2. 2
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
TRUST INDUSTRY REPORT:
TECNOLOGIA E
TELECOMUNICAÇÕES
Trust Industry Reports
Os Trust Industry Reports (TIR) são
relatórios de análise do estado da
confiança por setores de atividade
em Portugal, bem como a nível
Global e Europeu. A elaboração
destes relatórios contou com o
contributo de representantes das
principais empresas de cada setor
em Portugal e no consequente
debate dos resultados de confiança
anuais para o seu setor e respetiva
conjuntura, obtidos através do
maior estudo de Confiança realizado
globalmente, o Edelman Trust
BarometerTM.
Em 2013 realizaram-se quatro
Trust Industry Reports, agora
materializados em quatro white
papers, entre os quais se insere o
presente relatório:
TIR Technology
[Tecnologias;
Telecomunicações
e Eletrónica de Consumo];
TIR Financials
[Banca e Serviços
Financeiros];
TIR Industry
[Automóvel, Ind.Química,
Ind. Metalúrgica e Energia];
TIR Consumer Goods
[Alimentação e Bebidas,
Ind. de Cervejas e Bebidas
Espirituosas, Bens de
Consumo não duráveis].
3. 3
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
SUMÁRIO
EXECUTIVO
Uma análise aprofundada aos
resultados de confiança do 2013
Edelman Trust BarometerTM nos
setores da Tecnologia (Tecnologia,
Telecomunicações e Eletrónica de
Consumo) permitiu perceber que
estes merecem, de uma forma geral,
a confiança dos públicos global,
europeu e português. Na verdade,
o setor Tecnologia é o setor mais
confiado nas três dimensões
territoriais em análise, apresentando
uma confiança sempre superior
a 70%. Também os setores das
Telecomunicações e Eletrónica
de Consumo apresentam-se com
valores de confiança positivos nas
três dimensões.
Relativamente aos países que
mais confiam nestes setores, foi
possível verificar que estes são
essencialmente países emergentes
– Indonésia, México, Índia, Malásia e
China. Relativamente aos mesmos
setores, verificou-se que Portugal
apresenta uma confiança superior a
países como o Japão, Reino Unido,
Alemanha e Estados Unidos da
América.
A confiança em Tecnologia
aumentou em Portugal em
2013, devido ao crescimento
acentuado da confiança no setor
das Telecomunicações (14 pontos
percentuais) e ao crescimento
moderado da confiança no setor da
Tecnologia (3 pontos percentuais).
O setor da Eletrónica de Consumo
estreou-se no estudo alcançando
uma confiança de 77% (em
Portugal). Para além disso, verificouse ainda que, apesar do acentuado
crescimento da confiança nas
Empresas em Portugal (de 50% em
2012 para 57% em 2013), a confiança
nesta instituição continua abaixo
dos valores de confiança alcançados
por cada um dos três setores em
análise.
O presente estudo permitiu ainda
perceber que, a nível nacional, o
grupo etário dos cidadãos não é
condicionante para a sua confiança
na Tecnologia, tendo todos os
grupos em análise atingido valores
semelhantes para os três setores.
No entanto, segmentando o público
por género, verificou-se que são os
respondentes do género masculino
quem mais confia nos setores da
Tecnologia.
Quanto à relação entre o grau de
instrução dos respondentes e a
confiança em Tecnologia, verificouse que são os cidadãos com menor
nível de instrução quem mais confia
nos setores das Telecomunicações
e da Eletrónica de Consumo.
Contrariamente, são os mesmos
indivíduos quem menos confia no
setor da Tecnologia.
Por fim, foi possível detetar a
existência de alguma disparidade
de confiança na Tecnologia entre
diferentes regiões do país, sendo
de destacar a existência de uma
diferença de 28 pontos percentuais
entre a região com maior confiança
– Alentejo (79%) – e a região menos
confiante – Algarve (51%).
4. 4
Trust Industry Report
The Trust Summit
Tecnologias e Telecomunicações
O The Trust Summit é uma
iniciativa da GCI em parceria com
o The Lisbon MBA que tem como
principal objetivo a apresentação
e divulgação dos resultados do
Edelman Trust Barometer™, bem
como a discussão e análise da
Confiança nas perspetivas nacional,
europeia e global. Em 2013, para
além da apresentação do estudo,
compuseram o The Trust Summit ‘13
a realização de quatro workshops e
quatro encontros setoriais – os Trust
Industry Reports (TIR), centrados
na temática da Confiança em cada
um dos setores considerados:
Financials, Technology, Industry e
Consumer Goods.
Os Trust Industry Reports são
momentos de análise e debate
baseados no Edelman Trust
Barometer™, em formato roundtable,
entre os principais responsáveis pela
gestão da Confiança de empresas
respetivas a cada um dos setores
acima identificados.
Nestas sessões, os dados globais,
europeus e de Portugal do Edelman
Trust Barometer™ são analisados
em maior detalhe, pretendendo-se
determinar as implicações que esses
podem trazer para os diferentes
setores e que estratégias poderão
reforçar ou manter a confiança dos
consumidores e outros stakeholders.
Da metodologia explicitada resultam
os quatro relatórios: TIR Financials,
TIR Technology, TIR Industry e TIR
Consumer Goods.
No que diz respeito à análise
do setor das Tecnologias e
Telecomunicações, procedeu-se à
elaboração do presente relatório
(TIR Technology), no qual se
executa uma análise crítica da
Confiança e Credibilidade no setor.
Neste, são analisadas as tendências
Globais da Confiança em Geral,
os níveis de Confiança nas
diferentes instituições (ONG,
Governo, Empresas e Media); no
mercado Português, e nos Setores
da Tecnologia e Telecomunicações.
Por fim, é feita uma análise dos
fatores socioeconómicos que
influenciam a Confiança nestes
setores.
6. 6
Trust Industry Report
Confiança e Reputação
Tecnologias e Telecomunicações
Por definição, o sucesso de qualquer
empreendimento ou iniciativa
depende em muito de fatores
externos ao seu controlo, como por
exemplo o surgimento de crises
económicas e financeiras ou a
constante mudança de tendências
e necessidade de inovação em
produtos e formas de atuar.
Neste contexto, torna-se essencial
a construção de uma relação sólida
com os diferentes stakeholders no
sentido de reforçar a legitimidade
de atuação de uma empresa/
organização, assim como a sua
credibilidade e reputação (junto
de cidadãos e organizações).
Nas palavras de Robert Phillips,
ex-CEO da Edelman UK1, “É o
momento de sairmos da audiência.
Devemos aprender a movimentarnos nos círculos, aprender a surfar
nas ondas e, quem sabe, nos
verdadeiros tsunamis de influência”.
Ao identificar forças e fraquezas no
âmbito da Confiança e Credibilidade
de uma empresa, é possível
descobrir, definir, exemplificar
e amplificar a identidade da
mesma, assim como transmitir
esta mensagem aos stakeholders,
inspirando a sua participação ativa
na missão de negócio da empresa,
numa relação mutualmente
benéfica.
O presente documento expõe,
portanto, o contexto relativo aos
respetivos setores em estudo
no âmbito da Tecnologia e
Telecomunicações: Tecnologia,
Telecomunicações e Eletrónica de
Consumo. Segue-se a descrição de
cada um deles, segundo o Edelman
Trust Barometer™ 2013:
• Tecnologia: Produtores de
equipamentos tecnológicos,
hardware e software.
• Telecomunicações: Fornecedores
de serviços e equipamentos de
comunicação telefónica fixa e móvel.
• Eletrónica de Consumo:
Produtores e distribuidores de
equipamentos eletrónicos de
entretenimento como televisões,
VCRs, leitores de DVD e
equipamentos áudio, por exemplo.
1. Robert Phillips é atualmente Head of Chambers na Jericho Chambers
7. 7
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
“É o momento de
sairmos da audiência.
Devemos aprender
a movimentar-nos
nos círculos, aprender
a surfar nas ondas
e, quem sabe, nos
verdadeiros tsunamis
de influência”
Robert Phillips
8. 8
Trust Industry Report
Edelman Trust
Barometer™(2)
Tecnologias e Telecomunicações
O Edelman Trust Barometer™ é um estudo
realizado em 26 países sobre Confiança,
contando anualmente com a recolha de mais
de 31.000 testemunhos.
O 2013 Edelman Trust Barometer™ é
o 13º estudo anual sobre confiança
e credibilidade. Procura analisar os
níveis de confiança dos públicos
informados em quatro instituições:
Governo, Empresas, ONG’s e Media.
Todos os anos é apresentado
internacionalmente no Fórum
Mundial de Davos. O estudo foi
conduzido pela Edelman Berland.
Em Portugal, 2013 marca a 4ª edição
do Edelman Trust Barometer™
Portugal.
No estudo, são considerados dois
grupos amostrais:
i) Público Geral (PG), composto por
1.000 respondentes constituindo
uma amostra representativa de cada
país – 1.002 em Portugal – de idade
superior a 18 anos.
ii) Público Informado (PI),
composto por 500 respondentes
dos Estados Unidos da América
e China, 200 respondentes dos
restantes países e 147 de Portugal,
com idades entre os 25 e 64 anos,
dotados de Educação Superior e
pertencentes ao quartil superior
do rendimento familiar por
escalão etário em cada país; que
acompanhem ativamente notícias
de economia/negócios e de políticas
públicas.
9. 9
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
TIR
TECNOLOGIA E
TELECOMUNICAÇÕES
1. CONFIANÇA EM TECNOLOGIA
1.1
O Panorama Geral da Confiança: Global, Europa e Portugal.
