O documento discute as tendências da TI para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O mercado de TI precisa se preparar para suportar a demanda por transmissão de imagens, uso de celulares e internet pelos torcedores, além de garantir infraestrutura, segurança e transporte para o evento. Especialistas estimam que a Copa terá uso massivo de dispositivos móveis e que a estrutura de TI deve ser robusta para não falhar durante o torneio.
Os Desafios e as Oportunidades para TI no Mundo Pós-Pandemia
TI entra em campo para Copa 2014
1. negócios & tic – tecnoLogia da informação e comunicação
ano V – número 19
tendências
mídias sociais:
sua empresa está
preparada?
copa 2014
ti entra
em campo
Eduardo BrunEtti,
gErEntE dE projEtos
da MarítiMa sEguros
encarte especiaL seguros
tecnologia
garante
retomada
3. visão
A TI de bola cheia
w w w. d e c i s i o n r e p o r t. c o m . b r
N OV E M B R O 2 010
Direção e eDição geral O Brasil ganhOu a disputa para sediar a Copa 2014 e as
Graça Sermoud Olímpiadas em 2016, mas antes da bola rolar a ti pode sair
gsermoud@conteudoeditorial.com.br
vencedora. tudo vai depender, no entanto, da performance dos
reportagem
Léia Machado jogadores e da estratégia em campo. Os grandes fornecedores de
lmachado@conteudoeditorial.com.br ti, sem exceção, já definiram suas táticas.
ColaBoraDoreS a má notícia é que o governo pouco fez até o momento no sentido
Charles Nisz
júlia Zillig
de preparar o terreno para a competição. setores como transpor-
Priscila Andrade te, telefonia, logística e segurança pública demandarão investimentos pesados. a boa nova
Silvia Angerami
é que, cedo ou tarde, o movimento irá acontecer.
CorreSpoNDeNteS pesquisa realizada pela Brasscom (associação Brasileira de Empresas de tecnologia da infor-
Alda Campos, Europa
Gilda Furiati, Brasília mação e Comunicação), em parceria com a telcomp (associação Brasileira das prestadoras de
Vera Dantas, Rio de Janeiro
serviços de telecomunicações Competitivas) revela que, por enquanto, os aportes previstos
DeSigN em ti não serão suficientes para suportar a demanda.
Rafael Lopes Lisboa
segundo o estudo, dos r$ 57 milhões de gastos calculados, só 10% são contabilizados para a
FotograFia
Izilda França
tecnologia da informação. O palpite do setor é que o percentual aumentará substancialmente
com a proximidade dos jogos. no Panorama desta edição, Decision Report traça o cenário da
Direção De marketiNg
Sergio Sermoud peleja e mostra que o placar pode, sim, terminar favorável para o segmento.
ssermoud@conteudoeditorial.com.br a edição aborda ainda outro tema polêmico e de grande interesse, o efeito das mídias sociais na
eXeCUtiVo De CoNta infraestrutura de ti das empresas. hoje, não cabe mais aos líderes de tecnologia questionar as
Débora Garbosa
dgarbosa@conteuedoeditorial.com.br redes sociais como benéficas ou não para o business das empresas. a grande pergunta é como
torná-las parte do negócio. E mais, garantir que o ambiente tecnológico suporte o tráfego.
CoorDeNaDora De eVeNtoS
Gabriela Makhoul O setor de seguros é a vertical em destaque. após o impacto da crise econômica no ano
gmakhoul@conteudoeditorial.com.br
(11) 5049.0202, ramal 35
passado, o segmento deu um salto em 2010 e a ti tem tudo a ver com isso. se antes as segu-
radoras ficavam atrás dos bancos no volume de investimentos em tecnologia, agora já dis-
ColaBoraDor
Marcos Carvalho putam palmo a palmo. Contribuíram para a mudança, principalmente, o aumento do poder
mcarvalho@conteudoeditorial.com.br aquisitivo dos consumidores das classes C e d e o aquecimento das vendas de veículos com a
gereNte aDmiNiStratiVo redução do ipi sobre os carros novos.
Fabiano Melo
fmelo@conteudoeditorial.com.br por fim, não menos importante é a retomada da discussão em torno da criação de uma lei
de Crimes Cibernéticos na Risk Report. O debate está de volta e o assunto requer uma ampla
discussão envolvendo todos os setores, o governo e a própria sociedade. afinal, o mundo
A revista Decision Report é uma publi- virtual traz, a cada dia, mais e mais desafios reais.
cação da Conteúdo Editorial, uma em-
presa de produtos e serviços editoriais Esses e outros temas dividirão o palco do security leaders, Congresso e premiação dos líderes
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decision report 3
4. síntese
VeRtICAIs
> FINANÇAS
14 DESAFIO: Setor de
seguros busca novo
perfil de consumidor
20 SOLUÇÃO: Renovação do
parque de soluções de TI
22 VALOR: Marítima: Nova
GuilherMe bujes,
diretor da sap 14 cultura provoca mudanças
tenDÊnCIAs
> mídIAS SocIAIS:
SuA rede eStá
prepArAdA?
C
24 Como conviver com a
M
mídia social na empresa
e ainda agregar valor Y
CM
Mark urban, diretor
da blue coat 24 PA n O R A M A
MY
CY
> NoS bAStIdoreS
CMY
K
do jogo
06 MERCADO: TIC não
pode ficar fora dos
preparativos para a Copa
Moisés santos, riscos
e prevenção à fraude
da redecard 34
RIsK RePORt
33 Legislação e tecnologia
unidas contra o crime digital
fernando santos,
da check point 42 42 Virtualização e Cloud
Computing desafiam a
Segurança da Informação
4 decision report
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6. pa n o r a m a mErCaDo
C
Nos bastidores do jogo
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MUITOS BYTES ENTRARÃO EM CAMPO em ti para a copa do Mundo. A decision report fez um raio CY
ANTES DA BOLA ROLAR NOS GRAMADOS DA X da situação para identificar como está esse planejamento, CMY
COPA DO MUNDO DE 2014 NO BRASIL. DA pois falta pouco mais de três anos da abertura do Mundial de K
2014, no Brasil.
INFRAESTRUTURA À SEGURANÇA, A TI VAI
shadrach Appana, diretor da deloitte na África do sul e
PERMEAR TODO O CENÁRIO DO MUNDIAL
coordenador dos programas de obras da copa do Mundo
por CHArLES nISZ
naquele país, aposta no celular como principal dispositivo a
ser usado pelos torcedores: “A copa de 2014 terá uso massi-
A CopA do Mundo é um dos eventos esportivos mais vo de celulares para assistir os jogos, comentá-los via sMs,
aguardados do planeta. A cada quatro anos, 32 seleções uso de internet banking, confirmação de passagens e de
entram em campo para saber qual país é “o dono da bola”. reservas. É desperdício usar o celular apenas para conversar.
em 2014, a campeã espanha terá seu título colocado à isso exigirá banda larga robusta e veloz”, opina. em 2014, as
prova, ao jogar no Brasil. Mas antes que se concretize a atuais redes 3G provavelmente estarão ultrapassadas e os
tentativa das outras seleções de destronar a “Fúria” espa- turistas poderão chegar aqui com dispositivos 4G de altíssi-
nhola, muitos bits e bytes entrarão em campo para garantir ma velocidade de transmissão.
a realização do torneio. de acordo com a Fifa, em 2006, a copa teve uma audiên-
no jogo da tecnologia, a primeira missão é garantir a cia acumulada de 23,6 bilhões de pessoas. em 2014, estima-
transmissão das imagens do evento: afinal, a maior parte das se que, além das tVs de alta definição e com capacidade
receitas da Fifa (Federação internacional de Futebol), organi- interativa, deverá haver em todo o mundo 2,25 bilhões de
zadora do Mundial, vem justamente dos direitos de transmis- computadores e mais de seis bilhões de celulares. Alguns
são dos jogos. Mas engana-se quem pensa que a tecnologia estudos apontam que o crescimento mundial da banda larga
da informação vai influir apenas na transmissão da copa. será de 176% entre 2007 e 2012. A internet é, portanto, um
infraestrutura, segurança, transporte, construção civil, ponto crítico que deverá ser visto com atenção, para garantir
gestão e deslocamento dos torcedores serão impactados que os serviços de mídia sejam entregues em todo o mundo
por todo o planejamento e investimento a serem realizados com padrão internacional.
