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SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGENS



Flávio Augusto Portela Santos – ESALQ/USP - fapsanto@esalq.usp.br

João Ricardo Rebouças Dórea – ESALQ/USP

Luiz Roberto Dell’ Agostinho Neto – ESALQ/USP



1 INTRODUÇÃO

       A utilização de pastagens como único alimento apresenta limitações de ordem
nutricional e não nutricional que podem restringir ganhos de peso elevados de bovinos nas
fases de recria e terminação (Poppi et al, 1987). O ganho de peso dos animais em pastagens é
determinado principalmente pela ingestão de nutrientes, a qual é determinada pelo consumo
de forragem, o qual é limitado pela composição química dessa forragem e pela capacidade do
animal em colher essa forragem. A composição química da forragem limita o consumo após a
colheita da mesma, através do mecanismo de distensão da parede ruminal ou efeito de
enchimento ruminal (Allen, 1996). Já a capacidade de colheita da forragem é influenciada por
fatores climáticos (como altas temperaturas), estrutura do pasto (fatores relacionados
diretamente com o manejo) e limitações comportamentais do animal (frações do dia pré-
destinadas a atividades de ruminação, ócio e pastejo) (Poppi et al, 1987). Sendo assim, fatores
relacionados com as características da forragem, exigência nutricional do animal e capacidade
de colheita eficiente são na maioria das vezes os principais limitadores de desempenhos
elevados de animais em pastagens tropicais. Portanto mecanismos que reduzam a
possibilidade de ações negativas destes fatores são de extrema importância e, a suplementação
concentrada pode ser utilizada como estratégia para contornar as limitações previamente
apresentadas que ocorrem com a utilização exclusiva de pastagens (Santos et al., 2009).
       No tocante à sistemas de produção de bovinos em pastagens tropicais no Brasil
Central, a estação do ano é fator importante e de maneira prática, o ano é dividido em duas
estações, a estação das águas e a estação seca. As modificações ocorridas em cada período
determinam diferenças na qualidade e disponibilidade de forragem, e portanto, o desempenho
animal é diferente entre as estações assim como as estratégias de suplementação com
concentrado a serem adotadas.
Durante a seca o teor de proteína das forragens é muito baixo, a ponto de limitar a
atividade microbiana e reduzir a digestão de fibra com conseqüente limitação do consumo de
forragem. Nesse caso, a suplementação protéica deve suprir essa deficiência e aumentar a
ingestão de matéria orgânica digestível pelo animal (Cardoso, 1997).
       Durante as águas, em pastagens razoavelmente bem manejadas, o teor de proteína
bruta das forrageiras é normalmente superior a 7% da MS. Em sistemas intensivos, com
pastagens adubadas com nitrogênio, os teores de proteína bruta da forragem colhida pelo
animal podem variar entre 12 a 22% de PB (Fontanelli, 2005; Correia, 2006; Ramalho, 2006;
Costa, 2007; Danés, 2010). Portanto nas águas, normalmente, o teor energético da forragem
passa a constituir-se na maior limitação nutricional para alto desempenho animal, e a
suplementação energética permite melhor sincronia entre a degradação de proteína e energia
dentro do rúmen. Isso resulta em maior fermentação ruminal de carboidratos e maior
produção de proteína microbiana. O resultado final é o maior aporte de energia e de proteína
para o bovino.
       A presente revisão foi feita com o intuito de caracterizar o uso de suplementação
durante as duas estações distintas do ano e o uso contínuo de suplementação durante o ano
todo. Foram revisados 52 artigos publicados em periódicos, 1 tese de doutorado e 2
dissertações de mestrado. Desses trabalhos revisados, 28 artigos entre 2000 e 2010, a tese e
as dissertações foram utilizadas para a realização de meta-análise sobre os efeitos da
suplementação no desempenho animal no período das águas e no período da seca, e 24 artigos
entre 1974 e 2010 foram utilizados para a realização de meta-análise sobre os efeitos da
suplementação no consumo total (forragem + suplemento) e de forragem, também nos 2
períodos distintos do ano.
       No que se refere aos 28 artigos que estudaram a suplementação e desempenho animal,
foram revisados apenas trabalhos conduzidos no Brasil e poucos trabalhos avaliaram a
suplementação com concentrado o ano todo, ou de forma contínua durante as fases de recria e
terminação. Não foram encontrados trabalhos que compararam o desempenho de animais não
suplementados da desmama ao abate (primeira seca pós-desmama, primeira água pós
desmama e segunda seca pós desmama) com animais suplementados nesses 3 períodos. Não
foram encontrados trabalhos que compararam a ausência de suplementação com
suplementação apenas na primeira seca pós desmama ou suplementação da desmama ao abate
(primeira seca, água e segunda seca). Também não foram encontrados trabalhos onde se
estudou o efeito da suplementação na primeira seca na resposta à suplementação nas águas.
Dentre os 28 trabalhos revisados, em 3 deles estudou-se a suplementação durante a recria nas
águas e a resposta tanto dos animais suplementados quanto dos não suplementados quando
terminados em confinamento na seca. Um estudo não incluído na meta-análise comparou
animais da desmama ao abate, não suplementados, suplementados na primeira seca,
suplementados apenas na segunda seca, animais suplementados na primeira e na segunda
secas e finalmente, animais suplementados na primeira seca e terminados em confinamento na
segunda seca. Nesse estudo, entretanto, em nenhum tratamento os animais foram
suplementados continuamente da desmama ao abate, pois não houve suplementação nas águas
em nenhum dos tratamentos avaliados.


2 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO NO CONSUMO


       Para a realização do presente estudo foram compilados os dados referentes a 24 artigos
publicados entre os anos de 1974 e 2010 que juntos avaliaram o efeito da suplementação
sobre o consumo voluntário de 429 animais mantidos em pastagens, sendo 163 animais
avaliados durante o período das águas e 266 animais avaliados durante o período seco do ano.
(Tabela 1).
       Conforme podemos observar a dose média de concentrado fornecida tanto no período
das águas quanto no período da seca foi de 0,48% do peso vivo dos animais (PV). No período
das águas a forragem apresentou maior valor médio de proteína bruta (PB) (12,3%) em
relação à época seca (7,9%), justificando o menor teor de PB no suplemento das águas
comparado com o da seca. O valor energético também foi maior na forragem das águas com
67,7% de FDN contra 72,9% na forragem da seca.


