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“Observing The User Experience” | Mike Kuniavsky
aluna: bianca galvão | professor: Luiz Agner
Disciplina: ferramentas de coleta de dados
curso: ergodesign de interfaces
introdução
arte ciência
Analisar resultados de questionários é uma tarefa que tangencia tanto a arte como
a ciência, já que a interpretação humana une-se à tabulação dos números. Devido
à possibilidadede de erros determinada por ambiguidades, exageros nas respostas
ou perguntas mal formuladas, o ideal é que sejam usados métodos mais simples de
análise, como: contagem e comparação.
Contagem | média
Antes de fazer a contagem é sempre interessante analisar o resultado cru da pesquisa,
pois dessa maneira já é possível ter uma ideia das tendências antes de obter resultados.
Depois de somar todas as respostas, para obter o resultado é possível calcular a média,
a moda e a mediana.
A média é calculada a partir
da soma dos valores (variáveis)
multiplicados pelo número de
suas ocorrências e divididos
pelo número total de respostas
(N). Porém, a média pode ser
influenciada caso algumas
respostas apresentem valores
extremos. Por isso é importante
considerar a análise pura da
pesquisa.
mÉDIA
(X . 2) + (Y . 3) + ... + (Z . 5)
n
Contagem | moda
A moda pode ser usada para avaliar se a
média está distorcida por uma minoria,
pois faz o mesmo cálculo usando apenas
o valor mais comum nas respostas. Se
o site atrai dois perfis diferentes de
pessoas, os valores da média e da moda
serão diferentes. A diferença entre a
média e a moda é importante para
identificar se há um grupo homogêneo
ou vários subgrupos na amostra.
moda
(W . 8)
n
Contagem | mediana
A mediana é o valor encontrato na
posição do meio do somatório de
respostas. Somando o número de
respostas (N) a 1 e dividindo por 2
decobre-se o elemento cujo valor
encontra-senametadedosresultados.
Da mesma forma, a mediana também
pode mostrarse a média está afetada,
casoseuvalorsejadiferentedamesma.
mediana
(n + 1)
2
Comparação
A comparação é o verdadeiro poder dos questionários para alcançar o resultado
desejado. Como exemplo, pode-se comparar as perguntas: “Com que frequência visita
o site?” e “Porque está visitando o site hoje?”. Uma das técnicas de comparação que
pode ser usada para isso é a tabulação cruzada, que funciona da seguinte maneira:
IDENTIFICAR AS VARIÁVEIS INDEPENDENTES
Aquelas que afetam o sujeito da pergunta.
Agrupar as respostas
De acordo com as diferentes variáveis independentes.
Tabular as respostas das variáveis dependentes
Para cada variável independente, quais as dependentes.
GERAR UMA TABELA
Com os valores de ambas as variáveis a fim de compará-las.
1.
2.
3.
4.
Comparação
Com a tabulação cruzada é possível comparar os resultados de duas variáveis, no caso
entre duas perguntas, e assim entender como uma afeta a outra. A tabela abaixo cruza
os dados das duas perguntas para determinar como a frequência de visitação afeta o
objetivo do usuário ao acessar um site de e-commerce.
INDEPENDENTES
DEPENDENTES
Ver
novidades 10
74
35
50
5
55
60
1
10
120
80
100
Comprar
produto
Indicar
produto
1 vez por mês 1 vez por semana 1 vez por dia TOTAL
estimando erros | erro padrão
Como toda pesquisa usa apenas uma amostra do total de usuários, qualquer resultado
encontrado é apenas uma estimativa. Porém, existem formas de calcular se o resultado
alcançado está próximo ou não do real. O erro padrão é uma forma de medir a precisão
dos cálculos.
Na equação, o P é a porcentagem
de respostas adquiridas, o Q
é (1 - P) e o N é o número de
amostras (usuários) estudados
no total. Quanto menor o valor
do erro padrão, mais preciso é o
resultado.
erro padrão
P . Q
n
σ =
estimando erros | desvio padrão
O desvio padrão é uma medida de confiança. Ele mostra a probabilidade de a resposta
real estar ou não na porção definida pelo erro padrão. A partir de uma distribuição
normal, os valores utilizados para a análise são: 68% de chance de o valor real estar
dentro da variação de um erro padrão, 95% de chance de o mesmo estar dentro da
variação de dois erros padrões e 99% de estar dentro de três erros padrões.
O intervalo de confiança
mostra como o erro padrão
e o desvio padrão relacio-
nam-se.