6 decision report
7.
8. pa n o r a m a mErCaDo
“A ESTRUTURA DE SERVIDORES DEVE
ESTAR BASEADA EM GRIDS: AINDA
QUE UM DOS NÓS DA REDE CAIA, O
RESTANTE DO SISTEMA CONTINUARÁ
FUNCIONANDO”
ALEXANDRE KAZUKI, diretor de Marketing da ESSN da HP
o último Mundial, na África do sul, bateu recordes de
audiência de notícias na web e apresentou novas formas de
acompanhamento dos jogos. Uma das grandes sensações
daquela copa foi o twitter. o termo #worldcup ocupou lugar
cativo no ranking dos assuntos mais comentados no micro-
blog. para ter idéia do interesse gerado pela copa, basta
saber que a média de mensagens por segundo no twitter é
de 750, mas na copa esse número chegou a 3283, quando o
Japão marcou um gol contra a dinamarca. Foi a primeira vez
em que a tV não mais pautava as notícias, e sim a internet.
A demanda por telefonia na copa também será elevada.
em são paulo, ocorrem hoje entre 60 e 80 mil chamadas
simultâneas. para efeito de comparação, houve um pico rede caia, o restante do sistema continuará funcionando”.
de 220 mil chamadas simultâneas na abertura dos Jogos taurion e Kazuki enfatizam que o investimento em ti feito
olímpicos de pequim, em 2008. Várias questões devem para a copa deve ser planejado de modo que essa infraestru-
ser resolvidas, como o custo do roaming, que precisa ser tura possa ser utilizada depois do evento em outros projetos.
transparente aos turistas, e o uso de celulares para prover isso leva a pensar a ti como parte fundamental da sustenta-
serviços como compra de ingressos e de passagens de bilidade ambiental: recursos como a computação em grid e
transporte público. virtualização tornaram a computação mais eficiente. desse
modo, é possível economizar energia, espaço físico e refrige-
opErAção dE rEtAguArdA. todo esse aparato tecnoló- ração desses servidores.
gico exige uma operação de retaguarda baseada na “com- nos últimos dois anos, os servidores aumentaram sua
putação em nuvem” (cloud computing). esse modelo é mais eficiência em mais de 20 vezes, com maior capacidade de
adequado, pois existe um pico de demanda no período dos armazenamento e mais poder computacional, consumindo
jogos e o acesso aos dados cai dramaticamente após o seu menos energia e ocupando menos espaço físico. com esse
encerramento. para exemplificar o uso não contínuo das má- avanço, foi possível criar estruturas com vários sistemas
quinas, cezar taurion, diretor de novas tecnologias da iBM dentro de um mesmo servidor. no entanto, cada um desses
Brasil, cita o comércio eletrônico: “À exceção do tempo gasto sistemas é “percebido” por usuários externos como máqui-
nas operações de autenticação e envio dos dados, esses nas diferentes.
servidores ficam ociosos. Muitas vezes, o uso intensivo das A Hp lançou uma série de servidores com sistemas
máquinas não chega a 10% do tempo”, explica. de otimização de energia: máquinas que dissipam menos
Alexandre Kazuki, diretor de Marketing de essn (envi- calor, que ocupam 33% menos espaço e que consomem
ronmental edge) da Hp, ressalta que “a infraestrutura para 50% menos energia do que as máquinas de duas gera-
a copa precisará aliar robustez e flexibilidade para que não ções atrás. Uma das soluções utilizadas são as chamadas
haja falhas nas transmissões de imagens e armazenamento “blade machines”: Kazuki explica que “os ventiladores
de dados”. de acordo com Kazuki, “a estrutura de servido- utilizados nesse tipo de servidor têm cerca de 20 patentes
res deve estar baseada em grids: ainda que um dos nós da e utilizam tecnologia similar à de turbinas de aviões. Há
8 decision report
10. pa n o r a m a mErCaDo
muito investimento em tecnologia e materiais para melho- organização de eventos de grande porte: “Falta visão estra-
rar o rendimento dessas máquinas”. tégica sobre a importância da ti e sobre como incorporá-la a
o conceito de convergência também pode ser aplicado ao procedimentos cotidianos”. ele retoma o exemplo do trânsi-
armazenamento: dessa forma, o usuário de um determinado to: Algumas ações de trânsito podem ser evitadas, como as
servidor percebe como “real” uma transferência virtual de blitzes. se você usa a tecnologia, pode autuar apenas veícu-
dados, ou seja, acessa os dados de qualquer lugar como se es- los suspeitos de algum ato ilegal ao invés de interromper por
tivesse havendo acesso real a eles. Assim, é possível “mover” completo o tráfego de uma via”.
os dados de um servidor sem que o usuário note a diferença.
isso evita transporte físico de equipamento e cabeamento bILHEtE únICo MuLtIuSo. César Nobre, especialista em
extra, o que também colabora com a economia de recursos. estratégias para o setor público da SAP Brasil, também enfoca a
questão da mobilidade urbana e da integração entre os diferen-
MobILIdAdE urbAnA. Para absorver o impacto da chegada tes níveis administrativos. Nobre dá como exemplo um “bilhete
de milhões de torcedores estrangeiros ao País durante os 30 dias único” com chip desenvolvido pela SAP para algumas cidades
de competição, será necessário melhorar as condições de mobi- européias. Essa tecnologia simplifica e torna mais rápido o pro-
lidade urbana das cidades.. Também nesse quesito a tecnologia cesso de controle, o que facilita a rotina da empresa de trans-
pode ajudar, no desenvolvimento de “cidades inteligentes”. porte urbano. Outra vantagem é a possibilidade de usar o cartão
em um mundo cada vez mais dotado de sensores e de eletrônico nos diferentes meios de transporte da cidade.
dispositivos eletrônicos, é possível observar o sistema de para a copa do Mundo, o bilhete ainda poderia incluir o
trânsito em tempo real. no entanto, é preciso interligar preço do ingresso, ou seja, com um único cartão, o turista
esses sensores por meio da internet, para analisar esses poderia comprar ingressos e meio de transporte em diferen-
dados e auxiliar governos e empresas na tomada de deci- tes sedes.
sões mais eficientes.
será necessário convergir a infraestrutura física das cida-
des com as tic. esses dois mundos evoluíram separadamen-
te. enquanto a infraestrutura física de estradas, prédios e
portos sempre foi pensada de modo analógico, as tic volta- CEzAR TAURION,
DIRETOR DE NOVAS
vam-se apenas para computadores, servidores e gadgets. TECNOLOGIAS DA
IBM BRASIL
taurion acredita ser possível otimizar o tráfego dos car-
ros e gerir melhor o transporte público sem a necessidade
de abrir novas avenidas ou construir viadutos. o executivo da
iBM dá exemplos de soluções adotadas em outras cidades
do globo: em estocolmo, o acesso ao centro da cidade é ta-
rifado de forma automática. na capital sueca, o controle do
pedágio urbano é feito com a ajuda de câmeras de vídeo que
captam o número da placa, enviam os dados para a central
de tráfego, contabilizam a taxa e debitam a tarifa na conta do
motorista de modo automático.