Tabela 1. Caracterização dos trabalhos analisados em relação ao consumo de forragem e total,
             valor nutricional da forragem e do suplemento, dose, numero de animais e peso
             dos animais
 Estação       N               PV1     Dose2    PBs4 CMSF2 CMST2 FDNf4 PBf4
                      Med      381      0,49    18,8      2,05     2,40     67,7    12,3
  Águas       163     Máx      580      1,32    46,1      3,49     3,49     80,8    20,5
                      Mín      289      0,12    10,9      0.93     0,93     53,5     7,4
                      Med      287      0,47    33,2      1,56     1,93     72,9     7,9
   Seca       266     Máx      387      0,90    54,9      2,59     3,14     80,9    23,6
                      Mín      191      0,17    19,2      0,82     0,82     65,5     4,0
(1)
  =Kg, (2)=%PV, (3)=% N= número de animais, PV=peso vivo, Dose= dose de suplemento,
PB=proteína bruta (%MS) , FDN=fibra em detergente neutro (%MS), f=forragem, CMSF= consumo
de matéria seca de forragem, CMST= consumo de matéria seca total.
O consumo médio de forragem foi menor no período seco (1,56% do PV) que no
período das águas (2,05% do PV), assim como o consumo médio de MS total de 1,93% do PV
na seca contra 2,4% do PV nas águas. Essas diferenças, como esperado, ocorreram em virtude
da menor qualidade da forragem e menor oferta de folhas verdes no período seco do ano em
comparação com o período das águas.
       No Gráfico 1 são apresentados os resultados da meta-análise dos dados de consumo de
matéria seca de forragem e total em resposta aos níveis crescentes de suplementação protéica
ou protéico/energética durante a seca. O consumo médio de forragem dos animais não
suplementados foi de 1,7% do PV. Ao contrário do conceito difundido de forma generalizada
que a suplementação protéica aumenta o consumo de forragem durante a seca, houve redução
linear (P<0,05) no consumo de forragem com a suplementação. A maioria dos dados
analisados foram níveis de suplementação entre 0,3 e 0,6% do PV. Em apenas 5 dos 24
trabalhos revisados foram estudados níveis de suplementação menores que 0,3% do PV e em
2 desses estudos a suplementação aumentou o consumo de pasto, manteve em 1 e diminuiu
nos 2 restantes. Portanto a meta-análise realizada é pouco representativa para níveis baixos
(menor que 0,3% do PV) de suplementação protéica na seca. Em outros 5 trabalhos que
infelizmente não foram incluídos na meta-análise (McCollum e Galyean, 1985; Stokes et al.,
1988; Guthrie e Wagner, 1988; Koster et al., 1996; e Mathis et al., 2000) a suplementação
protéica em nível baixo aumentou o consumo de forragem de baixa qualidade.
       O consumo de MS total aumentou com a suplementação (P<0,05). Para cada 1% do
PV de consumo de suplemento houve redução de 0,45% no consumo de forragem e aumento
de 0,55% no consumo de MS total. O resultado final da suplementação protéica ou protéica
energética na seca é o aumento no consumo de matéria orgânica digestível e de proteína pelo
animal.
Gráfico 1. Consumo de forragem (r2=0,80) e total de matéria seca (r2=0,73) em função de
níveis de suplementação no período da seca.

       No Gráfico 2 são apresentados os resultados da meta-análise dos dados de consumo de
matéria seca de forragem e total em resposta aos níveis crescentes de suplementação protéica,
protéica/energética ou energética durante as águas. O consumo médio de forragem dos
animais não suplementados foi de 2,2% PV. A suplementação reduziu (P<0,05) o consumo de
forragem nas águas de forma mais marcante que nas secas, ou seja, houve maior efeito
substitutivo nessa época do ano, conforme esperado. Para cada 1% do PV de consumo de
suplemento houve redução de 0,71% no consumo de forragem. Entretanto, assim como na
seca, a suplementação nas águas aumentou o consumo de MS total e portanto aumentou a
ingestão de matéria orgânica digestível do animal, porém este aumento foi menor que na seca.
O efeito de substituição mais intenso nas águas ocorre em virtude da qualidade da pastagem e
da característica do suplemento utilizado. Se por um lado esse alto efeito substitutivo pode
limitar a resposta do animal em GPD ao suplemento nas águas, por outro lado ele possibilita
aumentos consideráveis nas taxas de lotação dos pastos.
Gráfico 2. Consumo de forragem (r2=0,92) e total de matéria seca (r2=0,66) em função de
níveis de suplementação no período das águas.

       À medida que se suplementa e os animais deixam de consumir forragem para
consumir concentrado, é gerado um excedente de forragem que torna possível o aumento da
carga animal na área de pastagem (Perry et al., 1971). Este é um fato relevante e positivo que
deve ser sempre lembrado no que diz respeito ao efeito de substituição da suplementação no
período das águas.
       Ainda não estão determinados de forma clara e conclusiva os fatores que determinam a
redução no consumo de forragem causada pela suplementação com concentrado. A hipótese
inicialmente levantada por vários nutricionistas que aponta para a redução do pH ruminal e
por conseqüência da digestibilidade da fração fibrosa como agentes causadores da depressão
no consumo de forragem, é pouco consistente de acordo com as revisões realizadas por Caton
e Dhuyvetter (1997) e por Santos et al. (2009). Estudos sobre os fatores reguladores do
consumo em bovinos têm gerado grande interesse por parte da comunidade científica ao longo
dos anos (Anil e Forbes, 1988; Allen, 2009; Zieba et al., 2005).
       O fornecimento de energia via suplemento promovendo aumentos na produção de
ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) como o propionato, tem sido apontado como um dos
responsáveis pela modulação do consumo em ruminantes. O efeito hipofágico do propionato
em ruminantes tem sido amplamente documentado (Allen, 2009). O fígado provavelmente
está envolvido na regulação do consumo, já que os efeitos hipofágicos do propionato foram
eliminados pelo bloqueio esplênico, anestésico biliteral e vagotomia hepática bem como
denervação hepática total em ovinos (Anil e Forbes, 1988). Porém ainda são escassas as
informações referentes ao exato mecanismo de ação do propionato no fígado sobre o controle
da fome. Entretanto, esta teoria não explica a redução específica no consumo de pasto com a
suplementação, uma vez que o consumo total de MS aumenta.
       Para outros autores, o consumo também é influenciado por ações de hormônios
reguladores da fome, como leptina e grelina, que são hormônios secretados principalemnte
pelo tecido adiposo, sensíveis á manipulações da dieta. Acredita-se que esses hormônios
desempenham um papel importante na transmissão do estado das reservas de energia para o
sistema nervoso central para regular o consumo de ração. (Zieba et al., 2005). Esta teoria
também não explica a redução no consumo de pasto com a suplementação, uma vez que o
consumo total aumenta.
       Dados sobre o efeito da suplementação no comportamento do animal com efeitos no
consumo de pasto são escassos na literatura. Em trabalho conduzido recentemente na ESALQ
(Dórea, não publicado), bovinos mantidos em pastagens nas águas, suplementados com 0,
0,3, 0,6 e 0,9% do PV com milho moído gastaram 441, 385, 372 e 363 minutos por dia
respectivamente em atividade de pastejo. O consumo de pasto foi respectivamente: 1,90; 1,64;
1,55 e 1,50% do peso vivo. Houve redução linear no tempo de pastejo e no consumo de pasto
(P<0,05). É interessante notar que o tempo de pastejo foi reduzido de forma drástica na dose
baixa de suplementação, com reduções menores nas doses subseqüentes. O comportamento no
consumo de forragem acompanhou o comportamento do tempo de pastejo. Isso poderia
indicar um efeito comportamental e não metabólico da suplementação em reduzir o consumo
de forragem de animais em pastejo. Entretanto, esse efeito expressivo na dose baixa de
suplementação pode ter sido causado pela presença de monensina sódica no suplemento.
       Com base nos dados apresentados é possível concluir que tanto a suplementação
protéica na seca em doses de 0,3% do PV ou maiores quanto a suplementação protéica ou
energética nas águas reduz o consumo de forragem. O efeito de substituição é menor durante
a seca que durante as águas, sendo assim, o consumo de MS total é aumentado pela
suplementação com maior intensidade na seca.