Em 2013, a Confiança em Geral
(calculada como média da confiança
nas quatro instituições em estudo)
a nível Global tendeu para a
Neutralidade (entre os 50 e os 60
pontos) (Público Informado) ou
mesmo para a Desconfiança (abaixo
dos 50 pontos) (Público Geral –
como demonstrado na Figura A,
Edelman TB™.
10. 10
Trust Industry Report
Figura A,
Confiança Geral
Público Informado
vs. Público Geral
Tecnologias e Telecomunicações
2013
2013
PÚBLICO INFORMADO
PÚBLICO GERAL
GLOBAL
57
GLOBAL
48
Singapura
76
Singapura
63
Hong Kong
67
Hong Kong
54
EUA
59
EUA
45
Alemanha
55
Alemanha
44
França
54
França
41
Suécia
54
Suécia
40
48Espanha
37
Polónia
34
48Irlanda
33
Polónia
Irlanda
46
Portugal
Espanha
42
Portugal
32
A. A figura representa a Confiança geral do Público
Informado e Público Geral como medida entre os
respondentes de 26 países*. O Público Informado
apresenta em regra níveis de Confiança superiores aos
do Público Geral. Portugal integra-se no grupo de países
desconfiados (para ambos os públicos).
Em Portugal, o cenário também
não é positivo: para além de
apresentar uma quebra da confiança
em relação a 2012 (ver Figura B,
Edelman TB™) Portugal revela,
em 2013, níveis de confiança abaixo
dos 50%. Ainda assim, os níveis da
confiança em geral apresentam-se
superiores aos de 2010,
o pode ser explicado pela ligeira
subida dos níveis de “confiança
dos consumidores”, resultante do
contributo positivo das expectativas
sobre a evolução do desemprego,
da situação económica do país e
da situação financeira do agregado
familiar, sendo mais significativo nos
dois primeiros casos(2).
*Média de 26 países exclui Portugal. 2. Instituto Nacional de Estatística, 2013, Inquéritos à Conjuntura de Empresas e Consumidores, p 2-3.
11. 11
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Figura B,
Evolução da Confiança em Portugal
(2010-2013)
60%
49%
50%
45%
41%
40%
36%
30%
Queda de 4 pontos
face a 2012. Ainda assim,
é superiora os valores
de 2010 e 2011
20%
10%
0%
2010
2011
2012
2013
B. Evolução da Confiança Geral do Público Informado,
entre 2010 e 2013, em Portugal. A tendência entre
2010 e 2012 foi o aumento da confiança, verificando-se
um aumento total de 13 pontos percentuais. A ligeira
queda entre 2012 e 2013 pode ser explicada pela crise
de confiança dos consumidores portugueses que se faz
sentir. Mas, ainda assim, a confiança permanece superior
aos níveis de 2010.
12. 12
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Figura 1
A Confiança nas
Instituições (Global,
U.E., Portugal)
GOVERNO
EMPRESAS
48%
43%
15%
58%
52%
57%
GLOBAL
U.E.
PORTUGAL
GLOBAL
U.E.
PORTUGAL
MEDIA
ONGS
57%
50%
50%
63%
60%
58%
GLOBAL
U.E.
PORTUGAL
GLOBAL
U.E.
PORTUGAL
Figura 1. Confiança do Público Informado nas quatro instituições, relativamente a Portugal, U.E.,
e a nível global. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em vinte
países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia”
e 9 “Confia Bastante”
No que diz respeito às quatro
instituições – Media, ONGs,
Empresas e Governo – a nível Global,
da U.E. e Portugal, as tendências da
confiança permitem concluir que
as ONGs permanecem a instituição
mais confiada em 2013, sendo que
o ranking da Confiança coloca
as ONGs como a institução mais
confiada, seguida das Empresas,
Media e, finalmente, Governo, como
evidenciado pela Figura 1.
A UE é tendencialmente menos
confiante nas 4 instituições do que a
média global.
Tal poderá ser explicado pela
crise financeira que atualmente
se faz sentir na zona Euro por
contraposição à contribuição dos
níveis e à contribuição dos níveis
de confiança de países emergentes
para a Confiança Global. Portugal
revela uma crise acentuada de
confiança no Governo, com uma
diferença de 28 e 33 pontos
percentuais face à média europeia
e Global, respetivamente.
No caso Português, os valores de
confiança nas Empresas são muito
próximos das ONGs com apenas 1
p.p de diferença.
13. 13
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Figura 2
A Confiança nas
Instituições (Global)
2007-2013
ONGs
MEDIA
EMPRESAS
GOVERNO
80%
70%
60%
50%
44%
40%
40%
53%
54%
51%
52%
49%
48%
43%
46%
44%
57%
61%
59%
56%
53%
53%
46%
49%
45%
46%
47%
55%
46%
38%
30%
20%
2007
2007
Diferença
de 12 pontos
entre Empresas
e Governo
2013
Diferença
de 10 pontos
entre Empresas
e Governo
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Figura 2. Evolução da Confiança do Público Informado nas quatro instituições, desde 2007 até
2013, a nível Global. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes
em 18 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1
“Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
Os resultados relativos à confiança
nas ONGs versus Empresas podem
explicar-se pela necessidade de
geração e preservação de riqueza
que se faz sentir no contexto de
crise financeira que se faz sentir.
No entanto, Portugal contraria as
tendências Global e da U.E., ao
apresentar uma contínua descida
da confiança nas ONGs desde 2011
(num total de 11 pontos percentuais)
e uma subida contínua e acentuada
da Confiança nas Empresas desde
2010 (num total de 23 pontos
percentuais). Da mesma forma, a
depressão de 2012 nos valores de
confiança nas ONGs, Empresas e
Governos verificada a nível Global e
da U.E não estendeu a Portugal para
nenhuma destas instituições. Por
outro lado, ao contrário do padrão
europeu e global, a confiança no
Governo aumentou largamente
em Portugal em 2012, após a
mudança de Governo, para descer
acentuadamente em 2013, como se
pode verificar na Figura 3.
A tendência nos Media desde
2010 também foi o aumento de
Confiança – ao passo que a nível
global e europeu foi mais ou menos
constante.
14. 14
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Figura 3
A Confiança nas
Instituições (Portugal)
2010-2013
ONGs
MEDIA
EMPRESAS
GOVERNO
80%
70%
69%
63%
60%
54%
50%
40%
52%
34%
30%
51%
57%
50%
39%
29%
32%
20%
47%
58%
27%
15%
10%
9%
0%
2010
2010
Diferença
de 7 pontos
entre Empresas
e Governo
2013
Diferença
de 42 pontos
entre Empresas
e Governo
2011
2012
2013
Figura 3. Evolução da Confiança do Público Informado nas quatro instituições, desde 2007 até
2013, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em
20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não
Confia” e 9 “Confia Bastante”.
A Figura 3 demonstra que em
Portugal as ONGs têm sido a
instituição mais confiada desde
2010. Em 2013, a confiança nas
Empresas apresenta-se apenas 1
ponto percentual a baixo do líder de
confiança, algo inédito na história
do estudo em Portugal. O Governo
tem-se mantido a instituição menos
confiada no país.
15. 15
Trust Industry Report
Figura C
Regulação
governamental das
Empresas (Global,
U.E., Portugal)
Tecnologias e Telecomunicações
DEMASIADA
19%
21%
SUFICIENTE
22%
INSUFICIENTE
47%
17%
GLOBAL
UE
PORTUGAL
9%
5%
47%
68%
C. Perceção dos cidadãos em relação ao papel do governo na regulação das
Empresas, a nível Global, da U.E. e Portugal. A tendência é para considerar a regulação
insuficiente(comum aos três níveis em análise).
Em Portugal, a grande maioria considera que a regulação do Governo nas Empresas
é insuficiente. Neste sentido, é importante fazer a distinção entre Regulamentação
e Fiscalização, porque Portugal verifica uma marcada regulação das diversas entidades,
especialmente a nível financeiro, mas a fiscalização poderá ser ineficiente, podendo
contribuir para a diminuição da confiança no Governo.
Os resultados apresentados
nas Figuras 2 e 3 relativamente
à confiança nas Empresas em
Portugal podem ser explicados pela
atual crise financeira: quando os
consumidores estão financeiramente
confortáveis têm em consideração
valores éticos de justiça social e
distribuição de riqueza. No entanto,
quando se encontram em contexto
de crise económica o foco passa a
estar na criação e/ou preservação
desta riqueza. Mais: hoje em dia, as
Empresas têm vindo a reforçar o seu
papel social, sendo neste contexto
que podem vir, de certa forma, a
substituir algumas funções das
ONGs: através da crescente aposta
em projetos de responsabilidade
social corporativa e de intervenção
na sociedade. Os consumidores
têm mais dificuldade em ver a
relação entre a causa e efeito no
que diz respeito às ONGs e aos seus
resultados reais; as empresas, por
outro lado, têm que ter resultados,
tem que fazer “ver acontecer”, o que
se reflete na perceção dos cidadãos
em relação a estas empresas e ao
seu papel social.
Apesar de considerar que o Governo
desempenha um papel importante
na regulação da atividade das
empresas e de admitir que esta é,
atualmente, insuficiente, a confiança
do público português nesta
instituição mantém-se baixa desde
o inicio do estudo em Portugal.
(Figura C, Edelman TB™).
16. 16
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
1.2
Confiança nos setores de Tecnologia e
Telecomunicações a nível Global, U.E. e em Portugal
Figura 4
Confiança nos Setores
de Atividade 2012 vs.
