A patologia estuda as causas, mecanismos e alterações morfológicas das doenças através de exames de tecidos e órgãos. Técnicas modernas como a imuno-histoquímica e a citogenética fornecem informações adicionais para diagnóstico e pesquisa.
Patologia: estudo das causas e alterações de doenças
1.
2. Patologia
Pathos = sofrimento, doença.
Especialidade médica que
estuda as causas (etiologia),
mecanismos de
desenvolvimento (patogênese),
alterações morfológicas nas
células e órgãos e explica os
sinais e sitomas das doenças.
Microscópios óptico (séc. XVIII) e eletrônico (séc. XXI).
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3. Patologia - Histórico
Giovanni Battista Morgagni
Precursor da Anatomia
Orgânica.
Seu livro De sedibus et causis
morborum per anatomen
indagatis (Sobre os locais e
causas das doenças,
investigadas pela anatomia)
inclui descrição de 700 casos.
Marie Francis Xavier Bichat
Precursor da Patologia
tecidual.
Fez mais de 600 necropsias e
identificou 21 tecidos sem uso
do microscópio.
Rudolf Virchow
Precursor da Patologia
Celular, fundador da
Patologia moderna.
Médico anatomopatologista,
antropologista, sanitarista e
político liberal.
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4. Patologia - Histórico
Aulus Cornelius Celsus – Livro “De
Medicina”, 30 A.C.
4 sinais cardinais da inflamação:
• rubor, tumor, calor e dor
Rudolph Virchow, 1793
5o. sinal: perda de função
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5. Patologia Cirúrgica
Estudo anatomopatológico de órgãos ou suas partes retirados
cirurgicamente (biópsias ou peças cirúrgicas). Tem como objetivo
principal fornecer o diagnóstico da lesão, orientando o tratamento e o
prognóstico do paciente. Existem duas modalidades principais:
O exame anatomopatológico mais freqüente é a histopatologia com
inclusão em parafina de pequenos fragmentos para confecção de um
preparado histológico padrão, corado pela hematoxilina-eosina. O exame
histopatológico é precedido da realização de um procedimento cirúrgico,
quer pode ser uma biópsia incisional, biópsia excisional e a retirada
parcial ou total de um órgão.
A biópsia por congelação é um exame realizado durante o ato
cirúrgico, onde o cirurgião retira um pequeno fragmento de tecido que
deverá ser analisado e diagnosticado pelo patologista em poucos
minutos. Pode ser utilizado para se determinar a natureza de uma lesão -
tumor benigno, maligno ou processo inflamatório, ou para se definir se a
margem cirúrgica está livre da lesão. O resultado da biópsia de
congelação vai determinar a conduta a ser seguida pelo cirurgião.
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6. Patologia Cirúrgica - Parafina
macroscopia clivagem processamento inclusão - parafina
coloração desparafinização microtomia bloco
Exame anatomo-patológico
é ATO
MÉDICO!
lâminas microscopia laudo histopatológico
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7. Patologia Cirúrgica - Congelação
cirurgia congelamento microtomia - criostato
laudo (5 a 10 min.) microscopia lâminas coradas
informação
que vai definir
a conduta
cirúrgica
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8. Patologia Cirúrgica - Técnicas
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Punção
aspirativa
por agulha
fina -
PAAF
Biópsia
por
agulha
grossa
Biópsia
incisional
Biópsia
excisional
9. Patologia Cirúrgica - Fixação
Fixação: solução de FORMOL a 10%
Utilizar a solução de formol (formalina) na proporção de 10 vezes o
volume da peça retirada, por 6 a 48 horas, temperatura ambiente
Solução de formol tamponado a 10%
Formaldeído p.a. (40%) - 100 ml
Fosfato de sódio monobásico monohidratado p.a. - 4,0 g
Fosfato de sódio dibásico anidro p.a. - 6,0g
Água destilada - 900 ml
Solução de formol salina a 10%
Formaldeído p.a. (40%) - 100 ml
Solução fisiológica 0,9% (solução salina, soro fisiológico) - 900 ml
Fixação inadequada = autólise (decomposição) = dificuldade, erro ou
impossibilidade diagnóstica
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10. Necropsia
A necropsia (necros= morto + scopion= observar) ou autopsia (auto=
si próprio) é um procedimento médico praticado desde antes de Cristo e
que visa analisar as alterações orgânicas após a morte.