3 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO NO DESEMPENHO ANIMAL


       Para análise do desempenho de animais mantidos em pastagens, foram compilados os
dados referentes a 28 artigos publicados entre os anos de 2000 e 2010, 2 dissertações de
mestrado e 1 tese de doutorado que juntos avaliaram o efeito da suplementação ou não sobre o
ganho de peso de 1287 animais, sendo 785 animais avaliados durante o período das águas e
      502 animais avaliados durante o período seco do ano. (Tabela 2).
             A dose média de suplemento fornecida no período das águas foi de 0,47% do peso
      vivo e na seca foi de 0,74% . Os teores de proteína bruta da forragem foram menores na seca
      (5,9% da MS) que nas águas (10,2% da MS), entretanto, valores de apenas 4,4% de PB foram
      relatados nas águas. Os suplementos utilizados na seca foram protéicos e/ou protéico-
      energéticos, com valores de PB de 10,3 a 83,1%. Nas águas, predominou a utilização de
      suplementos energéticos em virtude do teor de PB das forragens que na média foi de 10,2%
      na MS, chegando a valores de até 16,3% em função da adubação nitrogenada alta.
             O GPD médio nas águas dos animais suplementados e não suplementados foi de 0,84
      kg/cab nas águas contra 0,51 kg/cab na seca. A taxa de lotação média nas águas foi de 3,84
      UA/ha contra 1,6UA/ha na seca.


    Tabela 2. Caracterização dos trabalhos analisados para desempenho em relação ao numero de
                 animais, peso dos animais, nível de suplementação, consumo total, valor
                 nutricional da forragem e do suplemento, taxa de lotação e disponibilidade de
                 forragem.
                                                                                        Tx. Massa.
           N            PV1 Dose2 GMD3 NDTs4 PBs4 CMST2 PBf4 FDNf4
 Estação                                                                                Lot5 For6
               Med 286          0,47    0,84    76,7    25,6    2,41   10,2     67,5 3,84       6,2
 Águas 785 Máx 448              1,30    1,13    93,4    48,0    2,87   16,3     76,2 9,58 12,8
                Mín 181         0,15    0,35    66,5     6,4    2,11    4,4     55,5     1     2,57
               Med 288          0,74    0,51    72,3    28,7    2,26    5,9     70,9 1,46       7,1
  Seca 502 Máx 415              1,00    1,12    82,9    83,1    2,65   10,2     84,3 7,86 12,2
                Mín 191         0,06 -0,11 45,0         10,3    1,90    3,4     55,0 0,30       1,3
(1)
  =Kg, (2)=%PV, (3)=kg/animal/dia, (4)=%, (5)=UA/ha, (6)=toneladas/ha, N= número de animais, PV=peso
vivo, Dose= dose de suplemento, GMD=ganho médio diário, NDT=nutrientes digestíveis totais (%MS),
PB=proteína bruta (%MS), FDN=fibra em detergente neutro (%MS), s=suplemento, f=forragem, CMST=
consumo de matéria seca total, Tx. Lot= taxa de lotação (UA/ha), Massa For= massa de forragem (ton/ha).



             Os valores médios de massa de forragem foram altos tanto na seca quanto nas águas,
      porém o valor nutricional da forragem foi mais baixo na seca. O manejo realizado no período
      seco para garantir uma elevada oferta de forragem, geralmente caracterizado pelo diferimento
      da pastagem, proporcionou acúmulo elevado de forragem, entretanto de baixo valor nutritivo.
      Tanto as massas de forragem quanto as taxas de lotações observadas nos experimentos
      compilados podem não refletir situações reais em sistemas comerciais de produção. Nas
      águas, a taxa de lotação média de 3,84 UA/ha com massa de forragem de 6,2 ton de MS/ha
      pode ser indicativo de baixa eficiência de uso dessa forragem e alta possibilidade de seleção
      pelo animal. O mesmo pode ter ocorrido na seca, onde a lotação média foi de 1,71 UA/ha com
massa de forragem de 7,1 ton de MS/ha. Nessas condições os GPD obtidos exclusivamente
em pastagens podem ser maiores que os observados na maioria das fazendas brasileiras, e as
respostas ao suplemento podem ser menores que nas fazendas comerciais.
       No gráfico 3 são apresentados os resultados da meta-análise para o período das águas.
O GPD médio nas águas no tratamento não suplementado foi elevado (0,801 kg/animal),
explicado pelo bom valor nutricional e abundância na oferta de forragem.
       O aumento do GPD foi linear (P<0,05) com níveis crescentes de suplementação. A
resposta baixa ao suplemento nas águas se deve ao GPD alto de 0,801 kg/animal dos animais
não suplementados. A resposta em GPD foi de apenas 180 g/cab para o nível de
suplementação de 1% do PV. Essa resposta dificilmente viabiliza a suplementação nas águas
para o animal médio do banco de dados de 286 kg de peso corporal.




Gráfico 3. Ganho médio diário (r2=0,80) em função de níveis de suplementação no período
           das águas.