2013 (Global)
2012
2013
Tecnologia
79%
Tecnologia
77%
Automóvel
66%
Automóvel
69%
Alimentação e bebidas
64%
Alimentação e bebidas
66%
Bens de consumo não duráveis
62%
Bens de consumo não duráveis
65%
Telecomunicações
60%
Telecomunicações
62%
Ind. Cerveja e Bebidas Espirituosas
59%
Ind. Cerveja e Bebidas Espirituosas
62%
Ind. Farmacêutica
56%
Ind. Farmacêutica
59%
Energia
53%
Energia
58%
Media
51%
Media
53%
Banca
47%
Banca
50%
Serviços Financeiros
45%
Serviços Financeiros
50%
Figura 4. Confiança do Público Informado nos setores Tecnologias e Telecomunicações
relativamente aos diferentes setores da Indústria, a nível Global. Os valores apresentados
correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de
Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
É no contexto da confiança nas
Empresas que se enquadra a
indústria da Tecnologia
e Telecomunicações(4).
A nível Global, o setor da Tecnologia
é o mais confiado, mantendo a
posição de 2012, embora tenha
sofrido uma ligeira queda de 2
pontos percentuais entre 2012 e
2013. Verifica-se, igualmente, um
4. Como definida em Confiança e Reputação, Página 3, TIR Technology.
ligeiro crescimento, também de 2
pontos, da confiança no setor das
Telecomunicações. Numa perspetiva
geral, os restantes setores parecem
manter a sua posição no ranking da
Confiança, excetuando o da Energia,
que sobe 6 pontos percentuais
em 2013, substituindo a Indústria
Farmacêutica como sétimo setor
mais confiado, como evidenciado
pela Figura 4.
17. 17
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
A confiança nestes setores pode dever-se à proximidade funcional e
emocional dos consumidores com a Tecnologia que está cada vez mais
presente no seu quotidiano: por exemplo, mais de metade dos cidadãos
europeus possui dois ou mais aparelhos que lhes permitem estar
constantemente conectados à Internet(5).
Havendo satisfação, há confiança. Por outro lado, a Tecnologia está
intimamente associada a Investigação e Desenvolvimento (I&D) e Inovação
que, por sua vez, são fundamentais à potenciação da competitividade e
manutenção de uma posição líder nos mercados e, subsequentemente, à
criação de riqueza e de emprego (6).
Figura D
Setores mais confiados
Países Desenvolvidos
vs. Países Emergentes
2013: Top 3 Países desenvolvidos
#1 Tecnologia
#2 Automovel
#3 Ind. Cervejas e Bebidas
Espirituosas
2013: Top 3 Países emergentes
#1 Tecnologia
#2 Automovel
#3 Ind. Cervejas e Bebidas
Espirituosas
D. O TOP 3 dos setores mais confiados em países
desenvolvidos e emergentes, a nível Global, em 2013.
setores que beneficiem a vida quotidiana dos
consumidores (países emergentes) e setores
que ofereçam um melhor estilo de vida (países
desenvolvidos) são os mais confiados pelos cidadãos.
Os limites da informação de
Produtos/Serviços especializados
estão menos marcados e, como
evidenciado pela comparação nos
níveis de Confiança entre o Público
Geral (48%) e o Público Informado
(57%) (Figura A, Edelman TB™), as
pessoas têm a tendência de confiar
mais em Produtos e Serviços se os
conhecem ou percebem do que
se trata. A informação acerca de
Tecnologia e Telecomunicações está,
por necessidade, cada vez mais
democratizada.
Para uma análise mais detalhada
dos dados relativos ao setor
da Tecnologia a nível Global,
considere-se os níveis de Confiança
apresentados desde 2009, os quais
se encontram descritos na Figura 5.
Como se pode verificar, o setor da
Tecnologia é mais confiado que
o setor das Telecomunicações,
mantendo-se relativamente
constante entre 2009 e 2013. Depois
de uma queda de confiança de 7
pontos percentuais em 2012, o setor
das Telecomunicações apresenta em
2013 um crescimento de 2 pontos.
Por outro lado, o setor Eletrónica de
Consumo estreia-se no estudo com
uma confiança superior a 70%. Estes
dados corroboram a conclusão de
que as pessoas tendem a confiar
mais em Serviços e Produtos que
ofereçam benefícios e facilidades à
vida quotidiana – isto é, a confiança
é uma variável consequente da
satisfação com os Serviços e
Produtos.
5. Forrester, 2013, The State Of Consumers And Technology: Benchmark 2012, Europe. 6. Eurostat, 2012, The EU in the World 2013 – A Statistical
Portrait, p 127-33. 7. Eurostat, 2012, The EU in the World 2013 – A Statistical Portrait, p 127-33.
18. 18
Trust Industry Report
Figura 5
Evolução da
confiança nos setores
de Tecnologia e
Telecomunicações
(Global) 2009-2013
Tecnologias e Telecomunicações
80%
76%
79%
79%
70%
77%
73%
67%
60%
TECNOLOGIA
80%
60%
62%
50%
TELECOMUNICAÇÕES
ELETRÓNICA
DE CONSUMO
40%
30%
20%
2009
2010
2011
2012
2013
Figura 5. Evolução da Confiança do Público Informado nos setores da Tecnologia, a nível Global,
entre 2009 e 2013. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em
20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não
Confia” e 9 “Confia Bastante”.
A confiança a nível Global nos setores de Tecnologias e Telecomunicações
mantem-se superior à confiança Global nas Empresas desde 2009, como
evidenciado na Figura 6. Em 2013, as Empresas fecham o gap de confiança
face ao setor mais confiado, o que contraria a tendência de 2012.
Figura 6
Evolução da
Confiança nos setores
de Tecnologia e
Telecomunicações
vs. Confiança nas
Empresas (Global)
2009-2013
80%
76%
79%
80%
79%
70%
50%
40%
73%
62%
67%
60%
60%
50%
2009
54%
2010
56%
2011
77%
58%
53%
2012
2013
TECNOLOGIA
TELECOMUNICAÇÕES
ELETRÓNICA
DE CONSUMO
EMPRESAS (GLOBAL)
Figura 6. Evolução da Confiança do Público Informado nos setores da Tecnologia face àquela das
restantes empresas, a nível Global, entre 2009 e 2013. Os valores apresentados correspondem à
percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa
escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
19. 19
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
A confiança nos três setores dde Tecnologia e
Telecomunicações mantém-se igualmente superior à
Confiança nas Empresas ao nível da U.E., como se pode
verificar na Figura 7. À semelhança da tendência Global
entre 2011 e 2013, nem o setor das Telecomunicações
nem o das Tecnologias apresentam subida nos valores da
Confiança; a nível Global, o valor parece estabilizar mais
ou menos entre 2012 e 2013, ao contrário da tendência
a nível europeu, que é uma descida de 7 pontos
percentuais. O nível de Confiança nas Empresas, além
de apresentar uma subida de 7 pontos, fechando o gap
de Confiança entre Tecnologia e Empresas, aproxima-se
muito daquela das Telecomunicações, apresentando uma
diferença de um ponto em 2013.
Figura 7
Evolução da Confiança
nos Setores de
Tecnologias e
Telecomunicações
(U.E.) 2009-2013
90%
77%
80%
78%
71%
73%
71%
70%
61%
65%
60%
TECNOLOGIA
TELECOMUNICAÇÕES
ELETRÓNICA
DE CONSUMO
EMPRESAS (UE)
50%
40%
53%
43%
2009
2010
2011
53%
53%
45%
49%
52%
2012
2013
Figura 7. Evolução da confiança do Público Informado nos setores de Tecnologia e
Telecomunicações face àquela das restantes empresas, a nível da U.E., entre 2009 e 2013.
Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que
selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia
Bastante”.
Comparativamente, verifica-se que os valores a nível Global se têm mantido
superior àqueles da U.E.: mais, o gap entre confiança global e europeia nos
setores de Tecnologia e Telecomunicações aumenta em 2013 – de 2 para 6
pontos percentuais e de 7 para 9 pontos percentuais, respetivamente, entre
2011 e 2013 – como se pode verificar na Figura 8. O setor da Tecnologia
parece regressar aos níveis de Confiança verificados em 2009, inclusive
aproximando o gap entre a Confiança global e europeia aos valores de 2009.
20. 20
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Figura 8
Confiança nos setores
da Tecnologia e das
Telecomunicações
Global vs. U.E.
(2009/2011 - 2013)
UE
TECNOLOGIA
TELECOMUNICAÇÕES
85%
75%
79%
80%
76%
77%
75%
70%
GLOBAL
80%
70%
79%
77%
78%
65%
60%
73%
71%
71%
67%
60%
62%
53%
53%
2012
2013
61%
55%
50%
65%
60%
45%
2009
2010
2011
2012
2013
40%
2011
Figura 8. Comparação entre a evolução da confiança do Público Informado nos setores
Tecnologias e Telecomunicações a nível Global e da U.E, entre 2009 e 2013. Os valores
apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP
BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
A perspetiva Global inclui dados
relativos a países emergentes,
como a China ou a Índia, cujo
desenvolvimento económico está
particularmente dependente do
desenvolvimento tecnológico, o que
faz com que apresentem uma maior
Confiança nestes setores, motores
para o desenvolvimento nacional.
Este facto traduz-se nos resultados
da Figura 9: analisando a confiança
nos setores de Tecnologias e
Telecomunicações a de uma
perspetiva geográfica, conclui-se
que são as economias emergentes
quem mais confia nos setores das
Tecnologias, Telecomunicações e
Eletrónica de Consumo (Indonésia,
México, Índia, Malásia e China).
