I 7 AULA 2
  • 8. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 Entendendo a fé II AULA 3 OBJETIVO Aprofundar nosso conhecimento sobre fé. INTRODUÇÃO Na aula anterior procuramos nos concentrar mais na definição de fé, sendo que nesta aula estaremos trabalhando outros aspectos importantes a serem destacados no que diz respeito à fé. DESENVOLVIMENTO 1. Complementando a definição de fé Existem dois tipos de fé que gostaríamos de destacar e explicar: a fé natural e a fé sobrenatural. A fé natural é aquela baseada nos cinco sentidos e que todo mundo possui. É a fé de Tomé, conforme está relatado em João 20.24 a 29. A fé sobrenatural é a fé vai sempre além de si mesma e se apega à mão de Deus. Ela confia para dentro dEle e nEle. Como exemplo podemos citar a fé de Abraão, conforme relata o texto de Romanos 4.16 a 21. Ela tem conteúdo e este conteúdo é algo específico que ouvimos de Deus. É presunção crer em algo e agir segundo isso sem que Deus tenha falado. Não é a fé que muda as coisas, é Deus. A fé tem ações. Obedecer ao que foi ouvido de Deus. A fé lida com certezas absolutas de questões específicas. A fé viva inclui: Ouvir + Receber + Confessar + Agir. Baseado, portanto, na definição de Hebreus 11.1, podemos acrescentar que a fé é a convicção e a esperança de que a promessa que nos é dada pelo Senhor irá acontecer. Pela fé, a promessa de Deus está nos aguardando, ainda que não a vejamos. Portanto, o fundamento da fé sobrenatural não é baseado nos cinco sentidos, mas sim nas promessas e na palavra de Deus para nós. A fé não é cega porque olhamos para a Palavra de Deus. 2. O justo vive pela fé Podemos dizer que tudo o que acontece na vida do crente é em razão da fé. Se começarmos a olhar a Palavra de Deus e vermos os versículos bíblicos que contém a palavra FÉ, vamos constatar o quanto ela é fundamental na vida do crente. Em alguns versículos da Palavra, o Senhor ordena que o Justo viva pela fé, vejamos: · Habacuque 2.4: O justo viverá pela fé · Romanos 1.17: O justo viverá pela fé · Gálatas 3.11: O justo viverá pela fé · Hebreus 10.38 e 39: O justo viverá pela fé Fica bem claro através destes versículos, que o Senhor nos manda viver pela fé e qualquer coisa que não façamos pela fé, a Palavra de Deus diz em Romanos 14.23 , que o resultado ou a conseqüência é pecado. Se Deus determina como mandamento que vivamos pela fé, a Palavra diz também, em Hebreus 12.2 que devemos olhar para Jesus, o Autor e Consumador da fé. A palavra OLHANDO, como está no texto, é a palavra “aphorao” no grego , formada por: “apo” que tem o significado longe de e “horao” , que tem o significado de ver. Portanto desviando de outras coisas que possam tirar a nossa fé, ou então, fixar o olhar na coisa certa, ou então, não dividir o olhar, mas estar atento, neste caso, somente a Cristo Jesus, suas obras, seu nome, suas promessas, sua vinda nos ares, seus propósitos, suas conquistas para nosso benefício, etc... Tudo que fizermos, portanto, requer fé, não a fé natural, mas sim a fé sobrenatural, e em Romanos Entendendo a fé II 8 AULA 3
  • 9. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 12.3 diz que todos os que nasceram de novo recebem uma medida de fé, portanto o ímpio não tem essa fé bíblica e isto está escrito em 2 Tessalonicenses 3.2, quando Paulo diz que a fé não é de todos. Ora se a palavra de Deus está dizendo que recebemos uma medida de fé, significa que ela pode ser aumentada, daí entendemos o que Paulo escreve aos Romanos 10.17: “(...) a fé vem pelo ouvir e o ouvir a Palavra de Deus”. Portanto, quando o Senhor nos manda viver pela fé, Ele está dizendo em outras palavras, que estejamos em comunhão com Ele através da Sua Palavra, pois uma vez em comunhão com o Senhor, estaremos também em perfeita comunhão com os nossos irmãos em Cristo e isto gerará cada vez mais fé em nossos corações, para todas as coisas que viermos a fazer ou decidir em nossas vidas. Concluindo, podemos dizer que Deus é Deus de fé e Ele usa a fé para fazer tudo, exatamente como está escrito em Hebreus 11.3, além de liberar essa fé para seus filhos, quando confessam o nome de Jesus como Senhor e Salvador da vida deles. 3. A fé requer ações Como dissemos no item anterior, o homem natural , isto é, que ainda não aceitou a Cristo como Senhor da sua vida, tem somente a fé natural e não possui a fé sobrenatural , porque esta é dada no mo- mento da salvação. Assim sendo, é importante entendermos que a fé tem que gerar ações para que as coisas aconteçam. É o que nos relata o texto de Lucas 5.17 a 25, em que os quatro homens que carregavam um paralítico, numa ação de fé, sobem ao telhado com a cama e colocam o enfermo diante de Jesus, que vendo-lhes a fé, diz : “(...) homem , os teus pecados lhe são perdoados”. Outros textos podemos usar como referências, tais como: A cura dos dez leprosos (Lucas 17. 11 a 19). A cura de Naamã (2 Reis 5.1 a 14) e outros . 4. A fé sem obras é morta Quando falamos deste assunto, não podemos deixar de lembrar que existem muitos, neste mundo, que estão fazendo muitas obras, porém não têm a fé bíblica, e isso acontece porque têm o entendimento de que a salvação é pelas obras e não pela fé. Existe, também, o outro lado, pessoas que dizem possuir muita fé, mas não apresentam obras. O texto de Tiago 2.14 a 26 , fala exatamente sobre isso para nosso esclarecimento. 4.1 Fé e obras se completam Tiago declara no versículo 17 do texto citado acima, que a fé sem obras é morta, portanto podemos concluir que elas andam juntas e são inseparáveis. Não basta apenas crer em Jesus, é necessário demonstrar isso no dia-a-dia com obras e atitudes que realmente venham testificar do poder da fé em nós. Tiago também fala no texto em referência, versículo 22, que a fé operava juntamente com a obra, quando Abraão ofereceu seu filho Isaque, na certeza da intervenção divina a seu favor e no tempo certo. A fé tem que demonstrar os frutos. Muitas pessoas têm falhado nesse sentido, entendendo que apenas fé é suficiente, ou então apenas as obras. Por isso tratamos deste assunto, para despertar em cada um de nós, o interesse em estarmos refletindo em nossa vida espiritual no que se refere a este assunto. Você tem, pela fé, praticado obras? Leia Mateus 5.16; 1 Pedro 2.12 e Gálatas 5.6. 4.2 Fé e obras: fruto de uma verdadeira vida cristã Podemos afirmar que existindo fé e obras na vida do crente, ele estará tendo uma verdadeira vida cristã. Ser religioso não produz fé e obras, concomitantemente. Jesus fala na parábola do Bom Samaritano, que o homem religioso que passou por aquele caminho, deveria ter demonstrado amor ao homem que estava quase morto na estrada, devido ao assalto. No entanto, a palavra diz que ele passou de largo, demonstrando distância entre a fé e a obra. Tiago escreve no capítulo 2 versos 15 e 16, o seguinte: “E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos Entendendo a fé II 9 AULA 3