       Dos 16 trabalhos compilados sobre suplementação nas águas, em 14 houve a
comparação entre níveis de suplementação, havendo sempre um tratamento controle (sem
suplementação). Desses 14 trabalhos, em 7 o GPD médio dos animais não suplementados foi
alto, em torno de 0,89 kg/animal. Nesses 7 estudos não houve resposta (P>0,05) à
suplementação. Nos 7 trabalhos restantes, o GPD médio dos animais foi de 0,57 kg/animal e a
suplementação aumentou o GPD (P<0,05) dos animais em patamares bem maiores que os
projetados pela equação obtida com a meta-análise de todos os dados das águas.
Fica claro que a viabilidade da suplementação nas águas depende em grande parte do
desempenho dos animais mantidos em pastagens sem suplementação. Em fazendas onde o
GPD durante as águas é da ordem de 0,8 kg/animal a resposta à suplementação é baixa e
pouco viável do ponto de vista financeiro. Obviamente que aprimorar as condições de manejo
de pastagens para obter tais GPD durante as águas deve ser uma das metas prioritárias na
fazenda. Entretanto, a manutenção desses ganhos durante todo o período das águas, entre
outubro e abril, normalmente não é atingida em sistemas comerciais. Nesse caso a
suplementação pode se tornar ferramenta de grande valia para o sistema de produção. Na
realidade, a suplementação nas águas pode ser altamente viável em sistemas intensivos que
trabalham com altas taxas de lotação, com alta produção por área, mas com menor ganho por
animal. Nesses casos a suplementação em níveis moderados pode dobrar a produção de carne
por área, em virtude do aumento significativo em GPD dos animais e em lotação dos pastos.
       No gráfico 4 são apresentados os resultados da meta-análise para o período da seca.
Houve resposta quadrática à suplementação nesse período (P<0,05). A maior parte desta
resposta está associada ao baixo valor nutricional da forragem, nessa época e baixa oferta de
matéria seca verde, especialmente folhas, que limitam o CMS do animal e resulta em baixo
desempenho (Simoni et al., 2009). Com base na equação gerada pela meta-análise dos dados,
o GPD do animal médio de 288 kg de PV não suplementados foi de 0,25kg/animal, valor este
bem acima do normalmente observado nas fazendas comerciais durante a seca. O aumento em
GPD foi de 0,42 kg/animal para a suplementação no nível de 1% do PV e de 0,27 kg/animal
para o nível de suplementação de 0,5% do PV. Obviamente que essas respostas devem ser
maiores quanto menores forem os GPD dos animais não suplementados no sistema de
produção.
Gráfico 4. Ganho médio diário (r2=0,85) em função de níveis de suplementação no período
           das secas.


4. EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DURANTE MAIS DE UMA ESTAÇÃO DO
ANO.


       Euclides et al. (2001) avaliaram a suplementação de machos F1 Angus x Nelore
mantidos em pastagem de Brachiaria decumbens durante o primeiro e ou o segundo período
seco da vida do animal na idade de abate do animal. Os animais iniciaram o experimento logo
após a desmama em maio de 1994 com 195 kg de PV e foram abatidos ao longo do ano de
1996. Foram avaliados os seguintes tratamentos: (1) não suplementados, (2) suplementados
apenas na primeira seca (0,8% do PV – 20% de PB), (3) suplementados apenas na segunda
seca (0,9% de PV – 18% de PB), (4) suplementados nos dois períodos secos e (5)
suplementados na primeira seca e terminados em confinamento na segunda seca.
       Os animais suplementados na primeira seca e confinados na segunda foram abatidos
com 22,0 meses (±0,42 meses) com diferença significativa para os demais tratamentos. Os
animais suplementados nos dois períodos secos atingiram o peso de abate com 24,2 meses
(±0,51 meses), com diferença significativa para os tratamentos seguintes. Os animais
suplementados apenas na primeira seca e os suplementados apenas na segunda seca
apresentaram idades semelhantes ao atingirem o peso de abate, aos 28,0 (±0,47) e 26,6
(±0,44) meses, respectivamente. Já os animais que não receberam nenhuma suplementação
precisaram de 30,1 meses (± 0,41 meses) para atingir o peso de abate.
Questionamento normalmente feito por técnicos e pecuaristas é se o peso extra que o
animal ganha com a suplementação na primeira seca pós desmama não é anulado por um
possível ganho compensatório dos animais não suplementados no período seguinte das águas.
Da mesma forma se questiona se o peso extra que o animal ganha com a suplementação
durante a fase de recria nas águas não é anulado por possível ganho compensatório dos
animais não suplementados quando terminados em confinamento durante a seca. Não foram
revisados estudos nacionais para responder ao primeiro questionamento.
       Com relação ao segundo questionamento 3 estudos foram conduzidos no
Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP para avaliar a suplementação dos animais
durante a fase de recria em pasto nas águas e a terminação em confinamento (Correia, 2006;
Ramalho, 2006; Agostinho Neto, 2010).
       Nos trabalhos de Correia (2006) e de Ramalho (2006) os animais suplementados
ganharam mais peso durante a fase de recria em pasto que os animais não suplementados. Na
fase de terminação houve redução no tempo de confinamento e aumento no rendimento de
carcaça e grau de acabamento (Correia, 2006) ou maior ganho de peso e eficiência alimentar
(Ramalho, 2006) para os animais suplementados na fase de recria em pasto. Os animais não
suplementados na fase de recria em pasto não apresentaram ganho compensatório em relação
aos suplementados.
       No trabalho de Agostinho Neto (2010) os animais suplementados durante a fase de
recria em pasto ganharam mais peso que os não suplementados. Durante a fase de terminação
em confinamento, não houve diferença no desempenho dos animais.
       De modo geral, a vantagem obtida com a suplementação durante a recria em pasto foi
mantida ou ampliada durante a fase de terminação em confinamento. Com base nos resultados
desses 3 experimentos, pode-se esperar que os ganhos extras obtidos com a suplementação de
animais em pastagens em determinada estação do ano, sejam mantidos na estação seguinte
com ou sem suplementação, desde que as condições da nova pastagem ou da dieta total
permitam ganhos no mínimo iguais ao da estação anterior.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Efeitos da suplementação estratégica de bovinos de corte em pastagens

