3. 78
Um ramo na mão tinha... Mas, ó cego,
Eu, que cometo, insano e temerário,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário!
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário
Que, se não me ajudais, hei grande medo
Que o meu fraco batel se alague cedo.
4. 81
E ainda, Ninfas minhas, não bastava
Que tamanhas misérias me cercassem,
Senão que aqueles que eu cantando andava
Tal prémio de meus versos me tornassem:
A troco dos descansos que esperava,
Das capelas de louro que me honrassem,
Trabalhos nunca usados me inventaram,
Com que em tão duro estado me deitaram.
5. 82
Vede, Ninfas, que engenhos de senhores
O vosso Tejo cria valerosos,
Que assim sabem prezar, com tais favores
A quem os faz, cantando, gloriosos!
Que exemplos a futuros escritores,
Pera espertar engenhos curiosos,
Pera porem as cousas em memória
Que merecerem ter eterna glória!
83
Pois logo, em tantos males, é forçado
Que só vosso favor me não faleça,
Principalmente aqui, que sou chegado
Onde feitos diversos engrandeça:
Dai-mo vós sós, que eu tenho já jurado
Que não no empregue em quem o não mereça,
Nem por lisonja louve algum subido,
Sob pena de não ser agradecido.
6. 84 Nem creiais, Ninfas, não, que a fama desse
A quem ao bem comum e do seu Rei
Antepuser seu próprio interesse,
Inimigo da divina e humana Lei.
Nenhum ambicioso, que quisesse
Subir a grandes cargos, cantarei,
Só por poder com torpes exercícios
Usar mais largamente de seus vícios;
85 Nenhum que use de seu poder bastante,
Para servir a seu desejo feio,
E que, por comprazer ao vulgo errante,
Se muda em mais figuras que Proteio.
Nem, Camenas, também cuides que canto
Quem , com hábito honesto e grave, veio,
Por contentar ao Rei no ofício novo,
A despir e roubar o pobre povo.
7. 86 Nem quem acha que é justo e que é direito
Guardar-se a lei do Rei severamente,
E não acha que é justo e bom respeito,
Que se pague o suor da servil gente;
Nem quem sempre, com pouco experto peito,
Razões aprende, e cuida que é prudente,
Para taxar, com mão rapace e escassa,
Os trabalhos alheios, que não passa.
87
Aqueles sós direi, que aventuraram
Por seu Deus, por seu Rei, a amada vida,
Onde, perdendo-a, em fama a dilataram,
Tão bem de suas obras merecida.
Apolo, e as Musas que me acompanharam,
Me dobrarão a fúria concedida,
Enquanto eu tomo alento descansado,
Por tornar ao trabalho, mais folgado.
8. Reflexão do poeta
Crítica os Portugueses por não lhe darem o devido
valor, nem valorizarem a sua obra;
Não vai cantar a ambiciosos, nem aos que abusam do
seu poder;
Crítica os oportunistas;
Vai cantar aos que dão a vida por Deus e espalham a
fé.
10. “(…) Na verdade, esses “fertilizantes” e “incensos”,
vendidos a preços que vão dos 4,5 euros aos 40 euros ou mais, não
alimentam a terra nem perfumam a casa: são substitutos químicos – e
legais – de drogas ilegais como cocaína, ecstasy, LSD e canábis. Mas não
são vendidos dessa maneira: de acordo com o discurso oficial dos
proprietários das lojas, os produtos não se destinam, de maneira
nenhuma, ao consumo humano. Mais: afirmam que não têm nada a ver
com as drogas vendidas por traficantes. A tentativa de ocultar a
realidade prossegue nas embalagens. No invólucro do “fertilizante”
Charlie, por exemplo, há um anjo-diabo de sorriso maquiavélico, em vez
de um tufo de relva bem verde – mas as instruções de utilização são
dirigidas a pretensos jardineiros: (…)
11. O problema é que nada disto resiste ao choque com a realidade. Nem à
primeira pergunta de um potencial cliente. As dicas de utilização que o
funcionário da Freemind deu à SÁBADO não bateram certo com as da
embalagem. (…) Joaquim Margalho Carrilho, psiquiatra e especialista em
medicina de adição, explica à SÁBADO que as smartshops só podem vender
produtos deste género porque as substâncias utilizadas não constam das
listas de substâncias psicoactivas proibidas. Ou seja, existe um vazio legal:
“Muitos dos componentes destas drogas são altamente tóxicos, o problema é
que são também desconhecidos e quem as faz está constantemente a alterá-
los. Até um laboratório de toxicologia forense tem dificuldades em
identificar estas substâncias.” (…)
Revista SÁBADO, 10 de Janeiro de 2013
12. Na entrevista com Oprah Winfrey,
gravada a 14 de janeiro, Armstrong garantiu que a última vez
que se tinha dopado tinha sido em 2005 e que não o tinha feito
em 2009 e 2010 quando voltou à competição para correr de
novo no Tour de França.
Armstrong perdeu os sete títulos da Volta à França e está
afastado para sempre do ciclismo sendo que o organismo
norte-americano anti-doping considera que participou no
programa de doping "mais sofisticado, profissional e com
sucesso que o desporto alguma vez viu".
Jornal EXPRESSO, 26 de Janeiro de 2013
14. Reflexão do poeta Actualidade
Crítica os portugueses por não lhe
Não darmos valor ao que é nosso
darem o devido valor nem à sua
(cultura, literatura, etc).
obra.
Crítica os ambiciosos pelo abuso
de poder. Caso Armstrong.
Critica os oportunistas. Smartshops e a lei portuguesa
sobre estas lojas.