Já em cingapura, na Ásia, sistemas automatizados aju-
dam na prevenção de congestionamentos. sensores medem
o fluxo dos veículos em tempo real e se há aumento do trá-
fego, o sistema deixa os semáforos abertos por mais tempo.
para calcular o tempo de abertura, é feita uma combinação
das informações em tempo real com o histórico do trânsito
na região. segundo taurion, nenhuma dessas aplicações
usa tecnologias “revolucionárias”. para o executivo da iBM,
a grande dificuldade está em integrar as bases de dados das
diferentes instituições responsáveis pelo tráfego urbano.
ele critica a desvalorização do uso da ti para auxiliar na
10 decision report
11. SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
Há mais de 10 anos as maiores empresas do Brasil
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12. pa n o r a m a mErCaDo
nômico embasado na previsão de custo/benefício.
OS NúMEROS DA COPA DE shadrach Appana, diretor do comitê organizador da copa
2010, ressalta esse problema: “A maior dificuldade para os
3 seleções em campo: 32
sul-africanos foi estabelecer diretrizes orçamentárias corre-
3 dias de competição: 30 tas. Você nunca consegue estimar os gastos com precisão”.
segundo ele, “as armadilhas são projetos que parecem
3 estimativa de audiência: 2,25 bilhões de
imprescindíveis, mas que no fundo são supérfluos”.
computadores e mais de seis bilhões de celulares
A única forma de evitar desperdício é fazer estudos
3 crescimento mundial da banda larga: 176% entre sobre a infraestrutura de transporte do pais, recomenda o
2007 e 2012 consultor da deloitte. estudos de impacto econômico esti-
3 recursos injetados na economia brasileira: r$ 140 mam que a copa do Mundo injetará cerca de r$ 140 bilhões
bilhões na economia brasileira. desse montante, 30% estão ligados
ao evento e os outros 70% às obras necessárias para sua
3 Verba para reformar os atuais estádios: r$ 1 bilhão realização. Ao mesmo tempo, a má gestão em projetos de
3 Verba para construir novas instalações: r$ 10 bilhões construção civil causa perdas estimadas em Us$ 60 bilhões
ao ano, em todo o mundo. Uma gestão eficiente dos recursos
e das obras é fundamental para que não ocorram gastos
segundo o executivo da sAp, um sistema integrado como além do previsto.“Hoje, a maioria das empresas não tem data
esse também facilitaria a gestão financeira e contábil das centers para sustentar o crescimento previsto para o setor
sedes. “Fica mais fácil saber qual valor deverá ser repassado da construção civil. somente para as reformas dos atuais
às empresas de transporte ou outras prestadoras de servi- estádios, será gasto cerca de r$ 1 bilhão. para a construção
ço”, exemplifica nobre. o “bilhete único” da sAp foi oferecido de novas instalações e outras obras, o gasto é estimado em
para as sedes de são paulo e rio de Janeiro. cerca de r$ 10 bilhões” calcula Kazuki.
o setor da construção civil deverá fechar o ano de 2010
AEroportoS. A sAp também quer ganhar mercado com com um crescimento de 9%. segundo André papaleo, vice-
um software para gestão de aeroportos. A ferramenta de presidente da divisão indústria da oracle na América Latina,
gestão da sAp ajuda a gerenciar desde os estacionamentos “essas empresas precisam de serviços diferenciados para
ao redor do aeroporto até o tráfego das aeronaves na pista. responder a um mercado tão concorrido”. A ti pode ajudar
“Uma característica do programa é atuar de modo paralelo a construção civil a atingir esse objetivo: “o desafio é forne-
à ferramenta para gestão do transporte público”, explica o cer plataformas de gestão robustas, que permitam integrar
executivo da sAp. áreas e processos”.
com isso, os dois principais problemas a serem resolvi-
dos - escoamento de passageiros e congestionamento - são SEgurAnçA púbLICA. Quando se pensa na organização de
atacados conjuntamente. “companhias aéreas da europa grandes eventos, a segurança é o principal temor. Falhas nesse
usam o software para gerir suas aeronaves e, no Brasil, a quesito mancham a reputação de qualquer país. A TI também
infraero e a Anac investem para ter soluções de gestão nos pode ajudar na estrutura de segurança da Copa. Shadrach
aeroportos nacionais”, completa nobre. Kazuki acredita Appana, diretor da Deloitte na África do Sul, explica que “o tra-
que os aeroportos são o principal gargalo da infraestrutura balho nessa área tem duas vertentes: a presença física de forças
física da copa: “Atualmente só é possível sair dos aeroportos policiais nas ruas, para inibir pequenos crimes, e o uso de tecno-
brasileiros de táxi“. logia para combater ações criminosas mais sofisticadas”.
Wilson trezza, diretor de planejamento da Agência Bra-
ConStrução CIvIL. Os principais críticos ao fato de o Brasil sileira de inteligência (Abin), diz que “a experiência do pa-
sediar a Copa e as Olimpíadas argumentam contra o superfa- namericano do rio de Janeiro em 2007 credencia o Brasil a
turamento das obras. O orçamento original da Copa do Mundo realizar a copa do Mundo em 2014 e as olimpíadas em 2016.
na África do Sul previa gastos de R$ 400 milhões e foram Um dos principais objetivos da Abin é trocar experiências
gastos, de fato, mais de R$ 3,5 bilhões, nove vezes mais do que com países como a África do sul, Alemanha e itália, que
o valor inicialmente estimado. Com um estouro orçamentário também realizaram competições esportivas internacionais
dessa magnitude, invalida-se qualquer estudo de impacto eco- do porte da copa”. z
1 2 decision report
13. Proteção Total Performance Inigualável Preço Imbatível
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está mudando o conceito de IPS e segurança de
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14. FINANÇAS » SegurAdorAS
Foco: PARA VIABILIZAR O CRESCIMENTO, AS SEGURADORAS PRECISAM DE SOLUÇÕES COM ROBUSTEZ E ESCALABILIDADE.
De braços
dados com a TI
MERCADO DE SEGUROS NO
BRASIL RETOMA O CRESCIMENTO,
MAS AINDA LIDA COM ALGUNS
PERCALÇOS COMO SOLUÇÕES
TECNOLÓGICAS DESATUALIZADAS
N
E A NECESSIDADE DE
ACOMPANHAR O CRESCIMENTO DO
SETOR COM NOVOS PÚBLICOS E os últimos anos, o mercado
FERRAMENTAS MAIS ESPECÍFICAS de seguros no Brasil crescia
Por JÚLIA ZILLIg a passos largos, até que em
2009 esse movimento foi in-
terrompido pela crise econô-
desAFio mica mundial, que impactou diretamente
uViabilizar o crescimento
do setor em bases sólidas nas vendas do setor. No entanto, neste ano, o
uMelhorar os processos
de controle interno
cenário mostra que o período de resultados ne-
uresponder às gativos está ficando para trás. Segundo dados
necessidades de um novo
perfil de consumidor da Susep (Superintendência de Seguros Priva-
soLUÇÃo dos), houve um aumento de 16,7% no primeiro
urenovação do parque de ti
uespecialização da semestre deste ano em comparação ao mesmo
mão de obra
uFidelizar o cliente
período do ano passado. O volume de prêmios
acumulado foi de R$ 40,9 bilhões.