  • 1. SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGENS Flávio Augusto Portela Santos – ESALQ/USP - fapsanto@esalq.usp.br João Ricardo Rebouças Dórea – ESALQ/USP Luiz Roberto Dell’ Agostinho Neto – ESALQ/USP 1 INTRODUÇÃO A utilização de pastagens como único alimento apresenta limitações de ordem nutricional e não nutricional que podem restringir ganhos de peso elevados de bovinos nas fases de recria e terminação (Poppi et al, 1987). O ganho de peso dos animais em pastagens é determinado principalmente pela ingestão de nutrientes, a qual é determinada pelo consumo de forragem, o qual é limitado pela composição química dessa forragem e pela capacidade do animal em colher essa forragem. A composição química da forragem limita o consumo após a colheita da mesma, através do mecanismo de distensão da parede ruminal ou efeito de enchimento ruminal (Allen, 1996). Já a capacidade de colheita da forragem é influenciada por fatores climáticos (como altas temperaturas), estrutura do pasto (fatores relacionados diretamente com o manejo) e limitações comportamentais do animal (frações do dia pré- destinadas a atividades de ruminação, ócio e pastejo) (Poppi et al, 1987). Sendo assim, fatores relacionados com as características da forragem, exigência nutricional do animal e capacidade de colheita eficiente são na maioria das vezes os principais limitadores de desempenhos elevados de animais em pastagens tropicais. Portanto mecanismos que reduzam a possibilidade de ações negativas destes fatores são de extrema importância e, a suplementação concentrada pode ser utilizada como estratégia para contornar as limitações previamente apresentadas que ocorrem com a utilização exclusiva de pastagens (Santos et al., 2009). No tocante à sistemas de produção de bovinos em pastagens tropicais no Brasil Central, a estação do ano é fator importante e de maneira prática, o ano é dividido em duas estações, a estação das águas e a estação seca. As modificações ocorridas em cada período determinam diferenças na qualidade e disponibilidade de forragem, e portanto, o desempenho animal é diferente entre as estações assim como as estratégias de suplementação com concentrado a serem adotadas.
  • 2. Durante a seca o teor de proteína das forragens é muito baixo, a ponto de limitar a atividade microbiana e reduzir a digestão de fibra com conseqüente limitação do consumo de forragem. Nesse caso, a suplementação protéica deve suprir essa deficiência e aumentar a ingestão de matéria orgânica digestível pelo animal (Cardoso, 1997). Durante as águas, em pastagens razoavelmente bem manejadas, o teor de proteína bruta das forrageiras é normalmente superior a 7% da MS. Em sistemas intensivos, com pastagens adubadas com nitrogênio, os teores de proteína bruta da forragem colhida pelo animal podem variar entre 12 a 22% de PB (Fontanelli, 2005; Correia, 2006; Ramalho, 2006; Costa, 2007; Danés, 2010). Portanto nas águas, normalmente, o teor energético da forragem passa a constituir-se na maior limitação nutricional para alto desempenho animal, e a suplementação energética permite melhor sincronia entre a degradação de proteína e energia dentro do rúmen. Isso resulta em maior fermentação ruminal de carboidratos e maior produção de proteína microbiana. O resultado final é o maior aporte de energia e de proteína para o bovino. A presente revisão foi feita com o intuito de caracterizar o uso de suplementação durante as duas estações distintas do ano e o uso contínuo de suplementação durante o ano todo. Foram revisados 52 artigos publicados em periódicos, 1 tese de doutorado e 2 dissertações de mestrado. Desses trabalhos revisados, 28 artigos entre 2000 e 2010, a tese e as dissertações foram utilizadas para a realização de meta-análise sobre os efeitos da suplementação no desempenho animal no período das águas e no período da seca, e 24 artigos entre 1974 e 2010 foram utilizados para a realização de meta-análise sobre os efeitos da suplementação no consumo total (forragem + suplemento) e de forragem, também nos 2 períodos distintos do ano. No que se refere aos 28 artigos que estudaram a suplementação e desempenho animal, foram revisados apenas trabalhos conduzidos no Brasil e poucos trabalhos avaliaram a suplementação com concentrado o ano todo, ou de forma contínua durante as fases de recria e terminação. Não foram encontrados trabalhos que compararam o desempenho de animais não suplementados da desmama ao abate (primeira seca pós-desmama, primeira água pós desmama e segunda seca pós desmama) com animais suplementados nesses 3 períodos. Não foram encontrados trabalhos que compararam a ausência de suplementação com suplementação apenas na primeira seca pós desmama ou suplementação da desmama ao abate (primeira seca, água e segunda seca). Também não foram encontrados trabalhos onde se estudou o efeito da suplementação na primeira seca na resposta à suplementação nas águas. Dentre os 28 trabalhos revisados, em 3 deles estudou-se a suplementação durante a recria nas
  • 3. águas e a resposta tanto dos animais suplementados quanto dos não suplementados quando terminados em confinamento na seca. Um estudo não incluído na meta-análise comparou animais da desmama ao abate, não suplementados, suplementados na primeira seca, suplementados apenas na segunda seca, animais suplementados na primeira e na segunda secas e finalmente, animais suplementados na primeira seca e terminados em confinamento na segunda seca. Nesse estudo, entretanto, em nenhum tratamento os animais foram suplementados continuamente da desmama ao abate, pois não houve suplementação nas águas em nenhum dos tratamentos avaliados. 2 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO NO CONSUMO Para a realização do presente estudo foram compilados os dados referentes a 24 artigos publicados entre os anos de 1974 e 2010 que juntos avaliaram o efeito da suplementação sobre o consumo voluntário de 429 animais mantidos em pastagens, sendo 163 animais avaliados durante o período das águas e 266 animais avaliados durante o período seco do ano. (Tabela 1). Conforme podemos observar a dose média de concentrado fornecida tanto no período das águas quanto no período da seca foi de 0,48% do peso vivo dos animais (PV). No período das águas a forragem apresentou maior valor médio de proteína bruta (PB) (12,3%) em relação à época seca (7,9%), justificando o menor teor de PB no suplemento das águas comparado com o da seca. O valor energético também foi maior na forragem das águas com 67,7% de FDN contra 72,9% na forragem da seca. Tabela 1. Caracterização dos trabalhos analisados em relação ao consumo de forragem e total, valor nutricional da forragem e do suplemento, dose, numero de animais e peso dos animais Estação N PV1 Dose2 PBs4 CMSF2 CMST2 FDNf4 PBf4 Med 381 0,49 18,8 2,05 2,40 67,7 12,3 Águas 163 Máx 580 1,32 46,1 3,49 3,49 80,8 20,5 Mín 289 0,12 10,9 0.93 0,93 53,5 7,4 Med 287 0,47 33,2 1,56 1,93 72,9 7,9 Seca 266 Máx 387 0,90 54,9 2,59 3,14 80,9 23,6 Mín 191 0,17 19,2 0,82 0,82 65,5 4,0 (1) =Kg, (2)=%PV, (3)=% N= número de animais, PV=peso vivo, Dose= dose de suplemento, PB=proteína bruta (%MS) , FDN=fibra em detergente neutro (%MS), f=forragem, CMSF= consumo de matéria seca de forragem, CMST= consumo de matéria seca total.