Pode ser subdividida em três tipos: a necropsia médico-legal ou
forense, destinada a identificar o processo da morte em casos de
violência ou duvidosos; a verificação de óbito, realizada em casos de
morte não violenta de pessoas sem acompanhamento médico e a
necropsia hospitalar, realizada por anatomopatologistas, em pacientes
internados falecidos em decorrência de doenças.
Trabalho árduo, nem sempre bem interpretado e aceito pela
comunidade, a necropsia deve ser realizada com a consciência de sua
importância no aprimoramento da Medicina e como instrumento de
controle do seu próprio exercício.
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11. Necropsia
A necropsia não serve apenas para identificar a causa do óbito, como
muitos pensam, ela tem diversas outras funções:
Controle de qualidade do diagnóstico e do tratamento, através do
conhecimento, por parte da equipe que atendeu o paciente, dos achados da
necropsia, visando identificar possíveis falhas e suas causas, buscando sua
correção, para que não se repitam em outro paciente.
Fonte de informação para a Secretaria de Saúde, permitindo a feitura de
estatísticas precisas sobre as doenças mais freqüentes, o que influi na
política de saúde do Estado e do Município.
Material para ensino dos médicos residentes, alunos e professores. A
correlação clínico-patológica realizada durante todas as etapas da necropsia
é um excelente exercício, constituindo a maior fonte de ensinamento em
Patologia.
Material para pesquisa científica.
Reconhecimento de novas doenças e de novos padrões de lesão.
Reconhecimento do efeito do tratamento na evolução da doença.
Esclarecimento de casos sem diagnóstico clínico firmado ou naqueles em
que a morte do paciente foi inesperada.
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12. Necropsia
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13. Necropsia
Lesson in anatomy
1493, Itália
Mondino dei Luzzi
The reward of cruelty
1751, Inglaterra
William Hogarth
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14. Necropsia
Silent Witness - seriado da TV
inglesa sobre uma médica
patologista forense (legista). 1996-
1999, Inglaterra.
Arquivo X - O Filme
1999, EUA
Autopsia do caso Roswell
~1960, EUA
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16. Citopatologia
Método de exame do material obtido por uma das seguintes formas:
coleta de secreções contendo células naturalmente exfoliadas com swabs
raspagem ou escoriação de superfícies utilizando-se espátulas ou escovas
lavagem e coleta de líquido
aspiração por agulha em cavidades naturais ou neoformadas
aspiração, por agulha fina, em cavidades neoformadas ou órgãos sólidos
(punção apirativa por agulha fina - PAAF ou "fine needle aspiration - FNA")
líquidos eliminados naturalmente, como a urina
"imprint" (técnica onde se "carimba" uma lâmina com o fragmento retirado
para estudo
"squash" (técnica onde se "esmigalha" um minúsculo fragmento de tecido
entre duas lâminas
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17. Citopatologia
O material coletado pode ser diretamente estendido em lâminas
imediatamente após a colheita (esfregaço) ou centrifugado (no caso de
líquidos).
Para exames colpocitológicos e a grande maioria dos outros materiais,
após a colocação do material na lâmina, deve-se proceder à fixação
imediata em álcool por um tempo mínimo de 30 minutos, após o qual as
lâminas serão submetidas ao processo de coloração.
A coloração de rotina costuma ser a de Papanicolaou. Esta coloração
produz três cores básicas - azul (núcleos), verde (citoplasma) e vermelho
(citoplasma) Após a coloração as lâminas são montadas com bálsamo e
cobertas por lamínulas.
O dessecamento do material pode produzir artefatos que podem
impossibilitar o diagnóstico ou induzir ao erro .
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18. Citopatologia
Atualmente vem crescendo a utilização de fixadores citológicos em
spray. Esse método, além de permitir uma boa fixação, evita problemas
com o vazamento de álcool dos frascos durante o transporte do material
até o laboratório.
Em alguns casos específicos (rotina local e casos hematológicos) as
lâminas também são coradas pelo Giemsa. Nesses casos as lâminas
devem seguir secas ao ar para o laboratório, onde serão coradas.
A próxima etapa é a observação da lâmina no microscópio e
elaboração do laudo citopatológico pelo anatomopatologista.