  • 10. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?”. Torna-se cada vez mais claro que a verdadeira vida cristã, não deve e não pode ser vivida somente com fé, mas com ações e obras que evidenciam e testificam o verdadeiro testemunho do cristão. A fé, portanto, coopera com as obras e isto se torna um aperfeiçoamento na vida do crente. 5. Outras considerações importantes A palavra fé no grego é pistis e tem o significado de convicção, confiança, isto é, em tudo o que Deus fala em sua Palavra. É como diz em Mateus 11.24: “Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis”. É, portanto, crer naquilo que ainda não aconteceu em termos de manifestação física, mas que, no momento certo, o Senhor tornará em realidade. Como diz em Romanos 4.17: “(...) porque Deus traz à existência as coisas que não existem”. Com relação a crer, no grego é a palavra pisteuo; verbo que gera ação, portanto é a fé viva em ação, digamos assim. É bem o caso já citado anteriormente, na passagem que está em Lucas 5.17 a 25, em que os quatro homens creram e subiram ao telhado colocando o enfermo à frente de Jesus. Se eles não procedes- sem dessa forma, nada aconteceria, portanto a fé tem que ser seguida de ações para que algo possa ser produzido. Ler também Marcos 11.23. Com relação à esperança, para que tenhamos um melhor entendimento destas palavras aqui cita- das, podemos dizer que a esperança se relaciona com o futuro. Em Romanos 8.24, a Palavra de Deus diz: “Porque, em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos”. Podemos falar da esperança que o mundo nos mostra, nos promete através dos homens e de outras ocorrências, mas o que estamos falando neste caso é da esperança que é gerada em nossos corações e em nosso interior, através da Palavra de Deus. Somente através da palavra de Deus é que obteremos a esperança certa para as nossas vidas. Quando falamos, por exemplo, da volta de Jesus Cristo, como está citado no texto de 1 Tessaloni- censes 4.13 a 18, estamos falando de esperança pela volta Dele e não de fé. 6. E por fim, queremos falar da dúvida Se a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus, podemos dizer que a dúvida vem pelo ouvir a palavra de Satanás. É ele quem tenta colocar dúvidas em nossa mente, para que possamos nos desviar das promessas de Deus e passarmos a olhar não a Palavra, mas sim as circunstâncias e com isso gerar em nós dúvidas e até mesmo um espírito de incredulidade. O texto em Mateus 14.22 a 31, mostra claramente o ocorrido, quando Pedro sentiu medo (dúvida). Outros textos que são importantes para a nossa leitura e nosso entendi- mento estão registrados em: Mateus 17.14 a 20; Marcos 4. 35 a 40; Tiago 1. 5 a 8; Marcos 11.23 e Romanos 4.20. REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL Meu amado irmão ou irmã em Cristo Jesus, qual é a realidade de sua vida cristã com relação a esse assunto de Fé e Obras? Isto tem acontecido no seu viver cristão diário? Se sim, glórias à Deus. Se não, ainda é tempo de começar. Vamos lá! MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA · Ore cada vez mais, para que a igreja, na pessoa de cada membro, seja uma igreja ativa em fé e obras. · Incentivemo-nos uns aos outros na prática de boas obras. A igreja tem muitas coisas a serem feitas Entendendo a fé II 10 AULA 3
  • 11. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 Fé para a justiça AULA 4 OBJETIVO Conhecer através destes estudos e com mais profundidade, as doutrinas concernentes à fé e justi- ficação, visando um posicionamento correto e convicto de cada um de nós, em nossa vida cristã diária. INTRODUÇÃO Você já ouviu alguém perguntar: Quem deve ter fé para ser curado? Quem ora ou quem recebe a oração? Creio que existe muita distorção sobre o real significado de fé e para que Deus nos dá fé. Alguns crêem que fé é uma força sobrenatural para alcançarmos alguma coisa de Deus. Outros acham que fé vem para podermos ser curados. Embora estas coisas requeiram fé, precisamos entender melhor a real atividade da fé e o seu alvo supremo. DESENVOLVIMENTO 1. A fé nos é dada por Deus A fé nos foi dada por Deus, para que possamos alcançar Sua justiça através das Suas gloriosas promessas. A fé é fundamental em nosso crescimento espiritual. Ela nos conduz à estatura de um Varão perfeito (2 Pedro 1.5). Pedro revela que devemos adicionar à fé outras virtudes, pois sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6). Como podemos ver, a fé nos é dada para sermos íntimos de Deus e fazermos Sua vontade plena. Jesus disse que para obtermos alguma coisa de Deus é preciso estarmos em Sua Palavra e Sua Palavra em nós (João 15.7). A fé é a forma como perseverarmos em Cristo Jesus. A sua Palavra permanece em nós e assim conseguimos tudo do Pai. Logo, eu não preciso de fé para curar. O que eu preciso é manter um relacionamento íntimo com Jesus e crer em Sua Palavra de cura. Quando guardo a palavra de Jesus, peço ao Pai e Ele me ouve; portanto, a minha fé fundamenta-se nas verdades bíblicas. Se creio na Bíblia, devo fazê-lo em todo o seu conteúdo. Guardar a Palavra de Deus não é só crer no que ela diz sobre cura, mas é crer no que ela ensina e viver os seus ensinamentos. Então, nós agradamos a Deus e quando lhe pedimos alguma coisa, Ele prontamente nos responde. Jesus disse que Ele se santificava para o bem de todos os homens (João 17.19). Jesus bem sabia que guardar a Palavra do Pai era essencial em sua tarefa de realizar a obra da salvação. Por isso, Ele se santificava na vontade de Deus. Essa santificação era proveniente da fé que Ele depositava no poder do Pai celestial. Paulo nos revela que a fé é um dom de Deus para que os homens possam realizar Sua vontade. “É o caso de Abraão que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para a justiça” (Gálatas 3.6). Deus havia prometido para Abraão que ele haveria de ser o pai de muitas nações e lhe prometeu um filho e aos quase cem anos de idade, ele recebe a concretização da promessa. Porém, antes