  • 4. O consumo médio de forragem foi menor no período seco (1,56% do PV) que no período das águas (2,05% do PV), assim como o consumo médio de MS total de 1,93% do PV na seca contra 2,4% do PV nas águas. Essas diferenças, como esperado, ocorreram em virtude da menor qualidade da forragem e menor oferta de folhas verdes no período seco do ano em comparação com o período das águas. No Gráfico 1 são apresentados os resultados da meta-análise dos dados de consumo de matéria seca de forragem e total em resposta aos níveis crescentes de suplementação protéica ou protéico/energética durante a seca. O consumo médio de forragem dos animais não suplementados foi de 1,7% do PV. Ao contrário do conceito difundido de forma generalizada que a suplementação protéica aumenta o consumo de forragem durante a seca, houve redução linear (P<0,05) no consumo de forragem com a suplementação. A maioria dos dados analisados foram níveis de suplementação entre 0,3 e 0,6% do PV. Em apenas 5 dos 24 trabalhos revisados foram estudados níveis de suplementação menores que 0,3% do PV e em 2 desses estudos a suplementação aumentou o consumo de pasto, manteve em 1 e diminuiu nos 2 restantes. Portanto a meta-análise realizada é pouco representativa para níveis baixos (menor que 0,3% do PV) de suplementação protéica na seca. Em outros 5 trabalhos que infelizmente não foram incluídos na meta-análise (McCollum e Galyean, 1985; Stokes et al., 1988; Guthrie e Wagner, 1988; Koster et al., 1996; e Mathis et al., 2000) a suplementação protéica em nível baixo aumentou o consumo de forragem de baixa qualidade. O consumo de MS total aumentou com a suplementação (P<0,05). Para cada 1% do PV de consumo de suplemento houve redução de 0,45% no consumo de forragem e aumento de 0,55% no consumo de MS total. O resultado final da suplementação protéica ou protéica energética na seca é o aumento no consumo de matéria orgânica digestível e de proteína pelo animal.
  • 5. Gráfico 1. Consumo de forragem (r2=0,80) e total de matéria seca (r2=0,73) em função de níveis de suplementação no período da seca. No Gráfico 2 são apresentados os resultados da meta-análise dos dados de consumo de matéria seca de forragem e total em resposta aos níveis crescentes de suplementação protéica, protéica/energética ou energética durante as águas. O consumo médio de forragem dos animais não suplementados foi de 2,2% PV. A suplementação reduziu (P<0,05) o consumo de forragem nas águas de forma mais marcante que nas secas, ou seja, houve maior efeito substitutivo nessa época do ano, conforme esperado. Para cada 1% do PV de consumo de suplemento houve redução de 0,71% no consumo de forragem. Entretanto, assim como na seca, a suplementação nas águas aumentou o consumo de MS total e portanto aumentou a ingestão de matéria orgânica digestível do animal, porém este aumento foi menor que na seca. O efeito de substituição mais intenso nas águas ocorre em virtude da qualidade da pastagem e da característica do suplemento utilizado. Se por um lado esse alto efeito substitutivo pode limitar a resposta do animal em GPD ao suplemento nas águas, por outro lado ele possibilita aumentos consideráveis nas taxas de lotação dos pastos.
  • 6. Gráfico 2. Consumo de forragem (r2=0,92) e total de matéria seca (r2=0,66) em função de níveis de suplementação no período das águas. À medida que se suplementa e os animais deixam de consumir forragem para consumir concentrado, é gerado um excedente de forragem que torna possível o aumento da carga animal na área de pastagem (Perry et al., 1971). Este é um fato relevante e positivo que deve ser sempre lembrado no que diz respeito ao efeito de substituição da suplementação no período das águas. Ainda não estão determinados de forma clara e conclusiva os fatores que determinam a redução no consumo de forragem causada pela suplementação com concentrado. A hipótese inicialmente levantada por vários nutricionistas que aponta para a redução do pH ruminal e por conseqüência da digestibilidade da fração fibrosa como agentes causadores da depressão no consumo de forragem, é pouco consistente de acordo com as revisões realizadas por Caton e Dhuyvetter (1997) e por Santos et al. (2009). Estudos sobre os fatores reguladores do consumo em bovinos têm gerado grande interesse por parte da comunidade científica ao longo dos anos (Anil e Forbes, 1988; Allen, 2009; Zieba et al., 2005). O fornecimento de energia via suplemento promovendo aumentos na produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) como o propionato, tem sido apontado como um dos responsáveis pela modulação do consumo em ruminantes. O efeito hipofágico do propionato em ruminantes tem sido amplamente documentado (Allen, 2009). O fígado provavelmente está envolvido na regulação do consumo, já que os efeitos hipofágicos do propionato foram eliminados pelo bloqueio esplênico, anestésico biliteral e vagotomia hepática bem como denervação hepática total em ovinos (Anil e Forbes, 1988). Porém ainda são escassas as
  • 7. informações referentes ao exato mecanismo de ação do propionato no fígado sobre o controle da fome. Entretanto, esta teoria não explica a redução específica no consumo de pasto com a suplementação, uma vez que o consumo total de MS aumenta. Para outros autores, o consumo também é influenciado por ações de hormônios reguladores da fome, como leptina e grelina, que são hormônios secretados principalemnte pelo tecido adiposo, sensíveis á manipulações da dieta. Acredita-se que esses hormônios desempenham um papel importante na transmissão do estado das reservas de energia para o sistema nervoso central para regular o consumo de ração. (Zieba et al., 2005). Esta teoria também não explica a redução no consumo de pasto com a suplementação, uma vez que o consumo total aumenta. Dados sobre o efeito da suplementação no comportamento do animal com efeitos no consumo de pasto são escassos na literatura. Em trabalho conduzido recentemente na ESALQ (Dórea, não publicado), bovinos mantidos em pastagens nas águas, suplementados com 0, 0,3, 0,6 e 0,9% do PV com milho moído gastaram 441, 385, 372 e 363 minutos por dia respectivamente em atividade de pastejo. O consumo de pasto foi respectivamente: 1,90; 1,64; 1,55 e 1,50% do peso vivo. Houve redução linear no tempo de pastejo e no consumo de pasto (P<0,05). É interessante notar que o tempo de pastejo foi reduzido de forma drástica na dose baixa de suplementação, com reduções menores nas doses subseqüentes. O comportamento no consumo de forragem acompanhou o comportamento do tempo de pastejo. Isso poderia indicar um efeito comportamental e não metabólico da suplementação em reduzir o consumo de forragem de animais em pastejo. Entretanto, esse efeito expressivo na dose baixa de suplementação pode ter sido causado pela presença de monensina sódica no suplemento. Com base nos dados apresentados é possível concluir que tanto a suplementação protéica na seca em doses de 0,3% do PV ou maiores quanto a suplementação protéica ou energética nas águas reduz o consumo de forragem. O efeito de substituição é menor durante a seca que durante as águas, sendo assim, o consumo de MS total é aumentado pela suplementação com maior intensidade na seca. 3 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO NO DESEMPENHO ANIMAL Para análise do desempenho de animais mantidos em pastagens, foram compilados os dados referentes a 28 artigos publicados entre os anos de 2000 e 2010, 2 dissertações de mestrado e 1 tese de doutorado que juntos avaliaram o efeito da suplementação ou não sobre o