VA Lo r
uMarítima
usulAmérica
1 4 decision report
16. FINANÇAS SegurAdorAS deSAFIo
Influenciaram diretamente nessa retomada do mercado fatores como a recuperação do
fôlego econômico no Brasil, o aumento do poder econômico dos consumidores das classes
C e D, o aquecimento das vendas de veículos com a redução do IPI sobre os carros novos. A
maior preocupação com a sustentabilidade, a necessidade de reinventar os produtos e as
fusões e aquisições de empresas da área no país também interferiram nesse cenário.
Para viabilizar um crescimento em fissionais novos que estão chegando ao
bases sólidas, o papel da TI é crucial. a no t e! mercado são mais atualizados.
Estudo realizado pela Accenture com 25 Segundo o professor Luiz Teruo Ka-
seguradoras aponta que, até 2015, en- wamoto, coordenador e professor do
quanto algumas áreas sofrerão corte de curso de Administração da FIAP, isso
gastos, o setor de TI ganhará mais in- z acontece porque o mercado de TI no
vestimentos, destinados à automação Brasil ainda está em um nível inter-
de gestão de sinistros, cujos processos mediário. “Alguns falam que os salá-
z Volume acumulado de prêmios:
são responsáveis pelo maior volume de rios são baixos, mas isso não é verdade.
despesas das seguradoras. Quando o profissional tem talento, os
z
No entanto, segundo especialistas, salários são astronômicos.”
ainda há diversos desafios a vencer. Al- Outro fator que influencia a TI no
guns dos caminhos a serem percorri- setor de seguros é a nova camada de
dos pela TI passam pela melhoria dos mercado de seguros no PIB brasileiro, consumidores, das classes C e D, que
processos de controle interno e pelo de 3,4%, se comparada a países como hoje representa mais de 30% da popu-
atendimento às necessidades de um Estados Unidos, onde fazer seguro é lação brasileira. De acordo com o IBGE
consumidor cada vez mais exigente e algo intrínseco à cultura do país. Estu- (Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
diversificado em termos de expectati- do da Susep aponta que a participação tatística), cerca de 31 milhões de bra-
vas. Além disso, é preciso estreitar o re- do setor de seguros no PIB pode chegar sileiros subiram de classe social entre
lacionamento da seguradora com seus a 12% em 10 anos. 2003 e 2008. Esse novo público também
canais de venda e também com o pró- O mercado enfrenta ainda a falta de leva as seguradoras a aperfeiçoarem
prio cliente, fazer uma integração de mão de obra especializada que consiga seu modelo de gestão. z
soluções – antigas e novas - e suportar trabalhar com as plataformas antigas
a agilidade do cliente e do corretor em e atuais. “É difícil deixar de lado um
grAndes desAFios
termos de acesso rápido aos dados. histórico de 20 anos que está nas bases
Para Eduardo Brunetti, gerente de das empresas. Mainframes, lingua- z Atender à nova demanda de
projetos da Marítima Seguros, recente- gem COBOL e tecnologia Java atuam consumidores das classes C e D
mente integrada à companhia japone- juntas”, relata Brunetti. z Auxiliar na operacionalização dos
sa Yasuda, o mercado vive um período Ele acredita que buscar informa- novos produtos
de mudanças, com a chegada de novas ções por meio da integração é um dos z Aumentar a interação do cliente
companhias internacionais, que exi- desafios da TI. Também adverte que o com seu canal de vendas e da segu-
gem adaptações nas plataformas de pessoal da área é um pouco resistente a radora com os corretores
TI das empresas, em função da con- mudanças. ”O profissional nem sempre z Ajudar a seguradora a reagir com
corrência ainda mais agressiva. “Um consegue cobrir todas essas necessida- velocidade em relação às constan-
dos maiores desafios da TI está na área des. Cada vez que eu faço uma modifi- tes mudanças de regulamentação
de controle interno, pois hoje temos cação tecnológica, há um impacto no z Melhorar o desempenho da análise
vários órgãos reguladores que cobram CRM, justamente pela falta de uma de dados internos das seguradoras
requisitos de compliance”, relata. camada de integração desenvolvida”, e também dos clientes
O gerente da Marítima acredita afirma. No entanto, o executivo da se- z Atuar em favor da gestão do risco
que ainda é pequena a participação do guradora Marítima acredita que os pro- e do compliance
16 decision report
17.
18. FINANÇAS SegurAdorAS SoLuÇÃo
Muitos caminhos SOLUÇÃO
para o sucesso
EM DESTAqUE
u Renovação do parque de
soluções de TI
A TI PODE AjUDAR AS SEGURADORAS A FIDELIZAR O CLIENTE
E A PROVER INFORMAÇÕES COM MAIS AGILIDADE Para Bujes, “as empresas precisam cada
vez mais de soluções com robustez e es-
calabilidade, com plataformas de fácil
A
tuar com esse novo perfil de da FIAP. “O comportamento do público adaptação para viabilizar o crescimento.
consumidores é possível para das classes C e D é diferente do das clas- No entanto, a própria plataforma tecno-
as seguradoras, que apostam na ses A e B. O corretor vai ter que fornecer lógica mais antiga das seguradoras, cuja
informação como a chave do negócio. muita informação a esses clientes, pois idade média gira em torno de 15 anos,
“A empresa pode atuar por preço ou por quem é usuário já sabe como funciona pode atrapalhar a eficiência do reapro-
nicho. Pode direcionar seus custos para uma apólice de seguro. Mas as classes C veitamento dessas soluções para adaptar
atender essa classe, o que reduz o risco e e D demandam explicações mais deta- a Internet para a venda de seguros”.
a ocorrência de fraudes”, diz Luiz Teruo lhadas. Além disso, seu padrão de con- O diretor acredita, porém, que o pro-
Kawamoto, do curso de Administração sumo é diferente. Eles costumam ser cesso vai demorar um pouco. “Um proje-
mais solidários entre si e to de troca de sistemas em uma segura-
têm menos necessidade dora leva pelo menos três anos para ser
de serviços exigidos pela concluído. As transações devem ocorrer
classe A e B.” em uma camada mais amigável, que
Para o professor da permita aos clientes abrir um sinistro,
FIAP, o brasileiro é otimis- consultar apólices, checar o ressarci-
ta por natureza e pensa mento de perda total, entre outros ser-
que não é necessário fazer viços, via Internet”, diz Bujes.
um seguro de casa ou de
um automóvel. “As pes- reSPoStAS ráPIdAS. Com a evolução
soas acham que ninguém do mercado de seguros, a TI tem que re-
vai roubar o seu carro.” agir com velocidade a essas mudanças.