disso, veja com atenção o que o texto diz: Abraão creu em Deus e isso (ou seja, a fé que ele teve em Deus não era dele mesmo), foi imputado nele para que cresse na promessa. Quando o homem chega a ponto de crer incondicionalmente na palavra de Deus, então o milagre ocorre. Este ponto de crença que move a pessoa ao lugar de plena obediência ao Senhor, o leva ao lugar de justiça. A justiça é a manifestação da obediência. O ponto de justiça de Abraão foi ter se achegado a Sara esperando na promessa de um filho. A justiça o levou à prática sexual, mesmo que essa fosse contrária à sua avançada idade. Ele não precisou ter fé para ter um filho quando já era velho. Ele recebeu fé de Deus para crer que ele seria pai mesmo em idade avançada. Não é a mesma coisa. Crer que você pode ter um filho, simplesmente, não gera poder de Deus em você. Porém, quando você deposita fé na promessa de Deus, que Ele pode todas as coisas, então você pede um filho, baseando seu pedido na fé de que Ele pode todas as coisas. 2. A justificação é pela fé Fé para a justiça 11 AULA 4
  • 12. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 Quando vemos o poder da fé, compreendemos a revelação de Paulo aos Gálatas: Deus quis justificar o ser humano pela fé e isto quer dizer que o Espírito Santo convence o pecador quando este ouve o evan- gelho da graça de Deus. Por que? Porque a fé foi concedida para que fôssemos justificados na verdade de Deus. O evangelho é o poder de Deus, porque revela as promessas de Deus a nós. Se obedecermos ao que Ele diz, receberemos justificação de nossas vidas. Deus previu isto. O que temos que entender é que não fomos nós que previmos isto, mas sim Deus. A fé, portanto, é o poder de Deus gerado no homem para que creia conforme Sua vontade. Ele quis justificar o homem mediante a fé. Como é isto? Deus em Sua infinita sabedoria e misericórdia formulou um plano para convencer o homem do pecado e justificá-lo pela fé. Às vezes, compreender isso não é tão simples e requer um pouco de atenção para se entender esta passagem bíblica: “Ora, tendo a escritura previsto que Deus justificaria (transformaria as ações dos homens) pela fé, os gentios, pré-anunciou o evangelho a Abraão: Em ti serão abençoados todos os povos” (Gálatas 3:8). Que poder glorioso; Deus sabia e Ele previu a nossa transformação, então ela teria que ocorrer, porque Ele anunciou. A Palavra diz que Ele pré-anunciou o evangelho. Quando Deus disse que justificaria os homens e os salvaria dos seus pecados, este poder que leva o homem a ser o que Deus disse que ele seria, chama-se fé. Fé é um poder exercido em nós pelo poder de Deus, nos conformando com a mensagem do evangelho. Logo, o evangelho é o poder da fé em operação em nós. O evangelho foi pré-anunciado por Deus para que exercesse a Sua própria vontade, segundo a Sua revelação, pelo poder da fé. Paulo afirma então, que a lei não pode salvar o homem; e os que estão debaixo da lei, estão debaixo de maldição.A lei nada mais é do que mandamentos divinos que revelam o pecado do homem. A lei não foi misturada com a fé (Hebreus 4.2), logo, a lei não pode mudar o coração do homem, porque Cristo não havia sido enviado ao mundo como Salvador dos homens. Ele é a nossa fé. É Ele quem exerce força e poder em nós, de conformidade com o que Deus pré-anuncia em Sua Palavra para o homem. Quando nós não temos comunhão com Ele, não temos fé para crer no evangelho. Se não cremos no evan- gelho pela fé, então estamos debaixo da lei. É aí que muitos erram, pois não usam a Palavra para serem mudados por ela e sim, para julgar os outros. Quando usamos a Palavra de Deus para apontar os defeitos dos outros e não para extrair dela o evangelho transformador de Cristo, estamos debaixo de maldição. Por que? Vejamos o texto bíblico: “(...) Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no livro da Lei, para praticá-las”.Quando usamos a lei para condenar os outros, estamos automaticamente compromissados a ter que viver todos os seus mandamentos e é evidente que ninguém é capaz de viver todo o mandamento de Deus, sem a ajuda do Espírito Santo. Por isso, o julgamento é sempre uma marca na vida daqueles que ainda não foram transformados pelo poder do Espírito Santo e sim, convencidos pela lei a respeito de Deus. O Julgamento é uma força contrária à fé, que opera no homem. O julgamento usa o livro para condenar as ações dos outros e a fé usa o livro para moldar o caráter de Cristo em si mesmo. Por isso Paulo afirma que os que julgam são indesculpáveis (Romanos 2.1 e 2) e não são poucos os que, por causa do julgamento, estão fracos e doentes e outros que já morreram (1 Coríntios 11.30 e 31). A fé parte da Bíblia, porque ela é o pré-anuncio de Deus, de todas as coisas que Ele deseja fazer em Sua Igreja. Cristo veio para exercer em nós, o poder de seguirmos os ensinamentos ali contidos através do Seu poder, que a Bíblia chama de fé. A fé, portanto, nos foi concedida para a nossa justificação e não para podermos comprar um carro ou para recebermos uma cura, etc... Precisamos muito entender esta verdade, pois normalmente, devido o homem não compreender isto, ele busca a Deus somente para receber coisas isoladas e não para desenvolver comunhão com Ele. 3. Viver pela fé A Bíblia nos ensina que “o justo viverá pela fé”. Esta revelação bíblica é interpretada erroneamente por muitos crentes na igreja. Às vezes, as pessoas estão sofrendo por falta de entendimento da vontade de Deus e afirmam que estão vivendo pela fé. Isto, porque o sofrimento e a falta de recursos passaram a ser sinal de uma vida de fé. Abraão foi um homem de fé e era rico. Nunca lhe faltou nada. Jó era um homem de fé e tinha abundância de bens. Não ter dinheiro não é necessariamente ter uma vida de fé. O texto precisa ser visto em seu contexto.Deus já nos deu o que precisamos para o nosso crescimento espiritual e a nossa Fé para a justiça 12 AULA 4