Em Portugal, a confiança nos três
setores é superior a 60% – inclusive
superior à de países como França
e Alemanha, que são países com
índices de confiança geral mais
elevados que em Portugal.
21. 21
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Figura 9
Países com maior
confiança nos setores
da de Tecnologia e
Telecomunicações
(Global)
TECNOLOGIAS
ELETRÓNICA
DE CONSUMO
TELECOMUNICAÇÕES
Indonésia
94%
Indónesia
89%
Indonésia
92%
México
92%
Índia
83%
México
89%
Índia
90%
Malásia
81%
China
88%
(...)
Portugal
(...)
81%
(...)
E.U.A
66%
Portugal
77%
E.U.A
80%
Portugal
64%
E.U.A
76%
Japão
73%
Japão
59%
Japão
70%
Espanha
73%
Alemanha
56%
França
68%
França
73%
Espanha
55%
Alemanha
68%
R.U.
72%
França
55%
R.U.
66%
Alemanha
71%
R.U.
55%
Espanha
64%
0%
50%
100%
0%
50%
100%
0%
50%
100%
Figura 9. Confiança do Público Informado nos setores de Tecnologia e Telecomunicações, a nível
Global, em vários países emergentes e desenvolvidos. Os valores apresentados correspondem à
percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa
escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
Em Portugal, o cenário apresenta-se relativamente
positivo, não só pelos níveis de Confiança apresentados
em Tecnologia e Telecomunicações, como também pelo
acentuado aumento da confiança nas Empresas.
22. 22
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
O setor da Tecnologia, tanto para Público Informado como Público Geral,
apresenta níveis de confiança superiores à à média global para este setor.
Nos setores das Telecomunicações e Eletrónica de Consumo, apenas o
Público Informado mostra níveis de confiança superiores à média Global,
como verifica a Figura 10.
Figura 10
Confiança nos setores
de Tecnologia e
Telecomunicações
Público Informado vs.
Público Geral (Global
e Portugal)
GLOBAL
74%
60%
74%
70%
63%
70%
Tecnologia
Telecomunicações
Eletrónica de Consumo
PORTUGAL
84%
64%
77%
50%
67%
Telecomunicações
Eletrónica de Consumo
PÚBLICO INFORMADO
PÚBLICO GERAL
71%
Tecnologia
Figura 10. Confiança do Público Informado e Público Geral nos setores de Tecnologia e
Telecomunicações, a nível Global e em Portugal. Os valores apresentados correspondem à
percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa
escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
Em relação a 2012, verifica-se
em Portugal, um crescimento
da confiança no setor das
Telecomunicações de 14 pontos
percentuais, substituindo Bens de
Consumo Não Duráveis no quarto
lugar, e um ligeiro aumento da
confiança no setor Tecnologia
(3 pontos), que permanece o mais
confiado à semelhança do que
acontece a nível Global e da U.E.,
mas com valores superiores a
ambos.
Por outro lado, o ranking português
da confiança nos setores parece
estar a aproximar-se do padrão
Global em 2013, excetuado nos
setores Bens de Consumo não
Duráveis, Indústria Farmacêutica e
Energias
(ver: Figura 4).
23. 23
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Figura 11
Confiança nos Setores
de Atividade 2012 vs.
2013 (Portugal)
2012
2013
Tecnologias
81%
Tecnologia
84%
Alimentação e bebidas
71%
Automóvel
73%
Ind. Cerveja e Bebidas
64%
Alimentação e bebidas
72%
Bens de consumo não duráveis
64%
Telecomunicações
64%
Automóvel
60%
Ind. Farmacêutica
62%
Energia
53%
Ind. Cerveja e Bebidas Espirituosas
60%
Telecomunicações
50%
Energia
59%
Ind. Farmacêutica
50%
Bens de Consumo não duráveis
53%
Media
44%
Media
51%
Bancos
35%
Banca
36%
Serviços Financeiros
29%
Serviços Financeiros
+3
32%
+14
Figura 11. Comparação entre a confiança do Público Informado em Tecnologias e
Telecomunicações relativamente aos diferentes setores em Portugal, entre 2012 e 2013, incluindo
as médias a nível Global e da U.E em 2013. Os valores apresentados correspondem à percentagem
de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1
“Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
TOP 3 GLOBAL
#1 Tecnologias (78%)
#2 Eletrónica de Consumo (74%)
#3 Entretenimento (70%)
TOP 3 U.E.
#1 Tecnologias (70%)
#2 Eletrónica de Consumo (65%)
#3 Entretenimento (60%)
Os setores menos confiados tanto
em Portugal (Figura 11) como à
escala Global (Figura 4) e da U.E.
(Figura E, Edelman TB™) são
os Serviços Financeiros e Banca,
na medida em que são, em parte,
consideradas instituições com
responsabilidade na atual crise
económica.
24. 24
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Figura E
Confiança nos Setores
de Atividade Global
vs. U.E. (2013)
Tecnologia #1 em
todos os mercados
em estudo
GLOBAL
UE
Tecnologias
78%
Tecnologias
70%
Eletrónica de consumo
74%
Eletrónica de consumo
65%
Automóvel
70%
Entretenimento
61%
Ind. Aeroespacial
68%
Alimentação e Bebidas
60%
Ind. Metalúrgica
67%
Automóvel
59%
Alimentação e Bebidas
66%
Ind. Aeroespacial
59%
Bens de consumo não duráveis
66%
Ind. Cerveja e Bebidas Espirituosas
58%
Entretenimento
65%
Ind. Metalúrgica
58%
Telecomunicações
63%
Bens de consumo não duráveis
57%
Ind. Cerveja e Bebidas Espirituosas
61%
Telecomunicações
52%
Energia
60%
Serviços de saúde
50%
Ind. Farmacêutica
60%
Ind. Farmacêutica
48%
Serviços de saúde
59%
Energia
48%
Ind. Química
57%
Media
46%
Media
53%
Ind. Química
45%
Banca
52%
Serviços Financeira
31%
Serviços Financeiros
51%
Banca
31%
E. Confiança do Público Informado nos diferentes setores
a nível Global e da U.E, em 2013. Em todos os mercados,
o setor da Tecnologia permanece o mais confiado (à
semelhança do que acontece em Portugal), seguindo-se
Eletrónica de Consumo. De uma forma geral, os Serviços
Financeiros e Banca são os menos confiados (mais
uma vez, à semelhança do que se verifica em Portugal),
na medida em que são consideradas as instituições
responsáveis pela crise económica que se faz sentir
no contexto atual.
25. 25
Trust Industry Report
Figura 12
Evolução da
confiança nos setores
de Tecnologias e
Telecomunicações
vs. Confiança nas
Empresas 2010-2013
(Portugal)
Tecnologias e Telecomunicações
90%
78%
80%
70%
81%
77%
64%
64%
55%
60%
54%
50%
57%
50%
40%
TECNOLOGIA
TELECOMUNICAÇÕES
ELETRÓNICA
DE CONSUMO
EMPRESAS (PT)
30%
84%
47%
34%
20%
10%
0%
2010
2011
2012
2013
Figura 12. Evolução da confiança do Público Informado nos setores de Tecnologia e
Telecomunicações face àquela das restantes empresas, em Portugal, entre 2009 e 2013. Os valores
apresentados correspondem à percentagem de respondentes em 20 países que selecionam o TOP
BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
À semelhança das tendências Global
e da U.E., em Portugal, os setores
das Tecnologias e Telecomunicações
permanecem mais confiados que
as Empresas em 2013, como é
demonstrado na Figura 12. Em
oposição à tendência de estagnação
da confiança (Global) ou mesmo
descida (U.E.),
o setor Tecnologia revela um
aumento contínuo desde 2010.
O setor das Telecomunicações
verifica o padrão Global e da
U.E. relativamente aos níveis
de confiança, com uma ligeira
depressão em 2012, mas subida
em 2013. Em 2013, os três setores
em análise apresentam valores de
confiança superiores à média Global
e da U.E. Da mesma forma, verificase em Portugal um aumento da
confiança nas Empresas desde 2010,
ao contrário do padrão Global e da
U.E., chegando mesmo a ultrapassar
as Telecomunicações por 4 pontos
percentuais em 2012 e apresentando
um gap relativamente pequeno
(menos 7 pontos)
face ao setor em 2013.
26. 26
Trust Industry Report
Figura 13
Evolução da Confiança
no setor Tecnologia
2009-2013 (Global,
U.E. e Portugal)
Tecnologias e Telecomunicações
TECNOLOGIA
90%
80%
70%
GLOBAL
U.E.
79%
80%
77%
76%
78%
71%
81%
84%
79%
77%
73%
71%
64%
60%
PORTUGAL
50%
40%
2009
2010
2011
2012
2013
Figura 13. (8) Evolução da confiança do Público Informado no setor da Tecnologia a nível Global,
da U.E., e em Portugal, entre 2009 e 2013. Os valores apresentados correspondem à percentagem
de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1
“Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
O mesmo se pode dizer sobre o setor das Telecomunicações. Note-se na
Figura 14 o acentuado crescimento da confiança – de 14 pontos percentuais
– no setor em Portugal entre 2012 e 2013; não só verifica uma maior
confiança que as médias Global e da U.E., como contraria a tendência global
de decréscimo e estagnação e ultrapassa em 2013 a média europeia por 11
pontos percentuais e a global por 2.