O exame citopatológico, como qualquer procedimento
anatomopatológico, é um ato médico, devendo ser realizado e assinado
por médico anatomopatologista.
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19. Citopatologia
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20. Citopatologia
Dr. Georgios Papanikolaou, (1883-1962), médico grego, precursor da
Citopatologia e inventor da técinica do exame colpocitológico
(também chamado de exame preventivo ou papanicolau ou citologia
oncótica), em 1928, porém seu primeiro artigo com uma grande série
de casos foi publicado em 1943. O exame é simples, prático e
barato, podendo ser utilizado como triagem populacional para
identificar mulheres com lesões pré-cancerosas (lesão
intraepiteliais escamosas – SIL ou displasias ou neoplasias
intraepiteliais cervicais - NIC) ou câncer de colo uterino já instalado.
Técnica do exame colpocitológico moderna. Câncer de colo uterino.
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21. Citopatologia
Coleta do material (esfregaço) envio ao laboratório processamento
Exame
Médico anatomopatologista
anatomopatológico é
ATO MÉDICO!
Avaliação de critérios
morfológicos e clínicos para
elaboração de laudo
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22. Citopatologia
Derrame pleural de origem
indeterminada, coleta de
líquido de derrame pleural para
exame citopatológico
Fotomicrografia do exame
citopatológico do líquido de
derrame pleural, com o
diagnóstico de carcinoma de
pequenas células de pulmão
(“oat cell carcinoma”)
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23. Patologia Moderna
Imuno-histoquímica
Hibridização “in situ” e captura híbrida
Citogenética
Reação em cadeia da polimerase (PCR)
Citometria de fluxo
Microarray
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24. Imuno-histoquímica
As técnicas de imuno-histoquímica (IHQ) detectam
moléculas (antígenos) teciduais, sendo de grande valor nos
diagnósticos anatomopatológicos e na investigação
científica.
O mecanismo básico é o reconhecimento do antígeno por
um anticorpo (Ac primário) associado a diversos tipos de
processos de visualização.
Atualmente há disponibilidade de grande número de
anticorpos para uso em tecidos fixados em formol e
incluídos em blocos parafina, permitindo o estudo de blocos
arquivados por longos períodos.
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25. Imuno-histoquímica
Técnica básica da imuno-histoquímica
Receptor de estrogênio Oncoproteína c-erbB-2 Actina sarcomérica
marcação nuclear marcação de membrana marcação citoplasmática
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27. Patologia Molecular
Hibridização “in situ” e captura híbrida
A hibridização é uma técnica baseada na detecção de pequenos
segmentos de DNA ou RNA a partir de "sondas" específicas.
As sondas são seqüências de nucleotídeos complementares
desenvolvidas a partir de segmentos conhecidos do DNA ou RNA
que se deseja identificar.
Para permitir a detecção/visualização da reação entre as moléculas
de DNA ou RNA em estudo e as sondas, estas podem ser associadas
a moléculas radioativas, fluorescentes ou biotiniladas.
Muito utilizada para detecção de vírus, particularmente, o
Papilomavírus humano (HPV)
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28. Patologia Molecular
Cariótipo de um
paciente com linfoma
de Burkitt
46, XY, t(8; 14)
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29. Patologia Molecular
Citometria de fluxo
Imunofenotipagem de
neoplasias, princ. leucemias
e linfomas
Expressão de moléculas da
superfície celular
Análise do ciclo celular,
apoptose etc
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30. Patologia Molecular
Reação em cadeia da
polimerase – PCR
Teste de paternidade
Diagnóstico de doenças
hereditárias
Diagnóstico de doenças
infecciosas
Detecção de mutações (ex.
câncer)
Identificação de pessoas
Paleopatologia
Clonagem de genes...
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31. Patologia Molecular
DNA microarray
“chip”
Ex.: “Lymphochip” contém
17.856 cDNA.
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32. Patologia Cirúrgica
Isolamento de células a partir de uma lâmina histológica, fornecendo
material para estudos por PCR, microarray e outras técnicas avançadas.
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33. Patologia – e o futuro?
1800
2005
1665
2000
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34. Patologia – e o futuro?
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35. Conhecendo a Anatomia Patológica - Prof. Andréa Rodrigues Cordovil Pires - Fonte Medicina Diagnóstica