  • 13. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 consolidação em Sua justiça (2 Pedro 1.3). Logo, a vida do justo, baseia-se no evangelho de Deus, por isso ele viverá pela fé. Não podemos confundir fé com pedir algo a Deus. A fé nos foi concedida para que crês- semos no Senhor Deus e o pedir, para que alcançássemos Dele, tudo o que Ele promete nos dar. Eu só posso receber de Deus, por crer que Ele é Deus e não por crer que Ele pode me dar o que eu peço. A lei não procede de fé, mas aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. Você vê? Não foi a fé que gerou a lei. É a fé que obedece a lei. A fé exerce o seu poder obedecendo ao que está escrito na Palavra de Deus. O homem não tem capacidade de ver Deus por seus sentidos naturais. Isto precisa ser feito pelos seus sentidos espirituais, por isso, Deus nos deu a Palavra escrita, para que pudéssemos ver seus ensinamentos e mandamentos e, pelo Espírito Santo em nós, recebemos poder para viver estes man- damentos em nossas vidas. Cristo nos resgatou da maldição da lei. Não obedecer todos os preceitos da lei, gera a morte. A maldição da lei é que o homem não tinha o poder de viver todas as suas cláusulas. A força que exercia poder no homem, era a força do pecado, que se baseava na lei para levá-lo a ofender a Deus. Cristo não quebrou nenhuma das leis de Deus. Ele não merecia e nem podia morrer por quebra da lei. Por isso, tornou-se maldição em nosso lugar; isso quer dizer que Ele permitiu que a morte tivesse acesso a Ele, por causa de seu grande amor por nós. Nada, absolutamente nada, poderia tirar a vida de Jesus. A doença não podia penetrar em seu corpo; ninguém poderia matá-lo, pois o seu sangue não poderia ser derramado em nenhuma circunstância. Nenhum acidente poderia acontecer com Ele. A pergunta é: por que? A resposta é simples. A morte é o derramamento de sangue a ponto de perdermos a força da vida. Toda e qualquer enfermidade ou doença afeta o sangue e todo acidente derrama sangue. Logo, o sangue retirado do corpo ou danificado no corpo, gera a morte. Ninguém poderia tocar o sangue de Jesus porque não era contaminado pelo pecado. Jesus morreu porque Ele se entregou à morte por nós. Ele se fez maldição em nosso lugar. A grande pergunta é: Por que Jesus fez isso? Resposta: “(...) para que a benção de Abraão chegasse aos gentios (nós), em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido” (Gálatas 3.14). Aleluia! Para que recebêssemos o Espírito prometido, o Espírito justificador. A benção de Abraão, portanto, é Cristo em nós, a esperança de glória. Em Cristo recebemos fé para crer em Deus e obedecer aos Seus mandamentos. A fé nos foi concedida para nossa justificação nEle. A fé transforma o nosso viver diário, a fim de agradarmos àquele que nos chamou das trevas para a luz. A fé é o poder que justifica o homem em Cristo Jesus. REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL Como vimos nos tópicos de desenvolvimento desta lição, é muito importante o entendimento cor- reto com relação a fé, pois como já foi citado muitos entendem e procuram praticar a fé no sentido de como viver, ou como enfrentar a vida e até mesmo outros entendimentos, quando na verdade a fé nos é dada pelo Senhor para que nos tornemos justos e sejamos transformados em nosso viver, segundo a vontade de Deus e em obediência à Sua Palavra. Sem a verdadeira fé não nos é possível acontecer nada disso em nossas vidas. MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA Oremos uns pelos outros para que o Espírito Santo venha tornar esse entendimento cada vez mais 13 Fé para a justiça AULA 4
  • 14. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 Deus imputa fé no homem para a justiça AULA 5 OBJETIVO Através de outro texto bíblico, darmos continuação aos estudos sobre fé e justificação, visando obtermos maior conhecimento sobre o tema. INTRODUÇÃO Um dos assuntos de difícil entendimento entre os evangélicos é a questão do crente perder ou não sua salvação. Além dessa questão, existe ainda outra dificuldade, o homem tem que fazer algo em prol de sua salvação ou ela procede inteiramente de Deus? As respostas a estas duas questões irão nos ajudar em nosso crescimento espiritual. DESENVOLVIMENTO 1. Entendendo melhor fé na salvação O homem perde sua salvação? Esta é uma pergunta importante. Partindo do âmbito humano e sua experiência de ver muitos que abandonaram o convívio da igreja, a resposta seria sim. No entanto, do ponto de vista da revelação bíblica, não. Se o homem não tem força por si mesmo de vir para Deus, então como ele teria forças em si mesmo para rejeitá-la? Outro ponto importante é como Deus age no homem. Por que Deus levaria o homem a crer em Jesus e depois abandoná-lo para que ele voltasse atrás nesta decisão? A salvação do homem requer um Salvador e este é Jesus Cristo, o Senhor da glória (João 6.37). Jesus não lança fora nenhum daqueles que o pai lhe confiou para a salvação. Pelo contrário, ele os guarda e os livra de todo o mal. Esta é uma promessa que precisa ser crida e retida em nossa confissão de fé. A outra questão é a participação do homem no processo da salvação. A palavra de Deus afirma explicitamente que a salvação é pela graça e não por obras. Isto exclui a possibilidade do homem fazer qualquer coisa que o ponha em lugar de merecer a salvação de Deus. Se a salvação é uma ação divina em direção ao homem, então o homem não tem nenhum mérito próprio nisto. O que confunde muito as pessoas é como Deus processa a salvação no homem. Ele faz isso trazendo a ele um entendimento sobre a Sua vontade, afim de que o homem responda favoravelmente a Ele. Isto se chama justiça de Deus. Deus não faz um benefício quebrando a Sua própria Palavra. Ele não poupou a vida do seu próprio Filho por causa da Palavra. Visando cumprir Sua Palavra, Deus enviou o Espírito Santo para que o homem tenha desejo, e valorize pela fé, as ordenanças de Deus para a justificação de sua alma. Isso parece confundir as pessoas no que diz respeito à busca de um ser mais que a de outros e que a salvação depende de nossa própria força e ação. Isto não é verdade. A nossa salvação acontece em nossa confissão de fé em Cristo Jesus. Nossa santificação e crescimento acontecem para a realização da obra de Deus e a apropriação do Seu reino depende de nossa busca e obediência à Palavra de Deus. Quanto mais estudamos e meditamos no Livro Sagrado, mais nós recebemos poder para continuar no crescimento, porque a fé vem pelo ouvir e o ouvir a Palavra de Deus. Daí a confusão. Nós confundimos salvação com santificação. A primeira nos garante morar com Deus porque o que recebemos nesta confissão é a vida eterna em nosso espírito e é esta vida que nos habilita a entrar no céu. Veja o caso do ladrão na cruz. Ele não teve tempo de fazer algo para dar provas ou de perder sua salvação. Jesus lhe assegurou que o ladrão estaria com Ele no paraíso. Da mesma forma, Jesus nos as- segura que estaremos com Ele no céu, no momento em que o confessamos como Senhor de nossas vidas. Jesus não veio para sair de nós, mas sim para fazer morada em nós. A santificação é outro processo, pois ela depende de nossa busca e nossa decisão diária de andar- mos pelo Espírito. Nós sabemos, pela própria Palavra de Deus, que existe uma oposição entre o Espírito e Deus imputa fé no homem para a justiça 14 AULA 5