Guilherme Bujes, dire- “A geração Y, que hoje acessa diversos
tor da Vertical Serviços Fi- canais de informação, quer respostas
nanceiros da SAP, destaca rápidas”, enfatiza Kawamoto. Ele acre-
que será necessário fazer dita que a Internet deve ser o canal que
ajustes tecnológicos para permita ao consumidor ter acesso direto
atender esse público. “As aos serviços. ”Critérios relativos à rapi-
seguradoras podem utili- dez, ao preço e ao atendimento podem
zar canais mais baratos, fazer com que o cliente troque de empre-
como a Internet, ao invés sa sem pensar duas vezes. Nesse sentido,
de ter uma equipe grande o papel da TI é o de auxiliar a empresa a
no call center para receber fidelizar esse cliente e seu canal de ven-
os chamados.” da, no caso, os corretores, com informa-
Aos poucos, as segu- ções cada vez mais ágeis”, completa.
radoras começam a se or- Brunetti, da Marítima, diz que, há
ganizar para renovar seu um ano, era um tabu atender melhor o
parque de soluções de TI. canal de vendas, mas hoje as segurado-
1 8 decision report
19.
20. FINANÇAS SegurAdorAS SoLuÇÃo
ras estão começando a dar ferramental lo. Para isso, uma grande dificuldade é poucos conhecem os benefícios que ele
tecnológico para os corretores venderem coletar e armazenar as informações sobre traz”, exemplifica Brunetti. Para ele, falta
seus produtos de forma diferenciada. Por ele. ”, aponta Brunetti. coragem para as seguradoras mostrarem
conta disso, a venda consultiva se torna seu produto no mercado. No segmento de
o melhor caminho. “É muito difícil com- FALtA eNteNdImeNto. A TI também microsseguros, as apólices são cobradas
prar um produto do qual você não irá usu- propicia a aplicação de inteligência nos no cartão de crédito, na conta do celular,
fruir. O brasileiro não tem a cultura de dados. Bujes, da SAP, afirma que a aná- na conta de luz, e poucos consumidores
pensar no futuro, como, por exemplo, na lise de um perfil não é mais como há al- percebem sua presença. “A cultura do
educação dos filhos. O corretor, por sua guns anos. “Graças à tecnologia, hoje é seguro precisa mudar. Quem sabe ainda
vez, está acostumado a vender produtos possível integrar mais variáveis ao fazer o nessa geração”, destaca Brunetti.
massificados, como o seguro do carro. cálculo de um seguro. Mas ainda existe o Para Bujes, os termos utilizados ain-
Não costumamos dar valor ao seguro de problema da dificuldade de integração de da são incompreensíveis. “Não sei por
vida, enquanto não precisamos dele.” sistemas, por conta da falta de atualiza- que não posso chamar o prêmio de taxa.
ção”, ressalta. Ele classifica a vida da se- No Brasil, os sites do setor não trazem
FIdeLIZAÇÃo SoFIStIcAdA. Portanto,a guradora como gestão de risco intrínseco. preço, ao contrário dos americanos, que
fidelização está diretamente ligada à pró- Mas aponta os mecanismos de redes neu- expõem informações completas sobre os
pria mudança do consumidor, mais bem rais e a inteligência artificial como itens produtos. O Brasil ainda vai ter de que-
informado, e também à necessidade de as capazes de ajudar a fazer avaliações mais brar essa barreira.”
empresas de seguros reinventarem seus sofisticadas, seja da própria empresa, O papel da TI está cada vez mais vol-
produtos, com a adição de serviços extras. seja dos clientes. “Estamos falando não tado para a customização. “O setor de TI
“Há pessoas que mantêm um seguro por somente de riscos externos, mas também não trabalha somente olhando para a
mais de 10 anos, sem nunca usar. Por isso, internos. É possível fazer uma segregação tecnologia em si, mas sim norteado pela
não têm idéia de como funciona”, relata de funções para reduzir esses riscos inter- necessidade de cada segmento. Pelo fato
Brunetti, acrescentando que certos servi- nos”, complementa. de a tecnologia ser única, seu ponto forte
ços agradam principalmente as classes A Além da dificuldade de integração de é atender segmentos verticalizados”, afir-
e B, que pedem um tratamento diferen- sistemas, há também falta de compreen- ma o executivo da SAP. “Nós temos solu-
ciado: “há guinchos que ao socorrer o se- são da própria linguagem do seguro. “Mui- ções para seguros, resseguros e sinistros
gurado levam um kit lanche para o dono ta gente não consegue entender o ‘segurês’, que vieram de fora, mas que hoje estão
do carro, o que não tem relevância para e não sabe que prêmio não é bônus. Falta à ajustadas ao mercado brasileiro.”
as classes emergentes.” seguradora divulgar adequadamente o seu
Com as ferramentas de TI, a fideli- produto. Por exemplo, no caso do DPVAT ceNárIo PromISSor. Para os próxi-
zação torna-se mais sofisticada. “Para (Seguro de Danos Pessoais Causados por mos anos, o cenário do mercado de segu-
fidelizar um cliente, é preciso conhecê- Veículos Automotores de Via Terrestre), ros deve ser promissor, amparado prin-
cipalmente pelo aumento das demandas
o QUe eLes diZeM de infraestrutura que devem surgir com
a realização da Copa do Mundo, em 2014,
LuIZ teruo KAWAmoto, curso de Administração da Fiap e com as Olimpíadas, em 2016. Para o
“O mercado de seguros é um desafio para o setor de TI. É preciso acompanhar professor Kawamoto, o futuro do merca-
as mudanças e driblar as adversidades com produtos inovadores” do de seguros deverá inserir a criação de
novos produtos e de novas soluções tec-
guILHerme BuJeS, diretor da Vertical Seguros da SAP
nológicas. “As empresas de ponta sem-
“Graças à tecnologia, hoje é possível integrar mais variáveis ao fazer o
pre inovam, com soluções e produtos.
cálculo de um seguro. Mas ainda existe o problema da dificuldade de
Apesar de termos ferramentas que deli-
integração de sistemas”
nearão os cenários futuros, ainda assim
eduArdo BruNettI, gerente de Projetos da marítima Seguros o mercado de seguros é um desafio para
“É muito difícil comprar um produto do qual você não irá usufruir. O brasileiro não o setor de TI.. É preciso acompanhar as
tem a cultura de pensar no futuro, como, por exemplo, na educação dos filhos” mudanças e driblar as adversidades com
produtos inovadores.” z
20 decision report
22. FINANÇAS SegurAdorAS VA L o r
Custos na mão da TI pe r f i l
mArítImA SeguroS
MARÍTIMA SEGUROS ENFRENTA NOVOS DESAFIOS DEPOIS DA u Fundada em Santos (SP)
UNIÃO COM A CORRETORA jAPONESA yASUDA em 1943, contava no início
apenas com os seguros de
A
transportes marítimos e “fogo”
Marítima Seguros vive um mo- seguidas. “Somos uma das primeiras em-
mento de mudança no que diz presas a fazer a recepção de contas mé- u Opera hoje nas regiões sudeste,
respeito à tecnologia. Criada em dicas por meio eletrônico. Criamos uma sul e nordeste do Brasil e possui
filiais em São Paulo, Rio de janeiro,
1943, juntou-se à corretora Yasuda, per- área interna que estuda essas circulares,
Minas Gerais, Paraná, Santa
tencente ao grupo japonês Sompo Japan, cuida da parte técnica e faz os desenvol- Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará
e desde então vem sentindo os efeitos da vimentos necessários.”