  • 8. ganho de peso de 1287 animais, sendo 785 animais avaliados durante o período das águas e 502 animais avaliados durante o período seco do ano. (Tabela 2). A dose média de suplemento fornecida no período das águas foi de 0,47% do peso vivo e na seca foi de 0,74% . Os teores de proteína bruta da forragem foram menores na seca (5,9% da MS) que nas águas (10,2% da MS), entretanto, valores de apenas 4,4% de PB foram relatados nas águas. Os suplementos utilizados na seca foram protéicos e/ou protéico- energéticos, com valores de PB de 10,3 a 83,1%. Nas águas, predominou a utilização de suplementos energéticos em virtude do teor de PB das forragens que na média foi de 10,2% na MS, chegando a valores de até 16,3% em função da adubação nitrogenada alta. O GPD médio nas águas dos animais suplementados e não suplementados foi de 0,84 kg/cab nas águas contra 0,51 kg/cab na seca. A taxa de lotação média nas águas foi de 3,84 UA/ha contra 1,6UA/ha na seca. Tabela 2. Caracterização dos trabalhos analisados para desempenho em relação ao numero de animais, peso dos animais, nível de suplementação, consumo total, valor nutricional da forragem e do suplemento, taxa de lotação e disponibilidade de forragem. Tx. Massa. N PV1 Dose2 GMD3 NDTs4 PBs4 CMST2 PBf4 FDNf4 Estação Lot5 For6 Med 286 0,47 0,84 76,7 25,6 2,41 10,2 67,5 3,84 6,2 Águas 785 Máx 448 1,30 1,13 93,4 48,0 2,87 16,3 76,2 9,58 12,8 Mín 181 0,15 0,35 66,5 6,4 2,11 4,4 55,5 1 2,57 Med 288 0,74 0,51 72,3 28,7 2,26 5,9 70,9 1,46 7,1 Seca 502 Máx 415 1,00 1,12 82,9 83,1 2,65 10,2 84,3 7,86 12,2 Mín 191 0,06 -0,11 45,0 10,3 1,90 3,4 55,0 0,30 1,3 (1) =Kg, (2)=%PV, (3)=kg/animal/dia, (4)=%, (5)=UA/ha, (6)=toneladas/ha, N= número de animais, PV=peso vivo, Dose= dose de suplemento, GMD=ganho médio diário, NDT=nutrientes digestíveis totais (%MS), PB=proteína bruta (%MS), FDN=fibra em detergente neutro (%MS), s=suplemento, f=forragem, CMST= consumo de matéria seca total, Tx. Lot= taxa de lotação (UA/ha), Massa For= massa de forragem (ton/ha). Os valores médios de massa de forragem foram altos tanto na seca quanto nas águas, porém o valor nutricional da forragem foi mais baixo na seca. O manejo realizado no período seco para garantir uma elevada oferta de forragem, geralmente caracterizado pelo diferimento da pastagem, proporcionou acúmulo elevado de forragem, entretanto de baixo valor nutritivo. Tanto as massas de forragem quanto as taxas de lotações observadas nos experimentos compilados podem não refletir situações reais em sistemas comerciais de produção. Nas águas, a taxa de lotação média de 3,84 UA/ha com massa de forragem de 6,2 ton de MS/ha pode ser indicativo de baixa eficiência de uso dessa forragem e alta possibilidade de seleção pelo animal. O mesmo pode ter ocorrido na seca, onde a lotação média foi de 1,71 UA/ha com
  • 9. massa de forragem de 7,1 ton de MS/ha. Nessas condições os GPD obtidos exclusivamente em pastagens podem ser maiores que os observados na maioria das fazendas brasileiras, e as respostas ao suplemento podem ser menores que nas fazendas comerciais. No gráfico 3 são apresentados os resultados da meta-análise para o período das águas. O GPD médio nas águas no tratamento não suplementado foi elevado (0,801 kg/animal), explicado pelo bom valor nutricional e abundância na oferta de forragem. O aumento do GPD foi linear (P<0,05) com níveis crescentes de suplementação. A resposta baixa ao suplemento nas águas se deve ao GPD alto de 0,801 kg/animal dos animais não suplementados. A resposta em GPD foi de apenas 180 g/cab para o nível de suplementação de 1% do PV. Essa resposta dificilmente viabiliza a suplementação nas águas para o animal médio do banco de dados de 286 kg de peso corporal. Gráfico 3. Ganho médio diário (r2=0,80) em função de níveis de suplementação no período das águas. Dos 16 trabalhos compilados sobre suplementação nas águas, em 14 houve a comparação entre níveis de suplementação, havendo sempre um tratamento controle (sem suplementação). Desses 14 trabalhos, em 7 o GPD médio dos animais não suplementados foi alto, em torno de 0,89 kg/animal. Nesses 7 estudos não houve resposta (P>0,05) à suplementação. Nos 7 trabalhos restantes, o GPD médio dos animais foi de 0,57 kg/animal e a suplementação aumentou o GPD (P<0,05) dos animais em patamares bem maiores que os projetados pela equação obtida com a meta-análise de todos os dados das águas.
  • 10. Fica claro que a viabilidade da suplementação nas águas depende em grande parte do desempenho dos animais mantidos em pastagens sem suplementação. Em fazendas onde o GPD durante as águas é da ordem de 0,8 kg/animal a resposta à suplementação é baixa e pouco viável do ponto de vista financeiro. Obviamente que aprimorar as condições de manejo de pastagens para obter tais GPD durante as águas deve ser uma das metas prioritárias na fazenda. Entretanto, a manutenção desses ganhos durante todo o período das águas, entre outubro e abril, normalmente não é atingida em sistemas comerciais. Nesse caso a suplementação pode se tornar ferramenta de grande valia para o sistema de produção. Na realidade, a suplementação nas águas pode ser altamente viável em sistemas intensivos que trabalham com altas taxas de lotação, com alta produção por área, mas com menor ganho por animal. Nesses casos a suplementação em níveis moderados pode dobrar a produção de carne por área, em virtude do aumento significativo em GPD dos animais e em lotação dos pastos. No gráfico 4 são apresentados os resultados da meta-análise para o período da seca. Houve resposta quadrática à suplementação nesse período (P<0,05). A maior parte desta resposta está associada ao baixo valor nutricional da forragem, nessa época e baixa oferta de matéria seca verde, especialmente folhas, que limitam o CMS do animal e resulta em baixo desempenho (Simoni et al., 2009). Com base na equação gerada pela meta-análise dos dados, o GPD do animal médio de 288 kg de PV não suplementados foi de 0,25kg/animal, valor este bem acima do normalmente observado nas fazendas comerciais durante a seca. O aumento em GPD foi de 0,42 kg/animal para a suplementação no nível de 1% do PV e de 0,27 kg/animal para o nível de suplementação de 0,5% do PV. Obviamente que essas respostas devem ser maiores quanto menores forem os GPD dos animais não suplementados no sistema de produção.