  • 15. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 a nossa carne. A carne incita o homem a afastar-se de Deus e o Espírito a aproximar-se Dele. Qualquer um de nós está sujeito a seguir os impulsos da carne e rejeitar a comunhão com o Espírito Santo de Deus. Isto não anula o ato de Jesus por nós na cruz. A Palavra de Deus diz que quando éramos ainda pecadores, ele morreu por nós (Romanos 5.8 e 9). Esta confiança deve prevalecer em todo o crente porque salvação já é um ato em favor de outro. Isto significa que Deus é quem se moveu na direção do homem para salvá-lo do pecado. Tanto o recebimento do Espírito Santo como o crescimento espiritual provém da pregação da fé. É imperativo que o crente se apóie nesta certeza de que aquele que começou a boa obra em nós é poderoso para completá-la. Quando o homem recebe o Espírito Santo, ele não muda imediatamente porque a natureza carnal ainda está viva e enquanto essa natureza carnal opera no homem ele peca contra Deus. Não existe diferença entre pecados para Deus, porém os homens ainda assim querem afirmar que se perde a salvação por causa de alguns pecados que julgam serem imperdoáveis. Quando Jesus vem para o homem, Ele vem para destruir as obras do diabo (1 João 3. 8). O próprio propósito da vinda de Cristo é destruir as obras do diabo. Por isso não podemos aceitar a idéia de que o homem perca sua salvação. O homem recebe sua salvação através do ministério do Espírito Santo, convencendo-o do pecado, do juízo e da justiça (João 16.7 a 11). É o Espírito Santo que age no homem e o leva a crer e confessar Jesus como Salvador de sua vida. Segundo as Escrituras Sagradas, o homem estava debaixo da escravidão do pecado e não tinha nenhuma possibilidade, por si mesmo, de responder à salvação proporcionada por Deus. O Espírito Santo foi concedido por Deus para que o homem fosse salvo através de Sua graça. Se partirmos da premissa de que o homem, por si mesmo, jamais buscaria a Deus, por que então Deus deixaria o homem só? Por que permitiria que o homem voltasse ao que era antes? Nesse caso não faz sentido ser salvo. Se o ato inicial fosse de Deus e ao homem coubesse progredir sozinho a sua caminhada rumo a sua salvação, do que valeria a ação inicial de Deus, visto que o homem tem uma forte tendência de se distanciar do Senhor? 2 – O exemplo de Abraão O texto que agora passaremos a estudar nos trará um pouco mais de luz a este respeito. Antes, porém, vamos estudar o conceito da palavra “pai” no texto sagrado. Isto vai nos ajudar a entender melhor o que Paulo está nos transmitindo através da sua mensagem. A palavra pai expressa um parentesco e também o primeiro de uma série. Deus é o nosso pai. Ele era e existia antes de tudo o que foi criado. Ele é o pai de todas as coisas. Paulo, por exemplo, é o nosso pai no evangelho (1 Coríntios 4.15). Paulo foi o primeiro a pregar salvação aos gentios. Portanto, pai, tem um significado de ser o primeiro a receber uma determinada ação ou aquele de quem se recebe o sustento, cuidado e provisão. O capítulo 4 de Romanos começa com uma pergunta: “(...) que, pois, diremos ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?” (Romanos 4.1). A pergunta feita tem a ver com a fé que o nosso pai Abraão recebeu de Deus para crer em Sua promessa. Assim como ele, nós também temos a promessa de receber- mos fé para o que Deus tem nos prometido, a estatura de um Varão perfeito e que venceríamos o mundo e toda a sua concupiscência. A grande revelação de Paulo aqui, é que o homem não é salvo pelas suas obras. Não foi Abraão quem buscou Deus para oferecer-se como pai das nações. Foi Deus quem buscou Abraão para que este O servisse num plano maravilhoso de salvação das nações e gerações que viriam. Não é o homem que busca Deus para se oferecer como instrumento de Seu uso. É Deus quem usa o homem como instrumento de Sua vontade. Além disso, Deus é quem determina o curso da história e usa o homem como instrumento do Seu grande amor por Sua criação. A salvação é fruto da justificação de Deus no homem. A justificação é o processo de mudança no caráter do homem. Isto não é produto do seu próprio esforço. Se isso fosse possível, então a salvação seria por obras. Obra significa o esforço humano de se conseguir algo por si mesmo. Abraão não foi justificado por que teve capacidade própria de crer na promessa de Deus. “Porque, se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus. Pois que diz a escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para a justiça” (Romanos 4. 2 e 3). É bom lembrar que a promessa feita a Abraão foi a de um filho que lhe estenderia a geração. Abraão já era de idade avançada e também sua esposa Sara. Ambos já Deus imputa fé no homem para a justiça 15 AULA 5
  • 16. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 haviam passado a idade de ter filhos, porém a Bíblia diz que Deus imputou fé no coração de Abraão para que lhe fosse gerado um filho. Não foi sua capacidade de crer que o levou a ter o filho, mas sim a fé que lhe foi imputada no coração para que fosse cumprida a justiça de Deus nele. Deus só age em alguém mediante a fé. Por isso, Deus primeiro pôs fé no coração dele, para não quebrar seus próprios princípios. Aleluia! A grande revelação do texto não é falar sobre o que Deus fez com Abraão e sim o que Deus faz e fará conosco. “E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça (força para mudança e conformidade com Ele), independentemente de obras: Bem aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado” (Romanos 4.6 a 8). São exatamente os nossos pecados que nos separam do nosso Deus. A fé que Deus promete a nós é a que nos livrará dos pecados. Isso não será feito por nós mesmos e sim pela vontade de Deus. À primeira vista, essa intervenção divina no homem, não parece ser tão importante assim; mas pare e reflita nisso: se eu e você tivéssemos que obedecer toda lei em nossa própria força, como poderíamos alcançar salvação? Por isso a graça de Deus é maravilhosa. Ela nos traz a um ponto de convergência, a fim de que a fé seja imputada em nosso espírito. Esta fé é gerada em nós pelas promessas de Deus em sua santa Palavra. 