u Está entre os 10 maiores
nova cultura tecnológica na companhia. Outra grande sacada da seguradora
grupos seguradores do País
O fato de ter se tornado uma multinacio- foi a de estabelecer novas diretrizes para
nal trouxe novos desafios para a Mariti- trabalhar sua relação com o corretor. Em u Em 2009, a Sompo
japan adquiriu 50% das
ma, inclusive tecnológicos, como na área 2009, desenvolveu o Portal do Corretor.
ações da Marítima
de controle interno. “A partir do momen- “Um dos pontos de nossa missão é man-
to em que a Maritima criou uma estrutu- ter uma parceria forte com os corretores, sa, ao detectar que a seguradora estava
ra para gestão de compliance, os ganhos nosso único canal de vendas. A segurado- procurando alguma solução para ganhar
ficaram mais claros para a companhia, ra não define novas estratégias sem a par- mais agilidade. “Fizemos um estudo pro-
que está se preparando por intermédio ticipação da TI. “Minha estrutura precisa fundo sobre o cenário da seguradora para
de pessoas que conhecem a área. Assim, estar compatível para estabelecer novos identificar as necessidades da SulAmeri-
o sistema vai analisar a base do controle direcionamentos. Quando defino uma ca. É uma iniciativa pioneira no mercado
interno, para que a empresa possa fazer regra, um modelo, a tecnologia age em de seguros.”
a precificação, relata Eduardo Brunetti, favor dos resultados. Por isso,buscamos Com um contrato de 12 anos, no
gerente de projetos da seguradora. parceiros altamente atualizados tecnolo- valor de R$ 400 milhões, a IBM já co-
A cultura do grupo japonês, focada gicamente, para aperfeiçoar ainda mais meçou a trabalhar na mudança. Uma
em controle, abriu esse novo caminho na os nossos processos”, diz. equipe de funcionários da IBM foi alo-
Marítima. “Para o japonês, a questão de cada na SulAmerica para atuar nessa
controle é muito forte. Hoje convivemos terceIrIZAÇÃo NA SuLAmerIcA terceirização. Inicialmente, a empresa
com segregação de funções, com relató- decidiu trabalhar em melhorias no siste-
N
rios e estatísticas em um volume muito o primeiro semestre deste ano, a ma antigo da SulAmerica. “A intenção é
maior do que antes, com o uso de várias SulAmerica tomou uma atitude obter redução de custos logo no primeiro
tecnologias. Costumo dizer que hoje ‘ma- ousada. Com foco na redução de ano”, afirma Joia.
tamos’ as pessoas de OEM e as ressusci- custos e no direcionamento mais estra- “Os funcionários vão ganhar tempo
tamos como processos organizacionais. tégico, decidiu partir para a tercerização ao checar uma identidade, pagar uma
O processo, aliado ao atendimento do de todos os processos operacionais de sua indenização, ou seja, seus processos e
usuário final, vai dar o diferencial que unidade de negócios de seguros de pes- capacidade de decisão ganharão rapi-
buscamos”, explica o executivo. soas e previdência. Parceira na iniciati- dez. A economia pode chegar a até 48
A regulamentação da Marítima é va pioneira, a IBM ficou responsável por horas. A SulAmerica se tornará compe-
supervisionada pela Susep (Superinten- cuidar das atividades de back office, que titiva sem perder seu diferencial.”
dência de Seguros Privados) e pela ANS incluem processos de emissão de apóli- Além do back office, será feita a ter-
(Agência Nacional de Saúde), por conta ces, manutenção de cadastros, gestão de ceirização das atividades de infraestru-
dos produtos ligados ao setor. Segundo documentos, regulação de sinistros e pa- tura de TI, a manutenção dos sistemas
o executivo, são feitas várias auditorias gamento de resgastes. Segundo Eduardo e a construção de um centro de servi-
para checar as informações e há uma Joia, vice-presidente de negócios estra- ços. A IBM se encarregará do suporte
grande demanda de circulares a serem tégicos da IBM, a idéia partiu da empre- aos aplicativos. z
22 decision report
23.
24. TENDÊNCIAS
Mídias sociais:
sua rede está
preparada?
O
s ambientes corporati-
perante os desafios do mercado, a vos evoluem conforme
o avanço tecnológico.
tarefa dos Gestores É identificar
Garantir o bom desem-
as oportUnidades de neGÓcio penho das aplicações de
nos amBientes coLaBoratiVos, negócios exige constantes atualizações,
disseminando o Uso consciente das inteligência de gestão e atuação simul-
noVas ferramentas de traBaLHo tânea com as tendências de mercado.
Cada vez mais, as empresas deparam-se
Por LÉIA MACHADo
com os desafios de otimização de seus
processos, e uma demanda muito di-
versificada decorrente de novos am-
bientes colaborativos.
24 decision report
25. � �� ���� �� � �� � � � � � �� �
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segurança (MSS) da América Latina, tem como missão a gestão de ambientes críticos de
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26. TENDÊNCIAS rEDE SoCIAL
resultados e, para isso, a TI precisa sair
um pouco da área operacional e fazer par-
“não Dá para se te do negócio, participando das reuniões
aDaptar A UMA estratégicas como um facilitador”.
Essa gestão conjunta depende de
NOvA TECNOlOGIA
como as empresas estão atuando frente
INSTANTANEAMENTE. as tendências e as demandas de merca-
AS EMPrESAS PrECISAM do. “É muito difícil estruturar todo esse
certificar-se sistema, porque há uma diferença funda-
mental entre mover os pacotes e enten-
DO qUANTO SUA
der as aplicações. É preciso trabalhar com
INFrAESTrUTUrA inteligência para perceber as mudanças
É rOBUSTA PArA na rede e se especializar em tecnologias
SUPOrTAr AS DEMANDAS, que otimizem o ambiente com controle
SEM perDer a do que está sendo usado e de como os co-
laboradores estão acessando as informa-
performance.”
ções”, afirma Mark Urban, diretor sênior
marK urban,
da Blue Coat.
diretor sênior da Blue Coat
CoMPLExIDADE E EquILíbrIo. Urban
Outros pontos importantes enfrenta- Nosso desafio é formar esse usuário que, destaca a importância de se obter uma in-
dos pelas companhias são o investimento muitas vezes, não tem noção dos riscos fraestrutura que controle a Segurança da
em treinamento e a formação do colabo- que ele pode causar”. Informação, e que seja flexível às novas
rador. Com a explosão de informações e a Helton Moreno, gerente de Infraes- demandas do mercado. “Não dá para se
mobilidade crescente, novas ferramentas trutura da Assurant, tem uma opinião adaptar a uma nova tecnologia instan-
e mídias sociais, o interesse por conectivi- consolidada sobre a conscientização do taneamente. As empresas precisam cer-
dade foi definitivamente despertado nos funcionário nas aplicações críticas de tificar-se do quanto sua infraestrutura é
usuários. Essa tendência exige visão am- negócio. “Investir na educação e na for- robusta para suportar as demandas, sem
pla dos gestores sobre o controle de seus mação do colaborador minimiza os custos perder a performance”.