Figura 14
Evolução da
Confiança no setor
das Telecomunicações
2011-2013 (Global, U.E.
e Portugal)
TELECOMUNICAÇÕES
90%
80%
70%
GLOBAL
67%
60%
61%
60%
U.E.
PORTUGAL
50%
40%
64%
53%
55%
50%
2011
2012
62%
53%
2013
Figura 14.2 Evolução da confiança do Público Informado no setor da Telecomunicações a nível
Global, da U.E., e em Portugal, entre 2009 e 2013. Os valores apresentados correspondem à
percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9
valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
8. Não é possível fazer uma análise comparativa acerca do setor Eletrónica de Consumo, uma vez que este apenas integrou o estudo
na edição de 2013.
27. 27
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
O aumento acentuado da confiança no setor das
Telecomunicações em Portugal explica-se por alterações
na regulação dos serviços, o que permitiu o aumento da
competição e, consequentemente, um melhoramento dos
serviços e uma redução dos preços. A maior oferta em
termos de pacote de serviços também levou a melhoria
dos serviços e maior satisfação dos consumidores (9).
Os resultados do estudo em Portugal podem ser, em
parte, explicados pelo padrão verificado nos países
emergentes: o desenvolvimento tecnológico está
largamente associado a desenvolvimento económico,
portanto existe a tendência de confiar no setor e nas
organizações que transformam o conhecimento gerado
em Produtos e Serviços de valor, Empresas. De facto, os
resultados mais recentes da Direção Geral de Estatísticas
da Educação e Ciência (DGEEC) no que diz respeito
ao potencial de inovação em Portugal revelam que o
setor empresarial executa 47% do investimento em
Investigação e Desenvolvimento (I&D), sendo inclusive
um maior investimento que aquele do Ensino Superior
e Instituições Académicas (38%). Mais: a distribuição
de investimento em I&D e colaboradores em inovação
tecnológica tem vindo a aumentar em Portugal desde
2008 (10), o que permite explicar a confiança crescente
dos cidadãos portugueses em Tecnologia, uma vez que
um maior investimento se pode teoricamente traduzir
em melhores e maiores resultados.
No entanto, verifica-se um gap da dimensão do setor
entre condições (para o desenvolvimento) e resultados,
precisamente porque se reduz o financiamento, existindo
consequentemente a falta de recursos. Os efeitos ainda
não se fazem sentir em Portugal porque o país se
encontra abaixo da média Global e da U.E. no que diz
respeito a Inovação – o que remete para o facto de haver
potencial de recursos e processos não aproveitados,
precisamente devido a este gap de aproveitamento
das Condições(11). A tendência contrária às tendências
global e europeia no que diz respeito à confiança em
Empresas relaciona-se, portanto, com o facto do setor
de manufaturação ser aquele com maior investimento no
âmbito da inovação tecnológica(12).
9. OECD, 2013, Portugal: Reforming the State to Promote Growth. 10. DGEEC, Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional, p 4-11. 11.
COTEC Portugal, 2013, Innovation Digest – Barómetro Inovação, p. 12. Eurostat, 2013, Science, Technology and Innovation in Europe – 2013 Edition. 7.
28. 28
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
1.2
Influência dos Fatores Socioeconómicos nos Níveis
de Confiança
A amostra utilizada no presente estudo foi o Público Geral em Portugal:
recorde-se que se trata de 1.002 respondentes com idades superiores a 18
anos, constituindo uma amostra representativa da população. O objetivo
é identificar quais os fatores relevantes para o grau de confiança que a
população em geral tem em Tecnologia e Telecomunicações.
São considerados:
IDADE
RENDIMENTO
GÉNERO
AGREGADO FAMILIAR
EDUCAÇÃO
LOCALIZAÇÃO GEOGRAFICA
PROFISSÃO
A. IDADE
A confiança em cada um dos setores de Tecnologia e Telecomunicações
parece ser relativamente homogénea entre todos os grupos etários,
como se pode verificar pela Figura 15. No entanto, é de salientar que no
respeitante ao setor das Tecnologias, o grupo dos 45-59 anos parece ter
significativamente menos confiança no setor, apresentando uma diferença
de cerca de 30 pontos percentuais de diferença das categorias mais
confiantes (“60+ anos” e “18-29 anos”). Pode dizer-se, de uma forma geral,
que a faixa etária parece não ser um fator determinante da confiança nos
setores de Tecnologias, Telecomunicações e Eletrónica de Consumo.
Figura 15
Confiança nos setores
de Tecnologia e
Telecomunicações
por grupo etário
(Portugal)
TECNOLOGIAS
TELECOMUNICAÇÕES
ELETRÓNICA DE CONSUMO
60 + Anos 76%
60 + Anos 51%
45-59 Anos 46%
45-59 Anos 56%
45-59 Anos 68%
30-40 Anos 75%
30-40 Anos 52%
30-40 Anos 64%
18-29 Anos 76%
18-29 Anos 54%
18-29 Anos 69%
0%
50%
100%
0%
60 + Anos 80%
50%
100%
0%
50%
100%
Figura 15. Confiança do Público Geral nos setores de Tecnologia e Telecomunicações nas
diferentes faixas etárias, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de
respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não
Confia” e 9 “Confia Bastante”.
29. 29
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
B. GÉNERO
Na totalidade dos casos, verifica-se uma maior confiança nos três setores
de Tecnologia e Telecomunicações por parte do público masculino, sendo
esta diferença evidente sobretudo nos setores Tecnologia e Eletrónica
de Consumo, evidenciando 17 e 15 pontos percentuais de diferença
respetivamente, como apresentado na Figura 16. No entanto, a diferença de
11 pontos percentuais no setor das Telecomunicações também é relevante.
Figura 16
Confiança nos setores
de Tecnologia e
Telecomunicações por
género (Portugal)
TECNOLOGIAS
TELECOMUNICAÇÕES
ELETRÓNICA DE CONSUMO
80%
63%
56%
45%
75%
60%
Masculino
Feminino
Masculino
Feminino
Masculino
Feminino
CONFIA
Figura 16. Confiança do Público Geral nos setores de Tecnologia e Telecomunicações relativamente
ao género feminino e masculino, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à
percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9
valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
C. EDUCAÇÃO
No que diz respeito ao grau de instrução, os resultados são díspares no
que diz respeito aos setores Tecnologia, Telecomunicações e Eletrónica
de Consumo. No setor da Tecnologia, verifica-se que cidadãos com menor
nível de escolaridade (“Ensino primário ou menos”; “Ensino secundário
ou equivalente”) apresentam níveis de confiança inferiores, sendo menor
naqueles que têm ensino secundário ou equivalente e maior entre
aqueles que têm um ensino técnico, apresentando um gap de 43 pontos
percentuais, como evidenciado pela Figura 17.
Figura 17
Confiança por nível de
instrução (Portugal)
Pós Graduado (mestrado,
doutoramento, pos doc.)
56%
Licenciado
62%
Ensino Técnico
TECNOLOGIA
64%
Ensino Secundário ou equivalente
Ensino Primário ou menos
21%
39%
Figura 17. Confiança do Público Geral no setor das Tecnologias relativamente ao nível de instrução,
em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes que
selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia
Bastante”.
30. 30
Trust Industry Report
TELECOMUNICAÇÕES
Tecnologias e Telecomunicações
Já no que diz respeito ao setor das Telecomunicações, verifica-se o oposto:
é mais confiado por parte dos cidadãos com menor nível de escolaridade
(“Ensino primário ou menos”), sendo a confiança relativamente homogénea
entre os restantes níveis de escolaridade. Os maiores níveis de confiança
verificam-se em pessoas com “Ensino primário ou menos” e os menores
em pessoas com ensino “Pós graduado”, sendo o intervalo entre eles de 27
pontos percentuais.
Pós Graduado (mestrado,
doutoramento, pos doc.)
Licenciado
54%
Ensino Técnico
53%
Ensino Secundário ou equivalente
43%
Ensino Primário ou menos
Figura 18
Confiança por nível de
instrução (Portugal)
41%
68%
Figura 18. Confiança do Público Geral no setor das Telecomunicações relativamente ao nível de
instrução, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes
que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9
“Confia Bastante”.
ELETRÓNICA DE
CONDUMO
Figura 19
Confiança por nível de
instrução (Portugal)
Os resultados no setor Eletrónica de Consumo são semelhantes aos
anteriores: é mais confiado por parte dos cidadãos com menor nível
de escolaridade (“Ensino primário ou menos”), apresentando níveis de
confiança relativamente elevados, em 82%; os níveis de confiança são
relativamente homogéneos nos restantes níveis de escolaridade e o grupo
que menos confia no setor são aqueles com ensino “Pós graduado”, sendo o
gap de 17 pontos percentuais.
Pós Graduado (mestrado,
doutoramento, pos doc.)
65%
Licenciado
68%
Ensino Técnico
67%
Ensino Secundário ou equivalente
69%
Ensino Primário ou menos
82%
Figura 19. Confiança do Público Geral no setor da Eletrónica de Consumo relativamente ao nível de
instrução, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de respondentes
que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não Confia” e 9
“Confia Bastante”.)
É de salientar, ainda, que Eletrónica
de Consumo é mais confiado por
cidadãos com menor grau de
instrução. A tendência é semelhante
nas Telecomunicações, ainda com
menor intensidade. Isto porque
Telecomunicações e Eletrónica de
Consumo oferecem Produtos e
Serviços de utilização quotidiana,
as tecnologias e conhecimento
estão cada vez mais
democratizados, Produtos e
Serviços cada vez mais intuitivos.