3. A fé que vence o mundo A fé é a força gerada em nosso espírito para crermos nos desígnios de Deus para as nossas vidas. Existe uma força maligna operando neste mundo hoje. O mundo revela uma sabedoria fenomenal que parece arrastar os homens como uma grande avalanche de neve. A ciência é algo muito forte nos tempos hodiernos, convencendo o homem de sua própria força e poder. Como escaparemos desta força mundana? O sexo livre é outra força ameaçadora. As drogas, as diversões mundanas, o dinheiro, o luxo e a fama, tudo atrai o homem e o leva a desejar mais e mais, a ser parte deste sistema infernal. Como os nossos filhos podem escapar desta força descomunal? Às vezes ficamos pasmados com as notícias ouvidas nos jornais do rádio e da televisão. É muito difícil crer que alguém passe ileso desta força operante nos homens que conta hoje com a proliferação em massa destas ofertas mirabolantes. Sim, a grande pergunta é como escaparemos do mundo? A resposta simples para a vitória do homem sobre o mundo é a fé. Aleluia! Fé? Apenas isso? Não é assim que as pessoas dizem? Veja o texto sagrado: “Abraão esperando contra a esperança, creu, para vir a ser o pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência” (Romanos 4.18). Esta é a nossa âncora (Hebreus 6.19). A fé nos será imputada para servirmos ao nosso Deus em toda a sua revelação bíblica. Nós, os filhos de Deus, devemos crer que venceremos o pecado em nossas vidas. É verdade que a Bíblia diz que a ciência se multiplicaria, que a iniqüidade do mundo aumentaria. Porém, também é verdade que a graça superabundaria sobre o pecado. Por isso devemos ficar seguros de que, no tempo certo, Deus imputará fé para destruirmos o pecado em nossos corpos mortais. É para esta esperança gloriosa que Paulo usa a promessa feita a Abraão e a menciona em sua revelação sobre a ação de Deus em nós para a salvação. Ele esperando contra a esperança, creu. A esperança que o Espírito Santo gera em nós é maior do que a esperança do homem, mesmo quando nós não esperamos mais algo porque nossa capacidade de crer se esgota. Deus imputa fé em nós para esperarmos nele o cumprimento de Sua promessa. A fé não enfraquece no filho de Deus, ela aumenta. É isso mesmo. Deus não nos chamou para a derrota e sim para a vitória. A nossa vitória é a fé em nosso Senhor Jesus Cristo (1 João 5.4). A nossa fé vencerá o mundo. Deus não imputa o pecado no homem. Ele imputa fé. Por isso devemos manter esta con- fiança nEle. Esta confiança não vem de nós mesmos. Isso seria obras para a fé. Essa confiança em Deus é posta em nós para a justiça divina operar em nossos corações. Ele prometeu isso em Hebreus 8.10 a 12. Suas leis seriam colocadas ou imputadas em nossas mentes. Irmãos queridos aguardem esta ação divina em seus espíritos. A fé será imputada a você para dar cumprimento à promessa. Assim como foi feito com Abraão, será feito com você. Sim, você é muito importante para Deus. É você quem está vivo hoje e não Abraão. A promessa foi feita à descendência de Abraão e em Cristo somos descendência de Abraão. Logo, você é o alvo desta manifestação sobrenatural de Deus em seu espírito – a fé lhe será imputada (Romanos Deus imputa fé no homem para a justiça 16 AULA 5
  • 17. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 4.20). Deus fez uma Nova Aliança conosco. Nesta aliança ele faz muitas promessas como fez a Abraão e ao Seu povo no passado. Não vemos registrado nenhum fracasso do povo de Deus em qualquer uma des- tas promessas. Por que fracassaríamos nós em nossa salvação? Por isso devemos permanecer firmes em nossa confissão de fé (Filipenses 2.15 e 16; 1 Timóteo 1.18 e 19 ). Nós somos herdeiros desta promessa: “(...) e não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta, mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Romanos 4. 23 a 25). Todas as bênçãos de libertação de Deus para o homem estão condicionadas à sua crença em Jesus e à sua ressurreição dos mortos. Esta capacidade de crer vem pela fé imputada em nosso coração. Cada transgressão do homem será removida pela fé na Palavra de Deus, a graça de Jesus Cristo nos livrará de todas as injustiças geradas em nós pelo pecado. Por isso Jesus Cristo é o nosso justificador. Pela fé em Suas gloriosas promessas, nós receberemos como herança a Sua própria natureza divina (2 Pedro 1.3 e 4). A ressurreição de Jesus se deu para a nossa justificação. Este é o propósito de Deus para nós. Para isso ele imputará fé em nosso espírito. Para aguardarmos sua ação de salvação em nossos espíritos. Ele morreu por causa das nossas transgressões, porém ressuscitou por causa da nossa justificação. Justificação fala de mudança genuína. Não importa a força do pecado. Jesus ressuscitou dos mortos (Romanos 10. 6 a 11). A conclusão desta revelação é, portanto, esta: a fé de Jesus Cristo em nós vencerá todo o pecado e a força sedutora do mundo. Não importa quão negra as coisas estejam. Jesus é a nossa esperança de glória e de vitória, pois não há poder ou força sedutora que nos possa separar deste grande amor de Deus (Romanos 8.35 a 39). Não, não devemos temer a perda de nossa salvação, porque ela é independente da força humana, da obra do homem. A nossa garantia de salvação está no Espírito Santo que nos sela para a vitória eterna (2 Coríntios 1.22); (Efésios 1.13 e 14). Se estamos selados para a salvação, por que duvidar disso? Vamos crer para a justiça. Isso lhe será imputado. Amém! REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL Não importa o quanto seja sedutor o mundo nos dias de hoje. A Bíblia diz que aonde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus; isto é , independentemente dos tipos de pecados ou tamanhos de pecado, temos a fé imputada em nossos corações para vencermos o mundo e tudo o que ele possa nos apresentar. Aleluia! É a fé que vence o mundo. Importante destacar que a nossa salvação, verdadeiramente não é por obras, como foi bem explicado, mas pela graça e manifestação de Deus em nós. MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA · Ore e agradeça a Deus pela promessa da nossa vitória em Cristo Jesus. · Peça a Deus que Ele impute em nós a fé para a vitória sobre o pecado e o mundo. Interceda em favor daqueles que ainda não conhecem as promessas de Deus para que se convertam Deus imputa fé no homem para a justiça 17 AULA 5