O valor adquirido na per-
gunta (50%) fica no centro e
a porcentagem encontrada
como erro padrão (3%) gera
os intervalos que determi-
nam o desvio padrão.
desvio padrão
68%
95%
99%
50%47%44%41% 53% 56% 59%
erros de medição
Mesmo que a partir desses cálculos esteja provada a precisão do resultado, ainda assim
é possível ocorrer erros sistemáticos, que podem afetar os dados de forma geral. Se
as perguntas apresentarem ambiguidade e consequentemente erros de interpretação,
sistematicamente o resultado estará errado, pois o mesmo não estará respondendo
corretamente à dúvida inicial da pesquisa.
tirando conclusões
O importante do questionário é que as perguntas feitas no início da pesquisa sejam
respondidas. Antes de chegar a qualquer conclusão é necessário avaliar se o resultado
cumpriu tal propósito. Assim sendo, quando tira-se conclusões sobre os dados, alguns
proplemas podem ocorrer:
CONFUNDIR CORRELAÇÃO COM CASUALIDADE
Dois eventos simultâneos podem não estar relacionados.
não diferenciar subpopulações
As tendências podem vir de mais de um grupo de usuários.
confuindir crença com verdade
As respostas podem representar o que o usuário apenas
acredita ser verdade, e não a verdade de fato.
1.
2.
3.
tirando conclusões
Além disso, existem os problemas de natureza das respostas das pessoas, que devem
ser levados em consideração ao interpretar os resultados:
AS PESSOAS QUEREM TUDO
Alguns não priorizam, marcam todas as opções possíveis.
AS PESSOAS VÃO RESPONDER SEM TER CERTEZA
Alguns tem medo de não ter opinião.
AS PESSOAS EXAGERAM
Alguns dizem ser o que não são.
AS PESSOAS TENTAM ADVINHAR O MOTIVO DA PESQUISA
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Alguns sentem vergonha ou não estão confortáveis.
1.
3.
2.
4.
5.
concluindo a pesquisa
Após a análise do questionário, não se deve considerar a pesquisa completa. Os
questionários mostram como as pessoas se sentem e pensam sobre si mesmas ou
sobre o produto, mas são limitados para dizer porque elas se sentem assim. Por isso
são necessários outros tipos de pesquisa qualitativa como:
•	 grupos de foco, para entender os valores das pessoas;
•	 investigação contextual, para entender o comportamento das pessoas;
•	 testes de usabilidade, para entender as decisões e percepções das pessoas.
Outras dicas para concluir a pesquisa de forma satisfatória são:
•	 rastrear os questionários apresentando o mesmo repetidamente para grupos de
pessoas similares;
•	 refinar as características do grupo que participa dos questionários;
•	 lançar questionários pré e pós algum evento ou mudança para avaliar os
resultados dos mesmos.

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  • 1. questionários como analisar respostas “Observing The User Experience” | Mike Kuniavsky aluna: bianca galvão | professor: Luiz Agner Disciplina: ferramentas de coleta de dados curso: ergodesign de interfaces
  • 2. introdução arte ciência Analisar resultados de questionários é uma tarefa que tangencia tanto a arte como a ciência, já que a interpretação humana une-se à tabulação dos números. Devido à possibilidadede de erros determinada por ambiguidades, exageros nas respostas ou perguntas mal formuladas, o ideal é que sejam usados métodos mais simples de análise, como: contagem e comparação.
  • 3. Contagem | média Antes de fazer a contagem é sempre interessante analisar o resultado cru da pesquisa, pois dessa maneira já é possível ter uma ideia das tendências antes de obter resultados. Depois de somar todas as respostas, para obter o resultado é possível calcular a média, a moda e a mediana. A média é calculada a partir da soma dos valores (variáveis) multiplicados pelo número de suas ocorrências e divididos pelo número total de respostas (N). Porém, a média pode ser influenciada caso algumas respostas apresentem valores extremos. Por isso é importante considerar a análise pura da pesquisa. mÉDIA (X . 2) + (Y . 3) + ... + (Z . 5) n
  • 4. Contagem | moda A moda pode ser usada para avaliar se a média está distorcida por uma minoria, pois faz o mesmo cálculo usando apenas o valor mais comum nas respostas. Se o site atrai dois perfis diferentes de pessoas, os valores da média e da moda serão diferentes. A diferença entre a média e a moda é importante para identificar se há um grupo homogêneo ou vários subgrupos na amostra. moda (W . 8) n
  • 5. Contagem | mediana A mediana é o valor encontrato na posição do meio do somatório de respostas. Somando o número de respostas (N) a 1 e dividindo por 2 decobre-se o elemento cujo valor encontra-senametadedosresultados. Da mesma forma, a mediana também pode mostrarse a média está afetada, casoseuvalorsejadiferentedamesma. mediana (n + 1) 2
  • 6. Comparação A comparação é o verdadeiro poder dos questionários para alcançar o resultado desejado. Como exemplo, pode-se comparar as perguntas: “Com que frequência visita o site?” e “Porque está visitando o site hoje?”. Uma das técnicas de comparação que pode ser usada para isso é a tabulação cruzada, que funciona da seguinte maneira: IDENTIFICAR AS VARIÁVEIS INDEPENDENTES Aquelas que afetam o sujeito da pergunta. Agrupar as respostas De acordo com as diferentes variáveis independentes. Tabular as respostas das variáveis dependentes Para cada variável independente, quais as dependentes. GERAR UMA TABELA Com os valores de ambas as variáveis a fim de compará-las. 1. 2. 3. 4.