Estes factos acabam por contrariar
a tendência que as pessoas têm
para confiar mais em Produtos e
Serviços acerca dos quais têm mais
informação, padrão que se verifica
ao nível do setor de Tecnologias.
31. 31
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
D. PROFISSÕES
Segundo os dados recolhidos, são os cidadãos “Empregado[s] em parttime” quem menos confia nos três setores em análise – Tecnologia,
Telecomunicações e Eletrónica de Consumo – com níveis de Confiança
inferiores a 50%. Os níveis de Confiança variam entre cada setor para
as restantes categorias, mas pode verificar-se que 100% dos cidadãos
“Doméstico[s]” entrevistados confia no setor Tecnologia, os cidadãos
“Reformado[s]” são quem mais confia nos setores Telecomunicações e
Eletrónica de Consumo, apresentando também o segundo valor mais
elevado em relação ao setor das Tecnologia.
Figura 20
Confiança nos setores
de Tecnologia e
Telecomunicações por
atividade (Portugal)
TECNOLOGIA
TELECOMUNICAÇÕES
ELETRÓNICA DE CONSUMO
Doméstico 100%
Reformado
59%
Reformado
91%
Reformado
81%
Emp. Full-time
52%
Emp. Full-time
71%
Emp. Full-time
74%
Doméstico
50%
Doméstico
64%
Desempregado
68%
Estudante
48%
Estudante
62%
Estudante
67%
Desempregado
47%
Desempregado
60%
Emp. Part-time
36%
Emp. Part-time
29%
Emp. Part-time
42%
0%
50%
100%
0%
50%
100%
0%
50%
100%
Figura 20. Confiança do Público Geral nos setores de Tecnologia e Telecomunicações
relativamente à profissão, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de
respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não
Confia” e 9 “Confia Bastante”.
E. RENDIMENTO
O rendimento parece
não ser um fator
determinante na
confiança nos setores
de Tecnologia e
Telecomunicações.
A Confiança é relativamente homogénea em todos os níveis de rendimento
como se pode verificar na Figura 21 – com ligeiro destaque junto dos
cidadãos com menor rendimento (“Menos €8.000”), que apresentam um
nível de confiança superior aos restantes com uma diferença de 5 pontos
percentuais do segundo nível mais confiante (“€16.000 – €24.999”) e
15 pontos percentuais daquele que confia menos (“€8.000 – €15.999”):
consequentemente, este parece não ser um fator determinante da
confiança no setor da Tecnologia. No que diz respeito ao setor das
Telecomunicações, a confiança mostra-se relativamente homogénea
entre os diferentes níveis de rendimento familiar, até ao nível “€25.000 –
€79.999”, com uma ligeira depressão no nível “€8.000 – €15.999”; note-se
que cidadãos com menor rendimento apresentam níveis relativamente altos
de confiança (cerca de 81%) e que cidadãos com rendimentos superiores a
80.000 anuais apresentam uma baixa confiança no setor (cerca de 66%).
Por fim, a confiança é relativamente homogénea entre todos os níveis de
rendimento familiar no setor Eletrónica de Consumo, com um gap de
apenas 13% entre a categoria mais e menos confiante.
32. 32
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Figura 21
Confiança nos setores
de Tecnologia e
Telecomunicações por
nível de rendimento
anual (Portugal)
TECNOLOGIA
TELECOMUNICAÇÕES
ELETRÓNICA DE CONSUMO
Mais de €80.000
68%
31%
73%
€25.000 - €79.000
73%
60%
69%
€16.000 - €24.000
76%
57%
66%
€8.000 - €15.999
66%
42%
63%
Menos de €8.000
81%
66%
76%
Figura 21. Confiança do Público Geral nos setores de Tecnologia e Telecomunicações relativamente
ao rendimento anual, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à percentagem de
respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9 valores, sendo 1 “Não
Confia” e 9 “Confia Bastante”.
F. AGREGADO FAMILIAR
Os cidadãos que habitam com crianças apresentam maior confiança nos
setores Tecnologia e Telecomunicações, com diferenças de 6 e 9 pontos
percentuais, respetivamente, face aos cidadãos que não habitam com
crianças. O setor da Eletrónica de Consumo verifica a tendência oposta:
os cidadãos revelam menor confiança no setor se habitam com crianças,
com um intervalo de 7 pontos percentuais face aos cidadãos que não
habitam com crianças.
Figura 22
Confiança nos setores
de Tecnologia e
Telecomunicações por
presença de crianças
no agregado familiar
(Portugal)
TECNOLOGIAS
TELECOMUNICAÇÕES
ELETRÓNICA DE CONSUMO
76%
70%
56%
47%
63%
70%
c/ crianças
s/ crianças
c/ crianças
s/ crianças
c/ crianças
s/ crianças
Figura 22. Confiança do Público Geral nos setores de Tecnologia e Telecomunicações por
presença de crianças no agregado familiar, em Portugal. Os valores apresentados correspondem
à percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9
valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
33. 33
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
G. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
Em relação à distribuição geográfica, Alentejo e Região Autónoma dos
Açores revelam-se as regiões do país onde Tecnologia é mais confiada,
com níveis de confiança de 79% e 73%, respetivamente – e desconfiança
abaixo dos 14%, inclusive. A Região Autónoma da Madeira apresenta
níveis de confiança semelhantes à Região Autónoma dos Açores, mas
maior desconfiança. O Norte e Algarve são as regiões com menores
níveis de confiança nos setores considerados, com valores nos 52% e 51%
respetivamente.
Figura 23
Confiança nos setores
de Tecnologia e
Telecomunicações por
área de residência
(Portugal)
Alentejo
79%
9%
Região Autónoma dos Açores
73%
14%
Região Autónoma da Madeira
73%
15%
Centro
71%
15%
Lisboa
67%
15%
Norte
52%
22%
Algarve
51%
13%
CONFIA
NÃO CONFIA
Figura 23. Confiança do Público Geral nos setores de Tecnologia e Telecomunicações
relativamente ao rendimento anual, em Portugal. Os valores apresentados correspondem à
percentagem de respondentes que selecionam o TOP BOX 4 de Confiança, numa escala de 9
valores, sendo 1 “Não Confia” e 9 “Confia Bastante”.
34. 34
Trust Industry Report
Construir Confiança
Tecnologias e Telecomunicações
No Edelman Trust Barometer™ 2013 foram
identificados dezasseis atributos que
contribuem para a construção da Confiança,
os quais foram agrupados em 5 clusters:
Engagement, Integridade, Produtos e
Serviços, Propósito Social, Operacional.
Ao longo dos anos, o Edelman
Trust Barometer™ tem permitido
identificar a evolução destes
atributos. Em 2008, os atributos
mais importantes foram aqueles
atualmente contidos no cluster
Operacional, tendo perdido
significativamente relevância em
2013 face aos restantes clusters.
Este apresenta uma percentagem
de confiança de 39% versus aquela
tida em 2008, de 76%. Os restantes
clusters apresentam os seguintes
níveis de confiança: Engagement
(59%), Integridade (58%), Produtos
e Serviços (54%) e Propósito (47%).
Em Portugal, a tendência mantémse e os atributos considerados mais
importantes para a construção da
confiança numa empresa estão
alocados aos clusters Engagement,
Integridade e Produtos e Serviços.
Os três atributos mais valorizados
no país para a construção de
confiança são:
“Ouve as necessidades do cliente e
responde” (72%) – Engagement;
“Oferece produtos e serviços de
elevada qualidade” (71%) – Produtos
e Serviços;
“Trata bem os colaboradores”
(69%), como exemplificado na
Figura 24 – Engagement.
35. 35
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Edelman Trust Barometer revela 16 ATRIBUTOS
ESPECÍFICOS que contribuem para construir confiança.
Estes podem ser agrupados emCINCO CLUSTERS, aqui listados por ordem de importância.
16 ATRIBUTOS PARA CONSTRUIR A CONFIANÇA
ENGAGEMENT
• OUVE AS NECESSIDADES DO CLIENTE E RESPONDE
• TRATA BEM OS COLABORADORES
• COLOCA OS CLIENTES ACIMA DOS LUCROS
• COMUNICA O ESTADO DO NEGÓCIO FREQUENTEMENTE E HONESTAMENTE
INTEGRIDADE
• TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO ETICAMENTE CORRETAS
• TOMA ATITUDES RESPONSÁVEIS EM RESPOSTA A UM PROBLEMA OU CRISE
• TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO TRANSPARENTES E ABERTAS
PRODUTOS & SERVIÇOS
• OFERECE PRODUTOS E SERVIÇOS DE ELEVADA QUALIDADE
• É INOVADOR DE NOVOS PRODUTOS, SERVIÇOS E IDEIAS
PROPÓSITO SOCIAL
• TRABALHA PARA MELHORAR E PROTEGER O AMBIENTE
• TEM EM CONTA AS NECESSIDADES DA SOCIEDADE NAS SUAS PRÁTICAS DE NEGÓCIO
• CRIA PROGRAMAS COM IMPACTO POSITIVO NAS COMUNIDADES ONDE ATUA
• SÃO PARCEIROS DE ONGS, GOVERNO E OUTROS NO SENTIDO DE RESOLVER PROBLEMAS
DA SOCIEDADE
OPERACIONAL
• TEM UMA LIDERANÇA BEM RECONHECIDA E ADMIRADA
• CONSTA NUM RANKING GLOBAL DE MELHORES EMPRESAS
• ENTREGA RETORNOS FINANCEIROS CONSISTENTES AOS INVESTIDORES
36. 36
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Com menor relevância para a construção da confiança
em Portugal surgem claramente os atributos
operacionais, revelando valores abaixo dos 50% e com
uma diferença em relação aos atributos mais importantes
em média de 30 pontos percentuais.
