O documento discute a evolução dos documentos empresariais, especificamente cartas e memorandos, entre as décadas de 1960 e 1990. Nos anos 1960, os documentos tinham estilo prolixo e elementos dispostos de forma denteada. Nas décadas seguintes, o estilo tornou-se mais objetivo e a disposição dos elementos mudou para o formato de bloco. As cartas comerciais modernas seguem padrões de clareza, concisão e impessoalidade.
Documento sobre a evolução da correspondência empresarial
1. DOCUMENTOS
EMPRESARIAIS
A CORRESPONDÊNCIA
EMPRESARIAL MODERNA
Cap. 9 – Redação Empresarial,
Miriam Gold
2. As mudanças mais importantes nos documentos
empresariais relacionam-se ao estilo da linguagem e
à disposição dos elementos:
Década de 60 Década de 90
Estilo: PROLIXO – uso e Estilo: OBJETIVO –
abuso de vocabulário apresentação das
mais sofisticado, informações
clichês, subterfúgios. necessárias com
Disposição dos clareza.
elementos: Disposição dos
DENTEADO – com elementos: BLOCO –
espaços na margem uma única margem
esquerda e na abertura vertical do lado
dos parágrafos. esquerdo.
3. A CARTA
- A carta moderna
sofreu muita influência
dos modelos
americanos, tanto na
forma quanto no estilo.
- Pontuação aberta é
um recurso norte-
americano que consiste
em não se colocar
nenhum sinal de
pontuação em 3
elementos: data,
vocativo e fecho.
4. A CARTA
Década de 60 Década de 90
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5. MEMORANDO OU
COMUNICAÇÃO INTERNA
SINTÉTICO EXTENSO
Para comunicações Para
mais rotineiras; esclarecimentos e
informações mais
Elaborado em meia detalhadas.
folha de papel A4, já
impresso.
6. CARTAS COMERCIAIS:
Como outros, a Carta comercial é um instrumento
de comunicação que se restringe a determinada
área: empresarial e/ou comercial, razão por que tem
características próprias.
As qualidades da carta comercial são as seguintes:
a) Boa apresentação: exige-se, portanto, ordem,
organização e limpeza.
b) Clareza: a obscuridade do texto impede a
comunicação imediata e dá azo a interpretações que
podem levar a desentendimentos e, mesmo, a
prejuízos financeiros. A linguagem deve ser:
7. a) A linguagem deve ser:
1. Simples, evitando-se preocupação com enfeites
literários.
2. Atual, isto é, inteligível à época presente.
3. Precisa, a saber, própria, específica, objetiva.
4. Correta, com exata observância das normas
gramaticais.
5. Concisa, informando com economia de palavras.
6. Impessoal, com o máximo de objetividade, pois a
carta comercial não é lugar adequado para
manifestações subjetivas e sentimentais.
9. ESTRUTURA DA CARTA COMERCIAL
1- Data
2- Invocação
3- Explanação do assunto
4- Fecho
5- Assinatura/Função
10. EXEMPLO DE CARTA COMERCIAL PADRÃO
1. São Paulo, 13 de junho de 2004.
(5 espaços)
2. Prezados Senhores:
(3 espaços)
3. Com referência à sua reclamação, na carta do dia 15 do mês em curso, levamos ao conhecimento
de V. Sas. os necessários esclarecimentos.
(2 espaços)
O atraso na entrega da mercadoria solicitada ocorreu não por falha de nossos funcionários, mas por
incúria da empresa entregadora.
Estamos tomando as devidas providências a fim de que as mercadorias sejam entregues
rapidamente.
(2 espaços)
4. Pedimos desculpas pelo ocorrido e continuamos à disposição de V. Sas.
(3 espaços)
5. Paulo Garcia
Gerente de Vendas.
11. PARTES DA CARTA
COMERCIAL
a) Cabeçalho ou timbre: com todos os
elementos que identifiquem a firma. Hoje, o
cabeçalho já vem impresso e há casos em que
simplesmente não aparece.
b) Destinação ou endereçamento com:
localidade - com respeito à localidade, deve-se
prestar atenção ao seguinte:
a tendência atual é se colocar o local à
esquerda, no alto;
não se abrevia o nome do lugar, escreve-se São
Paulo e não S. Paulo;
após o nome da cidade, usa-se a vírgula.
12. PARTES DA CARTA
COMERCIAL
c) Data - com respeito à data, importa lembrar:
nome do mês com minúscula;
após a data, segue-se ponto final;
os numerais designativos de ano não são
separados por ponto ou espaço; assim, deve-se
escrever 1992 (e não 1.992 ou 1992);
separam-se os numerais de uma data por hífen
e não por barra. Então, 30-11-91 (e não
30/11/91);
destinatário: nome, endereço, localidade.