  • 18. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 A justificação pela fé AULA 6 OBJETIVO Reconhecer que a nossa justificação é fruto da obra de Deus em nosso interior, através da fé que Ele mesmo nos concede. INTRODUÇÃO O assunto sobre fé e justificação é por demais abrangente e pode ser estudado sobre vários aspectos e ângulos de enfoque do assunto. Nesta lição, estaremos abordando um pouco sobre tribulação, perseverança e ainda sobre o pecado hamartia e o pecado paraptoma. Vale a pena participar e meditar desta lição, pois coisas novas lhe serão acrescentadas. DESENVOLVIMENTO 1. Recapitulando alguns significados Para uma melhor compreensão do nosso estudo, vamos primeiro recapitular os significados de: justificação, fé e graça. A justificação é o poder de Jesus Cristo, através do seu Espírito, de mudar as manifestações do pecado em manifestações de graça. No pecado, o homem manifesta trevas em seu viver diário, porém na graça, ele manifesta luz em sua vida diária. Para que possamos estar aptos a receber as boas dádivas de Deus, é preciso estar na justiça de Deus. Justiça é o lugar de obediência a Deus. Ser justo é ser obediente aos mandamentos do Senhor Deus. Ser justo é viver para o prazer de Deus. Somente pela força do Espírito Santo em nossas vidas é que podemos viver em santidade para o nosso Pai celestial. A fé é a concordância com Deus que produz o testemunho do que Deus irá fazer. Por isso, o autor de Hebreus, assim define a fé: “(...) fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreus 11.1). O fundamento é a Palavra sobre a qual a fé irá operar. Nesta Palavra de Deus, devemos permanecer firmes na confissão, na constância, e total confiança em Jesus Cristo. Esta força não é resultante da capacidade humana de crer. Ela é resultante da influência que o Espírito de Deus exerce sobre nossas mentes. A fé é o testemunho da justiça que opera em nossos corações. A fé revela as intenções de Deus, manifesta o Seu poder através de uma confissão segura do que se recebe no espírito. A graça é a força que opera influência na mente e no coração do homem. Pela graça é que o Espírito Santo convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. A graça é a força gerada pelo Espírito no interior do homem, levando a ver o seu estado de pecado e necessidade de mudança. A graça revela a verdade das escrituras ao homem. A graça é mais que um favor imerecido, ela é a força que transforma o pensamento do homem sobre Deus e sua palavra. Quando estudamos os significados destas três dimensões do Espírito de Deus, vemos que os três estão interligados. O homem precisa ser justificado para agradar a Deus. Ninguém pode agradar a Deus, sem fé, logo, a fé é a força que produz a justificação do homem. A fé não é gerada até que o homem deixe o pecado e volte-se para o Deus verdadeiro. A graça é a força que convence o homem de voltar-se para Deus. O capítulo cinco de Romanos revela como estas três maravilhosas provisões de Deus operam em favor de nossa salvação. 2. O propósito das tribulações Quando o homem é justificado por Deus, mediante a sua fé, ele passa por um processo de tribula- ção a fim de poder prosseguir em seu crescimento espiritual. Parece ser este o procedimento de Deus com aqueles que são edificados em Seu Espírito. Jesus passou pelas mesmas tribulações que nós. Hoje Ele habita ricamente em nosso espírito produzindo a esperança da glória de Deus em nossas vidas. Embora A justificação pela fé 18 AULA 6
  • 19. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 o Espírito Santo habite em nós, ainda precisamos que Ele tome a nossa natureza humana. Existe uma promessa maravilhosa de Deus que herdaríamos a natureza divina pelas suas gloriosas promessas (2 Pedro 1.4). A esperança é que produz o poder de prosseguirmos nesta busca preciosa. Ao mesmo tempo em que nós nos gloriamos na esperança, também nos gloriamos nas tribulações. O propósito destas tribulações é gerar perseverança. A perseverança é força gerada pela presença do Espírito em nós, que nos leva a uma constância de confissão, poder e resistência em Deus, até que alcancemos a promessa da plenitude em Cristo. Sem este poder de resistência, nós fracassaríamos no primeiro problema que encontrássemos. É muito comum, as pessoas dizerem: O crente não deixa de ter problemas ou dificuldades, ele recebe poder para enfrentá-las. Este poder que o crente recebe para superar as tribulações, é o que Paulo chama de per- severança. Existem pessoas que possuem forças e poder de enfrentar problemas de forma natural. Muitas vezes elas confundem os imaturos na fé pelas suas próprias resistências. Creio que por isso Deus nos põe à prova, para impossibilitar que o homem alcance salvação pelas suas próprias obras ou poder. A perseverança nos introduz a experiência com o nosso Deus. A perseverança nos leva a experiência do teste. Deus testa a fé de cada pessoa. Somente a fé que foi produzida pelo Espírito Santo no homem, resiste ao teste da perseverança. A experiência é a aprovação da fé verdadeira. Ninguém pode chegar à plenitude da estatura em Cristo, sem percorrer o caminho da fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Esta fé nos é imputada quando o Espírito de Deus sobrepõe o espírito humano em seus corpos mortais. Agora a fé que está sendo testada é a fé do próprio Cristo que se tornou um com o homem. Ninguém pode vencer esta fé. Nenhuma provação, por maior que seja, jamais conseguirá neutralizar a perseverança produzida no interior daquela pessoa. Quando a perseverança termina sua obra, ela resulta numa experiência de vitória para o crente. Ao mesmo tempo em que ela produz uma experiência para o crente, produz, também, maior desejo de prosseguir em seu alvo de alcançar uma estatura de Varão perfeito. Portanto, a perseverança é o meio pelo qual o Espírito de Deus manifesta Sua eficácia em nos tornar homens com uma natureza divina. O próximo passo a ser alcançado é a esperança. A esperança é assim definida pela palavra grega elpis: expectativa, antecipar geralmente com prazer. Trata-se de uma confiança de se alcançar um ponto almejado. Para isso ela produz um certo gozo antecipado daquilo que se está por receber. A esperança é o resultado do amor de Deus derramado em nossos corações. “Ora, a esperança nos confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5.5). A palavra confundir, tem o significado de envergonhar, ou melhor, não é envergonhada ou não pode ser parada em