Figura 24
Atributos para a construção
de confiança numa empresa
(Portugal)
OUVE AS NECESSIDADES DO CLIENTE E RESPONDE
72%
OFERECE PRODUTOS E SERVIÇOS DE ELEVADA QUALIDADE
71%
TRATA BEM OS COLABORADORES
69%
COLOCA CLIENTES ACIMA DOS LUCROS
65%
TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO ETICAMENTE CORRETAS
65%
TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO TRANSPARENTES E ABERTAS
65%
MANTEM CONFIDENCIAIS AS INFORMAÇÕES PESSOAIS DOS CLIENTES
64%
TOMA ATITUDES RESPONSÁVEIS EM RESPOSTA DE UM PROBLEMA OU CRISE
62%
TRABALHA PARA MELHORAR E PROTEGER O AMBIENTE
62%
COMUNICA O ESTADO DO NEGÓCIO FREQUENTEMENTE E HONESTAMENTE
59%
CRIA PROGRAMAS COM IMPACTO POSITIVO NAS COMUNIDADES ONDE ATUA
55%
É UM INOVADOR DE NOVOS PRODUTOS, SERVIÇOS E IDEIAS
54%
TEM EM CONTA AS NECESSIDADES DA SOCIEDADE NAS SUAS PRÁTICAS DE NEGÓCIO
47%
TEM UMA LIDERANÇA BEM RECONHECIDA E ADMIRADA
45%
ENTREGA RETORNOS FINANCEIROS CONSISTENTES AOS INVESTIDORES
42%
CONSTA NUM RANKING MUNDIAL DE MELHORES EMPRESAS
39%
SÃO PARCEIROS DE ONGS, GOVERNOS E OUTROS NO SENTIDO DE RESOLVER PROBLEMAS
DA SOCIEDADE
34%
ENGAGEMENT
INTEGRIDADE
PRODUTOS E SERVIÇOS
PROPÓSITO SOCIAL
OPERACIONAL
Figura 24. Valorização dos atributos da confiança em Portugal em 2013, agrupados segundo o seu
cluster; sendo os clusters a que pertencem os atributos mais valorizados Engagement, Integridade
e Produtos e Serviços.
A importância dada aos atributos de Engagement e Integridade tem a
ver com autenticidade: a perceção dos consumidores que as Empresas
genuinamente fazem o que afirmam fazer é o primeiro driver de confiança.
A responsabilidade social e corporativa começa neste ponto, na segurança
e satisfação dos colaboradores, que posteriormente fazem a divulgação
desta informação.
37. 37
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Os dados referentes a estes atributos permitem compreender a dinâmica
de empresas, indústrias, e instituições, o que permite tirar conclusões mais
específicas sobre as expectativas dos consumidores e stakeholders e,
subsequentemente, melhores recomendações estratégicas para manter e/ou
gerir a reputação de uma organização e Confiança dos seus stakeholders.
A nível global, os resultados são os seguintes em 2013:
Figura 25
Atributos para a construção
de confiança numa empresa performance vs. expectativa
(Global)
OFERECE PRODUTOS E SERVIÇOS DE ELEVADA QUALIDADE
63%
41%
OUVE AS NECESSIDADES DO CLIENTE E RESPONDE
62%
30%
TRATA BEM OS COLABORADORES
61%
24%
COLOCA CLIENTES ACIMA DOS LUCROS
59%
23%
TOMA ATITUDES RESPONSÁVEIS EM RESPOSTA DE UM PROBLEMA OU CRISE
58%
25%
TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO ETICAMENTE CORRETAS
58%
28%
TEM PRÁTICAS DE NEGÓCIO TRANSPARENTES E ABERTAS
57%
24%
COMUNICA O ESTADO DO NEGÓCIO FREQUENTEMENTE E HONESTAMENTE
54%
23%
TRABALHA PARA MELHORAR E PROTEGER O AMBIENTE
53%
26%
TEM EM CONTA AS NECESSIDADES DA SOCIEDADE NAS SUAS PRÁTICAS DE NEGÓCIO
49%
26%
CRIA PROGRAMAS COM IMPACTO POSITIVO NAS COMUNIDADES ONDE ATUA
47%
23%
É UM INOVADOR DE NOVOS PRODUTOS, SERVIÇOS E IDEIAS
44%
33%
TEM UMA LIDERANÇA BEM RECONHECIDA E ADMIRADA
41%
26%
ENTREGA RETORNOS FINANCEIROS CONSISTENTES AOS INVESTIDORES
38%
22%
CONSTA NUM RANKING MUNDIAL DE MELHORES EMPRESAS
38%
28%
SÃO PARCEIROS DE ONGS, GOVERNOS E OUTROS NO SENTIDO DE RESOLVER PROBLEMAS
DA SOCIEDADE
37%
19%
ENGAGEMENT
INTEGRIDADE
PRODUTOS E SERVIÇOS
PROPÓSITO SOCIAL
OPERACIONAL
Figura 25. Gap entre a importância dos atributos de confiança e a performance das empresas em
2013, a nível Global, apresentando-se os atributos agrupados segundo o cluster a que pertencem.
38. 38
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Como se pode verificar na Figura 25, o atributo com maior importância para
o Público Geral a nível Global trata-se da qualidade dos Produtos e Serviços,
mas a performance das instituições fica aquém das espectativas por 22
pontos percentuais. Por outro lado, recorde-se que (de uma forma geral), os
atributos considerados mais importantes são os de Engagement (59%) e de
Integridade (58%) e, no entanto, são aqueles que apresentam o maior gap
entre a expectativa e a performance: todos estes atributos apresentam gaps
acima dos 30%. O atributo menos valorizado pelos cidadãos diz respeito
ao estabelecimento de parcerias com outras instituções - a relação com
ONGs não parece ser significativa para a construção da a confiança numa
empresa.
Os dados apresentados são particularmente relevantes atendendo à
dinâmica de stakeholders que se verifica atualmente, como esquematizado
na Figura 26. O choque de 2008 e a atualidade na Zona Euro forçaram
o restabelecimento do que se espera das instituições e dos seus líderes.
Mais, o flow de informação é horizontal entre os membros da pirâmide
da comunidade – colaboradores, consumidores fidelizados e ativistas
sociais – e não vertical (das figuras de autoridade para consumidores)
como era conceptualizado previamente. Esta democratização da influência
leva à redefinição do objeto da mensagem de uma organização para
“consumidores de Produtos e Serviços”, porque uma mensagem só tem
significado se for recebida por quem interessa.
O que uma organização faz e como o faz – e a perceção que os stakeholders
têm desta atividade – é fundamental para a construção da confiança e
credibilidade da mesma, o que por sua vez torna fundamental a construção
de uma narrativa coerente e transparente pelos membros da parte superior
do diamante (figuras de autoridade) que consiga atingir os membros da
parte inferior (divulgadores da informação), para que a mensagem possa
atingir com sucesso o Público Geral, isto é, os consumidores dos Produtos
e Serviços. Por exemplo, ações de responsabilidade social influenciam os
colaboradores – porta-vozes altamente confiados, como se pode verificar
na Figura 27 – e atraem talento, consequentemente fechando o gap entre a
espectativa e a performance.
Figura 26
Diamante da influência,
representando a dinâmica entre
stakeholders de uma organização.
CEO
OFICIAIS
DO GOVERNO
QUADRO DE DIRETORES
ACADÉMICOS
ESPECIALISTAS TÉCNICOS
ELITE MEDIA
PÚBLICO GERAL
COLABORADORES
CONSUMIDORES
FIDELIZADOS
ATIVISTAS
SOCIAIS
39. 39
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Figura 27
Mapeamento de Influenciadores
(Global)
Em quem confia MAIS para lhe fornecer
informação credível e honesta sobre:
CEO
de uma
empresa
Colaborador
de uma
empresa
Consumidor
fidelizado/
ativista
Académico
Porta-voz
empresa
Programa de emprego, condições e benefícios
de trabalho de uma empresa
21%
63%
16%
13%
11%
Como uma empresa serve os seus clientes e coloca
as necessidades dos clientes acima dos lucros
19%
30%
44%
16%
15%
INTEGRIDADE
A situação de uma empresa em época de crise
30%
35%
18%
22%
23%
PRODUTOS
Os esforços de inovação e de desenvolvimento
de novos produtos de uma empresa
31%
31%
27%
25%
13%
Como uma empresa utiliza os seus recursos
e influências para proteger o ambiente
21%
26%
34%
27%
13%
Como uma empresa apoia projetos com
um ímpacto positivo na comunidade local
22%
27%
35%
20%
23%
Parcerias com ONGs e esforço para
responder a problemas sociais
25%
20%
25%
23%
15%
Retorno financeiro da empresa e respetiva
performance operacional
34%
27%
23%
23%
12%
Práticas de negócio de uma empresa,
sejam positivas ou negativas
23%
36%
29%
21%
15%
Feitos/ações da autoria dos líderes
de uma empresa
35%
34%
17%
19%
19%
ENGAGEMENT
PROPÓSITO
OPERACIONAL
Figura 27. Mapeamento de Influenciadores (influenciador mais confiado para fornecer informação
por atributo de confiança).
