O documento relata o falecimento de Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, aos 91 anos. Detalha sua trajetória de vida, desde sua origem na Polônia até fundar a rede varejista no Brasil, oferecendo crédito para pessoas de baixa renda. Também menciona a venda posterior do controle da empresa e a formação da Via Varejo.
1. NOTÍCIASECONOMIA
Morre aos 91 anos Samuel Klein,
fundador das Casas Bahia
20/11/2014 11:33
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Samuel Klein é considerado o rei do varejo brasileiro e um dos primeiros a enxergar o poder de consumo
aos mais pobres, fornecendo crédito para pessoas que não conseguiam comprovar renda
O empresário Samuel Klein, fundador das Casa Bahia, faleceu na madrugada desta quinta-feira, 20, em
São Paulo, devido a insuficiência respiratória. Klein estava com 91 anos de idade. Ele deixa três filhos,
oito netos e cinco bisnetos. O velório ocorre no cemitério israelita do Butantã, em cerimônia reservada
para família e amigos.
A Via Varejo, controladora da Casas Bahia, divulgou nota na qual expressou seus sentimentos de pesar e
agradeceu o empresário por sua contribuição ao País. "A melhor forma de honrarmos seu legado
empreendedor é continuarmos crescendo e realizando os sonhos de nossos clientes e colaboradores".
Perfil
Polonês naturalizado brasileiro, Samuel Klein nasceu em Lublin, na Polônia, como o terceiro de nove
irmãos, filho de um carpinteiro de família judaica. Começou a trabalhar com o tio como marceneiro até a
invasão dos nazistas, quando foi levado para Maidanek com o pai. Maidanek era o terceiro maior campo
de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.
2. Leia também:
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- Herdeiros diversificam atuação para além do varejo
Klein foi com o pai para Maidanek, enquanto a mãe e os irmãos foram para Treblinka. Foi levado junto
com outros prisioneiros para Auschwitz em 1944, após a libertação da Polônia. Caminharam 50
quilômetros a pé até o rio Vístula (maior rio da Polônia).
Fugiu dos soldados numa tentativa ousada no dia 22 de Julho. Suas palavras: "Fui me escondendo e
entrando no trigal cada vez mais. Não sei para onde estava indo, mas tinha a certeza de me afastar do
grupo." Passou a noite na plantação. Ao acordar, encontrou-se com poloneses cristãos também fugidos,
que o acolheram e ajudaram a fugir.
Samuel chegou a voltar para sua antiga casa, que estava totalmente arrasada. Trabalhou numa pequena
fazenda nas proximidades em troca de comida. Com o fim da guerra, encontrou-se com a irmã Sezia e o
irmão Salomon.
Depois da guerra, os irmãos Klein foram para a Alemanha administrada pelos norte-americanos.
Conseguiram reencontrar vivo o pai. Viveram em Munique de 1946 até 1951. Nesta grande cidade alemã,
Samuel conheceu Chana, com quem se casou. Sentiram que era hora de deixar a Europa e reconstruir a
vida em outro lugar.
O pai foi para Israel, junto com a outra irmã Esther. Samuel queria emigrar para os Estados Unidos, mas
não conseguiu. A cota de emigração estava cheia. Decidiu ir para a América do Sul, onde tinha alguns
amigos. Conseguiu visto para a desconhecida Bolívia e lá chegou com a esposa e o filho.
Em 1952 a Bolívia vivia uma situação social muito complicada, com disputas políticas violentas e uma
revolução em curso. Klein recordou-se de uma tia que vivia no Rio de Janeiro. Com a mulher e o filho
embarcou no primeiro avião de La Pazpara a então capital brasileira. Em menos de dois meses conseguiu
autorização para viver no Brasil.