13. PARTES DA CARTA
COMERCIAL
d) Iniciação: abrangendo vocativo (invocação),
referência e início, com várias fórmulas
possíveis.
Na invocação, é de praxe a expressão
"Prezado(s) Senhor (Senhores)", seguida de
dois-pontos. Outras fórmulas: “Prezado Amigo:”,
“Senhor Diretor:”, “Senhor Gerente:”, “Caro
Cliente:”, “Senhores:” etc.
14. PARTES DA CARTA
COMERCIAL
Para o início propriamente dito, há uma série de
fórmulas, mas nada impede que o redator crie
outras. Como exemplos:
"Em atenção ao anúncio publicado..." "Em
atenção ao pedido..." "Com relação à carta do
dia..." "Atendendo à solicitação da carta..." "Em
cumprimento às determinações..."
"Participamos-lhes que..." "Servimo-nos da
presente para..." . "Solicitamos-lhes a fineza
de:.."
15. PARTES DA CARTA
COMERCIAL
Observações: Antes dos pronomes "lhe-lhes", a
forma verbal não perde a desinência -s.
- Antes do pronome "nos", cai o -s final do verbo.
-Procure-se evitar a forma "Pela presente" ou
"Tem a presente...", já gastas pelo uso.
16. PARTES DA CARTA
COMERCIAL
e) Corpo da carta, ou a exposição do assunto -
obviamente, é variável, de acordo com o que se
pretende. É comum o uso de formas de
tratamento abreviadas, como V. Sa.; v. Sas.; V.
S.a; v. S.as; v. Exa.; V. Ex.a; Exmo. Sr. e outras.
Vale lembrar que o verbo relacionado com os
referidos pronomes de tratamento deve estar
sempre na terceira pessoa, do singular ou do
plural.
17. PARTES DA CARTA
COMERCIAL
f) Fecho da carta - é a parte que encerra a carta,
com uma série de fórmulas já estabelecidas, como:
Atenciosamente.
Com elevado apreço.
Com elevada consideração (ou estima).
Cordiais Saudações (Saudações cordiais).
Cordialmente.
Saudações atenciosas (Atenciosas saudações).
Antecipadamente somos agradecidos.
Evitem-se as fórmulas:
“Termino esta...” “Sem mais, termino esta...”
19. Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 2005.
Sempre & Sempre Editora Ltda
Dr. Flávio de Castro
Padrão Datilográfico
Prezado Senhor,
Esta carta ilustra o preenchimento das novas correspondências das empresas. As instruções que se seguem devem ser
repassadas a todos os funcionários, responsáveis pela manutenção da imagem de modernidade da Empresa.
A única margem aceita, a partir dos anos 90, é a da esquerda, começando-se com a data e só terminando com a assinatura.
Não deve haver nenhum elemento do lado direito, à exceção da padronização recomendada para o Ofício e para o
Memorando das repartições públicas (hoje discutível).
Observe-se que não se usa mais colocar o endereço do destinatário no corpo da carta, a menos que o envelope seja
janelado. Entretanto, pode ser discriminado o setor ao qual a carta está sendo enviada.
Em relação à margem direita, ela pode, conforme Instrução de 1982, não estar alinhada. Porém, com o uso do computador
cada vez mais disseminado, a tendência é manter o alinhamento, clicando-se o ícone “justificar".
A pontuação aberta é um recurso americano que consiste em não se colocar nenhum sinal de pontuação em três elementos:
data, vocativo e fecho. No Brasil, costuma-se não usar o ponto depois da data, mas a vírgula é mantida após o vocativo e o
fecho.
Registre-se que a entrada de cada parágrafo já deixou de existir e a separação entre parágrafos é feita por uma linha em
branco. Essa orientação é válida inclusive para o último parágrafo, cuja tendência é resumir-se em palavras como
“cordialmente” ou "atenciosamente".
Esperando que as novas normas reflitam o espírito de modernidade da Empresa, desejamos sucesso.
Atenciosamente,
J.do Nascimento
João do Nascimento
20. Observações finais
a) Não há o ano junto à numeração da carta,
que vem com a sigla do departamento.
b) A data vem à esquerda, junto com todo o
resto do texto, e fecha-se com o ponto final.
c) O mês vem com inicial minúscula.
d) Não se coloca o endereço na folha da
carta, só no envelope.
e) Não se usa pronome senhorita.
f) Não há abertura de parágrafos.
g) Toda carta deve vir assinada por alguém
que possa ser identificado.
21. PRODUÇÃO DE TEXTO
1) Redigir uma carta (de acordo com as
orientações apresentadas) para um
fornecedor, solicitando cancelamento de
encomenda.O motivo deve ser explicado.
OU
2) Redigir uma carta a um cliente, oferecendo
produtos especiais de sua empresa.