  • 7. Comparação Com a tabulação cruzada é possível comparar os resultados de duas variáveis, no caso entre duas perguntas, e assim entender como uma afeta a outra. A tabela abaixo cruza os dados das duas perguntas para determinar como a frequência de visitação afeta o objetivo do usuário ao acessar um site de e-commerce. INDEPENDENTES DEPENDENTES Ver novidades 10 74 35 50 5 55 60 1 10 120 80 100 Comprar produto Indicar produto 1 vez por mês 1 vez por semana 1 vez por dia TOTAL
  • 8. estimando erros | erro padrão Como toda pesquisa usa apenas uma amostra do total de usuários, qualquer resultado encontrado é apenas uma estimativa. Porém, existem formas de calcular se o resultado alcançado está próximo ou não do real. O erro padrão é uma forma de medir a precisão dos cálculos. Na equação, o P é a porcentagem de respostas adquiridas, o Q é (1 - P) e o N é o número de amostras (usuários) estudados no total. Quanto menor o valor do erro padrão, mais preciso é o resultado. erro padrão P . Q n σ =
  • 9. estimando erros | desvio padrão O desvio padrão é uma medida de confiança. Ele mostra a probabilidade de a resposta real estar ou não na porção definida pelo erro padrão. A partir de uma distribuição normal, os valores utilizados para a análise são: 68% de chance de o valor real estar dentro da variação de um erro padrão, 95% de chance de o mesmo estar dentro da variação de dois erros padrões e 99% de estar dentro de três erros padrões. O intervalo de confiança mostra como o erro padrão e o desvio padrão relacio- nam-se. O valor adquirido na per- gunta (50%) fica no centro e a porcentagem encontrada como erro padrão (3%) gera os intervalos que determi- nam o desvio padrão. desvio padrão 68% 95% 99% 50%47%44%41% 53% 56% 59%
  • 10. erros de medição Mesmo que a partir desses cálculos esteja provada a precisão do resultado, ainda assim é possível ocorrer erros sistemáticos, que podem afetar os dados de forma geral. Se as perguntas apresentarem ambiguidade e consequentemente erros de interpretação, sistematicamente o resultado estará errado, pois o mesmo não estará respondendo corretamente à dúvida inicial da pesquisa.
  • 11. tirando conclusões O importante do questionário é que as perguntas feitas no início da pesquisa sejam respondidas. Antes de chegar a qualquer conclusão é necessário avaliar se o resultado cumpriu tal propósito. Assim sendo, quando tira-se conclusões sobre os dados, alguns proplemas podem ocorrer: CONFUNDIR CORRELAÇÃO COM CASUALIDADE Dois eventos simultâneos podem não estar relacionados. não diferenciar subpopulações As tendências podem vir de mais de um grupo de usuários. confuindir crença com verdade As respostas podem representar o que o usuário apenas acredita ser verdade, e não a verdade de fato. 1. 2. 3.
  • 12. tirando conclusões Além disso, existem os problemas de natureza das respostas das pessoas, que devem ser levados em consideração ao interpretar os resultados: AS PESSOAS QUEREM TUDO Alguns não priorizam, marcam todas as opções possíveis. AS PESSOAS VÃO RESPONDER SEM TER CERTEZA Alguns tem medo de não ter opinião. AS PESSOAS EXAGERAM Alguns dizem ser o que não são. AS PESSOAS TENTAM ADVINHAR O MOTIVO DA PESQUISA Alguns tentam responder o que a pesquisa quer. AS PESSOAS MENTEM Alguns sentem vergonha ou não estão confortáveis. 1. 3. 2. 4. 5.
  • 13. concluindo a pesquisa Após a análise do questionário, não se deve considerar a pesquisa completa. Os questionários mostram como as pessoas se sentem e pensam sobre si mesmas ou sobre o produto, mas são limitados para dizer porque elas se sentem assim. Por isso são necessários outros tipos de pesquisa qualitativa como: • grupos de foco, para entender os valores das pessoas; • investigação contextual, para entender o comportamento das pessoas; • testes de usabilidade, para entender as decisões e percepções das pessoas. Outras dicas para concluir a pesquisa de forma satisfatória são: • rastrear os questionários apresentando o mesmo repetidamente para grupos de pessoas similares; • refinar as características do grupo que participa dos questionários; • lançar questionários pré e pós algum evento ou mudança para avaliar os resultados dos mesmos.