Estabeleceu-se em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo com a família. Foi quando começou a
trabalhar como comerciante. Tornou-se mascate, vendendo roupas de cama, mesa e banho de porta em
porta, com uma charrete. Em cinco anos de dedicado trabalho, conseguiu capital para comprar uma loja
chamada Casa Bahia, em 1957. Era a sua homenagem a seus fregueses, na maioria retirantes baianos
vindo tentar a sorte na região.
Em 1964, a loja começa a vender eletrodomésticos. Seis anos depois, o Bahianinho, o mascote que até
hoje é o s ímbolo da Cas as Bahia, foi criado. Junto com ele s urgiu o s logan “Dedicação total a você”.
Samuel Klein é considerado por muitos o rei do varejo. Ele também foi o primeiro a vislumbrar o poder de
compra dos mais pobres, fornecendo crédito aos que não cons eguiam comprovar renda. “Compro por 100
e vendo por 200, tudo parcelado”, cos tumava dizer ele, o segredo de seu sucesso como empresário.
A Casas Bahia, com o tempo, foi ganhando musculatura. Em 1989, já contava com 100 lojas. Nos anos
2000, tornou-se a maior rede de varejo do Brasil, sobrevivendo ao furacão que varreu do mapa os
principais varejistas do Brasil.
Por esse motivo, a Casas Bahia transformou-se no símbolo de resistência de um setor que viu antigos
ícones como Mappin, Mesbla, G. Aronson e Casa Centro desmoronarem da noite para o dia.
Mas foi também no fim da primeira década dos anos 2000 que marca uma virada na estratégia da
companhia. Em 2009, o controle da Casas Bahia é vendido para o grupo Pão de Açúcar, naquela época
controlado com mão de ferro pelo empresário Abilio Diniz.
Ela iria se unir ao Ponto Frio, seu arquirrival, comprado seis meses antes pelo Pão de Açúcar, dando
origem ao maior grupo de varejo do Brasil.
O casamento, no entanto, foi tumultuado desde o início, com ameaças de rompimento de ambas as
partes, logo depois do contrato assinado.
Mas depois de acertarem suas divergências, surge a Via Varejo, que combina as operações de Casas
Bahia e Ponto Frio. Raphael Klein, neto de Samuel, foi seu primeiro presidente.
A família Klein, atualmente, é minoritária na Via Varejo. Em uma operação de venda de ações, eles
ficaram com apenas 27,3% das ações. Michael, filho de Samuel, que comandava o conselho de
administração da Via Varejo deixou o posto e mantém duas cadeiras no colegiado.
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24 COMENTÁRIOS:
Odilon// 20/11/2014- 17:30
00Denunciar
Eu não o conhecir pessoalmente mas depois de ter lidos em varios site sobre a tragetoria dele, fiquei
muito imprecionado com a coragem e atitude que ele teve no decorrer de sua vida para ter chegado onde
chegou, é realmente um homem de fibra. diante disso eu até cheguei a fazer uma manografia sobre a
tragetoria dele. Meus pesames aos familiares.
Luis Aparecido Mosna// 20/11/2014- 17:13
60Denunciar
A globo dedicou 3 minutos a morte de Tomas Bastos advogado de bandidos e mensaleiros. E apenas 3
segundos a morte de Samuel Klein dono das casas Bahia empresario trabalhador gerava muitos
empregos . Midia tendensiosa
cid claro// 20/11/2014- 17:01
60Denunciar
Um grande homem, exemplo, fará falta
Cid Tossi// 20/11/2014- 16:59
40Denunciar
Esse homem é um exemplo, sofreu o diabo com a guerra, fugiu para o Brasil e criou a Casas Bahia e
gerou milhares de empregos, pagou milhões em impostos, deixou um legado imenso, Sr Samuel, esteja
com Deus, o sr. é um exemplo, uma pena que nunca mais teremos alguém que faça o que o Sr.
fez.
Marcio// 20/11/2014- 16:57
30Denunciar
Partiu para uma vida melhor um grande empresário, visionário e inovador na arte de vender. Vá em paz.