ambientes, o conhecimento de como os com Tecnologia e aumenta a Segurança A questão levantada por Urban ilus-
acessos trafegam na rede e de como agir interna das organizações”. tra o que é necessário para que a compa-
diante dessa realidade. nhia opere com inteligência de negócio,
Nesse cenário, a pauta das empresas FoTogrAFIA DA rEDE. A busca pelo alto diante das complexidades das aplicações
tem como premissa o engajamento do co- desempenho das aplicações de negócios com maior controle de acesso e melhor
laborador no ambiente profissional. Mui- nesses ambientes colaborativos exige dos otimização da rede. Para Duarte, esse
tas companhias investem na formação de gestores amplo conhecimento do tráfego domínio no gerenciamento é um dos
seus funcionários com o objetivo de trans- da rede corporativa e profunda análise da maiores desafios da TI.
mitir seus valores e condutas. Mais do que capacidade da infraestrutura no atendi-
isso, organizam palestras e eventos, a fim mento das novas demandas de mercado.
de pregar o uso consciente do acesso aos O diagnóstico dessa iniciativa parte da
dados e às informações internas. obtenção de uma fotografia da rede, para
“A qUEBrA DE PArADIGMA
Na opinião de Sergio Fukasawa, res- o sucesso na tomada de decisão. É obter equilíbrio NA
ponsável pela área de Hardware e Softwa- De acordo com Marcelo Prauchner OPErAçãO, DISCUTINDO
re da Finger Print, essa educação ainda Duarte, gerente de Infraestrutura do SOlUçõES rOBUSTAS NO
não atingiu o ponto desejado. “Os cola- Banco Carrefour, essa esperteza de atu-
ambiente corporativo”
boradores são muito bem informados, ação da área de TI precisa estar alinhada
sabem de todas as tecnologias existentes aos negócios. “Dentro da companhia não marcelo prauchner Duarte,
no mercado e querem ter acesso a elas. podemos viver de tendências, vivemos de gerente de Infraestrutura do Banco Carrefour
26 decision report
27. A Allier atua no mercado há mais de 5 anos como um dos principais
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28. TENDÊNCIAS rEDE SoCIAL
Com esses desafios, o primeiro passo negócio. “É inevitável a tendência das
a no t e! é ter a habilidade de enxergar o que está redes sociais na nossa operação. O que
acontecendo no ambiente corporativo, precisamos fazer é agregar valor dentro
o Gartner ListoU as 10 discernindo as formas negativas e trans- da empresa, ao reverter essas ações em
tecnologias estratégicas para formando-as em beneficio para a com- benefícios para a companhia, propor-
2011. entre elas, as mídias sociais panhia. A TI é a principal auxiliadora na cionando uma boa sinergia entre a Se-
aparecem em terceiro lugar. a capacidade de perceber as oportunidades gurança e o acesso”.
previsão é que até 2016, elas de negócios.
estejam integradas à maioria “A TI precisa evoluir com a compa- TENDÊNCIAS DE NEgóCIo. De acordo
dos aplicativos de negócios. nhia e deixar de ser apenas uma área de com o executivo, essas tendências não di-
as empresas deverão reunir suporte. Ela pode ser um departamen- ferem das outras que surgiram nos am-
suas ferramentas de customer to que caminha junto com os negócios, bientes corporativos. “Independente de
relationship management aponta Moreno. fenômenos tecnológicos, as companhias
(crm) social, comunicação precisam se preocupar em ter uma infra-
interna e colaboração para FACILIDADE DE ACESSo estrutura robusta e escalável, que susten-
iniciativas públicas com te as aplicações de negócio e os interesses
A
estratégia coordenada. s constantes mudanças nos am- da companhia. A TI é a base para a con-
bientes corporativos fazem com cretização das tendências”.
que as companhias se deparem Além da questão de adequação aos
“Tecnologias complexas exigem cons- com as novas tendências de relaciona- novos ambientes colaborativos, outra
tantes atualizações. quando consigo do- mento e atuação no meio profissional. A preocupação aflige os gestores: o contro-
minar um sistema, ele já está obsoleto e cada dia o fenômeno das mídias sociais le de acesso. A premissa dessa discussão
logo surge um novo no mercado. Nesse está mais intrínseco nas empresas e elas, também se baseia na questão da Seguran-
cenário, a quebra de paradigma é obter por sua vez, buscam meios e normas para ça do ambiente corporativo. “Um ponto
equilíbrio na operação, discutindo solu- se adequar nesse novo formato e atender importante é a conscientização do usu-
ções robustas no ambiente corporativo”, as demandas de mercado, sem perder o ário no uso das redes sociais, principal-
afirma ele. desempenho das aplicações de negócio. mente quando falamos no vazamento de
Agora, a discussão não está mais informação e no impacto que isso pode
INTELIgÊNCIA DE gESTão. Essa in- centrada na questão da permissão do causar para a companhia”, afirma Cris-
teligência da gestão é fundamental uso das mídias sociais no dia a dia das tiano Pimenta, gerente de Segurança da
para o sucesso das aplicações críticas empresas, mas em que medida elas de- Informação da vivo.
de negócio. Ela compõe a habilidade de vem ser liberadas e qual o impacto que
analisar o status da rede, os processos podem provocar na infraestrutura de rede uSo CoNSCIENTE. Jair lorenzetti, CIO
e a flexibilidade das ferramentas ado- e de TI. O desafio é maior devido à faci- da M.Officer, tem uma atuação forte nas
tadas. Para Urban, a tecnologia não só lidade de acesso a essas mídias e à forte mídias sociais e não só usa essas ferramen-
auxilia no gerenciamento da infraes- presença dos usuários nessa realidade, tas no mundo corporativo como também
trutura de TI, mas também ajuda na que influencia, tanto o relacionamento incentiva seus colaboradores a usarem.
instrução do usuário. pessoal, quanto os negócios. Mas afirma que não libera tudo para to-
“Os colaboradores são fundamen- Segundo Marcelo Prauchner Duarte, dos, pois a eficácia dessas redes é o valor
tais para o crescimento da companhia. esse desafio não é tecnológico, mas que elas agregam aos negócios. “O uso
Às vezes, eles não fazem a coisa certa e sim de novos modelos e estratégias de consciente desses ambientes torna nossa
nosso papel é auxiliá-los e não limitá-los.
Instruir, de acordo com as necessidades
de cada companhia”. Duarte completa,
“por meio do diálogo podemos perceber
as oportunidades, e entender como agir
diante da complexidade das aplicações
críticas de negócio”.
28 decision report
29. Praça das Papoulas, 30 Conjunto C, Centro Comercial Alphaville 06453-000 Barueri, SP
30. TENDÊNCIAS rEDE SoCIAL
operação mais atenta às tendên- ça nessas mídias e quais são mente o seu papel e o que pode ou não ser
cias de mercado e auxilia todas os benefícios propostos. acessado. “No primeiro dia de trabalho,
as frentes da companhia”. Na visão de Urban, a inteligên- o novo colaborador é apresentado às polí-
As companhias levam em cia da gestão pode responder ticas da empresa e assina um termo com
conta a importância da pre- essas questões. Tal expertise uma série de pontos a serem respeitados.
sença do usuário nessas redes manifesta-se na habilidade de Caso essas regras sejam violadas, ele sabe
sociais. O departamento de análise do status da rede, dos que haverá consequências”.