A confiança dos consumidores numa organização já não depende apenas
dos seus líderes, mas de outros stakeholders. De facto, parecem ser os
colaboradores de uma organização quem detém a maior relevância na
transmissão de informação acerca de uma organização. Daqui conclui-se
que, neste âmbito, a genuinidade e transparência são muito relevantes:
a manutenção de uma boa relação com os colaboradores, mesmo que
estes não permaneçam na organização no futuro, é fundamental para
a divulgação da competência e credibilidade de uma empresa. A nível
de Engagement, Integridade e Propósito – os clusters de atributos mais
relevantes para a confiança numa Empresa – as opiniões mais confiadas são
as daqueles stakeholders que detêm inside information sobre a organização,
mas que não são figuras de autoridade: colaboradores e consumidores
fidelizados. Este facto ajuda a explicar a subida dos níveis da confiança
em Tecnologia e Telecomunicação a partir do momento (2008) em que o
investimento em recursos humanos começou a aumentar em Portugal.
Nas autoridades, regra geral, confia-se para divulgação de informação
financeira e de performance operacional. Pode, portanto, concluir-se que
2013 verifica uma marcada crise de liderança (Figura F, Edelman TB™).
40. 40
Trust Industry Report
Figura F
Confiança na Instituição
vs. Liderança (Empresas
e Governo) (Portugal)
Tecnologias e Telecomunicações
CONFIANÇA NO GOVERNO
CONFIANÇA NOS LÍDERES
GOVERNAMENTAIS PARA DIZER
A VERDADE
Global
41%
13% -28
China
67%
32% -35
China
71%
24% -47
68%
34% -34
Índia
55%
20% -35
EUA
CONFIANÇA NOS LÍDERES IMPRESARIAIS
PARA DIZER A VERDADE
50%
18% -32
Índia
CONFIANÇA NAS EMPRESAS
Global
50%
15% -35
EUA
38%
10% -28
Alemanha
42%
42% -29
Alemanha
38%
6% -32
França
37%
13% -27
França
33%
8% -25
Portugal
57%
10% -25
Portugal
15%
19&
+4
F. Diferença de confiança na instituição versus confiança
na sua liderança e 2013, a nível Global e Portugal, em
2013. Como se pode verificar, a confiança é sempre maior
na instituição que no(s) seu(s) líder(es), com a exceção
de Portugal no que diz respeito ao Governo. Os cidadãos
portugueses parecem confiar mais nos seus líderes
governamentais para passarem informação verdadeira
que na instituição governamental.
Com particular relevância para o setor em estudo, note-se na Figura 27 que
o Académico/Especialista tem uma presença relevante ao nível de todos
os atributos como porta-vozes de informação – dados corroborados pela
Figura 28 apresentada a seguir.
41. 41
Trust Industry Report
Tecnologias e Telecomunicações
Figura 28
Confiança nos porta-vozes
2010-2013 (Portugal)
80%
74%
76%
68%
70%
60%
69%
30%
61%
54%
50%
40%
74%
46%
32%
27%
20%
49%
50%
40%
35%
19%
20%
10%
0%
2010
2011
2012
2013
Figura 28. Evolução da confiança do Público Informado nos porta-vozes de uma organização,
em Portugal, de 2010 a 2013.
A figura do “Académico ou Especialista” é quem detêm maior relevância
na divulgação de informação acerca de uma organização, os seus
Serviços e Produtos, com um acentuado crescimento desde 2011 – mais
ou menos desde a altura em que se verifica a crise de confiança nas
figuras de autoridade como exemplificado pela pouca credibilidade nos
“Representantes do Governo”. É de relevância também notar o forte
ceticismo que marca os dados apresentados, como confirmado pelos dados
do Edelman Trust Barometer™ 2013 relativamente à exposição à informação
versus a credibilidade (Figura 29).
Figura 29
PORTUGAL 2012
59% Três a cinco vezes
GLOBAL
63% Três a cinco vezes
Figura 29. Número de vezes
que um cidadão tem que ser
exposto à mesma mensagem
antes de acreditar nela.
Isto significa que uma mensagem menos sólida tem menos probabilidade
de atingir o alvo pretendido (Figura 26). Estes vão de encontro à confiança
exibida no âmbito de Tecnologia e Telecomunicações, pois trata-se de um
meio altamente científico e técnico. De facto, a linguagem científica e a gíria
tecnológica estão cada vez mais democratizadas, pelo que é cada vez mais
relevante direcionar a informação para quem a utiliza. Considerando o facto
de os colaboradores serem os mais confiados como porta-vozes de uma
organização e os Académicos/Especialistas considerados os mais confiáveis
na divulgação de informação, há que trabalhar para aproximar o Técnico do
consumidor: isto requer uma mudança de discurso, no sentido de traduzir
especificidades em utilidades.
Essencialmente, o que antes remetia para uma estratégia produzida por um
grupo restrito de pessoas, objetivos fixos e autoridade, monólogo e controlo
da informação, atualmente reflete-se no coletivo de stakeholders, objetivos
fixos e co-criação, diálogo e de empowerment.
42. 42
Trust Industry Report
Conclusões
Tecnologias e Telecomunicações
No contexto atual de desconfiança em que se enquadra Portugal, são
vários os fatores que remetem para a importância de uma atividade da
transparência e responsabilidade social na atividade de uma organização.
O ceticismo parece dominar as interações entre uma organização e
os consumidores, pelo que a solidez da mensagem é particularmente
importante. O facto de o Público Informado demonstrar níveis de confiança
superiores ao do Público Geral reforça a ideia de que o acesso à Informação
é fundamental para a reputação de uma organização, onde se incluem as
empresas do setor das Tecnologias.
Os níveis de confiança gerais sobem entre 2012 e 2013 a nível Global para
todas as instituições. Portugal, no entanto, verifica a tendência oposta,
justificada em muito pela grande crise de confiança no Governo, ode
acordo com os dados recolhidos pelo INE relativamente à “confiança dos
consumidores”. Todas as restantes instituições verificam um aumento nos
níveis de confiança. É também em Portugal que se verifica uma das mais
importantes conclusões do Edelman Trust Barometer 2013, em que pela
primeira vez (desde 2010) se verifica uma aproximação da confiança nas
Empresas à confiança nas ONGs, até agora líderes isoladas na confiança dos
cidadãos.
No contexto atual de crise económica que se faz sentir na Europa, a
promoção do desenvolvimento económico e a geração de riqueza parecem
mais importantes do que nunca para a construção da confiança numa
instituição/setor/empresa. Esta conclusão é essencialmente suportada pelo
facto do setor das Tecnologias ser aquele que apresenta os maiores valores
de Confiança a nível Global, da U.E e em Portugal. Este, trata-se de um setor
cada vez mais democratizado, sendo que os consumidores têm cada vez
mais acesso à informação e às inovações do setor e, como já foi referido,
acesso à informação parece ser diretamente proporcional aos níveis de
Confiança. Mais: inovação tecnológica parece estar diretamente associada
a desenvolvimento tecnológico e, consequentemente, económico. Daí se
explica que países emergentes apresentem maiores níveis de Confiança e
o facto de Portugal apresentar níveis de confiança para os três setores em
estudo superiores a países como os E.U.A., o Japão ou a Alemanha.
Em 2013 a Tecnologia continua a revelar valores de confiança muito
superiores às Empresas à escala Global e europeia. Portugal apresenta
valores de confiança superiores às médias global e europeia para os três
setores em estudo, assim como verificou um crescimento da confiança
nos setores de 2012 para 2013 (Tecnologias: 2012 - 81%; 2013 – 84%;
Telecomunicações: 2012 – 50%; 2013 – 64%).
Verificou-se que os fatores socioeconómicos que mais influenciam a
confiança na Tecnologia e Telecomunicações em Portugal em 2013 são o
género – verificando-se uma confiança superior nos três setores em estudo
por parte do público masculino; o nível de escolaridade – sendo que são
os indivíduos com menor nível de escolaridade quem mais confia nos
setores das Telecomunicações e Eletrónica de Consumo e quem menos
confia no setor das Tecnologias ; e a área de residência, verificando-se uma
grande disparidade entre os valores de confiança médios em Tecnologia e
Telecomunicações alcançados pela região mais confiante – Alentejo (79% ) –
e a região menos confiante – Algarve (51%).
Os atributos mais importantes para a construção da Confiança nas
empresas em 2013 são essencialmente os atributos de Engagement, de
qualidade de Produtos e Serviços e de Integridade. São precisamente estes
que apresentam um maior gap entre as expectativas dos stakeholders e a
performance das organizações a nível Global.
43. 43
Trust Industry Report
Agradecimentos
Tecnologias e Telecomunicações
A elaboração do presente relatório foi possível devido ao fundamental
contributo dos participantes no TIR Technology. A análise crítica dos
dados do Edelman Trust Barometer™ 2013 e, em especial, dos dados de
confiança nos setores de Tecnologia e Telecomunicações tornou possível a
identificação de fatores determinantes para o sucesso empresarial no setor
em estudo e a formulação de recomendações que permitirão no futuro a
elaboração fundamentada de estratégias de gestão sustentáveis.
Pela sua participação e pelo importante contributo que imputaram à análise
dos dados e à realização do presente white paper, dirigimos os maiores
agradecimentos a:
Carlos Taveira,
Marketing Communications Director,
Altitude Software;
Jorge Fiens,
Public Relations for Corporate Affairs,
Samsung;
Rui Mendes,
Development Manager Europa,
Medialog;
Pedro Rodrigues,
Sales Director Portugal,
Phillips.