sua caminhada rumo ao alvo da estatura de Cristo. O pecado é a única força que pode neutralizar o caminho da esperança. Porém, antes da esperança ser manifestada, já vimos a ação da perseverança que resiste ao pecado, a dádiva da experiência que é a vitória sobre o pecado. A esperança é a força gostosa derramada em nosso espírito que nos impulsiona a prosseguir com o Espírito Santo ao fim proveitoso da fé. A esperança é o fruto do amor de Deus por cada um de nós. O amor é o alvo supremo do crente. A cada vitória conquistada, um pouco mais do amor de Deus é derramado em nosso espírito. O amor é Deus e Deus é amor. Logo, este amor revelado por Paulo, é o Espírito de Deus que toma mais um pouco de nossa natureza humana. Deus, ao nos tomar pelo Seu Espírito concede-nos mais glória e mais fé em nosso espírito. Com isso se cumpre a Palavra de Deus em Romanos 1.17 e 2 Coríntios 3.18. Este amor maravilhoso de Deus não pode ser desprezado pelo homem. Por isso a Palavra de Deus revela esse amor com muita clareza e segurança. Deus age primeiro levando o homem a compreender e crer em seu amor. O poder das Escrituras é possível quando o Espírito nos convence de Sua verdade pela graça. Quando nós éramos fracos, é a expressão usada por Paulo, Jesus morreu por nós. Todo o argumento é a forma de como a fé será imputada em nossas mentes para a justiça de Deus se cumprir em nós. Para recebermos o Seu Espírito em nós devemos confessar que Jesus Cristo morreu por nossos pecados. Ao nos revelar tal amor, Paulo não está realmente querendo nos convencer de que Jesus Cristo nos amou, ele está revelando como o homem pensará e crerá para que a justiça de Deus se estabeleça nele. Abraão recebeu a mesma força na Palavra de Deus, para que a justiça de Deus fosse estabelecida pela sua fé. A fé é a força gerada para a concordância com o pensamento de Deus. Deus não muda a Sua Palavra, por isso é necessário que o homem pense e creia como Deus pensa. A salvação do homem está condicionada à sua crença neste grande amor de Deus demonstrado em Seu Filho na cruz do calvário. A reconciliação foi a obra de Deus em nosso favor. Reconciliação é a palavra grega katallaso, que A justificação pela fé 19 AULA 6
  • 20. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2 significa mudar mutuamente, fazer diferença. A reconciliação é a obra de mudança requerida para que Deus não quebre a Sua Palavra. Se formos mudados para a justiça quando éramos pecadores, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por Ele salvos da ira (Romanos 5.9). Aleluia! Veja que a Palavra de Deus está produzindo em nós perseverança nesta revelação. Ficamos mais fortes e constantes quando recebemos esta revelação em nosso espírito. A perseverança atua esta força em nós, conduzindo-nos a uma experiência de vitória pela validação de sua palavra. Não se esqueça de que Deus imputa a fé pela palavra revelada. A experiência abre o caminho para a esperança que é o resultado deste amor revelado em nossos corações. Que maravilha servimos a este Deus. Além da reconciliação é necessário crermos no mediador desta obra. Todo o restante do capítulo visa o mesmo fim dos versos já explicados anteriormente: imputar fé em Jesus Cristo como o único Salvador de nossas almas. O pecado foi o causador da morte do homem e a graça o meio de revivê-lo para o nosso Deus. A graça é o poder de Deus para salvar o homem do pecado. O pecado, como vimos é a força exer- cida pela morte do homem. Por uma só ofensa a morte entrou no homem e gerou o pecado nele. Para que possamos entender melhor isso, devemos ver mais uma vez os termos: hamartia e paraptoma. Hamartia é a união entre o espírito humano e o espírito da morte. Significa errar o alvo. O nosso alvo sempre deve ser Cristo e não os espíritos que habitam em nossa carne. Quando nos ligamos a um destes espíritos estamos em hamartia . O resultado são os paraptomas. Paraptomas são ofensas causadas pela hamartia. Nós ofendemos a Deus por causa da hamartia. Por isso devemos pedir a Jesus que nos livre da hamartia e não dos paraptomas. Se nos livrarmos dos paraptomas, é bem provável que voltemos a praticá-los adiante. É aí que atua o espírito do engano. Muitas pessoas experimentam uma pequena trégua em si, quando pedem perdão pelos seus paraptomas e após algum tempo ele experimenta as mesmas ofensas a Deus em seu ser. Por quê? Porque ele não foi liberto do espírito que opera nele e sim enganado por não ver mais a manifestação deste espírito. O engano é fatal e gera fraqueza. Ele atinge a perseverança do crente. Não se deixe enganar mais, peça a Jesus que o livre da hamartia. Creia que sua ofensa vem pelo poder do pecado em você, porém, creia, também, no que a Palavra de Deus diz: “O pecado já não tem domínio sobre vós”. O pecado só está presente para enaltecer o poder da graça. Lembra-se de Gálatas? O pecado já foi vencido na cruz de Cristo. Nenhum espírito maligno tem o poder de me reter em suas garras, quando o Espírito Santo me segura pelo amor. A justificação é a obra maravilhosa do poder da graça de nosso Senhor Jesus Cristo em nossas vidas. O Senhor Deus deseja nos ouvir e nos dar tudo o que pedimos a ele. Isso só pode acontecer mediante a Sua justiça. Deus não quebra a Sua Palavra. Ele leva o crente a viver esta palavra para que a justiça seja estabelecida em prol do homem. Para que esta justiça seja implantada em nós precisamos receber Sua natureza divina em nosso espírito. Para isso foi que Deus enviou o seu Filho amado, a fim de que Ele nos concedesse o Espírito de adoção em nosso interior. Pedro nos revelou tal verdade (2 Pedro 3.12). Amemos a Deus porque Ele nos fez justificados para recebermos suas incontáveis bênçãos. REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL O amor de Deus pela vida de cada um de nós é o mesmo ainda hoje. O livro de Hebreus nos diz: Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. Aleluia! Ele quer nos libertar e livrar do pecado, nos salvar, justificar para que sejamos iguais a Ele e por fim recebermos todas as suas bênçãos em nossas vidas. MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA · Agradeça a Deus, mesmo quando você estiver passando por tribulações, pois elas são para que tenhamos perseverança e experiências com o nosso Deus. · Peça a Deus que haja entendimento destes ensinamentos em nossas igrejas e que o Espírito de Deus venha operar justiça em cada um de nós. A justificação pela fé 20 AULA 6