O narrador entra em uma carruagem empolgado por acreditar que seu destino é o paraíso, mas à medida que viajam os outros passageiros não compartilham seu entusiasmo e dizem que não há paraíso. Ao chegarem em um lugar com crianças e adolescentes, o narrador vê beleza e alegria, mas os condutores parecem tristes, mostrando que a percepção de paraíso ou inferno depende da perspectiva de cada um.
2. { {
Quando entrei na carruagem fiquei
empolgado e feliz, pois meu desejo era
encontrar o paraíso.
O horizonte de dentro dela era lindo e
me encantava.
3. { {
Realmente era o destino o que sempre sonhei, Eu
estava convicto.
Quanto mais a carruagem seguia, mais eu delirava.
4. A carruagem passava em
vários lugares lindos.
No entanto os outros
passageiros não estavam
empolgados como Eu.
O desânimo deles estava
exaurindo as minhas forças.
Já não tinha mais certeza do meu destino.
Para me distrair resolvi conversar com um
passageiro que viajava ao meu lado.
5. {Respondi.
_ Os sábios.
Olhando pra mim com repudio e reprovação disse.
_ Os sábios? Eles não conhecem isto aqui, por isso
escrevem e falam sem conhecimento de causa. Enganam a
todos, pois aqui não existe paraíso. Esta carruagem não
vai para nenhum paraíso!!
Então perguntei.
_ Então para onde ela vai?
Novamente com frieza Ele falou.
_ Descubra!
_ Senhor estamos indo para o paraíso!!
Porque esta tão triste?
Sarcasticamente Ele me respondeu.
_ Paraíso!! quem te falou esta bobagem?
6. N ã o v i a h o ra d e c h e ga r l á .
Mesmo diante de tanta negatividade, Eu
extrapolava de alegria, cada lugar era novidade,
Eu via beleza em tudo.
Pensava, nossa! Porque eles não se empolgam
se esta estrada é tão empolgante.
Eu só imaginava o paraíso.
7. {
Cada momento Eu preparava meu coração para a
grande felicidade.
Infelizmente o tempo mudou, veio a tempestade e
ofuscou a beleza dos lugares. As lindas paisagens
ficaram sombrias Eu esmoreci.
No entanto as gaivotas com seus alaridos me
despertaram e fizeram-me entender as nuances
daquele lugar.
8. .
A carruagem deslizava como se flutuasse,
parecia tudo mágico era assim que Eu via
tudo.
De repente ela parou.
Chegamos a um lugar onde havia muitas
crianças e adolescentes.
Criança que brincavam como criança.
Adolescentes que se comportavam como
adolescentes
9. Todos ali estavam descontraídos, realmente
era o paraíso.
No entanto os condutores daquele lugar não
estavam felizes, nem empolgados.
Estavam desestimulados e tristes, para eles
aquele lugar era mesmo o inferno.
10. No entanto Eu via tudo lindo.
Cada sorriso daquelas crianças e
adolescentes, Eu extasiava, Eu delirava,
Eu sorria, Eu cantava. Eu me sentia o
máximo.
11. Compreendi o que os sábios diziam
“para ver as belezas de um lugar,
depende de como você os enxerga”.
Seu estado de espirito fará o seu
destino de céu ou de inferno.
12. Então, vi minha importância ali,
entendi, que Eu teria de plantar
sonhos. Eu não podia matar a
esperança de cada jovem.
A inocência de cada um deles é que
fazia aquele lugar lindo, feliz e alegre.
Autor:
Antonio Reali