Marketing, por exemplo, utili- processos, da flexibilidade das “Com o diálogo, podemos perceber as
za ações de mídias justamente ferramentas e do entendimen- oportunidades de negócio. Mídias sociais
para entender e enxergar o po- to do negócio. Está também na são uma realidade e o jeito de encarar essa
sicionamento da sua marca no capacidade de usar a tecnologia tendência depende da nossa disposição
mercado e medir as necessida- para auxiliar no gerenciamen- em discuti-las”, enfatiza Duarte. “Preci-
des da demanda. to e na instrução do usuário. samos ser o agente da mudança em nós
“Mas aquele colaborador Esse entrosamento entre a em- mesmos e nos treinarmos para estabele-
que está no call center aten- presa e o funcionário depende cer um relacionamento transparente com
dendo o cliente e procedendo de como foram estabelecidas as o usuário. Só assim descobriremos novas
uma alteração de endereço ou políticas internas. Proibir o uso formas de usar as tecnologias em prol da
a emissão de uma segunda via de redes sociais pode ser uma companhia”, conclui. z
de boleto, precisa estar conec- armadilha, em alguns casos, o
tado a uma rede social?”, ques- colaborador não mede esforços
Acessos eM ALtA
tiona Duarte. “Uma verdade para driblar a política de segu-
única: a TI deve se transformar rança das companhias. * 78% dos internautas
em agente de negócios. É essa a Diante disso, o diálogo pode acessam pelo menos uma
maturidade necessária para en- esclarecer as regras de acesso e página de relacionamento
xergar essas tendências e usá- de uso dos equipamentos. Para
redes sociais mais acessadas
las em beneficio da companhia”. que ambos, companhia e funcionário,
no brasil:
Na opinião de Urban, da Blue Coat, fiquem seguros e protegidos contra pos-
as políticas de controle podem auxiliar síveis incidentes, a assinatura de contra- 3 orkut 82%
as companhias a obter sofisticação no tos também é um recurso muito utilizado 3 MSN 75%
gerenciamento desses ambientes cola- pelas companhias. 3 Facebook 24%
borativos. “As empresas não precisam Para essa transparência na rede e con- 3 Twitter 17%
bloquear tudo, até porque muitas delas trole da gestão, lorenzetti ressalta que na Fonte: Fecomercio
têm canal no YouTube ou perfis nos Twit- M.Officer cada colaborador sabe exata-
ter e Facebook. As companhias podem
olhar para essas tendências de mercado
e se adequar com o objetivo de obter valor
A opiniÃo dA MAioriA
agregado e oportunidades de negócio”.
* 70% dos consumidores gostariam de ter acesso a especialistas e
quEbrA DE PArADIgMA. Talvez as suporte via canais de mídia social
difíceis aprovações de orçamentos den-
tro das companhias possam impactar * 60% dos clientes acreditam que a divulgação da empresa via mídia social
nos investimentos em mídias sociais, aumentaria a confiança que eles depositam nela
principalmente quando a empresa
ainda não consegue mensurar o retor- * 70% dos funcionários consideram que precisam de ferramentas melhores
no proporcionado por esses ambientes para rastrear e gerenciar a mídia social para os negócios
colaborativos. O fato é que as empresas
ainda veem isso como custo e o desafio Fonte: Siemens Enterprise e Yankee group
é discernir a real necessidade da presen-
30 decision report
31.
32.
33. número 9/2010
Virtualização
como garantir
a segurança
mArCeLo CÂmArA,
diretor de prevenção A
frAudes dA febrAbAn
crimes digitais
Lei suscita
novo debate
34. risk c r i m e s d i g i ta i s
Lei de crimes digitais
requer amplo debate
A AprovAção de umA lei
o
específicA sobre crimes digitAis acesso à Internet no Brasil cresce a cada trimes-
tre. As pesquisas mostram que o avanço tecnoló-
AindA suscitA polêmicA e
gico está chegando a todos os cantos do território
requer umA AmplA discussão nacional. O estudo do cert.br, por exemplo, aponta que
e envolvimento de todos os a Internet no Brasil cresce 35% ao ano nas residências
setores interessAdos, dos e 93% nas empresas. Outro estudo, realizado pela ACSP
(Associação Comercial de São Paulo), em 2009, apontou
vários segmentos dA sociedAde,
que 70 milhões de brasileiros estavam online e, neste ano,
Além de liderAnçAs políticAs e é esperado um aumento de 100 milhões, o que representa
empresAriAis P o r l É i a m a c H a d o metade da população do País conectada à Internet.
3 4 deCision report
35. risk sEGUrANÇA
Com o avanço do acesso a todas as informações oferecidas Brasil”, afirma Guilherme Almeida, advogado e chefe de As-
pela web, os serviços online estão se tornando cada vez mais suntos Legislativos do Ministério da Justiça. “É preciso criar
comuns na vida do internauta, como o Internet Banking. uma tipificação de crimes para que a lei não acabe voluntá-
De acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Ban- ria ou involuntariamente por condenar situações de uso co-
cos), as transações online movimentaram R$ 9,3 bilhões em mum da sociedade, reconhecidas como lícitas, mas sim que
2009, um crescimento de 17,7% em comparação ao ano an- proteja o cidadão”, completa.
terior. Já o e-commerce gerou R$ 6,7 bilhões no primeiro se-
mestre de 2010, representando uma alta de 40% em relação conVergência. Na visão de Guilhermino de Souza, geren-
ao mesmo período de 2009. te regional da unidade de gestão de Segurança do Banco do
Esse mundo virtual faz parte da realidade dos cidadãos e Brasil e do departamento de Prevenção a Fraudes da Febra-
junto com esse avanço, os índices de ameaças também cres- ban, o Brasil está vivendo um processo de convergência entre
ceram, apresentando riscos tanto para a população, quanto o Direito e a tecnologia como ferramenta de cidadania. “Sob
para as companhias. De acordo com o estudo da cert.br, no o ponto de vista do Direito, espera-se um ambiente de Inter-
segundo trimestre de 2010 o phishing teve alta de 47% em re- net saudável e avançado. Já a tecnologia deseja um acesso rá-
lação ao trimestre anterior e 136% comparado ao ano de 2009. pido, seguro e de baixo custo. É um ponto de convergência en-
Incidentes de spam reportados de abril a junho de 2010 foram tre esses dois mundos”, aponta.
de 51,86%, fraudes 24,56% e warm 14,51%.
Diante desse cenário, há um aspecto preocupante em ter-
mos de Segurança tanto do ponto de vista corporativo, quan-
to pessoal. A Segurança em si é questionável, pois o mundo
cibernético é vulnerável e sem fronteiras, em que as pessoas
atuam como anônimas, o que facilita a prática de atos ilíci-
tos pelos criminosos.
Com o número crescente de registros desse tipo de inci-
dente, justifica-se a discussão sobre a urgência de criar me-
canismos que inibam o cibercrime. A não existência de uma
legislação gera incertezas. Por um lado, as empresas querem
respostas sobre como combater esses crimes avançando ain-
da mais na Segurança da Informação. Por outro, os cidadãos
também cobram do Legislativo uma posição sobre como po-
dem se proteger desses incidentes.
“Essa discussão precisa ser feita com clareza, objetivida-
de, racionalidade, dados empíricos e argumentos qualifica-
dos. Isso é fundamental para o processo de construção, revi-
são e debate de formas de direitos penais para a Internet no
“SERá PRECISO O apoio da
bancada GOvERNIStA, DA
casa civil E DO MINIStÉRIO DA
JuStIçA. SE ISSO ACONtECER,
AINDA há tEMPO INCLuSIvE PARA
O PRESIDENtE sancionar A LEI
neste ano”.
Júlio semeghini, Deputado Federal
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