  • 11. Gráfico 4. Ganho médio diário (r2=0,85) em função de níveis de suplementação no período das secas. 4. EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DURANTE MAIS DE UMA ESTAÇÃO DO ANO. Euclides et al. (2001) avaliaram a suplementação de machos F1 Angus x Nelore mantidos em pastagem de Brachiaria decumbens durante o primeiro e ou o segundo período seco da vida do animal na idade de abate do animal. Os animais iniciaram o experimento logo após a desmama em maio de 1994 com 195 kg de PV e foram abatidos ao longo do ano de 1996. Foram avaliados os seguintes tratamentos: (1) não suplementados, (2) suplementados apenas na primeira seca (0,8% do PV – 20% de PB), (3) suplementados apenas na segunda seca (0,9% de PV – 18% de PB), (4) suplementados nos dois períodos secos e (5) suplementados na primeira seca e terminados em confinamento na segunda seca. Os animais suplementados na primeira seca e confinados na segunda foram abatidos com 22,0 meses (±0,42 meses) com diferença significativa para os demais tratamentos. Os animais suplementados nos dois períodos secos atingiram o peso de abate com 24,2 meses (±0,51 meses), com diferença significativa para os tratamentos seguintes. Os animais suplementados apenas na primeira seca e os suplementados apenas na segunda seca apresentaram idades semelhantes ao atingirem o peso de abate, aos 28,0 (±0,47) e 26,6 (±0,44) meses, respectivamente. Já os animais que não receberam nenhuma suplementação precisaram de 30,1 meses (± 0,41 meses) para atingir o peso de abate.
  • 12. Questionamento normalmente feito por técnicos e pecuaristas é se o peso extra que o animal ganha com a suplementação na primeira seca pós desmama não é anulado por um possível ganho compensatório dos animais não suplementados no período seguinte das águas. Da mesma forma se questiona se o peso extra que o animal ganha com a suplementação durante a fase de recria nas águas não é anulado por possível ganho compensatório dos animais não suplementados quando terminados em confinamento durante a seca. Não foram revisados estudos nacionais para responder ao primeiro questionamento. Com relação ao segundo questionamento 3 estudos foram conduzidos no Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP para avaliar a suplementação dos animais durante a fase de recria em pasto nas águas e a terminação em confinamento (Correia, 2006; Ramalho, 2006; Agostinho Neto, 2010). Nos trabalhos de Correia (2006) e de Ramalho (2006) os animais suplementados ganharam mais peso durante a fase de recria em pasto que os animais não suplementados. Na fase de terminação houve redução no tempo de confinamento e aumento no rendimento de carcaça e grau de acabamento (Correia, 2006) ou maior ganho de peso e eficiência alimentar (Ramalho, 2006) para os animais suplementados na fase de recria em pasto. Os animais não suplementados na fase de recria em pasto não apresentaram ganho compensatório em relação aos suplementados. No trabalho de Agostinho Neto (2010) os animais suplementados durante a fase de recria em pasto ganharam mais peso que os não suplementados. Durante a fase de terminação em confinamento, não houve diferença no desempenho dos animais. De modo geral, a vantagem obtida com a suplementação durante a recria em pasto foi mantida ou ampliada durante a fase de terminação em confinamento. Com base nos resultados desses 3 experimentos, pode-se esperar que os ganhos extras obtidos com a suplementação de animais em pastagens em determinada estação do ano, sejam mantidos na estação seguinte com ou sem suplementação, desde que as condições da nova pastagem ou da dieta total permitam ganhos no mínimo iguais ao da estação anterior.
  • 13. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGOSTINHO NETO, L. R. D. Estratégias de suplementação energética para bovinos em recria em pastagens tropicais durante as águas e seus efeitos na terminação em confinamento. 2007. 99 p. Dissertação (Mestrado Ciências Animal e Pastagens) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2010. ALLEN, M. S. Physical constraints on voluntary intake of forages by ruminants. Journal of Animal Science. 74:3063, 1996. ANIL, M. H., AND J. M. FORBES. The roles of hepatic nerves in the reduction of food intake as a consequence of intraportal sodium propionate administration in sheep. Quart. J. Exp. Physiol. 73:539, 1988. BARBOSA , F.A.; GRAÇA, D.S.; MAFFEI, W.E. et al. Desempenho e consumo de matéria seca de bovinos sob suplementação protéico-energética, durante a época de transição água- seca. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 59, n.1, p.160-167, 2007. BARONI, C.E.S.; LANA, R.P.; MANCIO, A.B. et al. Desempenho de novilhos suplementados e terminados em pasto, na seca, e avaliação do pasto. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 62, n.2, p.373-381, 2010. BODINE, T.N.; PURVIS, H.T. Effects of supplemental energy and/or degradable intake protein on performance, grazing behavior, intake, digestibility, and fecal and blood indices by beef steers grazed on dormant native tallgrass prairie. Journal of Animal Science., v.81, p.304-317, 2003. CABRAL, L.S.; ZERVOUDAKIS, J.T.; COPPEDÊ, C.M. et al. Suplementação de bovinos de corte mantidos em pastagem de Panicum maximum cv.Tanzânia-1 no período das águas. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal. v.9, n.2, p.293-302, 2008. CANESIN, R.C.; BERCHIELLI, T.T.; ANDRADE, P. et al. Desempenho de bovinos de corte mantidos em pastagem de capim marandu submetidos a diferentes estratégias de suplementação no período das águas e da seca. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.2, p.411-420, 2007. CARDOSO, E.G.; SILVA, J.M. da; EUCLIDES, V.P.B. Proteína bruta e fibra em detergente neutro em B. decumbens sob pastejo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 33., 1997, Juiz de Fora. Anais... Juiz de Fora: SBZ, p. 261- 263, 1997. CATON, J. S., and DHUYVETTER, D. V. Influence of energy supplementation on grazing ruminants: Requirements and responses. Journal of Animal Science. v.75, p.533, 1997. CATON, J. S., FREEMAN,A. S., and GALYEAN, M. L. Influence of protein supplementation on forage intake, in situ forage disappearance, ruminal fermentation, and digestion passage rates in steers grazing dormant blue grama rangeland. Journal of Animal Science. v.66, p.2262, 1988. CORREIA, P.S. Estratégias de suplementação de bovinos de corte em pastagens durante o período das águas. 2006. 333p. Dissertação (Doutorado em Ciência Animal e Pastagens.) -
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